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Cross Sensitization of Depressive-Like Behavior through Two Depression Related Paradigms: Maternal Separation and Its Effect on the Forced Swim Test In the Guinea PigSchreibeis, Amanda Danielle January 2016 (has links)
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Avaliação da resposta terapêutica de pacientes depressivos com estresse precoce: uma perspectiva da terapia ocupacional / Assessment of therapeutic response of depressive patients with early life stress: a perspective of occupational therapyMonteverde, Camila Maria Severi Martins 30 June 2016 (has links)
Introdução: A depressão é uma condição frequente, de curso crônico e recorrente, usualmente associada à incapacitação funcional e comprometimento significativo no desempenho das atividades diárias. Assim, o desempenho ocupacional do paciente depressivo pode ser prejudicado, ocorrendo desorganização da rotina diária, dificuldades para desempenhar papéis ocupacionais, sociais e tarefas que possuem como objetivo a automanutenção, a produtividade e o lazer. Estudos estimam que 30 a 50% dos pacientes depressivos não apresentam resposta terapêutica adequada aos tratamentos antidepressivos disponíveis atualmente, sendo estes considerados pacientes depressivos resistentes ao tratamento. Além disso, investigações científicas indicam que pacientes com estresse precoce (EP) possuem risco aumentado de desenvolver episódio depressivo recorrente e resistente, sintomas mais graves, mais tentativas de suicídio e maior probabilidade de apresentar comorbidades psiquiátricas associadas, o que dificultaria a resposta terapêutica. Objetivos: O primeiro estudo objetivou examinar a influência do EP na resposta terapêutica de pacientes depressivos, bem como, identificar qual a melhor abordagem terapêutica para esses pacientes a partir dos achados da literatura. O segundo estudo teve como objetivo analisar a relação entre os subtipos de EP de pacientes psiquiátricos adultos tratados em um programa de semiinternação psiquiátrica em Hospital Dia (HD), além de investigar as chances de ocorrência de depressão de acordo com as características sociodemográficas e clínicas desta amostra. O terceiro estudo objetivou avaliar o impacto do EP na gravidade dos sintomas psiquiátricos e no desempenho ocupacional de pacientes depressivos adultos. O quarto estudo teve como propósito avaliar a influência de fatores sociodemográficos, clínicos, do EP e do desempenho ocupacional na resposta terapêutica de pacientes depressivos adultos tratados em um programa de semi-internação psiquiátrica em HD. E o quinto estudo objetivou descrever uma intervenção grupal de terapia ocupacional para pacientes depressivos adultos com EP inseridos em um programa de semi-internação psiquiátrica em HD. Métodos: O primeiro estudo foi desenvolvido por meio de uma revisão sistemática da literatura, utilizando as palavras chaves: early life stress, childhood maltreatment, child abuse childhood trauma, childhood neglect, depression, major depression, depressive, treatment response, treatment outcome, prediction nas seguintes bases de dados: PubMed, WEB OF KNOWLEDGE, PsycINFO e Scopus, publicados em inglês, sem limitação de tempo. O segundo estudo foi desenvolvido com a avaliação de n=81 pacientes psiquiátricos divididos em duas amostras: com EP (n=58) e sem EP (n=23) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Nesta avaliação foram utilizados os seguintes instrumentos: Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI-PLUS) para avaliação do diagnóstico psiquiátrico; Questionário Sobre Traumas na Infância (CTQ) para avaliação do EP; Inventário de Depressão de Beck II (BDI-II), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), Escala de Desesperança de Beck (BHS), Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11), para avaliação dos sintomas psiquiátricos, além de uma ficha sóciodemográfica e clínica para coleta de dados do paciente. O terceiro estudo foi desenvolvido com n=91 pacientes em episódio depressivo atual divididos em duas amostras: com EP (n=62) e sem EP (n=25) em regime de semiinternação psiquiátrica na mesma instituição. Os participantes também responderam os questionários citados anteriormente, além da Escala de Avaliação de Depressão GRID de Hamilton (GRID-HAM-D21) para avaliação da gravidade da sintomatologia depressiva e a Medida Canadense do Desempenho Ocupacional (COPM) para avaliação da auto-percepção do cliente sobre o desempenho ocupacional. O quarto estudo foi desenvolvido com n=73 pacientes em episódio depressivo atual divididos em dois grupos de acordo com a resposta terapêutica na Escala de Avaliação para Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS): respondedores (n=40) e não respondedores ao tratamento (n=33), em regime de semiinternação psiquiátrica na mesma instituição. Além dos questionários já citados anteriormente, os participantes também responderam a MADRS para avaliação da resposta terapêutica. Vale mencionar que o protocolo de avaliação psicométrica foi aplicado na admissão hospitalar e 60 dias após. O quinto estudo foi desenvolvido com 10 pacientes em episódio depressivo atual submetidos a um protocolo de 8 sessões de grupo de Terapia Ocupacional, utilizando-se de atividades expressivas e reflexivas para ressignificação das histórias de EP. Resultados: Na revisão sistemática foram incluídos 21 estudos sobre a temática estudada, sendo que a maioria dos estudos aponta que os diferentes subtipos de EP podem desencadear psicopatologias mais graves e mais incapacitantes no adulto, como a depressão. Além disso, o EP influencia no curso clínico e na resposta terapêutica de pacientes depressivos crônicos. Não há consenso na literatura sobre a abordagem terapêutica que apresenta maior eficácia para o paciente depressivo com EP, embora abordagens combinadas demonstrem eficácia superior. No segundo estudo foi evidenciado que a ocorrência de depressão na idade adulta está relacionada à situações de abuso emocional e sexual e negligência física na infância. Pacientes com abuso emocional na infância possuem uma prevalência 4.38 maior de depressão em comparação com aqueles sem história de EP. Os resultados do terceiro estudo indicaram que na amostra avaliada, 70.4% dos pacientes depressivos sofreram algum tipo grave de EP, comparados a 29.6% sem EP. Além disso, os pacientes depressivos com EP apresentaram maior impulsividade do que os sem EP. Foram observadas ainda correlações significativas entre a gravidade do EP e os sintomas depressivos, ansiosos e ideação suicida no grupo com EP. Os pacientes com EP apresentaram pior desempenho ocupacional quando comparados com os sem EP, apresentando prejuízos principalmente no trabalho. Os resultados do quarto estudo indicam que 45.3% dos pacientes depressivos não responderam ao tratamento, comparados a 54.7% respondedores ao tratamento. Verificamos ainda que o EP desempenhou um papel importante na resposta terapêutica dos pacientes depressivos, sendo que 60 dias após o tratamento pacientes depressivos com EP apresentaram sintomas graves de ideação suicida quando comparados aos sem EP 60 dias após a admissão. Os resultados do estudo cinco indicaram que o grupo dentro dos princípios da Terapia Ocupacional é uma estratégia importante para ressignificação das histórias traumáticas na infância e adolescência de pacientes em episódio depressivo atual. As atividades terapêuticas forneceram subsídios para o paciente exteriorizar e reelaborar as vivências do EP. Conclusões: A integração