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Temperamento e prematuridade: influências sobre a interação mãe-bebê / Temperament and prematurity: influences on mother-infant interactionChiodelli, Taís [UNESP] 26 August 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-08-26 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / O temperamento e a prematuridade do bebê são apontados pela literatura como variáveis que podem influenciar as interações estabelecidas entre a mãe e o bebê. As interações com um bebê avaliado como mais difícil podem ser menos prazerosas e os que nasceram prematuros podem responder de forma diferente aos estímulos do ambiente, requerendo mais cuidado dos pais. Este trabalho investigou a influência do temperamento e da prematuridade nas interações mãe-bebê no início da vida e organiza-se em três estudos. O primeiro estudo identificou a percepção materna do temperamento de bebês de três a seis meses associando-a a variáveis do bebê, maternas e familiares. Foram observadas correlações positivas entre a idade gestacional, o peso ao nascer e a percepção materna de temperamento difícil do bebê. O segundo estudo investigou os comportamentos interativos do bebê (orientação social positiva, expressão negativa e regulação) e maternos (orientação social positiva e expressão negativa) emitidos durante os episódios do Face-to-Face Still-Face (FFSF), considerando dois grupos: o de bebês prematuros (Grupo PT) e os nascidos a termo (Grupo AT). O FFSF refere-se a um procedimento de filmagem e divide-se em três episódios de três minutos cada. Nos episódios um e três a mãe interagiu com o seu bebê como estava habituada a fazer e, no segundo, interrompeu a interação, manteve contato visual, mas deixou de responder ao bebê. As análises foram conduzidas considerando a amostra total e comparando os dois grupos. Os resultados apontaram que tanto os bebês da amostra total como os dos Grupos PT e AT apresentaram o efeito still-face, isto é, responderam diferentemente na ausência dos comportamentos interativos maternos. Os bebês prematuros emitiram frequências mais altas de comportamentos de orientação social positiva do que os bebês a termo, ainda que as diferenças não tenham sido significativas, diferente de outros estudos da área. Todavia, as mães de bebês prematuros apresentaram médias menores de orientação social positiva do que as mães de bebês nascidos a termo, mas as diferenças também não foram significativas. No terceiro estudo analisou-se a influência do temperamento do bebê, avaliado pela percepção materna, sobre a interação mãe-bebê. As díades foram divididas em grupos de temperamento fácil (G1), moderado (G2) e difícil (G3). Os bebês do G3 diferiram significativamente dos demais grupos em expressão negativa no episódio dois do FFSF. As mães dos bebês do G1 apresentaram menos comportamentos de orientação social positiva do que as mães dos demais grupos. Os resultados podem contribuir para o planejamento de intervenções que visem promover interações saudáveis entre a díade. / FAPESP: 2014/10653-4
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A vivência materna do processo de separação-individuação mãe-bebê no primeiro ano de vida até a entrada na educação infantilBellini, Lenora January 2008 (has links)
A entrada na escola nos dois primeiros anos de vida tem sido cada vez mais freqüente, justamente no período em que a dupla mãe-bebê está vivenciando o processo de separação-individuação. Parece haver um processo de separação semelhante de toda mãe em relação ao seu bebê e sabe-se que tanto a mãe quanto o bebê devem estar preparados para a separação que a entrada na escola implica. Este trabalho teve como objetivo investigar a vivência materna do processo de separação-individuação no primeiro ano de vida até a entrada na escola, no segundo ano de vida. Foi utilizado delineamento de estudo de caso coletivo, de caráter longitudinal. Quatro mães com idades entre 23 e 37 anos e seus companheiros entre 25 e 50 anos responderam a entrevistas semi-estruturadas durante o último trimestre de gestação, no terceiro, oitavo e décimo segundo mês de vida do bebê. Todas eram primigestas, mantinham relacionamento conjugal estável e seus bebês haviam ingressado na escola no segundo ano de vida. A partir da análise dos dados, foi possível visualizar o quanto as mães estavam devotadas ao bebê e em estado dependente e vulnerável. Ao mesmo tempo, pôde-se perceber que até o final do primeiro ano de vida as mães iam manifestando