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A obesidade nos domicílios brasileiros: um estudo sobre determinantes alimentares e consequências financeiras baseado na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 / Obesity in Brazilian households: a study about dietary determinants and financial consequences based on Household Budget Survey 2008-2009Canella, Daniela Silva 29 May 2014 (has links)
Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública com múltiplos determinantes e consequências. Objetivos: 1) Analisar a relação entre a disponibilidade domiciliar de produtos alimentícios processados e ultraprocessados e a prevalência de excesso de peso e obesidade; 2) Descrever o gasto familiar privado com saúde, segundo a presença de indivíduos obesos nos domicílios; e 3) Estimar a influência da presença de indivíduos obesos nos domicílios sobre o gasto total com medicamentos (obtidos nos setores privado e público). Métodos: Tese composta por três manuscritos baseados em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O primeiro manuscrito utilizou os 550 estratos amostrais da POF como unidade de análise e modelos de regressão linear para avaliar a relação entre a disponibilidade calórica domiciliar de produtos processados e ultraprocessados e a prevalência de excesso de peso e de obesidade, ajustados para variáveis de confusão. Ainda, foram estimados os valores preditos dos desfechos, segundo quartos de disponibilidade de produtos ultraprocessados. Os demais manuscritos consideraram os 55.970 domicílios como unidade de análise. O segundo manuscrito descreveu a distribuição do gasto privado mensal com saúde, considerando o gasto com medicamentos e com assistência à saúde, segundo a presença de obesos nos domicílios. O terceiro analisou a influência da obesidade sobre o gasto mensal per capita com medicamentos, obtidos nos setores privado e público, por meio de modelo de duas partes (two-part model), com ajuste para variáveis de confusão. Resultados: Com relação aos determinantes alimentares, verificou-se que a disponibilidade de produtos ultraprocessados, mas não a de processados, foi positivamente associada com a prevalência de excesso de peso e obesidade. No quarto superior de disponibilidade de ultraprocessados a prevalência de obesidade foi 37 por cento superior à do quarto inferior. No que tange as consequências financeiras, verificou-se que, na presença de obesos no domicílio, o gasto privado com medicamentos total e específico para doenças crônicas foi maior, o mesmo não sendo observado para a assistência à saúde. Ainda, considerando os medicamentos obtidos por desembolso direto e no SUS, a presença de obesos nos domicílios resultou em um gasto com medicamentos 18 por cento superior. Conclusões: A disponibilidade de produtos ultraprocessados é um dos determinantes alimentares da obesidade, que tem como uma de suas consequências financeiras o maior gasto com medicamentos resultando em impacto negativo para o orçamento familiar e para o SUS. / Introduction: Obesity is a public health problem with multiple determinants and consequences. Objectives: 1) To analyze the relationship between household availability of processed and ultra-processed products and the prevalence of excess weight and obesity; 2) To describe the private spending on health, according to the presence of obese individuals in households; and 3) To estimate the influence of the presence of obese individuals in households over the total spending on medicines (obtained in the public and private sectors). Methods: Thesis comprising three manuscripts based on data from the Brazilian Household Budget Survey (HBS) 2008-2009. The first manuscript used the 550 sampling strata of HBS as the unit of study and linear regression models to evaluate the relationship between household caloric availability of processed and ultra-processed products and the prevalence of excess weight and obesity in the stratum, adjusted for confounding variables. Furthermore, predictive values of outcomes were estimated according to quartiles of the household caloric share from ultra-processed products. The other manuscripts considered the 55,970 households as the unit of study. The second manuscript described the distribution of private spending on health, considering the spending on medicines and healthcare, according to the presence of obese individuals in households. The third manuscript analyzed the influence of obesity on the household spending on medicines, obtained in the private and public sectors, using two-part models controlling for potential confounders. Results: Relative to the dietary determinants, we verified that the availability of ultra-processed products, but not of the processed, was positively associated with both outcomes studied. Moreover, the prevalence of obesity was 37 per cent higher in the upper quartile of availability of ultra-processed products, compared with the lower quartile. In relation to the financial consequences, we verified that the presence of obese individuals in households resulted in higher total private spending on medicines and on medicines for non-communicable diseases, but for healthcare this was not observed. Furthermore, considering the medicines obtained in SUS and by out-of-pocket, the presence of obese in households increased the total spending on medicines by 18 per cent . Conclusion: The availability of ultra-processed products is one of the determinants of obesity and one of the financial consequences of this disease is the larger spending on medicines, resulting in negative impact to the household budget and to the public health system
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Farinha de trigo: consumo da população brasileira e sua implicação na ingestão de ferro e ácido fólico / Wheat flour: consumption of the Brazilian population and its implication in the intake of iron and folic acidNeves, Letícia Corassa 15 September 2017 (has links)
