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Dando voz a Azeroth : um estudo exploratório das relações jogador-herói em World of Warcraft

Silva, Rafael Justino da January 2016 (has links)
Orientadora: Prof. Dr. Carlos Augusto Serbena / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 22/02/2013 / Inclui referências : f. 124-128 / Área de concentração: Psicologia Clínica / Resumo: Esta é uma pesquisa realizada com jogadores de World of Warcraft com o objetivo de a) criar um panorama sociodemográfico de seus jogadores; b) descrever as relações estabelecidas com os heróis escolhidos para o jogo e c) interpretar o papel do jogo na vida dos jogadores a partir da psicologia analítica. Para atingir o primeiro objetivo, 242 jogadores responderam um questionário online sobre suas idades, sexos, escolaridades, relacionamentos, tempo e frequência de jogo e aprendizados extraídos dele. O tempo total de coleta de dados foi de 3 meses, entre Janeiro e Abril de 2016, e a amostra revelou predominância de homens no jogo, com idade concentrada entre 18 e 24 anos, de escolaridade e relacionamentos heterogêneos. A maioria dos participantes joga WoW há mais de 2 anos, todos ou quase todos os dias, o que os levou a aprenderem e desenvolverem diferentes habilidades com o jogo. Para os demais objetivos, foram realizadas entrevistas com 8 jogadores a fim de aprofundar a exploração das relações estabelecidas com o jogo, utilizando o referencial da psicologia analítica para a interpretação de dados. Notou-se que quatro fatores podem atuar na escolha do herói: sua aparência, a dinâmica de jogo, o enredo que o cerca e a proximidade sentida pelo jogador com ele. Ademais, os heróis são construídos com base em aspectos atuais e/ou potenciais da personalidade dos jogadores, podendo atuar no fortalecimento de seus egos e no desenvolvimento de suas personalidades. Quanto ao papel do jogo na vida dos jogadores, notou-se que esse pode apresentar-se como um espaço de lazer, marcado por interações sociais, bem como um espaço de fantasia e reconhecimento, que pode levar a um afastamento da vida cotidiana em alguns casos. Palavras-chave: psicologia analítica; jogos digitais; mmorpg; herói; arquétipo / Abstract: World of Warcraft (WoW) is the most popular MMORPG in the world. Due to its popularity, many international researches have been made, but these tend to focus either on demographic aspects of the game or on quantitative measures of players' behavior. Since there is a lack of qualitative data about players' experiences within the game, interviews with players have been conducted to better understand how they relate to their heroes and what is the role of the game in their lives. Besides interviews, an online questionnaire has been answered by 214 players in order to obtain demographic and quantitative data about Brazilian players. These results are similar to the ones found on international researches, and the interviews revealed that players tend to create characters that are similar to them through different ways. It was also noticed that the game works as a big social environment, making it possible to create new and important social bonds. The social dimension of the game, as well as the player-hero relationship, might help in the development of different skills and personality aspects of the players, changing the way they relate to themselves and their surroundings. The role of the game in player's lives may differ, ranging from a leisure activity to a fantastic place where they can get recognition for their deeds.
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A experiência de ser mulher no Kung Fu : uma análise junguiana

Gabani, Michelle Suzana de Almeida January 2016 (has links)
Orientador : Prof. Dr. Carlos Augusto Serbena / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 13/09/2016 / Inclui referências : f. 115-127 / Resumo: O objetivo da pesquisa foi analisar por meio dos conceitos da psicologia analítica a experiência de ser mulher no kung fu, uma técnica de combate ancestral e viripotente que combina práticas físicas e espirituais. A amostra foi constituída por nove mulheres praticantes de kung fu com idades variadas entre vinte e um e trinta e oito anos, recrutadas mediante convite encaminhado para academias de kung fu em Curitiba e Região Metropolitana. Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza descritiva e hermenêutica, os dados foram coletados por meio de entrevistas de roteiro semiestruturado e organizados conforme o método fenomenológico empírico de A. Giorgi para a obtenção de unidades de significado, assim identificados: (1) "violência temida"; (2) "por que o kung fu?"; (3) "antes do kung fu"; (4) "durante o kung fu"; (5) "relações na academia"; (6) "como pensa ser vista"; (7) "ser mulher é ser alguém que..."; e (8) "contribuições do kung fu para a mulher". A dicotomia entre os sexos foi culturalmente valorizada pelas sociedades patriarcais e, de acordo com a visão junguiana ortodoxa, homens e mulheres biologicamente definidos possuem o tipo sexual oposto predominante em seus inconscientes classicamente denominados como os arquétipos de anima e animus, respectivamente. As análises das unidades de significado obtidas revelaram que a prática do kung fu, dentro da conjuntura social denominada de pós-moderna por filósofos contemporâneos, favoreceu àquelas mulheres uma gama de experiências que tem como produto uma ressignificação do seu papel de gênero. Esse novo patamar de compreensão corresponde à proposta pós-junguiana que desvincula de modo contundente o sexo biológico dos arquétipos anima e animus, ora compreendidos como sendo uma propriedade comum a homens e mulheres, melhor representados pela notação "anima/us". Conclui-se que o kung fu, como lócus físico e psíquico de experiências para as praticantes entrevistadas, assume a qualidade de função transcendente e contribui para o desenvolvimento de uma consciência psicológica que gradualmente ordena o caos interior, fortalece a autoestima e orienta para a integração de um complexo de inferioridade milenarmente cultuado, o que favorece a construção de um sujeito comprometido com seu próprio desejo. Palavras-chave: Feminino. Psicologia Analítica. Anima. Animus. Kung fu. / Abstract: The objective of the research was to analyze, through the concepts of analytical psychology, the experience of being a woman in kung fu, an ancestral and viripotent combat technique that combines physical and spiritual practices. The sample consisted of nine women practicing kung fu, ranging in age from twenty-one to thirtyeight, recruited by invitation to kung fu academies in Curitiba and Metropolitan Region. As a qualitative research, of a descriptive and hermeneutical nature, the data were collected through semi-structured script interviews and organized according to the empirical phenomenological method of A. Giorgi to obtain categories of analysis, thus identified: (1) ) "Dreaded violence"; (2) "why the kung fu?"; (3) "before kung fu"; (4) "during kung fu"; (5) "relations in the academy"; (6) "as she thinks she is seen"; (7) "to be a woman is to be someone who ..."; And (8) "Kung fu contributions to women." The dichotomy between the sexes has been culturally valued by patriarchal societies and, according to the orthodox jungian view, biologically defined men and women possess the predominant sexual type predominant in their unconscious classically named as the archetypes of anima and animus, respectively. The analysis of the categories obtained revealed that the practice of kung fu, within the current social conjunct called postmodern by contemporary philosophers, favored to these women a range of experiences that have as a product a re-signification of their gender role. This new level of understanding corresponds to the post-jungian proposal that unequivocally dissociates the biological sex from the anima and animus archetypes, now understood to be a property common to men and women, best represented by the notation "anima/us". It is concluded that kung fu, as a physical and psychic locus of experiences for the interviewed practitioners, assumes the quality of a transcendent function and contributes to the development of a psychological consciousness that gradually orders inner chaos, strengthens selfesteem and guides integration of an age-old, inferiority complex, which favors the construction of a subject committed to his own desire. Keywords: Feminine. Analytical Psychology. Anima. Animus. Kung Fu.
