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Autoconsciência Corporal em Estudantes de Música: Avaliação e IntervençãoSUBTIL, M. M. L. 29 August 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-08-29 / Devido às suas demandas físicas, cognitivas e afetivas, a aprendizagem da execução musical talvez seja uma das mais complexas tarefas humanas, cujos limites ainda não somos capazes de apontar com riqueza de detalhes. Estudar um instrumento envolve uma experiência humana multifacetada e multidimensional, com repercussões diretas na saúde daquele que estuda. A saúde do músico tem sido uma temática investigada por diferentes áreas do conhecimento, cujo foco em comum são processos físicos e psicológicos da saúde e do adoecer dessa classe profissional. Entre os aspectos mais estudados da saúde de músicos, estão as lesões mais comuns e suas causas bem como as ferramentas de tratamento. A autoconsciência corporal aparece como uma variável transversal a todos esses aspectos. Considera-se como hipótese em estudos de diferentes áreas que indivíduos que apresentam melhor consciência e percepção do corpo tendem a sofrer menos com adoecimentos de ordem neuromusculoesquelética. Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é investigar a autoconsciência corporal em estudantes universitários de música e sua relação com a prevenção e/ou surgimento de lesões neuromusculoesqueléticas relacionadas à prática instrumental. A pesquisa teve caráter misto e foi conduzida em duas etapas. A primeira refere-se à criação e validação de um instrumento de avaliação da autoconsciência corporal e aspectos ergonômicos de estudantes de música, o Aergo-AutoConMusi. Participaram dessa fase da pesquisa 415 estudantes de cursos de licenciatura e bacharelado em música de diferentes universidades do Brasil, regularmente matriculados e de todos os períodos. A primeira fase resultou em dois estudos: o primeiro apresenta os resultados da avaliação geral da saúde ocupacional de estudantes de música e o segundo apresenta o processo de desenvolvimento e validação do instrumento. A fase de validação do Aergo-AutoConMusi resultou em três escalas: uma escala de autoconsciência corporal; uma escala de percepção da dor e por último uma escala de aspectos preventivos. Na segunda fase da pesquisa, realizou-se um ensaio clínico não controlado, com desenvolvimento e execução de um programa de intervenção através do conceito Pilates e aulas teóricas em saúde do músico. A intervenção ocorreu durante um semestre letivo, com 15 estudantes universitários de música de ambos os sexos, com idades variando de 19 a 44 anos (M=26) matriculados na disciplina optativa de saúde do músico. Os encontros foram semanais, com duração de três horas, e os estudantes foram agrupados em três por turma, de acordo com suas disponibilidades de horário. Os participantes foram avaliados quanto à sua autoconsciência corporal antes e após a intervenção, através do Aergo-AutoConMusi e de autorrelatos. O resultado da primeira etapa da pesquisa sugere que a saúde ocupacional dos músicos encontra-se alicerçada em torno de aspectos físicos, cognitivos e organizacionais e que o instrumento Aergo-AutoConMusi pode ser um importante auxílio em pesquisa, na avaliação e no acompanhamento de estratégias em saúde do músico por professores de música e profissionais de saúde que se interessem e lidem com a autoconsciência corporal nessa população. O resultado da segunda etapa dessa pesquisa evidencia indicadores de eficiência do programa de intervenção, através do incremento de aspectos físicos e comportamentais envolvidos com a autoconsciência corporal dos participantes. Discute-se como o entendimento do corpo e o treino específico de habilidades corporais e comportamentais em performance possibilitou nessa amostra, a redução das queixas dolorosas e a melhora dos aspectos (autopercepção da dor; aspectos ergonômicos do fazer musical) da autoconsciência corporal mensurados pelo instrumento. Propõe-se que a autoconsciência corporal em músicos foi alicerçada em três dimensões: a autoconsciência corporal e a percepção da dor; a autoconsciência corporal e os aspectos ergonômicos do fazer musical e a autoconsciência corporal e os aspectos preventivos em saúde do músico. Considera-se por fim, que a relação do corpo com a dor, a postura corporal em performance, os comportamentos de prevenção e cuidados em saúde, se aprimoram e se ajustam através de ensinamentos e vivências corporais específicas em saúde do músico, focadas nos aspectos que norteiam a autoconsciência corporal. Por se tratar de um fenômeno multifactorial, a autoconsciência corporal em músicos evidencia-se como campo exploratório e necessita da participação integrada de profissionais de saúde e professores de música a fim de contribuírem para o seu melhor entendimento e avaliação, bem como para a criação e implantação de programas que visem o seu aprimoramento nas diferentes atividades musicais.
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Narrativas de professores de flauta transversal e piano no ensino superior: a corporeidade presente (ou não) na aula de instrumento / Narratives of flute and piano professors: the presence of embodiment (or not) in training classTeixeira, Ziliane Lima de Oliveira 16 March 2016 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The research presented in this thesis is linked to the education and arts line of
research at graduate program in education of the Federal University of Santa Maria.
