Le récit autobiographique, et à plus forte raison le récit d’enfance autobiographique, trace une frontière difficile à circonscrire. L’écrivain la ressent, pourtant. Elle existe. Mais cette frontière semble n’avoir ni commencement ni fin et est d’abord l’histoire d’une limite qu’il porte en lui et doit franchir, afin de reculer les yeux ouverts. « On court pour échapper à quelque chose mais on l’emporte avec soi », répondait Thomas Bernhard à Andrée Müller lors d’un entretien en 1979. C’est dans cette perspective que ce mémoire propose d’étudier les cinq récits autobiographiques de Thomas Bernhard. L’écriture ne permet pas au narrateur de retrouver la forme antérieure du Moi tel qu’il était avant que des forces destructrices s’abattent sur lui. Inévitablement, les traumatismes déforment le Moi. Or il est possible, par le biais du langage, de décomposer, de fragmenter les diverses forces à l’oeuvre et de trouver leur point d’application, soit l’endroit où elles agissent en soi. Puisque le récit autobiographique ne dépend pas toujours de la vérité du texte par rapport au monde dans lequel il se situe, ou se situait, il est entendu qu’il peut au contraire faire la promotion d’un nouveau monde et engager, en se fondant sur la liberté qui la caractérise, de nouvelles expériences. Les théories de la subjectivation et de la reconnaissance, ainsi que celles portant sur la vulnérabilité et la honte, guident ma réflexion et m’aident à répondre à la question suivante : que peut l’écriture face aux jeux de relais entre équilibre et déséquilibre psychiques? C’est à la mise en scène d’un soi oscillant constamment entre ces deux pôles que me convie Bernhard, un spectacle auquel chacun d’entre nous prend part à l’instant où il ouvre un de ses récits.

Thèse de doctorat : ETUDES GERMANIQUES : Metz : 1997. / 1997METZ007L. 226 ref.

Zugl.: Berlin, Freie Univ., Diss., 2005

Zugl.: Berlin, Freie Univ., Diss., 2005

Zugl.: Freiburg (Breisgau), Univ., Diss., 2006

Zugl.: Münster (Westfalen), Univ., Diss., 2007

Zugl.: Freiburg (Breisgau), Univ., Diss., 2006

Texte remanié de: Diss.--Literatur--München--Ludwig-Maximilians Universität, 1998. / Bibliogr. p. 297-311. Contient un résumé en français.

193 f. / Submitted by Cynthia Nascimento (cyngabe@ufba.br) on 2013-03-22T15:43:50Z No. of bitstreams: 1 Moisés Oliveira Alves.pdf: 940949 bytes, checksum: 45651a17e1abe31b04b9d02e12a88624 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-03-22T20:12:42Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Moisés Oliveira Alves.pdf: 940949 bytes, checksum: 45651a17e1abe31b04b9d02e12a88624 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-03-22T20:12:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Moisés Oliveira Alves.pdf: 940949 bytes, checksum: 45651a17e1abe31b04b9d02e12a88624 (MD5) / CAPES / Esboço teórico dos primeiros filósofos do trágico. A filosofia do trágico como um desejo da modernidade. A teoria do drama e sua geopolítica a partir de Hegel, Schelling e Goethe. O lugar do trágico na dramaturgia contemporânea e seus operadores de leitura. Schiller e Camus: estudo das diferenças entre o herói e o homem. Estudos sobre os sistemas de interpretação baseados nos pressupostos da teoria literária e psicanálise: Freud e Rosset. Os males do corpo e seus entrecruzamentos na ficção literária. O drama e seu encontro com outros pólos discursivos. Textos literários da filosofia e discussões filosóficas nos textos dramáticos, a partir de Nietzsche e Bernhard. Pressupostos teóricos sobre a força de atração do trágico na dramaturgia bernhardiana. Análise da peça Uma festa para Boris. O silêncio e a imobilidade como signos trágicos. A leitura teórica do universo dramático de Bernhard através da poética do herói moribundo. A rede afetiva de Bernhard e Beckett: dramaturgias do escombro, das miudezas e da escassez. Os desertos subjetivos das personagens como a realização de uma tragicidade. Os sistemas teóricos da modernidade e suas estratégias de criação. / Universidade Federal da Bahia.Instituto de Letras. Salvador-Ba, 2012.

Made available in DSpace on 2015-12-10T14:22:28Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2015-05-26. Added 1 bitstream(s) on 2015-12-10T14:28:34Z : No. of bitstreams: 1 000851833.pdf: 877482 bytes, checksum: 3025eae798e040664a10720931040e91 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Esta dissertação tem como objetivo empreender uma análise da obra Extinção - Uma derrocada (Auslöschung - Ein Zerfall), publicado em 1986, pelo escritor austríaco Thomas Bernhard. O romance, narrado por Franz-Josef Murau, apresenta como situação narrativa o desejo desse personagem de escrever a sua autobiografia, tão logo retorne de Wolfsegg, onde fora participar do enterro de familiares, para Roma, onde vive desde que deixou a família. Entretanto, ao final do romance, após ser anunciada a morte do narrador, esse mesmo texto pode ser lido como a concretização de seu projeto autobiográfico. Desse modo, a presente análise parte da constituição do narrador-protagonista para refletir acerca de sua intenção ao escrever seu relato, o qual tem como tema abordar sua terra natal, Wolfsegg, na Áustria. Este trabalho visa mostrar também o papel da escrita como forma de elaboração do passado traumático vivido pelo narrador ao lado de sua família em Wolfsegg. Uma vez que esse espaço reina absoluto no discurso do narrador, sendo, portanto, o núcleo temático de sua escrita, ele também será analisado para que assim se possa melhor delinear o sujeito que conta a sua história. Devido ao fato de o romance ser dominado pelo campo de visão de um narrador em primeira pessoa, torna-se necessário abordar o modo como esse indivíduo seleciona e ordena os eventos que se põe a narrar, os quais visam a potencializar a imagem que o protagonista quer criar de si mesmo. Nesse romance, as instâncias do narrador e do espaço parecem ser um só e a escrita concebida por Murau deve apresentar a extinção de ambos / The present dissertation aims to analyze the book Extinction - a collapse, of the Austrian writer Thomas Bernhard, published in 1986. The novel, related by Franz-Josef Murau, presents as a narrative situation the wish of this character to write his autobiography, as soon as he returns from Wolfsegg - where he attended his relatives' funeral - to Rome, where he lives since he left his family. However, in the end, after being announced the narrator's death, the same text can be read as the embodiment of his autobiographical project. Thus, this analysis starts from the constitution of the narrator-protagonist to reflect about his intention in writing his account, which has as the theme to deal with his homeland, Wolfsegg, in Austria. This research also aims to show the role of writing as a way of elaborating the traumatic past lived by the narrator beside his family, in Wolfsegg. This place reigns in the narrator's speech as absolute and, being the thematic core of his writing, it will also be analyzed to delineate the person who tells his story. It's necessary to discuss how this narrator selects and sorts the events which he describes because the novel is dominated by his view - in first person. These events intend to enhance the image that the protagonist wants to create of himself. In this novel, narrator and space categories seem to be only one and the writing designed by Murau must present the extinction of both