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As inscrituras do verbo: dizibilidades performáticas da palavra poética africanaQueiroz, Amarino Oliveira de January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Uma característica marcante nas literaturas africanas contemporâneas é a
recorrência à oralidade, aos processos mnemônicos, à performance e à consciência
identitária como elementos estruturadores de seus discursos poéticos e narrativos.
Baseada na discussão de conceitos como literatura oral e performance, nossa
intervenção investigativa está voltada para o diálogo entre formas poéticas da
tradição e da contemporaneidade inseridas num contexto de mesclas culturais onde
as fronteiras que separavam o oral, o escrito e o performático apresentam-se cada
vez mais fluidas. Tais relações sinalizam um ponto de convergência na idéia de
inscritura, nome pelo qual designamos parte das expressões que compõem esse
conjunto cultural cujo corpus aqui se faz avaliar, sobretudo, no exemplo dos países
africanos de língua oficial portuguesa
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Excelentíssimas estátuas: uma análise comparativa de O outro pé da sereia e Yaka / Honorable statues: a comparative analysis of O outro pé da sereia and YakaSilva, Damaris Santos Roberto da 18 October 2013 (has links)
A presente dissertação tem o objetivo de analisar nos romances O outro pé da sereia (COUTO, 2006) e Yaka (PEPETELA, 2006) a representação da situação colonial e os resultados da dicotomia colonizador e colonizado nas sociedades moçambicana e angolana, ficcionalizadas por Mia Couto e Pepetela nessas obras. Objetiva-se, ainda, verificar a forma como os romances mergulham no passado colonial de seus países de origem para problematizar questões acerca das sociedades citadas, avaliando as perspectivas que figuram no tempo presente. Estabeleceu-se, então, uma leitura a partir de um processo histórico comum, a colonização portuguesa, para explicitar as contradições resultantes desse período. Para tanto, nos apoiamos no diálogo entre literatura e história, presente nos romances estudados, para identificar e destacar as contradições coloniais, sobretudo em relação às representações da violência e do racismo nas duas obras. / This study aims to analyze the representation of the colonial situation and which are the results of the dichotomy colonizer and colonized in Mozambican and Angolan societies through the novels O outro pé da sereia (COUTO, 2006) and Yaka (PEPETELA, 2006). In addition, it aims to examine how the novels rely on colonial past of its countries to discuss issues about the societies mentioned, evaluating the prospects contained in the present. It was established an analysis of the novels from an historical process in common, which is the Lusitanian colonization, to explain the contradictions resulting from this situation. For that, we rely on a dialogue between literature and history, present in the reading of O outro pé da sereia and Yaka, to identify and highlight the colonial contradictions, especially the ones related to the representations of violence and racism in both novels.
