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A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análise / Not informed by the author

Dallazen, Lizana 15 December 2017 (has links)
A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica / The question that originated this research arose from the clinic, field of investigation and heartland of work of the psychoanalyst. When observing the change in psychic constellations that are appearing in the practice, and verifying the limits that the classical technique imposes to the psychoanalytical´s listening, it became necessary to know other theories and techniques that would allow the amplification of the clinical sensitivity, seeking, via countertransference, a way of listening to the psychic contents of patients with failure in the process of symbolization.The research work aimed at developing and sustaining the thesis that the perlaboration of the countertransference can be an important resource that makes available to the analytical work the material necessary to perform constructions in analysis of thing representations. The arguments are constructed in three stages: approximation of the concepts of countertransference and perlaboration, underpinning the first proposition of the thesis of perlaboration of countertransference; presentation of the theoretical contributions on the concept of countertransference, developed by post-Freudian authors, and description of psychoanalytic work, throwing light on the analyst\'s metapsychology, precisely composed by the psychic processes involved in the perlaboration of countertransference, namely, empathy, projective identification in its communicative and rêverie forms.We understand that these three concepts working together allow us to underpin the aesthetic dimension of countertransference, which, through the work of the analyst, provides material to achieve the necessary figurability of primary symbolizations. This is the last step of the thesis, which is to underpin the proposition that the perlaboration of the countertransference is a sine qua non stage of the constructions in the analysis. The work model that we propose as a paradigm for this way of psychoanalysis is Gradiva\'s, who finds in its own hallucination the form of recalling and perlaboration of the representational chains interrupted in the psychism of Hanold. The arguments were developed from the following clinical histories of well-known authors in psychoanalysis: the Man of the Wolves, the analysis of Margareth Little with Winnicott, the case of mutual analysis of Elizabeth Severn and, finally, Didier case of the psychoanalyst Julia Kristeva.The course led us to contribute with the scientific field since three points: to comprehend how the psychoanalyst achieves this work; to elevate countertransference to an aesthetic dimension, which aims to give form and meaning when there are flaws in these aspects in the analysand, and, above all, to recover the concept of hallucination as a process of recalling, which is understood as the matrix of symbolic creation
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De além do princípio de prazer ao além do princípio de desempenho: ressonâncias da teoria das pulsões no pensamento de Herbert Marcuse / From beyond the pleasure principle to beyond the performance principle: echoes of the drive theory in Herbert Marcuses thinking

Muniz, Polyana Stocco 12 November 2010 (has links)
O presente trabalho tem por objetivo problematizar a inserção da teoria das pulsões no pensamento de Herbert Marcuse, mais especificamente em sua obra publicada em 1955 sob o título Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Aproximadamente três décadas antes a essa publicação de Marcuse, Freud publicou a obra que rearticulou como um todo o seu pensamento: o ensaio sobre a hipótese da Pulsão de Morte. Tal foi a sua repercussão, tanto clínica como cultural, que fez com que a psicanálise avançasse em temas como o masoquismo, a compulsão à repetição, a psicologia de massas e a destrutividade, chegando mesmo a problematizar o desenvolvimento cultural humano em sua possibilidade de garantir a vida comunal diante de uma pulsão para além do princípio de prazer. Não obstante, a recepção dessa conceituação provocou diversas revisões da psicanálise. Dentre as que aqui interessam, destacaram-se aquelas que foram atravessadas pelas questões relativas ao socialismo, já que questionaram a condição de imutabilidade da Pulsão de Morte. Contudo, as propostas desse Revisionismo Neofreudiano, que tentava articular marxismo e psicanálise, culminaram na extirpação da teoria das pulsões, dessexualizando a psicanálise. Ao criticar essa tendência popular, à época, a obra de Marcuse renovou o impasse: como inserir a metapsicologia, especialmente o conceito de Pulsão de Morte, no contexto das pesquisas do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt, fundamentalmente marxista? O autor realocou a psicanálise no debate crítico sobre a cultura, renovando também outra questão que se vinculava à Pulsão de Morte: a relação entre dominação e progresso constituiria realmente o princípio da civilização? Sob esse contexto, a presente pesquisa articulou os seguintes pontos, a fim de esclarecer as ressonâncias da teoria das pulsões no pensamento de Marcuse: a) buscou-se esclarecer a crítica marcuseana às escolas culturalistas Neofreudianas; b) procurou-se