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Investigação da atividade ansiolítica de passiflora alata curtis (passifloraceae) / Anti-anxiety studies on passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE)

Provensi, Gustavo January 2007 (has links)
Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) é utilizada como tranqüilizante, seja popularmente ou pela indústria farmacêutica na produção de fitoterápicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar, em camundongos, a atividade geral sobre o Sistema Nervoso Central e o efeito ansiolítico de um extrato hidroetanólico (70%) (EXT) e de duas frações enriquecidas (fração de saponinas - SAP e fração de flavonóides - FLA) obtidos das folhas de P. alata e, também, investigar o envolvimento do complexo receptor GABAA nos efeitos observados. O extrato e as frações foram administrados agudamente, pela via oral, e avaliados nos seguintes modelos: labirinto em cruz elevado, tempo de sono barbitúrico, avaliação da atividade locomotora espontânea, avaliação da coordenação motora em aparelho rota-rod e proteção às convulsões induzidas por pentilenotetrazol. FLA 300 mg/kg e SAP 600 e 900 mg/kg provocaram um efeito do tipo ansiolítico no labirinto em cruz elevado. FLA (CI50= 181,2 μg/mL) e SAP (CI50= 23,4 μg/mL) deslocaram a ligação específica de [3H]-TBOB em membranas sinaptossomais de córtex de ratos adicionadas de GABA (0,3 μM), indicando uma modulação positiva do canal de cloreto ativado por GABA, porém esse efeito não é mediado pelo sítio benzodiazepínico uma vez que ambas as frações não deslocaram a ligação de [3H]-flunitrazepam em concentrações até 300 μg/mL. O extrato hidroetanólico (EXT) provocou efeitodo tipo ansiolítico (300 mg/kg) no labirinto em cruz elevado, o qual foi bloqueado pela administração de flumazenil (6 mg/kg, i.p.). Porém, esse extrato em concentrações até 1000 μg/mL não deslocou a ligação de [3H]-flunitrazepam, indicando que o efeito ansiolítico é mediado pelo sítio benzodiazepínico mas não pela interação direta das substâncias presentes no extrato com este sítio. Na dose de 600 mg/kg não foi observado efeito ansiolítico para o extrato, porém foi verificada uma redução da atividade motora dos animais, indicando um efeito sedativo. EXT 300 e 600 e FLA 300 prolongaram o tempo de sono barbitúrico e SAP (300-900 mg/kg) não apresentou efeito neste teste. Os dados obtidos demonstraram que P. alata apresentou efeito hipnótico-sedativo e ansiolítico em camundongos, os quais parecem ser mediados pela ativação do complexo receptor benzodiazepínico/GABAA e podem estar relacionados com a presença de flavonóides e saponinas. / Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) is used in folk medicine and also by pharmaceutical industry, as raw material in phytotherapy, due its tranquilizing properties. The aims of this work were to evaluate, in mice, the central nervous system general activity and the anxiolytic effect of a hydroethanolic extract (70%) (EXT) and two enriched fractions (saponin fraction – SAP – and flavonoid fraction – FLA), obtained from leaves of P. alata and, also, to investigate the GABAA receptor complex involvement on the observed effects. The extract and the fractions were administrated acutely, by oral route, and evaluated on elevated plus maze, barbiturate sleeping time, locomotor activity, rota-rod, and pentilenotetrazole-induced seizures tests. FLA 300 mg/kg and SAP 300 and 900 mg/kg produced an anxiolyticlike effect on elevated plus maze test. FLA (IC50=181,2 μg/mL) and SAP (IC50=23,4 μg/mL) inhibited the [3H]-TBOB binding to rat cerebral sinaptosomal membranes added of GABA (0,3 μM), which is an indicative of a positive modulation of the chloride channel activated by GABA, but this effect is not mediated by the benzodiazepine binding site, once these fractions in concentrations up to 300 μg/mL did not displaced the [3H]-flunitrazepam. The hidroethanolic extract (EXT) showed anxiolytic-like effect (300 mg/kg) on elevated plus maze test which was prevented by flumazenil (6 mg/kg, i.p.). However, in concentrations up to 1000 μg/mL this extract showed no potency in displacing the [3H]-flunitrazepam binding, indicating that the anxiolytic-like effect is mediated by activation of benzodiazepine binding site, but not by a direct interaction of the compounds presented in this extract at this site. At 600 mg/kg this extract did not show anxiolytic effect but it decreased the motor activity, pointing to a sedative effect. EXT 300 and 600 mg/kg and FLA 300 mg/kg increased the barbiturate sleeping time while SAP (300-900 mg/kg) presented no effects in this test. Taken account of these results, P. alata presented anxiolytic and hypnoticsedative effects in mice. These effects may be mediated by the activation of benzodiazepine/GABAergic complex, and can be related to the presence of both flavonoids and saponins.
