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Revisão sistemática : antibióticos no tratamento da encefalopatia hepática

Falavigna, Maicon January 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: Encefalopatia hepática (EH) é uma síndrome neuropsiquiátrica representada por diminuição reversível da função neurológica, causada pela insuficiência hepática. É caracterizada por alterações súbitas – e por vezes intermitentes – na memória, personalidade, concentração, nível de consciência e coordenação motora, podendo evoluir para o estado de coma e morte. A abordagem clássica para a EH inclui suporte clínico, identificação e correção das causas precipitantes e o uso de dissacarídeos não-absorvíveis, como a lactulose e o lactitol, e/ou antibióticos. Enquanto o uso dos dissacarídeos são amplamente difundidos, não há consenso quanto ao uso de antibióticos como agentes terapêuticos na EH. O presente estudo tem por objetivo avaliar os benefícios e os riscos da utilização de antibióticos no tratamento da EH, comparando-os com as demais terapias disponíveis. MÉTODOS: Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito dos antibióticos no tratamento da EH. Os desfechos principais são a ausência de melhora na EH e a mortalidade total, a serem comparados com as demais alternativas para o tratamento desta síndrome. RESULTADOS: Vinte e oito estudos foram incluídos, em sua maioria com fraco rigor metodológico e com pequeno tamanho amostral. Doze compararam antibióticos a dissacarídeos não-absorvíveis e dez compararam diferentes regimes antibióticos. Não houve achados significativos relacionados à mortalidade total. Em relação à melhora clínica, os antibióticos apresentaram superioridade quando comparados aos dissacarídeos 8 (RR 0,82, IC95% 0,68 a 1,00 para ausência de melhora na EH), além de tendência para resolução dos sintomas (RR 0,78, IC95% 0,58 a 1,05 para ausência de recuperação). Para ausência de melhora, na análise de sensibilidade, os estudos avaliando pacientes com EH crônica e os estudos com a co-administração de agentes catárticos apresentaram benefício mais evidente dos antibióticos frente aos dissacarídeos (RR 0,50, IC95% 0,28 a 0,89 na EH crônica; RR 0,82, IC 95% 0,67 a 0,99 com a co-administração de catárticos). Para ausência de recuperação, a rifaximina foi superior a neomicina quando comparada aos dissacarídeos (RR 0,68; IC95% 0,51 a 0,91 vs. RR 0,96, IC95% 0,84 a 1,11; P = 0,04). Adicionalmente, a rifaximina apresentou tendência a superioridade quando comparada aos demais antibióticos (RR 0,61, IC95% 0,34 a 1,09 para ausência de melhora). Não houve relato de eventos adversos sérios relacionados aos tratamentos avaliados. Os eventos mais comuns foram aqueles associados ao trato gastrointestinal, principalmente nos pacientes em uso de dissacarídeos. Por sua vez, não foi incomum a alteração da função renal em vigência do uso de neomicina. CONCLUSÃO: Atualmente as evidências são insuficientes para determinar o real benefício dos antibióticos no tratamento da EH. Encontramos superioridade dos antibióticos comparando-os aos dissacarídeos não-absorvíveis, entretanto esses dados apresentam significância limítrofe e possíveis modificadores de efeito. Não dispomos de comprovação sobre qual regime antibiótico é o mais efetivo manejo da EH, sendo necessário mais estudos para este propósito. Da mesma forma, as evidências sobre a adjuvância do uso de antibióticos em associação a dissacarídeos não nos permitem conclusões adicionais. / BACKGROUND: Hepatic encephalopathy (HE) is a neuropsychiatric syndrome characterized by a reversible decrease in neurological function, caused by hepatic insufficiency. It is characterized by sudden - and sometimes intermittent - changes in memory, personality, concentration, level of consciousness and motor coordination, and can progress to coma and death. The classic approach to HE includes clinical support, identification and correction of precipitating causes, and the use of non-absorbable disaccharides, such as lactulose and lactitol, and / or antibiotics. While the use of disaccharides is widespread, there is no consensus on the use of antibiotics as therapeutic agents in HE. The present study aims to evaluate the benefits and risks of the use of antibiotics for the treatment of HE. METHODS: Systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials evaluating the effect of antibiotics on the treatment of HE, in comparison to alternatives for the treatment of this syndrome. The main outcomes are lack of improvement of HE and mortality. RESULTS: Twenty-eight studies were included, mostly with poor methodological rigor and small sample size. Twelve compared antibiotics to nonabsorbable disaccharides and ten studies compared different antibiotic regimens. There were no significant difference observed on mortality. Antibiotics, compared to disaccharides, were more effective on clinical improvement of HE symptoms (RR 0.82, 95% CI 0.68 to 1.00 for lack of improvement; RR 0.78, 95% CI 0.58 to 1.05 for lack of recovery). In the sensitivity 10 analysis, we observed a larger benefit for antibiotics, compared to disaccharides, in studies evaluating patients with chronic HE (RR 0.50, 95% CI 0.28 to 0.89 for lack of improvement) and in studies with co-administration of cathartic agents (RR 0.82, 95% CI 0.67 to 0.99 for lack of improvement). For lack recovery, rifaximin was superior to neomycin when compared to disaccharides (RR 0.68, 95% CI 0.51 to 0.91 vs. RR 0.96, 95% CI 0.84 to 1.11, P = 0.04). In addition, rifaximin showed better results, although non-significant, when compared to other antibiotics (RR 0.61, 95% CI 0.34 to 1.09 for lack of improvement). There were no report of serious adverse events related to the evaluated interventions. CONCLUSION: Currently, the evidence is insufficient to determine the real benefit of antibiotics in the treatment of HE. In this systematic review, antibiotics were superior to nonabsorbable disaccharides, however, borderline statistical significance and possible effect modifiers were observed. In addition, is unclear which antibiotic regimen is the most effective for HE treatment, with need of further studies for this purpose. Likewise, the evidence available for the use of antibiotics in combination with disaccharides does not allow additional conclusions.
