Emile Zola é conhecido por sua carreira como romancista, mas sua iniciação como escritor deu-se também como crítico de arte entre as décadas de 1860 a 1896, anos nos quais o escritor frequentou os ateliês de célebres pintores, cafés e os Salões. A partir da análise dos artigos de jornal presente na compilação Escritos sobre a arte, o trabalho tem por objetivo mostrar como a relação com os pintores impressionistas leva Zola a utilizar os procedimentos picturais desse movimento para descrever os quadros expostos nos Salões de 1866 a 1880. Na primeira parte do trabalho, será apresentado um panorama dos Salões e a gênese desse gênero novo por Denis Diderot, as questões levantadas por Charles Baudelaire em seus escritos sobre a arte e a influência de ambas as críticas para a construção do método de análise de Zola. A segunda parte do trabalho visa apresentar as questões levantadas pelo crítico no que diz respeito à escolha do júri que selecionava as obras, o momento artístico e sua teoria estética. A questão principal deste trabalho será discutida detalhadamente na terceira parte deste trabalho, em que o objetivo principal será identificar os procedimentos pictóricos impressionistas nas análises de Zola e os desdobramentos dessas técnicas na produção da sua crítica de arte. / Émile Zola is known for his novelist career, but his initiation happened as an art critic between the years 1860 and 1896, in which he attended renowned painters\' studios, cafés and the Salons. Starting from the analysis on newspapers articles, found in the compilation Writings on Art, this dissertation intends to show how Zolas relation with Impressionist painters made him use this movement\'s pictorial proceedings in order to analyze the pictures exposed in 1866 and 1880 Salons and create narratives from such descriptions. In the first part, an overview about these Salons shall be introduced, as well as this new genre\'s genesis by Denis Diderot, the matters discussed by Charles Baudelaire in his writings on art, and the weight of both these critical modes to Zola\'s own analysis method. The second part aims to introduce the issues he raised concerning the choosing of the jury responsible for selecting works, the artistic moment, and his aesthetic theory. This researchs main point shall be discussed minutely in the third part, whose main goal is to identify the Impressionists pictorial procedures in Zolas analysis and this techniques deployment in his making of critics on art.

Emile Zola é conhecido por sua carreira como romancista, mas sua iniciação como escritor deu-se também como crítico de arte entre as décadas de 1860 a 1896, anos nos quais o escritor frequentou os ateliês de célebres pintores, cafés e os Salões. A partir da análise dos artigos de jornal presente na compilação Escritos sobre a arte, o trabalho tem por objetivo mostrar como a relação com os pintores impressionistas leva Zola a utilizar os procedimentos picturais desse movimento para descrever os quadros expostos nos Salões de 1866 a 1880. Na primeira parte do trabalho, será apresentado um panorama dos Salões e a gênese desse gênero novo por Denis Diderot, as questões levantadas por Charles Baudelaire em seus escritos sobre a arte e a influência de ambas as críticas para a construção do método de análise de Zola. A segunda parte do trabalho visa apresentar as questões levantadas pelo crítico no que diz respeito à escolha do júri que selecionava as obras, o momento artístico e sua teoria estética. A questão principal deste trabalho será discutida detalhadamente na terceira parte deste trabalho, em que o objetivo principal será identificar os procedimentos pictóricos impressionistas nas análises de Zola e os desdobramentos dessas técnicas na produção da sua crítica de arte. / Émile Zola is known for his novelist career, but his initiation happened as an art critic between the years 1860 and 1896, in which he attended renowned painters\' studios, cafés and the Salons. Starting from the analysis on newspapers articles, found in the compilation Writings on Art, this dissertation intends to show how Zolas relation with Impressionist painters made him use this movement\'s pictorial proceedings in order to analyze the pictures exposed in 1866 and 1880 Salons and create narratives from such descriptions. In the first part, an overview about these Salons shall be introduced, as well as this new genre\'s genesis by Denis Diderot, the matters discussed by Charles Baudelaire in his writings on art, and the weight of both these critical modes to Zola\'s own analysis method. The second part aims to introduce the issues he raised concerning the choosing of the jury responsible for selecting works, the artistic moment, and his aesthetic theory. This researchs main point shall be discussed minutely in the third part, whose main goal is to identify the Impressionists pictorial procedures in Zolas analysis and this techniques deployment in his making of critics on art.

