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Perguntas QU-, orações subordinadas e ordem de palavras em Karitiana / WH- questions, embedded clauses, and word order in Karitiana

Karin Camolese Vivanco 26 October 2018 (has links)
Este trabalho descreve diversos aspectos da formação de perguntas complexas, orações subordinadas e ordem de palavras no Karitiana, uma língua Tupi da família Arikém. Primeiramente, descrevemos a formação de perguntas bi-oracionais como perguntas indiretas e perguntas de longa-distância. No primeiro caso, argumentamos que perguntas indiretas strictu sensu não existem em Karitiana, pois pronomes interrogativos não são em geral permitidos dentro de orações subordinadas. Já perguntas de longa-distância são possíveis na língua, mas sua formação inclui uma estratégia conhecida como pied-piping de larga-escala, na qual a oração subordinada inteira contendo o pronome interrogativo é movida para a posição inicial da sentença. Argumentamos que estes dois fatos podem ser capturados se assumirmos uma estrutura para orações subordinadas (1) que não contém certos núcleos oracionais, como C; e (2) que é a projeção de um núcleo nominalizador n. Essas propriedades seriam capazes de explicar o comportamento ambíguo destas construções, que ora se comportam como orações, ora como sintagmas nominais. Além disso, essa proposta também explica outros fenômenos aparentemente não relacionadas, como a ausência de tough-constructions, a extração com verbos factivos, a cliticização em subordinadas e a presença de relativas de núcleo interno. Propomos ainda que este núcleo n de caráter nominal teria como uma possível realização fonética um sufixo -a, que pode ser detectado em diversos ambientes nominais da língua e que possivelmente teria conexões históricas com o nominalizador -a presente em outras línguas Tupi. Na segunda parte deste trabalho, discutimos ainda construções com o morfema de voz inversa ti-, reanalisadas aqui como configurações de redobro de clítico. Essa proposta é capaz de explicar diversas propriedades deste morfema, como sua emergência em diferentes construções, o padrão de concordância excêntrica disparado por ele, a distribuição complementar com a passiva e a leitura pressuposicional do tema nestes ambientes. Por fim, discutimos ainda dois fenômenos prosódicos - o sufixo -o e a intonação de relativas de objeto com ti- - que poderiam constituir argumentos adicionais para as análises desenvolvidas neste trabalho. / This dissertation investigates aspects of question formation, embedded clauses, and word order in Karitiana, a Tupi-Arikém language spoken in Brazil. Firstly, the formation of bi-clausal questions such as indirect questions and long-distance questions is described. Regarding indirect questions, our claim is that there are no indirect questions in Karitiana, as interrogative pronouns are usually disallowed inside embedded clauses. On the other hand, the language has long-distance questions, but they obligatorily involve a strategy known as clausal/large-scale pied-piping - i.e., fronting of the whole embedded clause containing the interrogative pronoun. These two facts can be explained if one assumes a structure for embedded clauses that does not contain certain clausal projections, such as CP, and that includes a nominalizing head n. These properties also account for the mixed behavior of these constructions, which exhibit a clausal template while manifesting several nominal features. Moreover, the proposed analysis also explains other apparently non-related properties of the language, such as the lack of tough-constructions, extraction with factive verbs, obligatory cliticization, and internally-headed relative clauses. Additionally, we claim that this nominal head has a phonetic realization as a suffix -a, detected in several nominal phrases and which is possibly linked to a Tupian nominalizer of the same form. In part II, we discuss constructions with the inverse voice morpheme ti-, claiming that these can be reanalyzed as cases of clitic-doubling. This analysis accounts for several properties of this preffix, such as its presence in cases of WHmovement, the eccentric pattern of agreement that it triggers, the complementary distribution with the passive, and the pressupositional reading of the theme in these constructions. Finally, two prosodic phenomena - the suffix -o and the intonational pattern of object relative clauses with ti- - are describedin detail and it will be shown how these provide additional evidence for the analyses developed in this dissertation.