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Validação de questionário e avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com doença do refluxo gastroesofágico antes e após o tratamento com pantoprazol / Validation of a questionnaire and evaluating health related quality of live in gastroesophageal reflux disease patients before and after treatment with pantoprazole

Cury, Marcelo de Souza [UNIFESP] January 2005 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-12-06T23:05:40Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2005 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) apresenta alta incidência e prevalência no Ocidente e não tem marcador evolutivo adequado. A avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) é ferramenta bem conhecida e útil para avaliação evolutiva, principalmente para moléstias que não têm marcador apropriado. Os objetivos deste estudo são traduzir e validar questionário de QVRS específico para a DRGE, avaliar a QVRS em brasileiros portadores de DRGE e verificar os índices de cicatrização após tratamento com Pantoprazol. MÉTODOS: Foram incluídos aleatoriamente pacientes portadores de DRGE com sintomas típicos e esofagite das classes A a C da classificação de Los Angeles sem doenças concomitantes. Foram avaliados por dois questionários de QVRS e endoscopia digestiva alta, antes e após o tratamento (Pantoprazol 40 - 80 mg/dia 6-14 semanas). Foram utilizados um questionário genérico (SF-36) e outro específico para a DRGE (‘GERD-Score’). Este último foi traduzido e validado para o português do Brasil. RESULTADOS: De janeiro de 2002 a dezembro de 2003 foram incluídos 100 pacientes. Destes, 84 foram avaliados em análise por intenção de tratamento (37 homens, idade média 41 anos). O questionário traduzido demonstrou propriedades psicométricas adequadas (validade, sensibilidade e reprodutibilidade). Os domínios capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental do SF-36 apresentaram resultados significativamente (p<0.05) maiores após o tratamento. A proporção de pacientes que apresentaram cicatrização após 6 e após 14 semanas de tratamento foi, respectivamente, 80.95% e 96.35%. CONCLUSÃO: O questionário traduzido (ESDRGE = escore sintomático da DRGE) é válido e reprodutível. Pacientes com esofagite apresentaram QVRS diminuída que melhorou ou normalizou após o tratamento. O Pantoprazol foi eficaz para o tratamento da esofagite a curto prazo. / BACKGROUND & AIMS: Gastroesophageal reflux disease (GORD) has high incidence and prevalence and do not have a good evaluative marker. Health Related Quality of Life (HRQOL) is a well known and useful tool for studying outcomes, mainly in diseases without a good biological marker. This study aims to translate and validate a Brazilian HRQOL GORD questionnaire, analyze HRQOL in Brazilian GORD patients, regarding oesophagitis healing after the treatment with Pantoprazole. METHODS: Patients with erosive oesophagitis grades A to C (Los Angeles) without concomitant diseases were evaluated with both general HRQOL (SF-36) and specific questionnaires and upper endoscopy before and after treatment (Pantoprazole 40-80 mg/day 6-14wk). The specific questionnaire was translated to Portuguese, and validated. RESULTS: From January 2002 to December 2003, 100 patients were enrolled. Overall 84 completed the study (37 men, mean age: 41 yrs). The translated questionnaire has shown good psychometric properties (reliability, responsiveness and validity). Almost all SF-36 scales (physical function, role physical, pain, general health, vitality, social function and mental helth) had significant (p<0.05) improvement after treatment. The healing index was 80.95% and 96.35% after 6 and 14 weeks of treatment. CONCLUSION: The translated questionnaire (ESDRGE = escore sintomático da DRGE) is valid and reproducible. Patients with erosive oesophagitis had poor HRQOL which improved significantly or normalized after treatment. The Pantoprazole was effective for treatment of oesophagitis during short and medium period. / FAPESP: 00/03965-7 / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Avaliação da efetividade e segurança da diacereína no tratamento da osteoartrite: revisão sistemática e metanálise / Efectivity and safety of diacerein for osteoarthritis: systematic review and metanalysis

Fidelix, Tania Sales de Alencar [UNIFESP] January 2006 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-12-06T23:07:45Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2006 / Objetivos: Avaliar a efetividade e segurança da diacereína para o tratamento da osteoartrite em adultos acometidos por esta doença, de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Métodos: Revisão sistemática utilizando a metodologia da Colaboração Cochrane. Estratégia de Busca: As bases pesquisadas foram: MEDLINE (1966-2005), EMBASE (1980-2005), CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled Trials), LILACS (1982-2005), busca manual em anais de congressos, listas de referências de artigos publicados, contato com companhias farmacêuticas e autores de artigos publicados. Não houve restrição de linguagem. Critérios de Seleção: ensaios clínicos randomizados e quase randomizados de uso de diacereína controlada por placebo e ou outras intervenções para tratamento de osteoartrite primária de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia em adultos de ambos os sexos. O principal critério de exclusão foi a presença de doença secundária. Coleta de dados e análise: a extração de dados e avaliação de qualidade foi feita independentemente por três investigadores de acordo com critérios previamente determinados e os resultados foram comparados para determinação do grau de concordância. Avaliação de qualidade foi feita usando os critérios do “Cochrane Handbook” e escores de Jadad e Schultz. Medidas de desfecho contínuas foram unidas usando diferenças de médias ponderadas (DMP). Medidas de desfecho dicotômicas foram unidas usando modelo de efeito