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[pt] A ECONOMIA SACRIFICIAL DO ESTADO-NAÇÃO: O LUTO PÚBLICO DAS MÃES DE VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DE ESTADO NO BRASIL / [en] THE NATION-STATE S SACRIFICIAL ECONOMY: THE PUBLIC MOURNING OF MOTHERS OF VICTIMS OF STATE VIOLENCE IN BRAZIL

VINÍCIUS WINGLER BORBA SANTIAGO 21 May 2020 (has links)
[pt] Esse trabalho trata da luta das mães e familiares de vítimas da violência do Estado brasileiro, mais especificamente sobre o engajamento político das mães, moradoras de favelas no Rio de Janeiro, que perderam seus filhos assassinados por policiais militares e agentes do Estado. As reflexões trazidas aqui são fruto de trabalho etnográfico no qual acompanhei e testemunhei o luto público das mães nos espaços públicos da cidade. É a partir do testemunho da luta e do luto das mães que pude tecer a problemática dessa tese que se centra na relação entre gênero, violência, soberania e sacrifício. Argumento, partindo das minhas experiências e vivências etnográficas, que o movimento de mães questiona a legitimidade do poder de matar do Estado ou, em outras palavras, questiona a própria soberania de Estado como o poder sobre a vida e a morte. Ao defenderem que o Estado brasileiro não tinha o direito de tirar a vida dos filhos que elas geraram, as mães trazem à tona a relação entre gênero e soberania e o modo como ambos estão intimamente conectados. Além disso, argumento que o movimento de mães toca nas estruturas fundacionais do Estado-nação ao revelar que a soberania de Estado repousa sobre uma economia sacrificial na qual a vida de alguns depende da morte de outros. O movimento das mães reúne tanto as condições para expor a lógica sacrificial sobre a qual se sustenta a soberania estatal quanto revelam que elas, as próprias mães, se inserem também em uma lógica sacrificial ao lutar em nome de seus filhos assassinados pelo Estado. Nesse sentido, percorro um caminho de investigação filosófica a fim de compreender as fundações mitológicas da soberania de Estado e a lógica sacrificial intrínseca a ela. / [en] This dissertation deals with the struggles faced by mothers of victims of Brazilian state violence. More specifically, about the political engagement of mothers, slum dwellers in Rio de Janeiro, who have lost their sons murdered by military police and state agents. The reflections I brought to the fore are the results of an ethnographic project in which I followed and witnessed the public mourning of some mothers in the public space of the city. Through witnessing their mourning I was able to develop the problematic tackled in this thesis: the relationship between gender, violence, sovereignty and sacrifice. Based on my ethnographic experiences, I argue that the movement organized by these mothers put into question the legitimacy of state sovereignty, in other words its power over life and death. When they claim that the Brazilian state did not have the right to take their sons lives, lives which they give birth to, they bring to the fore the intimate relation between gender and sovereignty. In addition, I argue that the mothers movement touch upon the foundational structures of the nation-state when they reveal the state sovereignty reliance on an economy of sacrifice, specifically one in which the lives of some depend on the death of others. The mothers movement provides the conditions both to expose the sacrificial logic upon which state sovereignty relies and to reveal that the mothers themselves are also embedded in a sacrificial economy when they struggle in the name of their sons killed by the state. In this sense, my thesis is a philosophical investigation in order to grasp the mythological foundations of state sovereignty and its intrinsic reliance of an economy of sacrifice.
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[pt] O SACRIFÍCIO E O PATHOS DIVINO: APROXIMAÇÕES ENTRE RENÉ GIRARD E JÜRGEN MOLTMANN / [en] SACRIFICE AND DIVINE PATHOS: APPROXIMATIONS BETWEEN RENÉ GIRARD AND JÜRGEN MOLTAMNN