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Perguntas QU-, orações subordinadas e ordem de palavras em Karitiana / WH- questions, embedded clauses, and word order in Karitiana

Vivanco, Karin Camolese 26 October 2018 (has links)
Este trabalho descreve diversos aspectos da formação de perguntas complexas, orações subordinadas e ordem de palavras no Karitiana, uma língua Tupi da família Arikém. Primeiramente, descrevemos a formação de perguntas bi-oracionais como perguntas indiretas e perguntas de longa-distância. No primeiro caso, argumentamos que perguntas indiretas strictu sensu não existem em Karitiana, pois pronomes interrogativos não são em geral permitidos dentro de orações subordinadas. Já perguntas de longa-distância são possíveis na língua, mas sua formação inclui uma estratégia conhecida como pied-piping de larga-escala, na qual a oração subordinada inteira contendo o pronome interrogativo é movida para a posição inicial da sentença. Argumentamos que estes dois fatos podem ser capturados se assumirmos uma estrutura para orações subordinadas (1) que não contém certos núcleos oracionais, como C; e (2) que é a projeção de um núcleo nominalizador n. Essas propriedades seriam capazes de explicar o comportamento ambíguo destas construções, que ora se comportam como orações, ora como sintagmas nominais. Além disso, essa proposta também explica outros fenômenos aparentemente não relacionadas, como a ausência de tough-constructions, a extração com verbos factivos, a cliticização em subordinadas e a presença de relativas de núcleo interno. Propomos ainda que este núcleo n de caráter nominal teria como uma possível realização fonética um sufixo -a, que pode ser detectado em diversos ambientes nominais da língua e que possivelmente teria conexões históricas com o nominalizador -a presente em outras línguas Tupi. Na segunda parte deste trabalho, discutimos ainda construções com o morfema de voz inversa ti-, reanalisadas aqui como configurações de redobro de clítico. Essa proposta é capaz de explicar diversas propriedades deste morfema, como sua emergência em diferentes construções, o padrão de concordância excêntrica disparado por ele, a distribuição complementar com a passiva e a leitura pressuposicional do tema nestes ambientes. Por fim, discutimos ainda dois fenômenos prosódicos - o sufixo -o e a intonação de relativas de objeto com ti- - que poderiam constituir argumentos adicionais para as análises desenvolvidas neste trabalho. / This dissertation investigates aspects of question formation, embedded clauses, and word order in Karitiana, a Tupi-Arikém language spoken in Brazil. Firstly, the formation of bi-clausal questions such as indirect questions and long-distance questions is described. Regarding indirect questions, our claim is that there are no indirect questions in Karitiana, as interrogative pronouns are usually disallowed inside embedded clauses. On the other hand, the language has long-distance questions, but they obligatorily involve a strategy known as clausal/large-scale pied-piping - i.e., fronting of the whole embedded clause containing the interrogative pronoun. These two facts can be explained if one assumes a structure for embedded clauses that does not contain certain clausal projections, such as CP, and that includes a nominalizing head n. These properties also account for the mixed behavior of these constructions, which exhibit a clausal template while manifesting several nominal features. Moreover, the proposed analysis also explains other apparently non-related properties of the language, such as the lack of tough-constructions, extraction with factive verbs, obligatory cliticization, and internally-headed relative clauses. Additionally, we claim that this nominal head has a phonetic realization as a suffix -a, detected in several nominal phrases and which is possibly linked to a Tupian nominalizer of the same form. In part II, we discuss constructions with the inverse voice morpheme ti-, claiming that these can be reanalyzed as cases of clitic-doubling. This analysis accounts for several properties of this preffix, such as its presence in cases of WHmovement, the eccentric pattern of agreement that it triggers, the complementary distribution with the passive, and the pressupositional reading of the theme in these constructions. Finally, two prosodic phenomena - the suffix -o and the intonational pattern of object relative clauses with ti- - are describedin detail and it will be shown how these provide additional evidence for the analyses developed in this dissertation.