compreender alguns pontos da conceituação sobre a Pulsão de Morte na obra de Freud; c) e, por fim, os desdobramentos dessa pulsão na obra Eros e civilização. Pode-se apontar que Marcuse centrou o debate sobre a cultura no conflito entre os princípios de prazer e realidade. Entretanto, o autor não negou a Pulsão de Morte em suas análises, mas a sua atividade numa realidade regida pelo princípio de desempenho, comparada com sua atividade regida por um mais além princípio de desempenho, já que, aliviada a tensão, pouco se expressaria. Problematizou-se a conclusão dessa obra, pois, não sendo a Pulsão de Morte somente alívio de tensão, ela insistiu na dinâmica da civilização como negação do indivíduo. A proposição de uma utopia foi questionada posteriormente pelo próprio autor e, assim, permaneceu seu posicionamento crítico, na medida em que compreendeu, nas próprias conceituações da psicanálise, a negação do existente, ou seja, a revelação da negação do indivíduo / The present work aims to debate the insertion of the drive theory in Herbert Marcuses thinking, as per, more specifically, this authors work Eros and Civilization: a philosophical inquiry into Freud published in 1955. Approximately three decades before this Marcuses publication, Freud had published a work which articulated his thinking as a whole: the essay on the hypothesis of the death drive. The great repercussion of the former work, in both clinical and cultural terms, made psychoanalysis advance in themes such as masochism, compulsion to repetition, crowd psychology and destructivity, besides having discussed human cultural development within its possibility of guaranteeing communal life in the face of a drive, which goes beyond pleasure principle. Nevertheless, the approach of this new concept provoked many reviews in the psychoanalysis area one of which we can highlight. Questions related to socialism were examined, as they referred to the immutability of the condition of the death drive. However, the proposals of this Neo-Freudian Revisionism which tried to merge Marxism and psychoanalysis, terminated in the extirpation of the theory of drives and generated an opposed movement to the previously accepted eroticization of psychoanalysis. As Marcuses work criticized such a popular trend at that time, it renewed the dilemma: how to insert metapsychology, particularly the death drive concept, in the context of the researches carried out in the Institute of Social Research of Frankfurt which was fundamentally Marxist? The author reallocated psychoanalysis in the midst of critical debate on culture, and also renewed another inquiry that is linked to the death drive: would the relationship between dominance and progress really constitute the principle of civilization? In this context, this research discussed the following points to clarify the echoes of the drive theory in Marcuses thinking: a) by trying to elucidate Marcusean critical theory to the Neo- Freudian culturalist schools; b) by analyzing some elements in the concept of death drive in Freuds work; c) ultimately, by understanding the outcome of death drive in Eros and Civilization: a philosophical inquiry into Freud. Furthermore, we can point out that Marcuse focused the debate about culture on the conflict between the principles of pleasure and reality. Still, the author did not discredit death drive itself in his analysis, but its mechanisms in a reality led by performance principle if compared to the previously referred drives action conducted by a beyond the performance principle, as the death drive would be nonexpressive after tension had been released. Also, the conclusion of that book was examined, as death drive is not only tension release. Moreover, that work insisted on the point that the dynamics of civilization can be considered a denial of the individual. The proposition of a utopia was questioned afterwards by the author himself. Thus, his assertion remained a critical one as Marcuse understood the denial of the existent in his own concept of psychoanalysis, that is, the revelation of the negation of the individual
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A escrita dos estados-limite como um recurso de ampliação da escuta psicanalítica / The writing of borderline states as a resource of enlargement of the psychoanalytic listening

Daló, Luis Henrique de Oliveira 03 August 2012 (has links)
Este trabalho abre um campo de investigação da escrita psicanalítica impulsionada por estados-limite em que situações de bloqueio da escuta psicanalítica são vividas na experiência clínica. A escrita do psicanalista é considerada análoga à formação e à interpretação dos sonhos e, portanto, à sua escuta; essa escrita serve de instrumento de investigação da experiência clínica, na medida em que se enraíza no tempo da experiência no campo transferencial. O estado-limite é definido nesta pesquisa a partir de um deslocamento do conceito de caso-limite: a incidência do traumático e do campo do irrepresentável é pensada para além do funcionamento intrapsíquico do analisando, estendido ao funcionamento intersubjetivo do campo transferencial. A escrita do analista é, então, apresentada como um possível recurso de recuperação do trabalho clínico nessas circunstâncias em que a escuta se perde, paralisada ou esvanecida. O trabalho miúdo do analista em relação à sua prática clínica encontra-se