A deficiência de micronutrientes é um problema a ser enfrentado mundialmente. O ferro é um mineral essencial para a homeostase celular, importante no transporte de oxigênio, na síntese de DNA e no metabolismo energético. O ácido fólico é uma vitamina essencial para a síntese dos ácidos nucléicos sendo muito importante na gravidez. Para prevenir a deficiência de ferro e ácido fólico no Brasil, em 2002, o Ministério da Saúde - MS, por meio da RDC No344, determinou a fortificação mandatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico. O objetivo do estudo foi avaliar o consumo de alimentos elaborados à base de farinha de trigo a fim de identificar qual a contribuição desses alimentos para a ingestão de ferro e ácido fólico, além de identificar qual o consumo desses micronutrientes pela população, relacionando os aspectos demográficos e socioeconômicos. Utilizou-se como base de dados as informações do bloco consumo alimentar da POF 2008-2009, realizada pelo IBGE, envolvendo 34.003 indivíduos com idade de 10 anos ou mais. A média da ingestão diária de ferro da população brasileira foi 11,62mg e para o folato 278,07μg. O maior consumo (médio) de ferro (12,43mg) foi encontrado na dieta da população dos estados do sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro) e o menor valor, 10,77mg, na região Nordeste. O maior valor de folato (308,22μg) foi observado para Região Sudeste (excetuando-se o estado de São Paulo) e o menor valor (36,96μg), foi identificado para a região Norte. Quando se considera a ingestão de acordo com os estratos etários, o menor consumo de ferro e ácido fólico foi identificado entre os indivíduos mais velhos (71 anos ou mais). Comparando o consumo de ácido fólico e ferro entre os beneficiários e não beneficiários do PBF, são notados valores menores para beneficiários do PBF. Observa-se que o ferro proveniente da farinha de trigo representa uma média de 16,87% do total de ferro consumido pela população por meio da dieta alimentar nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste (exceto São Paulo) e Centro-Oeste, já o ácido fólico proveniente da farinha de trigo, representa uma média de 25,33% do total de ferro consumido pela população por meio da dieta alimentar nas regiões citadas acima. No Estado de São Paulo, a participação da farinha de trigo no total do consumo de ferro e ácido fólico é maior, contribuindo com 24,44% e 37,51%, respectivamente. Esses resultados mostram que a estratégia de fortificação mandatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico deve ser avaliada com cautela considerando a variação do consumo dos indivíduos em função dos níveis socioeconômicos, idade, sexo e, principalmente, entre regiões do Brasil. Mesmo após a determinação de novos parâmetros para a fortificação, há a necessidade do monitoramento constante por parte do MS a fim acompanhar a efetividade do programa para evitar que parte da população esteja consumindo ferro e ácido fólico em excesso. / Micronutrient deficiency is a problem to be faced worldwide. Iron is an essential mineral for cellular homeostasis, important to oxygen transport, DNA synthesis and energy metabolism. Folic acid is an essential vitamin for a nucleic acid symptom being very important in pregnancy. To prevent a deficiency of iron and folic acid in Brazil, in 2002, the Ministry of Health, through RDC No344, determined the mandatory fortification of wheat and corn flours with iron and folic acid. The objective of the study was to evaluate the consumption of processed wheat flour foods in order to identify the participation of these foods in the intake of iron and folic acid, as well as to identify the consumption of these micronutrients by the population, relating the demographic and socioeconomic variables. Data from the Food Consumption Block of the Household Budget Survey (POF 2008-2009), carried out by the IBGE, involving 34.003 individuals, with at least 10 years-old. The average daily iron intake was 11.62mg and for folate, the mean daily ingested value was 278.07μg. The highest iron intake (12.43mg) was found in the diet of the population of the southeastern states (Minas Gerais, Espírito Santo and Rio de Janeiro) and the lowest value, 10.77mg, in the Northeast region. The highest value of folate (308.22μg) was observed for the Southeast Region (except for the state of São Paulo) and the lowest value (36.96μg) was identified for the North region. When intake is considered according to age groups, the lowest intake of iron and folic acid was identified among older individuals (71 years or older). Comparing the consumption of folic acid and iron among the beneficiaries and non-beneficiaries of the PBF, smaller values are noticed for beneficiaries of the PBF. It is observed that iron from wheat flour represents an average of 16.87% of the total iron consumed by the population through the diet in the North, Northeast, South, Southeast (except São Paulo) and Central-West regions, while folic acid from wheat flour represents an average of 25.33% of the total iron consumed by the population through the diet in the regions mentioned above. In the State of São Paulo, the share of wheat flour in total consumption of iron and folic acid is higher, contributing 24.44% and 37.51%, respectivelyThese results show that the mandatory fortification strategy of wheat and corn flours with folic acid may lead to an excessive intake of iron by certain groups of the population. Even after determining new parameters for fortification, there is a need for constant monitoring by the MS in order to monitor the effectiveness of the program to avoid that part of the population is consuming iron and excess folic acid.