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Promoção da autonomia mediada pela arte : contribuições do teatro para jovens atentidos em projetos sociais

Porto, Andreia Anna Amaral January 2017 (has links)
Orientadora: Profa. Dra. Norma da Luz Ferrarini / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 30/03/2017 / Inclui referências : f. 83-87 / Resumo: Dentre os projetos sociais desenvolvidos em nosso país, nota-se que muitos tem como objetivo promover a autonomia de pessoas em situação de vulnerabilidade social, a fim de proporcionar empoderamento desta população. Quando o foco dessas políticas públicas é o jovem, tende-se a utilizar atividades esportivas e/ou artísticas para ocupação do tempo livre. Considerando a importância desse tema, esta pesquisa, de ordem qualitativa, consiste em um estudo de caso cujo objetivo é investigar, na perspectiva histórico-cultural, de que maneira o teatro pode contribuir para o processo de promoção da autonomia em jovens em situação de vulnerabilidade social. Para isto, foi selecionada uma aluna, de 14 anos, participante do projeto social "Crescer com Arte" em 2015. O projeto é desenvolvido pela Associação Amigos Pé no Palco e atende adolescentes de 12 a 18 anos, oriundos da rede pública de ensino, em situação de vulnerabilidade social e com dificuldades de acesso a bens culturais. Esta pesquisa é de amostra propositiva e os critérios de escolha da participante foram: não ter feito aula de teatro anteriormente e estar no primeiro ano do projeto social. Utiliza-se o proposto teórico-metodológico da Epistemologia Qualitativa, desenvolvido por Fernando González Rey. Em dezembro de 2015 foram realizadas entrevistas semiestruturadas e individuais com a participante, seus pais e o professor de teatro do projeto. Observa-se o processo de configuração subjetiva de ressignificação e produção de novos sentidos subjetivos a partir das aulas de teatro. As entrevistas mostraram que a adolescente, assim como os demais participantes, percebeu que a atividade teatral proporcionou mudanças significativas em sua forma de se expressar, se posicionar e se relacionar com os outros, inclusive em casa e na escola. Afirma que o teatro lhe ensinou a conviver com as diferenças, acreditar em si mesma e se colocar no mundo. Para os entrevistados, autonomia significa ter atitude (o que eles definem como uma forma ativa de agir no mundo, sem esperar que outra pessoa faça por ela), nesse sentido, notou-se que o teatro contribuiu para que esta adolescente esteja mais segura de si e expressando seus sentimentos, pensamentos e opiniões. Observa-se nos relatos mudanças em prol do desenvolvimento de autonomia, mostrando que o teatro pode ser compreendido como um mediador nesse processo. Palavras-chave: Teatro; Autonomia; Psicologia histórico-cultural; Subjetividade; Juventude. / Abstract: Among the social projects developed in our country it is noticed that many have as goal promoting the autonomy of people in social vulnerability situation in order to promote the empowerment of this population. When the focus of these public politics is the young person it is tended to be used sportive and/or artistic activities for the occupation of free time. Considering the importance of this theme, this research, of qualitative order, consists in a case study whose objective is to investigate, in a cultural-historic perspective, in which manner theater can contribute to the process of autonomy promotion for young people in social vulnerability situation. For this, in 2015, a 14-years-old student, participant of the social project "Crescer com Arte" was selected. The project is developed by the Associação Amigos Pé no Palco and assists teenagers from 12 to 18 years old originating from public schools, in situation of social vulnerability and with difficulties to access cultural goods. This research is of propositive sample and the criteria to choose the participant were: haven't done theater classes previously and be in the social project first year. It is used the theoretical-methodological proposal of Qualitative Epistemology developed by Fernando González Rey. In December 2015 semi-structured and individual interviews were realized with the participant, her parents and the project theater teacher. It is observed, from the theater classes a subjective configuration process of resignification and production of new subjective senses. The interviews showed that the teenager, as well as the other participants, noticed that the theater activity provided significant changes in the way she expressed and positioned herself as well related to others, including at home and at school. She affirms that theater taught her to live together with differences, to believe and put her in the world. For the interviewers, autonomy means to have attitude (what they define as an active way to act in the world, without expecting that somebody else does it for her), in this sense, it was noticed that theater has contributed for this teenager to be more secure about herself and expressing her feelings, thoughts and opinions. In the reports it is observed changes in favor of autonomy development, showing that theater can be understood as a mediator of this process. Key words: Theater; Autonomy; Cultural-historical psychology; Subjectivity; Youth.
