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Sistema de dobramentos Rio Preto e suas relações com o Cráton do São FranciscoEgydio-Silva, Marcos 04 September 1987 (has links)
O sistema de dobramentos Rio Preto é uma unidade de idade brasiliana (~650 m.a.) que bordeja o Cráton do São Francisco em sua porção noroeste. Caracteriza-se por apresentar uma estrutura assimétrica, com dupla vergência (estrutura em leque), sendo que o domínio sul é bem mais desenvolvido e mostra uma clara vergência tectônica para o Cráton do São Francisco. A transição da faixa para o Cráton dá-se de modo progressivo. O domínio norte, mais curto, está inclinado para norte e cavalga o embasamento policíclico do Estado do Piauí, a transição ocorre, portanto, de maneira abrupta. O conjunto metassedimentar do Sistema de Dobramentos do Rio Preto foi submetido a um encurtamento generalizado que varia de 15 a 20% nas unidades externas, as menos deformadas, e mais 50% nas unidades internas. Este encurtamento da cobertura implica em um descolamento geral da estrutura, o qual foi localizado, a título de hipótese, no contato embasamento-cobertura. Os materiais que constituem o Sistema de Dobramentos Rio Preto representam os equivalentes espessados das coberturas da parte superior do Proterozóico Médio (Grupo Espinhaço Superior ou Grupo Chapada Diamantina) e do Proterozóico Superior (Supergrupo São Francisco) do Cráton do São Francisco. Eles são essencialmente detríticos e possuem uma espessura total da ordem de 5.000 a 7.000 metros, segundo os dados gravimétricos. Desta maneira o preenchimento do graben do Rio Preto iniciou-se , como parece ser o caso de muitas faixas brasilianas, ao redor de 1200 m.a.. A formação Riachão das Neves, topo do Grupo Bambuí na região, correlacionada com a Formação Três Marias, a qual é considerada como um depósito molássico no Estado de Minas Gerais, encontra-se no Sistema Rio Preto afetada pela tectogênese brasiliana, que compreende três fases de dobramentos claramente identificáveis. O metamorfismo é do tipo barroviano e varia de grau médio com registros de retrometamorfismo no embasamento gnáissico. Nenhuma granitização foi observada. Estas coberturas foram depositadas em bacias, cujo centro de subsidência migrou no decorrer dos tempos provavelmente para o Sul, em direção ao Cráton do São Francisco, sendo que cada uma destas recobre em discordância cartográfica a borda meridional da precedente. A mais antiga das bacias, o graben do Rio Preto, coincide com uma forte anomalia gravimétrica negativa (-100 mgal) indicando uma espessa acumulação de sedimentos. O modelo geotectônico proposto é aquele de uma bacia instalada sobre uma crosta continental adelgaçada sem contribuição de material do manto. No decorrer da tectogênese brasiliana (700-500 m.a.) a cobertura é descolada e dobrada, enquanto que o embasamento, nesta época, é pouco afetado. Este modelo, de uma maneira geral, é aplicável a muitas faixas brasilianas no Brasil. Sua particularidade é sua dupla vergência com um transporte de material para o Cráton São Francisco (este é o esquema habitual) e para o embasamento que aflora no Estado do Piauí. As causas desta estrutura em leque permanecem mal elucidadas. / The Rio Preto Fold System was originated during the Brasiliano Orogenic Cycle (700-500 my) along the northwest margin of the São Francisco Cráton. It exhibits, as its most relevant tectonic feature , an asymmetric structure with double vergence. The southern domain of the belt is the widest, and clearly shows a southward tectonic vergence towards the São Franc isco Cráton. Metamorphism and deformation gradually decrease towards the cratonic area. The northern domain is narrower and thrusted northward, over an area of policyclic crystalline basement, in the State of Piauí. A general N-S shortening occurred in all metasedimentary units of Rio Preto Fold System. In the less deformed external portion of the system (the southern domain), shortening varies from 15 to 20%, whereas in the internal portion (the northern domain), shortening is about 50-55%, suggesting a generalized process os decollement throughout the region. The Rio Preto Fold System comprizes mainly detritic sediments of the Chapada Diamantina Group