vinculado ao campo teórico psicanalítico, que é então movimentado a partir dos limites clínicos e da possibilidade de pensá-los psicanaliticamente; nessa medida, a escrita pode ser considerada um recurso de ampliação e não apenas de recuperação da escuta psicanalítica. Alguns textos que se originam de situações críticas vividas na clínica ou na cultura constituem parte desta pesquisa. São situações traumáticas de difícil elaboração, que exigem trabalho de ligação psíquica por parte do analista; porém, esse trabalho exigido não encontra condições de se realizar no tempo da experiência limítrofe. Por meio desses escritos, bem como de articulações teóricas que os têm como suporte, é possível reconhecer a escrita psicanalítica como um recurso de abertura de campos inaudíveis no tempo dos estados-limite / This paper opens a research field of psychoanalytic writing driven by states limit situations in which a blocking of psychoanalytic listening is experienced. It considers psychoanalyst´s writing analogous to the formation and interpretation of dreams, so it does to this listening. This writing act becomes a research tool of clinical experience, as it will be taking roots in the experience of the transferencial field. The definition of the borderline state is considered here from a displacement of the concept of borderline case: the incidence of traumatic and of unrepresentable field is thought beyond the analysand\'s intrapsychic functioning, but extended to the functioning of the intersubjective transferencial field. The writing of the analyst is then presented as a possible resource recovery clinical work in such circumstances where the listening is lost, paralyzed or vanished. This intimate work of the analyst in relation to its clinical practice is linked to the field of theoretical psychoanalysis, which is then moved from the clinical limits and the ability to think about them psychoanalytically. In this sense, the writing can be considered a resource of enlargement and not only recovery of psychoanalytic listening. Some texts originating from critical situations experienced in clinical or culture are part of this research. These traumatic events are difficult to be elaborated, requiring the work of binding by the analyst; but this work required dont happens in the moment of borderline experience. Through these writings, as well as theoretical links that it supports, one can recognize the psychoanalytic writing as a resource of opening fields that was inaudible in the borderline states times
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Fundamentos metapsicológicos da constituição do espaço psíquico e a elaboração de um sentido terapêutico do tratamento psicanalítico / Metapsychological foundations of the constitution of the psychic space and the elaboration of therapeutic prospects for the psychoanalytic treatment

Botter, Isabel 13 April 2012 (has links)
A presente pesquisa partiu do desejo de se investigar as possibilidades terapêuticas do tratamento psicanalítico. A partir do estudo da obra Entre o sonho e a dor, do psicanalista J.-B. Pontalis, este campo inicial por demais abrangente pôde ser delimitado, e a questão do trabalho de pesquisa circunscrita. Optou-se por centralizar o estudo no processo de constituição daquilo que o autor chama de espaço psíquico uma metáfora que indica a realidade psíquica, ou, em outras palavras, a própria subjetividade, desde que viva. Esta noção do vivo é fundamental porque, diante de uma situação clínica em que o analista (Pontalis, no caso) experimentava a morte do espaço psíquico do paciente, colocava-se precisamente a necessidade de constituir ou recuperar esse espaço psíquico amortecido: que o sujeito pudesse nascer para si mesmo. O tratamento psicanalítico, então, para Pontalis, teria, entre outras, essa possibilidade terapêutica: favorecer a constituição (ou reinstalação) do espaço psíquico. Compreender analiticamente esse processo constitutivo, mediante o esclarecimento de suas bases metapsicológicas, é o objetivo deste trabalho. Para tanto, foram utilizados basicamente três conjuntos de referenciais teóricos: 1) alguns trabalhos do próprio Pontalis que constam da obra supracitada; 2) as posições esquizoparanoide e depressiva, do arsenal teórico kleiniano e, por fim, 3) as matrizes da intersubjetividade (Coelho Jr. e Figueiredo, 2004) e a metapsicologia do cuidado (Figueiredo, 2009). Esses fundamentos metapsicológicos estão apresentados, a título de organização, em dois eixos: no primeiro, os fundamentos relativos à dimensão intersubjetiva na constituição do espaço psíquico a que se atribuiu o nome de trabalho de transmissão, e cujo foco, nesta pesquisa, está nas funções exercidas pelos objetos primários. No segundo eixo, situam-se os fundamentos relativos à dimensão intrapsíquica da subjetividade, entre os quais, a partir de Melanie Klein e Luis Claudio Figueiredo, se destaca o trabalho do luto. Enfatizou-se e justificou-se que as dimensões intersubjetiva e intrapsíquica são interdependentes, não se opõem como experiências nem como conceitos antagônicos, de modo que o pareamento nos dois eixos foi tão-somente um recurso para organizar a estrutura da dissertação. Nas Considerações Finais, a hipótese da constituição do espaço psíquico como uma possibilidade terapêutica do tratamento psicanalítico é retomada, e acrescida de algumas considerações que a articulam à metapsicologia do cuidado. Em linhas gerais, sustenta-se que a instalação do espaço psíquico ou da metáfora materna (Pontalis) representa justamente a constituição de uma matriz de cuidado, isto é, da capacidade de cuidar de si e dos outros. Estas seriam, dentre outras, perspectivas terapêuticas que um processo psicanalítico pode almejar / The present work has stemmed from a wish to investigate the therapeutic possibilities of the psychoanalytic treatment. Starting with the study of Between the dream and psychic pain, by psychoanalyst J.