com mais clareza o desejo de retomar seu espaço e mostrando-se mais independentes, como se a individuação crescente do bebê provocasse o resgate da individualidade da mãe. Entende-se que o nascimento psicológico do bebê, que se inicia no primeiro ano de vida, coincide com o renascimento da mãe enquanto indivíduo independente de seu bebê, capaz de ter seu espaço próprio e individualidade. Pôde-se visualizar indicadores de que a decisão de colocar o bebê na escola no segundo ano de vida está ligada à separação mãe-bebê e à retomada da individualidade da mãe. Ao mesmo tempo, pôde-se observar a importância do pai no processo de separação da dupla mãe-bebê. A compreensão da vivência materna do processo de separação-individuação até a entrada na escola oferece possibilidade de melhoria no atendimento às mães, auxiliando toda família neste momento. / Entering school in the first two years of life has been more frequent and coincides with the mother-infant separation-individuation process. In all mothers there seems to be a similar separation process from their infants, and they must prepare themselves for the separation that entering school implies. This work aims to investigate the separation-individuation process as experienced by mothers, in the first year of life until school entry, in the second year of life. A collective-case study design was used, of a longitudinal character. Four mothers, aged between 23 and 37, whose partners were 25 to 50 years old, answered semi-structured interviews in the last trimester of pregnancy, in the infant's third, eighth and twelfth month of life. They were all primiparous, had a stable marital relationship and the infants entered school in the second year of life. The results indicated that in the first months of life mothers were devoted to their infants and in a dependent and vulnerable state. At the same time, it could be seen that by the end of the first year of life mothers expressed more clearly the wish to regain their personal space and showed more independence. It seems that the infant's growing individuation provoked in mothers the need to regain their individuality. It is believed that the infant's psychological birth, which takes place in the first year of life, coincides with the mother's rebirth as an independent individual with its own space and individuality. There was indication that the decision to put the baby in school was associated to mother-infant separation and to the mother's regaining of her individuality. Furthermore, it was possible to observe the importance of fathers in the mother-infant separation process. The understanding of the separationindividuation process until school entry offers the possibility of better assistance to mothers, helping the whole family at this moment.
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O parto no processo de transição para a maternidadeDonelli, Tagma Marina Schneider January 2003 (has links)
Este trabalho investigou a importância do parto no processo de transição para a maternidade. Foi utilizado delineamento de estudo de caso coletivo, de caráter longitudinal. Oito participantes com idades entre 20 e 26 anos, primigestas e mantendo relacionamento conjugal estável com o pai do bebê, responderam a entrevistas semi-estruturadas durante o terceiro trimestre de gestação, nas primeiras quarenta horas após o parto, e três meses depois do nascimento do bebê. O estudo dos casos permite supor que o parto provoca o encontro da mulher consigo mesma como mãe, e desencadeia um trabalho de luto da mulher em relação à mãe perfeita e idealizada que acreditou, ou não, poder vir a ser para seu filho. O entendimento do parto acrescenta uma nova dimensão ao processo de construção da maternidade, na medida em que é tomado como a experiência que proporciona o primeiro encontro da mulher com suas capacidades maternas
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Análise da aquisição e desenvolvimento da linguagem durante a interação mãe-criança com cegueira congênitaFernandes Moura da Silva, Wanessa 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / O problema da cegueira era, considerado antigamente, simplesmente como carência de
visão. Atualmente, a ciência inclui todas as variáveis concorrentes do objeto que se estuda, sendo
impossível considerá-la como um fenômeno isolado, pois está em íntima relação com a
organização de todas as funções psicológicas superiores, e, entre elas, a linguagem. Pesquisas