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A obesidade nos domicílios brasileiros: um estudo sobre determinantes alimentares e consequências financeiras baseado na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 / Obesity in Brazilian households: a study about dietary determinants and financial consequences based on Household Budget Survey 2008-2009Daniela Silva Canella 29 May 2014 (has links)
Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública com múltiplos determinantes e consequências. Objetivos: 1) Analisar a relação entre a disponibilidade domiciliar de produtos alimentícios processados e ultraprocessados e a prevalência de excesso de peso e obesidade; 2) Descrever o gasto familiar privado com saúde, segundo a presença de indivíduos obesos nos domicílios; e 3) Estimar a influência da presença de indivíduos obesos nos domicílios sobre o gasto total com medicamentos (obtidos nos setores privado e público). Métodos: Tese composta por três manuscritos baseados em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O primeiro manuscrito utilizou os 550 estratos amostrais da POF como unidade de análise e modelos de regressão linear para avaliar a relação entre a disponibilidade calórica domiciliar de produtos processados e ultraprocessados e a prevalência de excesso de peso e de obesidade, ajustados para variáveis de confusão. Ainda, foram estimados os valores preditos dos desfechos, segundo quartos de disponibilidade de produtos ultraprocessados. Os demais manuscritos consideraram os 55.970 domicílios como unidade de análise. O segundo manuscrito descreveu a distribuição do gasto privado mensal com saúde, considerando o gasto com medicamentos e com assistência à saúde, segundo a presença de obesos nos domicílios. O terceiro analisou a influência da obesidade sobre o gasto mensal per capita com medicamentos, obtidos nos setores privado e público, por meio de modelo de duas partes (two-part model), com ajuste para variáveis de confusão. Resultados: Com relação aos determinantes alimentares, verificou-se que a disponibilidade de produtos ultraprocessados, mas não a de processados, foi positivamente associada com a prevalência de excesso de peso e obesidade. No quarto superior de disponibilidade de ultraprocessados a prevalência de obesidade foi 37 por cento superior à do quarto inferior. No que tange as consequências financeiras, verificou-se que, na presença de obesos no domicílio, o gasto privado com medicamentos total e específico para doenças crônicas foi maior, o mesmo não sendo observado para a assistência à saúde. Ainda, considerando os medicamentos obtidos por desembolso direto e no SUS, a presença de obesos nos domicílios resultou em um gasto com medicamentos 18 por cento superior. Conclusões: A disponibilidade de produtos ultraprocessados é um dos determinantes alimentares da obesidade, que tem como uma de suas consequências financeiras o maior gasto com medicamentos resultando em impacto negativo para o orçamento familiar e para o SUS. / Introduction: Obesity is a public health problem with multiple determinants and consequences. Objectives: 1) To analyze the relationship between household availability of processed and ultra-processed products and the prevalence of excess weight and obesity; 2) To describe the private spending on health, according to the presence of obese individuals in households; and 3) To estimate the influence of the presence of obese individuals in households over the total spending on medicines (obtained in the public and private sectors). Methods: Thesis comprising three manuscripts based on data from the Brazilian Household Budget Survey (HBS) 2008-2009. The first manuscript used the 550 sampling strata of HBS as the unit of study and linear regression models to evaluate the relationship between household caloric availability of processed and ultra-processed products and the prevalence of excess weight and obesity in the stratum, adjusted for confounding variables. Furthermore, predictive values of outcomes were estimated according to quartiles of the household caloric share from ultra-processed products. The other manuscripts considered the 55,970 households as the unit of study. The second manuscript described the distribution of private spending on health, considering the spending on medicines and healthcare, according to the presence of obese individuals in households. The third manuscript analyzed the influence of obesity on the household spending on medicines, obtained in the private and public sectors, using two-part models controlling for potential confounders. Results: Relative to the dietary determinants, we verified that the availability of ultra-processed products, but not of the processed, was positively associated with both outcomes studied. Moreover, the prevalence of obesity was 37 per cent higher in the upper quartile of availability of ultra-processed products, compared with the lower quartile. In relation to the financial consequences, we verified that the presence of obese individuals in households resulted in higher total private spending on medicines and on medicines for non-communicable diseases, but for healthcare this was not observed. Furthermore, considering the medicines obtained in SUS and by out-of-pocket, the presence of obese in households increased the total spending on medicines by 18 per cent . Conclusion: The availability of ultra-processed products is one of the determinants of obesity and one of the financial consequences of this disease is the larger spending on medicines, resulting in negative impact to the household budget and to the public health system
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Farinha de trigo: consumo da população brasileira e sua implicação na ingestão de ferro e ácido fólico / Wheat flour: consumption of the Brazilian population and its implication in the intake of iron and folic acidLetícia Corassa Neves 15 September 2017 (has links)
A deficiência de micronutrientes é um problema a ser enfrentado mundialmente. O ferro é um mineral essencial para a homeostase celular, importante no transporte de oxigênio, na síntese de DNA e no metabolismo energético. O ácido fólico é uma vitamina essencial para a síntese dos ácidos nucléicos sendo muito importante na gravidez. Para prevenir a deficiência de ferro e ácido fólico no Brasil, em 2002, o Ministério da Saúde - MS, por meio da RDC No344, determinou a fortificação mandatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico. O objetivo do estudo foi avaliar o consumo de alimentos elaborados à base de farinha de trigo a fim de identificar qual a contribuição desses alimentos para a ingestão de ferro e ácido fólico, além de identificar qual o consumo desses micronutrientes pela população, relacionando os aspectos demográficos e socioeconômicos. Utilizou-se como base de dados as informações do bloco consumo alimentar da POF 2008-2009, realizada pelo IBGE, envolvendo 34.003 indivíduos com idade de 10 anos ou mais. A média da ingestão diária de ferro da população brasileira foi 11,62mg e para o folato 278,07μg. O maior consumo (médio) de ferro (12,43mg) foi encontrado na dieta da população dos estados do sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro) e o menor valor, 10,77mg, na região Nordeste. O maior valor de folato (308,22μg) foi observado para Região Sudeste (excetuando-se o estado de São Paulo) e o menor valor (36,96μg), foi identificado para a região Norte. Quando se considera a ingestão de acordo com os estratos etários, o menor consumo de ferro e ácido fólico foi identificado entre os indivíduos mais velhos (71 anos ou mais). Comparando o consumo de ácido fólico e ferro entre os beneficiários e não beneficiários do PBF, são notados valores menores para beneficiários do PBF. Observa-se que o ferro proveniente da farinha de trigo representa uma média de 16,87% do total de ferro consumido pela população por meio da dieta alimentar nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste (exceto São Paulo) e Centro-Oeste, já o ácido fólico proveniente da farinha de trigo, representa uma média de 25,33% do total de ferro consumido