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As caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidadeSalvagni, Julice January 2016 (has links)
Esta tese considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona é a parte constituinte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e à participação das caminhoneiras enquanto locutoras desta realidade a ser descoberta, o que é característico da observação participante. A entrada da mulher no mercado de trabalho e, recentemente, sua ocupação em trabalhos ainda considerados masculinizados nos leva à emergente produção de outro olhar sobre os fenômenos. A identidade é vista a partir do entendimento pós-moderno de S. Hall relacionado com a noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante, por ser vista pelo outros enquanto desviante. É visto que a mulher incorpora ações consideradas masculinizadas para ser aceita em um grupo em sua maioria masculino, mas, ao mesmo tempo, busca enfatizar sua feminilidade ali colocada em questão. Gênero no trabalho é tratado a partir de A. Hochschild e E. Souza-Lobo, a fim de evidenciar elementos que emanam dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade. As distinções de sexo e gênero são feitas com base em L. Nicholson e A. Piscitelli, que contribuem acerca da proposição de categorias de gênero descritivas e analíticas. Ainda, A. Brah, que percorre historicamente os conceitos de diferença, diversidade e diferenciação, sobretudo através do ponto de vista das intersecções de raça e etnia e a crítica feminista à biologia do sexo de M. Hird, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. Utilizamos a compreensão de não-lugares de M. Augé para tratar da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam para o desenrolar de uma identidade de fronteira. Por se tratar de uma profissão que é considerada masculina – no sentido de ser algo incomum à prática das mulheres, elencamos aspectos do estigma e dos disfarces. Abordamos a temática do trabalho através dos processos de trabalho e a perspectiva da organização, disciplina e divisão do trabalho, como M. Perrot e J. Neffa. Um entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho proposta, entre outros, por Bourdieu, e as formas de subjetivação – sentidos e sofrimentos, são abordados pela perspectiva teórica de R. Antunes e de C. Dejours, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Contudo, há indícios de outras formas de organização familiar que mostram não só a entrada da mulher na atividade do marido, mas a saída dele, junto com a mulher, no momento da maternidade. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais. / This thesis considers female truck driver the women who, besides being truck drivers, choose to work long routes. The problem of setting up gender identity in the workplace was developed by analyzing the female truck driver, especially from the point of view of the characteristics of an itinerant activity. Riding along is a constituent part of an ethnographic research, which aims at the researcher’s active participation in the female trucker’s journeys and the participation of the female truck drivers as a voice to be heard over this reality to be discovered, which is typical of participant observation. Women’s entry into the job market and, recently, women’s occupation in jobs still considered meant for man, leads us to the emerging production of a new point of view on the phenomena. Identity is seen from the postmodern understanding of S. Hall related to the notion of identity, difference and différance in order to see the female truck drivers’ reality connected with their itinerant routine, seen by others as odd. It is observed that women embody actions considered masculine in order to be accepted in a group, in its majority composed by men, but at the same time, they seek to emphasize their femininity, which is called into question. Gender in the workplace is handled from A. Hochschild and E. Souza-Lobo, in favor of highlighting elements that emanate from the legitimation formats of social roles and identities which are solidified nowadays. The distinctions of sex and gender are made based on L. Nicholson and A. Piscitelli, who contribute on the proposition of descriptive and analytical gender categories. Also, A. Brah, who historically covers the concepts of difference, diversity and differentiation, particularly through the point of view of race and ethnicity intersections and the feminist criticism towards the biology of sex of M. Hird, who deconstructs the myth of supposed physical strength advantage. M. Augé's understanding of non-places was used to address the transience quality of occupation, since the results point to the development of a marginal identity. Because it is a profession considered masculine—in the sense of being something unusual to the practice of women, aspects of stigma and disguises were listed. The issue of work is addressed through the work processes and the perspective of the organization, discipline and division of labor, as in M. Perrot and J. Neffa. An understanding of the hierarchies, the powers and the sexist division of labor proposed, among others, by Bourdieu, and forms of subjectivation - senses and suffering, are covered by the theoretical perspective of R. Antunes and C. Dejours where motherhood is emphasized as the main obstacle to the continuity of women in the truck driving activity. However, there is evidence of other forms of family organization that show not only the