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Agressividade : da desconstrução dos vínculos afetivos à presença de sobrevivência, um caminho winnicottiano de retorno a Freud

Santos, Simoni Hollanda dos January 2017 (has links)
Orientadora: Profª Drª Nadja Nara Barbosa Pinheiro / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 24/08/2017 / Inclui referências : f. 106-113 / Resumo: A presente dissertação teve sua pesquisa delimitada por problematizações clínicas advindas da atuação da autora como psicóloga de um Centro Municipal de Atendimento Especializado à Criança. Esta instituição acolhe, exclusivamente, as demandas das escolas públicas do Município de Colombo, Paraná. O contexto escolar é o responsável pelas formulações das queixas as quais compõem os encaminhamentos às suas especialidades terapêuticas (psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, avaliação psicoeducacional). Os encaminhamentos mais comuns com intuito de justificar a necessidade de psicoterapia, observados nos quatro anos de atuação neste local específico, são os referentes à agressividade. A princípio, o que os educadores e os profissionais da saúde estavam fazendo crer era que as 'crianças-problema' agiam de forma agressiva e violenta e por isso eram afastadas da escola e/ou dos atendimentos clínicos, ou seja, o comportamento agressivo era a causa dos afastamentos e rupturas. No entanto, a percepção advinda da clínica conta com relatos de importantes quebras dos vínculos afetivos desde a primeira infância e por isso acreditamos que esses são indicativos de que a organização psíquica da agressividade tenha paradeiro em momentos primitivos do desenvolvimento emocional, o que nos levou a indagarmos sobre a etiologia da relação entre a constituição dos vínculos afetivos e a agressividade. A formulação da questão de pesquisa surgindo da prática e almejando respostas teóricas dá contornos ao nosso método de pesquisa: o método psicanalítico. A pesquisa circundou, assim, pelas concepções sobre agressividade se baseando nas produções teóricas de Sigmund Freud e Donald Woods Winnicott, com intuito de traçar um diálogo que fornecesse constructos e amparasse as problematizações clínicas em questão. Assim, o primeiro capítulo cita, separadamente, as construções teóricas de Freud e de Winnicott, contemplando a explanação sobre as compreensões da agressividade no decorrer de ambas as obras para em seguida fazer a associação entre a constituição subjetiva e a agressividade. A agressividade nessas obras é considerada como participante da constituição subjetiva, desde os momentos primitivos da formação, assim como atuante na organização da compreensão singular dos vínculos afetivos e da inserção do sujeito na realidade externa. O segundo capítulo concentrou-se nas percepções clínicas da agressividade externalizada por crianças e nos estudos de Winnicott a esse respeito, sendo os atos agressivos entendidos como um pedido de ajuda em prol da continuidade de desenvolvimento emocional e de integração do self. No terceiro capítulo, buscamos expor as peculiaridades da relação terapêutica. Trabalhamos com as especificidades clínicas de cada autor separadamente. Ao final do capítulo expusemos uma perspectiva geral a respeito do lugar subjetivo que a relação analista-analisando pode ocupar. Assim, ao contrário dos discursos institucionais encontrados na clínica, ao observarmos na teoria a agressividade como constituinte da subjetividade e como delatora das compreensões das relações objetais singulares, fica extinta, psicanaliticamente, a noção de agressividade como o agente responsável pela quebra dos vínculos afetivos. A interpretamos, então, como mecanismo subjetivo a ser analisada frente a cada organização psíquica de cada paciente, da mesma forma como qualquer outro conteúdo psíquico, e elemento instaurador do encontro com o não-Eu, por isso, contribuinte para a formação de vínculos afetivos. Pode, então, a psicanálise e o processo psicanalítico contribuírem para a desmistificação dos rótulos viciados nos diversos sistemas institucionais. Contudo, mais importante, para nós psicanalistas, do que colaborar para reflexões, é o lugar clínico, que a psicanálise possui, de poder fazer algo por essas crianças, ser um lugar diferenciado onde a externalização da agressividade pessoal desses pacientes é possível. Palavras-chave: psicanálise; agressividade; sobrevivência; Freud; Winnicott. / Abstract: The present dissertation had its research delimited by clinical problematizations arising from the author 's performance as a psychologist of a Municipal Center of Attention Specialized to the Child. This institution exclusively accepts the demands of the public schools of the Municipality of Colombo, Paraná. The school context is responsible for the formulations of the grievances that make up the referrals to their therapeutic specialties (psychotherapy, speech therapy, psychopedagogy, psychoeducational evaluation). The most common referrals in order to justify the need for psychotherapy, observed in the four years of performance in this specific place, are those related to aggressiveness. At the outset, what educators and health professionals were suggesting was that 'problem children' acted aggressively and violently and that is why they were removed from school and/or from clinical care, in other words, aggressive behavior was the cause estrangement and ruptures. However, the perception of the clinic counts on important breakdowns in affective bonds from an early age and we therefore believe that these are indicative of the psychic organization of aggressiveness in the primitive moments of emotional development, which led us to inquire about the etiology of the relation between the constitution of the affective bonds and the aggressiveness. The formulation of the question of research arising from the practice and aiming for theoretical answers contours our research method: psychoanalytic method. The research thus encompassed the conceptions of aggression based on the theoretical productions of Sigmund Freud and Donald Woods Winnicott, with the view to establish a dialogue that would provide constructs and support the clinical problematizations in question. Therefore, the first chapter cites, separately, the theoretical constructions of Freud and Winnicott, contemplating the explanation about the understandings of aggression in the course of both works, and then to make the association between the subjective constitution and the aggressiveness. The aggressiveness in these works is considered as a participant of the subjective constitution, from the primitive moments of the formation, as well as acting in the organization of the singular understanding of the affective bonds and the insertion of the subject in the external reality. The second chapter focused on the clinical perceptions of children's externalized aggressiveness and on Winnicott's studies in this regard, with aggressive acts being understood as a call for help in the continuity of emotional development and self-integration. In the third chapter, we seek to expose the peculiarities of the therapeutic relationship. We work with the clinical specificities of each author separately. At the end of the chapter we set out a general perspective on the subjective place that the analyst-analyzing relationship can occupy. Thereby, unlike the institutional discourses found in the clinic, when we observe in the theory aggressiveness as a constituent of subjectivity and as a delator of the understandings of singular object relations, psychoanalytically, the notion of aggressiveness is extinguished as being the responsible for the breakdown of affective bonds. We interpret it as a subjective mechanism to be analyzed before each psychic organization of each patient, in the same way as any other psychic content, and as an element that establishes the encounter with the non-Self, thus contributing to the formation of affective bonds. Therefore, psychoanalysis and the psychoanalytic process can contribute to the demystification of vitiated labels in the various institutional systems. More importantly, for us psychoanalysts, rather than collaborating for reflection, it is the clinical place psychoanalysis possesses, of being able to do something for these children, to be a differentiated place where the externalization of the personal aggression of these patients is possible. Keywords: psychoanalysis; aggressiveness; survival; Freud; Winnicott.
