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Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector / Psychoanalytic Essay on the literary reader´s metapsychology: a reading of Clarice Lispector´s Água vivaMoraes, Débora Ferreira Leite de 10 June 2011 (has links)
Este trabalho investiga a relação entre o leitor e o texto ficcional de um ponto de vista psicanalítico com o intuito de contribuir para uma metapsicologia do leitor literário. Ao leitor pressuposto na tessitura do texto, articula-se a singularidade do efeito que uma obra literária pode produzir em cada leitura, no encontro com cada leitor. Inspirada pelo método psicanalítico e a ficcionalidade do processo interpretativo, esta investigação parte de uma leitura do texto Água Viva de Clarice Lispector. Como recurso metodológico, abandonando o paradigma da psicanálise aplicada à literatura, a interpretação não será do texto nem da autora, mas da experiência de leitura a partir do que foi denominado, neste estudo, como campo transferencial entre leitor e texto literário. Um encontro que promove a transformação de ambos, leitor e texto. A cooperação imaginativa do intérprete, neste espaço intersubjetivo, torna-o deste ponto de vista, também interpretado do texto e este apontamento nos permitiu considerar que a alterabilidade do leitor e, portanto, a leitura de si mesmo a partir do texto literário, é condição imprescindível e inevitável para o mergulho nas páginas de um texto ficcional. No caso da obra literária escolhida, a convocação do leitor para uma participação criativa é feita por meio de uma travessia pelo reino do irrepresentável, paradoxalmente formado pela representabilidade da palavra. A experiência de leitura de Água Viva mostrou que este encontro se inscreve no leitor por meio de seu efeito e reescreve, como resultado, uma nova narrativa. Deste modo, a criação literária escrita nos remete à criação literária da leitura / This paper investigates the relationship between readers and fictional literary works from a psychoanalytic perspective. Our goal is to contribute to the reader´s metapsychology concerning fictional text. For every literary text there is an assumed reader, with assumed reactions to the work, but at the same time, in each reading, in each encounter with a particular reader, a singularity of response is produced. Our investigation is inspired by the psychoanalytic method and by the idea that every interpretative process is partly fictional. Clarice Lispector´s novel, Água Viva was its primary object. As methodological resource we abandoned the idea of applied psychoanalysis and rejected any biographic interpretation of the author´s life, or even an interpretation of the text as a given work of art that would need deciphering. Our interest was in interpreting a certain experience of reading and looking into what has been called in this paper the transference field between reader and literary work. When we look into this relationship as an encounter, we see it transforms both reader and text. There is an intersubjective space that is filled by the reader´s (or interpreter´s) imaginative input, and a movement is established that makes the reader read him or herself from what is presented in the text. To read oneself from the text is an inevitable and necessary condition to plunge into the pages of fictional work. The reading of Água Viva has shown that the effect of the encounter between reader and text is inscribed in the reader, producing a new narrative as a result. In this way, literary writing production actually produces the literary creation of reading
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Três estudos sobre o conceito de narcisismo na obra de Freud: origem, metapsicologia e formas sociais / Three studies on the concept of narcissism in Freudian work: origin, metapsychology and social formsGuimaraes, Luiz Moreno 19 October 2012 (has links)
Pretende-se contribuir à análise do conceito de narcisismo no pensamento freudiano a partir de três estudos: (1) Um exame das primeiras elaborações sobre o narcisismo, dividido em dois tempos: (i) a origem do termo junto às primeiras descrições e teorias sobre o narcisismo, (ii) sua entrada na teoria freudiana. A ideia central é, por meio de uma visão diacrônica, acompanhar a apropriação e evidenciar as modificações que Freud incide nesse conceito ao adotá-lo em sua metapsicologia. Para isso, então, iremos em um primeiro momento estudar como os primeiros teóricos do narcisismo Alfred Binet, Havelock Ellis, Paul Näcke e Richard von Krafft-Ebing concebiam e conceberam essa noção; para depois pensar a apropriação freudiana em três fontes: na correspondência trocada com Jung, no registro das Atas da Sociedade Psicanalítica de Viena e nos textos freudianos de 1910 a 1913. (2) Um estudo do texto de Freud Introdução ao narcisismo de 1914 texto central para o narcisismo , levando em consideração três aspectos: (i) a lógica interna do texto, (ii) as modificações que a introdução do narcisismo traz à teoria freudiana e (iii) alguns desdobramentos desse conceito no interior do pensamento freudiano. (3) Uma análise da noção de narcisismo das pequenas diferenças desenvolvendo um dos vários desdobramentos que o conceito de narcisismo tem a partir de 1914; trata-se de uma análise sincrônica que visa cotejar e relacionar três momentos dessa noção: tal como ela surge pela primeira vez em O tabu da virgindade de 1918, como ela é retomada em Psicologia das massas e análise do Eu de 1921 e sua versão final em O mal-estar na cultura de 1930. Em suma, o primeiro estudo visa pensar a origem e a entrada do narcisismo no pensamento freudiano; o segundo, o narcisismo na metapsicologia; e o terceiro, o