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Profissionais de saúde da família e representações sociais do alcoolismo / Family Health professionals and social representations of alcoholism

Souza, Luiz Gustavo Silva 28 May 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-12-23T14:38:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luiz Gustavo Silva Souza Parte 1.pdf: 1900726 bytes, checksum: b8adc8781ae13aedfc75f94a35c9e4bb (MD5) Previous issue date: 2012-05-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Alcohol misuse is frequent worldwide. Primary Health Care (PHC) has an important role in approaching alcohol problems and alcoholism in specific. In Brazil, the Family Health Strategy presents the possibility of enhancing care to these problems and to mental health conditions in general. It is relevant to analyze how PHC professionals construct knowledge about (and actions towards) alcoholism, alcoholic patients and associated objects. The research reported here aimed at investigating and analyzing social representations and social practices constructed by Family Health professionals working in a Brazilian Southeast municipality about alcoholism and alcoholic patients. Three studies were conducted: a participant observation carried out in one Family Health Center (FHC) for approximately eight months (84 participants); the administration of semistructured interviews (40 participants from 11 FHC) and of questionnaires with case vignettes (120 participants from 16 FHC). Content analysis was used to treat the data gathered with the observation and with the interviews. Answers of the interviewed professionals were also submitted to ALCESTE software. Data from the questionnaires were treated with analyses of variance (MANOVA, ANOVA) using SPSS. With the participant observation, it was possible to verify the contextual construction (through processes of objectification and anchoring) of five Images of alcoholic patients: the absent alcoholic ; the alcoholic as a difficult case ; the alcoholic present although absent ; the comic drunk and the problem drunk . Practices focused on the traditional cure-centered paradigm were observed as well as practices leading to physical and symbolical exclusion of the alcoholic. It was verified the emphasis on the attribution of otherness (alterity) to patients in general, alcoholics and non-alcoholics. The interviews suggested the presence of ambiguity in the perception of alcoholism, simultaneously represented as multifactorial disease demanding comprehensive care and social problem related to the poverty of the slums . In the process of attributing causes to alcoholism, it was possible to notice the coexistence of the scientific rationality and some beliefs related to the different culture of the poor neighborhoods and of their multi-problem families . Family Health Centers were represented simultaneously as important and as impotent to provide treatment to alcoholism. Data from the questionnaires indicated that the alcoholic was objectified as atypical and difficult patient, towards whom professionals held negative attitudes and socio-cognitive elements related to stigmatization. Mainly social and psychological factors were perceived as causes of alcoholism, in contrast to the lesser importance attributed to genetic (biological) factors. Female alcoholism was possibly perceived as more difficult to explain but not necessarily as more difficult to approach. Results from the three studies are integrated in analytical level, leading to a comprehension of the representational system that oriented the social practices (which were also ambiguous). The construction of the investigated social representations is analyzed from a historical perspective. The tradition of coercion and its association to historical hygienism in professionalpatient interactions are highlighted. The psychosocial determinants of difficulties faced to approach alcoholism are discussed as well as some suggestions to overcome these obstacles. The analyses lead to theoretical and methodological contributions regarding social practices and psychosocial interventions. / O uso problemático de álcool é frequente em todo o mundo. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem importante papel na abordagem dos problemas com o álcool e do alcoolismo em específico. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família apresenta potencial para melhorar a assistência a esses problemas e ao conjunto de questões de Saúde Mental. Torna-se relevante analisar como profissionais de APS constroem conhecimentos e condutas sobre o alcoolismo, sobre os usuários alcoolistas e sobre os objetos associados. A pesquisa relatada nesta tese teve o objetivo de investigar e analisar representações sociais e práticas sociais construídas por profissionais de Saúde da Família em um município do sudeste brasileiro sobre alcoolismo e usuários alcoolistas. Três estudos foram conduzidos: observação participante realizada em uma Unidade de Saúde da Família (USF) durante cerca de oito meses (84 participantes); entrevistas semiestruturadas (40 participantes de 11 USF); questionários com vinhetas (120 participantes de 16 USF). Dados da observação e das entrevistas foram tratados com análise de conteúdo temática. Falas dos entrevistados foram também submetidas ao programa ALCESTE. Dados dos questionários foram tratados com análises de variância (MANOVA, ANOVA) com auxílio do programa SPSS. A observação participante verificou a construção contextual de cinco Figuras do usuário alcoolista, por meio de processos de objetivação e ancoragem: alcoolista ausente; alcoolista como caso difícil; alcoolista presente e, no entanto, ausente; bêbadocômico e bêbado-problema. Foram observadas práticas centradas no paradigma biomédico tradicional e práticas com sentido geral de exclusão física e simbólica do alcoolista. Verificou-se ênfase na atribuição de alteridade aos usuários em geral, alcoolistas e não-alcoolistas. As falas em entrevistas indicaram ambiguidade da apreensão do alcoolismo, simultaneamente representado como doença multifatorial a ser tratada de forma integral e problema social, relacionado à pobreza das comunidades . Para a atribuição de causas ao alcoolismo, notou-se a coexistência da racionalidade científica e de crenças sobre a cultura diferente das comunidades pobres e sobre suas famílias desestruturadas . As Unidades de Saúde da Família foram representadas simultaneamente como importantes e como impotentes para o tratamento do alcoolismo. Resultados dos questionários indicaram que o alcoolista era objetivado como usuário atípico e difícil , ao qual se dirigiam atitudes negativas e elementos sócio-cognitivos de estigmatização. As causas do alcoolismo foram identificadas nos âmbitos psicológico e social, em contraste com menor ênfase na determinação genética (biológica). O alcoolismo feminino foi possivelmente percebido como mais difícil de explicar, mas não necessariamente como mais difícil de tratar. Os resultados dos três estudos são integrados em plano analítico, gerando compreensão sobre o sistema representacional que orientava as práticas (também ambíguas). A construção das representações é analisada sob ponto de vista histórico. Ressalta-se a tradição higienista-coercitiva na relação entre profissionais de saúde e classes populares. Reflexões são feitas sobre determinantes psicossociais dos obstáculos para tratar o alcoolismo e sobre formas de superar esses obstáculos. A partir das análises, são sugeridas contribuições teóricas e metodológicas sobre práticas sociais e intervenção psicossocia

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