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Significações, rupturas e transições na experiência de adoecimento renal crônico de adultos jovens

Lima, Agnaldo Júnior Santana 19 April 2017 (has links)
Submitted by Agnaldo Lima (agnaldojrsl@hotmail.com) on 2017-05-19T17:16:26Z No. of bitstreams: 1 Dissertação versão final -Agnaldo Lima.pdf: 1060753 bytes, checksum: f95f507c62b4bd696439333f17c8cb90 (MD5) / Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2017-08-21T18:04:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação versão final -Agnaldo Lima.pdf: 1060753 bytes, checksum: f95f507c62b4bd696439333f17c8cb90 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-21T18:04:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação versão final -Agnaldo Lima.pdf: 1060753 bytes, checksum: f95f507c62b4bd696439333f17c8cb90 (MD5) / CAPES / A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome progressiva caracterizada pela presença de lesão no rim e perda irreversível e progressiva da função renal. Pacientes que fazem tratamentos hemodialíticos podem vivenciar mudanças intensas na sua rotina, associadas à diminuição de atividades físicas, perda de autonomia e mal estar emocional. O diagnóstico e o tratamento podem se constituir em rupturas para os sujeitos, demandando processos de ajustamento e adaptação. Diante desta realidade, o objetivo deste estudo consistiu em explorar como se configuram os processos de significação de adultos jovens acerca do adoecimento renal crônico e como essas significações estão imbricadas na utilização de recursos no processo de transição diante do adoecimento. O estudo teve como aporte teórico a Psicologia Cultural e fez uso de conceitos como significações, ambivalência, ruptura e recursos nos processos de transição. Participaram do estudo três pacientes com idade entre 21 e 31 anos, que tinham sido diagnosticados com DRC e realizavam tratamento hemodialítico há pelo menos seis meses. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados: entrevistas narrativas, um questionário sócio-demográfico e diário de campo. Após o contato com os participantes e a assinatura do TCLE por parte dos mesmos, foram realizadas as entrevistas narrativa seguindo um temário a fim se alcançar os objetivos do estudo. Os dados foram analisados a partir dos pressupostos da Psicologia Cultural, enfatizando os conceitos de significações, ambivalências, rupturas e transições, selecionados em razão de sua importância para os objetivos propostos. Os participantes demonstraram possuir conhecimentos sobre a DRC e conhecer aspectos sobre prováveis causas do adoecimento, tratamento e prognóstico. A descoberta do diagnóstico esteve marcada pelo medo e incerteza quanto ao futuro, mas os processos de transição após a ruptura inicial do diagnóstico permitiram que estes passassem a conviver com a DRC, apesar dos percalços. A vivência da ruptura fez emergir significações ambivalentes, criando tensões como “Cuidar-se x correr riscos” e “transplantar x não-transplantar”. “Doença dolorosa”, “doença que puxa outras”, “morte iminente” e “pesadelo” foram algumas das significações produzidas pelos participantes a partir da experiência do adoecimento. Entre os recursos utilizados pelos participantes nos processos de transição, frente ao adoecimento, estavam as reflexões a partir de artefatos culturais como músicas, internet e livros; as instituições hospitalares e seus profissionais; a família e características próprias dos indivíduos como extroversão, tranquilidade e um senso de responsabilidade pessoal. A respeito do futuro imaginado dos participantes, a possibilidade de transplante foi o tema mais recorrente. Ressalta-se a importância de espaços para a expressão da voz dos doentes crônicos, de modo que a autonomia dos mesmos perante o corpo, a saúde e a vida sejam evidenciados e respeitados. / Chronic Kidney Disease (CKD) is a progressive syndrome characterized by the presence of kidney damage and irreversible and progressive loss of kidney function. Patients who undergo hemodialysis may experience intense changes in their routine, associated with decreased physical activity, loss of autonomy and emotional distress. The diagnosis and the treatment can constitute ruptures for the individuals, demanding processes of adjustment and adaptation. In view of this reality, the objective of this study was to explore how the processes of meanings of young adults about chronic kidney disease are configured and how these meanings are intertwined in the use of resources in the transition process in the face of illness. The study had as a