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O cotidiano dos funcionários de um instituto médico legal frente à morte: uma leitura a partir da bioética personalista / The daily routine of Forensics Workers towards Death: a personalistic bioethics view

Köhler, Isabel Cristina Carstens 04 December 2009 (has links)
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que buscou compreender a vivência dos trabalhadores no universo do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina Pr. Teve por objetivos analisar as experiências dos funcionários no IML com morte, identificar os desafios advindos e as percepções sobre a humanização no cotidiano do processo de trabalho em seu ambiente profissional. O referencial teórico adotado foi a Bioética Personalista. Para a coleta de dados optou-se por utilizar a entrevista semiestruturada. A saturação das entrevistas foi atingida com a participação de 12 profissionais do Instituto Médico Legal, incluindo representantes de todos os segmentos funcionais. As entrevistas foram realizadas de abril de 2008 a março de 2009. Para a construção das categorias empíricas foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin. Esta análise seguindo um ordenamento conceitual conduziu à definição de três categorias temáticas: (1) o objeto do trabalho no Instituto Médico Legal; (2) a experiência do trabalhador do Instituto Médico Legal com morte e; (3) o cotidiano no processo de trabalho no Instituto Médico Legal. As três categorias versam sobre o processo de trabalho dos funcionários do Instituto Médico Legal de Londrina, cujas atividades laborativas são interdisciplinares. Nela estão incluídas as características do trabalho pericial em cadáveres, a representação do cadáver enquanto objeto de trabalho e os sentimentos vividos pelos funcionários em atuação. O cadáver enquanto objeto de trabalho foi percebido como uma pessoa num corpo calado, resultado de escolhas de vida e como membro de uma família. A família do cadáver também foi percebida como um objeto de trabalho, na perspectiva do atendimento e acolhimento que esta necessita neste momento de morte abrupta, em suas diferentes formas de reação. A segunda categoria versa sobre as percepções do fato da morte em si; seus significados agrupados nas dimensões biológica, religiosa e filosófica e; os sentimentos vivenciados frente ao final da vida. A terceira categoria abrange as características do processo de trabalho pericial e os sentimentos frente a esta prática. Emergem nas características do processo pericial os aspectos legais, o desconhecimento social, a repercussão pública, a ignorância do resultado final, as situações inesperadas e inusitadas, o trabalho em equipe e a carga laborativa. Entre os sentimentos surgem a tristeza, a compaixão, a dor, o medo, a surpresa, a exaustão, a impotência, a realização profissional e o resgate como ser humano. Nesse trabalho insurgiram desafios enquanto pessoas e enquanto profissionais técnicos, no atendimento pericial tanto às vítimas como aos familiares, no momento de morte. Resultados deste estudo evidenciam que os funcionários do IML são impelidos ao resgate de suas crenças e valores enquanto pessoas, desde o momento em que, conceituam morte, recordam-se de suas vivências, trabalham em equipe, relacionam-se com o cadáver e com os familiares deste. / This is a qualitative research that aimed to understand the experience of workers in the universe of the Institute of Forensic Medicine in Londrina-PR. The three objectives were to analyze the experiences of these workers with death, identify the challenges sprung from this work and their perceptions about humanization in their daily work process at the work environment. The Personalistic Bioethics theoretical reference was used. Semi-structured interviews were chosen for data collection. The interviews saturation was reached by the participation of 12 Institute of Forensic Medicine workers, representing all functional sectors. The interviews were conducted from April 2008 to March 2009. The Bardin Content Analysis was used to build empirical categories. By following a conceptual ordering, this analysis led to three thematic categories: (1): the object of work at the Institute of Forensic Medicine; (2) the Institute of Forensic Medicine workers experience with death and; (3) the daily routine in the work process at the Institute of Forensic Medicine. These three categories approach the work process of the Institute of Forensic Medicine workers in Londrina, whose work activities are interdisciplinary. These activities include forensic procedures in corpses, the representation of the corpse as object of work and the feelings expressed by the workers in action. The corpse, as object of work, was acknowledged as a person in a quiet body, the result of choices made in life and as a member of a family. The corpse family was also acknowledged as object of work, regarding reception and acceptance that this family needs in this moment of abrupt death, considering their different reactions towards it. The second category approaches the perceptions about death as a fact; its meanings grouped in the biological, religious and philosophical dimensions; and the feelings experienced towards the end of life. The third category regards the characteristics of forensic work process and the feelings towards this activity. These characteristics include the legal aspects, the social unrecognition, the media repercussion, the ignorance about the final result, the unexpected and peculiar situations, the team work and the work load. Among the feelings there are sadness, compassion, pain, fear, surprise, exhaustion, impotence, professional accomplishment and the recalling as a human being. In this work there were challenges regarding people as human beings and as technical workers, while conducting forensic work in victims or receptioning family members, during the moment of death. The results of this study highlight that the Institute of Forensic Medicine workers are impelled to regain their beliefs and values as people, since they define death, remember their experiences, work as a team, relate to the corpse and to its family members.