women's entry into the husband's activity, but his leaving with his wife when motherhood comes. At last, it is pointed out that although women are conquering new workspaces, hierarchical and power relations are reorganized within the institutions, creating new gender relations, but no less unequal. / Esta tesis considera camionera a la mujer que, además de ser motorista de camión, opta por trabajar con rutas largas. Desenvolvemos la problemática de la elaboración de la identidad de género en el trabajo por parte de la camionera, especialmente del punto de vista de las características de una actividad itinerante. El aventón es la parte constituyente de una pesquisa etnográfica, que visa la participación activa de la investigadora en los viajes de la camionera y la participación de las camioneras en cuanto a locutoras de esta realidad a ser descubierta, lo que es característico de la observación participante. La entrada de la mujer en el mercado de trabajo es, recientemente, su ocupación en trabajos aún considerados masculinizados, nos lleva a una emergente producción de otra visión sobre los fenómenos. La identidad es vista a partir del entendimiento pos-moderno de S. Hall relacionado con la noción de identificación, diferencia y différance, con el objetivo de pensar la realidad de la camionera de modo articulado con su rutina itinerante, por ser vista por los otros en cuanto desviante. Es visto que la mujer incorpora acciones consideradas masculinizadas para ser acepta en un grupo, en su mayoría masculino, pero, al mismo tiempo, busca enfatizar su femineidad colocada en cuestión. Género en el trabajo es tratado a partir de A. Hochschild y E. Souza-Lobo, a fin de evidenciar elementos que emanan de los formatos de legitimación de los papeles e identidades sociales solidificadas en la actualidad. Las distinciones de sexo y género son hechas con base en L. Nicholson y A. Piscitelli, que contribuyen acerca de la proposición de categorías de género descriptivas y analíticas. Aún, A. Brah, que transcurre históricamente los conceptos de diferencia, diversidad y diferenciación, sobre todo a través del punto de vista de las intersecciones de raza y etnia, y la crítica feminista la biología del sexo de M. Hird, que reconstruye el mito de supuesta ventaja de fuerza física. Utilizamos la comprensión de no-lugares de M. Augé para tratar de la transitoriedad característica de la ocupación, ya que los resultados apuntan para el descubrir de una identidad de frontera. Por tratarse de una profesión que es considerada masculina – en el sentido de ser algo poco común la práctica de las mujeres, enumeramos aspectos del estigma y de los disfraces. Abordamos la temática del trabajo a través de los procesos de trabajo y la perspectiva de la organización, disciplina y división del trabajo, como M. Perrot y J. Neffa. Un entendimiento de las jerarquías, de los poderes y de la división sexista del trabajo propuesta, entre otros, por Bourdieu, y las formas de subjetivación – sentidos y sufrimientos, son abordados por la perspectiva teórica de R. Antunes y de C. Dejours, donde enfatizamos la maternidad como principal obstáculo a la continuidad de la mujer en la actividad de camionera. Con todo, hay indicios de otras formas de organización familiar que muestran no solo la entrada de la mujer en la actividad del marido, pero la salida de él, junto con la mujer, en el momento de la maternidad. Por fin, destacamos que, aunque la mujer esté conquistando nuevos espacios de trabajo, las relaciones jerárquicas y de poder se re-organizan en el interior de las instituciones, creando nuevas relaciones de género, pero no menos desiguales.
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As caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidadeSalvagni, Julice January 2016 (has links)
Esta tese considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona é a parte constituinte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e à participação das caminhoneiras enquanto locutoras desta realidade a ser descoberta, o que é característico da observação participante. A entrada da mulher no mercado de trabalho e, recentemente, sua ocupação em trabalhos ainda considerados masculinizados nos leva à emergente produção de outro olhar sobre os fenômenos. A identidade é vista a partir do entendimento pós-moderno de S. Hall relacionado com a noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante, por ser vista pelo outros enquanto desviante. É visto que a mulher incorpora ações consideradas masculinizadas para ser aceita em um grupo em sua maioria masculino, mas, ao mesmo tempo, busca enfatizar sua feminilidade ali colocada em questão. Gênero no trabalho é tratado a partir de A. Hochschild e E. Souza-Lobo, a fim de evidenciar elementos que emanam dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade. As distinções de sexo e gênero são feitas com base em L. Nicholson e A. Piscitelli, que contribuem acerca da proposição de categorias de gênero descritivas e analíticas. Ainda, A. Brah, que percorre historicamente os conceitos de diferença, diversidade e diferenciação, sobretudo através do ponto de vista das intersecções de raça e etnia e a crítica feminista à biologia do sexo de M. Hird, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. Utilizamos a compreensão de não-lugares de M. Augé para tratar da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam para o desenrolar de uma identidade de fronteira. Por se tratar de uma profissão que é considerada masculina – no sentido de ser algo incomum à prática das mulheres, elencamos aspectos do estigma e dos disfarces. Abordamos a temática do trabalho através dos processos de trabalho e a perspectiva da organização, disciplina e divisão do trabalho, como M. Perrot e J. Neffa. Um entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho proposta, entre outros, por Bourdieu, e as formas de subjetivação – sentidos e sofrimentos, são abordados pela perspectiva teórica de R. Antunes e de C. Dejours, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Contudo, há indícios de outras formas de organização familiar que mostram não só a entrada da mulher na atividade do marido, mas a saída dele, junto com a mulher, no momento da maternidade. