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Avaliação do comprometimento orofacial nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil / Analysis of dental and facial endangering of patients with juvenile systemic lupus erythematosusElisabeth Gonzaga Canova Fernandes 16 May 2006 (has links)
INTRODUÇÃO: Com a melhora do prognóstico nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil novas recomendações são necessárias na reumatologia pediátrica, como avaliação da saúde bucal e do sistema mastigatório. O objetivo deste estudo é avaliar o comprometimento orofacial nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil e grupo controle, e avaliar possíveis associações entre o comprometimento orofacial e manifestações clínicas, exames laboratoriais e terapias da doença. MÉTODOS: Entre março de 2004 e julho de 2005 foram avaliados 48 pacientes com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico juvenil, atendidos na Unidade de Reumatologia Pediátrica do ICr-HC-FMUSP. O grupo controle incluiu 48 crianças e adolescentes saudáveis atendidos na Divisão de Odontologia do HC-FMUSP. A pesquisa incluiu avaliação de dados sócio-demográficos, manifestações clínicas, exames laboratoriais, atividade da doença (SLEDAI), dano cumulativo (SLICC/ACR-DI) e terapias da doença. A avaliação orofacial incluiu questionário de anamnese, índice CPO-D, índice de placa, índice de sangramento gengival, relação dentária, perfil facial, índice de Helkimo e avaliação da articulação temporomandibular através da radiografia panorâmica de face em todos os pacientes e tomografia computadorizada apenas nos casos com achatamento e/ou destruição dos côndilos mandibulares. RESULTADOS: Os dois grupos foram homogêneos com relação à faixa etária, distribuição por gênero e classe sócio-econômica. A idade dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil variou de 87 a 218 meses (média de 161,9±38,4) e do grupo controle de 78 a 254 meses (média de 154,4±45,8; p=0,384). As medianas dos índices de placa e de sangramento gengival nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil foram superiores em relação aos controles (61,5X38,1; p=0,003 e 26,0X15,95; p=0,014). O índice de disfunção clínica e o índice de mobilidade mandibular mostraram-se mais alterados nos pacientes com LESJ versus controles (p=0,002, p=0,025). Correlação linear estatística foi evidenciada entre: tempo de doença e índice de sangramento gengival (p=0,017; r=0,11), dose cumulativa de prednisona e índice de placa (p=0,010, r=0,385) e dose cumulativa de prednisona e índice de sangramento gengival (p=0,001, r=0,02). A mediana do índice de mobilidade mandibular foi superior nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil em uso de um ou mais imunossupressores em relação aos que não utilizaram estas drogas (p=0). Apenas dois pacientes apresentaram radiografia panorâmica com achatamento e/ou destruição dos côndilos mandibulares e na tomografia computadorizada de ATM os achados foram: redução do espaço articular bilateralmente, erosões dos platôs articulares com aplainamento dos côndilos sugestivo de necrose avascular da articulação temporomandibular. CONCLUSÕES: Os pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil apresentaram uma precária higiene oral, maior freqüência de gengivite e disfunção da articulação temporomandibular em relação ao grupo controle. Os pacientes com maior tempo de doença e maior dose cumulativa de prednisona tiveram maior freqüência de gengivite e os que utilizaram imunossupressores apresentaram disfunção da articulação temporomandibular / INTRODUCTION: Given the enhanced prognosis of patients with juvenile systemic lupus erythematosus, new recommendations are necessary in pediatric rheumatology, such as the analysis of oral health and the masticatory system. The aim of this study was to compare dental and facial conditions of patients with juvenile systemic lupus erythematosus and a control group, and to evaluate a potential relationship between dental and facial endangering and clinical manifestations, laboratory tests and therapies for the disease. PATIENTS AND METHODS: A total of 48 children and adolescents with juvenile systemic lupus erythematosus attending the Pediatric Rheumatology Unit of the Children\'s Institute of our University Hospital were studied between January 2004 and July 2005. The control group included 48 healthy children and adolescents that