destes dados destaca a importância da influência do EP no desencadeamento de transtornos psiquiátricos, de modo especial na depressão, no seu curso clínico e resposta terapêutica, além da necessidade de novas formas de intervenções terapêuticas, como às desenvolvidas pela Terapia Ocupacional para a ressignificação das vivências de EP. Ressalta-se a necessidade de novos estudos para o aprimoramento da compreensão dos efeitos nocivos do EP nas psicopatologias depressivas no adulto. / Introduction: Depression is a common condition, chronic and recurrent course, usually associated with functional impairment and significant depletion in performing daily activities. Thus, the occupational performance of the depressive patient may be impaired, occurring disruption of daily routine, difficulty of playing occupational roles, and social tasks, which aims are self-maintenance, productivity and leisure. Studies estimate that 30 to 50% of the depressed patients don\'t have adequate therapeutic response to antidepressant treatments currently available, which are considered depressed patients resistant to treatment. Moreover, scientific research indicates that patients with early life stress (ELS) present increased risk of developing recurrent and resistant depressive episodes, more severe symptoms, more suicide attempts and are more likely to have associated psychiatric comorbidities, which would hinder the therapeutic response. Aims: The first study aimed to examine the influence of ELS in therapeutic response of depressed patients, as well as identify the best therapeutic approach for these patients from the literature findings. The second study aimed to analyze the relationship between ELS subtypes in adult psychiatric patients from psychiatric semihospitalization program in Day Hospital (DH), and to investigate the chances of occurrence of depression according to the sociodemographic and clinical characteristics of this sample. The third study aimed to evaluate the impact of the ELS on the severity of psychiatric symptoms and occupational performance in depressed adults. The fourth study aimed to evaluate the influence of sociodemographic and clinical factors, ELS and occupational performance in the treatment of adult patient\'s depressive response treated in a psychiatric semi-hospitalization program in DH. The fifth study aimed to describe an intervention group of occupational therapy for depressive adult patients with ELS treated in a psychiatric semi-hospitalization program in DH. Methods: The first study was developed through a systematic review of literature using the key words: early life stress, childhood maltreatment, child abuse childhood trauma, childhood neglect, depression, major depression, depressive, treatment response, treatment outcome, prediction, in the following databases: PubMed, WEB OF KNOWLEDGE, PsycINFO e Scopus, published in English, without time limitation. The second study was developed with the assessment of n= 81 psychiatric patients divided into two samples: with ELS (n= 58) and without ELS (n= 23), at the Clinics Hospital of Medical School of Ribeirão Preto. In this evaluation, the following instruments were applied: Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus) for evaluation of psychiatric diagnosis; Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) for evaluation of ELS; Beck Depression Inventory II (BDI-II), Beck Anxiety Inventory (BAI), Beck Hopelessness Scale (BHS), Beck Scale for Suicidal Ideation (BSI), Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11), Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD), for evaluation of psychiatric symptoms, as well as a social record for collecting demografic and clinic patients\' data. The third study was conducted with n=91 patients with current depressive episode divided in two samples: with ELS (n=62) and without ELS (n=25), in psychiatric semi-hospitalization regime at the same institution. Participants also answered the questionnaires mentioned previously, as well as GRID Hamilton Depression Rating Scale (GRID-HAM-D21) to assess the severity of depressive symptoms and the Canadian Occupational Performance Measure to evaluate the selfperception of the customer about his/her occupational performance. The fourth study was conducted with n= 73 patients with current depressive episode divided into two groups according to the therapeutic response for Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS): responders (n=40) and non-responders to treatment (n=33) in psychiatric semihospitalization regime at the same institution. In addition to the questionnaires previously mentioned, participants also answered MADRS for evaluation of therapeutic response. It is worth mentioning that the psychometric assessment protocol was applied at admission and 60 days later. The fifth study was conducted with n=10 patients with current depressive episode submitted to a protocol of 8 Occupational Therapy group sessions, using expressive and reflective activities to reframe the stories of ELS. Results: Systematic review included 21 trials on the subject matter, and most studies indicate that different subtypes of ELS can trigger more severe and disabling psychopathologies in adults, such as depression. Furthermore, ELS influences the clinical course and in therapeutic response in chronic depressive patients. There is no consensus in the literature on therapeutic approach that is more effective for depressed patients with ELS, although combined approaches demonstrate superior effectiveness. In the second study, it was shown that the occurrence of depression in adulthood is related to situations of emotional abuse, sexual and physical neglect in childhood. Patients with history of emotional abuse in childhood have 4.38 times higher prevalence of depression when compared to those without ELS. The third study results indicated that from the sample studied, 70.4% of depressive patients experienced a severe type of ELS, compared to 29.6% without ELS. Furthermore, depressive patients with ELS presented greater impulsivity than those without ELS. Significant correlations were observed between the severity of ELS and depressive symptoms, anxiety and suicidal ideation in the group with ELS. Patients with ELS showed worse occupational performance when compared to those without ELS, especially at work. The results of fourth study indicate that 45.3% of depressed patients don\'t respond to treatment, compared to 54.7% that responds to treatment also we found that ELS performed an important role in therapeutic response of depressive patients, as after 60 days depressed patients with ELS showed severe symptoms of suicidal ideation compared to without ELS 60 days after admission. The results of the fifth study indicated that the group of occupational therapeutic approach is an important strategy to reframe the stories of traumatic childhood and adolescence in patients with current depressive episode. Therapeutic activities provided resources to patient for externalizing and reworking experiences of ELS.Conclusions: The integration of these data highlights the importance of the influence of ELS in the onset of psychiatric disorders, especially depression, in its clinical course and therapeutic answer, and the need for new forms of therapeutic interventions, such as those developed by the Occupational Therapy for reframing experiences of ELS. It is noteworthy the need for further studies to improve understanding of the harmful effects of ELS in depressive disorders in adults.
