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Moral e política: o princípio da autonomia e o reino dos fins na Filosofia Kantiana / Moral and politics: the principle of autonomy and the kingdom of endsRuas, Gonçalo Nunes Barrilaro 06 February 2015 (has links)
O estudo do princípio da autonomia, conceito central na filosofia moral de Kant, permite compreender a origem da lei moral. A fórmula da autonomia prescreve que a lei moral é fruto da vontade e não depende de fatores externos: nós somos colegisladores de uma lei a que nos submetemos. A tese da unidade do imperativo categórico assevera que o imperativo categórico é uno e apenas um. Portanto, ao aplicar-se o imperativo categórico na política através da fórmula da lei universal estáse efetivamente a aplicar o princípio supremo da moralidade num contexto sócio político. A fórmula do reino dos fins faz com que esta associação seja mais presente, principalmente através da analogia entre súditos e soberanos de uma lei moral, que na política se dá através da relação entre chefe de Estado e cidadãos. Com o conceito de \'reino dos fins\' dá-se um passo em frente e a ideia de co-legislação é aplicada, segundo cremos, por um processo sócio-político na Paz Perpétua. Por sua vez, expõese o pensamento de vários autores que interpretam conceitos morais de um ponto de vista político. No entanto, nos afastamos dessa interpretação por reconhecermos que na Filosofia Moral kantiana não existe uma evidência suficiente para essa asserção. A relação é, por isso, inversa à proposta pela tradição construtivista: a moralidade está presente na Filosofia Política. Ela pode, com efeito, coincidir completamente com a política quando se trata dos princípios fundamentais da política. Ou pode servir como um impedimento a certas ações que, embora não sejam de teor moral, estejam em contradição com ela. Tal como acontece com os imperativos hipotéticos. A razão prudencial, pragmática ou técnica, deve dobrar seus joelhos perante a razão prática pura. Propõe-se, assim, um paralelo com conceitos desenvolvidos na Paz Perpétua, designadamente com a ideia de um modo de governo republicano (constituição republicana), onde os seus membros têm de participar de uma legislação, e com o político moral, considerado o agente responsável por aplicar a moral (razão prática pura). / The study of the principle of autonomy, a central concept in Kant\'s moral philosophy, allow us to understand the origin of the moral law. The formula of autonomy dictates that the moral law is the result of the will and does not depend on external factors: we are co-legislators of a law that we submit to ourselves. The thesis of the unity of the categorical imperative asserts that the categorical imperative is one and only one. Therefore, when applying the categorical imperative in politics through the formula of universal law is being effectively applied by the supreme principle of morality in a sociopolitical context. The formula of the kingdom of ends makes this association more present, mainly through the analogy between sovereigns and subjects of a moral law, which in politics is through the relationship between the head of state and citizens. With the concept of \'kingdom of ends\' a step ahead is done and the idea of co-legislation is applied, giving us, we believe, by a socio-political process in the Perpetual Peace. In turn, we expose the thought of many authors who interpret moral concepts from a political point of view. However, we drifted apart this interpretation because we recognize that in Kant\'s Moral Philosophy there isn\'t a strong evidence for this assertion. The relationship is, therefore, reverse to the proposal by the Constructivist tradition: the morality is present in Political Philosophy. It may, in fact, match completely with the politics when it comes to the fundamental principles of politics. Or can serve as a constraint to certain actions that, while not of moral content, are in contradiction with it. As occurs with the hypothetical imperatives. The prudential reason, pragmatic or technical, should double their \'knees\' before the pure practical reason. Therefore we propose a parallel with concepts developed in Perpetual Peace, namely the idea of a republican form of government (republican constitution), where its members have to participate in a common legislation, and the moral politician, considered the agent responsible for applying morale (pure practical reason).