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Um estudo da construção complexa com cláusula completiva no português popular de Tejucupapo – PE

SILVA, Emanuel Cordeiro da 03 June 2015 (has links)
Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-04-20T18:33:58Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) tese-emanuel-cordeiro-da-silva.pdf: 7975620 bytes, checksum: 412dda0b3432b51b149039dfba17e1a5 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-04-20T18:33:58Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) tese-emanuel-cordeiro-da-silva.pdf: 7975620 bytes, checksum: 412dda0b3432b51b149039dfba17e1a5 (MD5) Previous issue date: 2015-06-03 / CAPES / Constitui o principal objetivo deste trabalho de pesquisa investigar o comportamento sintático-semântico das construções complexas com cláusula completiva no português popular. Contrariamente à ideia de que o encaixamento sintático é típico do discurso escrito formal (GIVÓN, 1979; 1995), pressupõe-se aqui, com base numa concepção cognitivofuncional (LANGACKER, 1987b; CRISTOFARO, 2003) e escalar (GIVÓN, 1980; 2001b; CRISTOFARO, 2003; entre outros) da subordinação, que as construções encaixadas têm alta frequência na norma popular, mesmo sendo ela mais próxima do discurso oral informal, posto que os distintos graus de integração interclausal não resultam de diferenças dialetais, mas, sim, de motivações funcionais ancoradas na relação entre gramática e cognição. São admitidas as seguintes motivações funcionais: a semântica do predicado encaixador, o princípio de recuperabilidade de informação, a proximidade icônica, a iconicidade da independência e a distinção cognitiva entre processos e coisas (CRISTOFARO, 2003). A partir da concepção de subordinação adotada e dessas motivações funcionais admitidas, são investigados, quanto à tomada de complemento sentencial, os predicados encaixadores de percepção e de conhecimento (NOONAN, 2007). As duas categorias de predicado, por licenciarem completivas desenvolvidas e reduzidas, permitem a observação de diferenças em termos de graus de encaixamento sintático. Como recorte do português popular, foi escolhida a variedade linguística de Tejucupapo. A escolha de tal variedade se deu em virtude de ser representativa do português popular falado dentro de uma comunidade antiga, tradicional e rural do estado de Pernambuco. O corpus da pesquisa é composto por dados de fala produzidos por 10 falantes em entrevistas de tema livre gravadas. Foi estabelecido o tempo mínimo de 01 hora e 30 minutos para cada gravação. Todas as entrevistas totalizam cerca de 21 horas e 30 minutos de gravação. Para a seleção dos falantes, foram adotados quatro critérios: idade, escolaridade do informante, escolaridade dos pais do informante e tempo de permanência fora de Tejucupapo. Somente participaram das entrevistas falantes maiores de 35 anos, analfabetos, filhos de pais analfabetos e sem ter vivido mais de 01 ano fora de Tejucupapo. O material gravado foi transcrito com o auxílio do software de transcrição manual Transcriber 1.5.1. A transcrição obedeceu às normas do Projeto Vertentes (LUCCHESI, 2014b). Embora não descarte os resultados quantitativos, a pesquisa preza por uma análise-interpretação qualitativa dos dados. Daí que as construções com cláusulacomplemento são analisadas e interpretadas em relação aos seus contextos de ocorrência. A investigação realizada confirmou a alta frequência das construções encaixadas no português popular e a forte atuação das motivações funcionais admitidas sobre a sintaxe da complementação verbal. Na variedade linguística de Tejucupapo, são frequentes os encaixamentos sintáticos com graus de integração interclausal tanto mais baixos quanto mais elevados a depender da motivação funcional subjacente, o que evidencia que a força do vínculo sintático-semântico estabelecido entre a completiva e o seu predicado encaixador decorre, de fato, da natureza cognitivo-funcional da subordinação, e não da norma linguística falada. / The main goal of