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O processo de gestar e parir entre os Guajajara da área de abrangência do polo base de Arame, no Estado do Maranhão / The childbearing and giving birth among the Guajajaras in the Arame complex areaLIMA, Dannielle Pinto 30 April 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-04-30 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This is a qualitative research with an ethnographic approach that aims to study childbearing and
giving birth among the Guajajaras in the Arame complex area, in Maranhão State. For this
purpose, this study sought to describe the main sociocultural practices and the traditional
indigenous care patterns, as well as the therapeutic itinerary of the indigenous pregnant, reports
the influence of western medical practices in the universe of Guajajaras women, and identifies the
problem-situations of these women in relation to the theme studied. The results show that the
process of childbearing and giving birth among the Guajajaras involves sociocultural practices
and unique traditional care, with the menarche and the “moqueado feast” as the beginning of this
process. The pregnancy is a period of no rituals or specific care. Child birth that in less than three
decades ago, in its great majority, was performed in the village, in squatting position, surrounded
by people who the pregnant trusted, nowadays is performed mainly in hospitals with the pregnant
alone or just with restricted company, in a lithotomy position, and having medical or surgical
interventions. In the post-natal period special care is experienced and a series of food and physical
restriction happens in 30 to 40 days immediately after the postpartum. The therapeutic itinerary of
these women is complex and influenced by many factors like: age, prior personal and/or family
experience, difficulties in transportation and communication, precarity in health assistance t o the
villages, as well as the incentive to the hospital birth given by the professionals. Among the
factors that appear to influence most in the changing occurred in the process of childbearing and
giving birth Guajajara over time are: the lengthy time of coexistence with the “non-indigenous”
population, the evangelization of the population, the ethnocentric practices of the healthy system,
and the apparently fragility of FUNAI’s performance. Even with the use of biomedicine
knowledge at some time during the pregnant and puerperal cycle, the majority of the Guajajaras is
able to articulate their traditional knowledge with the biomedical technicians. It was concluded
that, in one hand the inclusion of new therapeutic resources in this process brought possib le
benefits, as the capacity of resolution, and the search for minimization of health risks; on the other
hand, it has created risks and damage like the childbearing medicalization. This research reveals
an urgent necessity to revise the assistance given to this population in order to provide a secure
service, of quality, and that not only consider the sociocultural aspects and the parties involved,
but also that the two knowledges can be used harmonically so that the provision of health services
can be offered in a decent way. / Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagens etnográficas, que objetiva estudar o
processo de gestar e parir entre os Guajajara da área de abrangência do polo base de Arame,
no Estado do Maranhão. Para tanto, buscou-se descrever as principais práticas socioculturais e
de cuidados tradicionais indígenas, bem como o itinerário terapêutico das gestantes indígenas
e relatar a influência das práticas da medicina ocidental no universo das mulheres Guajajara,
e identificar as situações-problema das mesmas em relação ao tema estudado. Os resultados
apontam que o processo de gestar e parir entre os Guajajara envolve práticas socioculturais e
de cuidados tradicionais singulares, com a menarca e a festa do moqueado marcando o início
deste processo. A gravidez não apresenta rituais ou cuidados específicos. Os partos, que há
menos de três décadas, em sua maioria, eram realizados na aldeia, de cócoras, cercado de
pessoas da confiança da gestante, atualmente, ocorrem majoritariamente no hospital, com a
gestante sozinha ou com companhia restrita, em posição de litotomia e com utilização de
intervenções medicamentosas ou cirúrgicas. No pós-parto são vivenciados rituais específicos
e uma série de restrições alimentares e físicas, durante os 30 a 40 dias de resguardo. O
itinerário terapêutico destas mulheres é complexo e influenciado por múltiplos fatores como:
idade, experiência anterior pessoal e/ou familiar, dificuldades de transporte e comunicação,
precariedades na assistência à saúde nas aldeias, assim como o estímulo ao parto hospitalar
dados pelos profissionais. Dentre os fatores que aparentam mais influenciar na mudança
ocorrida no processo de gestar e parir Guajajajara, ao longo do tempo está: o extenso tempo
de convivência com a população “não indígena”, a evangelização da população, a atuação
etnocêntrica do sistema de saúde e a aparente fragilidade da atuação da FUNAI. Mesmo se
utilizando os conhecimentos da biomedicina, em algum momento do período gravídico
puerperal, a maioria dos Guajajara consegue articular seus saberes tradicionais com os
biomédicos. Conclui-se que, se por um lado, a inclusão de novos recursos terapêuticos neste
processo trouxe possíveis benefícios, como a capacidade resolutiva, e a busca pela
minimização de riscos à saúde, por outro, gerou novos riscos e danos como a medicalização
do parto. Esta pesquisa revela uma necessidade urgente de rever a assistência prestada a esta
população de modo que seja prestado um serviço seguro, de qualidade e que possa não apenas
considerar os aspectos socioculturais e atores envolvidos, mas que de fato os dois saberes
possam ser usados harmonicamente para a oferta de serviços de saúde dignos.