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O lugar do prazer na filosofia moral de Platão / The place of Pleasure in Platos moral philosophyPaula, Henrique Gonçalves de 31 March 2016 (has links)
Um dos caminhos possíveis para compreendermos os objetivos gerais da obra platônica é tomarmos como guia de leitura dos diálogos as várias investidas de Platão em responder-nos a seguinte questão crucial: de que modo devemos viver? Os diversos discursos produzidos nos diálogos como possíveis respostas a tal questão são colocados na boca dos personagens que melhor os representariam paradigmaticamente. Assim, Sócrates é tornado nos diálogos platônicos o modelo máximo de virtude, verdadeira encarnação do que podemos propriamente chamar, segundo Platão, de vida filosófica. O intento de Platão consiste em mostrar, diante das alternativas, que a vida filosófica se impõe como a mais satisfatória possível. Deste modo, a pergunta crucial da ética platônica a respeito do gênero de existência ao qual é digno nos consagrarmos exige de Platão a investigação da natureza de noções éticas fundamentais como o bem, a eÙdaimona e o prazer. Alguns textos desenvolvem a articulação de tais conceitos de maneira mais explícita e decisiva como é o caso do Protágoras, do Górgias, do Fédon da República e do Filebo. Nestas obras podemos observar como a posição de Platão com relação a sua concepção geral de eÙdaimona e o lugar que o prazer nela ocupa desenvolve-se na mesma medida em que sua noção da natureza do bem é paulatinamente construída, tornando-se mais precisa. O objetivo de nosso trabalho é investigar o modo como Platão articula estes conceitos nos diálogos mencionados, e outros relevantes, com especial atenção à posição atribuída ao prazer em nossa vida moral. Deste modo, nosso tema de reflexão é o lugar do prazer na Filosofia Moral de Platão. / One way to understand the main goals of platonic philosophy is to take as a reading guide Platos many attempts to answer the crucial question,How should we live?, in his dialogues. The different discourses produced in the dialogues as possible answers to this question are put in the mouth of the characters that best represent them paradigmatically. Thus, Socrates is shown in the platonic dialogues as the best model of virtue, the true personification of what we may call, according to Plato, the philosophical life. Platos intent is to show that the philosophical life is, of all alternatives, the ideal satisfactory life. Therefore, the crucial question of platonic ethics about the worthiest genre of life demands from Plato a research on the nature of basic ethical concepts such as the good, eÙdaimona and pleasure. Some texts articulate these concepts in a more explicit and decisive way, namely the Protagoras, the Gorgias, the Phaedo, the Republic and the Philebus. In these works we can see how Platos position to his general conception of eÙdaimona, and the place of plesure in it, develops at the same time as his notion of the nature of good is gradually constructed, becoming more acurate. The goal of our work is to investigate how Plato articulates these concepts in the forementioned dialogues, and others that are relevant, with a special focus on the place attributed to plesaure in our moral life. In conclusion, our subject of reflexion is the place of pleasure in Platos Moral Philosophy.
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Filosofia moral no mundo do pós-guerra: estudo sobre Adorno / Moral philosophy in the postwar world: studies on AdornoCatalani, Felipe 28 February 2019 (has links)
Esta dissertação explora a obra de Theodor W. Adorno dando enfoque às questões concernentes à moral, articulando problemas de filosofia da história e sua dimensão política. O texto divide-se em três capítulos: o primeiro trata do diagnóstico de época do qual partimos, a saber, o mundo tal como ele se configurou após a Segunda Guerra Mundial. O segundo capítulo explora a dimensão prática ética e política imanente ao conceito de verdade na tradição da teoria crítica, de modo a considerar sua centralidade no âmbito de uma discussão sobre a moral. O terceiro capítulo, intitulado Antinomias da moral, disserta sobre a abordagem adorniana de problemas tradicionalmente vinculados à filosofia moral a partir de uma leitura da Minima Moralia, da Dialética Negativa e de Problemas de filosofia moral. / This dissertation explores the work of Theodor W. Adorno, shedding light at the problems regarding moral philosophy in an articulation with an interpretation of history and its political dimension. The text contains three chapters: the first one deals with the diagnosis of time of the post-war world. The second chapter explores the practical ethical and political dimension which is immanent to the truth concept employed in the tradition of critical theory, so that we can consider its centrality in the discussion on moral philosophy. The third chapter, entitled Antinomies of morals, discusses Adornos approach of traditional problems of moral philosophy, based mostly on an interpretation of his works Minima Moralia and Negative Dialectics, and his lectures.