this research is to investigate the syntactic-semantic behavior of complex constructions with completive clauses in popular Portuguese. Contrary to the idea that syntactic embedding is typical to formal written discourse (GIVÓN, 1979; 1995) we assume here, based on a cognitive-functional subordination design (LANGACKER, 1987b; CRISTOFARO, 2003) and scale (GIVÓN, 1980; 2001b; CRISTOFARO, 2003; among others), that embedded constructions are highly frequent in popular speech, even when it is informal oral speech; given that the different degrees of interclausal integration do not result from dialectal differences, but rather, from functional reasons anchored in the relationship between grammar and cognition. We suppose the following functional motivations: the semantics of embedding predicate, the principle of information recoverability, iconic proximity, iconicity of independence and cognitive distinction between processes and things (CRISTOFARO, 2003). Based on the adopted subordination design and the functional motivations described above we study, in relation to sentence supplements, the embedding predicates related to perception and knowledge (NOONAN, 2007). As they license developed and reduced completives, these two predicate categories allow the study of different degrees of syntactic embedding. We chose the linguistic variety spoken in Tejucupapo for this study as it represents the popular Portuguese spoken in a traditional and rural community located in Pernambuco. The data analyzed here is composed by open-ended interviews with 10 different speakers. Each interview lasted at least 1 hour and 30 minutes, adding up to the total of 21 hours and 30 minutes of recording. Speakers were selected based on the following four criteria: age, level of education, level of parental education and time of absence from the community. All speakers interviewed are over 35 years old who are illiterates with illiterate parents. Additionally, none of the speakers have lived in another location for more than 1 year. The recorded material was transcribed using the manual transcription software Transcriber 1.5.1 based on the design standards from the Vertentes Project (LUCCHESI, 2014b). This research focuses on a qualitative data analysis approach while it also presents some quantitative results. Therefore the constructions with complement-clauses are analyzed and interpreted in relation to the contexts in which they occur. The investigation confirmed a high frequency of embedded constructions in popular Portuguese and a strong influence of the presupposed motivations listed above based on verbal complement syntax. Syntactic embedding with different degrees of interclausal integration depending on the underlying functional motivation is quite common in the linguistic variety spoken in Tejucupapo. That shows that the strength of the syntactic-semantic link established between the completive and its embedding predicate depends indeed on the cognitive-functional nature of subordination and not on the register of the language spoken.
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Análise sociofuncionalista da ordenação de cláusulas hipotáticas adverbais temporais no Espanhol mexicano oral / Análisis sociofuncionalista de la ordenación de cláusulas hipotácticas adverbiales temporales en el Español mexicano oral

Cavalcante, Sávio André de Souza January 2015 (has links)
CAVALCANTE, Sávio André de Souza. Análise sociofuncionalista da ordenação de cláusulas hipotáticas adverbais temporais no Espanhol mexicano oral. 2015. 