-B. Pontalis, this initial and extraordinarily broad field could be limited, and the research question could be circumscribed. We chose to center the study in the process of constitution of what the author calls psychic space a metaphor that designates psychic reality or, in other words, subjectivity itself, as long as it is alive. This notion of aliveness is essential because, facing a clinical situation in which the analyst (Pontalis, in this case) experienced the death of the patients psychic space, there arose precisely the need to constitute or recover this deadened psychic space: that the subject could be born to him/herself. According to Pontalis, the psychoanalytic treatment would thus have this therapeutic possibility among others: to favor the constitution (or reinstallation) of the psychic space. The objective of the present work is to analytically understand this constitutive process, by means of the clarification of its metapsychological bases. Three groups of theoretical frameworks have been used to achieve said objective: 1) some papers by Pontalis, pertaining to the aforementioned work; 2) the paranoid-schizoid and depressive positions, from the Kleinian theoretical framework, and finally 3) the patterns of subjectivity (Coelho Jr. & Figueiredo, 2004) and the metapsychology of caring (Figueiredo, 2009). These metapsychological foundations are presented, for didactical purposes, in two axes: firstly, those foundations related to the intersubjective dimension of the constitution of the psychic space which have been termed work of transmission, and whose aim, in the present research, is on the functions exerted by the primary objects. Secondly, the foundations related to the intrapsychic dimension of subjectivity, among which, according to Melanie Klein and Luis Claudio Figueiredo, the work of mourning is emphasized. It has been emphasized and justified that the intersubjective and intrapsychic dimensions are interdependent, i.e. they are not opposed to each other as experiences nor as antagonistic concepts, so that the pairing of both axes is a mere resource to organize the thesis structure. On the Concluding Remarks, the hypothesis of the constitution of the psychic space as a therapeutic possibility of the psychoanalytic treatment is readdressed, added by some considerations that connect it to the metapsychology of caring. In general terms, it is argued that the installation of the psychic space or the maternal metaphor (Pontalis) refers precisely to the constitution of a pattern of caring, i.e. the ability to take care of oneself and of others. These, among others, would be therapeutic perspectives that a psychoanalytic process can aspire to
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Fundamentos metapsicológicos da constituição do espaço psíquico e a elaboração de um sentido terapêutico do tratamento psicanalítico / Metapsychological foundations of the constitution of the psychic space and the elaboration of therapeutic prospects for the psychoanalytic treatment

Isabel Botter 13 April 2012 (has links)
A presente pesquisa partiu do desejo de se investigar as possibilidades terapêuticas do tratamento psicanalítico. A partir do estudo da obra Entre o sonho e a dor, do psicanalista J.-B. Pontalis, este campo inicial por demais abrangente pôde ser delimitado, e a questão do trabalho de pesquisa circunscrita. Optou-se por centralizar o estudo no processo de constituição daquilo que o autor chama de espaço psíquico uma metáfora que indica a realidade psíquica, ou, em outras palavras, a própria subjetividade, desde que viva. Esta noção do vivo é fundamental porque, diante de uma situação clínica em que o analista (Pontalis, no caso) experimentava a morte do espaço psíquico do paciente, colocava-se precisamente a necessidade de constituir ou recuperar esse espaço psíquico amortecido: que o sujeito pudesse nascer para si mesmo. O tratamento psicanalítico, então, para Pontalis, teria, entre outras, essa possibilidade terapêutica: favorecer a constituição (ou reinstalação) do espaço psíquico. Compreender analiticamente esse processo constitutivo, mediante o esclarecimento de suas bases metapsicológicas, é o objetivo deste trabalho. Para tanto, foram utilizados basicamente três conjuntos de referenciais teóricos: 1) alguns trabalhos do próprio Pontalis que constam da obra supracitada; 2) as posições esquizoparanoide e depressiva, do arsenal teórico kleiniano e, por fim, 3) as matrizes da intersubjetividade (Coelho Jr. e Figueiredo, 2004) e a metapsicologia do cuidado (Figueiredo, 2009). Esses fundamentos metapsicológicos estão apresentados, a título de organização, em dois eixos: no primeiro, os fundamentos relativos à dimensão intersubjetiva na constituição do espaço psíquico a que se atribuiu o nome de trabalho de transmissão, e cujo foco, nesta pesquisa, está