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A única certeza da morte é a vida: investigação fenomenológica sobre idosos que se preparam para a morte / The only certainty in death is life: a phenomenological investigation of the elderly who prepare for death

Giberti, Gabriela Machado 03 August 2018 (has links)
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que ganhou destaque nas últimas décadas. Nesse contexto, a morte aparece como questão difícil, pois se trata de um tema tabu na cultura ocidental. À luz da fenomenologia existencial, se refletiu sobre o envelhecer e o morrer em uma época atravessada pela técnica como verdade do ser, em que esses fenômenos são considerados problemas que desencadeiam grande esforço moderno em tentar controlá-los e dominá-los. Por meio da entrevista reflexiva, este projeto teve como objetivo compreender a experiência de idosos longevos que consideram que se prepararam para a morte. Buscou-se investigar o sentido dessa preparação e seus desdobramentos. Foram entrevistados três idosos com mais de 80 anos de idade, residentes da cidade de São Paulo, sendo duas mulheres e um homem. A reflexão desenvolvida diversificou os significados sobre o envelhecer e o morrer a partir do entendimento singular de como cada Dasein lida e compreende o seu envelhecimento e a sua finitude. Todos os entrevistados discorreram sobre a questão da morte sem resistência, mas foi reconhecida a possibilidade de um falar com um envolvimento mais pessoal e, também, de uma forma mais coletiva e genérica. Dentre as diversas questões discutidas, se destaca as noções de corporeidade e de temporalidade, na qual o modo como cada participante se relaciona com o seu ser-corporal, bem como a maneira que entendem o passado, o presente e as possibilidades de futuro se mostraram essenciais na forma que compreendem e sentem o ser-velho, o significado da morte e o sentido da vida. A depender do contexto existencial, se identificou a possibilidade do esvaziamento de sentido da vida e um desejo de morte, fomentando a reflexão sobre quantidade de vida não ser sinônimo de qualidade de vida. Constatou-se diversas iniciativas de preparação para a morte que ocorreram em diferentes âmbitos, permeando questões financeiras, emocionais, sociais, corporais, materiais e até espirituais. O sentido dessas realizações se desvelou na direção de um cuidar da vida, pois se mostraram como tentativas de garantir a melhor qualidade na existência, seja em relação à vida do próprio idoso até a sua morte, ou de uma possível próxima vida, seja sobre a existência de quem permanece vivo após a morte do idoso, como os familiares e amigos. Assim, fica evidente que a única certeza da morte é a vida, ou seja, a morte convoca para o tempo do viver. Entrar em contato com a finitude viabiliza o encontro das possibilidades de vida dignas de serem vividas. Acredita-se que fugir da morte tem como consequência se esquivar, também, de uma vida mais própria. Portanto, é essencial falar sobre a morte e o morrer, pois é aberto, ao mesmo tempo, o falar sobre a vida e o viver a melhor vida possível / Aging is a worldwide phenomenon that has gained prominence in recent decades. In this context, death appears as a difficult question because it is a taboo subject in Western culture. In light of existential phenomenology, we reflected on aging and dying in an era crossed by technique as a truth of being, in which these phenomena are considered problems that trigger a great modern effort in trying to control and dominate them. Through reflective interview, this project aimed to understand the experience of long-lived elders who consider themselves prepared for death. It was sought to investigate the meaning of this preparation and its unfolding. Three elderly people aged over 80 years old, living in the city of São Paulo, were interviewed, two women and one man. The developed reflection has diversified the meanings about aging and dying, from the singular understanding of how each Dasein deals with and understands his own aging and finitude. All the interviewees discussed the question of death without resistance, but the possibility of a conversation about finitude with a more personal involvement or in a more collective and generic way were acknowledged. Among the various issues discussed, we can highlight the notions of corporeity and temporality, the way each participant relates to his or her corporeal being, as well as the way they understand the past, the present and the possibilities of the future, have shown to be essential in the way they understand and feel their old self, the meaning of death, and the meaning of life. Depending on the existential context, we identified the possibility of emptying the meaning of life and a death wish, encouraging