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Saúde, ambiente e contaminação hídrica por agrotóxicos na terra indígena Marãiwatsédé, Mato GrossoLima, Francco Antonio Neri de Souza e 22 July 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-07-22 / A agricultura de monocultivos destinados à exportação demandam grandes porções de terras para sua produção, o que impulsiona os processos de desmatamento, ocupação e exploração de novas áreas. Na região Nordeste de Mato Grosso, a Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé, território da etnia Xavante, foi ocupada na década de 1950 por não indígenas. Desde a retirada total dos Xavante de seu território, a TI foi disputada por não indígenas. No ano de 2010, após determinação de posse da TI para os Xavantes, o processo de desintrusão total dos ocupantes não indígenas foi concluído somente em 2013. No entanto, nenhuma avaliação sanitária e ambiental foi realizada pelos órgãos federais para devolução e o retorno dos indígenas à sua terra originária. No período de ausência dos Xavante na TI, a terra foi utilizada para o plantio de monocultivos como arroz, soja, milho e pastagens. Esse modelo de agricultura é químico-dependente de agrotóxicos e fertilizantes em seus processos de produção podendo expor as populações aos seus resíduos químicos diretamente ou indiretamente pelas matrizes ambientais (ar, solo e água) e biológicas (peixes, aves e mamíferos) contaminados. O objetivo desse estudo foi verificar a contaminação hídrica por agrotóxicos na TI Marãiwatsédé e relatar outros impactos negativos do agronegócio na saúde da comunidade. Para isso, foram realizados os estudos de a) quantificação da produção agrícola por uma série histórica e estimativa de consumo de agrotóxicos dentro da TI, b) Verificação da presença de agrotóxicos na água e sedimentos de rios por meio de análises químicas, e c) relato da situação de saúde ambiental, ocasionada pelo processo produtivo agrícola dentro da TI. Verificou-se aumento anual no consumo de agrotóxicos, sendo o glifosato, o metamidofós e o 2,4D, os agrotóxicos mais utilizados. Dos sete pontos amostrados das análises químicas para detecção da presença de agrotóxicos na água superficial e sedimento de rio, foi detectado resíduo do agrotóxico permetrina no ponto P01, na concentração de 0.19µ/l. Essa concentração é menor do que o VMP para esse agrotóxico na legislação de potabilidade da água (Portaria MS 2.914/2011). Foram analisados apenas 12 princípios ativos além de outras limitações do método. No entanto, questionam-se as implicações dessa substância e de outras, prováveis dentro da TI. No ponto amostrado houve relatos de adoecimento após consumo de água deste local. A saúde ambiental na TI estava fragilizada devido à grande degradação do ambiente por queimadas, desmatamento, exposição a montante de fertilizantes químicos e vasilhames de agrotóxicos que estavam espalhados em locais da TI. Além disso há lavouras de monocultivos em atividade no entorno da TI, aumentando o risco de contaminações das nascentes de rios e do ambiente da TI de “fora para dentro” / The monoculture for exportation demands a big portion of land to the production, which impulses the processes of deforestation, occupation and exploration of new areas. In the northeastern part of the Mato Grosso, the indigenous land (IL) Marãiwatsédé, territory of the ethnic Xavante, was occupied in the decade of 1950 by non-indigenous. Since the total removal of the Xavante of their own territory, the area was disputed by the non-indigenous. In the year of 2010, after the determination of possession of the IL to the Xavante, the total process of disintrusion of nonindigenous occupants was concluded in 2013. However, no evaluation sanitary and environmental was made by the federal institutions responsible to the devolution and return of the indigenes to their original land. On the period of absence of the Xavante from the IL, the land was used to the production of crops such as rice, soybeans, corn and pastures. This model of agriculture is chemical-dependent of pesticides and fertilizers in the process of production which may exposure the populations to chemical residues directly or indirectly by environmental matrices (air, soil and water) and biological (fish, birds and mammals) contaminated. The aim of this study is verify the water contamination by pesticides in the IL Marãiwatsédé and report other negatives impacts of the agribusiness in the community's health. Thus it were conducted the studies of a) quantification of the agriculture production by a historical series and the pesticide consumption estimate within IL, b) Verify the presence of pesticides in the water and sediments of rives through chemical analyses, and c) reports of the environmental health situation, due to the process of agricultural production inside of the IL. It was found the increase of the annual consumption of pesticides, being the glyphosate, the methamidophos and the 2,4-D, being glyphosate, the methamidophos and the 2,4-D, the most commonly used pesticides. From the seven collected points of the chemical analysis to the detection of the pesticides presence in the superficial water and sediment of rives it was detected the presence of the pesticide permethrin in the point P01, in the concentration of 0.19µ/l. This concentration is smaller than the LMR to this pesticide in the water potability legislation (Portaria MS 2.914/2011). It was analyzed only 12 substances besides of other limitations of the method. Though, it is questioned the effects of this substances inside of the IL. In this point there were reports of sickness after drinking water from this location. The environmental health inside of the IL was fragile because to the large environmental degradation by wildfires, deforestation, exposure to a pile of chemical fertilizers and bottles of pesticides that are spread in different places of the IL. Beside that there is crops around the area of the IL, increasing the risk of contamination of the rivers sources and the environmental of the IL from "outside to inside"
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Minulost a současnost původního obyvatelstva Austrálie / The history and presence of Indigenous AustraliansŽEMLOVÁ, Barbora January 2011 (has links)
The presented work deals with the history and the present status of Indigenous population. In the introduction it deals with the objectives of work, secondary literature, searching and processing methodology. Other chapters deal with the description of selected demographic characteristics of Australia, especially with natural conditions, political system, administrative division of Australia and its economy. The following chapters deal with geographical cognition and the colonization of Australia. The central part of the work is the description of selected demographic characteristics of Australian population, as well as the description of culture - the specifics of Indigenous people. The last chapter is devoted to prognosis. The work has visualized data on the tables, pictures and graphs.