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Literaturas afro-brasileira e africanas: o desafio nos livros didáticos de língua portuguesa para o ensino médioCosta, Nelzir Martins 13 March 2013 (has links)
O objetivo da pesquisa consistiu em analisar como a Lei 10.639/2003 está sendo
aplicada nos livros didáticos de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, distribuídos
pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). A análise centrou-se na
observação da inserção das literaturas afro-brasileira e africanas entre os conteúdos
programáticos. Com o propósito de verificar um material de ampla abrangência,
foram analisados os livros didáticos utilizados nos Centros de Ensino Médio das
quatro maiores cidades sedes das Diretorias Regionais de Formação e Gestão do
Estado do Tocantins: Palmas, Araguaína, Porto Nacional e Gurupi. Tal estudo exigiu
uma retomada: no processo de formação da sociedade brasileira, bem como das
relações étnico-raciais que permeiam essa diversidade; na educação sistematizada
e nas leis que a regem, verificando as diretrizes para o trabalho com as questões
étnico-raciais e a proposta de um ensino que vise a igualdade de direitos. Além da
abordagem da literatura como elemento necessário à formação humana,
considerando a importância da produção das literaturas afro-brasileira e africanas
para a afirmação da identidade negra e como símbolo da independência dos
padrões europeus sobre os países africanos lusófonos. O que se verificou é que,
apesar de decorridos 10 (dez) anos da aprovação da Lei 10.639/2003, os livros
didáticos de língua portuguesa para o ensino médio ainda encontram dificuldades
para apresentar tais conteúdos, denotando que a sua abordagem apresenta-se de
forma superficial e restrita na maioria das coleções analisadas. Situação que exige
uma reflexão por parte dos professores da área, autores, editoras e Ministério da
Educação através do PNLD. / The objective of the research was to analyse how the Law 10.639/2003 is being
applied in the textbooks Portuguese language for secondary school, distributed by
the National Textbook Program (PNLD). The analysis focused on the observation of
the insertion of African-Brazilian and African literatures across the syllabus, aiming to
verify a wide scope of materials, were analysed textbooks used in High Schools in
the four largest cities that host the Regional Training Directors and Management of
the State of Tocantins: Palmas, Araguaína, Porto Nacional and Gurupi. This study
required a revival: in the formation of Brazilian society, as well as ethnic-racial
relations that permeate this diversity; the systematic education and the laws
governing it, checking the guidelines for working with ethnical and racial issues and
proposed education aimed at equal rights, besides the approach of literature as a
necessary element of human education, considering the importance of the production
of African – Brazilian and African literatures for the affirmation of black identity and as
a symbol of the independence from European standards in the Portuguese –
speaking African countries. What we found is that, despite the expiracion of 10 (ten)
years from the approval of Law 10.639/2003 , the Portuguese Language textbooks
for high schools still find it difficult to present such content. Denoting that its approach
is presented in a superficial and restricted form in most collections analysed. Which
requires considerations by area teachers, authores, publishers, and Ministry of
Education trough PNLD.
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Por uma modernidade própria: o transcultural nas obras Hibisco roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie, e O Sétimo Juramento, de Paulina ChizianeTeotônio, Rafaella Cristina Alves 19 April 2013 (has links)
Submitted by Deise Lorena Araújo (deiselorena@uepb.edu.br) on 2016-08-26T18:44:46Z
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Previous issue date: 2013-04-19 / Universidade Estadual da Paraíba / In recent times, the African literature starts to shift from its previous nationalist function as to conceive modernity. The search for what Édouard Glissant (2005) discusses concerning a “specific modernity” is observed. This literature, when understanding how consuming is the attempt to conquer an identity proper to African nations, reflects the impossibility of return to a pre-colonial past and that the hibridity of its cultures is not only the result of the European colonization, but also an existing reality before the colonization. The current attempt is to search for a modernity that is not the homogenizing, imposed by the globalization, in which the identities form easily commerciable patterns and the minorities are subordinated. The “specific modernity" that is searched for, starting with the communication of the African literature and its societies, is a modernity with rhizomatic that tries to give voice to subjects previously hidden. In this search, the feminine authorship shows a particularized movement introduced in contemporary African literature. Women, before and after the colonization were seen as subjects stigmatized and violated by patriarchy, establishing with the literary expression a relationship that reveals and has the need to talk about their conditions