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Investigação da atividade ansiolítica de passiflora alata curtis (passifloraceae) / Anti-anxiety studies on passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE)

Provensi, Gustavo January 2007 (has links)
Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) é utilizada como tranqüilizante, seja popularmente ou pela indústria farmacêutica na produção de fitoterápicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar, em camundongos, a atividade geral sobre o Sistema Nervoso Central e o efeito ansiolítico de um extrato hidroetanólico (70%) (EXT) e de duas frações enriquecidas (fração de saponinas - SAP e fração de flavonóides - FLA) obtidos das folhas de P. alata e, também, investigar o envolvimento do complexo receptor GABAA nos efeitos observados. O extrato e as frações foram administrados agudamente, pela via oral, e avaliados nos seguintes modelos: labirinto em cruz elevado, tempo de sono barbitúrico, avaliação da atividade locomotora espontânea, avaliação da coordenação motora em aparelho rota-rod e proteção às convulsões induzidas por pentilenotetrazol. FLA 300 mg/kg e SAP 600 e 900 mg/kg provocaram um efeito do tipo ansiolítico no labirinto em cruz elevado. FLA (CI50= 181,2 μg/mL) e SAP (CI50= 23,4 μg/mL) deslocaram a ligação específica de [3H]-TBOB em membranas sinaptossomais de córtex de ratos adicionadas de GABA (0,3 μM), indicando uma modulação positiva do canal de cloreto ativado por GABA, porém esse efeito não é mediado pelo sítio benzodiazepínico uma vez que ambas as frações não deslocaram a ligação de [3H]-flunitrazepam em concentrações até 300 μg/mL. O extrato hidroetanólico (EXT) provocou efeitodo tipo ansiolítico (300 mg/kg) no labirinto em cruz elevado, o qual foi bloqueado pela administração de flumazenil (6 mg/kg, i.p.). Porém, esse extrato em concentrações até 1000 μg/mL não deslocou a ligação de [3H]-flunitrazepam, indicando que o efeito ansiolítico é mediado pelo sítio benzodiazepínico mas não pela interação direta das substâncias presentes no extrato com este sítio. Na dose de 600 mg/kg não foi observado efeito ansiolítico para o extrato, porém foi verificada uma redução da atividade motora dos animais, indicando um efeito sedativo. EXT 300 e 600 e FLA 300 prolongaram o tempo de sono barbitúrico e SAP (300-900 mg/kg) não apresentou efeito neste teste. Os dados obtidos demonstraram que P. alata apresentou efeito hipnótico-sedativo e ansiolítico em camundongos, os quais parecem ser mediados pela ativação do complexo receptor benzodiazepínico/GABAA e podem estar relacionados com a presença de flavonóides e saponinas. / Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) is used in folk medicine and also by pharmaceutical industry, as raw material in phytotherapy, due its tranquilizing properties. The aims of this work were to evaluate, in mice, the central nervous system general activity and the anxiolytic effect of a hydroethanolic extract (70%) (EXT) and two enriched fractions (saponin fraction – SAP – and flavonoid fraction – FLA), obtained from leaves of P. alata and, also, to investigate the GABAA receptor complex involvement on the observed effects. The extract and the fractions were administrated acutely, by oral route, and evaluated on elevated plus maze, barbiturate sleeping time, locomotor activity, rota-rod, and pentilenotetrazole-induced seizures tests. FLA 300 mg/kg and SAP 300 and 900 mg/kg produced an anxiolyticlike effect on elevated plus maze test. FLA (IC50=181,2 μg/mL) and SAP (IC50=23,4 μg/mL) inhibited the [3H]-TBOB binding to rat cerebral sinaptosomal membranes added of GABA (0,3 μM), which is an indicative of a positive modulation of the chloride channel activated by GABA, but this effect is not mediated by the benzodiazepine binding site, once these fractions in concentrations up to 300 μg/mL did not displaced the [3H]-flunitrazepam. The hidroethanolic extract (EXT) showed anxiolytic-like effect (300 mg/kg) on elevated plus maze test which was prevented by flumazenil (6 mg/kg, i.p.). However, in concentrations up to 1000 μg/mL this extract showed no potency in displacing the [3H]-flunitrazepam binding, indicating that the anxiolytic-like effect is mediated by activation of benzodiazepine binding site, but not by a direct interaction of the compounds presented in this extract at this site. At 600 mg/kg this extract did not show anxiolytic effect but it decreased the motor activity, pointing to a sedative effect. EXT 300 and 600 mg/kg and FLA 300 mg/kg increased the barbiturate sleeping time while SAP (300-900 mg/kg) presented no effects in this test. Taken account of these results, P. alata presented anxiolytic and hypnoticsedative effects in mice. These effects may be mediated by the activation of benzodiazepine/GABAergic complex, and can be related to the presence of both flavonoids and saponins.