narcisismo enquanto fenômeno social / We aim to contribute to the analysis of the concept of narcissism in the Freudian thought from three studies: (1) An examination of the first elaborations on narcissism, divided into two stages: (i) the origin of the term within the first descriptions and theories of narcissism, (ii) its entry into the Freudian theory. The central idea is, through a diachronic view, to track the appropriation and highlight the changes that Freud makes into this concept to adopt it in his metapsychology. For this, we will at first study how the first theorists of narcissism - Alfred Binet, Havelock Ellis, Paul Näcke and Richard von Krafft-Ebing - conceived this notion, and then think about the Freudian appropriation on three sources: in the correspondence with Jung, in the record of the Minutes of the Psychoanalytic Society of Vienna and in the Freudian texts from 1910 to 1913. (2) A study of the Freudian text On Narcissism: an introduction of 1914 - the central text for narcissism - taking into account three aspects: (i) the internal logic of the text, (ii) the changes that the introduction of narcissism brings to the Freudian theory, (iii) some consequences of this concept inside the Freudian thought. (3) An analysis of the concept of narcissism of minor differences - unfolding one of the several developments that the narcissism concept has had since 1914; it is a synchronic analysis that aims to collate and relate three moments of this notion: such as it first appears in The Taboo of Virginity of 1918, the way it is retaken in Group Psychology and the Analysis of the Ego of 1921, and its final version in Civilization and Its Discontents of 1930. In short, the first study aims to consider the origin and the entry of narcissism in the Freudian thought; the second is related to the narcissism in metapsychology; and the third, narcissism as a social phenomenon
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O território da ciência da natureza em Freud / The territory of natural sciences in FreudCarvalho, Vitor Orquiza de 06 April 2018 (has links)
Ao longo de toda sua obra, Freud não abandona a proposta de que a psicanálise é uma ciência da natureza. Com isso, além de gerar um extenso debate sobre a legitimidade dessa proposta, ele evidencia que o horizonte filosófico mais condizente com suas hipóteses é o naturalismo. Certas ressonâncias desse horizonte aparecem em argumentos de teor epistemológico, metodológico e ontológico, revelando que o aparelho psíquico por ele formulado não pretende exceder o território dos fenômenos naturais e de caráter empirista. O objetivo principal desta pesquisa é investigar esses argumentos para oferecer uma compreensão sobre a concepção freudiana de ciências da natureza e o que ela pode oferecer em termos de sua versão de naturalismo. Para tanto, tomamos o critério elaborado por determinadas filosofias contemporâneas que dividem o naturalismo em um componente metodológico e outro ontológico. Critério este que permite levantar a hipótese de que, sem desconsiderar o naturalismo metodológico, Freud não pode renunciar ao naturalismo ontológico. Ele precisa se comprometer com a hipótese metafísica de que todos os fenômenos são naturais, e a razão para isso encontra-se em outra caracterização que atribuímos à sua atitude epistemológica: a de ser fenômenoorientado. Entre permanecer em concordância com teorias científicas predominantes ou se deixar guiar por aquilo que legitima como fenômeno, Freud escolhe sempre a segunda opção. Essa atitude implica a necessidade de expressar quais devem ser os modos de naturalização apropriados para fenômenos que não condizem com o modelo oferecido por outras ciências da natureza. A pesquisa busca então circunscrever três momentos decisivos da obra freudiana que nos permitem discutir e analisar esses modos de naturalização. Esses momentos agrupam conceitos e concepções concentradas principalmente nos textos Projeto para uma psicologia (1895), A interpretação dos sonhos (1900), Três ensaios sobre a teoria sexual (1905) e Pulsões e destinos das pulsões (1915). Por meio de um estudo sobre temas diversos relacionados à natureza do conhecimento científico, decorre de nossa análise a proposta de que um compromisso ontológico se manifesta em todas as concepções de mente que Freud elabora. Presente, inclusive, desde Sobre a concepção das afasias (1891), este compromisso faz que os termos ontológicos dos fenômenos psíquicos sejam mais bem compreendidos com base no que Freud designa como processo. Ao final, sugerimos que, por causa do estabelecimento desse compromisso, torna-se possível compreender a metapsicologia freudiana por meio de um caráter de indispensabilidade / Throughout his work, Freud never abandons the proposal that Psychoanalysis is a Natural science. As a result, in addition to generating an extensive debate on the legitimacy of this proposal, he shows that the philosophical horizon best suitable to his hypothesis is naturalism. Certain resonances of this horizon appear in arguments of epistemological, methodological and ontological content, revealing that the psychic apparatus formulated by Freud does not intend to surpass the territory of natural phenomena and of empiricist character. The main objective of this research is to investigate these arguments to provide an understanding about the Freudian conception of Natural sciences and what it can offer in terms of his version of naturalism. To this end, we borrow the criteria elaborated by certain contemporary philosophers that divide naturalism into one methodological and other ontological component. This criterion allows us to present the hypothesis that, without disregarding