184f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-06-05T13:35:01Z No. of bitstreams: 1 2015_dis_sascavalcante.pdf: 1539806 bytes, checksum: b0e697ac00980dc86a6dc66ae170eb59 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-06-05T13:37:40Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_dis_sascavalcante.pdf: 1539806 bytes, checksum: b0e697ac00980dc86a6dc66ae170eb59 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-06-05T13:37:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_dis_sascavalcante.pdf: 1539806 bytes, checksum: b0e697ac00980dc86a6dc66ae170eb59 (MD5) Previous issue date: 2015 / O trabalho em questão tem como objetivo verificar a atuação de fatores linguísticos e extralinguísticos na ordenação de orações subordinadas adverbiais temporais em Língua Espanhola (LE), especificamente, no Espanhol mexicano oral. Apesar do posicionamento normativo de gramáticas tradicionais de LE (NEBRIJA, 1492; REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, 1781), que prescrevem a posposição, essas orações também aparecem, comumente, antepostas ou intercaladas à principal. A pesquisa conta com aparato teórico da Sociolinguística variacionista (LABOV, 1972a, 1978, 1994, 2001, 2003, 2010), do Funcionalismo linguístico (HOPPER, 1991; HOPPER; THOMPSON, 1980; HALLIDAY, 1985; HOPPER; TRAUGOTT, 1993; GIVÓN, 1971, 1991, 1995, 2001) e da articulação teórica entre as duas correntes, denominada Sociofuncionalismo (TAVARES, 2003). Quanto aos procedimentos metodológicos, 24 entrevistas foram analisadas e, delas, extraídas as orações que compuseram esta análise. Ao total, um número de 389 dados de temporais em diversas posições foram codificados de acordo com a atuação de fatores linguísticos (relação cronológico-temporal, tipo de oração e de conectivo, extensão da oração temporal, paralelismo sintático, topicidade, estatuto informacional dos sujeitos da oração principal e da temporal, relações lógico-semânticas e funções textual-discursivas) e extralinguísticos (idade do falante e escolaridade do falante). Após a codificação, os dados passaram por análise estatística através do software Goldvarb, que calculou frequências e pesos relativos, atestando maior ou menor relevância dos fatores em cada uma das três posições que a temporal pode assumir. Os resultados mostram que a anteposição está se convertendo na posição mais comum da temporal em relação à principal (220 dos 389 dados ao todo – 56.6%). Além do mais, também pode ser condicionada pelos seguintes fatores, em cada grupo: funções textual-discursivas (fator guia), estatuto informacional dos sujeitos da oração principal e da temporal (fator temporal com sujeito dado e principal com sujeito novo), paralelismo sintático (fator anteposição), escolaridade do falante (fator nível médio) e relação cronológico-temporal (fatores simultaneidade e anterioridade), nessa ordem. Quanto à posposição, com 101 dos 389 dados no total (26%), os seguintes grupos, com seus fatores, nessa ordem, mostraram-se extremamente relevantes para explicá-la: relação cronológico-temporal (fator posterioridade), funções textual-discursivas (fator figura/temporal atípica), idade do falante (fator maiores de 55 anos), relações lógico-semânticas (fatores tempo e concessão e tempo prototípico) e paralelismo sintático (fatores intercalação e posposição). Em relação à intercalação, que se apresentou em 68 dos 389 dados gerais (17.5%), seus condicionamentos mais relevantes foram, nessa ordem: paralelismo sintático (fator posposição), funções textual-discursivas (fatores fundo guia e figura/temporal atípica) e relação cronológico-temporal (fator simultaneidade). Conclui-se que os grupos funções textual-discursivas, paralelismo sintático e relação cronológico-temporal são extremamente importantes no que diz respeito à explicação da ordem das temporais, pois foram selecionados nas rodadas das três variantes em análise. Notou-se, também, que a temporal assume, com frequência, novas funções para além de fundo cenário/moldura, a saber: figura e guia. Além disso, apresenta o valor semântico de tempo amalgamado a outros, a saber: motivo, condição, concessão. Essas funções e relações semânticas motivam ordens alternativas. Quanto à idade dos falantes, percebeu-se que os mais jovens estão sendo a parcela da sociedade que motiva a variante inovadora anteposição, enquanto os mais velhos ainda mantêm o padrão normativo-tradicional da posposição. / El trabajo en cuestión tiene como objetivo verificar