nas funções exercidas pelos objetos primários. No segundo eixo, situam-se os fundamentos relativos à dimensão intrapsíquica da subjetividade, entre os quais, a partir de Melanie Klein e Luis Claudio Figueiredo, se destaca o trabalho do luto. Enfatizou-se e justificou-se que as dimensões intersubjetiva e intrapsíquica são interdependentes, não se opõem como experiências nem como conceitos antagônicos, de modo que o pareamento nos dois eixos foi tão-somente um recurso para organizar a estrutura da dissertação. Nas Considerações Finais, a hipótese da constituição do espaço psíquico como uma possibilidade terapêutica do tratamento psicanalítico é retomada, e acrescida de algumas considerações que a articulam à metapsicologia do cuidado. Em linhas gerais, sustenta-se que a instalação do espaço psíquico ou da metáfora materna (Pontalis) representa justamente a constituição de uma matriz de cuidado, isto é, da capacidade de cuidar de si e dos outros. Estas seriam, dentre outras, perspectivas terapêuticas que um processo psicanalítico pode almejar / The present work has stemmed from a wish to investigate the therapeutic possibilities of the psychoanalytic treatment. Starting with the study of Between the dream and psychic pain, by psychoanalyst J.-B. Pontalis, this initial and extraordinarily broad field could be limited, and the research question could be circumscribed. We chose to center the study in the process of constitution of what the author calls psychic space a metaphor that designates psychic reality or, in other words, subjectivity itself, as long as it is alive. This notion of aliveness is essential because, facing a clinical situation in which the analyst (Pontalis, in this case) experienced the death of the patients psychic space, there arose precisely the need to constitute or recover this deadened psychic space: that the subject could be born to him/herself. According to Pontalis, the psychoanalytic treatment would thus have this therapeutic possibility among others: to favor the constitution (or reinstallation) of the psychic space. The objective of the present work is to analytically understand this constitutive process, by means of the clarification of its metapsychological bases. Three groups of theoretical frameworks have been used to achieve said objective: 1) some papers by Pontalis, pertaining to the aforementioned work; 2) the paranoid-schizoid and depressive positions, from the Kleinian theoretical framework, and finally 3) the patterns of subjectivity (Coelho Jr. & Figueiredo, 2004) and the metapsychology of caring (Figueiredo, 2009). These metapsychological foundations are presented, for didactical purposes, in two axes: firstly, those foundations related to the intersubjective dimension of the constitution of the psychic space which have been termed work of transmission, and whose aim, in the present research, is on the functions exerted by the primary objects. Secondly, the foundations related to the intrapsychic dimension of subjectivity, among which, according to Melanie Klein and Luis Claudio Figueiredo, the work of mourning is emphasized. It has been emphasized and justified that the intersubjective and intrapsychic dimensions are interdependent, i.e. they are not opposed to each other as experiences nor as antagonistic concepts, so that the pairing of both axes is a mere resource to organize the thesis structure. On the Concluding Remarks, the hypothesis of the constitution of the psychic space as a therapeutic possibility of the psychoanalytic treatment is readdressed, added by some considerations that connect it to the metapsychology of caring. In general terms, it is argued that the installation of the psychic space or the maternal metaphor (Pontalis) refers precisely to the constitution of a pattern of caring, i.e. the ability to take care of oneself and of others. These, among others, would be therapeutic perspectives that a psychoanalytic process can aspire to
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A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análise / Not informed by the author

Lizana Dallazen 15 December 2017 (has links)
A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica / The question that originated this research arose from the clinic, field of investigation and heartland of work of the psychoanalyst. When observing the change in psychic constellations that are appearing in the practice, and verifying the limits that the classical technique imposes to the psychoanalytical´s listening, it became necessary to know other theories and techniques that would allow the amplification of the clinical sensitivity, seeking, via countertransference, a way of listening to the psychic contents of patients with failure in the process of symbolization.The research work aimed at developing and sustaining the thesis that the perlaboration of the countertransference can be an important resource that makes available to the analytical work the material necessary to perform constructions in analysis of thing representations. The arguments are constructed in three stages: approximation of the concepts of countertransference and perlaboration, underpinning the first proposition of the thesis of perlaboration of countertransference; presentation of the theoretical contributions on the concept of countertransference, developed by post-Freudian authors, and description