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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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Modelações e variações do tema e da personagem do avarento em Aulularia, de Plauto, O Avarento, de Moliere, e o Santo e a Porca, de Ariano Suassuna / Modulación y variación del tema y del personaje del avarento en Aulularia, de Plauto, El Avaro, de Molière, y O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna

Santos, Maricélia Nunes dos 07 February 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:55:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maricelia.pdf: 841634 bytes, checksum: bbfe6537f1e9c2fffbf682ca74b487cb (MD5) Previous issue date: 2014-02-07 / Esta investigación consiste en el estudio acerca de la constitución de los personajes avarientos que figuran en las piezas teatrales Aulularia (siglo II a.C.), de Plauto, El avaro (1668), de Molière, y O santo e a porca (1957), de Ariano Suassuna. Proponemos el estudio de las representaciones estéticas de tales personajes a partir del presupuesto de que el avariento se caracteriza como uno de los muchos elementos oriundos del cómico. En ese sentido, al atentar para las variaciones de aquel, pretendemos también proceder a la comprensión de las modulaciones de este, entendiéndolo bajo la perspectiva de la ambivalencia, tomada de Mijaíl Bajtín (1999). Para tanto, buscamos percibir en qué medida el avariento criado por Suassuna se acerca/aleja de los avarientos representados por Plauto y Molière; atentamos para la representatividad de los personajes avarientos como elementos del cómico; y destacamos la influencia de aspectos de orden ideológico-cultural que permean las trasformaciones histórico-sociales del occidente, en las representaciones estéticas de la avaricia. Nuestra investigación parte de los presupuestos de la Literatura Comparada y se apoya en los estudios bajtinianos, en lo que se refiere a la ambivalencia cómica y a la noción de dialogismo, en las consideraciones de Kristeva (1974), relativamente al concepto de intertextualidad, y en Aristóteles (1984), Brandão (1999), Bergson (1980), Propp (1992), Monois (2003), entre otros, que tratan del cómico y de su representatividad en diversos contextos. Acerca de los resultados alcanzados, destacamos que los tres personajes avarientos de que tratamos se caracterizan como personajes cómicos, en la perspectiva de la ambivalencia, pero en ellos son acentuadas características distintas y tales características hacen con que la ambivalencia cómica asuma proporciones diversas en cada una de las producciones artísticas. / Esta pesquisa consiste no estudo acerca da constituição das personagens avarentas que figuram nas peças teatrais Aulularia (séc. II a. C.), de Plauto, O avarento (1668), de Molière, e O santo e a porca (1957), de Ariano Suassuna. Propomos o estudo das representações estéticas de tais personagens a partir do pressuposto de que o avarento se caracteriza como um dos muitos elementos oriundos do cômico. Nesse sentido, ao atentarmos para as variações daquele, pretendemos também proceder à compreensão das modulações deste, entendendo-o sob a perspectiva da ambivalência, tomada de Mikhail Bakhtin (1999). Para tanto, buscamos perceber em que medida o avarento criado por Suassuna se aproxima/distancia dos avarentos representados por Plauto e Molière; atentamos para a representatividade das personagens avaras como elementos do cômico; e destacamos a influência de aspectos de ordem ideológico-cultural que permeiam as transformações histórico-sociais do ocidente, nas representações estéticas da avareza. Nossa pesquisa parte dos pressupostos da Literatura Comparada e se apoia nos estudos bakhtinianos, no que diz respeito à ambivalência cômica e à noção de dialogismo, nas considerações de Kristeva (1974), relativamente ao conceito de intertextualidade, e em Aristóteles (1984), Brandão (1999), Bergson (1980), Propp (1992), Minois (2003), entre outros, que tratam do cômico e de sua representatividade em diferentes contextos. No que se refere aos resultados alcançados, destacamos que as três personagens avarentas de que tratamos se caracterizam como personagens cômicas, na perspectiva da ambivalência, mas nelas são acentuadas características distintas e tais características acabam por fazer com que a ambivalência cômica assuma proporções diversas em cada uma das produções artísticas.