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Desnutrição infantil em Jordão, Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira / Child malnutrition in the municipal district of Jordão, Acre State, Brazilian AmazoniaThiago Santos de Araújo 12 March 2010 (has links)
Introdução - Apesar da melhoria do padrão nutricional infantil observada em vários países em desenvolvimento nas últimas décadas, a desnutrição infantil persiste como um problema de saúde pública no Brasil, especialmente nos municípios do interior da Amazônia. Inquéritos nutricionais de base populacional em povos Amazônicos são escassos, e em sua maioria restritos às cidades maiores e a populações indígenas residentes em áreas de reserva. Objetivo - Avaliar a prevalência e fatores associados à desnutrição infantil no município do Jordão, interior do Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira. Metodologia - Trata-se de um estudo transversal conduzido em 478 crianças menores de cinco anos da zona urbana (censo n=211) e rural (amostra n=267). As prevalências de déficits nutricionais para os indicadores altura para idade (A/I), peso para idade (P/I) e peso para altura (P/A) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z e excesso de peso para altura (P/A) com o ponto de corte +2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2006. Para a coleta de informações foram utilizados questionários estruturados, aplicados aos pais ou responsáveis pelas crianças em entrevistas domiciliares. Foram calculadas as prevalências de desnutrição geral e segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e ambientais. Para identificação de fatores associados à desnutrição (déficit de A/I) utilizou-se análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro-padrão robusto). Resultados - As prevalências dos déficits de A/I, P/I, P/A e excesso de peso foram de 35,8 por cento, 7,3 por cento, 0,8 por cento e 2,1 por cento, respectivamente. Déficits graves de A/I (escore Z < -3 DP) foram identificados em 11,5 por cento das crianças. Houve maior prevalência de déficit de crescimento com aumento da idade. As crianças com ascendência indígena residentes na área rural apresentaram as maiores prevalências de desnutrição (59,4 por cento; destes 20,1 por cento corresponderam a déficit grave). Após controle para sexo, idade e local de moradia (urbano/rural), os fatores associados ao déficit A/I foram: ascendência indígena (razão de prevalência [RP]: 2,10; intervalo de confiança [IC95 por cento]: 1,63- 2,71), menor terço do índice de riqueza domiciliar (RP: 1,57; IC95 por cento: 1,06; 2,33), morar em casa de madeira ou barraco (RP: 1,62; IC95 por cento: 1,09- 2,40), altura materna inferior ou igual a 146,4 cm (RP: 3,05; IC95 por cento: 1,87- 4,97), história de introdução de leite de vaca antes de 30 dias de idade (RP: 1,35; IC95 por cento: 1,03- 1,77), apresentar cartão de vacina em dia (RP: 0,66; IC95 por cento: 0,47-0,94). Conclusão - No presente estudo, a desnutrição infantil mostrou-se sério problema de saúde pública com prevalência de retardo de crescimento acima das estimativas para o Brasil em 2006 (7,0 por cento), chegando a valores próximos aos estimados pela OMS em 2007 para a África subsaariana (38,0 por cento). Intervenções para maior cobertura vacinal, promoção do aleitamento materno exclusivo e redução de iniqüidades sociais terão grande impacto na prevenção e controle da desnutrição infantil no município estudado / Despite the improvements in child nutrition in developing countries over recent decades, child malnutrition remains a serious public health issue in Brazil, particularly within Amazonia. Nutritional surveys on Amazonian populations are scarce and generally involve indigenous populations settled in reserves. Aim - To ascertain the prevalence and factors associated with child malnutrition in the municipal district of Jordão, Acre State, Brazilian Amazonia. Method - A cross-sectional study was conducted in 478 children aged less than five years from urban (census n=211) and rural (sample n=267) areas. The prevalence of nutritional deficits, for the indicators height for age (H/A), weight for age (W/A), and weight for height (W/H), were determined based on cut-off point - 2 Z scores, and overweight, for weight for height (W/H), based on cut-off point + 2 Z scores, using the standard child growth charts of the 2006 World Health Organization (WHO). Information was collected using structured questionnaires applied in domiciliary interviews with parents or guardians of the children. The prevalences of child malnutrition according to biological, socioeconomic and environmental variables were calculated. Multiple and hierarchical analysis of Poisson regression (robust standard error) was employed to identify factors associated with stunting (H/A deficit). Results - The prevalence of H/A, W/A, W/H deficits and overweight were 35.8 per cent, 7.3 per cent, 0.8 per cent and 2.1 per cent, respectively. Severe stunting (Z score < - 3 SD) were identified in 11.5 per cent of the children. Prevalence of stunting was higher with greater age. Children with Indigenous lineage residing in rural areas had the highest levels of stunting (59.4 per cent; 20.1 per cent of whom had severe deficit). After controlling for gender, age and dwelling (urban/rural), the factors associated with H/A deficit were: Indigenous lineage (Prevalence Ratio [PR]: 2.10; confidence interval [95 per cent CI]: 1.63- 2.71), lowest third on domiciliary wealth index (PR: 1.57;95 per cent CI: 1.06; 2.33), residing in wooden hut or shack (PR: 1.62;95 per cent CI: 1.09- 2.40), maternal height less than or equal to 146.4 cm (PR: 3.05; 95 per cent CI: 1.87- 4.97), history of introduction of cow milk in first 30 days of life (PR: 1.35; 95 per cent CI: 1.03- 1.77), holding up-to-date vaccination card (PR: 0.66; 95 per cent CI: 0.47-0.94). Conclusion - In the present study, child malnutrition was found to be a serious public health problem, with prevalence of stunted growth at levels above the 2006 national average (7.0 per cent), attaining values close to 2007 WHO estimates for Sub-Saharan Africa (38.0). Interventions to achieve greater vaccination coverage, promote breastfeeding exclusively on mother´s milk, and measures to narrow the gap in social inequality would have a major impact on the control and prevention of child malnutrition in the municipal district studied
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Padrões do consumo de substâncias psicoativas em comunidades indígenas da etnia Karipuna do município do Oiapoque-AP / Patterns of psychoactive substance used in indigenous Karipuna communities in the municipality of Oiapoque-APFernanda Matos Fernandes Castelo Branco 26 February 2018 (has links)