and São Francisco Supergroup deposited during mid to late Proterozoic times. These sediments are about 7000-8000 meters in thickeness, according to composite geologic profiles, but their maximum depth is about 7200 meters, if gravimetric data are considered. The Rio Preto Graben was completely filled up around 1200 my ago. The Riachão das Neves Formation, the youngest unit of the Bambuí Group in the region can be correlated to the Três Marias Formation, a molassic deposit characterized in the State of Minas Gerais, and has been folded during the Brasiliano tectogenesis. Three deformational events can be observed for the structural evolution. The sediments were initially deposited in tectonic basins, whose depocenters migrated progressively southwards. The older basin, the Rio Preto Graben is the site of very large gravimetric anomalies (-100 mgals), suggesting thick accumulation of sediments. Regional metamorphism is barrovian, presenting low grade in the southern domain and middle grade in the northern sector of the area, where evidences of retrometamorphism were also detected. The geodynamic model is that of a marginal basin formed on a thinned continental crust, without contribution from material of the mattel, this, a model that can be applied, in the authors opinion, to most folded belts of the Brasiliano/Pan African orogenic cycles, in West Gondwana. The peculiar double tectonic vergence of the Rio Preto folded belt remains without an adequate explanation, at present.
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A evolução geotectonica da porção meridional do Cráton do São Francisco, com base em interpretações geocronologicas.Teixeira, Wilson 01 July 1985 (has links)
O presente trabalho objetivou demonstrar a potencialidade das interpretações geocronológicas voltadas ao tema da evolução antiga de terrenos metamórficos policíclicos. Os estudos empreendidos concentraram-se no embasamento polimetamórfico exposto a oeste do Quadrilátero Ferrífero sendo enfatizado, adicionalmente, o magmatismo básico de natureza anorogênica, cujas rochas possuem significativa distribuição neste domínio da porção meridional do Cráton do São Francisco. Com base no estabelecimento de critérios interpretativos para os diferentes padrões de idade obtidos são também efetuadas considerações acerca da delimitação da margem cratônica, relativamente às faixas móveis marginais. Finalmente, é apresentada uma evolução geocronológica da cobertura sedimentar Bambuí, fundamentada em completa reavaliação do conjunto de idades disponível. O acervo radiométrico processado para a síntese, proveniente de uma ampla amostragem representando os vários domínios litológicos caracterizados, possui cerca de 250 determinações pelos métodos Rb-Sr, K-Ar e Pb-Pb. As interpretações decorrentes têm por base um tratamento através de diagramas isocrônicos (a nível de afloramento ou de referência), em combinação com um quadro esquemático de resfriamento regional vinculado às idades aparentes. Em conseqüência , foram estabelecidas as épocas principais de eventos tectonomagmáticos desenvolvidos na porção meridional do Cráton do São Francisco viabilizando, assim, comparações evolutivas com outros setores crustais da unidade geotectônica. O padrão de distribuição das idades radiométricas e evidências isotópicas de Sr e Pb permitiram esboçar um quadro paleotectônico para o Arqueano tardio (3,0 - 2,6 b.a.) e Proterozóico Inferior (2,4 - 2,1 b.a.), condizente com dois períodos maiores de crescimento continental: aquele mais antigo sugestivo da etapa principal de espessamento crustal (formação e aglutinação da massa continental), e o mais jovem sendo tipificado pelo desenvolvimento do Cinturão Mineiro, de natureza parcialmente ensiálica, cuja atividade causou o rejuvenescimento da maioria dos valores aparentes K-Ar do domínio arqueano. Por outro lado, as idades radiométricas K-Ar e Rb-Sr temporalmente associadass ao Proterozóico Médio e Superior, reveladas por setores específicos do embasamento cratônico, são interpretadas, respectivamente como um reflexo da evolução, do sistema intracratônico Espinhaço e das faixas móveis marginais brasilianas. Com referência às datações do magmatismo básico anorogênico, a interpretação