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Investigação da atividade ansiolítica de passiflora alata curtis (passifloraceae) / Anti-anxiety studies on passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE)

Provensi, Gustavo January 2007 (has links)
Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) é utilizada como tranqüilizante, seja popularmente ou pela indústria farmacêutica na produção de fitoterápicos. O objetivo desse trabalho foi avaliar, em camundongos, a atividade geral sobre o Sistema Nervoso Central e o efeito ansiolítico de um extrato hidroetanólico (70%) (EXT) e de duas frações enriquecidas (fração de saponinas - SAP e fração de flavonóides - FLA) obtidos das folhas de P. alata e, também, investigar o envolvimento do complexo receptor GABAA nos efeitos observados. O extrato e as frações foram administrados agudamente, pela via oral, e avaliados nos seguintes modelos: labirinto em cruz elevado, tempo de sono barbitúrico, avaliação da atividade locomotora espontânea, avaliação da coordenação motora em aparelho rota-rod e proteção às convulsões induzidas por pentilenotetrazol. FLA 300 mg/kg e SAP 600 e 900 mg/kg provocaram um efeito do tipo ansiolítico no labirinto em cruz elevado. FLA (CI50= 181,2 μg/mL) e SAP (CI50= 23,4 μg/mL) deslocaram a ligação específica de [3H]-TBOB em membranas sinaptossomais de córtex de ratos adicionadas de GABA (0,3 μM), indicando uma modulação positiva do canal de cloreto ativado por GABA, porém esse efeito não é mediado pelo sítio benzodiazepínico uma vez que ambas as frações não deslocaram a ligação de [3H]-flunitrazepam em concentrações até 300 μg/mL. O extrato hidroetanólico (EXT) provocou efeitodo tipo ansiolítico (300 mg/kg) no labirinto em cruz elevado, o qual foi bloqueado pela administração de flumazenil (6 mg/kg, i.p.). Porém, esse extrato em concentrações até 1000 μg/mL não deslocou a ligação de [3H]-flunitrazepam, indicando que o efeito ansiolítico é mediado pelo sítio benzodiazepínico mas não pela interação direta das substâncias presentes no extrato com este sítio. Na dose de 600 mg/kg não foi observado efeito ansiolítico para o extrato, porém foi verificada uma redução da atividade motora dos animais, indicando um efeito sedativo. EXT 300 e 600 e FLA 300 prolongaram o tempo de sono barbitúrico e SAP (300-900 mg/kg) não apresentou efeito neste teste. Os dados obtidos demonstraram que P. alata apresentou efeito hipnótico-sedativo e ansiolítico em camundongos, os quais parecem ser mediados pela ativação do complexo receptor benzodiazepínico/GABAA e podem estar relacionados com a presença de flavonóides e saponinas. / Passiflora alata Curtis (PASSIFLORACEAE) is used in folk medicine and also by pharmaceutical industry, as raw material in phytotherapy, due its tranquilizing properties. The aims of this work were to evaluate, in mice, the central nervous system general activity and the anxiolytic effect of a hydroethanolic extract (70%) (EXT) and two enriched fractions (saponin fraction – SAP – and flavonoid fraction – FLA), obtained from leaves of P. alata and, also, to investigate the GABAA receptor complex involvement on the observed effects. The extract and the fractions were administrated acutely, by oral route, and evaluated on elevated plus maze, barbiturate sleeping time, locomotor activity, rota-rod, and pentilenotetrazole-induced seizures tests. FLA 300 mg/kg and SAP 300 and 900 mg/kg produced an anxiolyticlike effect on elevated plus maze test. FLA (IC50=181,2 μg/mL) and SAP (IC50=23,4 μg/mL) inhibited the [3H]-TBOB binding to rat cerebral sinaptosomal membranes added of GABA (0,3 μM), which is an indicative of a positive modulation of the chloride channel activated by GABA, but this effect is not mediated by the benzodiazepine binding site, once these fractions in concentrations up to 300 μg/mL did not displaced the [3H]-flunitrazepam. The hidroethanolic extract (EXT) showed anxiolytic-like effect (300 mg/kg) on elevated plus maze test which was prevented by flumazenil (6 mg/kg, i.p.). However, in concentrations up to 1000 μg/mL this extract showed no potency in displacing the [3H]-flunitrazepam