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Do desacordo à respota correta : três ensaios sobre a crítica interpretativista de Dworkin ao positivismo jurídicoPeres, Ramiro de Ávila January 2015 (has links)
Estudamos dois argumentos de Ronald Dworkin contra a tese de que o direito é exclusivamente determinado por fatos sociais. De acordo com o primeiro, positivistas devem concluir que, se dois advogados estiverem usando diferentes critérios factuais para decidir se uma proposição de direito é verdadeira ou falsa, então cada um quer dizer algo distinto do que diz o outro quando afirma o que é o direito – i.e., não há desacordo genuíno entre os dois, pois estão falando de coisas diferentes. O segundo ataca uma visão reducionista da relação entre a tese das fontes e a tese da indeterminação do direito: se uma proposição jurídica x é verdadeira num sistema jurídico se, e somente se, corresponde a uma ‘fonte’, e se isso também vale para a negação de x, então é simples demonstrar que a ausência de uma fonte para x equivale a uma fonte para não-x - logo, o sistema é ou completo, ou inconsistente. As duas conclusões seriam inaceitáveis; portanto, o positivismo deveria ser abandonado em favor de uma concepção interpretativista do direito. Uma possível escapatória a esses argumentos é admitir uma separação o direito propriamente dito – um sistema de normas, para o qual as teses das fontes e da indeterminação são necessariamente verdadeiras – e o raciocínio jurídico, o qual é compatível com desacordos teóricos e a busca da resposta moralmente correta. Contudo, para Dworkin, o debate sobre o conceito de direito então se torna irrelevante (pois sua função era prática: investigar como os juízes devem decidir) e circular, já que os discordantes já assumem, ab ovo, uma certa relação entre direito e moral. Ao final, a disputa precisa ser decidida em função de qual a melhor filosofia prática. / We’ll study two arguments against the thesis that law is exclusively determined by social facts. According to the first, positivists must conclude that, if two lawyers use different factual criteria to decide if a legal proposition is true or false, then each means something distinct from the other when he says what is the law – i.e., there’s no genuine disagreement between them both, because they’re talking past each other. The second one attacks a reductionist view of the relationship between the source thesis and the indetermination thesis: if a legal proposition x is true in a legal system if, and only if, it corresponds to a source, and if it applies to x’s denial also, then it’s simple to show that the absence of a source for x is equivalent to a source for non-x – so, the system is either complete or inconsistent. The conclusion of both arguments is inacceptable; therefor, positivism must be abandoned in favor of an interpretive conception of law. One possible way out to these arguments is to admit a separation between law as properly understood – a system of norms, to which source and indetermination theses are necessarily true – and legal reasoning, which is compatible with theoretical disagreements and the search for a moral right answer. However, for Dworkin, the debate over the concept of law then becomes irrelevant (since its function was practical: to inquire over how judges should decide) and circular, since the debaters assume, ab ovo, some relationship between law and morality. In the end, the dispute has to be decided according with the best practical philosophy.