dos resultados possibilitou a definição temporal das etapas distensivas principais da evolução geológica regional, como decorrência da mobilidade de faixas móveis adjacentes a segmentos já estabilizados. No âmbito do cráton do São Francisco, as extrapolações efetuadas, com base no conjunto de idades existentes em rochas intrusivas básicas e afins, contribuiram para um melhor entendimento do comportamento geodinâmico da entidade frente aos esforços ocorridos em seu interior durante o Proterozóico. Finalmente, a análise crítica do acervo de dados radiométricos disponível em rochas do Grupo Bambuí indicou uma evolução do Proterozóico Superior. As datações provenientes dos Grupos Bambuí e Una revelaram um quadro de idades heterogêneo em ambas as unidades, destacando-se como um todo a forte influência termal brasiliana rejuvenescendo a maioria das idades K-Ar e Rb-Sr e dificultando, assim, a obtenção de idades representativas em termos de deposição sedimentar. Entretanto, inferências geocronológicas a partir de rochas básicas intrusivas em unidades litoestratigráficas sotopostas ao Grupo Bambuí são sugestivas de que, em determinados setores, o início de seu desenvolvimento teria ocorrido por volta de 1000 m.a. atrás, ao passo que em outras áreas (em especial no estado de Minas Gerais) a sedimentação seria necessariamente de idade mais jovem (cerca de 640 m.a. ou menor). De outra parte, análises de composição isotópica de Pb disponíveis para o Grupo Bambuí são indicativas de que a evolução das razões isotópicas desse elemento ocorreu em dois estágios principais: sua separação do manto e introdução na crosta há 2,0 b.a. (época do \"diastrofismo Minas\") e sua incorporação às galenas há cerca de 600 m.a. atrás, por remobilização a partir do embasamento. / Interpretation of available radiometric data from polymetamorphic Terranes of southern part of the São Francisco Craton demonstrates the importance of geochronology as a tool in the study of ancient crustal evolution. In addition, radiometric study of basic intrusive magmatism helps define the most important epochs of crustal rifting during the Proterozoic. The definition of The southern border of the cratonic area based on distinctive age patterns of the geochronological provinces is also discussed. Finally, the geochronologic evolution of the Bambuí platform cover is presented. ApproximatIy 250 radiometric age determinations (Rb-Sr, K-Ar and Pb-Pb methods) were interpreted principalIy through the use of isochronic diagrams, as well as from differences in the patterns of apparent age in characteristic lithologic domains. The geologic history tectonomagmatic events iden tified in this study is compared to the crustal evolution of simiIar segments of the São Francisco Craton and elsewhere.Two main geochronological provinces are here defined: one, of Archean age (3.0 - 2.6 Ga), is related to the most important period of differentiation/accretion from the mantle and the younger one, of Proterozoic age (2.4 - 2.1 Ga), represents the infrastructure of the Minas belt, in part, of ensialic origin. On the other hand, a few Middle and Late Proterozoic K-Ar and Rb-Ar age determinations are interpreted, respectively, as influences of the Espinhaço system and the Brasiliano marginal folded belts. The K-Ar radiometric data of the Precambrian intrusive magmatism define several important epochs of crustal rifting of the cratonic basement rocks in the studied domain. These results correspond to geodynamic adjustment of the stable continental mass during the evolution of the adjacent Proterozoic mobile belts. Pb isotopic data from the Bambuí Group suggest a two-stage evolution: separation of the element from the mantle at about 2.0 Ga and formation of Galena at about 0.6 Ga. The K-Ar and Rb-Sr radiometric patterns for the BambuÍ and Una Groups show a range of values between 1.0 e 0.45 Ga, the younger results probaby corresponding to the effects of the Brasilano overprinting. Nevertheless, geochronological inferences and the geological situation of basic intrusions cutting older units suggest the beginning of sedimentary processes at about 1.0 Ga in some areas. In other areas, however, sedimentation must have begun much later, at about 640 Ma.