Introdução: a temática de álcool e outras drogas ainda é pouco explorada entre as populações indígenas brasileiras; considerando-se a necessidade de explorar esse problema e a escassez de estudos sobre este fenômeno na região norte do País, realizou-se esta pesquisa. Objetivo: identificar os padrões do consumo de substâncias psicoativas na etnia Karipuna do município de Oiapoque, estado do Amapá, verificando a associação desses padrões com variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais da amostra. Método: estudo transversal, realizado em 12 aldeias da etnia Karipuna, localizadas no município de Oiapoque. A amostra constitui-se de 230 indivíduos predominantemente do sexo masculino (51,3%), faixa etária de 16 a 30 anos (46,5%), católicos (71,1%), com ensino fundamental incompleto (28,3%). Para a coleta de dados foram utilizados o Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), a Questão chave (QC) e o Alcohol, Smoking and Substance Involvment Screening Test (ASSIST). Para a análise dos dados realizou-se o teste de qui quadrado para verificar a associações entre as variáveis de interesse e o padrão de consumo das substâncias; posteriormente foram selecionadas as variáveis para compor o modelo de regressão logística com prefixação do p-valor de 0,20, obtendo-se daí os valores do Odds Ratio (OR), entre as variáveis selecionadas na regressão logística. Resultados: de acordo com o AUDIT 59,5% dos entrevistados faziam uso de baixo risco, 32,1% uso de risco, 6% uso nocivo e 2,4% apresentavam provável dependência. A prevalência de alteração de pressão arterial entre os entrevistados foi de (19%), diabetes (3,1%), presença de pensamento suicida (13,5%), tentativas de suicídio (9,5%), mais de um terço dos entrevistados (35,6%), referiu manter Relações Sexuais Após Consumo de Álcool (RSACA). Os maiores preditores do uso de risco e nocivo de acordo com o AUDIT foram ser do sexo masculino (OR=2,47), apresentar pensamento suicida (OR=3,02) e manter RSACA (2,21). Os resultados do ASSIST mostraram que 73,4% dos entrevistados faziam uso ocasional de álcool, 26% faziam uso abusivo e 0,6% apresentava possível dependência. Os preditores do uso problemático, segundo o ASSIST, foram: ser do sexo masculino (OR=2,33), apresentar alteração de pressão (OR=4,03) e manter RSACA (OR=2,34). Em relação à Questão-chave, 42,2% dos entrevistados faziam uso de risco mais de 4 vezes ao ano, como principais preditores desse uso: ser estudante (OR=2,99), ter migrado da aldeia de origem (OR=2,22), fazer uso de preservativo (OR=2,62); manter RSACA (OR=1,61). O uso problemático do tabaco foi observado em 16,6% da amostra; os principais preditores desta condição foram: pertencer ao sexo masculino (OR=4,24); ter migrado da aldeia de origem (OR=3,27). Conclusão: as drogas de maior prevalência entre os indígenas da etnia Karipuna são lícitas, e seu padrão de uso problemático é maior que o observado entre a população geral. A prática RSACA foi importante preditor do uso problemático e álcool, independentemente do instrumento de rastreio; medidas preventivas devem, pois, ser maximizadas entre esta população. Os dados deste estudo têm potencial para subsidiar a realização de pesquisas futuras nesta área, não só em relação aos povos de etnia Karipuna, mas a outras etnias indígenas da região norte brasileira e do Brasil. / Introduction: Alcohol and other drugs themes are still little explored in Brazilian indigenous population. Considering the need to explore this problem and the scarcity of studies investigating this phenomenon in the northern region of the country, this research was carried out. Objective: To identify patterns of psychoactive substance used in the Karipuna ethnic group of the city of Oiapoque in the state of Amapá, verifying the association of these patterns with socio-demographic, clinical and behavioral variables of the sample. Method: This is a cross-sectional study carried out in twelve villages of ethnic Karipuna, located in the municipality of Oiapoque. The sample was 230 individuals predominantly male (51.3%), from 16 to 30 years old (46.5%), Catholic (71.1%), with incomplete elementary school (28.3%). For the data collection, the Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), the Key Question (KQ) and the Alcohol, Smoking, and Substance Involvement Screening Test (ASSIST) were used. The chi-square test was used to analyze the associations between the variables of interest and the pattern of consumption of the substances. Then, the variables were selected to compose the logistic regression model with pre-fixation of the p-value of 0.20, obtaining the Odds Ratio (OR) values from this model, among the variables selected in the logistic regression. Results: According to the AUDIT, there were 59.5% of the interviewees who used psychoactive substance at low risk, 32.1% at risk, 6% at a harmful use and 2.4% had a possible dependency. The prevalence of altered blood pressure in the interviewees was (19%), diabetes (3.1%), suicidal thoughts (13.5%), suicide attempts (9.5%), more than a third of respondents (35.6%), reported maintaining sexual relationships after alcohol consumption (SRAAC). The highest predictors of risk and harmful use of a psychoactive substance according to the AUDIT were male (OR=2.47), suicidal thoughts (OR=3.02) and SRAAC (2.21). The ASSIST results showed that 73.4% of the interviewees had occasional use of alcohol, 26% had an abusive use of alcohol and 0.6% had a possible dependency. The predictors of problematic use using ASSIST were: male (OR=2.33), having pressure changes (OR=4.03) and maintain SRAAC (OR=2.34). Regarding the Key Question, there were 42.2% of respondents having a risk of psychoactive substance use in more than 4 times a year, with students as the main predictors of this use (OR=2.99), having migrated from the village of origin (OR=2, 22), using a condom (OR=2.62) and maintaining SRAAC (OR=1.61). The problematic use of tobacco was observed in 16.6% of the sample. The main predictors of this condition were male (OR=4.24) and migrated from the village of origin (OR=3.27). Conclusion: The drugs with the highest prevalence in the Karipuna ethnic are legal and the pattern of their problematic use is greater than the general population. The SRAAC practice proved to be an important predictor of this problematic use and alcohol regardless of the screening instrument indicating that preventive measures should be maximized in this population. The data from this study has the potential to support future research in this area, involving not only ethnic Karipuna people but also other indigenous ethnic groups from the northern Brazilian region and the rest of Brazil.
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Estudo das condições de saúde bucal e avaliação da microbiota periodontopatogênica de uma população indígena brasileira /Vieira, Evanice Menezes Marçal. January 2009 (has links)