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Tradição, razão e verdade na Filosofia Moral de Alasdair MacIntyre / Tradition, reason and truth in moral philosophy of Alasdair MacIntyreDamasceno, Márcia Marques January 2010 (has links)
DAMASCENO, Márcia Marques. Tradição, razão e verdade na Filosofia Moral de Alasdair MacIntyre. 2010. 97f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2010. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2013-11-07T13:42:20Z
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Previous issue date: 2010 / This master dissertation addresses the theory of the rationality of traditions proposed by Alasdair MacIntyre. He advocated a type of moral philosophy grounded on the investigation of the rationality implicit in the practices of moral traditions. In addition to this, he defended the superiority of the Aristotelian moral philosophy in the history of moral theories and favored a form of Thomism. This work is intended to show that the theory of truth as correspondence that MacIntyre attached to his moral theory has some metaphysical implications that are at odds with the premises of his moral investigation. / Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir aspectos centrais da chamada teoria da racionalidade das tradições formulada pelo filósofo escocês Alasdair MacIntyre. A teoria da racionalidade das tradições teve suas formulações iniciais com a publicação de Depois da Virtude em 1981, esta obra marca um novo momento no pensamento de MacIntyre e tem como característica central a defesa de uma forma de pesquisa racional implícita nas práticas das tradições morais. As argumentações de Depois da Virtude tiveram continuidade com uma seqüência de publicações que procuram esclarecer as controvérsias originadas por esta obra e dar continuidade ao debate acerca da defesa da pesquisa racional implícita nas tradições, além de procurarem mostrar a superioridade da tradição aristotélico-tomista, da qual ele se intitula como continuador, frente as inúmeras tradições que tiveram destaque na história da filosofia moral. As argumentações e teses em defesa da pesquisa racional levaram MacIntyre a reconhecer a necessidade de tematizar uma teoria da verdade. A teoria da verdade defendida nas obras se apresenta como uma nova abordagem da teoria da verdade como correspondência. Apesar da nova abordagem a teoria da correspondência ainda encontra uma série de dificuldades principalmente por seu cunho metafísico.
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Infer?ncia e sensualismo na filosofia moral de HumeJota, Renato de Medeiros 27 February 2015 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2017-10-18T21:15:40Z
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Previous issue date: 2015-02-27 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior (CAPES) / Considerando que a filosofia moral de Hume pode ser entendida
como sendo ?sensualista?, algu?m poderia objetar que essa afirma??o se
mostra incompat?vel com o empirismohumeano, na medida em que o
sensualismo pareceria restringiro agente moral aos limites dos sentidos,
enquanto que o empirismo humeano estenderia suas conclus?es para al?m
dos mesmos. Para responder a essa poss?vel obje??o, defendemos uma
interpreta??o que visa compatibilizar o sensualismo moral com o empirismo de
Hume. Pois enquanto o primeiro ? a fonte de nosso conhecimento moral, o
segundo nos leva a estender as conclus?es de nossas infer?ncias morais para
o futuro, mostrandoque esse seu ?projecionismo?n?o seria incompat?velcom o
sensualismo. Nossa hip?tese de trabalho permite mostrar que essarela??o
entre sensualismo e empirismo ? garantida pela rela??o entre o h?bito e a
imagina??o. Nesse sentido, a tese ?divididaem tr?s cap?tulos. No
primeiro,discutimos o contexto em que a filosofia moral de Hume est? inserida.
No segundo cap?tulo apresentamos uma discuss?o de algumas interpreta??es
recentes da filosofia moral de Hume e propomos uma alternativa. No
terceiro,por fim, explicamos como fazer generaliza??es? indispens?vel para
nossas infer?ncias morais e como a rela??o entre h?bito e imagina??o
desempenha um papel central neste processo, ao associar causalmente as
percep??es dos sentidos e estender nossas conclus?es at? o futuro. / Whereas Hume?s moral philosophy can be understood as a kind
of "sensualism", one might object that this is inconsistent with Humean
empiricism to the extent that sensualism seems to restrict the moral agent to the
limits of the senses, while Humean empiricism extendsits conclusions beyond
their reach. To reply to this possible objection we advocate an interpretation that
intends to reconcile Hume?s moral sensualismto his empiricism. Accordingly, it
is argued first that the former is the source of our moral knowledge, while the
latter compels agents to extend the conclusions of their moral inferences to the
future. So it is suggested that this kind of "projectionism" would not necessarily
be incompatible with sensualism. Our main hypothesis is that the relationship
between sensualism and empiricism is guaranteed by the relationship between
"habit" and "imagination". In this sense, the dissertation is divided into three
chapters. In the first we discuss the context within which the moral philosophy of
Hume is inserted. The second chapter discusses recent interpretations of
Hume?s moral philosophy and proposes another alternative. In the third chapter
we explain how to make generalizations is essential to our moral inferences and
how the relationship between habit and imagination plays a central role in this
process by causally associating sense perceptions and extending our findings
to the future.