pela população por meio da dieta alimentar nas regiões citadas acima. No Estado de São Paulo, a participação da farinha de trigo no total do consumo de ferro e ácido fólico é maior, contribuindo com 24,44% e 37,51%, respectivamente. Esses resultados mostram que a estratégia de fortificação mandatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico deve ser avaliada com cautela considerando a variação do consumo dos indivíduos em função dos níveis socioeconômicos, idade, sexo e, principalmente, entre regiões do Brasil. Mesmo após a determinação de novos parâmetros para a fortificação, há a necessidade do monitoramento constante por parte do MS a fim acompanhar a efetividade do programa para evitar que parte da população esteja consumindo ferro e ácido fólico em excesso. / Micronutrient deficiency is a problem to be faced worldwide. Iron is an essential mineral for cellular homeostasis, important to oxygen transport, DNA synthesis and energy metabolism. Folic acid is an essential vitamin for a nucleic acid symptom being very important in pregnancy. To prevent a deficiency of iron and folic acid in Brazil, in 2002, the Ministry of Health, through RDC No344, determined the mandatory fortification of wheat and corn flours with iron and folic acid. The objective of the study was to evaluate the consumption of processed wheat flour foods in order to identify the participation of these foods in the intake of iron and folic acid, as well as to identify the consumption of these micronutrients by the population, relating the demographic and socioeconomic variables. Data from the Food Consumption Block of the Household Budget Survey (POF 2008-2009), carried out by the IBGE, involving 34.003 individuals, with at least 10 years-old. The average daily iron intake was 11.62mg and for folate, the mean daily ingested value was 278.07μg. The highest iron intake (12.43mg) was found in the diet of the population of the southeastern states (Minas Gerais, Espírito Santo and Rio de Janeiro) and the lowest value, 10.77mg, in the Northeast region. The highest value of folate (308.22μg) was observed for the Southeast Region (except for the state of São Paulo) and the lowest value (36.96μg) was identified for the North region. When intake is considered according to age groups, the lowest intake of iron and folic acid was identified among older individuals (71 years or older). Comparing the consumption of folic acid and iron among the beneficiaries and non-beneficiaries of the PBF, smaller values are noticed for beneficiaries of the PBF. It is observed that iron from wheat flour represents an average of 16.87% of the total iron consumed by the population through the diet in the North, Northeast, South, Southeast (except São Paulo) and Central-West regions, while folic acid from wheat flour represents an average of 25.33% of the total iron consumed by the population through the diet in the regions mentioned above. In the State of São Paulo, the share of wheat flour in total consumption of iron and folic acid is higher, contributing 24.44% and 37.51%, respectivelyThese results show that the mandatory fortification strategy of wheat and corn flours with folic acid may lead to an excessive intake of iron by certain groups of the population. Even after determining new parameters for fortification, there is a need for constant monitoring by the MS in order to monitor the effectiveness of the program to avoid that part of the population is consuming iron and excess folic acid.
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Alimentos fortificados com ferro na alimentação brasileira e perspectivas para o controle da anemia ferropriva / Foods fortified with iron in Brazilian diet and perspectives to control iron deficiency anemiaLigia Lopes Simões Baptista 01 October 2010 (has links)
A anemia ferropriva no Brasil é o problema carencial de maior magnitude tendo como principal fator a insuficiência de alimentos fontes de ferro na dieta. O objetivo deste estudo foi analisar, por meio de um exercício teórico, a capacidade da alimentação atender à recomendação e necessidade de ferro levando em consideração a legislação para fortificação das farinhas de trigo e de milho com o mineral vigente no Brasil desde junho de 2004. Para esse exercício foram utilizados os dados secundários referidos em relação à aquisição alimentar domiciliar pela população brasileira na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003, destacando as macrorregiões e, entre as classes de rendimento, exclusivamente os dados referentes às famílias com rendimento mensal inferior a dois salários mínimos. Os valores encontrados foram organizados para estimar a disponibilidade e biodisponibilidade do ferro na alimentação adquirida e realizar o cálculo da densidade de ferro e densidade de ferro biodisponível. A partir da aquisição alimentar domiciliar verificou-se um valor calórico diário insuficiente para atender à necessidade energética. Verificou-se que o baixo teor de ferro proveniente dos alimentos naturalmente fontes do mineral feijão e carnes foi acrescido em 45% com o ferro dos alimentos derivados das farinhas de trigo e de milho fortificadas. Entre as famílias com renda mensal inferior a dois salários mínimos o aumento foi de 40%. Mesmo com a fortificação, a quantidade de ferro veiculada pela alimentação nacional está longe de atingir a recomendação de 14mg Fe/dia. O valor encontrado atende a recomendação marcial para o homem, mas representa apenas 55% do recomendado para a mulher. A densidade do ferro biodisponível de 0,360mg/1000 Kcal também não atendeu à necessidade diária do homem (1,0 mg/dia) e muito menos da mulher (2,2 mg/dia). A elevada prevalência com que essa deficiência ocorre, justificada pelo baixo consumo do mineral, acarreta à Saúde Pública elevados custos diretos e indiretos. A fortificação das farinhas com ferro é uma medida destinada a grandes segmentos populacionais e visa principalmente à prevenção e controle da deficiência marcial. / The iron deficiency anemia in Brazil is a fundamental problem of greater magnitude, and its main factor is that in the Brazilian diet there is insufficient use of foods that provide sources of iron. The objective of this piece of work is, by means of a theoretical work, to analyze if the diet is able to meet the recommendation / need of iron taking into account the legislation of fortification of wheat flour and corn with the current mineral in Brazil since June, 2004. For this matter, secondary data referring the domestic food acquisition by the Brazilian population in the \"Pesquisa de Orçamentos Familiares\" household budget survey 2002 / 2003 were used, focusing on the biggest regions and the income classes, especially the ones with monthly income inferior to two minimal salaries. The values found were organized to estimate the availability and the bioavailability of iron in the diet and to calculate the density of iron and of bioavailable iron. Based on the domestic food acquisition, a caloric value, which was insufficient to meet the needs of energy consumption, was observed. It was also noticed that the low amount of iron coming from foods naturally found in beans and meat was increased by 45% with the iron derived from fortified wheat flour and corn. Among families whose income was inferior to two minimal salaries, the increase was 40%. Even with the fortification, the quantity of iron available in the usual diet of the country is far behind the recommended 14mg per day. The amount meets the recommended for male, but it only adds up to 55% of what is recommended for the females. The density of boiavailable iron, which was 0.360 mg / 1000kcal, was also unable to meet the daily need of a male (1.0mg per day) and most notably of a female (2.2mg per day). The high prevalence that this deficiency happens, justify by the low consumption of this mineral, brings very high direct and indirect expenses to the Brazilian Department of Public Health Public. The fortification of flour with iron is a measure destined to great population segments and is aimed specifically at the prevention and control of martial deficiency.