randômico e os resultados foram expressos como riscos relativos (RR). Resultados: Coletivamente, os sete estudos identificados incluíram 2.069 participantes e demonstraram um pequeno, mas consistente efeito benéfico da diacereína no tratamento da osteoartrite na melhora da dor. Quando comparada a placebo, dor em escala visual analógica (0-100 mm) foi avaliada em 1.228 participantes e mostrou uma diferença estatisticamente significante a favor da diacereína com diferenças de médias ponderadas -5.16 (95% IC -9.75, -0.57) com uma alteração de 5 pontos na escala; mas o resultado da análise de heterogeneidade foi importante (P=0.04). Quando analisados separadamente, os grupos de osteoartrite de quadril e joelho não mostraram diferenças. De acordo com o Índice funcional de Lequesne, 1.006 participantes avaliados não tiveram melhora, quer seja na análise do grupo total ou na análise de subgrupos com homogeneidade de resultados (P>0.10). Para osteoartrite de quadril três estudos mostraram uma diferença de médias ponderadas -0.21 (95% IC -0.82, 0.40). Para osteoartrite de joelho, dois estudos mostraram diferenças de médias ponderadas -0.95 (95% IC -2.64, 0.74). O resultado final foi diferenças de médias ponderadas -0.29 (95% IC - 0.87, 0.28). Dois estudos de longa duração, um avaliando osteoartrite de quadril e outro avaliando osteoartrite de joelho analisaram progressão estrutural com medida radiológica de espaço articular. Em osteoartrite de quadril, houve diferença estatisticamente significante lentificando a progressão em contraste com osteoartrite de joelho, que não demonstrou esta redução. Entretanto, as estimativas de efeitos foram bastante diferentes entre os estudos (P=0.04 para osteoartrite de quadril e P=0.85 para osteoartrite de joelho). O mais freqüente efeito adverso foi diarréia. Ocorreu em 459 dos 1.083 participantes que usaram diacereína (42%). Efeitos adversos foram responsáveis pela saída de 18% do grupo diacereína em contraste com 13% do grupo placebo. Conclusões: Há um nível de evidência “ouro” de que a diacereína tem um pequeno mas consistente efeito na melhora da dor. Mais estudos são necessários para confirmar a efetividade e a toxicidade da diacereína a curto e longo prazo no tratamento da osteoartrite. / Objectives:To assess the effectiveness and safety of diacerein for treatment of osteoarthritis in adults with osteoarthritis according the American College of Rheumatology diagnostic criteria. Methods: Systematic review with Cochrane methodology. Search strategy: Databases MEDLINE (1966-2005), EMBASE (1980-2005), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), LILACS(1982-2005) and hand searched reference lists of published articles and conference meetings. Pharmaceutical companies and authors of published articles were contacted. There was no language restriction. Selection criteria: Randomized controlled trials (RCT) or quasiRCTs of placebo-controlled and comparative studies of diacerein in adults with primary or osteoarthritis fulfilling the American College of Rheumatology (ACR) criteria were eligible for inclusion. The main criteria for exclusion was evidence of secondary disease. Data collection & analysis: Data abstraction and quality assessment was performed independently by three investigators according to predetermined criteria and the results were compared to determine the degree of agreement. Quality evaluation was done using Cochrane Handbook Criteria, Jadad and Schultz scores. Continuous outcome measures were pooled using weighted mean differences (WMD). Dichotomous outcome measures were pooled using random effects model and results were expressed as relative risks (RR). Main results: Collectively, the seven identified studies including 2069 participants demonstrated a small, consistent, beneficial effect of diacerein in the treatment of osteoarthritis related to the pain relief. When compared to placebo, pain on a visual analog scale (0-100 mm) was evaluated in 1228 participants and showed a statistically significant difference in favor of diacerein WMD -5.16 (95%CI -9.75, -0.57) with an absolute change of 5 points on the scale; but the heterogeneity analysis result was important (P=0.04). When analysed separately by hip osteoarthritis and knee osteoarthritis , no difference was detected. According to the Lequesne Impairment Index for function, 1006 participants evaluated did not have improvement in the whole group or in the subgroup analysis with homogeneity in all results (P>0.10). For hip osteoarthritis , three studies shownd a WMD -0.21 (95%CI -0.82, 0.40). For knee osteoarthritis , two studies showed WMD -0.95 (95%CI -2.64, 0.74). The summary WMD was -0.29 (95%CI -0.87, 0.28). Two long-term studies, one evaluating hip OA and another evaluating knee osteoarthritis, analysed structural progression with radiographic measurements of joint space. In hip osteoarthritis , there was statistical significant slowing of progression in contrast with knee osteoarthritis that did not demonstrate this reduction. However, the overall effect was very different between studies (P=0.04 for Abstract 137 hip osteoarthritis and P= 0.85 for knee osteoarthritis ). The most frequent adverse event was diarrhea. 459 participants among 1083 participants that received diacerein (42%) were affected. 18% in the treatment group compared with 13% in the placebo group withdrew due to adverse events. Reviewers' conclusions: There is 'gold' level evidence that diacerein has a small, consistent benefit in improvement in pain. Further research is necessary to confirm the short and long-term effectiveness and toxicity of diacerein therapy in osteoarthritis . / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Revisão sistemática : antibióticos no tratamento da encefalopatia hepática

