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Práticas culturais de jovens metalúrgicos no ABC paulista: vivências para além do trabalho / Cultural practices of yound metallurgical at ABC paulista:: experiences beyond work

Caldas, Célia Cristina Cappucci Maia Negrão 20 August 2015 (has links)
Esta pesquisa se propõe a investigar elementos constitutivos da cultura de dois grupos de trabalhadores do ABC Paulista. O objetivo central é compreender os costumes desses jovens, especialmente no que se refere às experiências para além do trabalho. Escolhemos dois segmentos dentro de uma mesma categoria, por ocuparem lugares diferentes na cadeia produtiva, fato que lhes proporciona condições materiais e simbólicas muito diversas. Para compreensão das trajetórias e dos processos de socialização desse grupo de jovens, buscamos apreender seus estilos de vida, que, para Bourdieu (1979, p.), são sistemas de desvios diferenciais que são a retradução simbólica de diferenças objetivamente inscritas nas condições de existência, através de entrevistas semiestruturadas. Partimos do pressuposto de que esses trabalhadores são originários de um campo cuja matriz comum dá contorno a uma identidade operária. A composição cultural destes trabalhadores, porém, não é homogênea. Com Leal (2011, p.367.) entendemos por cultura um conjunto de valores e significados atribuídos a relações e práticas sociais incorporados em seus rituais e comportamentos que expressam uma determinada forma de ser no mundo. O primeiro grupo foi composto por jovens de uma empresa de autopeças: Itaesbra; e o segundo, por jovens de uma empresa montadora: Mercedes-Benz. Partimos da hipótese de que jovens trabalhadores de uma mesma categoria possuem capital cultural diferentes e, apesar de partilharem hábitos e costumes, apresentam formas muito peculiares. As disposições adquiridas, perpassadas por múltiplas vivências, imputam um caráter bastante fluido a suas identidades como trabalhadores. Como consequência, refletem uma cultura de classes plural e muito heterogênea. Ainda assim, observamos uma marca fundamental que os une: as experiências para além do trabalho, que indicam seus lugares na configuração social, ganham espaço secundário, isto é, o trabalho ocupa lugar central em suas vidas. / This research aims to investigate the constituent elements of the culture of two groups of ABC Paulista workers. The main objective is to understand the customs of these young workers, especially with regard to experiences beyond work. Two segments within the same category were chosen, because they occupy different places in the production chain, a fact that gives them very different material and symbolic conditions. To understanding the trajectories and socialization processes of this group of young workers, we seek to learn their lifestyles, that according to Bourdieu (1979, p.), are \"differential deviations systems that are a symbolic retranslation of differences objectively entered in conditions of existence\", through semi-structured interviews. We assume that these workers are originate from a field whose common matrix creates an operary class identity. The cultural composition of these workers, however, is not uniform. According to Leal (2011, p.367.) culture is a \"set of values and meanings attributed to social relations and practices\" incorporated into their rituals and behaviors that express a certain way of being. The first group was composed by young people from an auto parts company: Itaesbra; and second, by young people from an automaker company: Mercedes-Benz. Our hypothesis is that young workers of the same class have different cultural capital and despite sharing habits and customs, have very peculiar shapes. The provisions acquired, laden with multiple experiences, attach a fluid nature to their identities as workers. As a result, they reflect a culture of plural and heterogeneous classes. Even so, we observed a feature that connects them: the experience beyond the job, indicating their place in the social setting, won a secondary space, that is, work occupies a central place in their lives.