of psychoanalytic work, throwing light on the analyst\'s metapsychology, precisely composed by the psychic processes involved in the perlaboration of countertransference, namely, empathy, projective identification in its communicative and rêverie forms.We understand that these three concepts working together allow us to underpin the aesthetic dimension of countertransference, which, through the work of the analyst, provides material to achieve the necessary figurability of primary symbolizations. This is the last step of the thesis, which is to underpin the proposition that the perlaboration of the countertransference is a sine qua non stage of the constructions in the analysis. The work model that we propose as a paradigm for this way of psychoanalysis is Gradiva\'s, who finds in its own hallucination the form of recalling and perlaboration of the representational chains interrupted in the psychism of Hanold. The arguments were developed from the following clinical histories of well-known authors in psychoanalysis: the Man of the Wolves, the analysis of Margareth Little with Winnicott, the case of mutual analysis of Elizabeth Severn and, finally, Didier case of the psychoanalyst Julia Kristeva.The course led us to contribute with the scientific field since three points: to comprehend how the psychoanalyst achieves this work; to elevate countertransference to an aesthetic dimension, which aims to give form and meaning when there are flaws in these aspects in the analysand, and, above all, to recover the concept of hallucination as a process of recalling, which is understood as the matrix of symbolic creation
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[en] CONSIDERATIONS ABOUT THE AFFECT IN PSYCHOANALYSIS / [pt] CONSIDERAÇÕES SOBRE O AFETO EM PSICANÁLISE

FABRÍCIO DA COSTA TROTTA 12 November 2018 (has links)
[pt] Este trabalho tem como objetivo discutir a conceituação do afeto em psicanálise. A partir da análise crítica do tema na obra de Sigmund Freud e das contribuições do trabalho de Sándor Ferenczi, busca desenvolver uma ampliação do entendimento sobre o afeto através da articulação com o conceito de pulsão, da problematização da relação mente e corpo na perspectiva metapsicológica e do diálogo com outros autores e outros campos de saber. / [en] This work aims to study the conceptualization of affect in psychoanalysis, beginning with a critical analysis of the theme in the work of Sigmund Freud and Sándor Ferenczi. The work also seeks to contribute to the understanding of this concept by linking it with the concept of drive, discussing the mind and body relationship under a metaphsycological perspective and by attempting to develop a dialogue with other authors and other fields of knowledge.
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Realidade psíquica e inconsciente em Freud e em Bérgson : considerações a partir de uma filosofia da ação

Cossu Junior, Franco 27 August 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:12:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2423.pdf: 1121078 bytes, checksum: 18675696894a0625dd4f9b5d009786b8 (MD5) Previous issue date: 2007-08-27 / Although both the Bergsonian philosophy and the Freudian metapsychology have been not properly considered, in the last decades, regarding an ample debate about the nature of the mind, it is about two recent speeches that might contribute significantly to the new theoretical-practical outlines in the contemporary philosophy and sciences that examine the mind. Both thoughts show the unconscious as something without what the psychic events could not be understood entirely, which demands total attention of any future scientific paradigm that intends to establish itself over the psychic phenomena. The key to this enterprise we find in the concept of Action, openly in Bergson, but also clearly in Freud who never withheld himself to understand the human in their constant relationship to the world around. It is not about the fusion of two speeches in the name of a new psychoanalysis , which inevitably might cause several epistemologic problems, but, chiefly, about the possibility to verify how much we can learn with the thesis about the mind that emerge from the both theories. / Embora tanto a filosofia bergsoniana como a metapsicologia freudiana não tenham sido, nas últimas décadas, devidamente consideradas no que diz respeito a um debate mais amplo sobre a natureza do mental, trata-se de dois discursos atuais que, significativamente, podem contribuir para os novos delineamentos teórico-práticos que se configuram na filosofia e nas ciências contemporâneas que versam sobre o psíquico. Ambos os pensamentos mostram o inconsciente como algo sem o qual não se poderiam entender os eventos psicológicos em sua plenitude, o que demandaria total atenção de qualquer paradigma científico futuro que pretenda se estabelecer acerca dos fenômenos psíquicos. A chave para tal empreendimento encontramos no conceito de Ação, declaradamente em Bergson, mas também claramente em Freud, que jamais se absteve de compreender o humano na sua constante relação com o mundo ao redor. Não se trata de fundir os dois discursos em nome de uma "nova psicanálise" - o que inevitavelmente acarretaria problemas epistemológicos diversos - mas de, sobretudo, verificar o quanto ainda podemos aprender com as teses sobre o psíquico que emanam de suas teorias.