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Termocronologia por traços de fissão em apatita da borda sul da bacia do Amazonas, na região de Itaituba, PAPINA, Aline Carla Miranda de January 2014 (has links)
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Dissert_Aline.pdf: 5427871 bytes, checksum: 384db494f675a17cc2b7ad4a90e9c274 (MD5) / A região de Itaituba (PA) situa-se na zona de fronteira entre a borda sul da bacia sedimentar do Amazonas e o Cráton Amazônico. Nesta região afloram rochas sedimentares de idade paleozóica, pertencentes às formações Pitinga, Maecuru, Ererê, Barreirinha, Curiri, Monte Alegre e Itaituba, representantes da fase sinéclise da bacia sedimentar do Amazonas; rochas sedimentares da fase rifte desta bacia reunidas na Formação Prosperança; além de rochas ígneas do Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Parauari, Suíte Intrusiva Igarana e Suíte Intrusiva Maloquinha, unidades do Cráton Amazônico que compõem o embasamento desta bacia sedimentar. A termocronologia por traços de fissão em apatitas foi empregada na investigação da evolução termotectônica da bacia sedimentar do Amazonas, na região de Itaituba (PA), principalmente, a partir da datação de rochas do embasamento desta bacia. O método de traços de fissão em apatita é um marcador termocronológico de baixa temperatura, registrando temperaturas de no máximo 120ºC. Quando submetidas a condições de temperaturas superiores a esta os traços de fissão das apatitas são apagados, zerando o relógio geocronológico para este método, e registra, assim, um novo evento. Dessa forma, esta ferramenta foi utilizada para fornecer as idades de eventos de resfriamento correlacionáveis ou não a processos tectônicos que afetaram a Bacia do Amazonas, e que ficaram igualmente
registrados nas rochas do seu embasamento. Devido à escassez de apatita nas rochas
sedimentares amostradas das unidades da Bacia do Amazonas, apenas uma amostra de arenito da Formação Monte Alegre foi datada pelo método de traços de fissão. Todavia, das rochas do embasamento foram coletadas 20 amostras sendo obtidos 12 resultados de datação, representando diversos litotipos, incluindo riolitos, granitos e gabro de idade paleoproterozóica, pertencentes às quatro unidades citadas anteriormente. O arenito da Formação Monte Alegre, cuja idade litoestratigrafica é do Mesocarbonífero, forneceu idade aparente traços de fissão em apatita (TFA) de 91 Ma. Estatisticamente essa amostra revelou a existência de duas populações de grãos de apatita: uma população com idade média de 105 Ma e outra população com idade média de 64 Ma, indicando que esta amostra foi submetida a dois eventos termotectônicos. Este fato pode ser confirmado através do modelamento térmico
que também mostrou a presença de 2 eventos cujas idades são de 106 Ma e 58 Ma. As
amostras do embasamento foram divididas em dois grupos, de acordo com as idades TFA obtidas e os resultados dos modelamentos matemáticos. No grupo 1 as idades TFA variaram entre 163,0 Ma e 258,7 Ma, para o grupo 2 as idades estabelecidas foram entre 142,1 Ma e 180,9 Ma. Vale ressaltar que as idades de cristalização dos corpos ígneos amostrados situam-se entre 1,8 e 1.9 Ga. Em geral o modelamento matemático das amostras dos grupos 1 e 2 registram os mesmos episódios, primeiro um de resfriamento, seguido de aquecimento e por ultimo um novo episódio de resfriamento. Este último evento de resfriamento ocorreu aproximadamente há 100 Ma para todas as amostras destes grupos, com exceção da amostra IT-16 que passa pelo evento final de resfriamento há 62 Ma. Já as histórias térmicas das amostras IT-22 e 23 mostram um período de resfriamento acelerado em relação às amostras anteriores, finalizando suas histórias térmicas em 39 Ma e 35 Ma, respectivamente, sugerindo a existência de eventos neotectônicos na região. Os eventos de aproximadamente 100 Ma registrados no arenito da Formação Monte Alegre e nos modelamentos das amostras do embasamento podem estar correlacionadas a uma