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Práticas culturais de jovens metalúrgicos no ABC paulista: vivências para além do trabalho / Cultural practices of yound metallurgical at ABC paulista:: experiences beyond work

Célia Cristina Cappucci Maia Negrão Caldas 20 August 2015 (has links)
Esta pesquisa se propõe a investigar elementos constitutivos da cultura de dois grupos de trabalhadores do ABC Paulista. O objetivo central é compreender os costumes desses jovens, especialmente no que se refere às experiências para além do trabalho. Escolhemos dois segmentos dentro de uma mesma categoria, por ocuparem lugares diferentes na cadeia produtiva, fato que lhes proporciona condições materiais e simbólicas muito diversas. Para compreensão das trajetórias e dos processos de socialização desse grupo de jovens, buscamos apreender seus estilos de vida, que, para Bourdieu (1979, p.), são sistemas de desvios diferenciais que são a retradução simbólica de diferenças objetivamente inscritas nas condições de existência, através de entrevistas semiestruturadas. Partimos do pressuposto de que esses trabalhadores são originários de um campo cuja matriz comum dá contorno a uma identidade operária. A composição cultural destes trabalhadores, porém, não é homogênea. Com Leal (2011, p.367.) entendemos por cultura um conjunto de valores e significados atribuídos a relações e práticas sociais incorporados em seus rituais e comportamentos que expressam uma determinada forma de ser no mundo. O primeiro grupo foi composto por jovens de uma empresa de autopeças: Itaesbra; e o segundo, por jovens de uma empresa montadora: Mercedes-Benz. Partimos da hipótese de que jovens trabalhadores de uma mesma categoria possuem capital cultural diferentes e, apesar de partilharem hábitos e costumes, apresentam formas muito peculiares. As disposições adquiridas, perpassadas por múltiplas vivências, imputam um caráter bastante fluido a suas identidades como trabalhadores. Como consequência, refletem uma cultura de classes plural e muito heterogênea. Ainda assim, observamos uma marca fundamental que os une: as experiências para além do trabalho, que indicam seus lugares na configuração social, ganham espaço secundário, isto é, o trabalho ocupa lugar central em suas vidas. / This research aims to investigate the constituent elements of the culture of two groups of ABC Paulista workers. The main objective is to understand the customs of these young workers, especially with regard to experiences beyond work. Two segments within the same category were chosen, because they occupy different places in the production chain, a fact that gives them very different material and symbolic conditions. To understanding the trajectories and socialization processes of this group of young workers, we seek to learn their lifestyles, that according to Bourdieu (1979, p.), are \"differential deviations systems that are a symbolic retranslation of differences objectively entered in conditions of existence\", through semi-structured interviews. We assume that these workers are originate from a field whose common matrix creates an operary class identity. The cultural composition of these workers, however, is not uniform. According to Leal (2011, p.367.) culture is a \"set of values and meanings attributed to social relations and practices\" incorporated into their rituals and behaviors that express a certain way of being. The first group was composed by young people from an auto parts company: Itaesbra; and second, by young people from an automaker company: Mercedes-Benz. Our hypothesis is that young workers of the same class have different cultural capital and despite sharing habits and customs, have very peculiar shapes. The provisions acquired, laden with multiple experiences, attach a fluid nature to their identities as workers. As a result, they reflect a culture of plural and heterogeneous classes. Even so, we observed a feature that connects them: the experience beyond the job, indicating their place in the social setting, won a secondary space, that is, work occupies a central place in their lives.