SIDNEI JOSE DA SILVA 16 March 2020 (has links)
[pt] O sacrifício e o pathos divino, aproximações entre René Girard e Jürgen Moltamnn se inscreve entre as férteis articulações interdisciplinares da teologia deste tempo aberto e sensível ao falar de Deus na contemporaneidade. As pistas deixadas pela estranha relação entre a violência e a religião, que haviam inquietado de longa data a etnologia, mas que recentemente arrefeceram-se com respostas esparsas, receberam novo fôlego através das obras de Girard. Partindo da mesma chave hermenêutica sacrificial, mas usando categorias epistemológicas distintas, o pensamento de Girard e a teologia de Moltmann se fundem, demosntrando a inusitada unidade testemunhal dos Evangelhos como complementação definitiva da narrativa da história salvífica e demonstração plena do pathos de Deus em favor de toda a humanidade. Isso se deve não simplesmente porque o Crucificado esteja vindicado e inscrito na atrocidade e violência dissimulada, mas exatamente por ser ele a vítima menos provável de toda a história. / [en] Sacrifice and divine pathos, approximations between René Girard and Jürgen Moltamnn are inscribed among the fertile interdisciplinary articulations of the theology of this open and sensitive time when speaking of God in the contemporary world. The clues left by the strange relationship between violence and religion, which had long troubled ethnology, but which had recently cooled down with sparse responses, received fresh breath through the Girard s work. Starting from the same sacrificial hermeneutic key, but using distinct epistemological categories, Girard s thought and Moltmann s theology merge, demonstrating the unusual witnessing unity of the Gospels as a definitive complement to the narrative of salvific history and full demonstration of God s pathos in favor of all humanity. This is not simply because the Crucified is vindicated and inscribed in atrocity and covert violence, but precisely because he is the least probable victim of the whole story.
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[en] RUMOR AND REASON IN JEAN-PIERRE VERNANT AND MARCEL DETIENNE / [pt] RUMOR E RAZÃO EM JEAN-PIERRE VERNANT E MARCEL DETIENNE

MARIA ELIZABETH BUENO DE GODOY 15 February 2016 (has links)
[pt] O que queremos dizer quando falamos do homem grego? O singular cria um impasse diante da diversidade de situações, modos de vida e dos regimes políticos da história grega antiga. Este grego seria aquele dos tempos arcaicos, o herói homérico, o polites, ou o homem trágico do século V a.C? Através das reflexões e pesquisas dos helenistas Jean-Pierre Vernant e Marcel Detienne, o (homem grego) é apresentado em sua multiplicidade de facetas, fruto de suas relações com o divino, com a natureza, com os outros e consigo mesmo. Ao longo dos séculos VI e V a.C. os gregos desenvolveram práticas e reflexões acerca de sua identidade, práticas essas, pertinentes à construção do ideal figurado pelo que os autores definem como o mesmo. Seu par diametralmente oposto, o Outro, traduz os excessos. Em busca do ideal de conduta e virtude, o homem grego olha para este outro em si; aquele que precisa ser olhado de frente. Da leitura de Vernant e Detienne, numa construção reflexiva que parte do modelo de homem da epopéia de Homero àquele problematizado na tragédia Ática, delineia-se neste estudo, não o grego como foi em si, mas o grego tal como aparece para estes helenistas, neste incessante ir e vir da alteridade. / [en] What does one mean when speaking of the Greek man? Singularity brings an obstacle due to the diversity of situations, ways of life and the politics along Greek ancient history. Would that be the man from archaic times, the Homer hero, the polites, or the tragic man of the fifth century B.C? Trough the reflexions and researches of both Hellenists, Jean-Pierre Vernant and Marcel Detienne, the (Greek man) is presented in its multiplicity of facets, result of its relations with the divine, the nature, with others and with itself. Along the sixth and fifth centuries before our Era, Greeks developed practices and reflexions about their identity, practices concerned to the construction of an ideal, figured at what authors define as the Equal. Its opposite, the Other, figures the excess. In search for the ideal of behavior and virtue, the Greek man looks for this other within itself; the one who needs to be faced. In both authors readings trough a constructive reflexion, from the man presented in Homer s epic poems to the one subject of the Attic tragedy, we figure out in this study, not the Greek like he used to be, but the one how it appears to be both Hellenists, in this constant come and go fo alterity.

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