Correntes d'Escritas, um evento cultural, um encontro literário que reúne escritores de língua portuguesa e espanhola, numa cidade do norte litoral, na Póvoa de Varzim. Este encontro, que conta já com 11 anos de existência, ocorre anualmente no mês de Fevereiro e atrai pessoas de todas as idades e de todos os cantos do mundo. No entanto, nenhum estudo até ao momento tinha sido realizado com o intuito de explorar as suas características. Ao longo do meu estágio realizado na Câmara da Póvoa de Varzim, tive a oportunidade de conhecer melhor este meio, e inclusive observar os quatros dias do Correntes d'Escritas. Deste modo, realizei um plano de marketing, aplicando inquéritos dirigidos aos diversos públicos deste evento. Esta investigação revela resultados positivos mas também algumas deficiências que devem ser analisadas com atenção. A cultura, assim como a literatura conquistam cada vez mais a sociedade portuguesa, mas ainda não o suficiente, mas este tipo de iniciativas podem alterar os hábitos culturais dos cidadãos portugueses.

D. Luís foi capelão em 1433, quando D. Duarte subiu ao trono, e era arcebispo de Braga quando morreu em 1480. Ao longo destes 43 anos foi embaixador régio, legado papal na Alemanha, bispo em três dioceses nacionais e responsável por um dos sínodos diocesanos mais importantes para o período medieval. No contexto nacional, foi testemunha directa dos momentos políticos que conduzirama Alfarrobeira. Já no âmbito europeu, foi um privilegiado espectador do despontar da arte e cultura renascentista na Itália. Assistiu também ao definhar do Sacro Império Romano-Germânico e à queda de Constantinopla em 1452. Para a cronologia o seu século corresponde ao fim da Idade Média. Logo D. Luís surge-nos como um tema cativantepara todos os que se interessam pelo estudo da Baixa Idade Média. Mais, para todos os que se interessam pela história eclesiástica desta época dado que viveu, de forma quase exclusiva, para o desempenho da missão pastoral inerente à sua condição de homem da Igreja. É impossível separá-lo da instituição eclesiástica, pois a sua identidade foi radicalmente condicionada pelas suas férreas orientações religiosas. E é nesta perspectiva que encontramos o fio unificador da sua vida.

A análise da revista Seara Nova, no arco cronológico (1940-1958), constitui o objecto deste trabalho. A conjuntura política nacional e internacional em mutação reflecte-se, inevitavelmente, na orientação da Revista que, através dos seus conteúdos, vai proceder a ajustamentos quer para ultrapassar problemas impostos pela censura, quer para se manter actualizada face a outra imprensa que, em concorrência e recentes no mercado, assimilaram uma postura activa mais condizente com a actualidade. Até que ponto a Seara vacilou em relação ao seu programa inicial (1921) face aos condicionalismos já referidos e ao afastamento dos seus principais doutrinadores - António Sérgio e Raul Proença - é o objectivo deste nosso trabalho.

A proliferação das academias no século XVII correspondeu a um fenómeno de difusão da cultura no seio das classes mais favorecidas, paralela à praxe da universidade, que respondia tanto à necessidade de coesão interna dentro da complexa e delicada distribuição de poderes, como ao desejo de ascensão e visibilidade cultural dos seus membros. A eternização de modelos clássicos e a banalização da métrica e da retórica, que serviam para tudo, contribuíram para o seu desfavor na perspetiva dos estudos literários dos séculos seguintes e justificaram que fosse lançado um espesso véu de esquecimento sobre o que delas se conserva ainda nos arquivos e nas bibliotecas. No entanto, olhadas a partir do século XXI, estas agremiações representam um testemunho elucidativo dos modelos literários que enquadravam a utilidade da palavra escrita no período barroco, cujas premissas podem ser mais eficazmente conhecidas, se evitarmos as generalizações e, focados em casos particulares, estudarmos caso a caso os testemunhos que sobreviveram dispersos por diversos arquivos e bibliotecas. A Academia dos Generosos foi uma das duas academias portuguesas seiscentistas mais conhecidas, quer pelo tempo em que permaneceu em atividade, quer pela notoriedade social dos seus associados, de entre os quais se destacam D. Francisco Manuel de Melo e aquele que foi assumidamente seu secretário perpétuo, D. António Álvares da Cunha. D. António Álvares da Cunha representa o epitome do homem barroco português, interessado pelos estudos humanísticos, envolvido no processo de legitimação da Casa de Bragança, homem de corte prudente, discreto, mas ambicioso, como se autointitulava enquanto confrade académico. Os textos que pudemos recolher e estudar permitem identificar a presença de algumas linhas de força que circunscrevem a sua produção poética ao âmbito da academia, mas mostram, igualmente, que o académico Ambicioso (...).