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Inconsciente e instinto de morte: um itinerário do debate inicial de Deleuze com a psicanálise / Unconscious and death instinct: itinerary of Deleuze s initial debate on psychoanalysis

Sanches, Aline 18 April 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:12:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 5370.pdf: 1832455 bytes, checksum: fdd70676088a2a2b57ea28153b9121d6 (MD5) Previous issue date: 2013-04-18 / Universidade Federal de Minas Gerais / Masochism: Coldness and Cruelty, published in 1967 by Deleuze criticizes psychoanalysis for sustaining the false notion of sadomasochism, and proposes a distinction between death instinct and death drive, so that sadism and masochism are regarded as different processes and mutually exclusive. Deleuze relies on Freud s arguments, more precisely on the text Beyond the Pleasure Principle (1920), to conceive the death instinct as a transcendental principle and to differentiate it from its psychic representative, the death drive. Deleuze thus initiates a philosophical investigation around the transcendental field and the pleasure principle. This investigation runs parallel to an intense debate on psychoanalytical theory, and continues during his later works. Deleuze appreciates the freudian suggestion of an unconscious functioning indifferent to the pleasure principle and governed by repetition. He proposes to develop the concept in the form of transcendental synthesis of time. Difference and Repetition (1968) places Freud in a dialogue with other philosophers especially Hume, Bergson and Nietzsche and postulates three transcendental syntheses marked by repetition, or three passive syntheses of time, which are constitutive of the unconscious and independent of the pleasure principle. From Deleuze s philosophical advances, a reevaluation of several psychoanalytical concepts begins, founded on an understanding of the death instinct as the positive and originating principle of the repetition, as the power that engenders thinking in thought under the effect of violence. Logic of Sense (1969) leads this line of investigation to the argument that the senses are produced by the power of the paradoxes and identifies the death instinct with no sense. Some concepts of Freud, Klein and Lacan are included in the composition of a new image of philosophy and of what it means to think. Trying to demonstrate that thought and sense are produced in close relationship with the erogenous body, Deleuze returns to the psychosexual development but now from the perspective of his philosophical concepts, and presents his own version of the genesis and dynamics of the psychological instances. In view of this philosophical course taking by Deleuze, this doctoral research proposed to explore his discussion with psychoanalysis, according to a trajectory outlined by the concept of death instinct along these three works. We demonstrate how Deleuze understands and appropriates of some psychoanalytic concepts, linking them with other concepts of his philosophy. We indicate which issues from psychoanalysis were valued in the composition of a transcendental philosophy of difference. From a systematic exposition of the criticisms and proposals that Deleuze addresses to the psychoanalytical field in this particular period, we carried out a confrontation between Deleuze's philosophical interventions and the original psychoanalytical texts. Ultimately, this research intends to contribute to a discussion about the pertinence, coherence and relevance of this debate for both domains. / Apresentação de Sacher-Masoch, publicado por Deleuze em 1967, critica a psicanálise por sustentar a falsa noção de sadomasoquismo, ao mesmo tempo em que propõe uma distinção entre instinto de morte e pulsão de morte para que o sadismo e o masoquismo sejam considerados como processos diferentes e mutuamente exclusivos. Deleuze apoia-se nos argumentos de Freud, particularmente no texto Além do princípio de prazer (1920), para conceber o instinto de morte como um princípio transcendental e diferenciá-lo de seu representante psíquico, a pulsão de morte. Deleuze inaugura assim uma investigação filosófica a respeito do campo transcendental e do princípio de prazer, investigação que se fará acompanhada de um intenso debate com a teoria psicanalítica e que terá continuidade em suas obras posteriores. Deleuze valoriza a sugestão freudiana de um funcionamento inconsciente indiferente ao princípio do prazer e regido pela repetição, e propõe retomá-lo sob a forma de sínteses transcendentais do tempo. Diferença e Repetição (1968) coloca Freud em diálogo com outros filósofos principalmente Hume, Bergson e Nietzsche e postula três sínteses transcendentais marcadas pela repetição, ou três sínteses passivas do tempo, que são constitutivas do inconsciente e independentes do princípio de prazer. Daí deriva-se uma releitura de várias noções psicanalíticas a partir de seus avanços filosóficos, que se fundamenta em uma compreensão do instinto de morte como o princípio positivo originário da repetição e a força que engendra o pensar no pensamento sob o efeito de uma violência. Lógica do Sentido (1969) conduz esta linha de investigação para o problema da produção de