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Avaliação da resposta terapêutica de pacientes depressivos com estresse precoce: uma perspectiva da terapia ocupacional / Assessment of therapeutic response of depressive patients with early life stress: a perspective of occupational therapyCamila Maria Severi Martins Monteverde 30 June 2016 (has links)
Introdução: A depressão é uma condição frequente, de curso crônico e recorrente, usualmente associada à incapacitação funcional e comprometimento significativo no desempenho das atividades diárias. Assim, o desempenho ocupacional do paciente depressivo pode ser prejudicado, ocorrendo desorganização da rotina diária, dificuldades para desempenhar papéis ocupacionais, sociais e tarefas que possuem como objetivo a automanutenção, a produtividade e o lazer. Estudos estimam que 30 a 50% dos pacientes depressivos não apresentam resposta terapêutica adequada aos tratamentos antidepressivos disponíveis atualmente, sendo estes considerados pacientes depressivos resistentes ao tratamento. Além disso, investigações científicas indicam que pacientes com estresse precoce (EP) possuem risco aumentado de desenvolver episódio depressivo recorrente e resistente, sintomas mais graves, mais tentativas de suicídio e maior probabilidade de apresentar comorbidades psiquiátricas associadas, o que dificultaria a resposta terapêutica. Objetivos: O primeiro estudo objetivou examinar a influência do EP na resposta terapêutica de pacientes depressivos, bem como, identificar qual a melhor abordagem terapêutica para esses pacientes a partir dos achados da literatura. O segundo estudo teve como objetivo analisar a relação entre os subtipos de EP de pacientes psiquiátricos adultos tratados em um programa de semiinternação psiquiátrica em Hospital Dia (HD), além de investigar as chances de ocorrência de depressão de acordo com as características sociodemográficas e clínicas desta amostra. O terceiro estudo objetivou avaliar o impacto do EP na gravidade dos sintomas psiquiátricos e no desempenho ocupacional de pacientes depressivos adultos. O quarto estudo teve como propósito avaliar a influência de fatores sociodemográficos, clínicos, do EP e do desempenho ocupacional na resposta terapêutica de pacientes depressivos adultos tratados em um programa de semi-internação psiquiátrica em HD. E o quinto estudo objetivou descrever uma intervenção grupal de terapia ocupacional para pacientes depressivos adultos com EP inseridos em um programa de semi-internação psiquiátrica em HD. Métodos: O primeiro estudo foi desenvolvido por meio de uma revisão sistemática da literatura, utilizando as palavras chaves: early life stress, childhood maltreatment, child abuse childhood trauma, childhood neglect, depression, major depression, depressive, treatment response, treatment outcome, prediction nas seguintes bases de dados: PubMed, WEB OF KNOWLEDGE, PsycINFO e Scopus, publicados em inglês, sem limitação de tempo. O segundo estudo foi desenvolvido com a avaliação de n=81 pacientes psiquiátricos divididos em duas amostras: com EP (n=58) e sem EP (n=23) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Nesta avaliação foram utilizados os seguintes instrumentos: Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI-PLUS) para avaliação do diagnóstico psiquiátrico; Questionário Sobre Traumas na Infância (CTQ) para avaliação do EP; Inventário de Depressão de Beck II (BDI-II), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), Escala de Desesperança de Beck (BHS), Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11), para avaliação dos sintomas psiquiátricos, além de uma ficha sóciodemográfica e clínica para coleta de dados do paciente. O terceiro estudo foi desenvolvido com n=91 pacientes em episódio depressivo atual divididos em duas amostras: com EP (n=62) e sem EP (n=25) em regime de semiinternação psiquiátrica na mesma instituição. Os participantes também responderam os questionários citados anteriormente, além da Escala de Avaliação de Depressão GRID de Hamilton (GRID-HAM-D21) para avaliação da gravidade da sintomatologia depressiva e a Medida Canadense do Desempenho Ocupacional (COPM) para avaliação da auto-percepção do cliente sobre o desempenho ocupacional. O quarto estudo foi desenvolvido com n=73 pacientes em episódio depressivo atual divididos em dois grupos de acordo com a resposta terapêutica na Escala de Avaliação para Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS): respondedores (n=40) e não respondedores ao tratamento (n=33), em regime de semiinternação psiquiátrica na mesma instituição. Além dos questionários já citados anteriormente, os participantes também responderam a MADRS para avaliação da resposta terapêutica. Vale mencionar que o protocolo de avaliação psicométrica foi aplicado na admissão hospitalar e 60 dias após. O quinto estudo foi desenvolvido com 10 pacientes em episódio depressivo atual submetidos a um protocolo de 8 sessões de grupo de Terapia Ocupacional, utilizando-se de atividades expressivas e reflexivas para ressignificação das histórias de EP. Resultados: Na revisão sistemática foram incluídos 21 estudos sobre a temática estudada, sendo que a maioria dos estudos aponta que os diferentes subtipos de EP podem desencadear psicopatologias mais graves e mais incapacitantes no adulto, como a depressão. Além disso, o EP influencia no curso clínico e na resposta terapêutica de pacientes depressivos crônicos. Não há consenso na literatura sobre a abordagem terapêutica que apresenta maior eficácia para o paciente depressivo com EP, embora abordagens combinadas demonstrem eficácia superior. No segundo estudo foi evidenciado que a ocorrência de depressão na idade adulta está relacionada à situações de abuso emocional e sexual e negligência física na infância. Pacientes com abuso emocional na infância possuem uma prevalência 4.38 maior de depressão em comparação com aqueles sem história de EP. Os resultados do terceiro estudo indicaram que na amostra avaliada, 70.4% dos pacientes depressivos sofreram algum tipo grave de EP, comparados a 29.6% sem EP. Além disso, os pacientes depressivos com EP apresentaram maior impulsividade do que os sem EP. Foram observadas ainda correlações significativas entre a gravidade do EP e os sintomas depressivos, ansiosos e ideação suicida no grupo com EP. Os pacientes com EP apresentaram pior desempenho ocupacional quando comparados com os sem EP, apresentando prejuízos principalmente no trabalho. Os resultados do quarto estudo indicam que 45.3% dos pacientes depressivos não responderam ao tratamento, comparados a 54.7% respondedores ao tratamento. Verificamos ainda que o EP desempenhou um papel importante na resposta terapêutica dos pacientes depressivos, sendo que 60 dias após o tratamento pacientes depressivos com EP apresentaram sintomas graves de ideação suicida quando comparados aos sem EP 60 dias após a admissão. Os resultados do estudo cinco indicaram que o grupo dentro dos princípios da Terapia Ocupacional é uma estratégia importante para ressignificação das histórias traumáticas na infância e adolescência de pacientes em episódio depressivo atual. As atividades terapêuticas forneceram subsídios para o paciente exteriorizar e reelaborar as vivências do EP. Conclusões: A integração destes dados destaca a importância da influência do EP no desencadeamento de transtornos psiquiátricos, de modo especial na depressão, no