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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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Processo de socialização da violência na infância e na adolescência : entre práticas e sofrimentos de violência em casa, na rua e na escola

Cunha, Lucas de Lima e January 2011 (has links)
A presente dissertação teve como objetivo principal compreender o processo de socialização da violência durante a infância e a adolescência. Para isso analisamos as possíveis relações existentes entre práticas e sofrimentos de violências físicas e psicológicas vivenciadas em casa, na rua e na escola em uma população de crianças e adolescentes encaminhados para um serviço público de saúde voltado para o atendimento de casos envolvendo situações de violência na infância e na adolescência. A metodologia do trabalho foi de natureza quantitativa e os dados foram coletados através de questionários fechados cujas perguntas abordavam a percepção e avaliação das crianças e adolescentes em relação às “quantidades” de violências experimentadas por elas naqueles três espaços sociais. Posteriormente, foi feita a análise estatística dos dados. Esta dissertação gira em torno de três eixos temáticos: 1) o processo de socialização; 2) o fenômeno social da violência e; 3) infância e a adolescência. Para tanto, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma: num primeiro momento discorremos acerca da ideia de indivíduos e sociedade no pensamento sociológico e o lugar ocupado pelas crianças durante o desenvolvimento desse pensamento; discutimos também as dimensões biopsicossociais que ajudam a entender como são constituídos os indivíduos e a importância da infância nesta construção, bem como os impactos gerados através de situações de violência durante esse período de vida; na terceira parte descrevemos como ocorre o processo de socialização e quais seus principais aspectos e mecanismos de manutenção; na quarta parte apresentamos o recente campo da Sociologia da Infância e como ela possibilitou a revisão das teorias sociológicas acerca da socialização e do lugar ocupado pelas crianças na sociedade; por fim, discutimos o fenômeno social da violência na infância e adolescência e suas principais manifestações durante essas fases de vida. Ao todo foram questionados 42 crianças e adolescentes do sexo masculino, entre 9 e 14 anos de idade. A média de idade da amostra ficou no período de transição entre a infância e adolescência (11,4 anos; DP = +1,8 anos). Entre outros, encontramos uma média maior de violências sofridas que praticadas. Em relação aos tipos, as violências psicológicas são mais frequentes quando sofridas e as violências físicas as mais frequentes quando praticadas. A escola apareceu como o espaço social onde em média mais as violências são sofridas e praticadas. Ademais, encontramos uma complexa relação entre os sofrimentos e práticas de violências, físicas e psicológicas, que perpassa a casa e a escola. Descobrimos também que existe uma forte e significativa correlação entre sofrimentos e práticas de violências (= 0,403; p < 0,001) e que a primeira explica aproximadamente ¼ da segunda (r= 0,484; r2 = 0,235; p < 0,01). Ao especificar segundo os tipos de violências, vimos que a violência psicológica sofrida tem um forte impacto sobre a violência física praticada (r = 0,672; r2 = 0,451; p < 0,001). Por fim, o pequeno número da população amostral foi um dos principais fatores que impossibilitaram uma generalização mais assertiva a respeito do fenômeno estudado por nós. / This dissertation aimed to understand the process of socialization of violence during childhood and adolescence. To analyze this possible relationship between practices and suffering physical and psychological violence experienced at home, on the street and at school, in a population of children and adolescents referred to a public health service dedicated to the care of cases involving situations of violence in this age group. The research involves three main areas: 1) the socialization process, 2) the social phenomenon of violence, and 3) childhood and adolescence in the face of these events. The research was structured as follows: at first we argue about the idea of individuals and society in sociological thought and the role played by children during the development of this thought; we also discussed the biopsychosocial dimensions that help to understand how are constituted the individuals and the importance of childhood in this construction, as well as the impacts generated by situations of violence during this period of life; the third part describes how the socialization process occurs and what its main aspects and mechanisms of maintaining; the fourth part presents the recent sociology of childhood and how she allowed a review of sociological theories about socialization and the place occupied by children in society, and finally we discuss the social phenomenon of violence in childhood and adolescence and its main manifestations during these phases of life. The method of this study was quantitative and the data were collected through questionnaires using closed questions which addressed the perception and evaluation of children and adolescents in relation to the "amounts" of violence experienced by them in those three social spaces. The data were treated statistically. Altogether 42 male children and adolescents, between 9 and 14 years old, were questioned. The average age of the sample was in the transition period between childhood and adolescence (11.4 years, SD = +1.8 years). Among other results, we found a higher average suffered than committed violence. In terms of types, psychological violence is more frequent when suffered and physical violence, the most frequent when committed. The school appeared as a social space where, on average, more violence is experienced and practiced. Moreover, we find a complex relationship between the practices and suffering of violence, physical and psychological, that permeates the home and school. We also found that there is a strong and significant correlation between suffering and one quarter of the violence (r = 0.484, r2 = 0.235, p <0.01). When one specify according the types of violence, we have seen that suffering psychological violence has a strong impact on practiced physical violence (r = 0.672, r2 = 0.451, p <0.001).