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Alimentos fortificados com ferro na alimentação brasileira e perspectivas para o controle da anemia ferropriva / Foods fortified with iron in Brazilian diet and perspectives to control iron deficiency anemiaBaptista, Ligia Lopes Simões 01 October 2010 (has links)
A anemia ferropriva no Brasil é o problema carencial de maior magnitude tendo como principal fator a insuficiência de alimentos fontes de ferro na dieta. O objetivo deste estudo foi analisar, por meio de um exercício teórico, a capacidade da alimentação atender à recomendação e necessidade de ferro levando em consideração a legislação para fortificação das farinhas de trigo e de milho com o mineral vigente no Brasil desde junho de 2004. Para esse exercício foram utilizados os dados secundários referidos em relação à aquisição alimentar domiciliar pela população brasileira na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003, destacando as macrorregiões e, entre as classes de rendimento, exclusivamente os dados referentes às famílias com rendimento mensal inferior a dois salários mínimos. Os valores encontrados foram organizados para estimar a disponibilidade e biodisponibilidade do ferro na alimentação adquirida e realizar o cálculo da densidade de ferro e densidade de ferro biodisponível. A partir da aquisição alimentar domiciliar verificou-se um valor calórico diário insuficiente para atender à necessidade energética. Verificou-se que o baixo teor de ferro proveniente dos alimentos naturalmente fontes do mineral feijão e carnes foi acrescido em 45% com o ferro dos alimentos derivados das farinhas de trigo e de milho fortificadas. Entre as famílias com renda mensal inferior a dois salários mínimos o aumento foi de 40%. Mesmo com a fortificação, a quantidade de ferro veiculada pela alimentação nacional está longe de atingir a recomendação de 14mg Fe/dia. O valor encontrado atende a recomendação marcial para o homem, mas representa apenas 55% do recomendado para a mulher. A densidade do ferro biodisponível de 0,360mg/1000 Kcal também não atendeu à necessidade diária do homem (1,0 mg/dia) e muito menos da mulher (2,2 mg/dia). A elevada prevalência com que essa deficiência ocorre, justificada pelo baixo consumo do mineral, acarreta à Saúde Pública elevados custos diretos e indiretos. A fortificação das farinhas com ferro é uma medida destinada a grandes segmentos populacionais e visa principalmente à prevenção e controle da deficiência marcial. / The iron deficiency anemia in Brazil is a fundamental problem of greater magnitude, and its main factor is that in the Brazilian diet there is insufficient use of foods that provide sources of iron. The objective of this piece of work is, by means of a theoretical work, to analyze if the diet is able to meet the recommendation / need of iron taking into account the legislation of fortification of wheat flour and corn with the current mineral in Brazil since June, 2004. For this matter, secondary data referring the domestic food acquisition by the Brazilian population in the \"Pesquisa de Orçamentos Familiares\" household budget survey 2002 / 2003 were used, focusing on the biggest regions and the income classes, especially the ones with monthly income inferior to two minimal salaries. The values found were organized to estimate the availability and the bioavailability of iron in the diet and to calculate the density of iron and of bioavailable iron. Based on the domestic food acquisition, a caloric value, which was insufficient to meet the needs of energy consumption, was observed. It was also noticed that the low amount of iron coming from foods naturally found in beans and meat was increased by 45% with the iron derived from fortified wheat flour and corn. Among families whose income was inferior to two minimal salaries, the increase was 40%. Even with the fortification, the quantity of iron available in the usual diet of the country is far behind the recommended 14mg per day. The amount meets the recommended for male, but it only adds up to 55% of what is recommended for the females. The density of boiavailable iron, which was 0.360 mg / 1000kcal, was also unable to meet the daily need of a male (1.0mg per day) and most notably of a female (2.2mg per day). The high prevalence that this deficiency happens, justify by the low consumption of this mineral, brings very high direct and indirect expenses to the Brazilian Department of Public Health Public. The fortification of flour with iron is a measure destined to great population segments and is aimed specifically at the prevention and control of martial deficiency.
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Alimentação fora do domicílio no Brasil e sua associação com obesidade: pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003 / Food away from home in Brazil and its association with obesity: family budget survey 2002-2003Ilana Nogueira Bezerra 06 March 2009 (has links)
Universidade de Fortaleza / A alimentação fora do domicílio tem aumentado em muitos países, inclusive no Brasil, e esse hábito tem sido associado com o aumento da obesidade em países desenvolvidos. O objetivo desse trabalho é caracterizar a alimentação fora do domicílio na população brasileira e avaliar sua associação com a obesidade.
Utilizou-se os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram incluídos na análise todos os indivíduos acima de 10 anos (N=146.525). Estimou-se as frequências de consumo de alimentos fora do domicílio segundo idade, gênero, nível de escolaridade, renda mensal familiar per capita, situação do domicílio (urbana/rural) e localização do domicílio (município da capital do estado ou outro). O consumo de alimentos fora do domicílio foi definido como a aquisição de, pelo menos, um tipo de alimento para consumo fora de casa no período de sete dias.