acerca do desenvolvimento da linguagem da criança cega, no Brasil, são raros, especialmente no
que diz respeito aos primeiros meses de vida. Diante dessas razões, este estudo teve como
principal objetivo investigar as interações entre a criança cega e sua mãe e as possíveis
repercussões da cegueira na aquisição e desenvolvimento da linguagem oral. Realizamos um
estudo qualitativo e quantitativo, comparativo, longitudinal, observando e registrando, através de
protocolos e vídeogravações, as interações em situação espontânea de crianças cegas com sua
respectiva mãe, e, igualmente das crianças dotadas de visão, bem como manifestações lingüísticas
ocorridas, em ambos, entre 0 a 3 anos de vida. Participaram do estudo doze crianças de ambos os
sexos sendo: 6 crianças com cegueira congênita e 6 crianças com visão. Os dados revelaram que
de fato essas manifestações lingüísticas ocorreram de forma mais lenta ou atrasada em relação às
crianças videntes. Os resultados indicaram que há déficit na exploração de objetos, na linguagem
não-verbal das crianças cegas em relação às crianças videntes, por outro lado, as crianças cegas e
videntes apresentaram atraso no uso da linguagem verbal. De acordo com pesquisadores sobre este
assunto, não possuindo a visão, o padrão de desenvolvimento lingüístico do cego, pode apresentar
atraso de aproximadamente 30% quando comparado ao vidente. Embora os estudos apontem a
audição como sendo principal canal para o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem
oral, a visão também se constitui um elemento importante, ainda que, raramente, o profissional e
os pais possam voltar a atenção para este aspecto. Esperamos poder trazer contribuições da
Fonoaudiologia a fim de melhorar a qualidade do atendimento, bem como outras profissões e,
conseqüentemente da vida dessas crianças
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Separações mãe-bebê: diversos sentidos na construção de uma relação.Ferreira, Marisa Vasconcelos 08 December 2000 (has links)
Os estudos sobre as separações mãe-bebê são fortemente influenciados pela Teoria do Apego de John Bowlby e Mary Ainsworth, que considera as separações entre figura de apego e bebê como fatores de risco para o desenvolvimento e enfatiza que, por natureza, o cuidado do bebê deve ser realizado por uma só pessoa, preferencialmente a mãe. Dessa teoria decorrem críticas aos cuidados de bebês e crianças pequenas em creche, que influenciam o imaginário social sobre as possíveis desvantagens do cuidado coletivo de bebês. Contrapõe-se à Teoria do Apego, uma perspectiva sócio-histórica de desenvolvimento que concebe a pessoa constituindo-se em relações sociais mais amplas, inseridas em contextos sócio-culturais, onde diversos parceiros significativos são possíveis ao bebê. Nessa perspectiva, a separação entre o bebê e seus parceiros significativos não constitui necessariamente fator de risco para o seu desenvolvimento. O objetivo deste trabalho é identificar, a partir de elementos do discurso de uma mãe, possíveis sentidos relacionados a eventos de separação, que permeiam sua relação com o bebê. Busca-se compreender como estes vão constituindo o papel dessa mãe que, contrariamente à visão naturalizada da Teoria do Apego, vai se construindo na especificidade do seu contexto sócio-cultural. O corpus desta pesquisa é composto por quatro entrevistas com uma mãe, realizadas entre o 8° mês de gravidez e o 8° mês de vida do bebê. Dividimos o período da pesquisa em quatro momentos: o pré-natal, os momentos iniciais da família após o nascimento do bebê, os primeiros meses da família com o bebê e a entrada da família na creche. Na análise, utilizamos a proposta teórico-metodológica da Rede de Significações elaborada pelo CINDEDI, buscando compreender transformações na rede de significações dessa mãe no decorrer dos momentos investigados. Nestes, o tema da separação aparece na fala da mãe com diferentes sentidos: por vezes, é visto como uma ameaça à relação mãe-bebê, fazendo emergir angústia na mãe e em outros membros da família; em outras, como possibilidade de diferenciação da mãe e do bebê. Estes sentidos vão sendo reconstruídos dependendo do contexto em que mãe e bebê estão inseridos e da situação interativa e emergem no decorrer do processo de desenvolvimento da pessoa que vai tendo sua rede de significações reconfigurada. Este processo de reconstrução indica não apenas uma possibilidade, como propõe a Teoria do Apego, mas uma variedade de sentidos possíveis para os eventos de separação mãe-bebê.