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Institucionalização de crianças e adolescentes em Caxias do Sul : narrativas sobre as trajetórias de vida de egressos de medida de proteção (1990-2011)

Poletto, Letícia Borges 28 May 2013 (has links)
Esta investigação se inscreve no campo da educação, mais especificadamente nos processos educativos não formais. Trata das trajetórias de vida de crianças e adolescentes que passaram por medida de proteção de acolhimento institucional, constituindo, dessa forma, o objeto de investigação desse estudo. Os procedimentos administrativos pertencentes ao Ministério Público – 4ª Promotoria de Justiça Especializada da Infância e Juventude da Cidade de Caxias do Sul no período compreendido entre os anos 1990 a 2011, bem como as narrativas produzidas em entrevistas semiestruturadas com quatro egressos dos serviços de acolhimento do município, constituem o corpus empírico deste texto, o qual foi construído na perspectiva da análise textual discursiva, metodologia de tratamento dos dados cunhada por Roque Moraes (2011). Os percursos metodológicos passaram também pelos preceitos da história cultural, incluindo a história oral e a análise documental. A pesquisa objetivou entender os motivos e significados que levaram crianças e adolescentes ao afastamento da família, alguns nem sempre como uma medida provisória, como orienta o Estatuto da Criança e dos Adolescentes (ECA). A análise do material construído apontou que dois acolhidos, do sexo masculino, vivenciaram a situação de acolhimento de forma satisfatória, uma vez que apreenderam vivências e experiências que consideram hoje contribuir para suas relações familiares e sociais; em contrapartida, as duas outras entrevistadas narraram um grande ressentimento ao não terem seus sentimentos reconhecidos e respeitados pelos profissionais que exercem as suas atividades laborativas nas instituições, e ainda, salientaram os malefícios da transferência de instituições quando completaram doze anos de idade. Os procedimentos do Ministério Público corroboraram com os dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça, destacando que há na cidade mais sujeitos do sexo masculino em situação de acolhimento do que do sexo feminino. Ainda, apontaram a falta de conhecimento e preparo, por parte do Conselho Tutelar, no momento de afastar uma criança/adolescente de seu núcleo familiar de origem. De forma complementar, realizou-se uma análise das constâncias e (in) constâncias jurídicas na história da infância no Brasil, utilizando como contribuição teórica o entendimento de Norbert Elias (1993, 1994, 2011). Para a efetivação do estudo, procurou-se estabelecer um diálogo com autores que discorrem sobre os temas analisados, tais como: Claudia Fonseca (2000, 2006, 2009, 2012), Irene Rizzini (2000, 2007, 2008), Vicente Faleiros (1995, 2008), Renato Caminha (1999), Maria Luiza Marcílio (2006), entre outros. Com as análises efetivadas, o texto concluiu que o conjunto de leis e diretrizes contribuem para o fortalecimento do trabalho realizado com este público, contudo ainda faltam políticas públicas articuladas, que previnam o rompimento de laços familiares e comunitários das crianças e adolescentes do nosso país. Estima-se que a contribuição da pesquisa está, pois, na articulação entre aspectos de uma história de longa duração – o processo de institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil – e uma história do tempo presente – trazendo parte dos territórios íntimos dos sujeitos abrigados e/ou acolhidos, em contextos de alargamento da compreensão da educação para além dos muros da escola, vinculando-a a um processo de socialização. / Submitted by Marcelo Teixeira (mvteixeira@ucs.br) on 2014-05-30T12:21:47Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao Letícia Borges Poletto.pdf: 7558623 bytes, checksum: 7edaa93f39ac68dae62dbd9b760406a3 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-05-30T12:21:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao Letícia Borges Poletto.pdf: 7558623 bytes, checksum: 7edaa93f39ac68dae62dbd9b760406a3 (MD5) / This research is inscribed into the area of education, more specifically into non-formal educative processes. It deals with life stories of children and teenagers who were sheltered by institutions, as a means of protection, and who are the object of research in this study. The empirical corpus of this text is constituted by administrative proceedings belonging to the State Public Prosecution Office-4th Department of Justice Specialized in Children and Young People of Caxias do Sul- in the period of 1990 to 2011, together with narratives produced in semi-structured interviews, involving four former institution sheltered young people of the municipality of Caxias do Sul. This corpus