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A vivência de psicoterapia de mães enlutadas

Michel, Luís Henrique Fuck January 2017 (has links)
Orientadora: Profª Drª Joanneliese de Lucas Freitas / Coorientadora: Profª Drª Maria Virginia Filomena Cremasco / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 31/03/2017 / Inclui referências : f. 104-109 / Resumo: O luto é definido existencialmente como uma vivência que emerge da mudança abrupta de um relação, com a supressão da corporeidade de um ente querido. Com a morte desse outro, fica impossibilitado um modo de ser do enlutado que se apresentava de maneira única e especial naquela relação. A perda desse outro a quem o enlutado está sensivelmente entrelaçado, é vivida por ele como a perda de um mundo. Segundo esta perspectiva, o luto materno pode ser compreendido como um fenômeno que emerge do rompimento de uma relação partilhada entre uma mãe e um filho, com a supressão abrupta da corporeidade desse filho. O luto materno lança essa mãe em um mundo de impossibilidades. O filho falecido, que antes era com ela parte de uma mesma intercorporeidade, passa a ser uma presença-ausente em sua rotina e sua memória. Em situações de perdas significativas como essa, frequentemente se recorre à um psicólogo clínico, dando-se inicio a um processo psicoterápico. O modo como este processo é vivenciado pelo enlutado, no entanto, ainda é pouco estudado. Pesquisas empíricas sistematizadas que abordem o processo psicoterápico ainda são escassos. Pesquisas sobre a experiência de psicoterapia de mães enlutadas, mais especificamente, ainda não existem na literatura nacional. No intuito de preencher esta lacuna, o presente estudo assumiu o objetivo de compreender a vivência de mães enlutadas de seus processos psicoterápicos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, aplicando-se o método fenomenológico. Foram realizadas entrevistas com quatro mães participantes de um grupo de ajuda mútua para enlutados de Curitiba intitulado "Amigos Solidários na Dor do Luto" (ASDL). Este grupo foi criado e é coordenado pela comunidade leiga, sendo composto em sua maioria por mães que perderam seus filhos. As entrevistas com as mães que aceitaram participar da pesquisa foram realizadas individualmente, tendo sido iniciadas pela pergunta disparadora: "Você pode relatar a vivência de seu processo terapêutico durante o luto?". Com o consentimento das participantes, as entrevistas foram gravadas em áudio e posteriormente transcritas. Para a análise dos dados foram seguidos os quatro passos metodológicos desenvolvidos por Giorgi. A análise das entrevistas revelou 19 elementos que constituem a vivência de mães enlutadas da psicoterapia, a saber: sentir dificuldade inicial para falar, sentir-se acolhida, sentir-se escutada, sentir-se respeitada, sentir-se compreendida, raiva do psicoterapeuta, falar sem reservas, expressar sofrimento, sentir-se livre para abordar outros temas que não o luto, revelar o sentimento de culpa, poder se queixar dos familiares, perceber novas possibilidades, alcançar autocompreensão, aceitar a morte, deixar de culpar os outros pela morte do filho, aceitar o modo dos outros lidarem com o luto, experiência de fortalecimento, sentir-se melhor de saúde, retomar a vida. Concluiu-se que esta é a vivência de uma relação particular, entre mãe enlutada e psicoterapeuta, que pode propiciar a abertura de possibilidades de novos sentidos desde que contemple determinadas condições. Palavras-chave: Luto; Luto materno; Psicoterapia; Psicologia fenomenológica. / Abstract: Mourning is defined existentially as an experience that emerges from the abrupt change of a relationship, with the suppression of the corporality of a loved one. With the death of this other, a way of being of the mourner that presented itself in a unique and special way in that relationship becomes impossible. The loss of this other to whom the mourner is sensibly interconnected is experienced by him as the loss of a world. According to this perspective, maternal grief can be understood as a phenomenon that emerges from the breakup of a shared relationship between a mother and a child, with the abrupt suppression of that child's corporeity. Maternal grief throws this mother into a world of impossibilities. The deceased son, which shared with her the same intercorporeality, becomes a presence-absent in his routine and his memory. In situations of significant losses such as this, a clinical psychologist is often referred to, starting a psychotherapeutic process. The way this process is experienced by the bereaved, however, is still little studied. Systematic empirical research that addresses the psychotherapeutic process remains scarce. Research on the experience of psychotherapy of bereaved mothers, more specifically, does not exist yet in the national literature. In order to fill this gap, the present study assumed the objective of understanding the experience of bereaved mothers of their psychotherapeutic processes. For that, a qualitative research was carried out, applying the phenomenological method. Interviews were conducted with four mothers who are participants of a mutual aid group for mourners in Curitiba entitled "Amigos Solidários na Dor do Luto" (ASDL). This group was created and is coordinated by the lay community, being composed mostly by mothers who lost their children. Interviews with the mothers who agreed to participate in the research were conducted individually, and were initiated by the triggering question: "Can you relate the experience of your therapeutic process during mourning?" With the consent of the participants, the interviews were recorded in audio and later transcribed. For the analysis of the data the four methodological steps developed by Giorgi were followed. The analysis of the interviews revealed 19 elements that constitute the experience of bereaved mothers of psychotherapy, namely: initial difficulty to speak, to feel welcomed, to feel listened, to feel respected, to feel understood, rage towards the psychotherapist, speak without reservations, express suffering, feel free to address other issues beyond mourning, reveal guilt, complain about relatives, realize new possibilities, achieve self-understanding, accept death, stop blaming others for the death of the child, accept others' way of dealing with mourning, strengthening experience, feel healthier, resume life. It was concluded that this is the experience of a particular relationship between a bereaved mother and a psychotherapist, which may allow the opening of possibilities of new meanings as long as it contemplates certain conditions. Keywords: Mourning; Maternal grief; Psychotherapy; Phenomenological psychology.