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais. / This thesis considers female truck driver the women who, besides being truck drivers, choose to work long routes. The problem of setting up gender identity in the workplace was developed by analyzing the female truck driver, especially from the point of view of the characteristics of an itinerant activity. Riding along is a constituent part of an ethnographic research, which aims at the researcher’s active participation in the female trucker’s journeys and the participation of the female truck drivers as a voice to be heard over this reality to be discovered, which is typical of participant observation. Women’s entry into the job market and, recently, women’s occupation in jobs still considered meant for man, leads us to the emerging production of a new point of view on the phenomena. Identity is seen from the postmodern understanding of S. Hall related to the notion of identity, difference and différance in order to see the female truck drivers’ reality connected with their itinerant routine, seen by others as odd. It is observed that women embody actions considered masculine in order to be accepted in a group, in its majority composed by men, but at the same time, they seek to emphasize their femininity, which is called into question. Gender in the workplace is handled from A. Hochschild and E. Souza-Lobo, in favor of highlighting elements that emanate from the legitimation formats of social roles and identities which are solidified nowadays. The distinctions of sex and gender are made based on L. Nicholson and A. Piscitelli, who contribute on the proposition of descriptive and analytical gender categories. Also, A. Brah, who historically covers the concepts of difference, diversity and differentiation, particularly through the point of view of race and ethnicity intersections and the feminist criticism towards the biology of sex of M. Hird, who deconstructs the myth of supposed physical strength advantage. M. Augé's understanding of non-places was used to address the transience quality of occupation, since the results point to the development of a marginal identity. Because it is a profession considered masculine—in the sense of being something unusual to the practice of women, aspects of stigma and disguises were listed. The issue of work is addressed through the work processes and the perspective of the organization, discipline and division of labor, as in M. Perrot and J. Neffa. An understanding of the hierarchies, the powers and the sexist division of labor proposed, among others, by Bourdieu, and forms of subjectivation - senses and suffering, are covered by the theoretical perspective of R. Antunes and C. Dejours where motherhood is emphasized as the main obstacle to the continuity of women in the truck driving activity. However, there is evidence of other forms of family organization that show not only the women's entry into the husband's activity, but his leaving with his wife when motherhood comes. At last, it is pointed out that although women are conquering new workspaces, hierarchical and power relations are reorganized within the institutions, creating new gender relations, but no less unequal. / Esta tesis considera camionera a la mujer que, además de ser motorista de camión, opta por trabajar con rutas largas. Desenvolvemos la problemática de la elaboración de la identidad de género en el trabajo por parte de la camionera, especialmente del punto de vista de las características de una actividad itinerante. El aventón es la parte constituyente de una pesquisa etnográfica, que visa la participación activa de la investigadora en los viajes de la camionera y la participación de las camioneras en cuanto a locutoras de esta realidad a ser descubierta, lo que es característico de la observación participante. La entrada de la mujer en el mercado de trabajo es, recientemente, su ocupación en trabajos aún considerados masculinizados, nos lleva a una emergente producción de otra visión sobre los fenómenos. La identidad es vista a partir del entendimiento pos-moderno de S. Hall relacionado con la noción de identificación, diferencia y différance, con el objetivo de pensar la realidad de la camionera de modo articulado con su rutina itinerante, por ser vista por los otros en cuanto desviante. Es visto que la mujer incorpora acciones consideradas masculinizadas para ser acepta en un grupo, en su mayoría masculino, pero, al mismo tiempo, busca enfatizar su femineidad colocada en cuestión. Género en el trabajo es tratado a partir de A. Hochschild y E. Souza-Lobo, a fin de evidenciar elementos que emanan de los formatos de legitimación de los papeles e identidades sociales solidificadas en la actualidad. Las distinciones de sexo y género