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Do desacordo à respota correta : três ensaios sobre a crítica interpretativista de Dworkin ao positivismo jurídicoPeres, Ramiro de Ávila January 2015 (has links)
Estudamos dois argumentos de Ronald Dworkin contra a tese de que o direito é exclusivamente determinado por fatos sociais. De acordo com o primeiro, positivistas devem concluir que, se dois advogados estiverem usando diferentes critérios factuais para decidir se uma proposição de direito é verdadeira ou falsa, então cada um quer dizer algo distinto do que diz o outro quando afirma o que é o direito – i.e., não há desacordo genuíno entre os dois, pois estão falando de coisas diferentes. O segundo ataca uma visão reducionista da relação entre a tese das fontes e a tese da indeterminação do direito: se uma proposição jurídica x é verdadeira num sistema jurídico se, e somente se, corresponde a uma ‘fonte’, e se isso também vale para a negação de x, então é simples demonstrar que a ausência de uma fonte para x equivale a uma fonte para não-x - logo, o sistema é ou completo, ou inconsistente. As duas conclusões seriam inaceitáveis; portanto, o positivismo deveria ser abandonado em favor de uma concepção interpretativista do direito. Uma possível escapatória a esses argumentos é admitir uma separação o direito propriamente dito – um sistema de normas, para o qual as teses das fontes e da indeterminação são necessariamente verdadeiras – e o raciocínio jurídico, o qual é compatível com desacordos teóricos e a busca da resposta moralmente correta. Contudo, para Dworkin, o debate sobre o conceito de direito então se torna irrelevante (pois sua função era prática: investigar como os juízes devem decidir) e circular, já que os discordantes já assumem, ab ovo, uma certa relação entre direito e moral. Ao final, a disputa precisa ser decidida em função de qual a melhor filosofia prática. / We’ll study two arguments against the thesis that law is exclusively determined by social facts. According to the first, positivists must conclude that, if two lawyers use different factual criteria to decide if a legal proposition is true or false, then each means something distinct from the other when he says what is the law – i.e., there’s no genuine disagreement between them both, because they’re talking past each other. The second one attacks a reductionist view of the relationship between the source thesis and the indetermination thesis: if a legal proposition x is true in a legal system if, and only if, it corresponds to a source, and if it applies to x’s denial also, then it’s simple to show that the absence of a source for x is equivalent to a source for non-x – so, the system is either complete or inconsistent. The conclusion of both arguments is inacceptable; therefor, positivism must be abandoned in favor of an interpretive conception of law. One possible way out to these arguments is to admit a separation between law as properly understood – a system of norms, to which source and indetermination theses are necessarily true – and legal reasoning, which is compatible with theoretical disagreements and the search for a moral right answer. However, for Dworkin, the debate over the concept of law then becomes irrelevant (since its function was practical: to inquire over how judges should decide) and circular, since the debaters assume, ab ovo, some relationship between law and morality. In the end, the dispute has to be decided according with the best practical philosophy.