Foram também estimadas as frequências do consumo de nove grupos de alimentos (bebidas alcoólicas, refrigerantes, biscoitos, frutas, doces, leite e derivados, refeições, fast foods e salgadinhos), segundo idade, gênero, renda mensal familiar
per capita e situação do domicílio. Uma segunda análise avaliou a associação entre consumo fora de casa e obrepeso/obesidade dos indivíduos entre 25 e 65 anos de idade residentes em domicílios situados na área urbana (N=56.178). A prevalência
de consumo fora do domicílio foi de 35%, sendo maior para os adultos jovens, do gênero masculino, com maior nível de escolaridade e de renda mensal familiar per capita, residentes em domicílios situados na área urbana e no município da capital.
O grupo dos refrigerantes entre os demais itens alimentares foi o que apresentou maior frequência de consumo fora de casa no Brasil. O consumo de alimentos fora de casa foi positivamente associado com sobrepeso e obesidade somente em homens. O consumo de refeições e de refrigerantes fora do domicílio apresentou maior associação com sobrepeso e obesidade entre os homens, no entanto apresentou associação negativa entre as mulheres. Os gastos com refeições consumidas fora do domicílio foram em média quase três vezes maiores do que os
gastos com o consumo de fast-foods. Em conclusão, a idade, o gênero, a escolaridade, a renda e o local de moradia influenciam o consumo de alimentos fora do domicílio, fatores a serem incorporados nas políticas públicas de alimentação saudável. Particularmente os homens parecem fazer escolhas alimentares menos saudáveis quando se alimentam fora do domicílio. / Out-of-home eating has increased in many countries, including Brazil, and this habit has been associated with the increase of obesity in developed countries. The aim of this study is to characterize the out-of-home eating in the Brazilian population
and to assess its association with obesity. We used data from the 2002-2003 Household Budget Survey (HBS), carried out by The Brazilian Census Bureau. All individuals over 10 years old (N = 146,525) were included in the analysis. The frequency of out-of-home eating was estimated according to age, gender,
educational level, per-capita household income, and household area location urban/rural and state capital city/other). Out-of-home eating was defined as the purchase of, at least, one type of food for consumption away from home in a 7-day
period. The frequency of consumption of nine food groups (alcoholic beverages, soft drinks, cookies, fruits, sweets, dairy products, sit-down meals, fast foods and deepfried snacks) was also estimated according to age, gender, per-capita household
income and household area location. A secondary analysis evaluated the association between out-of-home eating and overweight/obesity among individuals between 25 and 65 years old, living in urban area of Brazil (N = 56,178). The prevalence of outof-home consumption was 35%, being higher among young adults, male, those with the highest educational level, highest per-capita household income, living in urban areas, and in the capital city of the state. Soft drinks group, compared to the other food items, presented the highest frequency of out-of-home consumption in Brazil. Out-of-home consumption was positively associated with overweight and obesity only
among men. The consumption of soft drinks and sit-down meals away from home showed the greatest association with overweight and obesity among men, however it showed a negative association among women. The expenditures on sit- down meals were, in average, almost three times as high as the expenditures on fast foods. In conclusion, age, gender, schooling, income and household location influenced the out-of-home consumption. These factors should be incorporated in public policies for healthy eating. Particularly, men seem to make less healthy food choices when they
eat out of home.
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Alimentação fora do domicílio no Brasil e sua associação com obesidade: pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003 / Food away from home in Brazil and its association with obesity: family budget survey 2002-2003Ilana Nogueira Bezerra 06 March 2009 (has links)
Universidade de Fortaleza / A alimentação fora do domicílio tem aumentado em muitos países, inclusive no Brasil, e esse hábito tem sido associado com o aumento da obesidade em países desenvolvidos. O objetivo desse trabalho é caracterizar a alimentação fora do domicílio na população brasileira e avaliar sua associação com a obesidade.
Utilizou-se os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram incluídos na análise todos os indivíduos acima de 10 anos (N=146.525). Estimou-se as frequências de consumo de alimentos fora do domicílio segundo idade, gênero, nível de escolaridade, renda mensal familiar per capita, situação do domicílio (urbana/rural) e localização do domicílio (município da capital do estado ou outro). O consumo de alimentos fora do domicílio foi definido como a aquisição de, pelo menos, um tipo de alimento para consumo fora de casa no período de sete dias.
Foram também estimadas as frequências do consumo de nove grupos de alimentos (bebidas alcoólicas, refrigerantes, biscoitos, frutas, doces, leite e derivados, refeições, fast foods e salgadinhos), segundo idade, gênero, renda mensal familiar
per capita e situação do domicílio. Uma segunda análise avaliou a associação entre consumo fora de casa e obrepeso/obesidade dos indivíduos entre 25 e 65 anos de idade residentes em domicílios situados na área urbana (N=56.178). A prevalência
de consumo fora do domicílio foi de 35%, sendo maior para os adultos jovens, do gênero masculino, com maior nível de escolaridade e de renda mensal familiar per capita, residentes em domicílios situados na área urbana e no município da capital.