theoretical contribution Cultural Psychology, and made use of concepts such as meanings, ambivalence, rupture, and resources in the transition processes. Three patients aged 21- 31 years, who had been diagnosed with CKD and undergoing hemodialysis for at least six months, participated in the study. Data collection instruments were used: narrative interviews, a socio-demographic questionnaire and field diary. After the contact with the participants and their signing of the informed consent, the narrative interview was conducted following an agenda in order to achieve the objectives of the study. The data were analyzed from the assumptions of Cultural Psychology, emphasizing the concepts of meanings, ambivalences, ruptures and transitions, selected because of their importance for the proposed objectives. Participants demonstrated knowledge about CKD and learned about aspects of probable causes of illness, treatment and prognosis. The discovery of the diagnosis was marked by fear and uncertainty about the future, but the transition processes after the initial rupture of the diagnosis allowed them to live with CKD, despite the mishaps. The experience of the rupture gave rise to ambivalent meanings, creating tensions like "Take care of myself x non-take care of myself" and "do the transplant x do-not-the-transplant". "Painful disease", "disease that pulls others", "imminent death" and "nightmare" were some of the meanings produced by participants from the experience of illness. Among the resources used by the participants in the transition processes towards illness were reflections from cultural artifacts such as music, the internet and books; Hospital institutions and their professionals; The family and individual characteristics of individuals as extroversion, tranquility and a sense of personal responsibility. Concerning the imagined future of the participants, the possibility of transplantation was the most recurring theme. The importance of spaces for the expression of the participants' voice is emphasized, so that their autonomy before the body, health and life are evidenced.
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Sobrevida e fatores associados ao ?bito em crian?as, adolescentes e adultos jovens soropositivos para HIV por transmiss?o vertical

Dias, Jucielma de Jesus 25 March 2015 (has links)
Submitted by Ricardo Cedraz Duque Moliterno (ricardo.moliterno@uefs.br) on 2016-07-15T00:58:46Z No. of bitstreams: 1 Disserta??o vers?o final p?s defesa.pdf: 1222902 bytes, checksum: 40007ee76422c5102a64eba0abe995f4 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-15T00:58:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Disserta??o vers?o final p?s defesa.pdf: 1222902 bytes, checksum: 40007ee76422c5102a64eba0abe995f4 (MD5) Previous issue date: 2015-03-25 / Objective: To analyze the survival and factors associated with death in children, adolescents and young adults infected with HIV through vertical transmission, enrolled in the Municipal Reference Center (CRM) STD / HIV / AIDS Feira de Santana. Methods: An observational, longitudinal study, developed from a cohort of HIV-positive to HIV, infected by vertical transmission from secondary data obtained from the review of clinical records of 37 children, 21 adolescents and five (5) young adults, ranging age between 0 and 24 years enrolled in the Specialized Care Service (SAE) of CRM, from 2003 to 2014. In the analyzes we used Pearson X2 test, exact Fisher test and its value p, to investigate factors associated with death. In addition, it used survival analysis with construction of Kaplan-Meier curves and log-rank test to verify statistically significant association between groups of variables listed. Finally, we used regression Cox proportional hazards to estimate adjusted risk factors for death. Results: There was a predominance of groups of 0-12 years (58.7%) and 13-19 years (33.3%), female (52.4%) and black / mulatto (71.8%). Most of the study population made use of ART (71.4%), 82.5% had no comorbidities and 65.1% were not affected by non-oral opportunistic infections, though, 85.7% had at least one episode oral candidiasis. . Of the subjects studied, 71.4% were alive at the end of the follow-up period; 23.8% had AIDS as a cause death and three 4.8% patients died from other causes. Risk factors associated with death highlighted the variables "age" (p = 0.02), "non-oral opportunistic infection" (p = 0.00), " oral candidiasis "(p = 0.00)," CD4 "(p = 0.03). Survival analysis showed reduction in the probability of survival time only for individuals who came to the service with