Considéré par la plupart de la critique comme une littérature putride (cf. ULBACH, 1868) ou ignominieuse (cf. VERISSIMO, 1894), accusé de confondre naïvement la science et la littérature, ainsi que de rendre le langage littéraire scientifique, et surtout au Brésil, en outre, remis en question en tant que plagiat ou importation dune mode étrangère, le naturalisme a été relégué aux marges de lhistoriographie littéraire. Prenant comme point de départ ce panorama critique, la thèse propose une réévaluation critique et historiographique de lesthétique naturaliste, commençant par décrire et analyser son origine au cours de lhistoire à partir de la constitution du réalisme moderne dans les oeuvres de Stendhal et de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). On se concentre notamment sur la lente affirmation des termes réalisme et naturalisme et sur limportance de la contribution de différents romanciers français au processus de consolidation de lesthétique réaliste et de son prolongement dans le naturalisme. On discute également le projet esthétique proposé par Zola, de même quon déconstruit des mythes corroborés par lhistoriographie littéraire à propos de la théorie et du mouvement naturalistes. Enfin, en établissant les rapports entre lidéologie esthétique naturaliste et lidéal républicain, on discute lacclimatation des principes esthétiques naturalistes au Brésil, dans loeuvre de celui qui a été son principal représentant, Aluísio Azevedo. A partir dune étude comparative entre le naturalisme en France et au Brésil, on cherche, en effet, à contribuer au processus de révision critique et historiographique dune période littéraire énormément productive dans les deux pays, malgré la tendance à sa dévalorisation généralement observée dans les manifestations de la critique du XXe siècle / Considerado pela maioria da crítica como uma literatura pútrida (cf. ULBACH, 1868) ou torpe (cf. VERÍSSIMO, 1894), acusado de confundir ingenuamente ciência e literatura, bem como de cientizar a linguagem literária, e em particular no Brasil, além disso, questionado por plágio ou importação de uma moda estrangeira, o naturalismo foi relegado às margens da historiografia literária. Assumindo como ponto de partida esse panorama crítico, a tese propõe uma reavaliação crítica e historiográfica da estética naturalista, começando por descrever e analisar sua origem no decurso da história, a partir do advento do realismo moderno nas obras de Stendhal e de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). Enfoca a lenta afirmação dos termos realismo e naturalismo, bem como a importância da contribuição de diferentes romancistas franceses no processo de consolidação da estética realista e de seu prolongamento no naturalismo. Discute-se também o projeto estético proposto por Zola, assim como se desconstroem mitos corroborados pela historiografia literária a respeito da teoria e do movimento naturalistas. Por fim, correlacionando a estética naturalista com o ideal republicano, aborda-se a aclimatação dos princípios naturalistas no Brasil, na obra daquele que foi seu principal representante, Aluísio Azevedo. A partir de uma abordagem comparativa entre o naturalismo na França e no Brasil, busca-se, em síntese, contribuir para o processo de revisão crítica e historiográfica de um período literário muito produtivo nos dois países, não obstante a tendência para sua desvalorização em geral observada nas manifestações da crítica novecentista