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A poética do encontro: uma percepção contemporânea do mundo através da poesia de Fernando Fiorese

Costa, Tatiana da Silva Falcão 08 December 2008 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2017-02-20T12:18:55Z No. of bitstreams: 1 tatianadasilvafalcaocosta.pdf: 666906 bytes, checksum: 4e3c3b9e2476393dca49dc15ee9f2665 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2017-02-20T17:59:33Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tatianadasilvafalcaocosta.pdf: 666906 bytes, checksum: 4e3c3b9e2476393dca49dc15ee9f2665 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2017-02-20T18:08:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tatianadasilvafalcaocosta.pdf: 666906 bytes, checksum: 4e3c3b9e2476393dca49dc15ee9f2665 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-20T18:08:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tatianadasilvafalcaocosta.pdf: 666906 bytes, checksum: 4e3c3b9e2476393dca49dc15ee9f2665 (MD5) Previous issue date: 2008-12-08 / Esta pesquisa procura compreender como se dá a percepção do mundo sob a perspectiva contemporânea. A via de acesso a esta percepção é a poesia do mineiro de Pirapetinga, Fernando Fábio Fiorese Furtado. Pretendemos i) ampliar nossos questionamentos sobre a atuação da poesia contemporânea na elaboração identitária individual (a priori) e a coletiva (a posteriori), ii) traçar um perfil da percepção contemporânea do mundo através desta poética do enconto. Para nós a construção identitária se dá sempre em relação. / This research looks for getting a better comprehension about a contemporary perception of the world through Fernando Fiorese’s poetry. He is a contemporary Brazilian poet from Pirapetinga, Minas Gerais. We intend i) to enlarge the possibilities of questions related to contemporary poetry performance in working out both individual identity (a priori) and colletive one (a posteriori); ii) to outline a contemporary perception of the world through this meeting poetry. We believe that the identity construction happens always in relation.
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A alienação do trabalho na Pós-modernidade / La alienación del trabajo en la post-modernidad

Rogério Cesar Fornes 18 November 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação tem por objetivo realizar uma análise crítica do conceito de trabalho alienado, utilizado nas obras do pensador Karl Marx, em nossa atual conjuntura sócio- econômica. O objeto de estudo proposto se justifica devido as transformações ocorridas no mundo do trabalho a partir da segunda metade do século XX. Trabalhamos com a hipótese de que, no curso dessas mudanças, aprofunda-se o processo de alienação inaugurado na modernidade com o desenvolvimento da sociedade industrial, em cujo bojo se deu o movimento de expropriação-apropriação da força de trabalho. A alienação é um fenômeno historicamente condicionado, desde que se reconheça que o homem é alienado em relação a alguma coisa. Esse processo, segundo Marx, transformou os seres humanos em coisas, convertendo o trabalhador em mercadoria. O capital se opõe ao trabalho dando lugar a um processo que se define historicamente em dois registros: um negativo, um estranhamento com relação ao mundo, à medida em que o trabalho é apropriado pelo capital que o domina transformando o homem novamente em natureza e outro positivo, no qual o trabalho enquanto atividade livre do homem permite-lhe objetivar-se a si mesmo como diferente da natureza e, portanto, como especificamente humano. É na tensão entre a necessidade e a liberdade que a contradição capital-trabalho ganha sentido na obra de Marx. Para esse estudioso, se na primeira chave o trabalho é fonte de alienação e sofrimento, na segunda ele pode produzir dignidade e realização humana descortinando um horizonte possível de superação da alienação. / Esta disertación tiene como objetivo lograr un análisis crítico del concepto de trabajo alienado, que se utiliza en las obras del pensador Karl Marx, en nuestra actual situación socio- económica. El objeto de estudio se justifica por los cambios en el mundo del trabajo desde la segunda mitad del siglo XX. Trabajamos con la hipótesis de que en el curso de estos cambios, se profundiza el proceso de alienación inaugurado en la modernidad con el desarrollo de la sociedad industrial, en cuyo medio hecho el paso de expropiar la propiedad de la mano de obra. La alienación es un fenómeno históricamente condicionado, desde que se reconoce que el hombre se aliena en algo. Este proceso, según Marx, convertió a los seres humanos en cosas, convertió al trabajador en una mercancía. El capital se opone al trabajo, que crea un proceso que se define históricamente por dos registros: uno negativo, un distanciamiento con el mundo, en la medida en que el trabajo es adecuado para el capital que domina de nuevo el hombre en la transformación de la naturaleza; otro positivo, donde el trabajo como una actividad libre del hombre le permite por sí mismo crearse como diferente de la naturaleza y, por tanto, como específicamente humano. Es en la tensión entre la necesidad y la libertad que la contradicción capital-trabajo gana sentido en las tesis de Marx. Para este estudioso, se en el primer registro el trabajo es la fuente fundamental de la alienación y el sufrimiento, es en el segundo que puede producir la dignidad humana y el posible horizonte de superación de la alienación.