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As possibilidades conceituais para a clínica psicanalítica dos estados-limite na metapsicologia freudiana

Presa, Giovanna Amanda January 2017 (has links)
Orientadora: Profª Drª Maria Virginia Filomena Cremasco / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 23/03/2017 / Inclui referências / Resumo: O presente trabalho teve seu início na experiência clínica com pacientes denominados, na literatura atual francesa, de casos-limite ou estados-limite. Nesta perspectiva,admitese uma organização subjetiva marcada por dificuldades nas relações primárias com o objeto absolutamente necessário, naquilo que se refere à constituição e sustentação do aparelho psíquico. Algumas questões ligadas a esse modo particular de ser e estar no mundo podem ser apontadas, como as dificuldades no plano de simbolização e representação dos traumatismos primários, que, por sua vez, incidem diretamente na formação de recursos extra-representacionais, como, por exemplo, a clivagem.O objetivo desta dissertação é descrever as possibilidades conceituais da metapsicologia freudiana para a clínica psicanalítica dos estados-limite. Este é confeccionado por meio de pesquisa bibliográfico-analítica dos textos freudianos, além de trabalhos de outros autores psicanalíticos publicados em livros e/ou artigos em revistas indexadas no campo da psicanálise.Como resultado, importantes eixos teóricos são trabalhados ao longo desse estudo: a apresentação do modelo de aparelho psíquico energético-representacional desenvolvido por Freud, a centralidade da experiência de satisfação para a compreensão do que está na origem dos afetos, os modelos pulsionais, especialmente o modelo da segunda tópica freudiana que retoma a dimensão do não-representável com o conceito de pulsão de morte, o narcisismo e a constituição egóica nessas conjunturas que não se desenrolam sob o primado do princípio do prazer, o lugar das primeiras relações objetais e a importância do trabalho de luto. Para finalizar, desenvolve-se a noção de 'construção' em análise, como uma via de trabalho possível que considera os limites da interpretação na clínica dos estados-limite. Palavras-chave: Estados-limite. Casos-limite. Psicanálise. Metapsicologia. / Abstract: The present reasearch found its beginning the clinic experience with patients what current psycholanalytic french calls états limits. From this perspective this subjective constitution is affected by difficulties in the primary relations with the absolutely necessary object, in what refers the establishiment and preservation ofthe psychic apparatus. Some issues related to this particular way of being in the world are pointed out, such as difficulties in the symbolization and representation of primary trauma, which in turn directly affect the formation of extra-representational defense mechanisms, such as cleavage. Therefore, this paper aims to describe the conceptual possibilities of the Freudian metapsychology for the psychoanalytic clinic of the états limites. This studywas carried out with a bibliographic-analytical research of the Freud's texts, as well as works of other psychoanalytic authors published in books and / or articles in Psychoanalysis magazines. As a result, some theoretical axes will be worked out throughout this study, such as the presentation of a model of the energeticrepresentational psychic apparatus developed by Freud, the centrality of the satisfaction experience to the understanding of what is the origin of affections, the models drives, especially the second which takes up the dimension of the non-representable with the concept of death drive, narcissism and the egoic constitution in those conjunctures that do not unfold beyond the pleasure principle, the importance of the primary object in the establishment of the subjective constitution, and, as a conclusion, the notion of 'construction' in analysis, as a possible work that assumed the limits of the interpretation of états limites in this clinic. Key-words: États limits. Psychoanalysis. Metapsychology.
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O conceito de psicopatologia na escola clássica e na escola desenvolvimentista da psicologia analítica

Padua, Elisângela Sousa Pimenta de January 2017 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Carlos Augusto Serbena / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba,31/03/217 / Inclui referências : f.93-98 / Resumo: O campo da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung é plural, possui diferentes influências teóricas que buscam complementar, criticar, revisar e atualizar seus conhecimentos. Isto favoreceu a formação de Escolas teóricas dentro do campo geral, sendo possível identificar duas principais que perduram desde os trabalhos iniciais de Jung, segundo Samuels (1989; 2008): Escola Clássica e Escola Desenvolvimentista. As distintas influências epistemológicas de cada Escola possibilitaram novas perspectivas a respeito dos principais conceitos da Psicologia Analítica que são, segundo Samuels (1989), Self, Arquétipo, desenvolvimento da personalidade, símbolo, entre outros. Desta forma, o conceito de psicopatologia também se torna diferenciado de acordo com o campo epistemológico de cada Escola teórica. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é descrever o conceito de psicopatologia na perspectiva da Escola Clássica e da Escola Desenvolvimentista da Psicologia Analítica e identificar de que forma o tema da psicopatologia se articula com os principais conceitos da Psicologia Analítica. Para tal, foi realizada uma análise conceitual das principais obras dos autores de referência da Escola Clássica e da Escola Desenvolvimentista, sendo, respectivamente, a obra "O eu e o Inconsciente" (1928/2007) de Carl Gustav Jung e "A Criança como Indivíduo" (1969/1994) de Michael Fordham. Foi possível identificar que a Escola Clássica possui uma abordagem simbólica, prospectiva e subjetiva dos fenômenos psicopatológicos, sendo a perspectiva etiopatogênica de qualidade endógena devido à inflação psíquica da consciência que favorece duas possíveis respostas de alienação psíquica: o Restabelecimento Regressivo da Persona e a Identificação com a Psique Coletiva. A Escola Desenvolvimentista possui influência das teorias psicanalíticas das relações objetais e adota uma perspectiva psicossomática, analítica e redutivista dos fenômenos psicológicos. O enfoque etiopatogênico é dado à relação primária de cuidado entre mãe/cuidador e bebê, cujas "catástrofes" iniciais desta relação podem levar a níveis altos e insuportáveis de frustração e ansiedade que ativam mecanismos defensivos e narcísicos do ego e Self e/ou favorecem a fragmentação/desintegração do ego. Em ambas escolas, compreende-se que a função simbólica da psique de sintetizar e organizar o mundo interior psíquico está ausente ou disfuncional, de maneira que os impulsos e as imagens psíquicas são vivenciadas pelo ego como sintomas, em forma de automatismo, descontrole, excesso de emoções, ausência de sentido, entre outras descrições. Palavras-Chave: Psicologia Analítica, Escola Clássica, Escola