Quando se falava de Sebastianismo, mais precisamente na origem do sebastianismo, sentia-se uma lacuna evidente: pouco se sabia sobre a personagem que, reconhecidamente, tinha tido um papel fundamental para o efeito - D. João de Castro (1550?-1628?) neto do famigerado vice-rei da Índia. Depois de frequentar a Universidade de Évora de 1568 a 1578, seguiu D. António, Prior de Crato, com o qual se exila durante largos anos em França e Inglaterra... Canado de desilusões e sofrimentos, decide deixar - em clara ruptura - a corte exilada, convencido de que o monarca que seguira não tinha condições para defender os melhores interesses para Portugal... Como o próprio revela nessa fase (1578), em Paris - com o objectivo bem definido de diminuir D. António politicamente... - vai «inventar», com base numa trabalhada sustentação profética, a ideia de que D. Sebastião estava vivo... No entanto, subjugado por aquiloque agora lhe parecia claro em profecias, vai acreditar, de facto, nessa esperança inicialmente fingida, e envolver-se empenhadamente no caso do «quarto falso rei D. Sebastião» - um Marco Túlio que se começou a declarar por tal em 1598, em Veneza, e que viria a ser sentenciado em 1603. Tudo isto o vai obrigar a um longo exílio em Paris que se prolongará até ao fim dos seus dias... até 1628 produzirá uma vastíssima obra inédita em que tenta provar que D. Sebastião não morrera, mas estava «encoberto» e apareceria para ter um papel imperial, teológico e teleológico na história da humanidade...Entre os filões proféticos com que se relaciona há um que ocupa um lugar importantíssimo: as ideias e as obras atribuídas a Joaquim de Flora... Delas receberá conceitos, metodológicas, e a própria visão da história. E por este exercício - pela forma consitente e precursora com que o fez - a sua obra tem uma enorme importância no cenário da literatura profética em «língua portuguesa»...

Procede-se a uma inventariação de fontes de diverso teor que refiram ideias, conceitos e representações cosmológicas e astronómicas, especificamente conotadas com o âmbito "extraterrestre" e as noções sobre o Outro não terrestre e porventura não-humano. Analisa-se a rede de influências, mormente de leituras, que possam ter determinado as opções dos nossos mentores culturais sobre o tema.

A dissertação que se apresenta no mestrado "cultura e Comunicação" reporta-se às concepções sobre "a educação em museus advindas da políticas culturais, em Portugal, de 1974 a 2004". As principais concepções provenientes de organismos estatais expressas em documentos textuais dirigidos ou inclusivos das instituições museológicas em geral permitem uma reflexão e análise acerca da educação em museus. Pelo que o trabalho desenvolve uma análise de conteúdo dos diplomas jurídico-píblicos que servem de principal orientação na área da cultura atinente aos museus tendo em conta o papel da educação, o âmbito social da educação, as préticas educativas museológicas e ainda as articulações/colaborações/parcerias entre museus e escolas.

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Esta dissertação pretende estudar a obra de Teodoro de almeida, autor de textos de divulgação científica e de espiritualidade, "novelas" e composições poéticas, evidenciando as formas como esta produção se inscreve - de maneira original - nos contextos "ilustrados" do século XVIII português. A primeira parte examina as orientações de fixação das "memória" deste oratoriano, desde 1804, até aos nossos dias, através de um variado fundo documental, mostrando quanto pesou, neste percurso que comporta uma Vida redigida em 1830, a sombra de Pombal. A segunda procede ao estudo da obra impressa e inédita, nas suas várias direcções - da história da divulgação científica, à literatura, aos modelos educativos e à estruturação de piedades privadas - procurando provar que o autor possui um projecto literário global, construído no campo cultural das "luzes", de uma maneira muito particular no contexto português, já que, conhecendo e usando os principais mecanismos literários e culturais destas, supõe e propõe um caminho alternativo. A "ciência" como literatura, a difusão de modelos comportamentais, através de codificações discursivas como o "poema em prosa", a escrita de devocionários e cartas "espirituais" que esta dissertação procura estudar em pormenor, inserindo a produção do autor no omplexo contexto a que pertence, revelam-se formas diferenciadas de atingir um mesmo objectivo: a consideração da unidade indissolúvel entre o sagrado e o profano, num mundo em que tal cisão se vinha processando.

Em 1980 é publicada no Porto a revista Nova Renascença, um periódico de publicação trimestral que terá duração até o ano de 1999. Um dos principais objetivos da revista, continuamente exposto em seus editoriais e manifestos, bem como em alguns de seus textos de crítica literária, estava em reelaborar uma identidade nacional, que aliando tradição e modernidade, fez da língua portuguesa sua expressão mítica. Sabemos que os mitos em suas narrativas simbólicas configuram diversos tipos de saberes e de usos, dos mais criativos aos mais retóricos, tornando-se, sempre, uma expressão perigosa. Partindo, portanto, desse pressuposto, buscamos, neste trabalho, apresentar alguns dos diferentes sentidos que a proposta mitopoética da língua e da Pátria assumem na revista, sempre tendo como horizonte o contexto sócio-histórico do atual debate sobre o retorno do mito e a pós-modernidade. / In 1980, the Nova Renascença magazine was first published, in Portos city, lasting untill 1999. One of its main goals, continuously displayed in its editorials and manifestos, as well as in some of its texts of literary critics, was to re-elaborate Portugals identity, which by uniting tradition and modernity, made, out of the Portuguese language, its mythical expression. We know that myths while expressed in symbolical terms serve different functions and uses, from most creatives to most rhetorical, becoming always a dangerous expression. Taking, therefore, from this assumption, we seek, in this work, to present some of the different meanings that the mythic-poetic proposal of the language and the Nation assume in the magazine, having always its global context, in which occurs the actual debate between the return of the myth and post-modernity, as horizon.