One of the more pervasive clichés regarding women in late nineteenth-century French literature is the commonplace that treats social spaces as metaphors for the women who inhabit them. An idea inherited from older traditions that trace their roots back to the Middle Ages, this commonplace often appears as a parallel drawn between women and the social spaces (often a garden or other “natural” setting) ascribed to them. Émile Zola and Guy de Maupassant both make extensive use of this commonplace. While some recent research, Heidi Brevik-Zender’s book Fashioning Spaces: Mode and Modernity in late Nineteenth Century France (2015) for instance, has examined the phenomenon of women and social spaces, thus far the focus has been on Paris and the urban setting. Less work has been done on women and their “natural” spaces. This dissertation examines Émile Zola’s La Faute de l’abbé Mouret (1875), where the garden of the Paradou becomes an explicit metaphor for the body of the novel’s central female character, Albine. In Zola, the garden functions as an “other” space that at first appears to underscore woman’s difference from man. Zola, meanwhile, undermines this insistence on difference. Guy de Maupassant, in his short stories Miss Harriet and “Première neige” and in his first novel, Une Vie (all published for the first time in 1883) represents the notions of separate male and female space as entirely illusory constructs that disguise the male domination that obtains nearly everywhere. While Maupassant’s short fiction shows a pessimistic outlook on correcting this “problem,” his novel, Une Vie, proposes a radical solution, based in non-traditional family structures and female homosociality. I conclude this study by looking more broadly at the pervasiveness of the femino-spatial cliché with reference to examples from contemporary culture.

Considéré par la plupart de la critique comme une littérature putride (cf. ULBACH, 1868) ou ignominieuse (cf. VERISSIMO, 1894), accusé de confondre naïvement la science et la littérature, ainsi que de rendre le langage littéraire scientifique, et surtout au Brésil, en outre, remis en question en tant que plagiat ou importation dune mode étrangère, le naturalisme a été relégué aux marges de lhistoriographie littéraire. Prenant comme point de départ ce panorama critique, la thèse propose une réévaluation critique et historiographique de lesthétique naturaliste, commençant par décrire et analyser son origine au cours de lhistoire à partir de la constitution du réalisme moderne dans les oeuvres de Stendhal et de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). On se concentre notamment sur la lente affirmation des termes réalisme et naturalisme et sur limportance de la contribution de différents romanciers français au processus de consolidation de lesthétique réaliste et de son prolongement dans le naturalisme. On discute également le projet esthétique proposé par Zola, de même quon déconstruit des mythes corroborés par lhistoriographie littéraire à propos de la théorie et du mouvement naturalistes. Enfin, en établissant les rapports entre lidéologie esthétique naturaliste et lidéal républicain, on discute lacclimatation des principes esthétiques naturalistes au Brésil, dans loeuvre de celui qui a été son principal représentant, Aluísio Azevedo. A partir dune étude comparative entre le naturalisme en France et au Brésil, on cherche, en effet, à contribuer au processus de révision critique et historiographique dune période littéraire énormément productive dans les deux pays, malgré la tendance à sa dévalorisation généralement observée dans les manifestations de la critique du XXe siècle / Considerado pela maioria da crítica como uma literatura pútrida (cf. ULBACH, 1868) ou torpe (cf. VERÍSSIMO, 1894), acusado de confundir ingenuamente ciência e literatura, bem como de cientizar a linguagem literária, e em particular no Brasil, além disso, questionado por plágio ou importação de uma moda estrangeira, o naturalismo foi relegado às margens da historiografia literária. Assumindo como ponto de partida esse panorama crítico, a tese propõe uma reavaliação crítica e historiográfica da estética naturalista, começando por descrever e analisar sua origem no decurso da história, a partir do advento do realismo moderno nas obras de Stendhal e de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). Enfoca a lenta afirmação dos termos realismo e naturalismo, bem como a importância da contribuição de diferentes romancistas franceses no processo de consolidação da estética realista e de seu prolongamento no naturalismo. Discute-se também o projeto estético proposto por Zola, assim como se desconstroem mitos corroborados pela historiografia literária a respeito da teoria e do movimento naturalistas. Por fim, correlacionando a estética naturalista com o ideal republicano, aborda-se a aclimatação dos princípios naturalistas no Brasil, na obra daquele que foi seu principal representante, Aluísio Azevedo. A partir de uma abordagem comparativa entre o naturalismo na França e no Brasil, busca-se, em síntese, contribuir para o processo de revisão crítica e historiográfica de um período literário muito produtivo nos dois países, não obstante a tendência para sua desvalorização em geral observada nas manifestações da crítica novecentista