was built following the approach of discursive textual analysis, a methodology of data treatment coined by Roque Moraes (2011). Methodological routes passed through cultural history commandments, including oral history and documental analysis. The research had the aim of understanding causes and meanings that led children and young people to keep distance from their families, many of them without the support of a provisional measure, as the Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Children’s Rights Statute) suggests. The analysis of the constructed material indicated that two of the sheltered boys, had a good experience when admitted in the institutions, as they apprehended experiences they consider to contribute, nowadays, in their family and social relationships; but two of the girls reported a great resentment because they did not have their feelings recognized and respected by people who worked in institutions. They also emphasized the bad effect of transfer from one institution to another one when they were twelve years old. The State Public Prosecution Office’s proceedings corroborated the data presented by National Justice Council, noting that there are more boys than girls who are sheltered in institutions. This organ also pointed at the Conselho Tutelar’s (Guardianship Council) lack of knowledge and preparation at the time of taking a child/teenager out of his/her family. As a complementation, it was made an analysis of permanence and nonpermanence of laws in the history of childhood in Brazil, using Norbert Elias (1993, 1994, 2011) theoretical contribution. To make this study effective, a dialogue involving authors who treat the analyzed topics, such as Claudia Fonseca (2000, 2006, 2009, 2012), Irene Rizzini (2000, 2007, 2008), Vicente Faleiros (1995, 2008), Renato Caminha (1999), Maria Luiza Marcílio (2006), among others, was proposed. After the finished analysis, the text concludes that the laws and norms contribute to strengthen work being done with this people, but there are still articulated public policies lacking, to avoid the break-up of family and community ties of Brazilian children and teenagers. It is estimated that the contribution of this research is the articulation between aspects of a long-term history- the process of institutionalization of children and teenagers in Brazil- and a present-time history- bringing a part of the intimate territories of sheltered and/or hosted, in contexts of widening of education comprehension, further from the school’s walls, linking school to a process of socialization.
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Institucionalização de crianças e adolescentes em Caxias do Sul : narrativas sobre as trajetórias de vida de egressos de medida de proteção (1990-2011)

Poletto, Letícia Borges 28 May 2013 (has links)
Esta investigação se inscreve no campo da educação, mais especificadamente nos processos educativos não formais. Trata das trajetórias de vida de crianças e adolescentes que passaram por medida de proteção de acolhimento institucional, constituindo, dessa forma, o objeto de investigação desse estudo. Os procedimentos administrativos pertencentes ao Ministério Público – 4ª Promotoria de Justiça Especializada da Infância e Juventude da Cidade de Caxias do Sul no período compreendido entre os anos 1990 a 2011, bem como as narrativas produzidas em entrevistas semiestruturadas com quatro egressos dos serviços de acolhimento do município, constituem o corpus empírico deste texto, o qual foi construído na perspectiva da análise textual discursiva, metodologia de tratamento dos dados cunhada por Roque Moraes (2011). Os percursos metodológicos passaram também pelos preceitos da história cultural, incluindo a história oral e a análise documental. A pesquisa objetivou entender os motivos e significados que levaram crianças e adolescentes ao afastamento da família, alguns nem sempre como uma medida provisória, como orienta o Estatuto da Criança e dos Adolescentes (ECA). A análise do material construído apontou que dois acolhidos, do sexo masculino, vivenciaram a situação de acolhimento de forma satisfatória, uma vez que apreenderam vivências e experiências que consideram hoje contribuir para suas relações familiares e sociais; em contrapartida, as duas outras entrevistadas narraram um grande ressentimento ao não terem seus sentimentos reconhecidos e respeitados pelos profissionais que exercem as suas atividades laborativas nas instituições, e ainda, salientaram os malefícios da transferência de instituições quando completaram doze anos de idade. Os procedimentos do Ministério Público corroboraram com os dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça, destacando que há na cidade mais sujeitos do sexo masculino em situação de