reflection on the quantity of life as not necessarily synonymous with quality of life. Several initiatives to prepare for death have been verified, permeating financial, emotional, social, corporal, material and even spiritual issues. The meaning of these achievements was seen as a way of well-being, as they proved to be attempts to guarantee the best quality in existence, be it in relation to the life of the elderly person himself or his death, or a possible next life, or the existence of those who remain alive after the death of the elderly, such as family and friends. Thus, it is evident that the only certainty of death is life, that is, death is summoned to the time of living. Getting in touch with finitude makes it possible to meet the possibilities of life and make it worth living. It is believed that escaping from death has the consequence of evading life itself. Therefore, it is essential to talk about death and dying, since at the same time it is also a way to talk about life and how to live the best possible life
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Tempos difíceis: familiares vivenciando o processo de morrer no mundo do hospital / Tough times: families experiencing the death process in the hospital setting

Comassetto, Isabel 18 February 2014 (has links)
Introdução: O processo de morrer é uma experiência vinculada a considerações significativas para a existência do ser, principalmente quando sobrevêm no contexto familiar. Objetivo: compreender a experiência do familiar de pacientes em fase terminal de vida, que enfrentam o processo de morrer no mundo do hospital. Método: Com esta proposta, optei por realizar uma pesquisa qualitativa, norteada pela Fenomenologia existencial de Martin Heidegger. Os sujeitos do estudo foram 15 familiares que estavam acompanhando seus pacientes adultos, em fase terminal de vida, que enfrentavam o processo de morrer em um hospital universitário de Maceió, Alagoas. Os depoimentos foram obtidos por meio de entrevista, no período de fevereiro a maio de 2013, a partir da seguinte questão norteadora: Conte-me como é para você vivenciar a situação do seu familiar atualmente. Resultados: Da análise dos depoimentos dos familiares emergiram três estruturas, denominadas unificações ontológicas: Manifestação de Angústia dos familiares, que envolve a possibilidade do ser assumir-se como um ser-para-a-morte; Manifestação do Cuidado e da Solicitude, que compreende o momento de cuidar como algo significativo na existência; e Ser-aí no mundo do hospital, que compreende o ser lançado no mundo onde o limite entre a vida e a morte é tão estreito. Conclusões: A compreensão do fenômeno vivido por esses familiares permitiu apreender a dimensão do sofrimento relativo à condição de estar-no-mundo cuidando no processo de morrer. Aponta a relevância do tema MORTE na formação dos profissionais de saúde, sinalizando importância da reflexão dessa temática, para desenvolver uma assistência que seja compatível com a situação vivenciada pelos familiares diante da terminalidade. / Introduction: The death process is an experience linked to significant considerations to the existence of the being, mainly when they take place in the family context. Objective: To understand the experience of family members of terminal patients, who face the death process in the hospital setting. Method: A qualitative study was developed, in light of the existential phenomenology of Martin Heidegger. Study subjects were 15 family members who were accompanying adult terminal patients, who faced the death process at a teaching hospital in Maceió, Alagoas. The statements were obtained by means of interviews, between February and May of 2013, based on the following guiding question: What is it like for you to experience the current situation of your relative? Results: The analysis of the statements of the family members generated three structures, named ontological unifications: Manifestation of anxiety by the family members, involving the possibility of the individual assuming her/himself as a being-to-death; Manifestation of the care and concern, which comprehends the moment of caring as a meaning in the existence; and Dasein in the hospital setting, which comprehends the being inserted in a world with a narrow limit between life and death. Conclusion: The understanding of the phenomenon experienced by these family members allowed to apprehend the dimension of the suffering regarding the condition of being-in-the-world providing care in the death process. This study points to the relevance of the death theme in the education of health professionals and the need for reflecting on this issue so as to develop a compatible care to the situation experienced by families in face of this terminal situation.