Orientador: Elerson Gaetti Jardim Júnior / Banca: Marcelo Macedo Crivelini / Banca: Cristiane Yumi Koga Ito / Banca: Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado / Banca: Odila Pereira da Silva Rosa / Resumo: A região do complexo bucomaxilofacial freqüentemente é acometida por doenças e variações de normalidade, algumas das quais apresentam notável relação com grupos étnicos e raciais. Os estudos sobre a distribuição das doenças bucais e variações de normalidade em comunidades indígenas normalmente são direcionados principalmente para o estudo da cárie dentária nas crianças e doenças periodontais em adultos, negligenciando-se ampla gama de demais doenças existentes na boca. Assim, foi objetivo desse estudo, avaliar as condições de saúde bucal de oito etnias (Umutina, Paresi, Bororo, Bakairi, Kayabi, Irantxe, Nambikwara and Terena) que residem na terra indígena Umutina, no Estado de Mato Grosso. Um total de 291 índios, de ambos os sexos e com idade variando de 1 a 96 anos, foram examinados, sendo que alterações de normalidade ou patologias bucais foram observadas em um total de 132 indivíduos,evidenciando uma elevada ocorrência de anquiloglossia, a qual esteve presente em 108 casos (37,11%), seguida de glossite migratória benigna em 5 casos (1,72%); tórus mandibular e candidose em 3 casos (1,03%), dentre outras. Nenhuma lesão de caráter maligno foi identificada na referida população. Apesar da elevada freqüência de anquiloglossia na Reserva Indígena Umutina, a mesma não parece ser responsável por alterações associadas à fonação, mastigação, presença de diastema e problemas periodontais, uma vez que essas alterações foram observadas em baixa freqüência e não foram motivos de queixas da população. As condições dentárias foram avaliadas com o objetivo de identificar a prevalência de cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico das crianças da aldeia Umutina, por meio de um estudo epidemiológico transversal. Para análise da cárie dentária foram utilizados: os índices de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) para... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: The oromaxillofacial complex is frequently envolved by diseases and variations from normality, some of which closely related to ethnical and racial groups. Studies on the distribution of oral diseases and variations from normality in Indian communities are generally directed mainly to the study of dental caries in the children and periodontal diseases in the adults, disregarding a wide range of other oral diseases. Thus, the aim of this study was to evaluate the oral health conditions of eight ethnic groups living in the Umutina Indian Reservation, in the State of Mato Grosso, Brazil. The total of 291 Indians, of both generes, with ages ranging from 1 to 96 years, were examined and were found between them 132 abnormalities and/or oral diseases, evidencing a high occurrence of ankyloglossia, which was present in 108 cases (37.11%), followed by benign migratory glossitis in 5 cases (1.72%); mandibular torus and candidosis in 3 cases (1.03%) among others. No malign lesion was identified in that population. Even thought the high frequency of the ankyloglossia in the ethnicities living in the Umutina Indian reservation, it does not seem to be responsible for alterations associated to phonation, mastication, presence of diastema and periodontal problems, since those alterations were observed with a low frequency and were not reason for complaint from the population. The dental conditions were evaluated with the aim to identify the prevalence of dental caries and the need of dental treatment in children from Umutina Village using a transversal epidemiological study. To analyze dental caries prevalence the decayed, missing, and filled teeth (DMFT) or decayed, extracted, and filled teeth (deft) indexes were used for, respectively, permanent or primary dentition and the need of treatment index. Statistical analysis was done with the software GraphPad Prism. The Mann Whitney analysis was used with... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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As práticas de autocuidado e o cuidado familiar dos índios Mura de Autazes, Amazonas / Self-care practices and Family caregiving to Mura Indigenous people from Autazes, Amazonas State, BrazilReis, Deyvylan Araujo 13 December 2016 (has links)
Introdução: Este estudo tem como objeto as práticas de autocuidado e o cuidado familiar do indígena com Doença Crônica Não Transmissível. Objetivo: Analisar as práticas de autocuidado e do cuidado familiar, seguido pela caracterização demográfica e socioeconômica, verificação da prevalência da Doença Crônica Não Transmissível, identificação das práticas de autocuidado, das características do cuidado familiar, avaliação do desempenho das Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária dos índios da etnia Mura, além da associação com as variáveis do estudo. Método: Estudo exploratório, descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, de 198 índios adultos com Doença Crônica Não Transmissível, cadastrados no Polo-base Pantaleão do município de Autazes, Amazonas. Foi aplicado um formulário com questões referentes aos dados demográficos, socioeconômicos e de condição de saúde, às práticas de autocuidado e do cuidado familiar, além dos instrumentos como o Índice de Barthel e a Escala de Lawton. Na análise descritiva, procedeu-se a descrição dos dados por meio da distribuição de frequência, porcentagem e medidas descritivas (média, desvio padrão, amplitude mínima e máxima). Na análise inferencial foram empregados os testes Qui-Quadrado de Pearson e o Exato de Fisher para associação entre as variáveis, sendo adotado um nível de significância de 5%. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino, com média de 59 anos. Quanto às práticas de autocuidado relacionadas aos hábitos alimentares e de vida: 92,5% relataram consumir frutas, 83,8% verduras, 98,0% legumes, 68,2% carne, 88,4% frango, 96,0% peixes; 86,4% não tabagistas, 92,4% não etilistas, 85,4% não praticantes de exercício físico e 97,5% de esporte. Com relação ao cuidado familiar, a dimensão instrumental e emocional demonstrou-se mais frequente, promovida pelos familiares como as filhas e os cônjuges. A avaliação do autocuidado nas Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumental da Vida Diária constatou que a maioria é considerada independente funcional. Dos dados analisados, foi encontrada associação estatística entre as Doenças do Sistema Circulatório com os sinais e sintomas e a etiologia para o conhecimento da Doença Crônica Não Transmissível, internação hospitalar, restrição no consumo de alimento gorduroso, no uso de sal na refeição já servida e não seguir nenhuma restrição alimentar, medicamento, quantidade de medicamento, Dieta/alimentação e o comportamento na prática de autocuidado, Dieta/alimentação nas orientações recebidas sobre o autocuidado; as Doenças Nutricional e Endócrina Metabólica com o sexo, antecedente familiar, fisiologia e não ter conhecimento da Doença Crônica Não Transmissível, consumo de frango, não seguir nenhuma restrição alimentar, quantidade de medicamento, não seguir nenhuma prática de autocuidado, os aspectos emocionais e comportamentais para as dificuldades no autocuidado, Dieta/Alimentação para as orientações recebidas sobre o autocuidado; as Doenças do Sistema Osteomuscular e Tecido Conjuntivo com idade, renda pessoal, número de refeições, quantidade de medicamento e o conforto na prática de autocuidado. As Atividades da Vida Diária apresentaram associação estatística com a idade, escolaridade, autoavaliação de saúde, consulta na unidade, consumo de frutas, não realizar nenhuma prática de autocuidado, aspectos financeiros, físicos e não ter dificuldades no autocuidado Quanto às Atividades Instrumentais da Vida Diária, teve associação estatística com a idade, escolaridade, situação ocupacional, renda pessoal e familiar, Índice de Massa Corpórea, consumo de frutas, etilismo, exercício físico, aspectos físicos