tectônica compressional que ocorreu em função da abertura do Atlântico Equatorial a leste e do movimento convergente da zona de subducção andina, a oeste da placa Sul Americana. Por sua vez os eventos de idade Terciária (64 - 58 Ma) marcados nestas rochas podem mostrar reflexos de um processo transformante dextral onde interagiram as placas Sul Americana, Caribeana e Nazca, reativando antigas zonas de fratura. As diversas idades obtidas para as amostras do embasamento (variando entre 142,1 Ma e 258,60 Ma) não são marcadoras de grandes eventos tectônicos, mas podem estar registrando as diferentes idades em que essas amostras passaram pela isoterma de 120°C, indicando assim a ocorrência de uma tectônica com comportamento diferenciado nos diversos setores desta região
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Estilo estrutural e curvatura da zona limite do craton do São Francisco nas regiões de Presidente Juscelino e Cardeal Mota, MGOLIVEIRA, Francisco Vladimir Castro de January 1994 (has links)
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Previous issue date: 1994
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Bloco Rio Apa: origem e evolução tectônicaLACERDA FILHO, Jofre Valmório de January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06 / O Bloco Rio Apa compreende segmento crustal Paleoproterozoico da porção sul do Cráton Amazônico, situado no sudoeste do estado do Mato Grosso do Sul e nordeste do Paraguai. Constitui o embasamento de sequências metassedimentares do Orógeno Paraguai e é recoberto pelos depósitos paleozoicos da Bacia do Paraná e por extensas coberturas cenozoicas da Bacia do Pantanal.
Este estudo apresenta novos dados geológicos, geoquímicos e geocronológicos (U-Pb, Sm-Nd, Ar-Ar), com sugestão de reordenamento tectono-estratigráfico do Bloco Rio Apa. Este terreno constitui segmento de margem continental ativa, edificado durante o Orosiriano/Estateriano, resultado da convergência de arco magmático, na porção sul do Cráton Amazônico, durante a evolução do supercontinente Columbia.
O bloco é resultado de eventos orogenéticos acrescionários, incluindo geração de crosta juvenil e retrabalhamento crustal, subdividido nos setores ocidental, central e oriental.
É caracterizado por um embasamento granito-gnáissico Riaciano-Orosiriano, representado pelo Complexo Porto Murtinho (2,07 - 1,89 Ga). Intrudido nestas rochas ocorre a Suíte Amoguijá (1,88-1,83 Ga), formada pelos granitos Alumiador e pelas rochas vulcânicas da Formação Serra da Bocaina, associadas à Suíte Gabro-anortosítica Serra da Alegria e ao Gabro Morro do Triunfo. Sobrepostos a estes litotipos, ocorrem às rochas do Grupo Alto Tererê (1,76 Ga) geradas em ambiente de bacia de retroarco, seguido por intrusões graníticas tardi a pós-orogênicas, estaterianas, do Complexo Rio Apa (1,80-1,71 Ga). Estes eventos magmáticos constituem segmentos do Arco Magmático Amoguijá, conforme demostrado nos estudos litoquímicos e são caracterizados por associações graníticas calci-alcalinas, geradas entre 1,88 e 1,71 Ga (TDM 2,69 a 1,75 Ga e eNd -5,91 a +3,29).
Capeando estes conjuntos litológicos, ocorrem às rochas metassedimentares do Grupo Amolar. Relacionado a evento extensional tardio, são encontrados enxame de diques e sills máficos da Suíte Rio Perdido (1.59Ga), com ampla distribuição na área.
A estruturação do bloco é resultado de processos deformacionais que promoveram encurtamento crustal. Dois importantes episódios metamórficos são reconhecidos: 1670 Ma e ~1300 Ma, com homogeneização isotópica e retrometamorfismo do fácies anfibolito para xisto verde. Esses eventos levaram à individualização de três domínios lito-estruturais, com características deformacionais distintas, resultado de imbricamento das unidades. Esses domínios são limitados por zonas de cisalhamento vergentes para oeste e desenvolvidas principalmente durante a Orogenia San Ignácio (1,32-1,30 Ga). Verificou-se que as rochas do Bloco Rio Apa foram preservadas da deformação brasiliana.