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O processo de morte e morrer de pessoas com câncer, em diferentes contextos, sob o olhar dos profissionais de saúde / The process of death and dying people with câncer, in different contexts, under the gaze of health professionals

Faria, Natália Cintra 05 July 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: O processo de morte e morrer é mais do que um evento biológico; tem uma dimensão social, filosófica, antropológica, espiritual, religiosa, psicológica e pedagógica. A possibilidade de morte desperta sentimentos diversos, como incertezas, ansiedade, medos e angústias. Câncer e morte são termos comumente associados, mas ainda evitados na nossa sociedade e tratados com dificuldade pelas equipes de saúde. OBJETIVO: Identificar e analisar os modos de compreensão e manejo do processo de morte e morrer de pessoas com câncer por parte dos profissionais em diferentes contextos assistenciais de saúde onde atuam. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CAAE:51275915.7.0000.5393, nº do Parecer: 1.402.355). Foi realizada uma pesquisa documental para a caracterização dos contextos de saúde e foram entrevistados 9 profissionais que trabalham em diferentes contextos de saúde localizados num município do interior do Estado de São Paulo - três profissionais de uma Unidade Básica de Saúde, três de um hospital público de média complexidade e três de um hospital público de elevada complexidade (que atuam em Unidade de Terapia intensiva e Enfermaria de Oncologia). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados coletados compuseram três categorias de análise: 1) a empatia e alteridade 2) conflitos éticos 3) dificuldade e estratégias de enfrentamento. A análise dos dados indicou que há diferenças nas vivências e formas de enfrentamento dos profissionais que atuam em equipamentos de saúde nos diferentes níveis de complexidade de atenção. Porém, há também aspectos em comum, como a percepção de que é muito difícil lidar com a demanda de pacientes oncológicos perto da morte, principalmente se forem crianças e jovens, de que falta capacitação e formação continuada para lidar com pacientes em cuidado paliativo, principalmente na atenção primária e nos cuidados de final de vida, e que é necessária a criação de espaços e/ou grupos de apoio para que os trabalhadores de saúde possam cuidar de si mesmos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que há necessidade de novas investigações acerca dessa temática e de um real investimento, tanto institucional como de criação de políticas educativas e de saúde do trabalhador, para melhor acolher e capacitar os profissionais que cuidam de pessoas com câncer em cuidados paliativos / INTRODUCTION: The process of death and dying is more than a biological event; has a social dimension, philosophical, anthropological, spiritual, religious, psychological and pedagogical. The possibility of death awakens feelings, as uncertainty, anxiety, fears and anxieties. Cancer and death are terms commonly associated with, but still avoided in our society and treated with difficulty by health teams. Objective: to identify and analyse the ways of understanding and management of the process of death and dying of people with cancer by professionals in different contexts where health assistance Act. METHOD: An exploratory study with a qualitative approach, approved by the Committee of ethics in research with Human Beings (CAAE: 51275915.7.0000.5393, paragraph of the opinion: 1,402,355). A documentary search for the characterization of the contexts of health and 9 were interviewed professionals working in different health contexts located in a municipality in the State of São Paulo-three professionals of a basic health Unit, medium complexity hospital january 3 and january 3 high complexity public hospital (who work in intensive care and Oncology Ward). RESULTS AND DISCUSSION: the collected data composed three categories of analysis: 1) empathy and otherness 2) ethical conflicts 3) difficulty and coping strategies. The analysis of the data indicated that there are differences in experiences and ways of coping of professionals working in health equipment in different levels of complexity. However, there are also commonalities, such as the perception that it is very difficult to cope with the demand of cancer patients close to death, especially if they are children and young people, who lack training and continuing education to deal with patients in palliative care, particularly in primary health care and end-of-life care, and the need for the creation of spaces and/or support groups so that health workers can take care of themselves. FINAL CONSIDERATIONS: It is concluded that there is a need for further research on this subject and a real investment, both institutional education policies and creation of workers \' health, to better accommodate and empower the professionals who care for people with cancer in palliative care
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O cotidiano dos funcionários de um instituto médico legal frente à morte: uma leitura a partir da bioética personalista / The daily routine of Forensics Workers towards Death: a personalistic bioethics view

Isabel Cristina Carstens Köhler 04 December 2009 (has links)
