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[pt] A NEGATIVIDADE DO POSITIVO: AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO EM DELEUZE / [en] THE NEGATIVITY OF THE POSITIVE: AFFIRMATION AND NEGATION IN DELEUZEGABRIEL PRADO RODRIGUES 06 November 2020 (has links)
[pt] O presente trabalho tem por objetivo pensar o lugar do conceito de negatividade no interior da filosofia de Gilles Deleuze, frequentemente alcunhado como filósofo da afirmação. Conceitos como alegria e positividade foram utilizados na constituição de um cânone da alegria interpretativo, conforme a denominação de Andrew Culp, que confunde a primazia deleuziana da afirmação, como índice de univocidade ou imanência de uma diferença transcendental subjacente ao ser, com a exclusão irrestrita de todo elemento negativo de seu sistema. Nesse panorama, nossa pretensão é dupla: por um lado, partindo da definição geral do conceito deleuziano de univocidade, demonstrar de que modo as interpretações indicadas, ditas afirmacionistas, ao negligenciarem, em Deleuze, um sentido específico de negatividade, atinente ao seu conceito de criação, reproduzem um certo sentido de dogmatismo, enfaticamente criticado pelo autor. A figura tomada por Deleuze, nessas interpretações, arrisca ser, ela mesma, tornada mais um dos avatares do que o autor chamou de senso comum filosófico. Por outro lado, tentamos definir uma primeira forma de concepção dessa chamada negatividade, o que inclui esforços conceituais distintos. Primeiro, a exposição de leituras que também concebem, em Deleuze, espaço para o negativo; segundo, a tematização da relação entre Deleuze e Hegel, filósofo paradigmático da negatividade e objeto constante de críticas deleuzianas; terceiro, finalmente, a proposta de um conceito inicial de negatividade, oriundo da análise do que diz o autor, nomeadamente, sobre o termo. Um tal conceito deve basear-se no reconhecimento do primado ético da negação, enquanto vetor de orientação prática de um indivíduo situado do ponto de vista da atualidade do tempo presente, em oposição ao primado ontológico da afirmação, manifesto na compreensão da diferença como forma ou fundamento transcendental da experiência. / [en] The present work aims to think about the place of the concept of negativity within the philosophy of Gilles Deleuze, often nicknamed as a philosopher of affirmation. Concepts such as joy and positivity were used in the constitution of an interpretive canon of joy, according to Andrew Culp s denomination, which confuses Deleuzian primacy of afirmation, as an index of univocity or immanence of a transcendental difference underlying being, with an unrestricted exclusion of every negative element from his system. In this sense, our pretension is twofold: on the one hand, starting from the general definition of the concept of univocity, to demonstrate in which way the indicated interpretations, called affirmationists, by neglecting, in Deleuze, a specific sense of negativity related to his concept of creation, reproduce a certain sense of dogmatism, emphatically criticized by the author. The figure taken by Deleuze, in these interpretations, risks being itself made one of the avatars of what the author called philosophical common sense. On the other hand, we try to define a first way of conceiving this so-called negativity, what includes different conceptual efforts. First, an exhibition of readings that also conceive, in Deleuze, space for the negative; second, the thematization of the relationship between Deleuze and Hegel, the paradigmatic philosopher of negativity and constant object of Deleuzian criticism; third, finally, a proposal for an initial concept of negativity, derived from the analysis of what the author directly says regarding to the term. Such a concept must be based on the recognition of an ethical primacy of negation, comprehended as a vector for the practical orientation of an individual situated from the point of view of present time s actuality, as opposed to the ontological primacy of affirmation, manifest in the comprehension of difference as a transcendental form or foundation of experience.
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[en] THE TRAGIC IN CHARLES BUKOWSKI / [pt] O TRÁGICO EM CHARLES BUKOWSKILUIS FERNANDO GONCALVES BALBY 18 May 2015 (has links)
[pt] Esta dissertação pretende lançar luz sobre a escrita poética de Charles Bukowski pela relação por ela estabelecida com a filosofia trágica de Nietzsche lida, a sua vez, com o auxílio da obra Nietzsche e a filosofia de Deleuze. Tal aproximação entre a atividade do poeta e o pensamento dos filósofos sustenta-se nas referências comuns pelos conceitos de força, corpo, vontade, potência e arte. Sendo assim, a perspectiva de análise da dissertação afasta-se das noções de biográfico e auto ficcional normalmente atribuídas a Bukowski — de onde sua escrita é avaliada reativamente a partir das categorias da metáfora, da antítese e da representação — para, de um ponto de vista ativo e paradoxal, tomar sua poesia como sintoma e registro reais da vontade do artista, vontade pensada pelos desdobramentos das tensões força-corpo propostas por Nietzsche. Dos devires impostos por tal tensão de forças, a pesquisa acompanhará a metamorfose da arte de Bukowski como sintoma de um corpo ora engajado nas radicais vivências de um niilismo que afirma a negação, ora manifestando-se pela dupla afirmação de Dionísio: a arte como potência da diferença, como poder de afirmar a afirmação. / [en] This dissertation aims to shed light over the poetic writing of Charles Bukowski through its relation with Nietzsche s tragic philosophy, which, in its turn, follows the guidance of Deleuze s Nietzsche and Philosophy. This approach between the poet s activity and the philosophers thought holds up based on the common references provided by the concepts of force, body, will, power and art. Thus, this dissertation s analytical perspective differs from the biographical and self-fictional notions normally assigned to Bukowski — where his writing is reactively assessed by the categories of metaphor, antithesis and representation — to depart from a both active and paradoxical point of view that takes his poetry as a concrete symptom of the artist s will, which is conceived by the developments of the force-body tensions proposed by Nietzsche. From the becomings imposed by such tension of forces, the research will follow the metamorphosis in the art of Bukowski as a symptom of a body at times engaged in the radical experiences of a nihilism that affirms the denial, sometimes manifesting Dionysus double affirmation: art as a power of the difference, as the power that affirms the affirmation.
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