seu curso clínico e resposta terapêutica, além da necessidade de novas formas de intervenções terapêuticas, como às desenvolvidas pela Terapia Ocupacional para a ressignificação das vivências de EP. Ressalta-se a necessidade de novos estudos para o aprimoramento da compreensão dos efeitos nocivos do EP nas psicopatologias depressivas no adulto. / Introduction: Depression is a common condition, chronic and recurrent course, usually associated with functional impairment and significant depletion in performing daily activities. Thus, the occupational performance of the depressive patient may be impaired, occurring disruption of daily routine, difficulty of playing occupational roles, and social tasks, which aims are self-maintenance, productivity and leisure. Studies estimate that 30 to 50% of the depressed patients don\'t have adequate therapeutic response to antidepressant treatments currently available, which are considered depressed patients resistant to treatment. Moreover, scientific research indicates that patients with early life stress (ELS) present increased risk of developing recurrent and resistant depressive episodes, more severe symptoms, more suicide attempts and are more likely to have associated psychiatric comorbidities, which would hinder the therapeutic response. Aims: The first study aimed to examine the influence of ELS in therapeutic response of depressed patients, as well as identify the best therapeutic approach for these patients from the literature findings. The second study aimed to analyze the relationship between ELS subtypes in adult psychiatric patients from psychiatric semihospitalization program in Day Hospital (DH), and to investigate the chances of occurrence of depression according to the sociodemographic and clinical characteristics of this sample. The third study aimed to evaluate the impact of the ELS on the severity of psychiatric symptoms and occupational performance in depressed adults. The fourth study aimed to evaluate the influence of sociodemographic and clinical factors, ELS and occupational performance in the treatment of adult patient\'s depressive response treated in a psychiatric semi-hospitalization program in DH. The fifth study aimed to describe an intervention group of occupational therapy for depressive adult patients with ELS treated in a psychiatric semi-hospitalization program in DH. Methods: The first study was developed through a systematic review of literature using the key words: early life stress, childhood maltreatment, child abuse childhood trauma, childhood neglect, depression, major depression, depressive, treatment response, treatment outcome, prediction, in the following databases: PubMed, WEB OF KNOWLEDGE, PsycINFO e Scopus, published in English, without time limitation. The second study was developed with the assessment of n= 81 psychiatric patients divided into two samples: with ELS (n= 58) and without ELS (n= 23), at the Clinics Hospital of Medical School of Ribeirão Preto. In this evaluation, the following instruments were applied: Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus) for evaluation of psychiatric diagnosis; Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) for evaluation of ELS; Beck Depression Inventory II (BDI-II), Beck Anxiety Inventory (BAI), Beck Hopelessness Scale (BHS), Beck Scale for Suicidal Ideation (BSI), Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11), Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD), for evaluation of psychiatric symptoms, as well as a social record for collecting demografic and clinic patients\' data. The third study was conducted with n=91 patients with current depressive episode divided in two samples: with ELS (n=62) and without ELS (n=25), in psychiatric semi-hospitalization regime at the same institution. Participants also answered the questionnaires mentioned previously, as well as GRID Hamilton Depression Rating Scale (GRID-HAM-D21) to assess the severity of depressive symptoms and the Canadian Occupational Performance Measure to evaluate the selfperception of the customer about his/her occupational performance. The fourth study was conducted with n= 73 patients with current depressive episode divided into two groups according to the therapeutic response for Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS): responders (n=40) and non-responders to treatment (n=33) in psychiatric semihospitalization regime at the same institution. In addition to the questionnaires previously mentioned, participants also answered MADRS for evaluation of therapeutic response. It is worth mentioning that the psychometric assessment protocol was applied at admission and 60 days later. The fifth study was conducted with n=10 patients with current depressive episode submitted to a protocol of 8 Occupational Therapy group sessions, using expressive and reflective activities to reframe the stories of ELS. Results: Systematic review included 21 trials on the subject matter, and most studies indicate that different subtypes of ELS can trigger more severe and disabling psychopathologies in adults, such as depression. Furthermore, ELS influences the clinical course and in therapeutic response in chronic depressive patients. There is no consensus in the literature on therapeutic approach that is more effective for depressed patients with ELS, although combined approaches demonstrate superior effectiveness. In the second study, it was shown that the occurrence of depression in adulthood is related to situations of emotional abuse, sexual and physical neglect in childhood. Patients with history of emotional abuse in childhood have 4.38 times higher prevalence of depression when compared to those without ELS. The third study results indicated that from the sample studied, 70.4% of depressive patients experienced a severe type of ELS, compared to 29.6% without ELS. Furthermore, depressive patients with ELS presented greater impulsivity than those without ELS. Significant correlations were observed between the severity of ELS and depressive symptoms, anxiety and suicidal ideation in the group with ELS. Patients with ELS showed worse occupational performance when compared to those without ELS, especially at work. The results of fourth study indicate that 45.3% of depressed patients don\'t respond to treatment, compared to 54.7% that responds to treatment also we found that ELS performed an important role in therapeutic response of depressive patients, as after 60 days depressed patients with ELS showed severe symptoms of suicidal ideation compared to without ELS 60 days after admission. The results of the fifth study indicated that the group of occupational therapeutic approach is an important strategy to reframe the stories of traumatic childhood and adolescence in patients with current depressive episode. Therapeutic activities provided resources to patient for externalizing and reworking experiences of ELS.Conclusions: The integration of these data highlights the importance of the influence of ELS in the onset of psychiatric disorders, especially depression, in its clinical course and therapeutic answer, and the need for new forms of therapeutic interventions, such as those developed by the Occupational Therapy for reframing experiences of ELS. It is noteworthy the need for further studies to improve understanding of the harmful effects of ELS in depressive disorders in adults.