CD4 cell counts less than 350 cells / mm 3 (p = 0.00). The median overall survival time was 8.8 years, and the individuals using HAART had a higher survival (10.6 years) compared to those who have not used antiretroviral (6.0 years). In the multivariate analysis, statistically significant variables were age (<13 years), behaving as a protective factor (HR: 0.88; 95% CI: 0.78 to 0.98) and non-oral opportunistic infection as a factor of risk of death (HR: 4.3; 95% CI 1.51 to 12.1). Conclusion: This study points to the increased survival among infected by vertical route, evidenced by the significant number of individuals who have reached adolescence and possibly this is due to the use of antiretroviral with longer survival time among those who used the therapy, which shows that good results can be achieved, even in countries with limited resources. Causes of death resembled the national standard, although this is in transition, considering the causes unrelated to AIDS. The opportunistic infection remained a risk factor for death, according to the literature. The results show continuing need for adjustments and developments, in order to deal with the challenge of a chronic infection among individuals in a vulnerable stage, own youth. / Objetivo: analisar a sobrevida e fatores associados ao ?bito em crian?as, adolescentes e adultos jovens infectados pelo HIV , por transmiss?o vertical, matriculados no Centro de Refer?ncia Municipal (CRM) DST/HIV/AIDS de Feira de Santana. M?todos: estudo observacional, longitudinal, desenvolvido a partir de uma coorte de soropositivos para HIV, infectados por transmiss?o vertical, a partir de dados secund?rios obtidos da revis?o de prontu?rios cl?nicos de 37 crian?as, 21 adolescentes e cinco (5) adultos jovens, na faixa et?ria compreendida entre 0 e 24 anos , matriculados no Servi?o de Aten??o Especializada (SAE) do CRM, no per?odo de 2003 a 2014. Nas an?lises foi utilizado teste ?2 de Pearson, teste exato de Fisher e respectivo valor p, para investigar fatores associados ao ?bito. Al?m disso, foi utilizada an?lise de sobrevida com constru??o das curvas de Kaplan-Meier e teste log-rank a fim de verificar associa??o estatisticamente significante entre os grupos das vari?veis elencadas. Finalmente, utilizou-se regress?o de riscos proporcionais de cox para estimativa ajustada dos fatores de risco para ?bito. Resultados: Houve predom?nio das faixas de 0-12 anos (58,7%) e 13 a 19 anos (33,3%), sexo feminino (52,4%) e cor negra/parda (71,8%).. A maioria da popula??o estudada fazia uso de TARV (71,4%), 82,5% n?o apresentavam comorbidades e 65,1% n?o foram acometidos por infec??es oportunistas n?o orais, embora, 85,7% apresentaram, pelo menos, um epis?dio de candid?ase oral. . Dos indiv?duos estudados, 71,4% estavam vivos at? o fim do per?odo de seguimento; 23,8% tiveram Aids como causa morte e tr?s 4,8% ?bitos ocorreram por outras causas. Como fatores de risco associados ao ?bito destacaram-se as vari?veis ?faixa et?ria? (p=0,02), ?infec??o oportunista n?o oral? ( p=0,00), ?candid?ase oral? (p=0,00), ?contagem de c?lulas CD4? (p=0,03). A an?lise de sobreviv?ncia demonstrou probabilidade na redu??o do tempo de sobrevida apenas para indiv?duos que chegaram ao servi?o com contagem de c?lulas CD4 menor que 350 c?lulas/mm3 ( p=0,00). A mediana do tempo de sobrevida geral foi de 8,8 anos, sendo que os indiv?duos em uso de TARV apresentaram sobrevida maior (10,6 anos) quando comparados aos que n?o usaram antirretroviral (6,0 anos). Na an?lise multivariada, as vari?veis estatisticamente significativas foram idade (< 13 anos), comportando-se como fator de prote??o (HR:0,88; IC 95%: 0,78-0,98) e infec??o oportunista n?o oral como fator de risco para ?bito (HR:4,3; IC 95%: 1,51-12,1). Conclus?o: Este estudo aponta para o aumento da sobrevida entre infectados por via vertical, evidenciado atrav?s do n?mero significativo de indiv?duos que chegaram ? adolesc?ncia e, possivelmente, isto deve-se ? utiliza??o de antirretroviral com tempo de sobrevida maior entre aqueles que faziam uso da terapia, o que demonstra que bons resultados podem ser alcan?ados, mesmo em pa?ses com recursos limitados. As causas de ?bito assemelharam-se ao padr?o nacional, embora esse esteja em processo de transi??o, considerando as causas n?o relacionadas ? Aids. A infec??o oportunista permaneceu como fator de risco para ?bito, concordando com a literatura. Os resultados apontam necessidade cont?nua de adequa??es e empreendimentos, a fim de lidar com o desafio de uma infec??o cr?nica entre indiv?duos em fase de vulnerabilidade, pr?prias da juventude.