sentidos a partir da força dos paradoxos e identifica o instinto de morte ao não senso. Algumas coordenadas de Freud, Klein e Lacan são retomadas na composição de uma nova imagem da filosofia e do que significa pensar. Buscando demonstrar que o pensamento e o sentido se produzem em estreita relação com o corpo erógeno e pulsional, Deleuze retoma o desenvolvimento psicossexual à luz de seus conceitos filosóficos e apresenta sua própria versão da gênese e da dinâmica das instâncias psíquicas. Tendo em conta este percurso filosófico de Deleuze, esta pesquisa de doutorado dedicou-se a explorar o seu debate com a psicanálise, segundo uma trajetória delineada pelo conceito de instinto de morte ao longo destas três obras. Procuramos demonstrar como Deleuze compreende e se apropria de algumas noções psicanalíticas, articulando-as com os demais conceitos de sua filosofia. Indicamos quais temas advindos da psicanálise foram valorizados na composição de uma filosofia transcendental da diferença. A partir de uma exposição sistemática das críticas e propostas que este filósofo dirige ao campo psicanalítico neste período específico, realizamos o confronto direto entre as intervenções filosóficas de Deleuze e os textos psicanalíticos originais. Assim, pretendeu-se com esta pesquisa oferecer contribuições para uma discussão sobre a pertinência, coerência e relevância deste debate para ambos os domínios.
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A escrita dos estados-limite como um recurso de ampliação da escuta psicanalítica / The writing of borderline states as a resource of enlargement of the psychoanalytic listening

Luis Henrique de Oliveira Daló 03 August 2012 (has links)
Este trabalho abre um campo de investigação da escrita psicanalítica impulsionada por estados-limite em que situações de bloqueio da escuta psicanalítica são vividas na experiência clínica. A escrita do psicanalista é considerada análoga à formação e à interpretação dos sonhos e, portanto, à sua escuta; essa escrita serve de instrumento de investigação da experiência clínica, na medida em que se enraíza no tempo da experiência no campo transferencial. O estado-limite é definido nesta pesquisa a partir de um deslocamento do conceito de caso-limite: a incidência do traumático e do campo do irrepresentável é pensada para além do funcionamento intrapsíquico do analisando, estendido ao funcionamento intersubjetivo do campo transferencial. A escrita do analista é, então, apresentada como um possível recurso de recuperação do trabalho clínico nessas circunstâncias em que a escuta se perde, paralisada ou esvanecida. O trabalho miúdo do analista em relação à sua prática clínica encontra-se vinculado ao campo teórico psicanalítico, que é então movimentado a partir dos limites clínicos e da possibilidade de pensá-los psicanaliticamente; nessa medida, a escrita pode ser considerada um recurso de ampliação e não apenas de recuperação da escuta psicanalítica. Alguns textos que se originam de situações críticas vividas na clínica ou na cultura constituem parte desta pesquisa. São situações traumáticas de difícil elaboração, que exigem trabalho de ligação psíquica por parte do analista; porém, esse trabalho exigido não encontra condições de se realizar no tempo da experiência limítrofe. Por meio desses escritos, bem como de articulações teóricas que os têm como suporte, é possível reconhecer a escrita psicanalítica como um recurso de abertura de campos inaudíveis no tempo dos estados-limite / This paper opens a research field of psychoanalytic writing driven by states limit situations in which a blocking of psychoanalytic listening is experienced. It considers psychoanalyst´s writing analogous to the formation and interpretation of dreams, so it does to this listening. This writing act becomes a research tool of clinical experience, as it will be taking roots in the experience of the transferencial field. The definition of the borderline state is considered here from a displacement of the concept of borderline case: the incidence of traumatic and of unrepresentable field is thought beyond the analysand\'s intrapsychic functioning, but extended to the functioning of the intersubjective transferencial field. The writing of the analyst is then presented as a possible resource recovery clinical work in such circumstances where the listening is lost, paralyzed or vanished. This intimate work of the analyst in relation to its clinical practice is linked to the field of theoretical psychoanalysis, which is then moved from the clinical limits and the ability to think about them psychoanalytically. In this sense, the writing can be considered a resource of enlargement and not only recovery of psychoanalytic listening. Some texts originating from critical situations experienced in clinical or culture are part of this research. These traumatic events are difficult to be elaborated, requiring the work of binding by the analyst; but this work required dont happens in the moment of borderline experience. Through these writings, as well as theoretical links that it supports, one can recognize the psychoanalytic writing as a resource of opening fields that was inaudible in the borderline states times

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