as a minority and the condition of of other minorities. This work proposes to study two contemporary African female writers in whose works one can read the search and problematization of the modernity of their nations. The study analyzes the works The seventh oath (2000), written by the Mozambican writer Paulina Chiziane and Purple hibiscus (2011), by the Nigerian, Chimamanda Ngozi Adichie. Using the comparative method, the works are analysed by examining the way the authors communicate literally, producing in their narratives, updates of the African values, previously held forth by writers of other generations. Both narratives establish debates that distance themselves from the anterior perspective of African literatures when creating a face for the nation, in an attempt to invent a specific identity for them, because the narratives in The seventh oath and Purple hibiscus show an African identity that tries not to be fixed, imobile ou unique, however it is different due to its diversity of identities that relate to each other in the contemporainity. / Na atualidade, as literaturas africanas se deslocam da antiga função nacionalista para conceber a modernidade. Observa-se a busca do que Édouard Glissant (2005) diz a respeito de uma “modernidade própria”. Essas literaturas, ao entenderem o desgaste produzido pela tentativa de conquistar uma identidade própria às nações africanas, refletem a impossibilidade de volta a um passado pré-colonial, e que a hibridez de suas culturas não é somente resultado do encontro com a colonização europeia, mas uma realidade existente antes da colonização. A atual tentativa é de buscar uma modernidade que não seja a homogeneizante, imposta pela globalização, em que as identidades formam padrões facilmente comercializados e as minorias são subalternizadas. A modernidade própria procurada, a partir da comunicação das literaturas africanas com suas sociedades, é uma modernidade com identidades rizomáticas que tenta dar voz a sujeitos antes ocultados. Nessa busca, a autoria feminina demonstra uma visão particularizada do movimento instaurado nas literaturas africanas contemporâneas. As mulheres, antes e depois da colonização foram vistas como sujeitos estigmatizados e violentados pelo patriarcalismo, estabelecendo com a expressão literária uma relação que revela e tem a necessidade de dizer sobre sua condição minoritária e sobre a condição de outras minorias. O trabalho propõe estudar obras de duas escritoras africanas contemporâneas em cujas obras se leem a busca e problematização da modernidade de suas nações. O estudo analisa as obras O sétimo juramento (2000), da escritora moçambicana Paulina Chiziane, e Hibisco roxo (2011), da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Utilizando o método comparativo, realiza-se a análise das obras examinando o modo como as escritoras se comunicam literariamente, produzindo, em suas narrativas, atualizações dos valores africanos antes pregados por escritores de outras gerações. As narrativas de O sétimo juramento e Hibisco roxo mostram uma identidade africana que não se quer fixa, imóvel ou única, mas que se diferencia pela diversidade de identidades que se relacionam na contemporaneidade.
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Excelentíssimas estátuas: uma análise comparativa de O outro pé da sereia e Yaka / Honorable statues: a comparative analysis of O outro pé da sereia and YakaDamaris Santos Roberto da Silva 18 October 2013 (has links)
A presente dissertação tem o objetivo de analisar nos romances O outro pé da sereia (COUTO, 2006) e Yaka (PEPETELA, 2006) a representação da situação colonial e os resultados da dicotomia colonizador e colonizado nas sociedades moçambicana e angolana, ficcionalizadas por Mia Couto e Pepetela nessas obras. Objetiva-se, ainda, verificar a forma como os romances mergulham no passado colonial de seus países de origem para problematizar questões acerca das sociedades citadas, avaliando as perspectivas que figuram no tempo presente. Estabeleceu-se, então, uma leitura a partir de um processo histórico comum, a colonização portuguesa, para explicitar as contradições resultantes desse período. Para tanto, nos apoiamos no diálogo entre literatura e história, presente nos romances estudados, para identificar e destacar as contradições coloniais, sobretudo em relação às representações da violência e do racismo nas duas obras. / This study aims to analyze the representation of the colonial situation and which are the results of the dichotomy colonizer and colonized in Mozambican and Angolan societies through the novels O outro pé da sereia (COUTO, 2006) and Yaka (PEPETELA, 2006). In addition, it aims to examine how the novels rely on colonial past of its countries to discuss issues about the societies mentioned, evaluating the prospects contained in the present. It was established an analysis of the novels from an historical process in common, which is the Lusitanian colonization, to explain the contradictions resulting from this situation. For that, we rely on a dialogue between literature and history, present in the reading of O outro pé da sereia and Yaka, to identify and highlight the colonial contradictions, especially the ones related to the representations of violence and racism in both novels.