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Jovens vivendo com HIV desde a infância: características clínicas e preditores de controle da infecção na transição de cuidado pediátrico para o de adultos / HIV-infected youths transitioning from pediatric to adult care: clinical characteristics and predictors of infection control

Freitas, Angela Carvalho 06 December 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: Crianças com infecção por HIV por transmissão perinatal ou adquirida nos anos 1980 e 90 começaram a ser transferidas da pediatria para ambulatórios especializados no cuidado de adultos ao final da primeira década dos anos 2000. A transição entre esses serviços para jovens com outras doenças crônicas é um momento crítico que pode estar associado a maior número de intercorrências clínicas, mas pouco há descrito sobre desfechos clínicos desfavoráveis nos pacientes infectados pelo HIV. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, com inclusão de todos os jovens transferidos do Ambulatório de Infectologia Pediátrica para o Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV/aids, ambulatório responsável pelo atendimento de jovens e adultos com HIV/aids, ambos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, até dezembro de 2012. Foi realizado acompanhamento durante o período de transição, desde os 2 anos anteriores até 2 anos após a transferência entre serviços. Foram descritos o perfil sócio-demográfico e as características clínico-laboratoriais dos participantes no período do estudo. Além disso, foram realizados estudos comparativos dos parâmetros clínicos e laboratoriais dos jovens durante o seguimento nos dois serviços, análise de associações com a viremia do HIV e o status imunológico no momento de chegada ao serviço adulto e avaliação de possíveis fatores preditores dos desfechos clínico-laboratoriais durante o período da transição, com ajuste para possíveis confundidores. RESULTADOS: Durante o período estudado foram transferidos 41 jovens, com mediana de idade de 19 anos, 95% dos quais adquiriram HIV por transmissão vertical, 54% de mulheres, 73% de cor branca e escolaridade mediana de 12 anos. 59% dos jovens já havia iniciado a vida sexual e 4 (10%) estavam gestantes ou tinham parceiras em gestação. O nadir mediano de células CD4+ foi de 117/mm3, com mediana de 15 anos de uso de antirretrovirais e 89% com classificação de aids pediátrica (critério CDC) entre B2 e C3. Na chegada ao SEAP a mediana de células CD4+ foi de 250/mm3 e viremia por HIV foi >= 400cp/ml em 51% dos jovens. Registros de baixa adesão ao tratamento foram relatados no prontuário de 54% dos jovens e 34% apresentou adoecimento relacionado à aids nos últimos 2 anos no ICr. Durante o período da transição a adesão inadequada (aferida por registro de prontuário, retirada de medicamentos antirretrovirais na farmácia ou falta em consultas) foi superior a 70% em ambos os serviços. Contudo, a carga viral mediana teve redução progressiva (3,72 para 1,95 log10 cópias/ml) e a mediana do número de células CD4+ elevou-se ao final do seguimento (289 para 376/mm3). A incidência de adoecimentos relacionados à aids e de hospitalizações foi semelhante em ambos os serviços. No que se refere a fatores de risco associados a desfechos desfavoráveis, não foram encontrados fatores associados à pior adesão. Entretanto, identificou-se associação entre viremia por HIV no período de transição e menor nadir de células CD4+, uso de maior número de esquemas ARV na pediatria e adesão inadequada ao tratamento. Menor número de células CD4+ foi associado a menor nadir de células CD4+, adesão inadequada, maior carga viral do HIV, uso de efavirenz e a não ter o estudo como ocupação exclusiva durante o período de transição pediátrica. Quanto aos adoecimentos relacionados à aids, houve maior incidência entre os jovens com menor nadir de células CD4+ e menor número de células CD4+. Por fim, as hospitalizações foram associadas com adoecimentos relacionados à aids e com baixo nadir de células CD4+. Conclusão: Os jovens avaliados possuem histórico de imunodepressão grave e adoecimentos relacionados à aids, além de longo período de exposição aos antirretrovirais. Chegaram no serviço adulto com dificuldade de adesão ao tratamento, com controle insatisfatório da infecção pelo HIV, em plena vivência da sexualidade e com baixa inserção no mercado de trabalho ou no ensino superior. A transição entre