Os dados obtidos sugerem correlação das rochas do Arco Amoguijá com as rochas do arco magmático Juruena, exposto no norte do Mato Grosso que integram o Cráton Amazônico e constituem segmentos da Província Geocronológica Rondônia- Juruena.
Este estudo contribui para a melhoria do conhecimento geológico regional da porção sul do Cráton Amazônico e compreensão dos processos de evolução geotectônica do Bloco Rio Apa.
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Evolução geológica do sudoeste do cráton amazônico região limítrofe Brasil-Bolívia - Mato GrossoRuiz, Amarildo Salina [UNESP] 22 December 2005 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2005-12-22Bitstream added on 2014-06-13T20:43:22Z : No. of bitstreams: 1
ruiz_as_dr_rcla.pdf: 6913065 bytes, checksum: cbe25a84910e7cbf831069db789ad4e8 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / O propósito deste trabalho é caracterizar o arcabouço e história tectônica do SW do Cráton Amazônico em Mato Grosso, com base no acervo de dados geológicos inéditos, obtidos no mapeamento geológico nas escalas 1:250.000 e 1:100.000 e dos resultados litogeoquímicos e geocronológicos (U-Pb, Sm-Nd e Ar-Ar). As informações geocronológicas e geoquímicas prévias foram integradas e interpretadas com base no quadro geológico definido pelos novos dados de campo. Longa e complexa evolução geológica, que se estende do Paleoproterozóico ao Neoproterozóico, resultou na formação do Supercontinente Rodínia e consolidação do Cráton Amazônico. Em Mato Grosso, produziu um arranjo tectono-estratigráfico em cinco segmentos crustais, aqui denominados Domínios Tectônicos, os quais registram desde a quebra do Supercontinente Atlântica à ruptura do Supercontinente Rodínia e formação dos cinturões brasilianos/pan-africanos (Faixa de Dobramento Paraguai). Associa-se à deformação o metamorfismo regional na fácies xisto verde que é claramente mais intenso na porção oriental-central do cinturão orogênico. À fase compreesiva, segue-se um estágio de colapso extensional do orógeno, assinalado pelo desenvolvimento de zonas de cisalhamento dúcteis, com cinemática normal (Zona de Cisalhamento Piratininga, Indiavai-Lucialva e Corredor), magmatismo granítico tarde a pós-cinemático, de derivação crustal, (eNd(t) negativo), da suíte Guapé e magmatismo máfico toleítico sub-alcalino, do enxame de diques máficos da Suíte Rancho de Prata e alcalino, das soleiras máficas das Suítes Intrusivas Salto do Céu e Huanchaca. Ao final da Orogenia Sunsás, em torno de 900 Ma, consolida-se o Supercontinente Rodínia e, por conseqüência, o SW do Cráton Amazônico, reativado no Criogeniano para a instalação da Faixa de Dobramentos Paraguai. / The purpose of this thesis is to characterize the framework and the tectonic history of the Southwest Amazonian Craton in Mato Grosso based on collecting new geological data obtained from mapping in the 1:250.000 and 1:100.000 scales and lithogeochemical and geochronological results (U-Pb, Sm-Nd e Ar-Ar). Preexistent geochemical and geocronological data were reevaluated and reinterpreted based on the geological picture depicted by new field data. Long and complex geological evolution starting since Paleoproterozoic to Neoproterozoic times resulted in the Rodinia Supercontinent formation and the Amazonian Craton consolidation and produced a tectono-stratigraphic array of five crustal segments, named Tectonic Domains that record data since the break-up of the Atlantica Supercontinent until the rupture of the Rodinia Supercontinente and the formation of the Brasiliano / Panafrican belts (Paraguai Fold Belt). Regional metamorphism of grenschist facies is associated to the deformation and it is clearly more intense in the central-east portion of the orogenic belt. Compressive phase is followed by a stage of extensional collapse of the orogen marked by the developing of ductile shear zones with normal kinematics (Piratininga, Indiavai-Lucialva and Corredor Shear Zone), late- to post-kinematic granitic magmatism of crustal derivation (negative eNd(t)) of the Guapé suite and mafic tholeiitic sub-alkaline magmatism of the mafic dyke swarm Rancho de Prata and alkaline of the mafic sills of the Salto do Céu and Huachanca suites. At the end of the Sunsás Orogeny, around 900 Ma, consolidate the Rodinia Supercontinente and in consequence the SW Amazonian Craton that was reactivated in the Cryogenian Period for the installation of the Paraguai Fold Belt.