binding, indicating that the anxiolytic-like effect is mediated by activation of benzodiazepine binding site, but not by a direct interaction of the compounds presented in this extract at this site. At 600 mg/kg this extract did not show anxiolytic effect but it decreased the motor activity, pointing to a sedative effect. EXT 300 and 600 mg/kg and FLA 300 mg/kg increased the barbiturate sleeping time while SAP (300-900 mg/kg) presented no effects in this test. Taken account of these results, P. alata presented anxiolytic and hypnoticsedative effects in mice. These effects may be mediated by the activation of benzodiazepine/GABAergic complex, and can be related to the presence of both flavonoids and saponins.
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O consumo crônico de aguardente de cana-de-açúcar induz efeitos ansiolíticos em camundongos

Sena, Maria Clécia Penha 14 February 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:59:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1129921 bytes, checksum: 37f8fc894c14f9259858a469ffccab56 (MD5) Previous issue date: 2012-02-14 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Distilled sugarcane spirit is a genuine Brazilian beverage produced by distillation after fermentation of sugarcane and is appreciated not only in Brazil but worldwide. Although sugarcane spirit consumption is an important drive to increase alcoholism in Brazil, little is known about its chronic consumption on anxiety/anxiolytic effects. In the present study, we investigated whether the chronic consumption of sugarcane spirit is responsible for inducing anxiolytic-like effects. Male 3-3.5 month-old Swiss mice were exposed to the two-bottle free-choice paradigm for six weeks. Mice in group A were treated with sugarcane spirit + distilled water (n=16); in group B with ethanol + distilled water (n=15); and in group C (control) with distilled water + distilled water (n=14). The content of ethanol in beverages offered to groups A and B was 2% in the first week, 5% in the second week and 10% in the 4 remaining weeks. At the end of the treatments, animals were submitted to the elevated plus maze and the hole board test for assessment of anxiety-related behaviors. Serum aspartate aminotransferase (AST) and alanine amino transferase (ALT) levels were determined. The concentrations of ethanol, volatile acidity, esters, aldehydes, furfural, higher alcohols (n-propylic, isobutylic and isoamylics), methanol, copper and lead of the sugar cane were also determined. Time spent in open arms was increased in mice exposed to chronic ethanol (32±8 vs 7±2 s, p<0.05) or sugarcane spirit (36±9 vs 7±2 s, p<0.05), when compared to the control group. Conversely, the time spent in the closed arms was significantly decreased in animals drinking ethanol (183±6 vs 214±4 s, p<0.05) or sugarcane spirit (150±8 vs 214±4 s, p<0.05), when compared to the control group. In addition, the ratio of the time spent in the open arms over the total time spent in both closed and open arms was significantly increased (ethanol 34±8 vs 6±2 s; sugarcane spirit 43±12 vs 6±2 s, p<0.05. In the hole board test, mice treated with ethanol or sugarcane spirit showed an increase in the number of head-dipping behaviors, when compared to the control condition (control group: 16±1; ethanol: 27±2; sugarcane spirit: 31±3, p<0.05). In addition, motor activity in the hole board test was also increased in both ethanol and sugarcane spirit groups, when compared to the control condition (control group: 21±2; ethanol: 34±2; sugarcane spirit: 40±4, p<0.05). The chemical composition analysis showed that the concentrations of ethanol, volatile acidity, esters, aldehydes, furfural, higher alcohols (n-propylic, isobutylic and isoamylics), methanol, copper and lead in the sugarcane spirit were below the upper limits allowed by the Ministry of Agriculture regulations for the production of spirits. In conclusion, here we report that chronic consumption of sugarcane spirit produces liver injury and anxiolytic-like effects in mice. The more pronounced liver injury caused by sugarcane spirit as suggested