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Vivências maternas na unidade de terapia intensiva pediátricaColares, Monalisa Silva Fontenele 15 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-15 / The mother within the intensive care unit is a pedriatric reality. The maternal bond, the therapeutic following and all the experiences alowed by the techno and scientific environment of the ICU imply living experiences that influence the mother´s behaviour and how she relates with the environment, the child and his therapeutic. The objetive of this study is to understand the mother´s living experiences in relation to the hospitalization of their children in the Pediatric Intensive Care Unit. It is a qualitative study, phenomenologic and interpretative, based on the Merleau-Ponty philosophy. The instruments utilized were semi structured interview and field notes. The research was approved by the Research Ethics Committee of the University of Fortaleza (UNIFOR). The analysis of the depositions came through the search for understanding in light of the theoretical-methodological reference of the Phenomenology. In the search for maternal living experiences, four categories were differentiated: the suffering with the internment; the self-abdication and of other life experiences; the manifestation of faith; and the fear of loss. The maternal life experiences allow a context of what is experienced by the human being, it´s understanding favors the promotion of health and the applicability of a broad concept of heath, stimulating therefore a assistance to the mother, child and family in a scientific and humanized way. / A mãe inserida na unidade de terapia intensiva é uma realidade da pediatria. O vínculo materno, o acompanhamento da terapêutica e todas as experiências que o ambiente tecnológico e científico da UTI proporcionam implicam em vivências que influenciam no comportamento da mãe e como ela se relaciona com o ambiente, o filho e sua terapêutica. Objetivou-se com esse estudo compreender o vivido das mães em relação à hospitalização dos seus filhos na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Trata-se de um estudo qualitativo, fenomenológico e interpretativo, fundamentado na filosofia de Merleau-Ponty. Os instrumentos utilizados foram entrevista semiestruturada e anotações de campo. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). A análise dos depoimentos se deu pela busca da compreensão à luz do referencial teórico-metodológico da Fenomenologia. Na busca pelas vivências maternas, foram distinguidas quatro categorizações: O sofrimento com a internação; Abdicação do ¿eu¿ e de outras vivências; A manifestação da fé; e o medo da perda. As vivências maternas proporcionam uma contextualização do que é experienciado pelo ser humano. Sua compreensão favorece a promoção da saúde e a aplicabilidade do conceito amplo de saúde, estimulando, assim, uma assistência à mãe, ao filho e à família de forma científica e humanizada.
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Desnutrição infantil e os impasses nas trocas alimentares : uma discussão psicanalítica / Child malnutrition and the impasses in the alimentary exchanges: a psychoanalytical discussion (Inglês)Carvalho, Ângela Sousa de 12 September 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-09-12 / For Psychoanalysis feeding /being fed regard the primordial exchanges between the baby and the caretaker, exchanges that imply a passage from the real need to the symbolic world of the demand and the desire, marking a beginning time in the subject s emergence. The food, thus, gets, since very early, a symbolic status, and might be accepted or refused by the child depending on, for example, the meaning that is given to it in the mother-baby relationship. This way, the child might present a persistent refusal of the food as a response to what goes on among him/her and his/her caretakers. This study consists of an investigation, from the maternal speech, about the food issue in malnourished children, using the psychoanalytical theory as theoretical reference for data discussion. The research was carried out in the Institute of Human Nutrition and Development IPREDE, having as subjects four mothers of children assisted in this institution, with diagnosis of malnutrition and complaints of premature alimentary impasses. From this listening, four clinical cases were built supported by the psychoanalytical presuppositions. It was observed, generally, regarding the specificities, that the children researched present organic delay in their development, malnutrition, related to the refusal of food. The symptom, thus, configured as a refusal from these children of any food but breast milk, what points to their difficulty in renouncing to the breast object and operate the due substitutions to other objects/foods. Food refusal, so, as a response to the difficulties in the process of breastfeeding and weaning. We can, this way, conclude that the diagnosis of child malnutrition, usually associated to lack of food, must take into account the psychic factors related to the scope of the mother-child relationship.