Desenvolvimentista, Psicopatologia, Adoecimento Mental. / Abstract: The field of Analytical Psychology by Carl Gustav Jung is plural, has different theoretical influences that seek to complement, criticize, revise and update their knowledge. This favored the formation of theoretical schools within the general field, and it is possible to identify two main ones that have survived since the early works of Jung, according to Samuels (1989, p.28; 2008, p.5): Classical School and Developmental School. The different epistemological influences of each School made possible new perspectives about the main concepts of Analytical Psychology, which are, according to Samuels (1989, p.32), Self, Archetype, personality development, symbol, among others. In this way, the concept of psychopathology also becomes differentiated according to the epistemological field of each theoretical School. Thus, the objective of this work is to describe the concept of psychopathology from the perspective of the Classical School and the Developmental School of Analytical Psychology and to identify how the psychopathology theme articulates with the main concepts of Analytical Psychology. For this, a conceptual analysis of the main works of the reference authors of the Classical School and the Developmental School was carried out, being, respectively, the work " The relations between the ego and the unconscious" (1928/2007) by Carl Gustav Jung and "Child as Individual" (1969/1994) by Michael Fordham. It was possible to identify that the Classical School has a symbolic, prospective and subjective approach of the psychopathological phenomena, being the etiopathogenic perspective of endogenous quality due to the psychic inflation of the consciousness that favors two possible psychic alienation responses: Regressive Restitute of Persona and Identification with The Collective Psyche. The Developmental School is influenced by psychoanalytic theories of object relations and adopts a psychosomatic, analytical and reductivist perspective of psychological phenomena. The etiopathogenic approach is given to the primary care relationship between mother / caregiver and baby, whose early "catastrophes" of this relationship can lead to high and unbearable levels of frustration and anxiety that activate ego and selfnarcissistic defensive mechanisms and/or favor fragmentation/disintegration of the ego. In both schools, it is understood that the symbolic function of the psyche to synthesize and organize the psychic inner world is absent or dysfunctional, so that the impulses and psychic images are experienced by the ego as symptoms, in the form of automatism, uncontrolled, excessive of emotions, lack of meaning, among other descriptions. Keywords: Analytical Psychology, Classical School, Developmental School, Psychopathology, Mental Illness.
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A lacuna moral na educação de meninos : o impacto das novas configurações de masculinidade na subjetividade infantil

Viana, Marcos Alan January 2016 (has links)
Orientadora : Profª Drª Norma da Luz Ferrarini / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 09/02/2017 / Inclui referências : p. 121-125 / Resumo: Após as transformações sociais ocorridas nas últimas décadas, algumas pesquisas apontam para uma espécie de crise da masculinidade no contexto contemporâneo, caracterizada por insegurança e confusão por parte dos homens. Neste cenário desconcertante, podemos nos indagar como as crianças, em especial, têm sido impactadas. Para abordar este problema, realizou-se uma pesquisa com o objetivo de investigar o impacto das novas configurações de masculinidade na subjetividade infantil. Foi conduzida uma revisão bibliográfica das transformações históricas da masculinidade e uma investigação empírica, tendo como base a epistemologia qualitativa e a perspectiva histórico-cultural. Foram entrevistados 10 meninos e 5 meninas (de 6 a 11 anos), 8 profissionais da educação e 4 pais de alunos, todos vinculados a uma escola pública da região de Curitiba. Como resultados, encontrouse alguns aspectos importantes: 1) Visão negativa do sexo masculino: há um medo disseminado do masculino em função da associação com parâmetros negativos da sociedade, especialmente com a criminalidade; na infância, há um discurso depreciativo em relação aos meninos, que são descritos predominantemente como portadores de defeitos: difíceis, sem limites, agitados, violentos, imaturos, irresponsáveis, relaxados; 2) Carência de modelos concretos de identificação: parece que figuras masculinas concretas (pais, avôs, tios e professores) estão se tornando cada vez mais ausentes da vida dos meninos, que têm pouco contato com homens adultos na família e na escola; 3) Empobrecimento das representações sociais: no âmbito social, são pobres as representações masculinas moralmente positivas (cientistas, empresários, políticos, líderes, ativistas...), ao mesmo tempo em que transbordam na mídia modelos de masculinidade que se restringem ao homem consumidor, hedonista, impulsivo e/ou violento e arrogante; 4) Ausência de projetos de vida: sem apoio e referências para a construção de sonhos singulares e projetos de inserção social, os sonhos e desejos dos meninos parecem estar extremamente atrelados ao projeto consumista da sociedade contemporânea. 5) Desaparecimento dos códigos de honra: não há mais um código de honra socialmente compartilhado pelos homens, fazendo com que os meninos fiquem sem parâmetros morais para construir sua personalidade. Neste cenário, percebemos que certas características da masculinidade tradicional (como a violência e a ausência na vida doméstica) têm se conservado, ao mesmo tempo em que os parâmetros morais têm sido relegados ao esquecimento. Os indicadores, portanto, sugerem que a crise da masculinidade é essencialmente moral. Ou seja, se por um lado as mudanças históricas na sociedade libertam o homem de certas amarras subjetivas (como homem não chora), por outro lado acabam por aprisioná-lo numa subjetividade padronizada e moralmente esvaziada, com aparência de liberdade. Na ausência de modelos sociais positivos de masculinidade e referências afetivas próximas, configura-se uma verdadeira lacuna moral na educação dos meninos, entendida aqui como a ausência de um projeto ético de vida amparado por um código de honra. Esta lacuna acaba sendo preenchida pelas referências dominantes de masculinidade da cultura contemporânea, notadamente pelos homenscelebridade da mídia, que é uma das instâncias mais presentes na vida das crianças, influenciando fortemente os meninos na construção dos seus sentidos subjetivos de masculinidade. Este quadro social remete à necessidade fundamental de ressignificar a masculinidade no processo educativo, proporcionando espaços de diálogo e modelos de identificação diversificados e positivos para os meninos, que deem suporte para a construção de projetos de vida ancorados pela ética e estimulem o desenvolvimento de uma consciência crítica, que auxilie o homem a ser um agente ativo na transformação social. Palavras-chave: Educação, ética, infância, masculinidade, subjetividade. / Abstract: After the many social changes that have