os serviços não teve como impacto a piora na adesão ou nas características clínico-laboratoriais. No entanto, houve manutenção de alto percentual de jovens com viremia detectada e sem a restauração adequada da imunidade. Nesse sentido, há necessidade de atenção redobrada para ocorrência de eventos clínicos desfavoráveis durante esse período, principalmente entre os jovens com menor nadir de células CD4+ e número baixo de células CD4+ / INTRODUCTION: Children with perinatal HIV infection or infected in the 1980\'s and 1990\'s have been transitioning to adult care since late 2000´s. Among young adults with other chronic conditions, transition to adult care is a critical moment that can be associated with worsening disease control, but little is described on unfavorable outcomes among HIV-infected youths. METHODS: Retrospective cohort study, including all consecutive youths referred from pediatric to adult HIV care at Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo up to December 2012. Follow-up comprised the transition period between 2 years prior to 2 years after transition to adult care. We described socio-demographic and clinical characteristics of study participants during the study period. Furthermore, we compared clinical and laboratory variables observed during follow-up in pediatric and adult care, investigated factors associated with viral suppression and immune status at the first visit in the adult care setting, and studied predictors of clinical and laboratory outcomes over the transition period with adjustment for potential confounders. RESULTS: 41 youths were referred to adult HIV care during the study period, with median age of 19 years, 95% of whom acquired HIV infection through mother-to-child transmission; 54% were female, 73% were caucasian, with median schooling of 12 years. 59% reported having had sexual debut and 4 (10%) were either pregnant or had partners expecting a child. Median CD4+ cell nadir was 117/mm3, 15 years was the median time of antiretroviral use and 89% had pediatric CDC AIDS classification between B2 and C3. At the first laboratory assessment at the adult care service, median CD4+ count was 250/mm3 and HIV viremia was detectable for 51% of participants. Poor adherence was recorded in medical charts for 54% of youths and 34% had developed AIDS-related conditions during the last two years of follow-up at pediatric care. During the transition period, inadequate adherence (determined by either medical chart report, inadequate pharmacy withdrawal of antiretrovirals or missed medical appointments) was identified in 70% of the cohort, in both pediatric and adult services. Nonetheless, HIV viral load lowered progressively (median 3.72 to 1.95 log10 copies/ml) and median CD4+ count increased at the end of follow-up (289 to 376 cells/mm3). The incidence of AIDS-related conditions and hospitalizations was similar in pediatric and adult care services. Regarding predictors of unfavorable outcomes, we failed to find factors associated with poor adherence. However, we found association between HIV viral load during the transition period and lower CD4+ nadir, higher number of antiretroviral regimens during pediatric care and inadequate treatment adherence. Lower CD4+ count was associated with lower CD4+ nadir, poor adherence, higher HIV viral load, efavirenz use and with occupation other than being only a student during pediatric transition period. AIDS-related conditions were more frequent among youths with lower CD4+ nadir and lower CD4+ count. Finally, hospitalizations were associated with AIDS-related conditions and lower CD4+ nadir. CONCLUSIONS: Youths enrolled in this study had a history of poor immune status and AIDS-related illnesses, with prolonged exposure to antiretrovirals. At transition to adult care, they presented with important challenges in adherence to treatment, poor control of HIV infection, fully experiencing sexual life and with poor participation in the workforce or high school. The transition from pediatric to adult care services did not worsen adherence or clinical and laboratory outcomes. However, there was still a high percentage of youths with detectable HIV viral load and inadequate immune recovery. Therefore, providers should have increased attention to unfavorable outcomes during the transition period, particularly for youths with lower CD4+ nadirs and lower CD4+ counts