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O lugar do prazer na filosofia moral de Platão / The place of Pleasure in Platos moral philosophyHenrique Gonçalves de Paula 31 March 2016 (has links)
Um dos caminhos possíveis para compreendermos os objetivos gerais da obra platônica é tomarmos como guia de leitura dos diálogos as várias investidas de Platão em responder-nos a seguinte questão crucial: de que modo devemos viver? Os diversos discursos produzidos nos diálogos como possíveis respostas a tal questão são colocados na boca dos personagens que melhor os representariam paradigmaticamente. Assim, Sócrates é tornado nos diálogos platônicos o modelo máximo de virtude, verdadeira encarnação do que podemos propriamente chamar, segundo Platão, de vida filosófica. O intento de Platão consiste em mostrar, diante das alternativas, que a vida filosófica se impõe como a mais satisfatória possível. Deste modo, a pergunta crucial da ética platônica a respeito do gênero de existência ao qual é digno nos consagrarmos exige de Platão a investigação da natureza de noções éticas fundamentais como o bem, a eÙdaimona e o prazer. Alguns textos desenvolvem a articulação de tais conceitos de maneira mais explícita e decisiva como é o caso do Protágoras, do Górgias, do Fédon da República e do Filebo. Nestas obras podemos observar como a posição de Platão com relação a sua concepção geral de eÙdaimona e o lugar que o prazer nela ocupa desenvolve-se na mesma medida em que sua noção da natureza do bem é paulatinamente construída, tornando-se mais precisa. O objetivo de nosso trabalho é investigar o modo como Platão articula estes conceitos nos diálogos mencionados, e outros relevantes, com especial atenção à posição atribuída ao prazer em nossa vida moral. Deste modo, nosso tema de reflexão é o lugar do prazer na Filosofia Moral de Platão. / One way to understand the main goals of platonic philosophy is to take as a reading guide Platos many attempts to answer the crucial question,How should we live?, in his dialogues. The different discourses produced in the dialogues as possible answers to this question are put in the mouth of the characters that best represent them paradigmatically. Thus, Socrates is shown in the platonic dialogues as the best model of virtue, the true personification of what we may call, according to Plato, the philosophical life. Platos intent is to show that the philosophical life is, of all alternatives, the ideal satisfactory life. Therefore, the crucial question of platonic ethics about the worthiest genre of life demands from Plato a research on the nature of basic ethical concepts such as the good, eÙdaimona and pleasure. Some texts articulate these concepts in a more explicit and decisive way, namely the Protagoras, the Gorgias, the Phaedo, the Republic and the Philebus. In these works we can see how Platos position to his general conception of eÙdaimona, and the place of plesure in it, develops at the same time as his notion of the nature of good is gradually constructed, becoming more acurate. The goal of our work is to investigate how Plato articulates these concepts in the forementioned dialogues, and others that are relevant, with a special focus on the place attributed to plesaure in our moral life. In conclusion, our subject of reflexion is the place of pleasure in Platos Moral Philosophy.
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Sobre o \'Da educação das crianças\': a nova maneira de Montaigne / Of the education of children: the nouvelle manièrè of MontaigneMaria Cristina Theobaldo 14 August 2008 (has links)
Propomos neste estudo uma leitura e comentário do capítulo De l\'institution des enfans, Livro I, 26, dos Essais de Michel de Montaigne. Trata-se de contribuir para a discussão e elucidação de um capítulo que, embora muito conhecido e mobilizado pela crítica especializada, sobretudo pelos historiadores da educação, apresenta um trabalho de interpretação quase sempre pouco atento aos desenvolvimentos próprios do texto. A tese labora em duas frentes: naquela da história e das concepções educacionais do humanismo renascentista e naquela - em que está seu interesse principal - da compreensão e articulação dos elementos essenciais do pensamento pedagógico de Montaigne. Ressaltamos o exercício do julgamento, a conversação como meio pedagógico e a importância da filosofia moral na formação dos jovens / The purpose of this study is to do a read and comment the chapter De l institution des enfans, Livre I, 26, of the Les Essais, wrote by Michel de Montaigne. It contributes to discuss and elucidate a chapter that, even though its very known and mobilized by the specialized critics, over all by the educations historians, presents an interpretation work almost always little intent to the proper developments of the text. The thesis deals in two fronts: in that one of the history and the educational conceptions of the Renaissance Humanism and in that one - in which exists its main interest - of the understanding and joint of the essential elements of the Montaignes pedagogical thought. We stand out the exercise of the judgment, the conversation as pedagogical instrument and the importance of the moral philosophy in the formation of the young