were selected from the Odontology Division of our University Hospital. The search included the analysis of social and demographic data, clinical manifestations, laboratory tests, juvenile systemic lupus erythematosus disease activity and cumulative damage (using the SLEDAI and the SLICC/ACR-DI), and therapies. The dental and facial examination included the anamnesis questionnaire, DMFT index, plaque and gengival bleeding index, dental relationship, facial profile, Helkimo\'s index and evaluation of the temporomandibular joint through a radiographic panoramic examination of all patients and a computer tomography on those with flattening and/or destruction of the mandibular condyles. RESULTS: The two groups were homogeneous regarding age, gender and social-economic class. The age of the juvenile systemic lupus erythematosus patients ranged from 87 to 218 months (mean of 161.9±38.4) and of the control group from 78 a 254 months (mean of 154.4±45.8; p=0.384). The medians of the plaque and gingival bleeding indexes were higher in juvenile systemic lupus erythematosus patients than in the control group (61.5X38.10; p=0.003 and 26.0X15.95; p=0.014). The indexes of clinical dysfunction and mandibular mobility were higher in juvenile systemic lupus erythematosus patients versus the control group (p=0,002, p=0,025). A linear statistical correlation was evidenced between: juvenile systemic lupus erythematosus duration and the gingival bleeding index (p=0.017; r=0.11), cumulative dose of prednisone and the plaque index (p=0,010; r=0.385) and cumulative dose of prednisone and the gingival bleeding index (p=0.001, r=0.02). The median of the mandibular mobility index was higher in juvenile systemic lupus erythematosus patients that used at least one imunossupressive drugs compared with those that didn\'t use this medication (p=0). Only two patients showed a panoramic radiography with flattening and/or destruction of the mandibular condyles. The computer tomography revealed: narrowing of joint spaces bilaterally and erosions of joints plateaus with flattening of condyles that suggested avascular necrosis of temporomandibular joint. CONCLUSIONS: Juvenile systemic lupus erythematosus patients presented poor oral hygiene, higher incidence of gingivitis and temporomandibular joint dysfunction compared to the control group. Patients with longer disease duration and higher cumulative dose of prednisone had a greater incidence of gingivitis, and those who used imunossupressives drugs showed temporomandibular joint dysfunction
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Postoperative bleeding after tooth extraction in the pretransplant liver failure patient. / AvaliaÃÃo do risco de sangramento pÃs-exodontia em pacientes candidatos ao transplante de fÃgadoJoÃo Paulo Veloso PerdigÃo 01 April 2011 (has links)
Liver transplantation is the gold standard treatment for patients with cirrhosis and hepatocellular carcinoma. The Brazilian Registry of Transplantation revealed that liver transplantation was the second solid organ most transplanted in 2010. With the purpose to eliminate foci of infection and reduce the risk of infection on the postransplant stage, these patients should undergo dental treatment to the removal of dental foci, with special care regarding the hemostasis impairment, mainly related to a reduced hepatic synthesis of procoagulants factors and thrombocytopenia. The aim of this prospective study was to evaluate the incidence of postoperative bleeding after dental extraction in candidates for liver transplantation. In this study, 23 patients were included with a mean age of 43.17  14.62 years, with a higher prevalence of whites (82.6%) and men (60.9%). In 23 patients, 84 simple extractions were performed in 35 dental surgical procedures. Patients were divided in two groups to compare two local hemostatic measures after tooth extraction: in group 1, local pressure after sutures was applied with gauze soaked with tranexamic acid, and in group 2, the same procedure without the tranexamic acid was performed. In all subjects, absorbable hemostatic sponges and cross sutures were used as a standard hemostatic measure. The main preoperative blood tests found were: mean hematocrit of 34.54% (SD  5.84%, range 21.7% â 44.4%), platelets ranged from 31,000/mm3 to 160,000/mm3, mean international normalized ratio (INR) was 1.50 (SD  0.39; range 0.98 - 2.59). Postoperative