acolhimento do que do sexo feminino. Ainda, apontaram a falta de conhecimento e preparo, por parte do Conselho Tutelar, no momento de afastar uma criança/adolescente de seu núcleo familiar de origem. De forma complementar, realizou-se uma análise das constâncias e (in) constâncias jurídicas na história da infância no Brasil, utilizando como contribuição teórica o entendimento de Norbert Elias (1993, 1994, 2011). Para a efetivação do estudo, procurou-se estabelecer um diálogo com autores que discorrem sobre os temas analisados, tais como: Claudia Fonseca (2000, 2006, 2009, 2012), Irene Rizzini (2000, 2007, 2008), Vicente Faleiros (1995, 2008), Renato Caminha (1999), Maria Luiza Marcílio (2006), entre outros. Com as análises efetivadas, o texto concluiu que o conjunto de leis e diretrizes contribuem para o fortalecimento do trabalho realizado com este público, contudo ainda faltam políticas públicas articuladas, que previnam o rompimento de laços familiares e comunitários das crianças e adolescentes do nosso país. Estima-se que a contribuição da pesquisa está, pois, na articulação entre aspectos de uma história de longa duração – o processo de institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil – e uma história do tempo presente – trazendo parte dos territórios íntimos dos sujeitos abrigados e/ou acolhidos, em contextos de alargamento da compreensão da educação para além dos muros da escola, vinculando-a a um processo de socialização. / This research is inscribed into the area of education, more specifically into non-formal educative processes. It deals with life stories of children and teenagers who were sheltered by institutions, as a means of protection, and who are the object of research in this study. The empirical corpus of this text is constituted by administrative proceedings belonging to the State Public Prosecution Office-4th Department of Justice Specialized in Children and Young People of Caxias do Sul- in the period of 1990 to 2011, together with narratives produced in semi-structured interviews, involving four former institution sheltered young people of the municipality of Caxias do Sul. This corpus was built following the approach of discursive textual analysis, a methodology of data treatment coined by Roque Moraes (2011). Methodological routes passed through cultural history commandments, including oral history and documental analysis. The research had the aim of understanding causes and meanings that led children and young people to keep distance from their families, many of them without the support of a provisional measure, as the Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Children’s Rights Statute) suggests. The analysis of the constructed material indicated that two of the sheltered boys, had a good experience when admitted in the institutions, as they apprehended experiences they consider to contribute, nowadays, in their family and social relationships; but two of the girls reported a great resentment because they did not have their feelings recognized and respected by people who worked in institutions. They also emphasized the bad effect of transfer from one institution to another one when they were twelve years old. The State Public Prosecution Office’s proceedings corroborated the data presented by National Justice Council, noting that there are more boys than girls who are sheltered in institutions. This organ also pointed at the Conselho Tutelar’s (Guardianship Council) lack of knowledge and preparation at the time of taking a child/teenager out of his/her family. As a complementation, it was made an analysis of permanence and nonpermanence of laws in the history of childhood in Brazil, using Norbert Elias (1993, 1994, 2011) theoretical contribution. To make this study effective, a dialogue involving authors who treat the analyzed topics, such as Claudia Fonseca (2000, 2006, 2009, 2012), Irene Rizzini (2000, 2007, 2008), Vicente Faleiros (1995, 2008), Renato Caminha (1999), Maria Luiza Marcílio (2006), among others, was proposed. After the finished analysis, the text concludes that the laws and norms contribute to strengthen work being done with this people, but there are still articulated public policies lacking, to avoid the break-up of family and community ties of Brazilian children and teenagers. It is estimated that the contribution of this research is the articulation between aspects of a long-term history- the process of institutionalization of children and teenagers in Brazil- and a present-time history- bringing a part of the intimate territories of sheltered and/or hosted, in contexts of widening of education comprehension, further from the school’s walls, linking school to a process of socialization.

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