Falavigna, Maicon January 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: Encefalopatia hepática (EH) é uma síndrome neuropsiquiátrica representada por diminuição reversível da função neurológica, causada pela insuficiência hepática. É caracterizada por alterações súbitas – e por vezes intermitentes – na memória, personalidade, concentração, nível de consciência e coordenação motora, podendo evoluir para o estado de coma e morte. A abordagem clássica para a EH inclui suporte clínico, identificação e correção das causas precipitantes e o uso de dissacarídeos não-absorvíveis, como a lactulose e o lactitol, e/ou antibióticos. Enquanto o uso dos dissacarídeos são amplamente difundidos, não há consenso quanto ao uso de antibióticos como agentes terapêuticos na EH. O presente estudo tem por objetivo avaliar os benefícios e os riscos da utilização de antibióticos no tratamento da EH, comparando-os com as demais terapias disponíveis. MÉTODOS: Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito dos antibióticos no tratamento da EH. Os desfechos principais são a ausência de melhora na EH e a mortalidade total, a serem comparados com as demais alternativas para o tratamento desta síndrome. RESULTADOS: Vinte e oito estudos foram incluídos, em sua maioria com fraco rigor metodológico e com pequeno tamanho amostral. Doze compararam antibióticos a dissacarídeos não-absorvíveis e dez compararam diferentes regimes antibióticos. Não houve achados significativos relacionados à mortalidade total. Em relação à melhora clínica, os antibióticos apresentaram superioridade quando comparados aos dissacarídeos 8 (RR 0,82, IC95% 0,68 a 1,00 para ausência de melhora na EH), além de tendência para resolução dos sintomas (RR 0,78, IC95% 0,58 a 1,05 para ausência de recuperação). Para ausência de melhora, na análise de sensibilidade, os estudos avaliando pacientes com EH crônica e os estudos com a co-administração de agentes catárticos apresentaram benefício mais evidente dos antibióticos frente aos dissacarídeos (RR 0,50, IC95% 0,28 a 0,89 na EH crônica; RR 0,82, IC 95% 0,67 a 0,99 com a co-administração de catárticos). Para ausência de recuperação, a rifaximina foi superior a neomicina quando comparada aos dissacarídeos (RR 0,68; IC95% 0,51 a 0,91 vs. RR 0,96, IC95% 0,84 a 1,11; P = 0,04). Adicionalmente, a rifaximina apresentou tendência a superioridade quando comparada aos demais antibióticos (RR 0,61, IC95% 0,34 a 1,09 para ausência de melhora). Não houve relato de eventos adversos sérios relacionados aos tratamentos avaliados. Os eventos mais comuns foram aqueles associados ao trato gastrointestinal, principalmente nos pacientes em uso de dissacarídeos. Por sua vez, não foi incomum a alteração da função renal em vigência do uso de neomicina. CONCLUSÃO: Atualmente as evidências são insuficientes para determinar o real benefício dos antibióticos no tratamento da EH. Encontramos superioridade dos antibióticos comparando-os aos dissacarídeos não-absorvíveis, entretanto esses dados apresentam significância limítrofe e possíveis modificadores de efeito. Não dispomos de comprovação sobre qual regime antibiótico é o mais efetivo manejo da EH, sendo necessário mais estudos para este propósito. Da mesma forma, as evidências sobre a adjuvância do uso de antibióticos em associação a dissacarídeos não nos permitem conclusões adicionais. / BACKGROUND: Hepatic encephalopathy (HE) is a neuropsychiatric syndrome characterized by a reversible decrease in neurological function, caused by hepatic insufficiency. It is characterized by sudden - and sometimes intermittent - changes in memory, personality, concentration, level of consciousness and motor coordination, and can progress to coma and death. The classic approach to HE includes clinical support, identification and correction of precipitating causes, and the use of non-absorbable disaccharides, such as lactulose and lactitol, and / or antibiotics. While the use of disaccharides is widespread, there is no consensus on the use of antibiotics as therapeutic agents in HE. The present study aims to evaluate the benefits and risks of the use of antibiotics for the treatment of HE. METHODS: Systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials evaluating the effect of antibiotics on the treatment of HE, in comparison to alternatives for the treatment of this syndrome. The main outcomes are lack of improvement of HE and mortality. RESULTS: Twenty-eight studies were included, mostly with poor methodological rigor and small sample size. Twelve compared antibiotics to nonabsorbable disaccharides and ten studies compared different antibiotic regimens. There were no significant difference observed on mortality. Antibiotics, compared to disaccharides, were more effective on clinical improvement of HE symptoms (RR 0.82, 95% CI 0.68 to 1.00 for lack of improvement; RR 0.78, 95% CI 0.58 to 1.05 for lack of recovery). In the sensitivity 10 analysis, we observed a larger benefit for antibiotics, compared to disaccharides, in studies evaluating patients with chronic HE (RR 0.50, 95% CI 0.28 to 0.89 for lack of improvement) and in studies with co-administration of cathartic agents (RR 0.82, 95% CI 0.67 to 0.99 for lack of improvement). For lack recovery, rifaximin was superior to neomycin when compared to disaccharides (RR 0.68, 95% CI 0.51 to 0.91 vs. RR 0.96, 95% CI 0.84 to 1.11, P = 0.04). In addition, rifaximin showed better results, although non-significant, when compared to other antibiotics (RR 0.61, 95% CI 0.34 to 1.09 for lack of improvement). There were no report of serious adverse events related to the evaluated interventions. CONCLUSION: Currently, the evidence is insufficient to determine the real benefit of antibiotics in the treatment of HE. In this systematic review, antibiotics were superior to nonabsorbable disaccharides, however, borderline statistical significance and possible effect modifiers were observed. In addition, is unclear which antibiotic regimen is the most effective for HE treatment, with need of further studies for this purpose. Likewise, the evidence available for the use of antibiotics in combination with disaccharides does not allow additional conclusions.