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O sagrado em narrativas de Mia Couto e Boaventura Cardoso: encruzilhada transcultural e força política de descolonizaçãoGRIGOLETTO, Cassiana 09 March 2017 (has links)
Submitted by Pedro Barros (pedro.silvabarros@ufpe.br) on 2018-07-27T19:31:15Z
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Previous issue date: 2017-03-09 / Diante de um mundo globalizado e da imposição de um tempo marcado pela condição “pós”, deparamo-nos com profundas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais que têm desestabilizado noções fixas de sujeito e nação, produzindo novas e ambivalentes configurações do local e do global, em que coexistem fenômenos de destradicionalização e de reinvenção da tradição. Procurando compreender esses processos, objetivamos investigar o sagrado como encruzilhada transcultural e força política de descolonização nas práticas discursivas atualizadas nas literaturas moçambicana e angolana. Para tanto, definimos como corpus literário três textos: duas narrativas do escritor angolano Boaventura Cardoso, a saber, A árvore que tinha batucada (conto), e Mãe, materno mar (romance); e um romance do moçambicano Mia Couto, O outro pé da sereia. Nestas narrativas, a presença recorrente de elementos do sagrado, um dos pilares das identidades africanas, possibilita analisarmos os trânsitos culturais durante a expansão e o colonialismo português com contínuos efeitos no período pós-colonial. Partindo do pressuposto de que a religiosidade dos povos angolanos e moçambicanos sempre funcionou como força política de descolonização, buscamos compreender o imaginário cultural dos povos bantu, bem como o do colonizador, para verificar como se produziram os processos ambivalentes de negociação e atravessamento cultural nos fenômenos religiosos africanos. Com base nessa linha de raciocínio, a presente tese nos levou a concluir que as construções literárias sobre os entrecruzamentos culturais religiosos africanos demonstram uma coexistência religiosa em que a conversão ao cristianismo é parcial e o sincretismo aparente, pois não se verifica uma total ruptura com as crenças tradicionais, nem o surgimento de Igrejas sincréticas em que os elementos das religiões tradicionais africanas se mesclam com os do cristianismo aos moldes do que ecumenismo católico propõe. O que se observa é uma interpretação e interiorização dos conhecimentos do cristianismo no âmbito da cosmologia tradicional, pois mesmo quando as crenças africanas perdem o seu valor religioso, continuam a ser observadas como elementos do patrimônio cultural. Assim, para analisar esses contínuos processos de negociação cultural que permeiam as encruzilhadas entre os discursos religiosos do colonizador e do colonizado, da tradição e da modernidade, da colonialidade e da pós-colonialidade, da angolanidade e da moçambicanidade, adotamos uma metodologia comparatista e interdisciplinar, advinda dos Estudos Culturais e Pós-coloniais, para entrelaçar várias fontes teóricas e críticas. / break with traditional beliefs, nor the emergence of syncretic churches in which the elements of the traditional African religions blend with those of Christianity in the way that Catholic ecumenism proposes. The analysis of the texts reveals the internalization of the Christianity knowledge within the scope of traditional cosmology, because even when African beliefs lose their religious value, they continue to be observed as cultural heritage elements. Hence, in order to analyze these continuous processes of cultural negotiation that permeate the crossroads between the religious discourses between of the colonizer and the colonized, tradition and modernity, coloniality and postcoloniality, of Angolanity and of Mozambicanity, we adopt a comparative and interdisciplinary methodology, within the field of cultural and postcolonial studies, to interweave various theoretical-critical sources. The globalized world and a time marked by the "post" condition, impose profound social, political, economic and cultural ransformations that have destabilized the fixed notions of subject and nation, producing ambivalent configurations of the local and the global, in which a tradition-breaking phenomenon coexists with its reinvention. Seeking to understand these processes, we aim to investigate the sacred as a cross-cultural crossroad and political force of decolonization in the most recent discursive practices of the Mozambican and Angolan literature. Therefore, we define three sources as literary corpus: two narratives of the Angolan writer Boaventura Cardoso, namely, “A árvore que tinha batucada” (tale) and “Mãe, materno mar” (romance); besides that, a novel by the Mozambican Mia Couto named “O outro pé da sereia”. In these narratives, the recurrent presence of sacred elements, one of the pillars of African identities, makes it possible to analyze