Key-words: Child malnutrition, psychoanalysis, alimentary impasses, mother-baby relationship, psychogenesis. / Para a Psicanálise alimentar/ser alimentado diz respeito às trocas primordiais entre o bebê e aquele que dele cuida, trocas que implicam uma passagem do real da necessidade para o mundo simbólico da demanda e do desejo, delimitando um tempo originário no advir do sujeito. O alimento, assim, ganha, desde muito cedo, um estatuto simbólico, podendo ser aceito ou recusado pela criança dependendo, por exemplo, do sentido que lhe é dado na relação mãe-bebê. Desta forma, a criança pode apresentar uma recusa persistente do alimento como uma resposta ao que se passa entre ela e seus cuidadores. Este trabalho consiste em uma investigação, a partir do discurso materno, sobre a problemática alimentar em crianças desnutridas, tomando a teoria psicanalítica como referencial teórico de discussão dos dados. A pesquisa realizou-se no Instituto de Promoção da Nutrição e do Desenvolvimento Humano IPREDE, tendo como sujeitos quatro mães de crianças, atendidas nesta instituição, com diagnóstico de desnutrição e queixas de impasses alimentares precoces. A partir da escuta das mães construíram-se quatro casos clínicos sustentados pelos pressupostos psicanalíticos. Observou-se, de uma maneira geral que, guardando as devidas particularidades, as crianças aqui pesquisadas apresentam comprometimento orgânico em seu desenvolvimento, desnutrição, relacionada à recusa em se alimentar. O sintoma, então, se configurou enquanto uma recusa por parte dessas crianças de qualquer alimento que não fosse o leite materno, o que aponta para uma dificuldade das mesmas em renunciar ao objeto seio e operar as devidas substituições para outros objetos/alimentos. Recusa alimentar, portanto, como uma resposta aos engodos no processo de amamentação e desmame. Podemos, deste modo, concluir que o diagnóstico da desnutrição infantil, comumente associado à privação do alimento, deve levar em consideração os fatores psíquicos relacionados ao âmbito da relação mãe-criança.
Palavras-chave: Desnutrição infantil, psicanálise, impasses alimentares, relação mãe-bebê, psicogênese.
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A experiência da maternidade e a interação mãe-criança em crianças com e sem doença crônica durante o segundo ano de vidaCastro, Elisa Kern de January 2002 (has links)
O presente estudo investigou os sentimentos de mães de crianças com e sem doença crônica com relação à sua experiência de maternidade e examinou a interação das díades nesses dois grupos. Participaram do estudo dezesseis díades mãe-criança, sendo oito com crianças portadoras de doença crônica física há pelo menos um ano, e oito cujas crianças não apresentavam problemas crônicos de saúde. As crianças eram de ambos os sexos e tinham entre 24 e 25 meses de idade. As mães responderam a uma entrevista sobre o desenvolvimento infantil e a experiência da maternidade, e as mães do grupo com doença crônica também foram solicitadas a responder a uma entrevista sobre as impressões e sentimentos sobre a doença crônica da criança. Além disso, foi realizada uma observação da interação das díades durante uma sessão de interação livre. A análise de conteúdo das entrevistas mostrou que a experiência da maternidade foi afetada pela presença de doença crônica na criança. Isto apareceu especialmente no sofrimento vivido por essas mães que despertam sentimentos ambivalentes em relação às crianças, culpa, ansiedade, superproteção, ansiedade de separação e sentimentos de pouca ajuda de outras pessoas. Contudo, os resultados da análise da interação da díade revelou apenas uma tendência a diferenças, indicando que as mães de crianças com doença crônica foram menos responsivas quando comparadas ao outro grupo. Dessa forma, as particularidades existentes na experiência da maternidade entre os grupos não tenham aparecido de forma significativa na interação da díade devido à grande variabilidade de comportamentos no grupo com doença crônica, ou por aspectos relacionados ao número de participantes e ao protocolo utilizado.