the methodological naturalism, Freud cannot renounce the ontological naturalism. He needs to commit to the metaphysical hypothesis that all phenomena are natural, and the reason for this lies in another characterization that we attribute to his epistemological attitude: the fact of being phenomenon-oriented. Between remaining in accordance with prevailing scientific theories or allowing himself to be guided by what he legitimizes as phenomenon, Freud always chooses the second option. This attitude implies the need to express which should be the appropriate naturalization modes for phenomena that do not match with the model offered by other natural sciences. Thus, this research aims to circumscribe three decisive moments of the Freudian work that allow us to discuss and analyze these modes of naturalization. These moments bring together concepts and conceptions concentrated mainly in the texts Project for a Scientific Psychology (1895), The Interpretation of Dreams (1900), Three Essays on the Theory of Sexuality (1905) and Instincts and their Vicissitudes (1915). Based on a study on several themes related to the nature of the scientific knowledge, the proposal that a ontological commitment is manifested in every conceptions of mind that Freud elaborates results from our analysis. Being present since On Aphasia (1891), this commitment causes the ontological terms of psychic phenomena to be better understood, based on what Freud names as process. In the end, we suggest that, because of the establishment of this commitment, it is possible to understand the Freudian metapsychology through a character of indispensability
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Representação e afeto no segundo modelo tópico e pulsional freudiano / Presentation and Affect in Freuds Second Topography and Drive ModelCampos, Érico Bruno Viana 15 May 2009 (has links)
Este trabalho tem como objetivo analisar os conceitos de representação e afeto frente à reformulação ocorrida na metapsicologia freudiana a partir dos anos vinte. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise freudiana, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud, apoiada em seus comentadores. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que, por sua vez, é tributária dos princípios de uma teoria da representação que se organiza já no princípio da investigação psicanalítica. A hipótese freudiana de um mecanismo de defesa que separa a representação ideativa da energia que o investe é um marco conceitual importante na circunscrição da Psicanálise como campo de saber independente. Essa concepção de uma intensidade afetiva que pode se deslocar e condensar em diferentes tramas associativas de traços de memória do aparelho psíquico torna-se mais complexa na medida em que Freud avança na elaboração de seus conceitos. Esse percurso se consolida na teoria pulsional apresentada nos chamados artigos de metapsicologia, em 1915. As pulsões buscam a descarga segundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento em seus representantes psíquicos: as representações e os afetos. Dentre as representações, Freud irá discriminar componentes imagético-conceituais, as representações de coisa, e componentes semântico-lingüísticos, as representações de palavra, que juntos formariam a representação de objeto. Já dentre os afetos, Freud irá dar atenção especial à angústia, entendida como expressão de uma intensidade psíquica livre que ocasiona desprazer. As alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia, culminando em um novo arcabouço para a metapsicologia freudiana. O caráter irrepresentável da pulsão de morte, as identificações como modelos constituintes do aparelho psíquico e o sinal de angústia como repetição do desamparo original implicam uma reconsideração do modelo representacional anterior. Desse modo, delineia-se o seguinte problema teórico como objeto de pesquisa: a limitação da concepção freudiana de representação psíquica frente à trama conceitual centrada na constituição do aparelho psíquico pelas identificações e pela ligação da pulsão de morte. A hipótese de trabalho é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana. Essas duas linhas de desenvolvimento da metapsicologia abertas a partir da virada dos anos vinte circunscrevem um campo de hipóteses, conceitos e proposições que não encontrará uma sistematização definitiva na obra de Freud. Contudo, os fios dessa trama serão os pontos de partida para uma série de concepções metapsicológicas posteriores. Nesse sentido, a problemática assim circunscrita é de interesse fundamental não apenas para os estudos teórico-conceituais e históricos do pensamento freudiano, mas, também, para a fundamentação epistemológica dos desdobramentos teóricos da psicanálise pós-freudiana. / The aim of this study is to analyze the representation and affect concepts in concern of metapsychology reformulation during the 20th decade of the XX century. It is a theoretical-conceptual research of Freudian psychoanalysis based on a method of historical and epistemological analysis of Freuds articles as well as their investigators. Freuds metapsychology defines a drive theory which is based on principles of a representation theory which is established on early stages of Psychoanalytical investigation. Freuds hypothesis of a defense mechanism dividing the ideational representative from the energy invested in it is an important conceptual mark of Psychoanalysis delimitation as an independent knowledge field. This conception of affects intensity which may displace and condense in different associative paths of memory traces in the psychic apparatus becomes more complex as Freud advances on his concepts