cultural transits during the Portuguese expansion and consequently the continuous effects of colonialism in the postcolonial period. Based on the assumption that the Angolan and Mozambican religious foundations always worked as a political force of decolonization, we sought to understand the cultural imaginary of the Bantu peoples, as well as the one of the colonizer, so as to verify how the ambivalent processes of negotiation and cross-cultural phenomena of the African religious groups. Based on these assumptions, the present thesis has led us to conclude that the literary constructions of the African cultural crisscrosses demonstrate a religious coexistence in which the conversion to Christianity is partial and the syncretism is apparent, since there is no complete break with traditional beliefs, nor the emergence of syncretic churches in which the elements of the traditional African religions blend with those of Christianity in the way that Catholic ecumenism proposes. The analysis of the texts reveals the internalization of the Christianity knowledge within the scope of traditional cosmology, because even when African beliefs lose their religious value, they continue to be observed as cultural heritage elements. Hence, in order to analyze these continuous processes of cultural negotiation that permeate the crossroads between the religious discourses between of the colonizer and the colonized, tradition and modernity, coloniality and postcoloniality, of Angolanity and of Mozambicanity, we adopt a comparative and interdisciplinary methodology, within the field of cultural and postcolonial studies, to interweave various theoretical-critical sources.
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A arquitetura de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra e Las tinieblas de tu memoria negra: diálogos transterritorializadosMachado, Cristina Vasconcelos 03 April 2013 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-03-28T11:57:18Z
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Previous issue date: 2013-04-03 / A presente dissertação propõe uma leitura comparada dos romances Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), do moçambicano Mia Couto, e Las tinieblas de tu memoria negra (1987), do guiné equatoriano Donato Ndongo-Bidyogo, objetivando demonstrar como a estruturação das obras aponta para estratégias de negociação literária, estabelecidas na relação dialética entre o universo cultural africano e o europeu, que possibilitariam processos de descolonização simbólica. Para alcançar esse objetivo partimos de reflexões elaboradas por teóricos da Teoria Pós-colonial que sugerem que a Literatura Pós-colonial pode configurar-se como instrumento de luta nesse processo de descolonização, uma vez que essas produções literárias desenvolvem subterfúgios para romper com os modelos literários emanados pelas potências colonizadoras. Nesse sentido, o presente trabalho aponta que o modo com os escritores africanos trabalham com o idioma do colonizador, os processos de deslocamentos engendrados pelos sujeitos ficcionais e a escolha do modo de narrar propiciam um abertura dessas narrativas a esses processos de descolonização. O referencial teórico dessa pesquisa envolve reflexões de Amadou Hampaté Bâ (1979), Doreen Massey (2009), Kwame Anthony Appiah (1997), Mikhail Bakhtin (1993, 1997), Néstor Garcia Canclini (2011), Rogério Haesbaert (2007, 2010) e Thomas Bonnici (1998, 2005). / La presente disertación propone una lectura comparada de las novelas Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), del mozambiqueño Mia Couto y Las tinieblas de tu memoria negra (1987), del guineo ecuatoriano Donato Ndongo-Bidyogo, objetivando demostrar como la estructuración de las novelas apunta para estrategias de negociación, establecidas en la relación dialéctica entre el universo cultural africano y el europeo, que posibilitarían procesos de descolonización simbólica. Para alcanzar ese objetivo, partimos de reflexiones elaboradas por teóricos de la Teoría Post-colonial que sugieren que la Literatura Post-colonial puede configurarse como instrumento de lucha en ese proceso de descolonización, ya que esas producciones literarias desarrollan subterfugios para romper con los arquetipos literarios emanados por las potencias colonizadoras. En ese sentido, el presente trabajo apunta que el modo como los escritores africanos trabajan con el idioma del colonizador, los procesos de desplazamientos engendrados por los sujetos de las ficciones y la elección del modo de narrar propician una apertura de esas narrativas a esos procesos de descolonización. El referencial teórico de esa investigación envuelve reflexiones de Amadou Hampaté Bâ (1979), Doreen Massey (2009), Kwame Anthony Appiah (1997), Mikhail Bakhtin (1993, 1997), Néstor Garcia Canclini (2011), Rogério Haesbaert (2007, 2010) y Thomas Bonnici (1998, 2005).