para as dificuldades no autocuidado, Dieta/alimentação nas orientações recebidas sobre o autocuidado, dimensão instrumental e material no apoio social. As dimensões do apoio social apresentaram associação estatística entre o instrumental com o arranjo familiar, número de moradores; o emocional com a idade e escolaridade; material com as doenças do sistema nervoso; a interação social positiva com idade, escolaridade, arranjo familiar e as doenças dos olhos e anexos. Conclusão: Diante dos resultados obtidos neste estudo, reconhecemos a importância dos profissionais de saúde do Polo-base nas questões sobre o conhecimento das práticas de autocuidado, e o apoio social promovido pela família para a abordagem no tratamento e acompanhamento ao índio com Doença Crônica Não Transmissível. / Introduction: This study objectifies the self-care practices and family caregiving to the Indigenous individual suffering from Non-Communicable Diseases (NCDs). Objective: To analyze the self-care practices and family caregiving followed by the demographic and socioeconomic profile, assessment of the prevalence of Non-Communicable Diseases, identification of self-care practices, characteristics of the family caregiving and evaluation of the performance in the Activities of Daily Living (ADLs) and in the Instrumental Activities of Daily Living (IADLs) among Mura Indigenous individuals, besides the association with the study variables. Method: Exploratory, descriptive, crosscut, quantitative study with 198 adult Indigenous individuals, Mura ethnicity, suffering from NCDs, registered at Pantaleão Primary Health Care Center in the municipality of Autazes, Amazonas State, Brazil. A formulary was applied with questions regarding demographic, socioeconomic data, health status, self-care practices and family caregiving, as well as instruments, such as the Barthel Index and Lawton Scale. In the descriptive analysis, data description was performed by means of percentage frequency distribution, and descriptive measures (mean, standard deviation, amplitude, maximum and minimum values). Inferential Statistical Analysis was performed by means of Pearsons Chi-square Test and Fishers Exact Test for variable association, significance level of 5%. Results: Female prevalence, average age of 59 years. Regarding self-care practices related to food and lifestyle habits, 92.5% reported fruit consumption, green leaves (83.8%), vegetables (98.0%), meat (68.2%), chicken (88.4%), and fish (96.0%); non-smokers (86.4%), non-alcoholic (92.4%), 85.4% do not exercise or practice sports (97.5%). In relation to family caregiving, the instrumental and emotional dimension was the most frequent, promoted by family members, such as daughters and spouses. Self-care assessment for the ADLs and IADLs evidenced that most individuals were functionally independent. From the analyzed data, statistical association was found between circulatory system diseases (CSDs) with their signs and symptoms and the etiology for NCD knowledge, hospitalization, restriction of high-fat food intake, addition of salt to the served food, non-compliance to any dietary guidelines, medication, amount of medication, diet/food and behavior for self-care practice, diet/food under the received self-care guidance; Endocrine, nutritional and metabolic diseases were associated with gender, family history, physiology and unawareness of NCDs, chicken consumption, non-compliance to any dietary guidelines, amount of medication, non-compliance to any self-care practice; emotional and behavioral aspects were associated with self-care deficits, Diet/Food with received self-care guidance; Osteomuscular system and connective tissue diseases were associated with age, income, number of meals, amount of medication and ease on the self-care practice. ADLs were statistically associated with age, schooling, health status self-assessment, health care center visits, fruit intake, non-compliance to any self-care practice, financial and physical aspects, and ease on self-care. As for the IADLs, they were statistically associated with age, schooling, occupational status, individual and family income, Body Mass Index (BMI), fruit intake, alcoholism, exercising, physical aspects for self-care deficits, Diet/food in the received self-care guidance, instrumental and material dimensions for social support. Social support dimensions evidenced statistical association between the instrumental and the family arrangement, number of residents; the emotional social support dimension was associated with age and schooling; the material dimension with nervous system diseases; positive social interaction with age, schooling, family arrangement and eye-related diseases. Conclusion: Due to the obtained results in this study, we recognize the importance of the healthcare professionals from the referred Primary Health Care Center in the issues regarding the knowledge of self-care practices, as well as the social support promoted by the family on the treatment approach and follow up to the Indigenous individual suffering from a Non-Communicable Disease.
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Estudo epidemiológico da infecção por herpesvírus 8 humano (HHV-8) em população indígena da Amazônia brasileira / Epidemiological study of Human herpesvirus 8 infection (HHV-8) in the Amerindian population from Brazilian AmazonBorges, Jaila Dias 11 November 2009 (has links)
O Herpesvírus 8 humano (HHV-8) é endêmico em populações africanas e indígenas da região Amazônica. A infecção nestas populações acontece durante a infância e, na África, envolve o contato íntimo no ambiente intrafamiliar. Diversos estudos confirmam a distribuição geográfica dos diferentes subtipos de HHV-8, sendo que o subtipo E é típico das populações indígenas. Objetivos: 1. Caracterizar o(s) subtipo(s) de HHV-8 que circula(m) em população indígena da Amazônia brasileira baseado na análise da região ORF K1 do vírus; 2. Construir a árvore filogenética dos subtipos virais encontrados; 3. Comparar filogeneticamente os subtipos encontrados com os subtipos prevalentes em outras populações indígenas do Brasil e de outros países da América do Sul; 4. Calcular a taxa de substituição para a região VR1 do HHV-8 para as amostras estudadas; 5. Estimar a data de entrada do vírus na população do estudo; 6. Investigar a dinâmica de transmissão do vírus no ambiente intrafamiliar; 7. Averiguar se há correlação entre os alelos de HLA classe I (A e B) e II (DQB1 e DRB1) e suscetibilidade à infecção por HHV-8. Casuística e métodos: Estudo de soroprevalência da infecção por HHV-8 em amostra de população indígena da Amazônia brasileira utilizando IFI para detecção de antígenos da fase latente (LANA) e lítica (Lítico) do vírus. Análise filogenética da amostras encontradas utilizando-se o DNA/HHV-8 extraído de amostras de saliva, submetidas à reação de nested PCR para amplificar as regiões hipervariáveis VR1 e VR2. Cálculo da taxa de substituição do HHV-8, utilizando-se os métodos de distância e técnica bayesiana. Estimar a data do ancestral comum mais recente para as amostras em estudo, utilizando-se o programa BEAST. Tipagem de HLA de indivíduos positivos e negativos para a infecção por HHV-8, utilizando-se a técnica de