elaboration. This trajectory was consolidated on drive theory presented in 1915 at his metapsychology articles. Drives search discharge based on constancy principle and intends somatic innervation or investment in its psychic representatives: representations and affects. Among representation, Freud discriminates image-conceptual components as thing representation, and linguistic-semantical components as word representation. Together these representations lead to the object representation. Among affects, Freud gives special attention to anxiety, which is understood as expression of free psychic intensity providing displeasure. Alterations imposed by introduction of the concepts of narcissism and identification, as well as the acknowledgment of compulsion to repeat as something beyond the pleasure principle lead to transmutation of drive theory, to a new topographical description and to a anxiety theory reformulation, culminating on a new framework to Freuds metapsychology. Death drive irrepresentable character, the identifications as constitutive models of psychic apparatus and the signal of anxiety as repetition of primal helplessness lead to a reconsideration of the previous representational model. Therefore, the following theoretical question becomes object of this research: the limitation of Freuds psychic representative conception against the conceptual network based on psychic apparatus constitution trough identifications and trough the death drive binding. The hypothesis used in this research is that representative theory limits itself in two different ways: the identification and the impossibility of representation as beyond and beneath Freuds metapsychology. These two developmental lines opened on this theoretical turn figure a field of hypotheses, conceptions and propositions which will not find a conclusive systematization on Freuds work. Despite this, these different lines may be the starting point to further metapsychological conceptions. In this way, these questions exert fundamental interest not only to historical and theoretical-conceptual study of Freuds thought but also on epistemological fundaments of theoretical developments in post-Freudian Psychoanalysis.
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O território da ciência da natureza em Freud / The territory of natural sciences in FreudVitor Orquiza de Carvalho 06 April 2018 (has links)
Ao longo de toda sua obra, Freud não abandona a proposta de que a psicanálise é uma ciência da natureza. Com isso, além de gerar um extenso debate sobre a legitimidade dessa proposta, ele evidencia que o horizonte filosófico mais condizente com suas hipóteses é o naturalismo. Certas ressonâncias desse horizonte aparecem em argumentos de teor epistemológico, metodológico e ontológico, revelando que o aparelho psíquico por ele formulado não pretende exceder o território dos fenômenos naturais e de caráter empirista. O objetivo principal desta pesquisa é investigar esses argumentos para oferecer uma compreensão sobre a concepção freudiana de ciências da natureza e o que ela pode oferecer em termos de sua versão de naturalismo. Para tanto, tomamos o critério elaborado por determinadas filosofias contemporâneas que dividem o naturalismo em um componente metodológico e outro ontológico. Critério este que permite levantar a hipótese de que, sem desconsiderar o naturalismo metodológico, Freud não pode renunciar ao naturalismo ontológico. Ele precisa se comprometer com a hipótese metafísica de que todos os fenômenos são naturais, e a razão para isso encontra-se em outra caracterização que atribuímos à sua atitude epistemológica: a de ser fenômenoorientado. Entre permanecer em concordância com teorias científicas predominantes ou se deixar guiar por aquilo que legitima como fenômeno, Freud escolhe sempre a segunda opção. Essa atitude implica a necessidade de expressar quais devem ser os modos de naturalização apropriados para fenômenos que não condizem com o modelo oferecido por outras ciências da natureza. A pesquisa busca então circunscrever três momentos decisivos da obra freudiana que nos permitem discutir e analisar esses modos de naturalização. Esses momentos agrupam conceitos e concepções concentradas principalmente nos textos Projeto para uma psicologia (1895), A interpretação dos sonhos (1900), Três ensaios sobre a teoria sexual (1905) e Pulsões e destinos das pulsões (1915). Por meio de um estudo sobre temas diversos relacionados à natureza do conhecimento científico, decorre de nossa análise a proposta de que um compromisso ontológico se manifesta em todas as concepções de mente que Freud elabora. Presente, inclusive, desde Sobre a concepção das afasias (1891), este compromisso faz que os termos ontológicos dos fenômenos psíquicos sejam mais bem compreendidos com base no que Freud designa como processo. Ao final, sugerimos que, por causa do estabelecimento desse compromisso, torna-se possível compreender a metapsicologia freudiana por meio de um caráter de indispensabilidade / Throughout his work, Freud never abandons the proposal that Psychoanalysis is a Natural science. As a result, in addition to generating an extensive debate on the legitimacy of this proposal, he shows that the philosophical horizon best suitable to his hypothesis is naturalism. Certain resonances of this horizon appear in arguments of epistemological, methodological and ontological content, revealing that the psychic apparatus formulated by Freud does not intend to surpass the territory of natural phenomena and of empiricist character. The main objective of this research is to investigate these arguments to provide an understanding about the Freudian conception of Natural sciences and what