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Efeitos a longo prazo da reabilitação pulmonar em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Burtet, Maria Eugênia Vassallo de January 2004 (has links)
A reabilitação pulmonar é recomendada para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) sintomática. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos a longo prazo da reabilitação pulmonar. Foram estudados 54 pacientes com DPOC (Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo - VEF1 1,00 ± 0,31 L; 35,06% ± 10,8% prev.) 70,4% do sexo masculino e a idade média 63,2 ± 8,0 anos, incluídos no programa de reabilitação pulmonar (RP) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de Janeiro de 2000 a Junho de 2004. O período de seguimento variou entre 6 e 24 meses. A RP foi desenvolvida em nível ambulatorial com uma duração de 8 semanas. Os pacientes participaram de sessões educacionais e treinamento físico supervisionado realizado em cicloergômetro, três vezes na semana. Após a RP os pacientes recebiam orientações por escrito para continuar os exercícios no domicílio, ademais de convidados a participar de reuniões de grupo, mensais. As variáveis estudadas antes e após a RP, e a cada 6 meses durante 24 meses de seguimento, foram: espirometria; distância percorrida em 6 minutos, Índice de Massa Corpórea (IMC), Qualidade de Vida (QV) (Saint George’s Respiratory Questionnaire) e conhecimentos sobre a doença. Não houve alterações significativas no VEF1 nas avaliações realizadas. O peso dos pacientes não se modificou durante o seguimento, independentemente do IMC (p> 0,05). A distância caminhada diminuiu progressivamente após a RP, porém, aos 24 meses era significativamente superior à basal (basal: 389 ± 98 m; 24 meses: 421 ± 82 m; p=0,03). O escore de QV total piorou durante o seguimento, embora aos 24 meses a xi QV fosse melhor que a basal (basal: 57,5 ± 17,7 pontos; 24 meses: 51,8 ± 17,3 pontos; p=0,008). O mesmo comportamento foi observado no domínio atividades (basal: 73,0 ± 16,4 pontos; 24 meses: 67,2 ± 17,1 pontos; p=0,045), e no domínio impacto (basal: 49,8 ± 21,6 pontos; 24 meses: 43,2 ± 19,0; p=0,03). Observou-se uma perda mais precoce nos benefícios obtidos no domínio impacto no grupo de pacientes com VEF1 < 35% em relação ao grupo com VEF1 ≥ 35% (p=0,048). O nível de conhecimentos aumentou significativamente ao longo do seguimento e associouse positivamente à assiduidade nas reuniões de grupo mensais (r=0,33; p=0,03). Os dados sugerem que os benefícios da RP, ainda que parcialmente, persistem após o programa de reabilitação pulmonar. / Pulmonary rehabilitation (PR) is recommended for symptomatic Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) patients. The aim of this study was to analyze the long term effects of pulmonary rehabilitation. Fifty-four patients with COPD (Forced Expiratory Volume in one Second, FEV1 1.00 ± 0.31 L; 35.06% ± 10.8% predicted) were studied, being 70.4% males, average age of 63.2 ± 8.0 years, included in the pulmonary rehabilitation program of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, from January 2000 to June 2004. The follow up period varied from 6 to 24 months. PR was developed at outpatient level in an 8-week period. The patients participated of educational sessions and supervised physical training executed in cycle ergometer, 3 times a week. After the PR, the patients received written directions to continue the exercises at home and were invited to participate of monthly meetings in groups. The studied variables before and after the PR, and at each 6 months during 24 months of follow up were: spirometry, 6 minute walking distance, body mass index (BMI), health status (HS; Saint George’s Respiratory Questionnaire) and knowledge about the disease. There were no significant changes in FEV1 in the carried evaluations. The patients weight did not change during the follow up, independently of the BMI (p > 0.05). The walking distance decreased progressively after the PR, however, at 24 months was significantly higher than the prerehabilitation value (pre-rehabilitation walking distance: 389 ± 98 m; 24 months: 421 ± 82 m; p=0.03). The total Health Status score increased during the follow up period although the Health Status at 24 months was better than in the pre-rehabilitation period (pre-rehabilitation HS: 57.5 ± 17.7 points; 24 months: 51.8 ± 17.3 points; p=0.008). The same pattern was observed in activities domain (pre-rehabilitation activities domain: 73,0 ± 16,4 points; 24 months: 67.2 ± 17.1 points; p=0.045), and in impact domain (pre-rehabilitation impact domain: 49.8 ± 21.6 points; 24 months: 43.2 ± 19.0 points; p=0.03). A more precocious loss of the obtained benefits in the impact domain at the patients’ group with FEV1 < 35% related to the group with FEV1 ≥ 35% (p=0.048) was observed. There was a significant improvement in knowledge level during the follow up, which was positively associated to the assiduity in the monthly group meetings (r=0.33; p=0.03). The data suggest that the PR benefits, even partially, persist 24 months after the pulmonary rehabilitation program.
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Controle intensivo de glicemia no trauma crânio encefálico grave

Coester, Ariane January 2009 (has links)
Introdução Tem sido demonstrado que o tratamento intensivo com insulina (TII) reduz morbidade e mortalidade em pacientes criticamente doentes. No entanto, ainda não está avaliado se este tratamento melhora o prognóstico de pacientes com trauma crânio encefálico (TCE) grave. Materiais e Métodos Nós realizamos um ensaio clínico randomizado no qual pacientes adultos, portadores de TCE contuso grave, com escala de coma de Glasgow ≤ 8, admitidos no centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital de Porto Socorro Municipal de Porto Alegre, foram randomizados para receber TII (com o objetivo de manter a glicemia capilar entre 80 e 110 mg/dl utilizando infusão contínua de insulina) ou tratamento convencional da glicemia (TCG) (com o objetivo de manter a glicemia menor do que 180 mg/dl com insulina subcutânea, no qual a infusão de insulina foi utilizada somente quando a glicemia ultrapassasse 220 mg/dl). O desfecho principal foi Escala de Glasgow de Desfecho 6 meses depois do trauma. Desfechos secundários foram: hipoglicemia, incidência de infecção e tempo de internação na CTI. Resultados Dos 88 pacientes randomizados, 42 foram designados para receber TTI e 46 foram designados para receber TCG. Houve, 3 exclusões no grupo de TTI e 6 no grupo de TCG. Houve um pequeno benefício para o grupo de TTI, com relação ao desfecho neurológico em 6 meses. O escore da Escala de Glasgow de Desfecho >3, que caracteriza um bom desfecho neurológico foi observado em 15 (39,5 %) pacientes no TII e em 13 (32,5%) pacientes no TCG respectivamente, mas esta pequena diferença não foi estatisticamente significativa (p= 0,63). Os pacientes do TII tiveram mais hipoglicemia: 23 (60,5%), comparado a 4 (10%) no grupo de TCG (p< 0,001). Não houve diferença no número de dias de internação na CTI (18,2 27,6 vs. 12,9 12,7) tampouco nas taxas de sepsis (84,6%vs 80%) entre os dois grupos. Conclusão Neste estudo, o TII não melhorou o desfecho neurológico dos pacientes com TCE grave mas aumentou o risco de hipoglicemia quando comparado ao TCG. / Introduction Intensive insulin therapy (IIT) has been shown to reduce morbidity and mortality in critical ill patients. Whether it improves the prognosis of patients with severe traumatic brain injury (STBI) has been little investigated. Materials and Methods We conducted a prospective controlled study where adult patients with blunt STBI, with Glasgow Coma Scale ≤ 8, admitted to the Intensive Care Unit (ICU) were randomly assigned to receive either IIT (maintenance of blood glucose between 80 and 110 mg/dl with continuous insulin infusion) or conventional glycemic therapy (CGT) (maintenance of blood glucose below 180 mg/dl with subcutaneous insulin and insulin infusion only if blood glucose levels exceeded 220 mg/dl). The main outcome was Glasgow outcome scale (GOS) 6 month after trauma. Secondary measures were: hypoglycemia, incidence of infections and days in ICU. Results Of the 88 patients randomized, 42 were assigned to IIT and 46 to CGT. There was no statistical difference (P=0.63) in neurological outcomes between treatment groups: GOS>3 was observed in 15 (39.5 %) patients in the IIT and in 13 (32.5%) patients in the CGT respectively. More patients in the IIT group had hypoglycemia: 23 (60.5%), compared to 4 (10%) in the CGT group (p<0.001). There were no differences in the number of days spent in the ICU (18.2 27.6 vs. 12.9 12.7) nor in the sepsis rates (84.6%vs 80%) between the groups. Conclusion In our study, IIT did not improve the neurological outcome of patients with STBI but did increase the risk of hypoglycemia compared to CGT.