la actuación de factores lingüísticos y extralingüísticos en la ordenación de oraciones subordinadas adverbiales temporales en Lengua Española (LE), específicamente, en el Español mexicano oral. A pesar del posicionamiento normativo de gramáticas tradicionales de LE (NEBRIJA, 1492; REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, 1781), que prescriben la posposición, esas oraciones también aparecen, comúnmente, antepuestas o intercaladas a la principal. La investigación cuenta con aporte teórico de la Sociolingüística variacionista (LABOV, 1972a, 1978, 1994, 2001, 2003, 2010), del Funcionalismo lingüístico (HOPPER, 1991; HOPPER; THOMPSON, 1980; HALLIDAY, 1985; HOPPER; TRAUGOTT, 1993; GIVÓN, 1971, 1991, 1995, 2001) y de la articulación teórica entre las dos corrientes, nombrada Sociofuncionalismo (TAVARES, 2003). En cuanto a los procedimientos metodológicos, se analizaron 24 entrevistas y, de ellas, extraídas las oraciones que compusieron este análisis. En el total, un número de 389 datos de temporales en diversas posiciones se han codificado de acuerdo con la actuación de factores lingüísticos (relación temporal, tipo de oración y de conector, extensión de la oración temporal, paralelismo sintáctico, topicidad, estatuto informacional de los sujetos de la oración principal y de la temporal, relaciones lógico-semánticas y funciones textual-discursivas) y extralingüísticos (edad del hablante y escolaridad del hablante). Después de la codificación, los datos pasaron por análisis estadístico a través del software Goldvarb, que calculó frecuencias y probabilidades, atestando más grande o más pequeña relevancia de los factores en cada una de las tres posiciones que la temporal puede asumir. Los resultados muestran que la anteposición está convirtiéndose en la posición más común de la temporal en relación con la principal (220 de los 389 datos en el total – 56.6%). Además, también puede ser condicionada por los siguientes factores, en cada grupo: funciones textual-discursivas (factor guía), estatuto informacional de los sujetos de la oración principal y de la temporal (factor temporal con sujeto dado y principal con sujeto nuevo), paralelismo sintáctico (factor anteposición), escolaridad del hablante (factor nivel medio) y relación cronológico-temporal (factores simultaneidad y anterioridad), en este orden. En cuanto a la posposición, con 101 datos en el total (26%), los siguientes grupos, con sus factores, en este orden, se revelaron extremamente relevantes para explicarla: relación cronológico-temporal (factor posterioridad), funciones textual-discursivas (factor información prominente/temporal atípica), edad del hablante (factor mayores de 55 años), relaciones lógico-semánticas (factores tiempo y concesión y sólo tiempo) y paralelismo sintáctico (factores intercalación y posposición). En relación con la intercalación, que se presentó en 68 de los 389 datos generales (17.5%), sus condicionamientos más relevantes fueron, en este orden: paralelismo sintáctico (factor posposición), funciones textual-discursivas (factores trasfondo guía e información prominente/temporal atípica) y relación cronológico-temporal (factor simultaneidad).Se concluye que los grupos funciones textual-discursivas, paralelismo sintáctico y relación cronológico-temporal son extremadamente importantes en lo que respecta a la explicación del orden de las temporales, pues se seleccionaron en las rondas de las tres variantes en análisis. Se percibió, también, que la temporal asume, con frecuencia, nuevas funciones además de trasfondo escenario/moldura, a saber: trasfondo y guía. Además de eso, se presenta el valor semántico de tiempo amalgamado a otros, a saber: motivo, condición, concesión. Esas funciones y relaciones semánticas motivan posiciones alternativas. En cuanto a la edad de los hablantes, se percibió que los más jóvenes son la parcela que más motiva la variante innovadora anteposición, mientras los más viejos aún mantienen el patrón normativo-tradicional de la posposición.