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A Lição de coisas de Antônio Cardoso: uma poética para além da prisão / Lição de coisas of António Cardoso: a poetics beyond the prisonPaparoto, Tércio de Abreu 02 March 2010 (has links)
A presente pesquisa na área de Estudos Comparados de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa para a obtenção do título de doutor, baseia-se em manifestações literárias angolanas, especificamente entre 1961 e 1975. Como ponto de partida, optou-se pela obra do poeta angolano António Cardoso, autor que participou dos movimentos libertários angolanos, tendo a literatura como uma de suas armas contra a opressão material, espiritual e, notadamente, a cultural, sendo isso um dos elementos determinantes para sua duradoura prisão, entre 1961 e 1974, em Luanda e no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde. São de Cardoso as seguintes obras: Chão Antigo, Lubango: 1964, 21 poemas de cadeia, Lisboa: ed. Plátano (1979), Economia Política Poética (panfleto), Lisboa: Plátano (1979); A casa de mãezinha, Lisboa: Plátano, 1980; Baixa e Musseques, Lisboa: Plátano, 1980; Chão de Exílio, Lisboa: África Editora, 1980; Lição de coisas, Lisboa: Ulmeiro, 1980; 3unca é velha a esperança, Lisboa: Plátano, 1980; Poemas de circunstância e São Paulo, Lisboa: África Editora: 1980; A Fortuna [prosa], Lisboa: África editora. Como reflexo dessa experiência, o autor desenvolveu uma poética que nos permite entendê-la para além de uma literatura engajada, mesmo valendo-se dela, com uma envergadura semântica própria que, em princípio, diferencia-o de grande parte de seus contemporâneos. Vale notar que grande parte de seus livros foi publicada após o período em recorte, notadamente entre 1979 e 1981. Da relação bibliográfica acima apresentada, tomou-se como referência os versos presentes em Lição de coisas - que, em alguns momentos desta pesquisa, foram comparados analiticamente com alguns textos poéticos (inteiros ou parcialmente) de Carlos Drummond de Andrade, poemas esses insertos em seu também intitulado Lição de coisas, obra publicada em 1962, com o intuito de se verificar como se estruturam os versos deste e que vínculos podem ser estabelecidos com os daquele outro. Porém, é importante informar que os poemas de Drummond, aqui escolhidos, servirão única e exclusivamente -, como baliza para o aprofundamento da compreensão e do estabelecimento dos processos investigativos que mostrem a qualidade da produção de António Cardoso, este sim foco, objeto deste estudo. Como acessório importante, utilizou-se, também, um ou outro texto poético da obra Economia Política Poética (panfleto), de Cardoso, especificado devidamente mais à frente, com a intenção de enriquecer a compreensão do tema. Esta pesquisa, portanto, apoia-se na tese de que, na denominada literatura engajada, tomando-se os versos de Cardoso, é-nos possível depreender um conjunto de significações que abrem caminhos para análises de cunho psicofilosófico, isto é, de estudos que permitem inter-relações estabelecidas a partir do espaço opressor da prisão e seus matizes simbólicos, bem como o próprio exercício de reflexão sobre a condição do ser no âmbito da sobrevivência física e psicológica, resultante de anos a fio no cárcere. / This work aim for to understand the Angolan António Cardosos poem, for beyond thematic taked as committed, produced between decades 1960 and 1970, begin some yours texts extractionedes, first of all, from the Lição de coisas, in 1980, and others events but important works.