it can offer in terms of his version of naturalism. To this end, we borrow the criteria elaborated by certain contemporary philosophers that divide naturalism into one methodological and other ontological component. This criterion allows us to present the hypothesis that, without disregarding the methodological naturalism, Freud cannot renounce the ontological naturalism. He needs to commit to the metaphysical hypothesis that all phenomena are natural, and the reason for this lies in another characterization that we attribute to his epistemological attitude: the fact of being phenomenon-oriented. Between remaining in accordance with prevailing scientific theories or allowing himself to be guided by what he legitimizes as phenomenon, Freud always chooses the second option. This attitude implies the need to express which should be the appropriate naturalization modes for phenomena that do not match with the model offered by other natural sciences. Thus, this research aims to circumscribe three decisive moments of the Freudian work that allow us to discuss and analyze these modes of naturalization. These moments bring together concepts and conceptions concentrated mainly in the texts Project for a Scientific Psychology (1895), The Interpretation of Dreams (1900), Three Essays on the Theory of Sexuality (1905) and Instincts and their Vicissitudes (1915). Based on a study on several themes related to the nature of the scientific knowledge, the proposal that a ontological commitment is manifested in every conceptions of mind that Freud elaborates results from our analysis. Being present since On Aphasia (1891), this commitment causes the ontological terms of psychic phenomena to be better understood, based on what Freud names as process. In the end, we suggest that, because of the establishment of this commitment, it is possible to understand the Freudian metapsychology through a character of indispensability
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Representação e afeto no segundo modelo tópico e pulsional freudiano / Presentation and Affect in Freuds Second Topography and Drive ModelÉrico Bruno Viana Campos 15 May 2009 (has links)
Este trabalho tem como objetivo analisar os conceitos de representação e afeto frente à reformulação ocorrida na metapsicologia freudiana a partir dos anos vinte. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise freudiana, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud, apoiada em seus comentadores. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que, por sua vez, é tributária dos princípios de uma teoria da representação que se organiza já no princípio da investigação psicanalítica. A hipótese freudiana de um mecanismo de defesa que separa a representação ideativa da energia que o investe é um marco conceitual importante na circunscrição da Psicanálise como campo de saber independente. Essa concepção de uma intensidade afetiva que pode se deslocar e condensar em diferentes tramas associativas de traços de memória do aparelho psíquico torna-se mais complexa na medida em que Freud avança na elaboração de seus conceitos. Esse percurso se consolida na teoria pulsional apresentada nos chamados artigos de metapsicologia, em 1915. As pulsões buscam a descarga segundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento em seus representantes psíquicos: as representações e os afetos. Dentre as representações, Freud irá discriminar componentes imagético-conceituais, as representações de coisa, e componentes semântico-lingüísticos, as representações de palavra, que juntos formariam a representação de objeto. Já dentre os afetos, Freud irá dar atenção especial à angústia, entendida como expressão de uma intensidade psíquica livre que ocasiona desprazer. As alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia, culminando em um novo arcabouço para a metapsicologia freudiana. O caráter irrepresentável da pulsão de morte, as identificações como modelos constituintes do aparelho psíquico e o sinal de angústia como repetição do desamparo original implicam uma reconsideração do modelo representacional anterior. Desse modo, delineia-se o seguinte problema teórico como objeto de pesquisa: a limitação da concepção freudiana de representação psíquica frente à trama conceitual centrada na constituição do aparelho psíquico pelas identificações e pela ligação da pulsão de morte. A hipótese de trabalho é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana. Essas duas linhas de desenvolvimento da metapsicologia abertas a partir da virada dos anos vinte circunscrevem um campo de hipóteses, conceitos e proposições que não encontrará uma sistematização definitiva na obra de Freud. Contudo, os fios dessa trama serão os pontos de partida para uma série de concepções metapsicológicas posteriores. Nesse sentido, a problemática assim circunscrita é de interesse fundamental não apenas para os estudos teórico-conceituais e históricos do pensamento freudiano, mas, também, para a fundamentação epistemológica dos desdobramentos teóricos da psicanálise pós-freudiana. / The aim of this study is to analyze the representation and affect concepts in concern of metapsychology reformulation during the 20th decade of the XX century. It is a theoretical-conceptual research of Freudian psychoanalysis based on a method of historical and epistemological analysis of Freuds articles as well as their investigators. Freuds metapsychology defines a drive theory which is based on principles of a representation theory which is established on early stages of Psychoanalytical investigation. Freuds hypothesis of a defense mechanism dividing the ideational representative from the energy invested in it is an important