L'institutionnalisation de Zola, comportant à la fois la consécration d'une image officielle et la labellisation d'un corpus textuel, doit être envisagée à travers des manuels scolaires, histoires littéraires, études critiques et générations de lecteurs, en tant que réconciliation des métadiscours et conciliation des horizons d'attente. Linéarités, stratifications, constellations sémantiques et formelles sont des visions différentes d'un même objet de lecture, à savoir le texte naturaliste. Une entité qui parcourt sans cesse, par le biais du paratexte - documents critiques, sons et images - prolongation de la lecture jusque dans la périphérie de l'espace textuel, un chemin à double sens. De l'univocité sémantique longuement promue sur le plan scolaire à travers une critique de l'intentionnalité au trop plein de « déstructuration » menant parfois à un non sens ; puis de l'approche structuraliste comme réaction contre l'historicité atrophiant les sens et claustrant la spontanéité du lecteur à l'approche thématique libérant les fantasmes de la lecture dans un monde de symboles, le texte zolien cherche à joindre son lecteur. Ainsi, tout au long de notre étude, nous sommes allée à sa rencontre. Nous n'avons fait qu'observer, noter et constater. À présent, nous laissons entièrement aux lecteurs le soin de conclure … et de recevoir. / The process institutionalising Zola, implying both a recognition of an official image and the labelling of a textual corpus should be considered, by examining school text books, history of literature books, essays and other critical studies, and readers' generations as reconciliation of metadiscourses and conciliation among several « horizons of expectation ». Semantic and formal linearities, stratifications, constellations are all different sides of the same reading object, i.e. the naturalistic text. This entity travels incessantly along a doubleway road through the paratext, an extension of the reading experience up to the peripherical text area : critical documents, sounds and images. From the semantic univocity, which was longly promoted at school level thanks to an intention-focused criticism, up to an overdestructuration sometimes leading to nonsense ; then, from the structural approach reacting against that historicity which atrophies sense and confines spontaneous reading up to a thematic approach liberating a whole world of symbols, Zola's text tends to reach its reader. Thus, we have tried to join his text all throughout this analysis. Indeed, we have simply observed, noted and attested. From now on, we assume that it belongs to readers to get to a conclusion and… to receive.

Cette thèse étudie Germinal et Au Bonheur des dames d'Émile Zola sous l'angle de l'histoire économique, de l'économie industrielle et du marketing. Elle cherche à déterminer ce que ces deux romans nous apprennent sur le fonctionnement des entreprises de la seconde moitié du XIXe siècle, et comment ils préfigurent l'actualité économique de la fin du XXe et celle du début du XXIe siècle. Les entreprises fictives de Zola sont non seulement représentatives des firmes réelles de l'époque, mais de plus elles rappellent certaines caractéristiques et stratégies de nos entreprises contemporaines. Par ses talents, l'extrême précision de sa méthode de recherche, son approche résolument différente de celle d'un historien de l'économie et son étonnante modernité en ce début du XXIe siècle, Zola rend la lecture de ces deux œuvres essentielle aux historiens de l'économie et aux économistes. La comparaison détaillée entre les entreprises fictives de ces romans et les réalités de l'industrie houillère et du commerce de détail de cette époque témoigne de leur véracité historique. Cette étude vise aussi à établir un parallèle entre les entreprises fictives de Zola et celles d'aujourd'hui en s'appuyant sur leurs caractéristiques et pratiques respectives en termes d'économie industrielle et de marketing. Enfin, cette thèse tente de discerner ce qui, dans le discours de beaucoup d'économistes contemporains sous-entend que l'origine des faits et pratiques économiques étudiés ici ne date que de quelques décennies. / This dissertation studies Émile Zola's Germinal and Au Bonheur des dames from the perspective of economic history, industrial economics and marketing. Its goal is to determine what these novels disclose on how companies functioned in the second half of the 19th century, and to which extent they anticipate the economic reality of the late 20th and early 21st centuries. Zola's fictional companies are not only representative of the real companies of that era but they also reflect some characteristics and strategies of the real firms of the early 21st century. Zola's talents, his meticulous method of research, his technique of economic analysis which significantly differs from that of an economic historian, and his ongoing modernity today make these novels a must for economic historians and economists alike. The detailed comparison between the fictional companies in the two novels and the real conditions in the mining and the retail industries ! vouch for their historical credibility. This study also aims at drawing a parallel between Zola's fictional companies and today's firms by analyzing their respective characteristics and practices in terms of industrial economics and marketing. Furthermore, this dissertation attempts to understand why many contemporary economists seem to suggest that the origin of the economic facts and practices studied here date back a couple of decades only.