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A Lição de coisas de Antônio Cardoso: uma poética para além da prisão / Lição de coisas of António Cardoso: a poetics beyond the prisonTércio de Abreu Paparoto 02 March 2010 (has links)
A presente pesquisa na área de Estudos Comparados de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa para a obtenção do título de doutor, baseia-se em manifestações literárias angolanas, especificamente entre 1961 e 1975. Como ponto de partida, optou-se pela obra do poeta angolano António Cardoso, autor que participou dos movimentos libertários angolanos, tendo a literatura como uma de suas armas contra a opressão material, espiritual e, notadamente, a cultural, sendo isso um dos elementos determinantes para sua duradoura prisão, entre 1961 e 1974, em Luanda e no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde. São de Cardoso as seguintes obras: Chão Antigo, Lubango: 1964, 21 poemas de cadeia, Lisboa: ed. Plátano (1979), Economia Política Poética (panfleto), Lisboa: Plátano (1979); A casa de mãezinha, Lisboa: Plátano, 1980; Baixa e Musseques, Lisboa: Plátano, 1980; Chão de Exílio, Lisboa: África Editora, 1980; Lição de coisas, Lisboa: Ulmeiro, 1980; 3unca é velha a esperança, Lisboa: Plátano, 1980; Poemas de circunstância e São Paulo, Lisboa: África Editora: 1980; A Fortuna [prosa], Lisboa: África editora. Como reflexo dessa experiência, o autor desenvolveu uma poética que nos permite entendê-la para além de uma literatura engajada, mesmo valendo-se dela, com uma envergadura semântica própria que, em princípio, diferencia-o de grande parte de seus contemporâneos. Vale notar que grande parte de seus livros foi publicada após o período em recorte, notadamente entre 1979 e 1981. Da relação bibliográfica acima apresentada, tomou-se como referência os versos presentes em Lição de coisas - que, em alguns momentos desta pesquisa, foram comparados analiticamente com alguns textos poéticos (inteiros ou parcialmente) de Carlos Drummond de Andrade, poemas esses insertos em seu também intitulado Lição de coisas, obra publicada em 1962, com o intuito de se verificar como se estruturam os versos deste e que vínculos podem ser estabelecidos com os daquele outro. Porém, é importante informar que os poemas de Drummond, aqui escolhidos, servirão única e exclusivamente -, como baliza para o aprofundamento da compreensão e do estabelecimento dos processos investigativos que mostrem a qualidade da produção de António Cardoso, este sim foco, objeto deste estudo. Como acessório importante, utilizou-se, também, um ou outro texto poético da obra Economia Política Poética (panfleto), de Cardoso, especificado devidamente mais à frente, com a intenção de enriquecer a compreensão do tema. Esta pesquisa, portanto, apoia-se na tese de que, na denominada literatura engajada, tomando-se os versos de Cardoso, é-nos possível depreender um conjunto de significações que abrem caminhos para análises de cunho psicofilosófico, isto é, de estudos que permitem inter-relações estabelecidas a partir do espaço opressor da prisão e seus matizes simbólicos, bem como o próprio exercício de reflexão sobre a condição do ser no âmbito da sobrevivência física e psicológica, resultante de anos a fio no cárcere. / This work aim for to understand the Angolan António Cardosos poem, for beyond thematic taked as committed, produced between decades 1960 and 1970, begin some yours texts extractionedes, first of all, from the Lição de coisas, in 1980, and others events but important works.