son hechas con base en L. Nicholson y A. Piscitelli, que contribuyen acerca de la proposición de categorías de género descriptivas y analíticas. Aún, A. Brah, que transcurre históricamente los conceptos de diferencia, diversidad y diferenciación, sobre todo a través del punto de vista de las intersecciones de raza y etnia, y la crítica feminista la biología del sexo de M. Hird, que reconstruye el mito de supuesta ventaja de fuerza física. Utilizamos la comprensión de no-lugares de M. Augé para tratar de la transitoriedad característica de la ocupación, ya que los resultados apuntan para el descubrir de una identidad de frontera. Por tratarse de una profesión que es considerada masculina – en el sentido de ser algo poco común la práctica de las mujeres, enumeramos aspectos del estigma y de los disfraces. Abordamos la temática del trabajo a través de los procesos de trabajo y la perspectiva de la organización, disciplina y división del trabajo, como M. Perrot y J. Neffa. Un entendimiento de las jerarquías, de los poderes y de la división sexista del trabajo propuesta, entre otros, por Bourdieu, y las formas de subjetivación – sentidos y sufrimientos, son abordados por la perspectiva teórica de R. Antunes y de C. Dejours, donde enfatizamos la maternidad como principal obstáculo a la continuidad de la mujer en la actividad de camionera. Con todo, hay indicios de otras formas de organización familiar que muestran no solo la entrada de la mujer en la actividad del marido, pero la salida de él, junto con la mujer, en el momento de la maternidad. Por fin, destacamos que, aunque la mujer esté conquistando nuevos espacios de trabajo, las relaciones jerárquicas y de poder se re-organizan en el interior de las instituciones, creando nuevas relaciones de género, pero no menos desiguales.
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As caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidadeSalvagni, Julice January 2016 (has links)
Esta tese considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona é a parte constituinte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e à participação das caminhoneiras enquanto locutoras desta realidade a ser descoberta, o que é característico da observação participante. A entrada da mulher no mercado de trabalho e, recentemente, sua ocupação em trabalhos ainda considerados masculinizados nos leva à emergente produção de outro olhar sobre os fenômenos. A identidade é vista a partir do entendimento pós-moderno de S. Hall relacionado com a noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante, por ser vista pelo outros enquanto desviante. É visto que a mulher incorpora ações consideradas masculinizadas para ser aceita em um grupo em sua maioria masculino, mas, ao mesmo tempo, busca enfatizar sua feminilidade ali colocada em questão. Gênero no trabalho é tratado a partir de A. Hochschild e E. Souza-Lobo, a fim de evidenciar elementos que emanam dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade. As distinções de sexo e gênero são feitas com base em L. Nicholson e A. Piscitelli, que contribuem acerca da proposição de categorias de gênero descritivas e analíticas. Ainda, A. Brah, que percorre historicamente os conceitos de diferença, diversidade e diferenciação, sobretudo através do ponto de vista das intersecções de raça e etnia e a crítica feminista à biologia do sexo de M. Hird, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. Utilizamos a compreensão de não-lugares de M. Augé para tratar da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam para o desenrolar de uma identidade de fronteira. Por se tratar de uma profissão que é considerada masculina – no sentido de ser algo incomum à prática das mulheres, elencamos aspectos do estigma e dos disfarces. Abordamos a temática do trabalho através dos processos de trabalho e a perspectiva da organização, disciplina e divisão do trabalho, como M. Perrot e J. Neffa. Um entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho proposta, entre outros, por Bourdieu, e as formas de subjetivação – sentidos e sofrimentos, são abordados pela perspectiva teórica de R. Antunes e de C. Dejours, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Contudo, há indícios de outras formas de organização familiar que mostram não só a entrada da mulher na atividade do marido, mas a saída dele, junto com a mulher, no momento da maternidade. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais. / This thesis considers female truck driver the women who, besides being truck drivers, choose to work long routes. The problem of setting up gender identity in the workplace was developed by analyzing the female truck driver, especially from the point of view of the characteristics of an itinerant activity. Riding along is a constituent part of an ethnographic research, which aims at the researcher’s active participation in the female trucker’s journeys and the participation of the female truck drivers as a voice to be heard over this reality to be discovered, which is typical of participant observation. Women’s entry into the job market and, recently, women’s occupation in jobs still considered meant for man, leads us to the emerging production of a new point of view on the phenomena. Identity is seen from the postmodern understanding of S. Hall related to the notion of identity, difference and différance in order to see the female truck drivers’ reality connected with their itinerant routine, seen by others as odd. It is observed that women