conceptual mark of Psychoanalysis delimitation as an independent knowledge field. This conception of affects intensity which may displace and condense in different associative paths of memory traces in the psychic apparatus becomes more complex as Freud advances on his concepts elaboration. This trajectory was consolidated on drive theory presented in 1915 at his metapsychology articles. Drives search discharge based on constancy principle and intends somatic innervation or investment in its psychic representatives: representations and affects. Among representation, Freud discriminates image-conceptual components as thing representation, and linguistic-semantical components as word representation. Together these representations lead to the object representation. Among affects, Freud gives special attention to anxiety, which is understood as expression of free psychic intensity providing displeasure. Alterations imposed by introduction of the concepts of narcissism and identification, as well as the acknowledgment of compulsion to repeat as something beyond the pleasure principle lead to transmutation of drive theory, to a new topographical description and to a anxiety theory reformulation, culminating on a new framework to Freuds metapsychology. Death drive irrepresentable character, the identifications as constitutive models of psychic apparatus and the signal of anxiety as repetition of primal helplessness lead to a reconsideration of the previous representational model. Therefore, the following theoretical question becomes object of this research: the limitation of Freuds psychic representative conception against the conceptual network based on psychic apparatus constitution trough identifications and trough the death drive binding. The hypothesis used in this research is that representative theory limits itself in two different ways: the identification and the impossibility of representation as beyond and beneath Freuds metapsychology. These two developmental lines opened on this theoretical turn figure a field of hypotheses, conceptions and propositions which will not find a conclusive systematization on Freuds work. Despite this, these different lines may be the starting point to further metapsychological conceptions. In this way, these questions exert fundamental interest not only to historical and theoretical-conceptual study of Freuds thought but also on epistemological fundaments of theoretical developments in post-Freudian Psychoanalysis.
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Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector / Psychoanalytic Essay on the literary reader´s metapsychology: a reading of Clarice Lispector´s Água vivaDébora Ferreira Leite de Moraes 10 June 2011 (has links)
Este trabalho investiga a relação entre o leitor e o texto ficcional de um ponto de vista psicanalítico com o intuito de contribuir para uma metapsicologia do leitor literário. Ao leitor pressuposto na tessitura do texto, articula-se a singularidade do efeito que uma obra literária pode produzir em cada leitura, no encontro com cada leitor. Inspirada pelo método psicanalítico e a ficcionalidade do processo interpretativo, esta investigação parte de uma leitura do texto Água Viva de Clarice Lispector. Como recurso metodológico, abandonando o paradigma da psicanálise aplicada à literatura, a interpretação não será do texto nem da autora, mas da experiência de leitura a partir do que foi denominado, neste estudo, como campo transferencial entre leitor e texto literário. Um encontro que promove a transformação de ambos, leitor e texto. A cooperação imaginativa do intérprete, neste espaço intersubjetivo, torna-o deste ponto de vista, também interpretado do texto e este apontamento nos permitiu considerar que a alterabilidade do leitor e, portanto, a leitura de si mesmo a partir do texto literário, é condição imprescindível e inevitável para o mergulho nas páginas de um texto ficcional. No caso da obra literária escolhida, a convocação do leitor para uma participação criativa é feita por meio de uma travessia pelo reino do irrepresentável, paradoxalmente formado pela representabilidade da palavra. A experiência de leitura de Água Viva mostrou que este encontro se inscreve no leitor por meio de seu efeito e reescreve, como resultado, uma nova narrativa. Deste modo, a criação literária escrita nos remete à criação literária da leitura / This paper investigates the relationship between readers and fictional literary works from a psychoanalytic perspective. Our goal is to contribute to the reader´s metapsychology concerning fictional text. For every literary text there is an assumed reader, with assumed reactions to the work, but at the same time, in each reading, in each encounter with a particular reader, a singularity of response is produced. Our investigation is inspired by the psychoanalytic method and by the idea that every interpretative process is partly fictional. Clarice Lispector´s novel, Água Viva was its primary object. As methodological resource we abandoned the idea of applied psychoanalysis and rejected any biographic interpretation of the author´s life, or even an interpretation of the text as a given work of art that would need deciphering. Our interest was in interpreting a certain experience of reading and looking into what has been called in this paper the transference field between reader and literary work. When we look into this relationship as an encounter, we see it transforms both reader and text. There is an intersubjective space that is filled by the reader´s (or interpreter´s) imaginative input, and a movement is established that makes the reader read him or herself from what is presented in the text. To read oneself from the text is an inevitable and necessary condition to plunge into the pages of fictional work. The reading of Água Viva has shown that the effect of the encounter between reader and text is inscribed in the reader, producing a new narrative as a result. In this way, literary writing production actually produces the literary creation of reading