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Maternal Separation in the Rat : The Short- and Long-term effects of Early-life Experience on Neuropeptides, Monoamines and Voluntary Ethanol ConsumptionOreland, Sadia January 2009 (has links)
Early-life experience has profound effects on the individual’s neurobiology and behaviour later in life. The rodent animal experimental model maternal separation (MS) was used to study this more in detail. The MS model involves short and prolonged postnatal separations simulating an emotionally safe and stressful environment, respectively. The aims of the thesis were to examine the impact of individual MS on ethanol consumption and on brain dopamine and serotonin systems in adult male rats. Furthermore, the influence of separation conditions on the short- and long-term consequences of MS on several neurotransmitter systems was examined. Rat pups were assigned to either litter-wise MS for 15 or 360 minutes (MS15l or MS360l) or individual MS for 15 or 360 minutes (MS15i or MS360i). Control rats were subjected to conventional animal facility rearing (AFR). Ethanol intake was assessed in a two-bottle free-choice paradigm. Neuropeptides were analyzed with radioimmunoassay, monoamines and metabolites with electrochemical detection and gene expression with qPCR. Using the MSi paradigm, minor effects on voluntary ethanol consumption were observed. However, the monoaminergic responses elicited by ethanol were dependent on the early-life environment. Furthermore, short- and long-term consequences of MS on serotonin, opioid, oxytocin and vasopressin systems were studied. Multiple neurobiological measurements in one and the same rat offered a unique possibility to examine the effects of duration (MS15 versus MS360) and condition (l versus i) of MS. Time-, region-, sex- and transmitter-specific effects were observed. More pronounced differences were seen in serotonin measures and oxytocin in young rats. In adults these differences in basal levels were normalized. Opioid peptides differed in stress-related brain areas in young rats and in limbic areas in adults. Rats subjected to the MS15l environment that relates to natural conditions generally exhibited a different neurobiological profile than other groups. AFR rats, i.e. conventional control rats, were more similar to the putative most stressful condition MS360. Taken together, the networks examined in the present thesis are important for the establishment of normal social behaviour and derangements in these systems may result in neurobiological changes leading to the susceptibility for psychopathological conditions later in life.
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The effects of early-life stress on the human brain : A literature review with main focus on the hippocampus, corpus callosum, prefrontal cortex and amygdalaWojtasik, Inez January 2020 (has links)
Early-life stress, consisting of several stressors appears to be associated with several impacts on the brain. The impacts of stress seem to be more vulnerable to the developing brain as it undergoes important changes during childhood. This thesis aims to present the association between childhood maltreatment, which is a form of early-life stress, and affected brain regions such as the hippocampus, prefrontal cortex, corpus callosum, and the amygdala. The findings in this thesis demonstrated the left hippocampus to be more vulnerable to the effects of maltreatment, corpus callosum appeared to be gender and maltreatment specific, indicating that the corpus callosum were more vulnerable to neglect in boys whereas in females the structure was more vulnerable to sexual abuse. The prefrontal cortex demonstrated a marked reduction in gray matter, and the amygdala showed increased activation in response to emotional facial expressions. Cognitive deficits as a result of earlylife stress were also discussed, showing that worse intellectual ability and the academic performance had been noted in children with exposure to early-life stress.
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The Long-Term Effects of Early Life Stress on Anxiety-Related Behavior and Potential TherapyHumayun, Mahnoor January 2020 (has links)
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Sex differences in stress-enhanced fear learning and anxiety-like behavior following acute early life stress: Role for circulating gonadal steroid hormonesMinshall, Brianna Lynn 16 April 2021 (has links)
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Reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas por pacientes com depressão psicótica e controles saudáveis com e sem história de estresse precoce / Recognition of facial expressions of basic emotions by psychotic depressive patients and healthy controls with and without history of early-life stressBorges, Vinícius Ferreira 13 September 2018 (has links)
O reconhecimento de expressões faciais de emoções (REFE) possui valor adaptativo, sendo importante para o funcionamento social e o relacionamento interpessoal. Evidências apontaram que alterações no REFE podem estar associadas a transtornos psiquiátricos como a depressão maior (incluindo o subtipo psicótico) e ao estresse precoce. Associações também foram verificadas entre a vivência de estresse precoce e o desenvolvimento da depressão na vida adulta. Considerando esses aspectos, além da escassez de pesquisas na área envolvendo o subtipo psicótico da depressão, este estudo se justifica pela pertinência de averiguar se a interação entre a depressão psicótica e o estresse precoce altera o REFE. Assim, objetivou-se investigar a possível influência do episódio depressivo psicótico e da história de estresse precoce, considerados individualmente e em interação, sobre a acurácia e vieses no REFE. Adicionalmente, foi investigada a existência de associações entre a gravidade geral do estresse precoce e a acurácia específica no REFE. Participaram do estudo 49 pacientes com diagnóstico de primeiro episódio depressivo maior com características psicóticas e 49 controles saudáveis, emparelhados e subgrupados de acordo com o sexo e a história de estresse precoce. Todos os participantes passaram por uma bateria de avaliações, incluindo uma entrevista diagnóstica padronizada, escalas de avaliação da gravidade de sintomas psiquiátricos e funcionamento global, além de questionários sobre aspectos sociodemográficos, histórico clínico, uso de drogas e medicamentos e história de estresse precoce. Por fim, os participantes foram submetidos à Degraded Facial Affect Recognition Task (DFAR), uma tarefa comportamental de escolha forçada no REFE, composta por fotografias degradadas (i.e., com contraste visual reduzido em 30%) de expressões faciais de neutralidade, alegria, medo e raiva, às quais foram atribuídos rótulos emocionais correspondentes. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, utilizando os testes qui-quadrado ou exato de Fisher, U de Mann-Whitney, ANOVA de três vias com post hoc Bonferroni e Correlação de Spearman. Os principais resultados apontaram que a vivência de estresse precoce foi associada a uma maior acurácia no REFE de alegria nos controles e menor acurácia nos pacientes. O REFE de alegria também foi correlacionado com a gravidade geral do estresse precoce, tendo apresentado uma correlação positiva nos controles e negativa nos pacientes. Alterações no REFE de medo também foram associadas à interação entre depressão psicótica e estresse precoce, mas somente nas mulheres. Aquelas com diagnóstico de depressão psicótica e história de estresse precoce tiveram pior acurácia em comparação com mulheres depressivas psicóticas sem história de estresse precoce e com mulheres saudáveis com história de estresse precoce. Em conclusão, os resultados confirmaram que alterações no REFE foram associadas com a interação entre a depressão psicótica e o estresse precoce. Isso chama a atenção para a importância de se considerar a influência do estresse precoce em interação com outros transtornos psiquiátricos na investigação do reconhecimento emocional. / Facial emotion recognition (FER) has an adaptive value, being important for social functioning and interpersonal relationship. Evidence has indicated that FER alterations may be associated with psychiatric disorders such as major depression (including its psychotic subtype) and with early-life stress. Associations were also found between the experience of early-life stress and the development of depression in adult life. Considering these aspects, as well as the lack of research in this field involving the psychotic subtype of depression, this study is justified by the pertinence of investigating whether the interaction between psychotic depression and early-life stress alters FER. Thus, the objective was to investigate a possible influence of psychotic depressive episode and early-life stress history, considered individually and in interaction, on FER accuracy and bias. In addition, it was investigated the existence of associations between early-life stress general severity and specific FER accuracy. The study included 49 patients with diagnosis of first major depressive episode with psychotic features and 49 healthy controls, matched and subgrouped according to sex and earlylife stress history. All participants underwent a battery of assessments, including a standardized diagnostic interview, assessment scales on severity of psychiatric symptoms and global functioning, as well as questionnaires on sociodemographic aspects, clinical history, drug and medication use and early-life stress history. Finally, participants were submitted to the Degraded Facial Affect Recognition Task (DFAR), a FER forced-choice behavioral task, composed of degraded photographs (i.e., with visual contrast reduced by 30%) portraying facial expressions of neutrality, joy, fear and anger, to which a corresponding emotional label were assigned. Data were analyzed through descriptive and inferential statistics, using chi-square test or Fisher\'s exact test, Mann-Whitney U test, three-way ANOVA with Bonferroni post hoc test, and Spearman\'s correlation test. The main results pointed out that early-life stress experience was associated with greater accuracy in FER of joy in controls and lower accuracy in patients. FER of joy was also correlated with early-life stress general severity, presenting a positive correlation in controls and a negative correlation in patients. Alterations in FER of fear were also associated with the interaction between psychotic depression and early-life stress, but only for women. Those with psychotic depression diagnosis and early-life stress history had worse accuracy compared both to depressed psychotic women with no early-life stress history and to healthy women with early-life stress history. In conclusion, results confirmed that FER alterations were associated with the interaction between psychotic depression and early-life stress. This draws attention to the importance of considering the influence of early-life stress on interaction with other psychiatric disorders in the investigation of emotional recognition.
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Estresse precoce e alterações do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) na depressão. / Early Life Stress and alterations of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenal (HPA) axis in depression.Baes, Cristiane von Werne 30 March 2012 (has links)
Introdução: Diversos estudos sugerem que o estresse nas fases iniciais de desenvolvimento pode induzir alterações persistentes na capacidade do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA) em responder ao estresse na vida adulta. O desequilíbrio do cortisol tem sido identificado como um correlato biológico dos transtornos depressivos. Essas anormalidades parecem estar relacionadas às mudanças na capacidade dos glicocorticóides circulantes em exercer seu feedback negativo na secreção dos hormônios do eixo HPA por meio da ligação aos receptores mineralocorticóides (RM) e glicocorticóides (RG) nos tecidos do eixo HPA. Devido à grande variedade de estressores, assim como os diferentes subtipos de depressão, os achados dos estudos atuais têm sido inconsistentes. Dessa forma, necessitando de mais estudos para que se possa elucidar os mecanismos envolvidos na associação entre o Estresse Precoce (EP) e o desenvolvimento de quadros depressivos. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar a correlação entre Estresse Precoce e alterações no eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal e na função dos receptores glicocorticóides e mineralocorticóides em pacientes depressivos. Metodologia: Foram recrutados inicialmente 30 sujeitos divididos em dois grupos: grupo de pacientes com diagnóstico de episódio depressivo atual (n=20) e grupo de controles (n=10). Posteriormente os pacientes foram divididos em outros dois grupos de acordo com o EP, compondo a amostra final por três grupos: grupo de pacientes depressivos com presença de EP (n=13), grupo de pacientes depressivos com ausência de EP (n=7) e grupo de controles (n=10). Os pacientes foram avaliados por meio de Entrevista Clínica de acordo com os critérios diagnósticos do DSM-IV, para a confirmação do diagnóstico. Para avaliação da gravidade dos sintomas depressivos foi aplicada a Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D21), sendo incluídos apenas pacientes com HAM-D21 17. A presença de EP foi confirmada através da aplicação do Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI). Foram utilizados também a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), o Inventário de Depressão de Beck (BDI), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), a Escala de Desesperança de Beck (BHS), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11) para a avaliação de sintomas psiquiátricos. A avaliação endócrina foi controlada por placebo, cego por parte dos controles e pacientes, não randomizado, com desenho de medidas repetidas, onde os efeitos da Fludrocortisona (0.5 mg) e da Dexametasona (0.5 mg) foram avaliados através do cortisol salivar e plasmático. A secreção de cortisol plasmático e salivar foi avaliada nos sujeitos, após a administração de uma cápsula de Placebo, Fludrocortisona e Dexametasona às 22hs do dia anterior. O cortisol salivar foi coletado às 22h, ao acordar, 30 e 60 minutos após acordar e antes da coleta plasmática, nos dias seguintes após os desafios. Resultados: Na amostra de pacientes depressivos e controles, encontramos níveis significativamente menores de cortisol salivar ao acordar após a administração de Placebo nos pacientes depressivos comparados aos controles. Encontramos também uma tendência dos pacientes