bleeding occurred in only one procedure (2.9%) and local pressure with gauze was effective to achieve hemostasis. Thus, this paper demonstrates the possibility of performing tooth extractions in patients with liver cirrhosis, with INR ≤ 2.50 and platelets ≥ 30,000/mm3, without the need of blood transfusion, and in case of bleeding events, the use of local hemostatic measures can be satisfactory. / O transplante hepÃtico à o tratamento padrÃo para pacientes com cirrose hepÃtica e carcinoma hepatocelular. Dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) demonstraram que o transplante hepÃtico foi o segundo ÃrgÃo sÃlido mais transplantado em 2010. Para eliminar focos de infecÃÃo e reduzir o risco infeccioso na fase pÃs-transplante, esses pacientes devem passar por uma avaliaÃÃo odontolÃgica minuciosa para remoÃÃo dos focos de origem dental. No caso de procedimentos odontolÃgicos que gerem sangramento, o cirurgiÃo-dentista deve dar atenÃÃo especial para a hemostasia, devido, principalmente, à reduÃÃo da sÃntese hepÃtica de fatores da coagulaÃÃo e trombocitopenia. O objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar a incidÃncia de hemorragia pÃs-operatÃria de exodontias em pacientes na fila de espera por um transplante de fÃgado. Nesse estudo foram incluÃdos 23 pacientes com idade mÃdia de 43,17  14,62 anos com predominÃncia da raÃa branca (82,6%) e do sexo masculino (60,9%). Nos 23 pacientes, 84 exodontias simples foram realizadas em 35 procedimentos cirÃrgicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos para comparaÃÃo de duas medidas hemostÃticas locais apÃs as exodontias: no grupo 1, aplicou-se pressÃo local com gaze embebida em Ãcido tranexÃmico, e no grupo 2, realizou-se a mesma conduta sem o uso do referido Ãcido. Em todos os pacientes foram utilizadas a esponja de colÃgeno reabsorvÃvel e sutura em X como medida hemostÃtica padrÃo. Os valores encontrados para os exames hematolÃgicos foram: hematÃcrito mÃdio de 34,54  5,84% (intervalo de 21,7% â 44,4%), plaquetometria variou de 31.000/mm3 a 160.000/mm3 e o Ãndice mÃdio encontrado para a razÃo internacional normatizada (INR) foi 1,50  0,39 (intervalo de 0,98 â 2,59). Sangramento pÃs-operatÃrio ocorreu apenas em um procedimento (2,9%) e a pressÃo local com gaze foi eficaz em parar o episÃdio de hemorragia. Dessa forma, esse trabalho demonstra a possibilidade da realizaÃÃo de exodontias em pacientes com cirrose hepÃtica com valores de INR ≤ 2,50 e plaquetometria ≥ 30.000/mm3 sem a necessidade de transfusÃo sanguÃnea e que diante da ocorrÃncia de intercorrÃncias hemorrÃgicas, o uso de medidas hemostÃticas locais pode ser satisfatÃrio.
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AssistÃncia odontolÃgica a pessoas portadoras de HIV/AIDS na rede pÃblica de saÃde de Fortaleza: polÃtica de atenÃÃo e atuaÃÃo do PSFValeska Vieira CamurÃa 29 August 2008 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / ApÃs duas dÃcadas dos primeiros registros da SÃndrome da ImunodeficiÃncia Adquirida (Aids) no Brasil, a assistÃncia à saÃde de pessoas com HIV/Aids ainda à um desafio. Nesse contexto, discute-se a necessidade de efetivar uma polÃtica de atenÃÃo integral a essa populaÃÃo, em especial à saÃde bucal, sendo que o Programa de SaÃde da FamÃlia (PSF) representa uma possibilidade potencial de enfrentamento desse problema. Este estudo tem como objetivo caracterizar as estratÃgias polÃticas e organizacionais da atenÃÃo odontolÃgica a pessoas vivendo com HIV/Aids no MunicÃpio de Fortaleza, CearÃ, e verificar a existÃncia de assistÃncia odontolÃgica na rede bÃsica do MunicÃpio de Fortaleza a pessoas portadoras da doenÃa. A metodologia consistiu, primeiramente, em pesquisa qualitativa documental baseada em revisÃo sistemÃtica da literatura e documentos tÃcnicos do MinistÃrio da SaÃde, do Estado do Cearà e do MunicÃpio de Fortaleza. No segundo momento, optou-se pelo estudo quantitativo, usando como fonte de dados secundÃrios o Sistema de InformaÃÃo de Agravos de NotificaÃÃo - SINAN e, por fim, uma descriÃÃo da realidade por meio da aplicaÃÃo de um questionÃrio a 186 cirurgiÃes-dentistas (CDs) inseridos no PSF de Fortaleza. A anÃlise baseou-se em estatÃstica descritiva, utilizando tabelas e mapas temÃticos para possibilitar uma distribuiÃÃo espacial da doenÃa em Fortaleza, alÃm da anÃlise documental. Encontrou-se pouca documentaÃÃo oficial (polÃticas e diretrizes) relacionada à atenÃÃo a saÃde