taken place in the last decades, some researches show a sort of masculinity crisis in the contemporary context, characterized by insecurity and confusion among men. In this confusing scenario, we can ask ourselves how the kids in particular are being affected. To investigate this issue, a research was carried out with the purpose of investigate the impact of the new masculinity settings on the infant's subjectivity. The first step was a literature review of historical changes in masculinity, followed by an empirical research, based on the qualitative epistemology and historical-cultural perspective. Ten boys and five girls have been interviewed (from 6 to 11 years-old), 8 education professionals and 4 parents of students, all linked to a public school in the region of Curitiba. As a result, the following aspects were found: 1) Negative male representation: there is a widespread fear of masculinity due to the association with negative social parameters, particularly with regard to criminality; we could observe, both among adults and the kids themselves, a derogatory speech towards boys, who are primarily described as defective: hard to handle, boundless, agitated, violent, immature, irresponsible and sloppy; 2) Lack of role models: it seems that concrete male figures (fathers, grandfathers, uncles and teachers) are increasingly more absent in the lives of boys, who have very little contact with grown-up men in their families or at school; 3) Impoverishment of social representations: in the social environment, there are not many morally positive male roles (scientists, businessmen, politicians, leaders, activists...), while the media spreads an idea of masculinity that reduces men to arrogant, violent, impulsive, hedonistic consumers; 4 Absence of life goals: without support and references for the construction of unique dreams and social interaction projects, the dreams and desires of boys seem to be deeply connected to the consumerist project of the contemporary society; 5) Disappearance of codes of honor: there is not a code of honor socially shared by men, which leaves boys without moral parameters onto which they could build their personality. In this scenario, we notice that certain characteristics of the traditional masculinity (such as violence and absence in the home life) are being carried on, while moral parameters have fallen into oblivion. Indicators, however, suggest that the masculinity crisis is primarily moral. That is, if, on one hand the historical social changes release the men from certain subjective ties (such as "men don't cry"), on the other hand, they end up imprisoning them in a freedom-like, standardized and morally empty subjectivity. The lack of social role models of masculinity and close affective references open room for a true moral gap in the education of boys, understood here as the absence of an ethical life project supported by a code of honor. This gaps ends up being filled by dominant male references of the contemporary culture, notably by media male celebrities, which are one of the major influences in the kids' lives, deeply affecting boys in the construction of their subjective senses of masculinity. This social framework indicates the critical need of providing a new meaning to masculinity in the educational process, creating space for dialogue and multiple role models for boys, which could support the construction of life projects based on ethics, stimulating the development of a critical conscience, which could help men to become active agents in the social changes to come. Key-words: childhood, education, ethics, masculinity, subjectivity.
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Violencia domestica contra la mujer : concepciones y formas de enfrentamiento

Arrieta, Sandra Milena Parra January 2015 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Adriano Furtado Holanda / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 13/04/2015 / Inclui referências / Resumo: O Brasil está em um momento de muitas mudanças legislativas, buscando novas políticas públicas estratégicas de proteção para as mulheres em situação de violência. As preocupações giram em torno do tipo de atendimento oferecido e falta de escuta sem julgamento de mulheres usuárias de serviços. Nosso estudo insere-se neste contexto, com o objetivo de estudar as experiências e estratégias de enfrentamento das mulheres abrigadas afetadas pela violência doméstica. Por isso, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevistas abiertas seguindo o modelo de Amedeo Giorgi (1985), dentro do órgão de assistência social. A análise e discussão dos dados serão distribuídas em três eixos: 1º eixo mostra as contribuições científicas para o estudo da violência doméstica desde 2000-2013 no Brasil, mostrando um aumento considerável desde a aplicação da Lei n. 11.340 / 2006; 2º eixo descreve a experiência de mulheres com violência, apresentando frustração com a justiça, a vergonha, o desejo de criar uma nova vida, a ambivalência emocional, sofrimento e insatisfação com o relacionamento e culpa de álcool e drogas no desencadeamento da agressão; 3º eixo discute as estratégias de coping desenvolvidas por estas mulheres antes e depois da denúncia. Pode-se perceber com esse estudo, ainda são necessárias elaborações teóricas para o atendimento e tratamento do sofrimento psíquico e implementar estratégias de apoio emocional às mulheres em situação de violência, que sejam acessíveis para os profissionais na área da saúde pública, psicologia, serviço social e todos aqueles que possam estar interessados na temática. Palavras-chave: Violência contra a mulher; Violência doméstica; ferramenta; Coping. / Resumen: Brasil se encuentra en un momento de muchos cambios legislativos, visando nuevas Políticas publicas estratégicas, en la protección de las mujeres en situación de violencia. La preocupación giran en torno al tipo de servicio ofrecido y la falta de escucha sin juicio a las mujeres usuarias de los servicios. Nuestro estudio se insiere en este contexto, con el objetivo de estudiar las vivencias y las estrategias de afrontamiento de mujeres en una Casa de Refugio afectadas por la violencia doméstica. Por lo tanto, fue desarrollada una investigación descriptiva con abordaje cualitativo. Los datos fueron recolectados por medio de una entrevista semi estructurada siguiendo las directrices del modelo de Amedeo Giorgi (1985) en una institución de asistencia social. El análisis y la discusión de los datos será distribuida en tres capítulos: 1º capitulo muestra las contribuciones científicas al estudio de la violencia doméstica desde el año 2000 hasta 2013 en Brasil, mostrando un aumento considerable desde la implementación de la Lei n. 11.340/2006; 2º Capitulo describe la vivencia de las mujeres con la violencia, presentándose sentimientos de frustración con la justicia, vergüenza, ganas de crear un proyecto de vida, ambivalencia emocional, sufrimiento e insatisfacción con la relación y culpabilidad del consumo de alcohol y drogas como detonante de las agresiones; 3º capitulo expone las estrategias de enfrentamiento desarrolladas por estas mujeres antes y después de la denuncia. Se puede percibir que aún se necesitan elaboraciones teórico para el servicio y tratamiento del sufrimiento psíquico y establecer estrategias de apoyo afectivo a las mujeres en situación de violencia que sean de acceso a los trabajadores en el área de la salud pública, psicología, asistencia social, y a todos los que les puede interesar este tema. Palabras claves: Violencia contra la mujer; Violencia domestica; herramienta, Coping