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que buscou compreender a vivência dos trabalhadores no universo do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina Pr. Teve por objetivos analisar as experiências dos funcionários no IML com morte, identificar os desafios advindos e as percepções sobre a humanização no cotidiano do processo de trabalho em seu ambiente profissional. O referencial teórico adotado foi a Bioética Personalista. Para a coleta de dados optou-se por utilizar a entrevista semiestruturada. A saturação das entrevistas foi atingida com a participação de 12 profissionais do Instituto Médico Legal, incluindo representantes de todos os segmentos funcionais. As entrevistas foram realizadas de abril de 2008 a março de 2009. Para a construção das categorias empíricas foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin. Esta análise seguindo um ordenamento conceitual conduziu à definição de três categorias temáticas: (1) o objeto do trabalho no Instituto Médico Legal; (2) a experiência do trabalhador do Instituto Médico Legal com morte e; (3) o cotidiano no processo de trabalho no Instituto Médico Legal. As três categorias versam sobre o processo de trabalho dos funcionários do Instituto Médico Legal de Londrina, cujas atividades laborativas são interdisciplinares. Nela estão incluídas as características do trabalho pericial em cadáveres, a representação do cadáver enquanto objeto de trabalho e os sentimentos vividos pelos funcionários em atuação. O cadáver enquanto objeto de trabalho foi percebido como uma pessoa num corpo calado, resultado de escolhas de vida e como membro de uma família. A família do cadáver também foi percebida como um objeto de trabalho, na perspectiva do atendimento e acolhimento que esta necessita neste momento de morte abrupta, em suas diferentes formas de reação. A segunda categoria versa sobre as percepções do fato da morte em si; seus significados agrupados nas dimensões biológica, religiosa e filosófica e; os sentimentos vivenciados frente ao final da vida. A terceira categoria abrange as características do processo de trabalho pericial e os sentimentos frente a esta prática. Emergem nas características do processo pericial os aspectos legais, o desconhecimento social, a repercussão pública, a ignorância do resultado final, as situações inesperadas e inusitadas, o trabalho em equipe e a carga laborativa. Entre os sentimentos surgem a tristeza, a compaixão, a dor, o medo, a surpresa, a exaustão, a impotência, a realização profissional e o resgate como ser humano. Nesse trabalho insurgiram desafios enquanto pessoas e enquanto profissionais técnicos, no atendimento pericial tanto às vítimas como aos familiares, no momento de morte. Resultados deste estudo evidenciam que os funcionários do IML são impelidos ao resgate de suas crenças e valores enquanto pessoas, desde o momento em que, conceituam morte, recordam-se de suas vivências, trabalham em equipe, relacionam-se com o cadáver e com os familiares deste. / This is a qualitative research that aimed to understand the experience of workers in the universe of the Institute of Forensic Medicine in Londrina-PR. The three objectives were to analyze the experiences of these workers with death, identify the challenges sprung from this work and their perceptions about humanization in their daily work process at the work environment. The Personalistic Bioethics theoretical reference was used. Semi-structured interviews were chosen for data collection. The interviews saturation was reached by the participation of 12 Institute of Forensic Medicine workers, representing all functional sectors. The interviews were conducted from April 2008 to March 2009. The Bardin Content Analysis was used to build empirical categories. By following a conceptual ordering, this analysis led to three thematic categories: (1): the object of work at the Institute of Forensic Medicine; (2) the Institute of Forensic Medicine workers experience with death and; (3) the daily routine in the work process at the Institute of Forensic Medicine. These three categories approach the work process of the Institute of Forensic Medicine workers in Londrina, whose work activities are interdisciplinary. These activities include forensic procedures in corpses, the representation of the corpse as object of work and the feelings expressed by the workers in action. The corpse, as object of work, was acknowledged as a person in a quiet body, the result of choices made in life and as a member of a family. The corpse family was also acknowledged as object of work, regarding reception and acceptance that this family needs in this moment of abrupt death, considering their different reactions towards it. The second category approaches the perceptions about death as a fact; its meanings grouped in the biological, religious and philosophical dimensions; and the feelings experienced towards the end of life. The third category regards the characteristics of forensic work process and the feelings towards this activity. These characteristics include the legal aspects, the social unrecognition, the media repercussion, the ignorance about the final result, the unexpected and peculiar situations, the team work and the work load. Among the feelings there are sadness, compassion, pain, fear, surprise, exhaustion, impotence, professional accomplishment and the recalling as a human being. In this work there were challenges regarding people as human beings and as technical workers, while conducting forensic work in victims or receptioning family members, during the moment of death. The results of this study highlight that the Institute of Forensic Medicine workers are impelled to regain their beliefs and values as people, since they define death, remember their experiences, work as a team, relate to the corpse and to its family members.