apresentarem níveis maiores de cortisol salivar ao acordar do que os controles após a administração de Dexametasona. Quando avaliado o cortisol após a administração de Fludrocortisona, os pacientes apresentaram níveis significativamente menores de cortisol salivar 30 minutos após acordar e na Área Sob a Curva (AUC) do que os controles. Além disso, encontramos também uma tendência dos pacientes depressivos apresentarem níveis menores de cortisol salivar 60 minutos após acordar do que os controles. Quando comparados entre pacientes depressivos com presença e ausência de EP e controles, encontramos uma tendência dos pacientes depressivos com ausência de EP apresentarem níveis menores de cortisol salivar ao acordar após Placebo do que os controles. As médias dos níveis de cortisol salivar ao acordar não diferiram entre os pacientes com presença de EP e os controles e entre os pacientes do grupo presença e ausência de EP. Com relação aos níveis de cortisol salivar após a administração de Dexametasona entre pacientes depressivos com presença e ausência de EP e controles, os pacientes depressivos com ausência de EP apresentaram níveis significativamente maiores de cortisol salivar ao acordar do que os controles. Encontramos também uma tendência dos pacientes com ausência de EP apresentarem níveis maiores de cortisol salivar ao acordar do que os pacientes com presença de EP, porém não foram encontradas diferenças significativas entre os pacientes com presença de EP e os controles. Conclusão: Nossos dados demonstram uma hipoatividade do eixo HPA nos pacientes depressivos. Além disso, estes achados sugerem que esta desregulação do eixo HPA se deva em parte a uma diminuição da sensibilidade dos RG e uma hiperativação dos RM nos pacientes depressivos. No entanto, quando comparados pacientes depressivos com presença e ausência de Estresse Precoce, os desafios com agonistas seletivos como a Dexametasona (agonista RG) e a Fludrocortisona (agonista RM) não foram capazes de detectar esta diferença fisiopatológica e distinguir entre os diferentes tipos de psicopatologia. Dessa forma, estes resultados sugerem que estudos com um agonista misto (RG/RM) como a Prednisolona teriam potencial para distinguir os pacientes depressivos com presença de Estresse Precoce. / Introduction: Several studies suggest that stress in early stages of development can induce persistent changes in the ability of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenal (HPA) axis to respond to stress in adulthood. The imbalance of cortisol has been identified as a biological correlate of depressive disorders. These abnormalities seem to be related to changes in the ability of circulating glucocorticoids to practice their negative feedback on the secretion of HPA axis hormones through connecting to the mineralocorticoid receptor (MR) and glucocorticoid (GR) in the tissues of HPA axis. Due to the wide variety of stressors, as well as the different subtypes of depression, the findings of current studies have been inconsistent. Thus, more studies need to be able to elucidate the mechanisms involved in the association between Early Life Stress (ELS) and the development of depression. Objective: The objective this study is to evaluate the correlation between of Early Life Stress and changes in Hypothalamic-Pituitary-Adrenal axis and at receptors function glucocorticoid and mineralocorticoid in depressive patients. Methodology: We recruited 30 subjects initially divided into two groups: patients with current depressive episode (n =20) and control group (n = 10) Subsequently, patients were divided into two groups according to the ELS, making the final sample of three groups: depressive patients with ELS (n =13) group of depressive patients without ELS (n=7) and control group (n=10). Patients were evaluated by clinical interview according to the diagnostic criteria of DSM-IV to confirm the diagnosis. To evaluate the severity of depressive symptoms was applied to the Hamilton Depression Scale (HAM-D21), and included only patients with HAM-D21 17. The presence of ELS was confirmed by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). We also used the Depression Rating Scale Montgomery-Asberg (MADRS), the Beck Depression Inventory (BDI), the Beck Anxiety Inventory (BAI), the Scale for Suicide Ideation Beck (BSI), the Scale Beck Hopelessness (BHS), the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) and the Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11) for the assessment of severity psychiatric symptoms. Endocrine evaluation was placebo-controlled, blinded by the patients and controls, non-randomized design with repeated measures, where the effects of Fludrocortisone (0.5 mg) and dexamethasone (0.5 mg) were assessed using salivary cortisol and plasma. The secretion of plasma cortisol and salivary was evaluated in the subjects, after administration of a capsule of Placebo, Fludrocortisone and Dexamethasone to 22hs the previous day. The salivary cortisol was collected at 22h, on waking, 30 and 60 minutes after waking and before plasma collection in the following days after the challenges. Results: In these sample of depressed patients and controls, we found significantly lower levels of salivary cortisol around waking after administration of Placebo in depressed patients than controls. We also found a trend for patients to have higher levels of salivary cortisol than controls on awakening after administration of Dexamethasone. When measured cortisol after administration of Fludrocortisone, patients showed significantly lower levels of salivary cortisol 30 minutes after waking and the Area Under the Curve (AUC) than controls. In addition, we also found a tendency for depressed patients showed lower levels of salivary cortisol 60 minutes after awakening than controls. When compared between depressed patients with and without ELS and controls, we found a tendency for depressed patients without ELS presented lower levels of salivary cortisol on awakening after Placebo than controls. The mean salivary cortisol levels on waking did not differ between patients with ELS and controls and between patients with and without ELS. The levels of salivary cortisol after Dexamethasone administration between depressed patients with and without ELS and controls, depressed patients without ELS had significantly higher levels of salivary cortisol on awakening than controls. We also found a trend for patients without Early Life Stress have higher levels of salivary cortisol upon waking than patients with Early Life Stress, but there were no significant differences between patients with Early Life Stress and controls. Conclusion: Our data show a hypoactivity of the HPA axis in depressed patients. Moreover, these findings suggest that this dysregulation HPA axis is partly due to a decrease the sensitivity of RG and a hyperactivation of MR in patients depressive. However, when compared depressed patients with and without Early Life Stress, the challenges with selective agonists as the Dexamethasone (agonist GR) and Fludrocortisone (agonist MR) were not able to detect this difference pathophysiological and distinguish between the different types of psychopathology. Thus, these results suggest that studies with a mixed agonist (GR/MR) such as Prednisolone have potential to distinguish of depressive patients with Early Life Stress.