The research had as general objective to understand to what extent the concept of
embodiment is present in teaching flute and piano narrated by teachers; and highlight
specific objectives, one of the teachers narratives, those that refer to the attention
with the health and welfare of the student; and analyze the narratives of teachers on
their performance regarding the mind-body relationship in teaching flute and piano. I
take ownership on embodiment concept from the theoretical perspective of Merleau-
Ponty (2006), which bring to dialogue with researchers from the musician s health:
Williamon and Thompson (2006); Brandfonbrener and Kjelland (2002); Wynn Parry
(2004); Cowell and Hewitt (2011) among others. The research is presented starting
from the vision of teaching music conservatorial (VASCONCELOS, 2002) and the
teacher-student relationships (KINGSBURRY, 1988; LOURO, 2008; DEWEY, 2011).
The methodology adopted is the Thematic Oral History (ROBERTS, 2002; MEIHY,
2005; PEREIRA DE QUEIROZ, 2008; MEIHY and HOLANDA, 2011), through
narrative interviews (LOURO, 2004; JOVCHELOVITCH and BAUER, 2012) that were
contextualized with the daily record (ALBERTI, 2005; FLICK, 2009) and data analysis
was made from the Grounded Theory (CHARMAZ, 2009). Interviews were held with
ten teachers of transverse flute and piano public universities in the South region of
Brazil. Research approaches of research conducted by Louro (2004), Borba (2011)
and Machado (2012) the methodology adopted for the same locus of research
higher education of music and also by addressing issues of traditions and
innovations in the teaching of music. As a result, we can highlight that respondents:
(i) are anxious to look at the student as a unique individual, providing a personalized
education, despite guidelines and repertories in common; (ii) seeking to be attentive
to bad habits and physical wellbeing posture central to the good relationship with the
instrument and the music, but not everyone knows how to guide the students,
whereas there are limits on the formation of a music teacher; (iii) the concept of
embodiment is present in some teaching practices, but others have a more traditional
look, concerned only with good posture and health, being this thought directly related
with the performance of the teachers in the mind-body relationship in teaching flute
and piano. The embodiment of students and teachers is one of the main challenges
encountered in the imbrication of traditions and innovations in narratives about flute
and piano teaching for teachers of higher education. Although there is no unanimity
on how to take this theme, there is consensus on the crucial importance of the
subject among the teachers. It is expected that the findings of this thesis can benefit
musicians, music students, instrument teachers, educators and researchers, in the
areas of education, music education, music and musician's health. / A pesquisa apresentada nesta tese está vinculada à Linha de Pesquisa Educação e
Artes LP4 do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade
Federal de Santa Maria. A pesquisa teve como objetivo geral compreender em que
medida o conceito de corporeidade está presente no ensino de flauta e piano
narrados pelos professores; e, como objetivos específicos destacar, dentre as
narrativas dos professores, aquelas que se referem à atenção com a saúde e bemestar
do aluno, bem como analisar as narrativas dos professores sobre sua atuação
no que tange à relação mente-corpo no ensino de flauta e piano. Aproprio-me do
conceito de corporeidade partindo da perspectiva teórica de Merleau-Ponty (2006),
que trago para dialogar com pesquisadores da saúde do músico: Williamon e
Thompson (2006); Brandfonbrener e Kjelland (2002); Wynn Parry (2004); Cowell e
Hewitt (2011) dentre outros. A pesquisa é apresentada partindo da visão do ensino
conservatorial da música (VASCONCELOS, 2002) e da relação professor-aluno
(KINGSBURRY, 1988; LOURO, 2008; DEWEY, 2011). A metodologia adotada é da
História Oral Temática (ROBERTS, 2002; MEIHY, 2005; PEREIRA DE QUEIROZ,
2008; MEIHY e HOLANDA, 2011), através de entrevistas narrativas (LOURO, 2004;
JOVCHELOVITCH e BAUER, 2012) que foram contextualizadas com o registro de
Diários de Campo (ALBERTI, 2005; FLICK, 2009) e a análise de dados foi feita a
partir da Teoria Fundamentada (CHARMAZ, 2009). Foram realizadas entrevistas
com dez professores de flauta transversal e piano das universidades públicas da
região Sul do Brasil. A pesquisa se aproxima das pesquisas realizadas por Louro
(2004), Borba (2011) e Machado (2012) pela metodologia adotada, pelo mesmo
lócus de pesquisa ensino superior de música e também por abordar questões de
tradições e inovações no ensino da música. Como resultados, pode-se destacar que
os entrevistados: (i) estão preocupados em olhar para o aluno como um indivíduo
único, proporcionando um ensino personalizado, apesar das diretrizes e repertórios
em comum; (ii) procuram estar atentos a maus hábitos posturais e consideram o
bem-estar físico fundamental para o bom relacionamento com o instrumento e a
música, porém nem todos sabem como orientar os alunos, considerando que há
limites na formação do professor de música; (iii) o conceito de corporeidade está
presente em algumas práticas de ensino, porém outros têm um olhar mais
tradicional, preocupados apenas com boa postura e saúde, sendo este pensamento
relacionado diretamente com a atuação dos professores na relação mente-corpo,
nos ensinos de flauta e piano. A corporeidade de alunos e professores é um dos
principais desafios encontrados no imbricamento de tradições e inovações nas
narrativas sobre ensino de flauta e piano por professores de ensino superior. Muito
embora, não haja unanimidade no como encarar este tema, existe consenso sobre a
importância crucial do assunto entre os professores entrevistados. Espera-se que as
conclusões desta tese possam beneficiar músicos, estudantes de música,
professores de instrumento, educadores e pesquisadores das áreas de Educação,
Educação Musical, Música e Saúde do Músico.
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