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Por uma modernidade própria: o transcultural nas obras Hibisco roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie, e O Sétimo Juramento, de Paulina Chiziane.Teotônio, Rafaella Cristina Alves 19 April 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-04-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In recent times, the African literature starts to shift from its previous nationalist function as
to conceive modernity. The search for what Édouard Glissant (2005) discusses concerning a
specific modernity is observed. This literature, when understanding how consuming is the
attempt to conquer an identity proper to African nations, reflects the impossibility of return to
a pre-colonial past and that the hibridity of its cultures is not only the result of the European
colonization, but also an existing reality before the colonization. The current attempt is to
search for a modernity that is not the homogenizing, imposed by the globalization, in which
the identities form easily commerciable patterns and the minorities are subordinated. The
specific modernity" that is searched for, starting with the communication of the African
literature and its societies, is a modernity with rhizomatic that tries to give voice to subjects
previously hidden. In this search, the feminine authorship shows a particularized movement
introduced in contemporary African literature. Women, before and after the colonization were
seen as subjects stigmatized and violated by patriarchy, establishing with the literary
expression a relationship that reveals and has the need to talk about their conditions as a
minority and the condition of of other minorities. This work proposes to study two
contemporary African female writers in whose works one can read the search and
problematization of the modernity of their nations. The study analyzes the works The seventh
oath (2000), written by the Mozambican writer Paulina Chiziane and Purple hibiscus (2011),
by the Nigerian, Chimamanda Ngozi Adichie. Using the comparative method, the works are
analysed by examining the way the authors communicate literally, producing in their
narratives, updates of the African values, previously held forth by writers of other
generations. Both narratives establish debates that distance themselves from the anterior
perspective of African literatures when creating a face for the nation, in an attempt to invent a
specific identity for them, because the narratives in The seventh oath and Purple
hibiscus show an African identity that tries not to be fixed, imobile ou unique, however it is
different due to its diversity of identities that relate to each other in the contemporainity. / Na atualidade, as literaturas africanas se deslocam da antiga função nacionalista para conceber
a modernidade. Observa-se a busca do que Édouard Glissant (2005) diz a respeito de uma
modernidade própria . Essas literaturas, ao entenderem o desgaste produzido pela tentativa
de conquistar uma identidade própria às nações africanas, refletem a impossibilidade de volta
a um passado pré-colonial, e que a hibridez de suas culturas não é somente resultado do
encontro com a colonização europeia, mas uma realidade existente antes da colonização. A
atual tentativa é de buscar uma modernidade que não seja a homogeneizante, imposta pela
globalização, em que as identidades formam padrões facilmente comercializados e as
minorias são subalternizadas. A modernidade própria procurada, a partir da comunicação das
literaturas africanas com suas sociedades, é uma modernidade com identidades rizomáticas
que tenta dar voz a sujeitos antes ocultados. Nessa busca, a autoria feminina demonstra uma
visão particularizada do movimento instaurado nas literaturas africanas contemporâneas. As
mulheres, antes e depois da colonização foram vistas como sujeitos estigmatizados e
violentados pelo patriarcalismo, estabelecendo com a expressão literária uma relação que
revela e tem a necessidade de dizer sobre sua condição minoritária e sobre a condição de
outras minorias. O trabalho propõe estudar obras de duas escritoras africanas contemporâneas
em cujas obras se leem a busca e problematização da modernidade de suas nações. O estudo
analisa as obras O sétimo juramento (2000), da escritora moçambicana Paulina Chiziane, e
Hibisco roxo (2011), da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Utilizando o método
comparativo, realiza-se a análise das obras examinando o modo como as escritoras se
comunicam literariamente, produzindo, em suas narrativas, atualizações dos valores africanos
antes pregados por escritores de outras gerações. As narrativas de O sétimo juramento e
Hibisco roxo mostram uma identidade africana que não se quer fixa, imóvel ou única, mas
que se diferencia pela diversidade de identidades que se relacionam na contemporaneidade.
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