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A vingança como destino das pulsões frente à perda do objeto de amor : uma análise do caso Dora

Hara, Ralf Barbosa January 2017 (has links)
Orientadora: Profª Drª Nadja Nara Barbosa Pinheiro / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa: Curitiba, 31/08/2017 / Inclui referências : f. 132-134 / Resumo: Na base do questionamento que incitou este trabalho estavam atendimentos clínicos de pacientes que revelaram estar consumidos por um desejo de vingança, mantido mesmo depois de consequências desastrosas para o próprio paciente. As informações que tínhamos através dos atendimentos não explicavam como esta escolha se sustentava, principalmente diante do sofrimento que parecia inevitavelmente trazer. Poderia a vingança ser investida como um destino pulsional como se apresentava na clínica? Optamos por estudar o caso Dora, que durante a análise estava acometida por um forte desejo de vingança, seguindo a metodologia do pensamento clínico. Escolhendo um caso de Freud, buscamos facilitar com que a lógica clínica pudesse permanecer frente a escolha de não abordarmos direta e explicitamente as histórias pessoais de vingança compartilhadas durante tratamento. O desejo de vingança que se apresentava na clínica não dava espaço para outras formações no psiquismo e era sustentado sobre uma fantasia de que somente com o sofrimento do outro se poderia alcançar à satisfação e uma espécie de reparação pelo que fora sofrido no passado. Alguns dos pacientes eram mais obstinados do que outros na realização do seu desejo de vingança, mas ao contrário do que se poderia imaginar (inclusive do que era fantasiado pelo paciente); a vingança, quando realizada, trazia consigo carga de sofrimento para aquele que a desejara. A busca de sofrimento do outro que desembocava em um sofrimento de si nos indicou a necessidade de estudar o conceito de identificação para se entender a escolha por vingança. A perda na relação com o objeto implica em um retorno para o ego, inevitável, que traz de volta as moções que foram investidas, tornando-se problema do ego. O sofrimento que se busca no objeto e recai sobre o ego pôde ser explicado pela relação íntima que o objeto tem na formação do ego, por meio da identificação. A fantasia dominante nos casos de vingança (de que se obteria satisfação e prazer através do sofrimento do objeto) apontaram para um estudo sobre as fantasias a fim de se entender que função elas cumprem na escolha por vingança. Chegamos a conclusão de que as fantasias são justamente o que sustenta a maioria das formações que partem do desejo (sonhos, sintomas, atos etc.), o que tornou imprescindível a investigação das fantasias de Dora para a análise do caso. Por se tratar do caso Dora, cujo estudo foi içado sobre dois sonhos, escolhemos estudar a interpretação dos sonhos a fim de compreender de que material são feitos e que função cumprem, apostando na contribuição que isto traria para o entendimento dos sonhos de Dora. A análise do caso Dora mostrou que, não somente a vingança pode ser um destino pulsional poderoso, como também as circunstâncias em que isto pode ocorrer evidenciado pelas suas identificações e fantasias. A fantasia de vingança de Dora, que balizava o seu desejo, forneceu destino para a pulsão deflagrada no confronto com as fantasias de abandono (desde as elaborações mais primitivas frente ao desamparo) reavivadas por conta de suas identificações. Palavras chave: vingança, Dora, identificação, fantasia, desejo. / Abstract: At the base of the questioning that incited this work were clinical care of patients that revealed to be consumed by a desire of revenge, maintained even after disastrous consequences for the own patient. The information we had through the hearings did not explain how this choice was sustained, especially in the face of the suffering it seemed to inevitably bring. Could revenge be invested as a destination for the drive as presented in the clinic? We chose to study the Dora case, which during analysis was affected by a strong desire for revenge, following the methodology of clinical thinking. Choosing a case from Freud, we sought out to make it easier for clinical logic to remain against the choice of not addressing directly and explicitly the personal stories of revenge shared during treatment. The desire for revenge presented in the clinic gave no room for other formations in the psyche and was sustained on a fantasy that only with the suffering of the other could be attained to satisfaction and a kind of reparation for what had been suffered in the past. Some of the patients were more obstinate than others in fulfilling their desire for revenge, but contrary to what one might imagine (including what was fantasized by the patient); revenge, when carried out, brought with it a burden of suffering to the one who desired it. The search for suffering of the other that ended in a suffering of itself indicated to us the necessity of studying the concept of identification to understand the choice for revenge. The loss in the relantionship with the object implies an inevitable return to the ego, which brings back the motions that have been invested, becoming ego's problem. The suffering that is sought in the object and falls on the ego could be explained by the intimate relation that the object has in the formation of the ego, through the identification. The dominant fantasy in revenge cases (which would bring satisfaction and pleasure through the suffering of the object) pointed to a study of fantasies in order to understand what function they fulfill in choosing for revenge. We come to the conclusion that fantasies are precisely what sustains most of the formations starting from desire (dreams, symptoms, acts, etc.), which made the investigation of Dora's fantasies for the analysis of the case indispensable. Because it is the case of Dora, whose study was build on two dreams, we chose to study the interpretation of dreams in order to understand what material they are made of and what function they perform, betting on the contribution that this would bring to the understanding of Dora's dreams. The Dora case analysis has shown that not only can revenge be destination to a powerfull drive, but also the circumstances in which this may be, evidenced by Dora's identifications and fantasies. Dora's fantasy of revenge, which marked out her desire, provided a destination for the drive that had been triggered in the confrontation with the fantasies of abandonment (from the earliest elaborations of helplessness) reassessed by her identifications. Keywords: revenge, Dora, identification, fantasy, desire.

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