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Moral e política: o princípio da autonomia e o reino dos fins na Filosofia Kantiana / Moral and politics: the principle of autonomy and the kingdom of endsGonçalo Nunes Barrilaro Ruas 06 February 2015 (has links)
O estudo do princípio da autonomia, conceito central na filosofia moral de Kant, permite compreender a origem da lei moral. A fórmula da autonomia prescreve que a lei moral é fruto da vontade e não depende de fatores externos: nós somos colegisladores de uma lei a que nos submetemos. A tese da unidade do imperativo categórico assevera que o imperativo categórico é uno e apenas um. Portanto, ao aplicar-se o imperativo categórico na política através da fórmula da lei universal estáse efetivamente a aplicar o princípio supremo da moralidade num contexto sócio político. A fórmula do reino dos fins faz com que esta associação seja mais presente, principalmente através da analogia entre súditos e soberanos de uma lei moral, que na política se dá através da relação entre chefe de Estado e cidadãos. Com o conceito de \'reino dos fins\' dá-se um passo em frente e a ideia de co-legislação é aplicada, segundo cremos, por um processo sócio-político na Paz Perpétua. Por sua vez, expõese o pensamento de vários autores que interpretam conceitos morais de um ponto de vista político. No entanto, nos afastamos dessa interpretação por reconhecermos que na Filosofia Moral kantiana não existe uma evidência suficiente para essa asserção. A relação é, por isso, inversa à proposta pela tradição construtivista: a moralidade está presente na Filosofia Política. Ela pode, com efeito, coincidir completamente com a política quando se trata dos princípios fundamentais da política. Ou pode servir como um impedimento a certas ações que, embora não sejam de teor moral, estejam em contradição com ela. Tal como acontece com os imperativos hipotéticos. A razão prudencial, pragmática ou técnica, deve dobrar seus joelhos perante a razão prática pura. Propõe-se, assim, um paralelo com conceitos desenvolvidos na Paz Perpétua, designadamente com a ideia de um modo de governo republicano (constituição republicana), onde os seus membros têm de participar de uma legislação, e com o político moral, considerado o agente responsável por aplicar a moral (razão prática pura). / The study of the principle of autonomy, a central concept in Kant\'s moral philosophy, allow us to understand the origin of the moral law. The formula of autonomy dictates that the moral law is the result of the will and does not depend on external factors: we are co-legislators of a law that we submit to ourselves. The thesis of the unity of the categorical imperative asserts that the categorical imperative is one and only one. Therefore, when applying the categorical imperative in politics through the formula of universal law is being effectively applied by the supreme principle of morality in a sociopolitical context. The formula of the kingdom of ends makes this association more present, mainly through the analogy between sovereigns and subjects of a moral law, which in politics is through the relationship between the head of state and citizens. With the concept of \'kingdom of ends\' a step ahead is done and the idea of co-legislation is applied, giving us, we believe, by a socio-political process in the Perpetual Peace. In turn, we expose the thought of many authors who interpret moral concepts from a political point of view. However, we drifted apart this interpretation because we recognize that in Kant\'s Moral Philosophy there isn\'t a strong evidence for this assertion. The relationship is, therefore, reverse to the proposal by the Constructivist tradition: the morality is present in Political Philosophy. It may, in fact, match completely with the politics when it comes to the fundamental principles of politics. Or can serve as a constraint to certain actions that, while not of moral content, are in contradiction with it. As occurs with the hypothetical imperatives. The prudential reason, pragmatic or technical, should double their \'knees\' before the pure practical reason. Therefore we propose a parallel with concepts developed in Perpetual Peace, namely the idea of a republican form of government (republican constitution), where its members have to participate in a common legislation, and the moral politician, considered the agent responsible for applying morale (pure practical reason).
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