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A única certeza da morte é a vida: investigação fenomenológica sobre idosos que se preparam para a morte / The only certainty in death is life: a phenomenological investigation of the elderly who prepare for death

Gabriela Machado Giberti 03 August 2018 (has links)
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que ganhou destaque nas últimas décadas. Nesse contexto, a morte aparece como questão difícil, pois se trata de um tema tabu na cultura ocidental. À luz da fenomenologia existencial, se refletiu sobre o envelhecer e o morrer em uma época atravessada pela técnica como verdade do ser, em que esses fenômenos são considerados problemas que desencadeiam grande esforço moderno em tentar controlá-los e dominá-los. Por meio da entrevista reflexiva, este projeto teve como objetivo compreender a experiência de idosos longevos que consideram que se prepararam para a morte. Buscou-se investigar o sentido dessa preparação e seus desdobramentos. Foram entrevistados três idosos com mais de 80 anos de idade, residentes da cidade de São Paulo, sendo duas mulheres e um homem. A reflexão desenvolvida diversificou os significados sobre o envelhecer e o morrer a partir do entendimento singular de como cada Dasein lida e compreende o seu envelhecimento e a sua finitude. Todos os entrevistados discorreram sobre a questão da morte sem resistência, mas foi reconhecida a possibilidade de um falar com um envolvimento mais pessoal e, também, de uma forma mais coletiva e genérica. Dentre as diversas questões discutidas, se destaca as noções de corporeidade e de temporalidade, na qual o modo como cada participante se relaciona com o seu ser-corporal, bem como a maneira que entendem o passado, o presente e as possibilidades de futuro se mostraram essenciais na forma que compreendem e sentem o ser-velho, o significado da morte e o sentido da vida. A depender do contexto existencial, se identificou a possibilidade do esvaziamento de sentido da vida e um desejo de morte, fomentando a reflexão sobre quantidade de vida não ser sinônimo de qualidade de vida. Constatou-se diversas iniciativas de preparação para a morte que ocorreram em diferentes âmbitos, permeando questões financeiras, emocionais, sociais, corporais, materiais e até espirituais. O sentido dessas realizações se desvelou na direção de um cuidar da vida, pois se mostraram como tentativas de garantir a melhor qualidade na existência, seja em relação à vida do próprio idoso até a sua morte, ou de uma possível próxima vida, seja sobre a existência de quem permanece vivo após a morte do idoso, como os familiares e amigos. Assim, fica evidente que a única certeza da morte é a vida, ou seja, a morte convoca para o tempo do viver. Entrar em contato com a finitude viabiliza o encontro das possibilidades de vida dignas de serem vividas. Acredita-se que fugir da morte tem como consequência se esquivar, também, de uma vida mais própria. Portanto, é essencial falar sobre a morte e o morrer, pois é aberto, ao mesmo tempo, o falar sobre a vida e o viver a melhor vida possível / Aging is a worldwide phenomenon that has gained prominence in recent decades. In this context, death appears as a difficult question because it is a taboo subject in Western culture. In light of existential phenomenology, we reflected on aging and dying in an era crossed by technique as a truth of being, in which these phenomena are considered problems that trigger a great modern effort in trying to control and dominate them. Through reflective interview, this project aimed to understand the experience of long-lived elders who consider themselves prepared for death. It was sought to investigate the meaning of this preparation and its unfolding. Three elderly people aged over 80 years old, living in the city of São Paulo, were interviewed, two women and one man. The developed reflection has diversified the meanings about aging and dying, from the singular understanding of how each Dasein deals with and understands his own aging and finitude. All the interviewees discussed the question of death without resistance, but the possibility of a conversation about finitude with a more personal involvement or in a more collective and generic way were acknowledged. Among the various issues discussed, we can highlight the notions of corporeity and temporality, the way each participant relates to his or her corporeal being, as well as the way they understand the