PCR-SSO. Resultados: A soroprevalência geral da infecção por HHV-8 na população em estudo foi de 75,3% (399/530). Observou-se que a soropositividade dos filhos está correlecionada com a soropositividade materna. O único subtipo viral encontrado foi o subtipo E. A taxa de substituição de nucleotídeos do HHV-8 utilizando a região VR1 foi da ordem de 6x10-4 substituições por sítio por ano (s/s/a). Ao analisar todas as seqüências estudadas o ancestral comum mais recente está em torno de 138 anos. Não houve correlação entre a susceptibilidade à infecção por HHV-8 e alelos de HLA classe I ou II. Conclusões: A população estudada é endêmica para a infecção por HHV-8. A infecção ocorre principalmente na infância, por via horizontal não-sexual, e a transmissão se dá provavelmente pela saliva. Assim como em outras populações endêmicas da África, a soropositvidade dos filhos está correlacionada com a soropositividade das mães. Confirmando achados anteriores, o único subtipo do HHV-8 circulante na população estudada, foi o subtipo E. Nossos dados sugerem que a região do gene VR1 do HHV-8 evolui com uma taxa de 6x10-4 substituições por sítio por ano (s/s/a), e que o ancestral comum mais recente do vírus, a partir das amostras analisadas está em torno de 138 anos. Os dados sugerem, também, que não há correlação entre a susceptibilidade à infecção por HHV-8 e os alelos de HLA classe I ou II. / The human herpesvirus 8 (HHV-8) is endemic in Africa and Amerindian populations from Amazon region. The infection in those populations occurs during childhood and, in Africa, involves a close contact in intrafamilial environment. Several studies confirm the geographical distribution of different subtypes of HHV-8, and the subtype E is typical of the Amerindian population. Objectives: 1. To characterize the HHV-8 subtypes circulating in Amerindian population from Brazilian Amazon, based on the analysis of ORF K1 region of the virus. 2. To construct a phylogenetic tree of viral subtypes found among Amerindians 3. To compare by phylogenetic methods the subtypes found in Mapuera Amerindians with the subtypes prevalent in others Amerindians populations of Brazil and South America 4. To determine the substitution rate of VR1 region of HHV-8 for the sequences obtained in the present study 5. To estimate the date of entry of the viruses in the Mapuera population 6. To investigate the dynamic of transmission of the virus in the intrafamilial environment 7. To investigate if there is a correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I (A and B) and II (DQB1 and DRB1) alleles. Patients and methods: The seroprevalence of HHV-8 infection in a sample of the indigenous population of the Brazilian Amazon was carried out using IFA to detect antibodies to latent (LANA) and lytic phase antigens of HHV-8. Phylogenetic analysis of the sequences was performed by using the DNA extracted from samples of saliva, using a nested PCR to amplify the hypervariable regions VR1/ VR2 of HHV-8. Estimation of the substitution rate of HHV-8 nucleotides was performed by using the method of distance and the Bayesian technique. Estimates of the time of the most recent common ancestor (TMRCA) for all samples studied were done by using the BEAST program. HLA typing of positive and negative subjects for HHV-8 infection was performed by using the PCR-SSO technique. Results: The overall HHV-8 seroprevalence was 75.3% (399/530). There was a positive correlation between soropositivity of children and maternal seropositivity. The only viral subtype found was subtype E. The substitution rate of HHV-8 using the VR1 region was estimated around 6x10-4 substitutions per site per year (s / s / y). By using this rate of substitution, the TMRCA of the Mapuera viruses sequences was estimated to be around 138 years. There was no correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I or II alleles. Conclusions: The population studied is endemic for HHV-8 infection. The infection occurs mainly in childhood, by horizontal, nonsexual transmission, probably by saliva. As in endemic populations of Africa, the soropositvity of children is positively correlated with the seropositivity of the mothers. In agreement with previous reports, the subtype E was the only HHV-8 subtype found in Mapuera Amerindians. Our data suggest that the VR1 gene region of HHV-8 evolves with a rate of 6x10-4 substitutions per site per year (s / s / y), which results in a time of the most recent common ancestor for Mapuera HHV-8 sequences of 138 years. There was no correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I or II alleles.
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Estudo epidemiológico da infecção por herpesvírus 8 humano (HHV-8) em população indígena da Amazônia brasileira / Epidemiological study of Human herpesvirus 8 infection (HHV-8) in the Amerindian population from Brazilian AmazonJaila Dias Borges 11 November 2009 (has links)
O Herpesvírus 8 humano (HHV-8) é endêmico em populações africanas e indígenas da região Amazônica. A infecção nestas populações acontece durante a infância e, na África, envolve o contato íntimo no ambiente intrafamiliar. Diversos estudos confirmam a distribuição geográfica dos diferentes subtipos de HHV-8, sendo que o subtipo E é típico das populações indígenas. Objetivos: 1. Caracterizar o(s) subtipo(s) de HHV-8 que circula(m) em população indígena da Amazônia brasileira baseado na análise da região ORF K1 do vírus; 2. Construir a árvore filogenética dos subtipos virais encontrados; 3. Comparar filogeneticamente os subtipos encontrados com os subtipos prevalentes em outras populações indígenas do Brasil e de outros países da América do Sul; 4. Calcular a taxa de substituição para a região VR1 do HHV-8 para as amostras estudadas; 5. Estimar a data de entrada do vírus na população do estudo; 6. Investigar a dinâmica de transmissão do vírus no ambiente intrafamiliar; 7. Averiguar se há correlação entre os alelos de HLA classe I (A e B) e II (DQB1 e DRB1) e suscetibilidade à infecção por HHV-8. Casuística e métodos: Estudo de soroprevalência da infecção por HHV-8 em amostra de população indígena da Amazônia brasileira utilizando IFI para detecção de antígenos da fase latente (LANA) e lítica (Lítico) do vírus. Análise filogenética da amostras encontradas utilizando-se o DNA/HHV-8 extraído de amostras de saliva, submetidas à reação de nested PCR para amplificar as regiões hipervariáveis VR1 e VR2. Cálculo da taxa de substituição do HHV-8, utilizando-se os métodos de distância e técnica bayesiana. Estimar a data do ancestral comum mais recente para as amostras em estudo, utilizando-se o programa BEAST. Tipagem de HLA de indivíduos positivos e negativos para a infecção por HHV-8, utilizando-se a técnica de PCR-SSO. Resultados: A soroprevalência geral da infecção por HHV-8 na população em estudo foi de 75,3% (399/530). Observou-se que a soropositividade dos filhos está correlecionada com a soropositividade materna. O único subtipo viral encontrado foi o subtipo E. A taxa de substituição de nucleotídeos do HHV-8 utilizando a região VR1 foi da ordem de 6x10-4 substituições por sítio por ano (s/s/a). Ao analisar todas as seqüências estudadas o ancestral comum mais recente está em torno de 138 anos. Não