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O bebê pré-termo : intervenção precoce visando à melhoria da interação mãe-bebêFeijo, Larissa January 1998 (has links)
Entre os fatores que afetam a interação precoce destaca-se a prematuridade do bebê, que traz dificuldades específicas para a interação mãe-bebê pelas particularidades inerentes a condição do recém-nascido pré-termo. A mãe tende a se sentir desemparada frente a um bebê frágil que precisa permanecer dentro de uma incubadora, necessitando de cuidados especiais. O presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos de dois tipos de intervenção, tanto na qualidade de interação mãe-bebê, como para evolução fisiológica do bebê. Participaram do estudo 12 díades mãe-bebê pré-termo de baixo peso, todos clinicamente estáveis. As díades foram disignadas a um de dois grupos: Grupo 1, submetido a intervenção envolvendo estimulação tátil realizada pela mãe; ou Grupo 2, que foi submetido a intervenção que enfatizou a fala afetiva da mãe com o bebê. Um grupo controle de 12 díades emparelhadas por sexo e peso do pré-termo foram também recrutados, mas não foram submetidos a intervenções. As intervenções foram realizadas durante 15 minutos por dia, estendendo-se por 2 semanas, num total de quinze sessões. A segunda, oitava e última sessões foram filmadas. As mães foram entrevistadas antes, durante e após o período de intervenção, com o objetivo de examinar suas impressões e sentimentos frente a seu bebê pré-termo. Dados diários sobre a evolução fisiológica dos bebês foram também obtidos. Análise de conteúdo das entrevistas mostrou um grande desamparo e culpa destas mães que não puderam levar suas gestações a termo. Além disso, elas expressaram dificuldades em enfrentar o ambiente neonatal, medo de tocar/machucar e de perder seu bebê.Uma avaliação qualitativa das intervenções realizadas mostrou que um dos efeitos imediatos da estimulação tátil foi um aumento na atividade do bebê pré-termo. Contudo, para alguns bebês a estimulação tátil parecia estar fortemente associada a sua desorganização, pois eles mostravam-se agitados. Além disto, a estimulação tátil era por vezes realizada de forma mecânica, sem que a mãe ficasse face a face com o bebê, levando a intereções assincrônicas. Apesar disto, a estimulação tátil pode ter um efeito positivo para o bebê se a mãe for sensível e estiver atenta ao seu bebê, observando qual o toque que mais o satisfaz e o que lhe irrita. Já a avaliação qualitativa da intervenção fala afetiva mostrou que ela pareceu facilitar a troca visual, pois as mães tendiam a se posicionar face a face com o bebê. Assim, durante a interação face a face, as mães ao perceberem as respostas dos seus bebês, mostraram-se mais motivadas a continuarem falando com ele. Os dados mostram, ainda, que os bebês responderam tranqüilamente a esta intervenção, não sendo necessário um período de adaptação.Contudo, a intervenção fala afetiva pode apresentar problemas e levar um tempo para ser efetiva, caso a mãe não seja criativa ou mesmo não goste muito de falar. O efeito positivo das intervenções apontado na análise qualitativa dos dados do presente estudo não foi endossado pelas análises quantitativas sobre a evolução fisiológica do bebê. Independente do tipo de intervenção realizada com os bebês, não houve diferenças significativas na sua evolução fisiológica quando comparados com os do grupo controle. Embora os resultados tenham mostrado algumas tendências mostrando o efeito positivo das intervenções, o reduzido número de casos do presente estudo pode explicar pelo menos em parte os efeitos estatísticos reduzidos que foram encontrados. Neste sentido, é muito importante que novos estudos sejam realizados aumentando o número de díades mãe-bebê pré-termo, além de considerar o próprio desejo da mãe em realizar uma ou outra intervenção.