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A alienação do trabalho na Pós-modernidade / La alienación del trabajo en la post-modernidad

Rogério Cesar Fornes 18 November 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação tem por objetivo realizar uma análise crítica do conceito de trabalho alienado, utilizado nas obras do pensador Karl Marx, em nossa atual conjuntura sócio- econômica. O objeto de estudo proposto se justifica devido as transformações ocorridas no mundo do trabalho a partir da segunda metade do século XX. Trabalhamos com a hipótese de que, no curso dessas mudanças, aprofunda-se o processo de alienação inaugurado na modernidade com o desenvolvimento da sociedade industrial, em cujo bojo se deu o movimento de expropriação-apropriação da força de trabalho. A alienação é um fenômeno historicamente condicionado, desde que se reconheça que o homem é alienado em relação a alguma coisa. Esse processo, segundo Marx, transformou os seres humanos em coisas, convertendo o trabalhador em mercadoria. O capital se opõe ao trabalho dando lugar a um processo que se define historicamente em dois registros: um negativo, um estranhamento com relação ao mundo, à medida em que o trabalho é apropriado pelo capital que o domina transformando o homem novamente em natureza e outro positivo, no qual o trabalho enquanto atividade livre do homem permite-lhe objetivar-se a si mesmo como diferente da natureza e, portanto, como especificamente humano. É na tensão entre a necessidade e a liberdade que a contradição capital-trabalho ganha sentido na obra de Marx. Para esse estudioso, se na primeira chave o trabalho é fonte de alienação e sofrimento, na segunda ele pode produzir dignidade e realização humana descortinando um horizonte possível de superação da alienação. / Esta disertación tiene como objetivo lograr un análisis crítico del concepto de trabajo alienado, que se utiliza en las obras del pensador Karl Marx, en nuestra actual situación socio- económica. El objeto de estudio se justifica por los cambios en el mundo del trabajo desde la segunda mitad del siglo XX. Trabajamos con la hipótesis de que en el curso de estos cambios, se profundiza el proceso de alienación inaugurado en la modernidad con el desarrollo de la sociedad industrial, en cuyo medio hecho el paso de expropiar la propiedad de la mano de obra. La alienación es un fenómeno históricamente condicionado, desde que se reconoce que el hombre se aliena en algo. Este proceso, según Marx, convertió a los seres humanos en cosas, convertió al trabajador en una mercancía. El capital se opone al trabajo, que crea un proceso que se define históricamente por dos registros: uno negativo, un distanciamiento con el mundo, en la medida en que el trabajo es adecuado para el capital que domina de nuevo el hombre en la transformación de la naturaleza; otro positivo, donde el trabajo como una actividad libre del hombre le permite por sí mismo crearse como diferente de la naturaleza y, por tanto, como específicamente humano. Es en la tensión entre la necesidad y la libertad que la contradicción capital-trabajo gana sentido en las tesis de Marx. Para este estudioso, se en el primer registro el trabajo es la fuente fundamental de la alienación y el sufrimiento, es en el segundo que puede producir la dignidad humana y el posible horizonte de superación de la alienación.