houve correlação entre a susceptibilidade à infecção por HHV-8 e alelos de HLA classe I ou II. Conclusões: A população estudada é endêmica para a infecção por HHV-8. A infecção ocorre principalmente na infância, por via horizontal não-sexual, e a transmissão se dá provavelmente pela saliva. Assim como em outras populações endêmicas da África, a soropositvidade dos filhos está correlacionada com a soropositividade das mães. Confirmando achados anteriores, o único subtipo do HHV-8 circulante na população estudada, foi o subtipo E. Nossos dados sugerem que a região do gene VR1 do HHV-8 evolui com uma taxa de 6x10-4 substituições por sítio por ano (s/s/a), e que o ancestral comum mais recente do vírus, a partir das amostras analisadas está em torno de 138 anos. Os dados sugerem, também, que não há correlação entre a susceptibilidade à infecção por HHV-8 e os alelos de HLA classe I ou II. / The human herpesvirus 8 (HHV-8) is endemic in Africa and Amerindian populations from Amazon region. The infection in those populations occurs during childhood and, in Africa, involves a close contact in intrafamilial environment. Several studies confirm the geographical distribution of different subtypes of HHV-8, and the subtype E is typical of the Amerindian population. Objectives: 1. To characterize the HHV-8 subtypes circulating in Amerindian population from Brazilian Amazon, based on the analysis of ORF K1 region of the virus. 2. To construct a phylogenetic tree of viral subtypes found among Amerindians 3. To compare by phylogenetic methods the subtypes found in Mapuera Amerindians with the subtypes prevalent in others Amerindians populations of Brazil and South America 4. To determine the substitution rate of VR1 region of HHV-8 for the sequences obtained in the present study 5. To estimate the date of entry of the viruses in the Mapuera population 6. To investigate the dynamic of transmission of the virus in the intrafamilial environment 7. To investigate if there is a correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I (A and B) and II (DQB1 and DRB1) alleles. Patients and methods: The seroprevalence of HHV-8 infection in a sample of the indigenous population of the Brazilian Amazon was carried out using IFA to detect antibodies to latent (LANA) and lytic phase antigens of HHV-8. Phylogenetic analysis of the sequences was performed by using the DNA extracted from samples of saliva, using a nested PCR to amplify the hypervariable regions VR1/ VR2 of HHV-8. Estimation of the substitution rate of HHV-8 nucleotides was performed by using the method of distance and the Bayesian technique. Estimates of the time of the most recent common ancestor (TMRCA) for all samples studied were done by using the BEAST program. HLA typing of positive and negative subjects for HHV-8 infection was performed by using the PCR-SSO technique. Results: The overall HHV-8 seroprevalence was 75.3% (399/530). There was a positive correlation between soropositivity of children and maternal seropositivity. The only viral subtype found was subtype E. The substitution rate of HHV-8 using the VR1 region was estimated around 6x10-4 substitutions per site per year (s / s / y). By using this rate of substitution, the TMRCA of the Mapuera viruses sequences was estimated to be around 138 years. There was no correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I or II alleles. Conclusions: The population studied is endemic for HHV-8 infection. The infection occurs mainly in childhood, by horizontal, nonsexual transmission, probably by saliva. As in endemic populations of Africa, the soropositvity of children is positively correlated with the seropositivity of the mothers. In agreement with previous reports, the subtype E was the only HHV-8 subtype found in Mapuera Amerindians. Our data suggest that the VR1 gene region of HHV-8 evolves with a rate of 6x10-4 substitutions per site per year (s / s / y), which results in a time of the most recent common ancestor for Mapuera HHV-8 sequences of 138 years. There was no correlation between susceptibility to HHV-8-infection and HLA class I or II alleles.
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L'usage rituel de la Jurema chez les Amérindiens du Brésil : répression et survie des coutumes Indigènes à l'époque de la conquête spirituelle européenne (XVIe-XVIIIe siècles)De Souza Medeiros, Guilherme 10 January 2012 (has links)
L’usage rituel de la Jurema, en tant que boisson sacrée faite à partir des plantes du même nom (surtout Mimosa tenuiflora, autrement appelée Mimosa hostilis Benth.) par les peuples autochtones du Brésil, est apparu pour la première fois dans un document rédigé à Recife, Pernambuco, et daté de 1739, qui traite de son usage par les Amérindiens des missions de Paraíba. Son apparition dans les sources coloniales lusobrésiliennes du XVIIIe siècle peut indiquer de nouvelles dynamiques socioculturelles sur la frontière coloniale du Nordeste. L’usage de cette boisson sacrée semble avoir des origines bien antérieures à l’arrivée des colonisateurs, peut-être de plusieurs siècles, et l’on peut aussi signaler sa permanence de nos jours, soit chez les Indiens du Nordeste, au coeur de leurs croyances et de leur cosmologie, soit dans les populations rurales et urbaines dans le cadre d’usages religieux qui mêlent christianisme et cultes afrobrésiliens. On cherchera ici à dégager le rôle joué par les missions catholiques dans l’Amérique Portugaise coloniale comme institutions de frontière, à la fois comme bornes entre les espaces connus et inconnus des colonisateurs et comme élément de définition des territoires des couronnes espagnole et portugaise, mais surtout comme espaces, elles mêmes, de communication et d’échange entre des univers culturels et religieux totalement différents. / The ritual of Jurema, a sacred drink made of a group of plants with the same name (especially Mimosa tenuiflora, formerly known as Mimosa hostilis Benth) by the native people of Brazil first appears in a document written in Recife, in the state of Pernambuco, in 1739. The document talks about its use by the indigenous population living on the mission settlements of the state of Paraíba. Its appearance in the colonial archives of the 18th century may reveal new socio-cultural dynamics in the colonial frontiers of the northeast. The use of this sacred drink seems to have been originated a long time before the colonizers’ arrival, maybe centuries before that, and its endurance can be observed today, either as a central element of the beliefs and cosmogonies of the indigenous peoples of northeast, or among rural and urban populations as part of syncretic religious contexts that combine elements of Christianity and African-Brazilian sects. In this paper we analyze the role played by the mission settlements in the Portuguese America. The settlements are considered here as ‘institutions of frontier’, sometimes acting as landmarks between known and unknown spaces of colonizers and also as an element of definition for the territorial limits between the Portuguese and Spanish crowns, but especially as channels of communication and exchange between completely diverse religious and cultural universes.
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