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Análise da Ocorrência de Estresse Precoce em Pacientes Psiquiátricos Adultos / Analysis of the Occurrence of Early Life Stress on Adult Psychiatric Patients.Martins, Camila Maria Severi 27 April 2012 (has links)
Introdução: Evidências recentes indicam que situações de abandono, negligência e abusos são fatores de risco para desencadeamento de psicopatologias na vida adulta. Esta associação ocorre na medida em que eventos traumáticos, nas fases iniciais do desenvolvimento podem desencadear transtornos psiquiátricos graves e incapacitantes no adulto. Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a associação entre a ocorrência e a gravidade do Estresse Precoce (EP) e o desencadeamento de transtornos psiquiátricos em pacientes adultos em seguimento no Hospital Dia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). Metodologia: A amostra foi composta por 81 pacientes psiquiátricos avaliados através de Entrevista Clínica, de acordo com os critérios do DSM-IV, para confirmação diagnóstica, divididos em 2 grupos: 58 pacientes com presença de EP e 23 com ausência de EP. A presença de EP foi confirmada através da aplicação do Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI). Os pacientes também foram avaliados quanto à gravidade da sintomatologia psiquiátrica através do Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Desesperança de Beck (BHS), Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e da Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11). Resultados: Na amostra avaliada, 71.6% dos pacientes sofreram algum tipo grave de EP comparados a 28.4% dos pacientes que não sofreram. Considerando-se os subtipos de Estresse Precoce avaliados, os pacientes com história de trauma apresentaram escores maiores em todos os subtipos de Estresse Precoce em comparação aos pacientes sem história de abuso. A pontuação total do QUESI também foi significativamente diferente 66.05 vs. 34.78 (p<0.001) entre os grupos. A maioria dos pacientes avaliados (n=35; 60.4%) sofreu de 3 a 5 subtipos de Estresse Precoce. Os resultados indicam que o EP está associado principalmente com o desenvolvimento de transtornos de humor e também com o aumento da gravidade dos sintomas psiquiátricos, principalmente dos sintomas depressivos, sintomas de desesperança, de ideação suicida e de impulsividade. Com relação ao diagnóstico de eixo II, o EP está associado com o desenvolvimento de transtorno de personalidade (p=0.03). Pacientes com história de abuso emocional (OR: 5.2; 95% IC, 1.9-13.5), negligência emocional (OR: 4.02; 95% IC, 1.6-10.2) e negligência física (OR: 4.0; 95% IC, 1.6-10.1) apresentam um risco de 4 a 5 vezes maior de desenvolver transtorno de personalidade. Além disso, indivíduos que sofreram abuso físico (OR: 2.46; 95% IC; 0.89-6.78), abuso sexual (OR: 2.87; 95% IC; 0.86-9.57) e negligência física (OR: 2.50; 95% IC; 0.95-6.55) possuem de 2 a 3 vezes mais chances de cometer tentativas de suicídio. Nossos dados também demonstram que entre os subtipos de EP, o abuso emocional foi associado ao desencadeamento de psicopatologias na vida adulta, principalmente com os transtornos depressivos. Além disso, pacientes com presença de abuso emocional, tiveram maior gravidade em todos os sintomas psiquiátricos, tais como: sintomas de depressão, desesperança, ideação suicida, ansiedade e impulsividade. Também foram encontradas correlações positivas entre impulsividade, ideação suicida e desesperança com os escores totais do QUESI. Conclusões: Os dados apontam para a importância do Estresse Precoce como fator desencadeante de transtornos psiquiátricos, bem como indicam que a gravidade do Estresse Precoce está associada com a gravidade dos sintomas psiquiátricos.Dessa forma, há necessidade de mais estudos que avaliem a importância dos subtipos de Estresse Precoce como fator de risco para desencadeamento de psicopatologias graves no adulto. / Introduction: Recent evidences suggest that situations of abandonment, neglect and abuse are risk factors for onset of psychopathology on adulthood. This association occurs in that traumatic events in the early stages of development and may trigger severe and disabling psychiatric disorders in adults. Objective: The present study aimed to evaluate the association between the occurrence and severity of early life stress (ELS) and the development of psychiatric disorders in adult patients of the Day Hospital Unit of the Hospital das Clinicas, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto University of São Paulo (HCFMRP- USP). Methodology: The sample was consisted of 81 psychiatric patients evaluated by Clinical Interview according to the DSM-IV criteria for the diagnosis, divided into two groups: 58 patients with presence of ELS and 23 with absence of ELS. The presence of ELS was confirmed by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). Patients also were evaluated for severity of psychiatric symptoms by the Beck Depression Inventory (BDI), the Beck Anxiety Inventory (BAI), the Beck Hopelessness Scale (BHS), the Beck Scale for Suicide Ideation (BSI), the Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD) and the Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11). Results: In the sample studied, 71.6% of patients with some type of severe ELS compared to 28.4% of patients without ELS. Considering the subtypes of ELS evaluated, patients with a history of trauma showed higher scores in all subtypes of ELS compared to patients without a history of abuse. The total score of QUESI was also significantly different 66.05 vs. 34.78 (p<0.001) between groups. Most patients (n = 35, 60.4%) suffered 3-5 subtypes of ELS. The results indicate that ELS is associated mainly with the development of mood disorders and also with increasing severity of psychiatric symptoms, especially the depressive symptoms, hopelessness, suicidal ideation and impulsivity. Regarding the diagnosis of axis II, ELS is associated with personality disorder (p=0.03). Patients with emotional abuse (OR: 5.2, 95% CI, 1.9-13.5), emotional neglect (OR: 2.4, 95% CI, 1.6-10.2) and physical neglect (OR: 4.0, 95% CI, 1.6-10.1) at 4-5 fold higher risk of personality disorder. In addition, individuals who suffered physical abuse (OR: 2.46, 95% CI, 0.89-6.78), sexual abuse (OR: 2.87, 95% CI, 0.86-9.57) and physical neglect (OR: 2.50; 95% CI, 0.95-6.55) at 2-3 fold higher to commit suicide attempts. Our data also showed that among the subtypes of ELS, emotional abuse was associated with the onset of psychopathology in adulthood, especially in depressive disorders. Furthermore, patients with presence of emotional abuse, had more severe psychiatric symptoms at all, such as depressive symptoms, hopelessness, suicidal ideation, anxiety and impulsivity. We also found positive correlations between impulsivity, suicide ideation and hopelessness with the total scores of the QUESI. Conclusions: These data demonstrate the importance of ELS as a trigger for psychiatric disorders, and indicate that the severity of ELS is associated with the severity of psychiatric symptoms. Therefore, further studies are needed to assess the importance of subtypes of ELS as a risk factor for onset of severe psychopathology in adults.
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