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Dosagem urinária de 6-sulfatoximelatonina como predição da eficácia terapêutica de antidepressivo

Pezzi, Julio Carlos January 2009 (has links)
Introdução: Estudos baseados na teoria monoaminérgica da depressão tem hipotetizado que a produção de melatonina está alterada no transtorno depressivo, como consequência de distúrbios na transmissão de noradrenalina. Seguindo essa idéia, outros estudos têm encontrado que o tratamento com antidepressivos aumentaria a excreção de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s), metabólito da melatonina e possível marcador de atividade simpática, em pacientes deprimidos, livres de tratamento. Objetivos: Avaliar a relação entre a excreção de aMT6s nas primeiras 24 horas de tratamento com nortriptilina e a resposta clínica medida duas e oito semanas após. Métodos: Participaram do estudo 23 mulheres com diagnóstico de episódio depressivo atual (SCID-I) livres de medicação. Iniciou-se tratamento com nortriptilina seguindo-se por 8 semanas (aumento fracional da dose conforme necessidade clínica), sendo a gravidade dos sintomas avaliada pela Escala Hamilton Depressão (HAM-D) antes do tratamento, e na segunda e oitava semanas após. Foi realizada coleta de urina de 24 horas um dia antes e um dia após o início do tratamento. Após aliquotagem das amostras em quatro períodos (08h00-12h00, 12h00-18h00, 18h00-00h00 e 00h00- 06h00) foi dosada 6-sulfatoximelatonina (sMT6a). Resultados: O período de maior excreção da aMT6s ocorreu entre a 00h00-06h00, conforme confirmação por análises Post hoc (Bonferroni) (p<0.05). Esse aumento durante o período da madrugada ocorreu antes (p<0.05) e após (p<0.05) o início da medicação. Além disso, foi observada uma correlação positiva entre a excreção de aMT6 antes e após o início de nortriptilina (r=0.76;p<0.01), mas não entre excreção de aMT6 antes da droga e aumento fracional dessa (r=-0.33;p=0.88). Conclusão: Nesse estudo foi observado que após o primeiro dia de uso da nortriptilina por pacientes deprimidos livres de medicação há um aumento na excreção urinária do metabólito da melatonina aMT6s. Isso corrobora com a hipótese de que a excreção de aMT6s durante a madrugada sugere um aumento na produção de melatonina pineal possivelmente relacionada com o efeito farmacológico da nortriptilina. Dessa forma a aMT6s poderia ser um interessante marcador de resposta terapêutica.
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Revisão sistemática : antibióticos no tratamento da encefalopatia hepática

Falavigna, Maicon January 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: Encefalopatia hepática (EH) é uma síndrome neuropsiquiátrica representada por diminuição reversível da função neurológica, causada pela insuficiência hepática. É caracterizada por alterações súbitas – e por vezes intermitentes – na memória, personalidade, concentração, nível de consciência e coordenação motora, podendo evoluir para o estado de coma e morte. A abordagem clássica para a EH inclui suporte clínico, identificação e correção das causas precipitantes e o uso de dissacarídeos não-absorvíveis, como a lactulose e o lactitol, e/ou antibióticos. Enquanto o uso dos dissacarídeos são amplamente difundidos, não há consenso quanto ao uso de antibióticos como agentes terapêuticos na EH. O presente estudo tem por objetivo avaliar os benefícios e os riscos da utilização de antibióticos no tratamento da EH, comparando-os com as demais terapias disponíveis. MÉTODOS: Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito dos antibióticos no tratamento da EH. Os desfechos principais são a ausência de melhora na EH e a mortalidade total, a serem comparados com as demais alternativas para o tratamento desta síndrome. RESULTADOS: Vinte e oito estudos foram incluídos, em sua maioria com fraco rigor metodológico e com pequeno tamanho amostral. Doze compararam antibióticos a dissacarídeos não-absorvíveis e dez compararam diferentes regimes antibióticos. Não houve achados significativos relacionados à mortalidade total. Em relação à melhora clínica, os antibióticos apresentaram superioridade quando comparados aos dissacarídeos 8 (RR 0,82, IC95% 0,68 a 1,00 para ausência de melhora na EH), além de tendência para resolução dos sintomas (RR 0,78, IC95% 0,58 a 1,05 para ausência de recuperação). Para ausência de melhora, na análise de sensibilidade, os estudos avaliando pacientes com EH crônica e os estudos com a co-administração de agentes catárticos apresentaram benefício mais evidente dos antibióticos frente aos dissacarídeos (RR 0,50, IC95% 0,28 a 0,89 na EH crônica; RR 0,82, IC 95% 0,67 a 0,99 com a co-administração de catárticos). Para ausência de recuperação, a rifaximina foi superior a neomicina quando comparada aos dissacarídeos (RR 0,68; IC95% 0,51 a 0,91 vs. RR 0,96, IC95% 0,84 a 1,11; P = 0,04). Adicionalmente, a rifaximina apresentou tendência a superioridade quando comparada aos demais antibióticos (RR 0,61, IC95% 0,34 a 1,09 para ausência de melhora). Não houve relato de eventos adversos sérios relacionados aos tratamentos avaliados. Os eventos mais comuns foram aqueles associados ao trato gastrointestinal, principalmente nos pacientes em uso de dissacarídeos. Por sua vez, não foi incomum a alteração da função renal em vigência do uso de neomicina. CONCLUSÃO: Atualmente as evidências são insuficientes para determinar o real benefício dos antibióticos no tratamento da EH. Encontramos superioridade dos antibióticos comparando-os aos dissacarídeos não-absorvíveis, entretanto esses dados apresentam significância limítrofe e possíveis modificadores de efeito. Não dispomos de comprovação sobre qual regime antibiótico é o mais efetivo manejo da EH, sendo necessário mais estudos para este propósito. Da mesma forma, as evidências sobre a adjuvância do uso de antibióticos em associação a dissacarídeos não nos permitem conclusões