bucal de pessoas com HIV/Aids, em especial, na esfera federal, que tem como principal material disponÃvel artigos e manuais, em sua maioria, relacionados à biosseguranÃa e a lesÃes bucais oportunistas. No nÃvel municipal, encontrou-se a maior parte da documentaÃÃo oficial. Observou-se que, atà 2007, o nÃmero de pessoas com HIV/Aids vivas residentes em Fortaleza foi de 3.311 e que essas pessoas residem distribuÃdas por todo o MunicÃpio. Constatou-se que mais da metade (58,06%) dos CDs que trabalham no PSF tÃm conhecimento sobre a presenÃa de pessoas portadoras de HIV/Aids, entretanto, apenas 29,57% confirmaram ter atendido essa demanda na unidade onde trabalham. O atendimento odontolÃgico destinado a esse mesmo pÃblico nÃo ocorreu igualmente em todo o municÃpio de Fortaleza, sendo concentrado mais em alguns locais, destacando-se a Secretaria Executiva Regional II. Conclui-se que, apesar do Programa Nacional de DST/Aids ser reconhecido internacionalmente, hà a necessidade de avanÃar na discussÃo sobre a saÃde bucal dessa populaÃÃo e que a assistÃncia odontolÃgica a pessoas com HIV/Aids nÃo està consolidada como aÃÃo de saÃde bucal do PSF, embora jà exista uma polÃtica municipal direcionada para esse fim, indicando a necessidade de reorganizaÃÃo e reorientaÃÃo da assistÃncia odontolÃgica a pessoas com HIV/Aids. / Two decades following the first cases of the Acquired Immunodeficiency Syndrome (Aids) registered in Brazil, health care for individuals living with HIV/Aids is still a significant challenge. Within this context, the need to implement an integrated health policy for this group has been frequently discussed. This is particularly relevant for oral health services, where the Family Health Program (PSF-Programa SaÃde da FamÃlia) offers a potential tool to address this issue. This study has the objective of examining the political and organizational oral health strategies for people with HIV/Aids in the municipality of Fortaleza, Cearà state, and verifying the extent of oral care services in the municipal basic health structure. The methodology consisted of a qualitative and documentary study based on a systematic review of the literature and technical guidelines issued by the Ministry of Health and the secretariats of the State of Cearà and Municipality of Fortaleza. Additionally, the researchers used a quantitative approach using secondary data from the National Notifiable Diseases Health Information System (SINAN - Sistema de InformaÃÃo de Agravos de NotificaÃÃo). Finally, a snapshot of current conditions was taken by means of a questionnaire applied to 186 dental surgeons (DS) working in the PSF in Fortaleza. Analysis was undertaken using descriptive statistics, in particular tables and thematic maps to display the spatial distribution of the disease in Fortaleza, in addition to the literature review. Relatively little official documentation was found (policies and technical guidelines) relative to the oral health services for people living with HIV/Aids, especially at the federal level which only has articles and manuals available, mostly dealing with biosecurity and opportunistic oral lesions. The majority of official documentation was found at the municipal level. The study showed that until 2007, there were 3,311 people living with HIV/Aids in Fortaleza and that these individuals reside throughout the municipality. It was also determined that over half (58.06%) of the DS working in the PSF are aware of the presence of people with HIV/Aids in their working area, yet only 29.57% affirmed that they had treated members of this group in their health unit. The oral health care offered to this group was not equally distributed in the municipality; rather it was concentrated in a few locations, particularly the Executive Secretariat of Region II. It has been concluded that, despite international recognition given to the Brazilian National STD/Aids Program, it is necessary to move forward the debate on oral health services offered to this population group and that the treatment given to people with HIV/Aids has not been consolidated as a key component of oral health services offered by the PSF. This goes against a municipal policy already in existence directed towards this goal, thereby indicating the need for the reorganization and reorientation of the oral health care available to people with HIV/Aids.
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