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Jovens vivendo com HIV desde a infância: características clínicas e preditores de controle da infecção na transição de cuidado pediátrico para o de adultos / HIV-infected youths transitioning from pediatric to adult care: clinical characteristics and predictors of infection control

Angela Carvalho Freitas 06 December 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: Crianças com infecção por HIV por transmissão perinatal ou adquirida nos anos 1980 e 90 começaram a ser transferidas da pediatria para ambulatórios especializados no cuidado de adultos ao final da primeira década dos anos 2000. A transição entre esses serviços para jovens com outras doenças crônicas é um momento crítico que pode estar associado a maior número de intercorrências clínicas, mas pouco há descrito sobre desfechos clínicos desfavoráveis nos pacientes infectados pelo HIV. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, com inclusão de todos os jovens transferidos do Ambulatório de Infectologia Pediátrica para o Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV/aids, ambulatório responsável pelo atendimento de jovens e adultos com HIV/aids, ambos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, até dezembro de 2012. Foi realizado acompanhamento durante o período de transição, desde os 2 anos anteriores até 2 anos após a transferência entre serviços. Foram descritos o perfil sócio-demográfico e as características clínico-laboratoriais dos participantes no período do estudo. Além disso, foram realizados estudos comparativos dos parâmetros clínicos e laboratoriais dos jovens durante o seguimento nos dois serviços, análise de associações com a viremia do HIV e o status imunológico no momento de chegada ao serviço adulto e avaliação de possíveis fatores preditores dos desfechos clínico-laboratoriais durante o período da transição, com ajuste para possíveis confundidores. RESULTADOS: Durante o período estudado foram transferidos 41 jovens, com mediana de idade de 19 anos, 95% dos quais adquiriram HIV por transmissão vertical, 54% de mulheres, 73% de cor branca e escolaridade mediana de 12 anos. 59% dos jovens já havia iniciado a vida sexual e 4 (10%) estavam gestantes ou tinham parceiras em gestação. O nadir mediano de células CD4+ foi de 117/mm3, com mediana de 15 anos de uso de antirretrovirais e 89% com classificação de aids pediátrica (critério CDC) entre B2 e C3. Na chegada ao SEAP a mediana de células CD4+ foi de 250/mm3 e viremia por HIV foi >= 400cp/ml em 51% dos jovens. Registros de baixa adesão ao tratamento foram relatados no prontuário de 54% dos jovens e 34% apresentou adoecimento relacionado à aids nos últimos 2 anos no ICr. Durante o período da transição a adesão inadequada (aferida por registro de prontuário, retirada de medicamentos antirretrovirais na farmácia ou falta em consultas) foi superior a 70% em ambos os serviços. Contudo, a carga viral mediana teve redução progressiva (3,72 para 1,95 log10 cópias/ml) e a mediana do número de células CD4+ elevou-se ao final do seguimento (289 para 376/mm3). A incidência de adoecimentos relacionados à aids e de hospitalizações foi semelhante em ambos os serviços. No que se refere a fatores de risco associados a desfechos desfavoráveis, não foram encontrados fatores associados à pior adesão. Entretanto, identificou-se associação entre viremia por HIV no período de transição e menor nadir de células CD4+, uso de maior número de esquemas ARV na pediatria e adesão inadequada ao tratamento. Menor número de células CD4+ foi associado a menor nadir de células CD4+, adesão inadequada, maior carga viral do HIV, uso de efavirenz e a não ter o estudo como ocupação exclusiva durante o período de transição pediátrica. Quanto aos adoecimentos relacionados à aids, houve maior incidência entre os jovens com menor nadir de células CD4+ e menor número de células CD4+. Por fim, as hospitalizações foram associadas com adoecimentos relacionados à aids e com baixo nadir de células CD4+. Conclusão: Os jovens avaliados possuem histórico de imunodepressão grave e adoecimentos relacionados à aids, além de longo período de exposição aos antirretrovirais. Chegaram no serviço adulto com dificuldade de adesão ao tratamento, com controle insatisfatório da infecção pelo HIV, em plena vivência da sexualidade e com baixa inserção no mercado de trabalho ou no ensino superior. A transição entre os serviços não teve como