My interdisciplinary dissertation, Écriture Artiste and the Idea of Painterly Writing in Nineteenth-Century France, studies the notion of écriture artiste as an ideologically charged aesthetic doctrine that provides a better understanding of the rapports between art and the socio-historical context of mid nineteenth-century France. Specifically, using a case study approach, I examined four encounters between writers and painters, including Gustave Flaubert, Gustave Moreau, the Goncourt brothers, Eugène Delacroix, Émile Zola, Édouard Manet, J.-K. Huysmans and Odilon Redon. I analyzed how these pairings, each illustrative of a different facet of écriture artiste, highlight extratextual realities of the time through aesthetic embellishments. Findings show that some of these artists refashion the existing hierarchy of academically legislated rules on style by purposefully obscuring legibility in order to valorize artistic productions as alternatives to, not copies of, nature. Moreover, they reshape cultural views by staging the coexistence of lyrical and positivist elements, thus encouraging an array of subjective interpretations. I conclude that écriture artiste provides a valid framework for analyzing a self-conscious type of art that uses symbolic power to shape public taste. In turn this provides alternatives to a monolithic model upheld by legitimate culture. The central contribution of my project is its analysis of écriture artiste as a concept that does not fit neatly specific categories of genre or literary movements. My work intervenes in extant debates on literature and the visual arts in the latter half of the nineteenth century by challenging the critical tradition that considers écriture artiste as a pedantic descriptive style. My dissertation broadens the scope of écriture artiste beyond the work of the Goncourt brothers. This expansion of the field also reveals that this type of art theory is developed with an acute consciousness about the power of art and the artist to reach a changing readership, prompted by the shifting ideological climate of the time.

I will follow the theoretical and critical discourse, related to establishing of Czech literary naturalism. My sources will be both book editions (essays from the volumes "Lehký harcovník", or "O národní literaturu", made available by the Melantrich publishing company) and journalistic production. Among the personalities she will focus on F. Schulz and V. Mrštík, possibly on other authors according to the primary heuristics results. The idea about general extension of naturalism will be provided by relevant syntheses or partial monographs (ADČL III; Haman: Trvání v proměně; Janáčková: Česká literatura na přelomu století; Český román na sklonku 19. století).

Made available in DSpace on 2014-06-12T18:32:15Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo450_1.pdf: 1409541 bytes, checksum: 71635ec4e756a9f7e9c44a0c7111b329 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2007 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho pretende comparar as expressões literárias que Machado de Assis e Émile Zola ofereceram a algumas idéias originadas da teoria evolucionista que estavam em voga na segunda metade do século XIX. A ambição científica em desenvolver sistemas que totalizassem os saberes em áreas diversas do conhecimento teve forte influência na criação de um conjunto de idéias filosóficas que associavam o conceito de evolução à visão de história como um processo teleológico. Aproximando-me inicialmente dos conceitos de história que baseavam a interpretação que Machado de Assis e Émile Zola fizeram sobre suas respectivas sociedades, pretendo demonstrar como os dois escritores tomaram caminhos distintos quanto às utopias civilizatórias que transpunham as idéias científicas para a interpretação dos processos de mudança social. A partir da análise de textos ficcionais e jornalísticos de cada um dos autores, defendo a hipótese de que Machado de Assis apresenta um olhar cético sobre as contradições inerentes às estruturas sociais brasileiras, afastando-se, assim, de uma teleologia que organiza a história em fases em direção a uma utópica evolução. Do seu lado, Zola recorre aos discursos científicos que sustentavam teses eugênicas para explicar comportamentos e mudanças sociais, defendendo a emancipação da sociedade francesa através da racionalização da vida cotidiana e da intervenção da ciência nas mais diversas práticas culturais que marcavam o contexto da época