adicionais. / BACKGROUND: Hepatic encephalopathy (HE) is a neuropsychiatric syndrome characterized by a reversible decrease in neurological function, caused by hepatic insufficiency. It is characterized by sudden - and sometimes intermittent - changes in memory, personality, concentration, level of consciousness and motor coordination, and can progress to coma and death. The classic approach to HE includes clinical support, identification and correction of precipitating causes, and the use of non-absorbable disaccharides, such as lactulose and lactitol, and / or antibiotics. While the use of disaccharides is widespread, there is no consensus on the use of antibiotics as therapeutic agents in HE. The present study aims to evaluate the benefits and risks of the use of antibiotics for the treatment of HE. METHODS: Systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials evaluating the effect of antibiotics on the treatment of HE, in comparison to alternatives for the treatment of this syndrome. The main outcomes are lack of improvement of HE and mortality. RESULTS: Twenty-eight studies were included, mostly with poor methodological rigor and small sample size. Twelve compared antibiotics to nonabsorbable disaccharides and ten studies compared different antibiotic regimens. There were no significant difference observed on mortality. Antibiotics, compared to disaccharides, were more effective on clinical improvement of HE symptoms (RR 0.82, 95% CI 0.68 to 1.00 for lack of improvement; RR 0.78, 95% CI 0.58 to 1.05 for lack of recovery). In the sensitivity 10 analysis, we observed a larger benefit for antibiotics, compared to disaccharides, in studies evaluating patients with chronic HE (RR 0.50, 95% CI 0.28 to 0.89 for lack of improvement) and in studies with co-administration of cathartic agents (RR 0.82, 95% CI 0.67 to 0.99 for lack of improvement). For lack recovery, rifaximin was superior to neomycin when compared to disaccharides (RR 0.68, 95% CI 0.51 to 0.91 vs. RR 0.96, 95% CI 0.84 to 1.11, P = 0.04). In addition, rifaximin showed better results, although non-significant, when compared to other antibiotics (RR 0.61, 95% CI 0.34 to 1.09 for lack of improvement). There were no report of serious adverse events related to the evaluated interventions. CONCLUSION: Currently, the evidence is insufficient to determine the real benefit of antibiotics in the treatment of HE. In this systematic review, antibiotics were superior to nonabsorbable disaccharides, however, borderline statistical significance and possible effect modifiers were observed. In addition, is unclear which antibiotic regimen is the most effective for HE treatment, with need of further studies for this purpose. Likewise, the evidence available for the use of antibiotics in combination with disaccharides does not allow additional conclusions.
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Efeitos a longo prazo da reabilitação pulmonar em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Burtet, Maria Eugênia Vassallo de January 2004 (has links)
A reabilitação pulmonar é recomendada para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) sintomática. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos a longo prazo da reabilitação pulmonar. Foram estudados 54 pacientes com DPOC (Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo - VEF1 1,00 ± 0,31 L; 35,06% ± 10,8% prev.) 70,4% do sexo masculino e a idade média 63,2 ± 8,0 anos, incluídos no programa de reabilitação pulmonar (RP) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de Janeiro de 2000 a Junho de 2004. O período de seguimento variou entre 6 e 24 meses. A RP foi desenvolvida em nível ambulatorial com uma duração de 8 semanas. Os pacientes participaram de sessões educacionais e treinamento físico supervisionado realizado em cicloergômetro, três vezes na semana. Após a RP os pacientes recebiam orientações por escrito para continuar os exercícios no domicílio, ademais de convidados a participar de reuniões de grupo, mensais. As variáveis estudadas antes e após a RP, e a cada 6 meses durante 24 meses de seguimento, foram: espirometria; distância percorrida em 6 minutos, Índice de Massa Corpórea (IMC), Qualidade de Vida (QV) (Saint George’s Respiratory Questionnaire) e conhecimentos sobre a doença. Não houve alterações significativas no VEF1 nas avaliações realizadas. O peso dos pacientes não se modificou durante o seguimento, independentemente do IMC (p> 0,05). A distância caminhada diminuiu progressivamente após a RP, porém, aos 24 meses era significativamente superior à basal (basal: 389 ± 98 m; 24 meses: 421 ± 82 m; p=0,03). O escore de QV total piorou durante o seguimento, embora aos 24 meses a xi QV fosse melhor que a basal (basal: 57,5 ± 17,7 pontos; 24 meses: 51,8 ± 17,3 pontos; p=0,008). O mesmo comportamento foi observado no domínio atividades (basal: 73,0 ± 16,4 pontos; 24 meses: 67,2 ± 17,1 pontos; p=0,045), e no domínio impacto (basal: 49,8 ± 21,6 pontos; 24 meses: 43,2 ± 19,0; p=0,03). Observou-se uma perda mais precoce nos benefícios obtidos no domínio impacto no grupo de pacientes com VEF1 < 35% em relação ao grupo com VEF1 ≥ 35% (p=0,048). O nível de conhecimentos aumentou significativamente ao longo do seguimento e associouse positivamente à assiduidade nas reuniões de grupo mensais (r=0,33; p=0,03). Os dados sugerem que os benefícios da RP, ainda que parcialmente, persistem após o programa de reabilitação pulmonar. / Pulmonary rehabilitation (PR) is recommended for symptomatic Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) patients. The aim of this study was to analyze the long term effects of pulmonary rehabilitation. Fifty-four patients with COPD (Forced Expiratory Volume in one Second, FEV1 1.00 ± 0.31 L; 35.06% ± 10.8% predicted) were studied, being 70.4% males, average age of 63.2 ± 8.0 years, included in the pulmonary rehabilitation program