impacto a piora na adesão ou nas características clínico-laboratoriais. No entanto, houve manutenção de alto percentual de jovens com viremia detectada e sem a restauração adequada da imunidade. Nesse sentido, há necessidade de atenção redobrada para ocorrência de eventos clínicos desfavoráveis durante esse período, principalmente entre os jovens com menor nadir de células CD4+ e número baixo de células CD4+ / INTRODUCTION: Children with perinatal HIV infection or infected in the 1980\'s and 1990\'s have been transitioning to adult care since late 2000´s. Among young adults with other chronic conditions, transition to adult care is a critical moment that can be associated with worsening disease control, but little is described on unfavorable outcomes among HIV-infected youths. METHODS: Retrospective cohort study, including all consecutive youths referred from pediatric to adult HIV care at Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo up to December 2012. Follow-up comprised the transition period between 2 years prior to 2 years after transition to adult care. We described socio-demographic and clinical characteristics of study participants during the study period. Furthermore, we compared clinical and laboratory variables observed during follow-up in pediatric and adult care, investigated factors associated with viral suppression and immune status at the first visit in the adult care setting, and studied predictors of clinical and laboratory outcomes over the transition period with adjustment for potential confounders. RESULTS: 41 youths were referred to adult HIV care during the study period, with median age of 19 years, 95% of whom acquired HIV infection through mother-to-child transmission; 54% were female, 73% were caucasian, with median schooling of 12 years. 59% reported having had sexual debut and 4 (10%) were either pregnant or had partners expecting a child. Median CD4+ cell nadir was 117/mm3, 15 years was the median time of antiretroviral use and 89% had pediatric CDC AIDS classification between B2 and C3. At the first laboratory assessment at the adult care service, median CD4+ count was 250/mm3 and HIV viremia was detectable for 51% of participants. Poor adherence was recorded in medical charts for 54% of youths and 34% had developed AIDS-related conditions during the last two years of follow-up at pediatric care. During the transition period, inadequate adherence (determined by either medical chart report, inadequate pharmacy withdrawal of antiretrovirals or missed medical appointments) was identified in 70% of the cohort, in both pediatric and adult services. Nonetheless, HIV viral load lowered progressively (median 3.72 to 1.95 log10 copies/ml) and median CD4+ count increased at the end of follow-up (289 to 376 cells/mm3). The incidence of AIDS-related conditions and hospitalizations was similar in pediatric and adult care services. Regarding predictors of unfavorable outcomes, we failed to find factors associated with poor adherence. However, we found association between HIV viral load during the transition period and lower CD4+ nadir, higher number of antiretroviral regimens during pediatric care and inadequate treatment adherence. Lower CD4+ count was associated with lower CD4+ nadir, poor adherence, higher HIV viral load, efavirenz use and with occupation other than being only a student during pediatric transition period. AIDS-related conditions were more frequent among youths with lower CD4+ nadir and lower CD4+ count. Finally, hospitalizations were associated with AIDS-related conditions and lower CD4+ nadir. CONCLUSIONS: Youths enrolled in this study had a history of poor immune status and AIDS-related illnesses, with prolonged exposure to antiretrovirals. At transition to adult care, they presented with important challenges in adherence to treatment, poor control of HIV infection, fully experiencing sexual life and with poor participation in the workforce or high school. The transition from pediatric to adult care services did not worsen adherence or clinical and laboratory outcomes. However, there was still a high percentage of youths with detectable HIV viral load and inadequate immune recovery. Therefore, providers should have increased attention to unfavorable outcomes during the transition period, particularly for youths with lower CD4+ nadirs and lower CD4+ counts

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