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A obviação/referência disjunta em complementação sentencial : uma proposta sintático-semântica / Obviation/Disjoint Reference in sentential complementation : one syntactic/semantic approach

Meira, Vívian, 1981- 22 August 2018 (has links)
Orientador: Sonia Maria Lazzarini Cyrino / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-22T08:47:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Meira_Vivian_D.pdf: 1178142 bytes, checksum: e326a7771cea8102eee5851541fef4ea (MD5) Previous issue date: 2013 / Resumo: Esta tese investiga padrões de referencialidade em complementação sentencial no português, italiano e grego moderno, especialmente, o fenômeno conhecido como obviação ou referência disjunta. Esta é uma restrição atestada nas línguas e se caracteriza pelo fato de o sujeito da oração subordinada ser obrigatoriamente disjunto em referência ao sujeito da oração matriz. Tradicionalmente, assume-se que a obviação é uma propriedade de complementação subjuntiva ou um fenômeno resultante, juntamente com o controle, da competição entre formas finitas/não-finitas. No entanto, os dados não condizem com essas hipóteses, já que a obviação é exibida tanto em complementação indicativa quanto nos contextos de infinitivo flexionado. Além disso, nem todo contexto volitivo exibe obviação. Assumindo a teoria de seleção semântica e a versão minimalista de subcategorização (cf. Adger, 2004), propomos que a obviação, exibida em complementação sentencial, é uma restrição semântica exigida por três tipos de predicados, os causativos, os volitivos e os perceptivos físicos, que serão tomados como predicados modais no sentido de serem capazes de impor restrições semânticas aos seus complementos. Estes predicados foram denominados de predicados de obviação, por compartilharem entre si algumas propriedades, como denotar leitura eventiva/não-epistêmica, exigir sujeito pronominal na encaixada independente referencialmente do sujeito matriz e subcategorizar complemento TP. Argumentamos ainda que esses predicados, devido ao seu caráter modal, selecionam semanticamente um traço [obviativo], que é transmitido ao sujeito da encaixada. Predicados de obviação se distinguem de outro grupo de predicado modal, os predicados de controle, por estes não permitirem que o argumento da encaixada seja disjunto do sujeito matriz. Esses dois grupos se distinguem de outro grupo de verbos que permitem referência livre, constituído especialmente por predicados epistêmicos, declarativos, dentre outros, que denotam leitura epistêmica/proposicional e subcategorizam complemento CP. Sintaticamente este grupo de predicados se distingue dos predicados de obviação por subcategorizarem estruturas distintas, pois, enquanto estes têm complemento TP, aqueles selecionam complemento CP. Para explicar por que obviação e controle são exibidos pelo predicado volitivo, propomos que há dois tipos de acepções no volitivo nas línguas: o volitivo padrão, que seleciona controle e o volitivo causativo, que exige obviação. Defendemos que o complemento infinitivo flexionado selecionado por causativo e perceptivo é uma estrutura TP, o que o diferencia da estrutura de infinitivo flexionado selecionada por factivos/epistêmicos/declarativos, que é tomado como um CP. Estes permitem referência livre e aqueles exigem obviação. Nossa proposta é mostrar que a obviação, exibida em complementação sentencial, não é um fenômeno restrito às línguas românicas ou às línguas que exibem a distinção finito/não-finito, mas são uma restrição semântica imposta por predicados de obviação os seus complementos e, devido a isso, essa restrição semântica será exibida por línguas que dispõem desses contextos em complementação sentencial / Abstract: This thesis investigates patterns of referentiality in sentential complementation in Portuguese, Italian and Modern Greek, especially the phenomenon known as obviation or disjoint reference. This is a constraint attested in languages, and it is characterized by the fact that the subject of the subordinate clause must be disjoint in reference to the subject of the matrix sentence. Traditionally, obviation has been assumed to be a property of subjunctive complementation, or a phenomenon arising along with the control from the competition between finite/non-finite forms. However, the data are not consistent with these hypotheses, since obviation appears in indicative complementation and inflected infinitive contexts. Moreover, obviation is not displayed in every volitional context. Based on the theory of semantic selection and a minimalist version of subcategorization (cf. Adger, 2004), this thesis proposes that obviation, in sentential complementation, is a semantic constraint required by three types of predicates, the causative, volitional and physical perceptive predicates, which will be taken as predicates able to impose semantic constraints on their complements. These predicates are called obviation predicates, which share some common properties, as denoting eventive/non-epistemic reading, they require referentially independent subject pronouns in an embedded clause, and select a TP complement. We argue that these predicates, because of their modal