of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, from January 2000 to June 2004. The follow up period varied from 6 to 24 months. PR was developed at outpatient level in an 8-week period. The patients participated of educational sessions and supervised physical training executed in cycle ergometer, 3 times a week. After the PR, the patients received written directions to continue the exercises at home and were invited to participate of monthly meetings in groups. The studied variables before and after the PR, and at each 6 months during 24 months of follow up were: spirometry, 6 minute walking distance, body mass index (BMI), health status (HS; Saint George’s Respiratory Questionnaire) and knowledge about the disease. There were no significant changes in FEV1 in the carried evaluations. The patients weight did not change during the follow up, independently of the BMI (p > 0.05). The walking distance decreased progressively after the PR, however, at 24 months was significantly higher than the prerehabilitation value (pre-rehabilitation walking distance: 389 ± 98 m; 24 months: 421 ± 82 m; p=0.03). The total Health Status score increased during the follow up period although the Health Status at 24 months was better than in the pre-rehabilitation period (pre-rehabilitation HS: 57.5 ± 17.7 points; 24 months: 51.8 ± 17.3 points; p=0.008). The same pattern was observed in activities domain (pre-rehabilitation activities domain: 73,0 ± 16,4 points; 24 months: 67.2 ± 17.1 points; p=0.045), and in impact domain (pre-rehabilitation impact domain: 49.8 ± 21.6 points; 24 months: 43.2 ± 19.0 points; p=0.03). A more precocious loss of the obtained benefits in the impact domain at the patients’ group with FEV1 < 35% related to the group with FEV1 ≥ 35% (p=0.048) was observed. There was a significant improvement in knowledge level during the follow up, which was positively associated to the assiduity in the monthly group meetings (r=0.33; p=0.03). The data suggest that the PR benefits, even partially, persist 24 months after the pulmonary rehabilitation program.
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Controle intensivo de glicemia no trauma crânio encefálico grave

Coester, Ariane January 2009 (has links)
Introdução Tem sido demonstrado que o tratamento intensivo com insulina (TII) reduz morbidade e mortalidade em pacientes criticamente doentes. No entanto, ainda não está avaliado se este tratamento melhora o prognóstico de pacientes com trauma crânio encefálico (TCE) grave. Materiais e Métodos Nós realizamos um ensaio clínico randomizado no qual pacientes adultos, portadores de TCE contuso grave, com escala de coma de Glasgow ≤ 8, admitidos no centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital de Porto Socorro Municipal de Porto Alegre, foram randomizados para receber TII (com o objetivo de manter a glicemia capilar entre 80 e 110 mg/dl utilizando infusão contínua de insulina) ou tratamento convencional da glicemia (TCG) (com o objetivo de manter a glicemia menor do que 180 mg/dl com insulina subcutânea, no qual a infusão de insulina foi utilizada somente quando a glicemia ultrapassasse 220 mg/dl). O desfecho principal foi Escala de Glasgow de Desfecho 6 meses depois do trauma. Desfechos secundários foram: hipoglicemia, incidência de infecção e tempo de internação na CTI. Resultados Dos 88 pacientes randomizados, 42 foram designados para receber TTI e 46 foram designados para receber TCG. Houve, 3 exclusões no grupo de TTI e 6 no grupo de TCG. Houve um pequeno benefício para o grupo de TTI, com relação ao desfecho neurológico em 6 meses. O escore da Escala de Glasgow de Desfecho >3, que caracteriza um bom desfecho neurológico foi observado em 15 (39,5 %) pacientes no TII e em 13 (32,5%) pacientes no TCG respectivamente, mas esta pequena diferença não foi estatisticamente significativa (p= 0,63). Os pacientes do TII tiveram mais hipoglicemia: 23 (60,5%), comparado a 4 (10%) no grupo de TCG (p< 0,001). Não houve diferença no número de dias de internação na CTI (18,2 27,6 vs. 12,9 12,7) tampouco nas taxas de sepsis (84,6%vs 80%) entre os dois grupos. Conclusão Neste estudo, o TII não melhorou o desfecho neurológico dos pacientes com TCE grave mas aumentou o risco de hipoglicemia quando comparado ao TCG. / Introduction Intensive insulin therapy (IIT) has been shown to reduce morbidity and mortality in critical ill patients. Whether it improves the prognosis of patients with severe traumatic brain injury (STBI) has been little investigated. Materials and Methods We conducted a prospective controlled study where adult patients with blunt STBI, with Glasgow Coma Scale ≤ 8, admitted to the Intensive Care Unit (ICU) were randomly assigned to receive either IIT (maintenance of blood glucose between 80 and 110 mg/dl with continuous insulin infusion) or conventional glycemic therapy (CGT) (maintenance of blood glucose below 180 mg/dl with subcutaneous insulin and insulin infusion only if blood glucose levels exceeded 220 mg/dl). The main outcome was Glasgow outcome scale (GOS) 6 month after trauma. Secondary measures were: hypoglycemia, incidence of infections and days in ICU. Results Of the 88 patients randomized, 42 were assigned to IIT and 46 to CGT. There was no statistical difference (P=0.63) in neurological outcomes between treatment groups: GOS>3 was observed in 15 (39.5 %) patients in the IIT and in 13 (32.5%) patients in the CGT respectively. More patients in the IIT group had hypoglycemia: 23 (60.5%), compared to 4 (10%) in the CGT group (p<0.001). There were no differences in the number of days spent in the ICU (18.2 27.6 vs. 12.9 12.7) nor in the sepsis rates (84.6%vs 80%) between the groups. Conclusion In our study, IIT did not improve the neurological outcome of patients with STBI but did increase the risk of hypoglycemia compared to CGT.

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