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Modo de vida e a relação mãe-criança: o mamar e o andar, o modo de de morar e o modo de dormir / Hother-Child Relationship and Way of Living: breastfeeding and independent Nalking, house holding and way of sleeping.Elaine Pedreira Rabinovich 18 January 1993 (has links)
Uma amostra inicial de 60 crianças de 0-12 meses, inscritas em um Centro de Saúde que serve ao sub-distrito de Vila Madalena, São Paulo, foi acompanhada durante um ano através de visitas domiciliares, objetivando descrever suas casas, suas famílias e alguns aspectos do seu desenvolvimento. Vários recursos metodológicos foram usados na realização desta tarefa, incluindo observação direta, entrevistas semi- estruturas e escalas de desenvolvimento. Dados sobre o aleitamento materno (presença ou ausência de rotina, esquemas controlados pela mãe ou pela criança e idade do desmame) e sobre a idade da marcha independente foram analisados com relação a alguns aspectos da organização física e psicológica do ambiente doméstico, tais como: presença/ausência e característica de \"cantinho do bebê\" (sem berço/berço/berço ornamentado); nível de organização e ordenação do ambiente físico; presença/ausência de condições físicas e condições controladas pela mãe favorecedoras de comportamentos exploratórios (autonomia) da criança. Um esquema de análise é proposto no qual os conceitos de apego e autonomia, relativos à relação mãe-criança, são associados aos conceitos de \"lugar\" e \"espaço\", relativos à organização do ambiente doméstico; e ambas dimensões são compreendidas como expressão de um \"sistema de desenvolvimento que inclui a organização psicológica da díade mãe-criança e sua inerente suscetibilidade ao sistema de crenças e as condições de vida concretas nas quais o desenvolvimento ocorre. Uma comparação com as práticas de criação e a organização ambiental numa sociedade de caça-coleta (os !Kung do deserto de Kalahari) é usada para realçar o conceito de sistema de desenvolvimento. / An initial sample of 60 children aged 0-12 months, attending to a Public Health Center at V.Madalena, S.P., was followed during one year with home visits, aiming to describe their houses, their families and some aspects of their development. Several methodological resources were used to accomplish this task, including direct observation, semi structured interviews and developmental scales. Data on breastfeeding (presence or absence of routines, child/mother controled schedules and age of weaning) and on independent walking age were cross-analysed with some aspects of the physical and psychological organization of the home environment, such as: presence/absence and characteristics of a \"baby\'s corner\" (no cradle/ cradle/ ornamented cradle); level of organization and ordering of the physical environment; presence/absence of physical and of mother-controled conditions favouring exploratory behavior by the child. A scheme of analysis is proposed the concepts of attachment and autonomy, relative to the mother-child relationship, are linked to t he concepts of \"place\" and \"space\", relative to the organization of the home environment; and both these dimensions are understood as the \"developmental system\" including the basic expression of a psychobiological organization of the mother-child dyad and its inherent susceptibility to the belief systems and the concrete living conditions with in which development takes place . A comparison w it h t he childrearing practices and environmental organization in a hunter-gatherer society (the Kalahari !Kungs) is used to highlight the concept of developmental sytem.
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