past, the present and the possibilities of the future, have shown to be essential in the way they understand and feel their old self, the meaning of death, and the meaning of life. Depending on the existential context, we identified the possibility of emptying the meaning of life and a death wish, encouraging reflection on the quantity of life as not necessarily synonymous with quality of life. Several initiatives to prepare for death have been verified, permeating financial, emotional, social, corporal, material and even spiritual issues. The meaning of these achievements was seen as a way of well-being, as they proved to be attempts to guarantee the best quality in existence, be it in relation to the life of the elderly person himself or his death, or a possible next life, or the existence of those who remain alive after the death of the elderly, such as family and friends. Thus, it is evident that the only certainty of death is life, that is, death is summoned to the time of living. Getting in touch with finitude makes it possible to meet the possibilities of life and make it worth living. It is believed that escaping from death has the consequence of evading life itself. Therefore, it is essential to talk about death and dying, since at the same time it is also a way to talk about life and how to live the best possible life
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Sobre o morrer: a vida psiquica e suas implicacoes na exposicao ao HIV

Oliveira, Solange Maria Santos. January 2003 (has links) (PDF)
Mestre -- Secretaria de Estado da Saude de Sao Paulo. Coordenacao dos Institutos de Pesquisa. Programa de Pos-graduacao, Sao Paulo, 2003.
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O acadêmico de medicina frenta á morte : questões para se (re)pensar a formação / The Medicine student before the death : questions to (re) think the graduation

Azeredo, Nára Selaimen Gaertner de January 2007 (has links)
Este estudo teve o propósito de analisar o quanto a graduação prepara os acadêmicos de Medicina para o enfrentamento com a morte, assim como buscou compreender o que significa para os alunos, sujeitos desta pesquisa, o enfrentamento com a morte em sua prática educativa no cotidiano hospitalar. Realizou-se uma pesquisa com abordagem quantitativa e qualitativa. Primeiro foi aplicado um questionário semi-estruturado, com os alunos do oitavo semestre do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Posteriormente, foram ouvidos, através de entrevistas gravadas, cinco alunos entre o décimo primeiro e décimo segundo semestre do curso. Através da análise de conteúdos das respostas, foi possível conhecer suas expectativas e frustrações em relação às temáticas da morte e do morrer. Pela análise dos questionários e das entrevistas, pode-se perceber o medo, o sentimento de impotência e até mesmo a banalização da morte, o que implica a necessidade de um ensino mais apropriado sobre este tema, bem como espaços de discussão e de aproximação com a morte e o morrer dos pacientes dentro dos campos das práticas educativas. Os acadêmicos referem o desejo de uma formação capaz de re (pensar) a emoção e razão, médico e paciente, professor e aluno, a cura e o cuidado, a vida e a morte. / This study proposed to analyze how much the graduation prepares the Medicine academics to face the death as it wanted to understand what it means to the students, subjects of this research, the cope with death in their educational practice daily in the hospital. A research was made up with quantitative and qualitative approach. First, it was made a semi-structured survey with the students of the eighth semester of the Medicine School of Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Later, were listened to, through recorded interviews, five students between the eleventh and the twelfth semester of the course. Through the analysis of the contents of the answers, it was possible to know their expectations and frustrations on issues of death and dying. From the analysis of the surveys and interviews, we could notice fear, the feeling of powerlessness and even the trivialization of death, which implies in the need for a more appropriate teaching on this topic, as well as more area for discussions and approach with death and dying of patients in the educational practices. The academics refer to a desire for training able to re (think) the emotion and reason, physician and patient, teacher and student, cure and care, life and death.
