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Viver entre dois mundos: uma análise das práticas dsicursivas das mulheres indígenas da cidade de Boa Vista-RR sobre o direito de ser índia urbana

Leila Maria Camargo 16 December 2011 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho trata de um estudo das práticas discursivas das mulheres indígenas pertencentes à Organização dos Índios na Cidade de Boa Vista Roraima (ODIC). Busca-se analisar o modo de produção de sentidos que se referem à questão das identidades de grupos indígenas, especialmente aqueles vivendo em cidades amazônicas e regiões de fronteiras, como é o caso dos índios urbanos de Boa Vista. Tratou-se de examinar a questão a partir das mudanças e dos efeitos da globalização, que reposicionaram determinados sujeitos no discurso os quais hoje procuram transformar-se em sujeitos de direitos e da própria história. Utilizou-se como aporte teórico o viés analítico da Análise Crítica do Discurso, com base na Teoria Social do Discurso de Fairclough, na busca de compreender os processos discursivos sobre identidade indígena na cidade, com base nos enunciados de mulheres indígenas, que estão presentes no movimento em luta por seu espaço de direitos no meio urbano. Nele tratou-se de examinar o sentido destes discursos dentro das transformações provocadas pela globalização, que colocou também as identidades sociais e culturais dentro de uma perspectiva de fluxos, movimentos e trânsito por um lado e, por outro, com a onda da democratização que retirou determinadas desigualdades e assimetrias de direitos, obrigações e prestígios linguísticos de grupos e pessoas, vem permitindo que grupos e minorias antes assujeitadas em formações discursivas hegemônicas, se apropriem do discurso e empreendam lutas de projetos identitários, reconstruindo-se a partir das práticas discursivas. / This work aims to study the discursive practices of indigenous women belonging to the Organization of Indians in the city of Boa vista, Roraima (ODIC). It seeks to analyse the way these women produce the meanings that refer to the question of the identities of indigenous groups, especially those living in Amazonian cities and border regions, as it is the case of urban Indians of Boa Vista. It was examining the issue from the changes and the effects of globalization, which repositioned certain subjects in the speech which now seek to become a subject of rights and of history itself. It was used as theoretical basis the analytical bias of the Critical Discourse Analyses, based on Fairclough Discourse Social Theory, seeking to understand the discursive processes about the Indian Identity in the city, based on statements of indigenous women, who are presented in the movement in its struggle for space in urban environment. In this study it was examined the meaning of these discourses within the transformations caused by globalization. Ii is also raised the social and cultural identities within a perspective of flows, traffic and movement in one hand and, in the other hand, with the democratization movement that withdrew certain inequalities and asymmetries of the rights, duties and linguistic prestige of groups and individuals, which has been enabling groups and minorities, before subjected in hegemonic discursive formations, to appropriate the discourse and undertake projects of identity struggles, rebuilding itself from discursive practices.
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Identidade e memória de habitantes de Fortaleza-CE originários da comunidade Tremembé de Almofala-CE: ramas de raízes indígenas em trânsito na cidade / Identity and memory of people of Fortaleza-CE from the community of Tremembé Almofala-CE: branches of indigenous roots in transit

Nascimento, Edileusa Santiago do 29 July 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:32:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Edileusa Santiago do Nascimento.pdf: 3860396 bytes, checksum: 879261dddfb601b16bfd1f99236e037d (MD5) Previous issue date: 2009-07-29 / Fundação Ford / This research addresses the process of identity metamorphosis among the Tremembé people of Almofala (Itarema-CE), who now live in Fortaleza, in a context of invisibility and lack of recognizability. It aims at understanding, through their narratives, how the varied groups of families elaborate their indigenous identities in tandem with the work of collective memory around the relation between the land of origin and the land of destiny where they work, considering their exchange with relatives, their opinions about the struggle for land demarcation and indigenousness in the land of origin, as well as the dificulties and the possibilities of an indigenous citizenship within an urban context. The life history and testimony of fourteen different tremembés living in the capital and of twelve relatives living in the land of origin constitute the principal base of our data. Drawing from a hermeneutic critical perspective and following the lines of direction provided by the methods of historical materialism and phenomenology, the analysis shows how the subjects of research elaborate their identities in an urban context through a process of metamorphosis different from the process of indianization of their relatives living in Almofala, the latter closely connected to the indigenous political movement. The identities articulated within the urban context, nevertheless, continue to build themselves on the affective structure of belonging to the land of origin as land of the indians , and on the attachment to the family matrix in this land of origin performed through collective memory and the exchange of information, opinion, conflict, healing practices, social knowledge and other Tremembé traditional practices. The different individual opinions about indigenousness, land demarcation, dificulties and possibilities of organization in the city tend to converge to a family group opinion, and the latter differ from one another, though they do agree in a few points, such as the recognition of belonging to a Tremembé indigenous community and the victories of indigenous political organization in Almofala in contrast to the difficulties of living in Fortaleza. It is thus possible to conclude that the identity of the tremembés living in Fortaleza presents itself in suspension regarding a current indianization, but with a paradigmatic tendency towards a pendular potency for new transformations that ground the process of their identity metamorphosis. Such identity formation then is understood as the preparation of new generations as actors of indigenous emancipation and citizenship / Esta tese é sobre o processo de metamorfoses das identidades dos tremembés de Almofala (Itarema-CE) que vivem em Fortaleza num contexto de invisibilização e não reconhecimento dos indígenas nas áreas urbanas. O objetivo é apreendermos, através de suas narrativas, como os vários grupos familiares estão elaborando suas identidades indígenas em articulação com o trabalho da memória coletiva da terra de origem e lugar de destino para trabalho, considerando os intercâmbios com os parentes, suas posições sobre a luta pela demarcação das terras e indianidade na terra de origem, bem como as dificuldades e as possibilidades de uma indianidade cidadã em contexto urbano. As histórias de vida e depoimentos de catorze tremembés que vivem na capital e de doze parentes que vivem na terra de origem constituem a base principal dos dados. A partir de uma perspectiva hermenêutica crítica articulada com os pressupostos do método fenomenológico e do materialismo histórico, a análise mostra como os sujeitos de pesquisa elaboram as identidades em contexto urbano em um processo de metamorfoses diferente do processo de indianização dos parentes de Almofala dentro do quadro do movimento indígena. No entanto, essas identidades em contexto urbano continuam tendo como base o sentimento de pertencimento à terra de origem com o significado de terra de índio e os vínculos com suas matrizes familiares na terra de origem, mantidos através da memória coletiva e intercâmbios que fazem transitar informações, posicionamentos, conflitos, curas, conhecimentos e práticas da tradição Tremembé. As diferentes posições individuais sobre indianidade, demarcação da terra, dificuldades e possibilidades de organização dos tremembés na cidade tendem a convergir com a de seu grupo familiar e as posições destes grupos distinguem-se entre si, mas tendem a convergir em pontos comuns, como o reconhecimento de pertencimento comum à comunidade indígena Tremembé, sobre as vitórias alcançadas pela organização indígena em Almofala em contraste com as dificuldades vividas em Fortaleza. Conclui-se que as identidades dos tremembés que vivem em Fortaleza se apresentam em posição de suspensão quanto a uma indianização atual e com tendência paradigmática de potência pendular de novas transformações eminente no processo de metamorfoses de suas identidades, com a possibilidade de serem orientadas para a formação das novas gerações como atores de emancipação indígena cidadã

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