embody actions considered masculine in order to be accepted in a group, in its majority composed by men, but at the same time, they seek to emphasize their femininity, which is called into question. Gender in the workplace is handled from A. Hochschild and E. Souza-Lobo, in favor of highlighting elements that emanate from the legitimation formats of social roles and identities which are solidified nowadays. The distinctions of sex and gender are made based on L. Nicholson and A. Piscitelli, who contribute on the proposition of descriptive and analytical gender categories. Also, A. Brah, who historically covers the concepts of difference, diversity and differentiation, particularly through the point of view of race and ethnicity intersections and the feminist criticism towards the biology of sex of M. Hird, who deconstructs the myth of supposed physical strength advantage. M. Augé's understanding of non-places was used to address the transience quality of occupation, since the results point to the development of a marginal identity. Because it is a profession considered masculine—in the sense of being something unusual to the practice of women, aspects of stigma and disguises were listed. The issue of work is addressed through the work processes and the perspective of the organization, discipline and division of labor, as in M. Perrot and J. Neffa. An understanding of the hierarchies, the powers and the sexist division of labor proposed, among others, by Bourdieu, and forms of subjectivation - senses and suffering, are covered by the theoretical perspective of R. Antunes and C. Dejours where motherhood is emphasized as the main obstacle to the continuity of women in the truck driving activity. However, there is evidence of other forms of family organization that show not only the women's entry into the husband's activity, but his leaving with his wife when motherhood comes. At last, it is pointed out that although women are conquering new workspaces, hierarchical and power relations are reorganized within the institutions, creating new gender relations, but no less unequal. / Esta tesis considera camionera a la mujer que, además de ser motorista de camión, opta por trabajar con rutas largas. Desenvolvemos la problemática de la elaboración de la identidad de género en el trabajo por parte de la camionera, especialmente del punto de vista de las características de una actividad itinerante. El aventón es la parte constituyente de una pesquisa etnográfica, que visa la participación activa de la investigadora en los viajes de la camionera y la participación de las camioneras en cuanto a locutoras de esta realidad a ser descubierta, lo que es característico de la observación participante. La entrada de la mujer en el mercado de trabajo es, recientemente, su ocupación en trabajos aún considerados masculinizados, nos lleva a una emergente producción de otra visión sobre los fenómenos. La identidad es vista a partir del entendimiento pos-moderno de S. Hall relacionado con la noción de identificación, diferencia y différance, con el objetivo de pensar la realidad de la camionera de modo articulado con su rutina itinerante, por ser vista por los otros en cuanto desviante. Es visto que la mujer incorpora acciones consideradas masculinizadas para ser acepta en un grupo, en su mayoría masculino, pero, al mismo tiempo, busca enfatizar su femineidad colocada en cuestión. Género en el trabajo es tratado a partir de A. Hochschild y E. Souza-Lobo, a fin de evidenciar elementos que emanan de los formatos de legitimación de los papeles e identidades sociales solidificadas en la actualidad. Las distinciones de sexo y género son hechas con base en L. Nicholson y A. Piscitelli, que contribuyen acerca de la proposición de categorías de género descriptivas y analíticas. Aún, A. Brah, que transcurre históricamente los conceptos de diferencia, diversidad y diferenciación, sobre todo a través del punto de vista de las intersecciones de raza y etnia, y la crítica feminista la biología del sexo de M. Hird, que reconstruye el mito de supuesta ventaja de fuerza física. Utilizamos la comprensión de no-lugares de M. Augé para tratar de la transitoriedad característica de la ocupación, ya que los resultados apuntan para el descubrir de una identidad de frontera. Por tratarse de una profesión que es considerada masculina – en el sentido de ser algo poco común la práctica de las mujeres, enumeramos aspectos del estigma y de los disfraces. Abordamos la temática del trabajo a través de los procesos de trabajo y la perspectiva de la organización, disciplina y división del trabajo, como M. Perrot y J. Neffa. Un entendimiento de las jerarquías, de los poderes y de la división sexista del trabajo propuesta, entre otros, por Bourdieu, y las formas de subjetivación – sentidos y sufrimientos, son abordados por la perspectiva teórica de R. Antunes y de C. Dejours, donde enfatizamos la maternidad como principal obstáculo a la continuidad de la mujer en la actividad de camionera. Con todo, hay indicios de otras formas de organización familiar que muestran no solo la entrada de la mujer en la actividad del marido, pero la salida de él, junto con la mujer, en el momento de la maternidad. Por fin, destacamos que, aunque la mujer esté conquistando nuevos espacios de trabajo, las relaciones jerárquicas y de poder se re-organizan en el interior de las instituciones, creando nuevas relaciones de género, pero no menos desiguales.
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