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Figuras da representação na emergência da primeira tópica Freudiana / Pictures of representation in Freud´s first topography developmentÉrico Bruno Viana Campos 17 December 2004 (has links)
Esta dissertação objetiva analisar os conceitos de representação e afeto na teoria freudiana, tomando como recorte o intervalo entre o início da década de 1890 e a emergência da primeira tópica, em 1900. Trata-se de um trabalho de pesquisa histórico-conceitual da psicanálise, por meio de uma metodologia de análise e interpretação dos textos de Freud.Os primeiros modelos de aparelho psíquico têm como eixo estrutural a função representacional da memória, entendida como uma rede associativa de traços mnêmicos investidos por energia endógena. Essa energia pulsional busca a descargasegundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento nos representantes psíquicos. A hipótese energético-representacional é um dos primeiros operadores teóricos da metapsicologia freudiana, constituindo sua teoria da representação. O percurso inicial de construção dessa teoria da representação é abordado, definindo-se os conceitos de afeto e de representação ideativa, bem como as diversas modalidades dessa última. O problema teórico trabalhado é a limitação na concepção de representação operada pela emergência da primeira tópica freudiana, que está centrada em um modelo de aparelho psíquico motivado pela realização dos desejos inconscientes. Defende-se que esse passo, tão necessário à constituição da Psicanálise como campo de saber autônomo, resultou em uma marginalização de teses importantes quanto à dimensão não-representacional do trauma. A hipótese é que o amortecimento dessa problemática constitui um primeiro ponto de ancoragem para os remanejamentos teóricos da virada dos anos vinte na metapsicologia. / This master thesis aims to study the concepts of psychic presentation in Freudian theory, taking the interval from the 1890´s to the development of the first topographic model, in 1900, as its field of research. It is a study on psychoanalysis about the history of its concepts, using a method based on analysis and interpretation of Freuds texts. The early models of psychical apparatus have the presentational function of memory, understood as an associative net of mnemic-traces filled by inner energy, as a structural axis. This drive energy searches discharge according to the principle of constance, having the somatic or the psychical representative levels as a goal. This energetic-presentational hypothesis is one of the first theoretic devices of Freuds metapsychology, constituting its theory of presentation. The early steps towards this theory are presented, defining the concepts of affect and ideational representative, as well as the different types of the last one.The theoretic problem treated is the limit of the concept of presentation that is brought by the definition of the first topographic model, which is moved by unconscious wish-fulfilment. It is stated that this step, so necessary to the organization of Psychoanalysis as a separate field of knowledge, set aside important ideas about the non-presentational dimension of trauma. The hypothesis is that this shift establishes a first point of fixation to the theoretic revision which takes place in metapsychology with the 1920´s turnaround.
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Memorial de Nair: hipóteses sobre a gênese da simbolização à luz de um suposto caso de psicose ou autismo / The story, of Nair: a study on the origins of symbolisation in light of an alleged case of psychosis or autismCalderoni, David 09 November 2001 (has links)
Este trabalho tem por objetivo verificar a procedência de uma hipótese sobre a origem da simbolização à luz dos dados do caso clínico de Nair, considerada como psicótica e autista em situações escolares e clínicas anteriores ao tratamento que embasou a tese. Segundo esta hipótese, o sujeito constitui o objeto antes de se auto-constituir como eu. A primeira parte do trabalho resume o caso clínico-institucional de Hermes, abordado anteriormente no mestrado, a partir de cuja reflexão surgiu a hipótese que se busca verificar à luz do caso clínico de Nair. Após contrastar detalhadamente a teoria lacaniana do simbólico e a ciência aristotélica do universal com a teoria espinosana da essência singular, o estudo volta-se à apresentação de um apanhado das sessões constitutivas do caso clínico de Nair. Na seqüência, o trabalho procede a reflexão teórica e metapsicológica sobre a condição psíquica singular revelada pela paciente, no contexto da psicanálise freudiana. É também considerado o psiquismo do analista, tal como se revelou na interação com a paciente. Finalmente, no último capítulo, procura-se refletir sobre o significado e a função metapsicológica dos instrumentos teóricos e técnicos acionados ao longo do tratamento de Nair. Tais instrumentos constituíram-se a partir de dois conceitos colhidos junto a filosofia de Merleau-Ponty. Concernentes a uma fundamentação corporal da intersubjetividade, as noções de co-percepção e reflexão em ordem, apropriados técnica eteoricamente ao contexto da prática psicanalítica do autor, tomam parte, no último capítulo, de Lima reflexão sobre a física da luz pressuposta na holografia. ) A