by the AST/ALT ratio might have been caused by other organic compounds present in the sugarcane spirit while the anxiolytic-like effect seems to be caused by both ethanol and other compounds present in sugarcane spirit. The mechanisms by which sugarcane spirit leads to more rapid liver injury than does ethanol should be examined in future investigations. / A aguardente de cana-de-açúcar, uma bebida genuinamente brasileira obtida por fermentação seguida de destilação do mosto de cana de açúcar (Saccharum officinarum, L.), é apreciada não só no Brasil, mas mundialmente. Embora o consumo da aguardente de cana-de-açúcar seja um fator importante para o aumento do alcoolismo no Brasil, pouco se sabe sobre o seu consumo crônico na ansiedade ou efeitos ansiolíticos. No presente estudo, investigou-se se o consumo crônico da aguardente de cana-de-açúcar é responsável por induzir efeitos ansiolíticos. Camundongos Suíços machos com 3-3,5 meses de idade foram expostos ao paradigma de livre escolha com duas garrafas por seis semanas. Camundongos do grupo A foram tratados com aguardente de cana-de-açúcar + água destilada (n = 16); do grupo B com etanol +água destilada (n=15); e do grupo C (controle) com água destilada + água destilada (n = 14). O conteúdo de etanol nas bebidas oferecidas aos grupos A e B foi de 2% na primeira semana, de 5% na segunda semana e 10% nas 4 semanas restantes. No final dos tratamentos, os animais foram submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado e da placa perfurada para avaliação dos comportamentos relacionados com a ansiedade. Os níveis séricos de aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase foram determinados. As concentrações de etanol, acidez volátil, ésteres, aldeídos, furfural, álcoois superiores (n-propílico, isobutílico e isoamílico), metanol, cobre e chumbo da agurdente de cana-de-açúcar também foram determinados. O tempo gasto nos braços abertos foi aumentado em camundongos expostos ao consumo crônico de etanol (32±8 vs 7±2 s, p<0.05) ou de aguardente de cana-de-açúcar (36±9 vs 7±2 s, p<0.05), quando comparado ao grupo controle. Por outro lado, o tempo gasto nos braços fechados diminuiu significativamente nos animais que consumiram etanol (183±6 vs 214±4 s, p<0.05) ou aguardente de cana-de-açúcar (150±8 vs 214±4 s, p<0.05), quando comparado ao grupo controle. Além disso, a razão entre o tempo gasto nos braços abertos sobre o tempo total gasto em ambos os braços abertos e fechados foi significativamente aumentado (etanol 34±8 vs 6±2 s; aguardente de cana-de-açúcar 43±12 vs 6±2 s, p <0,05). No teste de placa perfurada, os camundongos tratados com etanol ou aguardente de cana-de-açúcar mostraram um aumento no número de mergulhos, quando comparado ao grupo controle (grupo controle: 16±1; etanol: 27±2; aguardente de cana-de-açúcar: 31±3, p<0.05). Além disso, a atividade motora no teste da placa perfurada também foi aumentada em ambos os grupos etanol ou aguardente de cana-de-açúcar, quando comparado ao grupo controle (grupo controle: 21±2; etanol: 34±2; aguardente de cana-de-açúcar: 40±4, p<0.05). A análise da composição química mostrou que as concentrações de etanol, acidez volátil, ésteres, aldeídos, furfural, álcoois superiores (n-propílico, isobutílico e isoamílico), metanol, cobre e chumbo na aguardente de cana-de-açúcar estavam abaixo do limite superior permitido pelos regulamentos do Ministério da Agricultura para a produção de bebidas destiladas. Em conclusão, aqui relatamos que o consumo crônico de aguardente de cana-de-açúcar produz lesão hepática e efeitos ansiolíticos em camundongos. A lesão hepática mais acentuada causada pela aguardente de cana-de-açúcar, como sugerido pela relação AST/ALT pode ter sido causado por outros compostos orgânicos presentes nesta bebida, enquanto o efeito ansiolítico parece ser causado tanto pelo etanol como pelos outros compostos presentes na aguardente de cana-de-açúcar. Os mecanismos pelos quais a aguardente de cana-de-açúcar leva a lesão hepática mais rápida do que o etanol devem ser examinados em futuras investigações.

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