character, select semantically a trace [obviative], which is transmitted to the subject in the embedded clause. Obviation predicates are distinguished from another group of modal predicates, control predicates, which do not allow, in an embedded clause, an argument referentially independent from the matrix subject. These two groups are distinguished from yet another group of verbs that allow free reference, specially constituted by epistemic, declarative predicates, among others, which denote an epistemic/propositional reading and select CP complements. Syntactically, this group can be distinguished from obviation predicates by selecting distinct structures, because while these have a TP complement, the former select CP complements. To explain why both obviation and control are displayed by volitional predicates, we propose that there are two types of volitional meanings in the languages: the default volitional that selects control, and the causative volitional, that requires obviation. Furthermore, we argue that the inflected infinitive complement selected by causative and perceptive verbs is a TP structure, and they require obviation, which differ from the inflected infinitive selected by factives/epistemic/declarative verb, which take CP complements and allows free reference. The purpose of this thesis is to show that obviation, in sentential complementation, is not a phenomenon restricted to the Romance languages, or languages that exhibit a distinction between finite and non-finite forms, but that it is a semantic constraint imposed by obviation predicates on their complements and, consequently, this constraint will appear in languages which have these contexts in sentential complementation / Doutorado / Linguistica / Doutora em Linguística
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A ênclise em orações dependentes na história do Português Europeu (Séc. 16 a 19) / The Enclisis on subordinate clauses in the history of European Portuguese

Lopes, Ana Luiza Araújo 16 August 2018 (has links)
Orientador: Charlotte Marie Chambelland Galves / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-16T02:52:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lopes_AnaLuizaAraujo_M.pdf: 520095 bytes, checksum: dbb4f565b8b57a9bfbeb809370397a20 (MD5) Previous issue date: 2010 / Resumo: A dissertação investiga a ênclise em orações dependentes na história do PE - entre os séculos 16 e 19. A colocação pronominal é um dos assuntos mais estudados da língua portuguesa, mas sempre priorizando as orações principais finitas onde há grande variação na colocação dos clíticos, com a mudança gramatical ocorrida no século 18 (Galves, Brito e Paixão de Sousa 2005, Galves, Namiuti e Paixão de Sousa2005; Paixão de Sousa, 2004). As orações dependentes sempre foram consideradas como contexto de próclise categórica. No entanto, nos dados extraídos do Corpus Histórico Tycho Brahe, apesar da predominância proclítica, foram atestados dados de ênclise em dependentes. A ênclise ocorre em orações dependentes nas gramáticas do Português - Clássico e Europeu moderno- sempre que há pelo menos um constituinte entre o complementador e o verbo. A ênclise ocorre em todo o período - Português Clássico ao Português Europeu moderno - em vários tipos de oração: relativas, completivas, dependentes iniciadas em porque. Mostro ainda que há uma estabilidade ao longo do tempo na colocação de clíticos em orações dependentes, ao contrário do que acontece nas orações principais A pergunta a ser respondida foi: como estas duas gramáticas geram a ênclise nas dependentes? Analiso o fenômeno com base no CP expandido de Rizzi (1997), e ainda retomando a proposta de Galves e Sandalo 2009 para a colocação de clíticos no PCl e no PE / Abstract: The aim of this work is to investigate the enclisis on subordinate clauses in the history of the European Portuguese. The clitic placement is one of the most popular subjects about the Portuguese language, but these researches always focus on the main clauses, there is a large variation on the clitics placement, after the language change around 18 century (Galves, Brito e Paixão de Sousa 2005; Paixão de Sousa 2004). The subordinate clauses were always considered as categorical proclisis context. Nevertheless, despite the high rates of proclisis on subordinates clauses, there are enclisis data from Tyhco Brahe Parsed Corpus of historical Porutuguese. The enclisis is only possible on subordinate clauses in Classical Portuguese and European Portuguese, when there is at least on constituent between the complement and the verb. The enclisis occurs in all type of subordinate clauses: relatives, completives, dependent clauses beginning with porque (because), during all the period - from Classical Portuguese to European Portuguese, and there are a stability during time. The aim of this work was to answer the question: How these two grammar produce the enclisis on subordinates? The phenomena was analyzed based on expanded CP proposed by Rizzi (1997), and the proposal from Galves and Sandalo (2009) for clitic placement on Classical Portuguese and European Portuguese / Mestrado / Linguistica / Mestre em Linguística

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