conclusão da tese é a de que a hipótese de que o sujeito constitui o objeto antes de se auto-constituir como eu pode ser plenamente confirmada à luz do caso clínico e, além disso, ampliada em sua significação gnoseológica e ontológica, no campo teórico formado pela confluência entre a física da luz (ou óptica) e a psicologia profunda (ou metapsicologia). O campo teórico e prático assim configurado, o autor chamou de Psicologramática, vindo a propô-lo como um novo campo científico / This thesis aims to verify a hypothesis about the origins of symbolization through clinical data obtained from case of Nair. Nair was diagnosed as psychotic and autist in school and clinical settings before starting the treatment that originated the present thesis. According to this hypothesis, the subject constitutes the object before constituting itself as an I. The first part of the thesis summarises the institutional and clinical case of Hermes (Calderoni, 1994) from where the hypothesis being presently investigated was derived. A detailed review of Aristotle\'s science of the universal, Lacan\'s theory of the symbolic and Spinoza\'s theory of singular essence is followed by the presentation of a sample of clinical sessions constitutive of Nair\'s case. The theoretical and metapsychological reflection on the unique psychological condition expressed by Nair is then developed in the context of Freudian psychoanalysis. The psyche of the analyst, as it was revealed in the interaction with the patient, is also considered. The last chapter reflects on the meaning and metapsychological function of the theoretical and technical tools used along the treatment of Nair. Such tools find their origins in two concepts found in the philosophy of Merleau-Ponty. Referring to the corporeal underpinnings of intersubjectivity, the notions of co-perception and reflection in the other were appropriated theoretically in tire context of the psychoanalytical practice of the author andused in a reflection about the physics of light embedded in holography. The thesis concludes by showing that the clinical case of Nair confines the hypothesis that the subject constitutes the object before constituting itself as an I. It also shows that this hypothesis can be extended in its epistemological and ontological meaning in the theoretical field formed by the confluence of optics (the physics of light) and depth psychology (or metapsychology). The thesis proposes that this theoretical and practical field should be called psychologrammatic and, as such, it constitutes a new scientific field
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Da figuração a transfiguração da fantasia na construção do caso : as ficções metapsicológicasBarth, Luís Fernando Barnetche January 2006 (has links)
O Estudo de Caso é um método comumente utilizado nas pesquisas psicológicas e psiquiátricas. Freud, ao fundar a psicanálise, seguiu o mesmo modelo, apresentando estudos de caso a partir de tratamentos psicanalíticos ou de documentos escritos, embora ele oferecesse uma ligação íntima entre os sintomas observados e a história do sofrimento dos pacientes. Desenvolvendo um tipo específico de intervenção psicanalítica chamada ‘construção’, Fédida propõe a ‘Construção do Caso’, a qual está vinculada à supervisão do caso atendido. Ao examinar aspectos como a memória em psicanálise, a ficção, o dispositivo ‘Traço do Caso’, o autor desta Tese estuda o recolhimento dos dados pelo analistapesquisador e sua conseqüente transformação em caso metapsicológico a ser publicado. O estudo baseia-se na leitura das “Memórias de um Doente dos Nervos”, de Daniel Paul Schreber, nas “Notas Psicanalíticas sobre um Relato Autobiográfico de um Caso de Paranóia (Dementia Paranoides)”, de Sigmund Freud, e nas contribuições de Jacques Lacan em ‘De uma Questão Preliminar a Todo Tratamento Possível da Psicose’. O autor propõe considerar a ‘Construção Metapsicológica de Caso’ como um método de escritura do caso em sua vertente ficcional, o qual parte da figuração trazida pelo paciente em tratamento, recebendo, do psicanalista, uma transfiguração que garanta a sua inteligibilidade. Para o autor, o caso publicado é sempre do analista. / Case Study is a common method used in psychological and psychiatric research. Freud, when creating Psychoanalysis, followed this model and presented case studies from psychoanalytic treatments or written papers, but offering an close connection between the observed symptoms and the history of the patients sufferings. Developing an specific type of psychoanalytic intervention called “construction”, Fédida proposes a “Case construction” that is related to a supervision of the case under treatment. When analyzing in Psychoanalysis such issues as memory, fiction, the “trait of the case” device, the author of this Thesis studies the data collection by the analyst-researcher and its subsequent transformation in a meta-psychological case to be published. The study is based in readings of Daniel Paul Schreber’s “Memories of my nervous illness”, in Sigmund Freud’s “Psycho-Analytic notes upon an autobiographical account of a case of paranoia (Dementia paranoides)” and in Jacques Lacan’s contributions in “A preliminary question about any possible treatment of psychosis”. The author suggests the consideration of a “Metapsychological Case Construction” as a writing method for the case in its fictional side, that departing from the figuration brought by the patient to the treatment, receives a transfiguration of the fantasy from the psychoanalyst which guaranties its intelligibility. For the author, the published case always belongs to the analyst.
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