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Residentes universitários da UFS : dinâmicas identitárias, esteriótipos e ambivalência

Santos, Guilherme Fernandes Melo dos 26 September 2012 (has links)
The identities are forged dynamically in daily life amid the socio-psychological and political conditions. In this work, we adopt the theoretical perspective of social psychology, which considers social identity as a part of self-enunciation related to the perception of belonging to social groups, along with emotional meanings associated with that membership. This paper examines the dynamics of content creation and identity among resident students of UFS University through two studies: the first following a script mixed with questionnaire and interview, and the second through meetings in the form of focus groups. The study I aimed at investigating how university residents processed their identity constructions and specifically to verify the identity dimension which would be more evident - the individual or collective - what is the importance of (being a resident) for said building identity; the level of satisfaction associated with social belonging; which representations residents have of their social belonging and, finally, what meta-stereotypes in relation to group membership are apprehended by residents in the university context. The results indicated the large capacity of the participants in constructing self-concept meanings for themselves on the individual dimension, rather than consideration of possible dimensions of collective identities. Little emphasis was also noticed on self formulations of survey participants regarding the identity category "resident / university resident", and this, plus low prevalence, is also little protruding between them. Moreover, for those who associate their identities to the recognition of social belonging, the level of satisfaction regarding their identities is ambivalent. We also verified that there is among the surveyed a representational framework regarding the social belonging that does not favor the production of identity linked to the group of resident students; this frame also includes the seizure of meta-stereotypes toward the group produced in the university context. The study II aimed to verify whether, in contexts where possibly belonging to the social group of university residents structures political positions, participants turn to the social belonging "university resident" with a higher prevalence in the promotion and projection of their statements. The results indicated that, in specific situations, university residents now use the social category to which they belong in their identity constructions with the goal of legitimizing the demands and garner resources (material and symbolic) for the group. The recognition of social contexts in which the identity dynamics are processed, the perception of stereotypes and discrimination that arise from the establishment of an undervalued social identity causes individuals not to edit their identity belongings, whereas in times of struggles for better conditions for group membership, the affirmation of social identity is needed in legitimizing the claims related to the well being of the group. / As identidades se forjam dinamicamente no cotidiano dos indivíduos, em meio às condições sociopsicológicas e políticas. Neste trabalho, adotamos a perspectiva teórica da psicologia social, que considera a identidade social como uma parcela da autoenunciação de si relacionada à percepção de pertença aos grupos sociais, juntamente com significados emocionais associados a essa pertença. Este trabalho analisa as dinâmicas de constituição e conteúdos identitários entre estudantes residentes universitários da Universidade Federal de Sergipe por meio de dois estudos, o primeiro seguindo um roteiro misto de questionário com entrevista e o segundo através de encontros na modalidade de grupo focal. O estudo I teve por objetivo principal investigar como os residentes universitários processavam as suas construções identitárias e especificamente verificar qual a dimensão identitária seria mais evidenciada - a individual ou a coletiva - qual a importância do (ser residente) para as referidas construções identitárias; qual o nível de satisfação associado à pertença social; quais as representações que os residentes têm de sua pertença social e por fim, quais metaestereótipos em relação ao grupo de pertença são apreendidos pelos residentes no contexto universitário. Os resultados indicaram a grande capacidade dos participantes em significar para si um autoconceito ligado à dimensão individual, em detrimento da possível consideração da dimensão coletiva das identidades. Foi notado também, pouco destaque nas formulações de autoconceito dos participantes da pesquisa relacionado à categoria identitária residente/residente universitário , sendo que a mesma, além de pouco prevalente é também pouco saliente entre os mesmos. Além do mais, para aqueles que associam suas identidades ao reconhecimento do pertencimento social, o nível de satisfação em relação às suas identidades é ambivalente. Verificamos também que há entre os pesquisados um quadro representacional em relação à pertença social que não favorece a produção identitária vinculada ao grupo dos residentes universitários, esse quadro inclui ainda a apreensão dos metaestereótipos em relação ao grupo produzidos no contexto universitário. O estudo II teve por objetivo verificar se em contextos onde possivelmente o pertencimento social ao grupo dos residentes universitários estrutura posicionamentos políticos, os participantes recorreriam à pertença social residente universitário com maior prevalência no fomento de suas declarações. Os resultados indicaram que, em situações específicas, os residentes passam a usar a categoria social ao qual fazem parte nas suas construções identitárias com o objetivo de legitimar as demandas e angariar recursos (materiais e simbólicos) para o grupo. O reconhecimento dos contextos sociais, nos quais, as dinâmicas identitárias se processam, a percepção dos estereótipos e da discriminação que advêm do estabelecimento de uma identidade social pouco valorizada faz com que os indivíduos não editem suas pertenças identitárias, ao passo que nos momentos de disputas por melhores condições para o grupo de pertença, a afirmação da identidade social se faz necessária na legitimação das demandas relacionadas ao bem estar do grupo.

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