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Até onde investir no paciente grave?: decisões envolvendo a prática médica na UTI / Until where to invest in the serious patient: decisions involving the physician practice in the Intensive Care Units

Rodriguez Uller, Alessandra January 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2012-09-06T01:11:16Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) 999.pdf: 337747 bytes, checksum: dab331a2a96992d64fd70968a8183fdb (MD5) Previous issue date: 2007 / As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a partir da utilização de tecnologia sofisticada e emprego de metodologias criadas para aferir e controlar as variáveis vitais, sãoresponsáveis pela manutenção e prolongamento da vida, por vezes, além do desejado ou indicado para certos pacientes. Frente a real possibilidade de adiar o momento da morte, cada vez mais as equipes de saúde da UTI se deparam com questões éticas, morais,religiosas e até judiciais, que tornam o trabalho realizado neste setor por vezes difícil, complexo e desgastante. A grande dúvida para estes profissionais parece ser até quando investir em tratamentos e quando interrompê-los.O presente estudo procurou conhecer, através de entrevistas e observaçãoparticipante, como os médicos intensivistas responsáveis pela rotina de uma UTI lidam com questões por eles mesmos qualificadas como dilemas e identificar os aspectos da organização de trabalho que, por ventura, facilitam ou dificultam este enfrentamento. Osresultados revelam a angústia do médico intensivista em tomar decisões solitariamente e ao mesmo tempo a dificuldade na criação de espaços de discussão e compartilhamento dascondutas. Questões como a relação dos médicos com as famílias dos pacientes, a interação com outros membros da equipe, as inadequações da formação médica para lidar com a morte foram discutidas, bem como as motivações e perspectivas profissionais futuras.
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O acadêmico de medicina frenta á morte : questões para se (re)pensar a formação / The Medicine student before the death : questions to (re) think the graduation

Azeredo, Nára Selaimen Gaertner de January 2007 (has links)
Este estudo teve o propósito de analisar o quanto a graduação prepara os acadêmicos de Medicina para o enfrentamento com a morte, assim como buscou compreender o que significa para os alunos, sujeitos desta pesquisa, o enfrentamento com a morte em sua prática educativa no cotidiano hospitalar. Realizou-se uma pesquisa com abordagem quantitativa e qualitativa. Primeiro foi aplicado um questionário semi-estruturado, com os alunos do oitavo semestre do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Posteriormente, foram ouvidos, através de entrevistas gravadas, cinco alunos entre o décimo primeiro e décimo segundo semestre do curso. Através da análise de conteúdos das respostas, foi possível conhecer suas expectativas e frustrações em relação às temáticas da morte e do morrer. Pela análise dos questionários e das entrevistas, pode-se perceber o medo, o sentimento de impotência e até mesmo a banalização da morte, o que implica a necessidade de um ensino mais apropriado sobre este tema, bem como espaços de discussão e de aproximação com a morte e o morrer dos pacientes dentro dos campos das práticas educativas. Os acadêmicos referem o desejo de uma formação capaz de re (pensar) a emoção e razão, médico e paciente, professor e aluno, a cura e o cuidado, a vida e a morte. / This study proposed to analyze how much the graduation prepares the Medicine academics to face the death as it wanted to understand what it means to the students, subjects of this research, the cope with death in their educational practice daily in the hospital. A research was made up with quantitative and qualitative approach. First, it was made a semi-structured survey with the students of the eighth semester of the Medicine School of Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Later, were listened to, through recorded interviews, five students between the eleventh and the twelfth semester of the course. Through the analysis of the contents of the answers, it was possible to know their expectations and frustrations on issues of death and dying. From the analysis of the surveys and interviews, we could notice fear, the feeling of powerlessness and even the trivialization of death, which implies in the need for a more appropriate teaching on this topic, as well as more area for discussions and approach with death and dying of patients in the educational practices. The academics refer to a desire for training able to re (think) the emotion and reason, physician and patient, teacher and student, cure and care, life and death.

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