O grupo dos refrigerantes entre os demais itens alimentares foi o que apresentou maior frequência de consumo fora de casa no Brasil. O consumo de alimentos fora de casa foi positivamente associado com sobrepeso e obesidade somente em homens. O consumo de refeições e de refrigerantes fora do domicílio apresentou maior associação com sobrepeso e obesidade entre os homens, no entanto apresentou associação negativa entre as mulheres. Os gastos com refeições consumidas fora do domicílio foram em média quase três vezes maiores do que os
gastos com o consumo de fast-foods. Em conclusão, a idade, o gênero, a escolaridade, a renda e o local de moradia influenciam o consumo de alimentos fora do domicílio, fatores a serem incorporados nas políticas públicas de alimentação saudável. Particularmente os homens parecem fazer escolhas alimentares menos saudáveis quando se alimentam fora do domicílio. / Out-of-home eating has increased in many countries, including Brazil, and this habit has been associated with the increase of obesity in developed countries. The aim of this study is to characterize the out-of-home eating in the Brazilian population
and to assess its association with obesity. We used data from the 2002-2003 Household Budget Survey (HBS), carried out by The Brazilian Census Bureau. All individuals over 10 years old (N = 146,525) were included in the analysis. The frequency of out-of-home eating was estimated according to age, gender,
educational level, per-capita household income, and household area location urban/rural and state capital city/other). Out-of-home eating was defined as the purchase of, at least, one type of food for consumption away from home in a 7-day
period. The frequency of consumption of nine food groups (alcoholic beverages, soft drinks, cookies, fruits, sweets, dairy products, sit-down meals, fast foods and deepfried snacks) was also estimated according to age, gender, per-capita household
income and household area location. A secondary analysis evaluated the association between out-of-home eating and overweight/obesity among individuals between 25 and 65 years old, living in urban area of Brazil (N = 56,178). The prevalence of outof-home consumption was 35%, being higher among young adults, male, those with the highest educational level, highest per-capita household income, living in urban areas, and in the capital city of the state. Soft drinks group, compared to the other food items, presented the highest frequency of out-of-home consumption in Brazil. Out-of-home consumption was positively associated with overweight and obesity only
among men. The consumption of soft drinks and sit-down meals away from home showed the greatest association with overweight and obesity among men, however it showed a negative association among women. The expenditures on sit- down meals were, in average, almost three times as high as the expenditures on fast foods. In conclusion, age, gender, schooling, income and household location influenced the out-of-home consumption. These factors should be incorporated in public policies for healthy eating. Particularly, men seem to make less healthy food choices when they
eat out of home.
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Influência dos supermercados na disponibilidade e preço de alimentos ultraprocessados consumidos no Brasil / The influence of the supermarkets on the availability and price of ultra-processed food and drink products consumed in Brazil.Machado, Priscila Pereira 04 July 2016 (has links)
Introdução: As vendas e o consumo de alimentos ultraprocessados têm crescido em paralelo aos níveis de obesidade e com mudanças na forma de distribuição de alimentos. No entanto, não há consenso na literatura sobre como o local de compra e o preço praticado influenciam o consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente com a ascensão das grandes redes de supermercados. Objetivo: Avaliar a influência dos supermercados na aquisição de alimentos ultraprocessados no Brasil. Métodos: Dados de aquisição de alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 (IBGE) em uma amostra probabilística de 55.970 domicílios. Os alimentos foram classificados em quatro grupos considerando a extensão e o propósito do processamento industrial. Os locais de aquisição foram categorizados em nove grupos, segundo características físicas e natureza dos produtos disponíveis. Estimou-se a participação calórica relativa dos diferentes locais de aquisição de alimentos para o total da dieta, segundo distribuição regional e socioeconômica, para cada um dos quatro grupos de alimentos e segundo quintos de participação de alimentos ultraprocessados. Análise fatorial exploratória foi conduzida para identificar padrão de locais de aquisição, cujo escore foi utilizado em modelo de regressão linear para associação com o consumo de alimentos ultraprocessados. Foram calculadas as participações calóricas de grupos e subgrupos, seus respectivos preços médios (R$/1.000 kcal) e preços relativos (preço médio de ultraprocessados divido peço preço médio dos demais componentes da dieta) em supermercados e outros locais. A influência do preço de alimentos ultraprocessados nas aquisições realizadas em supermercados foi analisada por modelo de regressão log-linear com estimação de coeficientes de elasticidade. Resultados: Os supermercados contribuíram com 59 por cento das calorias adquiridas e foram o principal local de compra de três grupos de alimentos. Das calorias disponíveis de alimentos ultraprocessados, 60,4 por cento provinham de supermercados. As maiores aquisições calóricas de alimentos em supermercados foram feitas nas áreas urbanas do país e por aqueles que se encontravam nos maiores quintos de renda per capita. A participação de compras em supermercados tendeu a aumentar nos domicílios com maior aquisição de alimentos ultraprocessados. A maior adesão ao padrão de locais de aquisição negativo para supermercados, padarias e bares/lanchonetes/restaurantes e positivo para os demais formatos tradicionais de varejo foi relacionada com a menor participação de alimentos ultraprocessados na dieta. A importância dos alimentos ultraprocessados nas aquisições realizadas em supermercados foi 25 por cento maior que em outros locais de aquisição, enquanto seu preço relativo foi 15 por cento menor em supermercados. O aumento em 1 por cento no preço de alimentos ultraprocessados leva a uma redução de 0,61 por cento nas aquisições calóricas de ultraprocessados em supermercados. A conveniência, expressa pela aquisição de diversos produtos no mesmo local, apresentou =1,83 (p<0,001), indicando que este efeito atua de forma significativa para a aquisição de alimentos ultraprocessados em supermercados. Conclusão: Políticas públicas e intervenções com o objetivo de diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados devem considerar a influência da concentração das vendas em supermercados e a precificação no setor, buscando melhorar o ambiente no varejo e a democratização dos sistemas de comercialização. / Introduction: Sales and consumption of ultra-processed products have risen in parallel with the global increase in obesity and the replacement of traditional food stores by supermarkets. However, there is no consensus in the literature about how food purchasing sites influence the consumption of ultra-processed products, especially with the rise in the existence of large supermarket chains. Objective: To evaluate the influence of supermarkets on the acquisition of ultra-processed foods and drink products in Brazil. Methods: We analyzed data from the national representative 2008-2009 Household Budget Survey on a probabilistic sample of 55,970 households. Foods and drinks were grouped into four groups according to a food classification based on the extent and purpose of food processing. Food purchasing sites were grouped into nine categories according to physical characteristics and nature of the main products available. We calculated the percentual contribution of each food purchasing site category to the total caloric acquisition, according to the regional and socioeconomic characteristics, to the total caloric acquisition of each food group and according to quintiles of consumption of ultra-processed products. Exploratory factorial analysis was conducted to identify a pattern of food purchasing sites in Brazil. Linear regression model was performed to estimate the relationship between the purchasing pattern and the caloric contribution of ultra-processed products to the diet. We obtained the mean cost of ultra-processed and of all other foods, expressed in R$/1,000 kcal, and the relative prices (by dividing the mean cost of ultra-processed products by the mean cost of the rest of the diet) in supermarkets and other sites. The influence of ultra-processed food prices on purchases made in supermarkets was studied using log-linear regression analysis, to estimate price elasticity coefficients. Results: Supermarkets contributed with 59 per cent of calories acquired and they accounted for most of the acquisition of the three food groups. Further, 60.4 per cent of the calories of ultra-processed products available for consumption in households came from supermarkets. The greatest number of ultra-processed food purchases was made in urban regions in the country and by those who were in the higher income quintile. The purchase participation of supermarkets tended to increase with increased consumption of ultra-processed products. The food purchase sites pattern that was negative for purchasing in supermarkets, bakeries and bars/cafeterias/restaurants and positive for the other traditional retail formats was associated with smaller participation of ultra-processed products in the diet. The caloric share of ultra-processed products in supermarkets was 25 per cent higher in comparison to other sites, whereas their price relative to the rest of the diet was 15 per cent lower. An 1 per cent increase in the price of ultra-processed products led to a 0.61 per cent reduction on the purchases in the supermarket. The elasticity of convenience, expressed by the acquisition of several products in the same place, showed =1.83 (p<0.001), indicating a significantly effect of this variable to the acquisition of ultra-processed products in supermarket. Conclusions: Food policies and interventions aiming to reduce the consumption of ultra-processed products should consider the influence of concentration of purchases in supermarkets, seeking to improve the retail environment and the democratization of the food supply system.
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Evolução dos preços relativos e da estrutura de gastos com alimentos no município de São Paulo: uma aplicação do banco de dados do IPC-FIPE de 1939 a 2010 / Evolution of relative price of food and structure of food spending in the city of São Paulo: an application of IPC-FIPE´s database from 1939 to 2010Yuba, Tania Yuka 03 November 2011 (has links)
Introdução: A análise das principais tendências sobre consumo de alimentos tem apontado para a diminuição do consumo de alimentos in natura e o aumento do consumo de produtos industrializados. Este padrão de consumo pode levar à deficiências nutricionais e propiciar o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, dislipidemias e hipertensão. Os hábitos de consumo alimentar são afetados por uma grande variedade de fatores em que se destacam os econômicos, como preços relativos de alimentos e renda da população. Analisar a evolução dos preços relativos pode nos fornecer subsídios que possibilitam visualizar as tendências da relação entre os grupos alimentares. Objetivos: Analisar a evolução dos preços relativos dos grupos de alimentos a partir da elaboração dos números-índices dos preços relativos para o período de 1939 a 2010 com a utilização do banco de dados do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC/FIPE). Metodologia: Para analisar a evolução dos preços relativos, foram utilizados o banco de preços da FIPE e as estruturas de ponderação da FIPE (1939-1988) e do IBGE (1989-2010), desagregadas por classe de renda a partir de 1972. O banco de preços foi organizado, sua consistência foi testada e os preços foram deflacionados pelo IPC/FIPE. Os preços relativos foram calculados e depois agregados por grupo alimentar. Por fim, o índice de preços foi calculado por duas fórmulas: Laspeyres e Konüs-Byushgens. Resultados: Comparou-se o índice geral da alimentação com os índices de cada grupo alimentar, e é possível notar que os grupos de gorduras, óleos, condimentos, açúcares e alimentos processados tiveram um seguimento de queda, por outro lado o índice dos alimentos in natura como frutas e verduras tiveram um ligeiro aumento. Os grupos de cereais, farinhas e massas e os grupos de carnes, leite e ovos tiveram uma tendência mais estável. Conclusão: A evolução dos preços relativos dos alimentos indica uma tendência desfavorável para uma alimentação saudável. / Introduction: Analyses of major trends on food consumption point out decreasing fresh food consumption and increasing processed food consumption. Processed food may cause nutritional deficiencies and ease onset of chronic non communicable diseases such as obesity, dyslipidemia and hypertension. Food consumption habits are affected by many factors, and the ones that stand out are the economic factors such as food relative price and population income. Studying the evolution of relative price may give us support to visualize the relationship trends among food groups. Objectives: Analyze the evolution of relative price of food groups by calculating the index-numbers of relative prices from 1939 to 2010 using the Consumer Price Index database from the Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Institute for Economic Research Foundation) (IPC/FIPE). Methodology: To analyze the evolution of relative price, we used FIPE´s price database and also the weight structure from FIPE (1939-1988) and from IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) (1989-2010), which were separated by income class since 1972. Price database was arranged, it´s consistency was tested and prices were deflated by IPC/FIPE. Relative prices were calculated and then associated by food group. Ultimately, price index was calculated according to: Laspeyres and Konüs-Byushgens. Results: When comparing total food index against indexes of each food group we noticed that the groups of fat, oil, spices, sugars and sweets and processed food showed decreased indexes whereas fresh foods such as fruits and vegetables showed swift increased indexes. Grain, flour and pasta groups along with meat, milk and egg groups showed a steadier trend. Conclusion: The evolution of relative price of food points out an unfavorable trend toward healthy eating.
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