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Análise estratigráfica em alta resolução : exemplo em rampa carbonática dominada por microbialitos da Formação Salitre, Bacia do Irecê, Bahia / High resolution stratigraphic analysis : example in a carbonate ramp microbialite-dominated, Salitre Formation, Irecê Basin, BahiaSantana, Ana Virgínia Alves de 17 June 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2016. / Texto parcialmente liberado pelo autor. Conteúdo restrito: Capítulos 4 e 5. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-07-06T19:17:14Z
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Previous issue date: 2017-08-22 / A Formação Salitre registra a sequência carbonática neoproterozoica que recobre o cráton do São Francisco na região central da Bahia, nordeste do Brasil. O presente estudo objetivou fornecer um inédito arcabouço de estratigrafia de sequências em alta resolução para o trecho superior da Unidade B, sul do sinclinal de Irecê, na bacia homônima. Dez fácies e oito subfácies foram caracterizadas. A sucessão vertical de fácies mostra diferentes associações faciológicas: rampa intermediária com influência microbial (FA1); rampa interna rasa/rampa intermediária proximal (FA2); rampa interna dominada por microbialitos (FA3); rampa subaérea/sabkha (FA4). Estas FAs compõem um típico sistema carbonático marinho desenvolvido em uma rampa homoclinal. A análise sequencial em alta resolução distinguiu sequências elementares e de pequena escala em intervalos com a predominância das FA3 e FA4. Sequências elementares possuem espessura de algumas dezenas de centímetros. Estas sequências foram delineadas em campo a partir de uma série de fatores ordenados que pela sucessão vertical demonstrasse uma periodicidade/variabilidade no tipo do crescimento microbial. Sequências de pequena escala são constituídas a partir das sequências elementares. Sua demarcação ocorre a partir de critérios sedimentológicos e com o auxílio de perfis gama espectral. Sequências de média escala foram delineadas a partir de mudanças paleoambientais, como mudanças de associações faciológicas. Uma sequência de ampla escala, dezenas de metros de espessura, sugere a mais significativa mudança nas condições ambientais. Análises isotópicas de C/O foram realizadas em amostras da porção basal da unidade B. Valores pouco negativos de δ13C, próximos de 0.0‰, sugerem uma assinatura isotópica típica de oceano. Análises de U/Pb em SHRIMP, foram realizadas em siltito tufáceo (tufito) e em rocha com significativa contribuição epiclástica. A idade de deposição máxima da Formação Salitre é restringida pela idade do zircão mais novo, próxima a 670 Ma, obtida na amostra de tufito. As regiões fonte possíveis para os zircões da Formação Salitre, de acordo com as idades geocronológicas publicadas são (1) Faixa Riacho do Pontal, relacionada ao magmatismo distal em ambiente tectônico de margem passiva; (2) Faixa Araçuaí-Congo Oeste, relacionada ao processo extensional de grande escala, bem documentado na contraparte africana da paleoplaca São Francisco-Congo (vulcanismo La Loiula); e (3) Faixa Brasília, relacionado com os eventos orogênicos. As idades mais antigas dos zircões detríticos são provenientes principalmente de fontes locais, como rochas granito-gnáissicas e de greenstone belts, associadas ao Bloco do Gavião (>2,0 Ga; embasamento do CSF na área de estudo), e rochas associadas a eventos vulcânicos preservados no Grupo Rio dos Remédios e formações Bomba e Tombador (aprox. 1,75 Ga, 1,5 e 1,38, respectivamente). Os resultados indicam que durante a deposição da Unidade B, a Bacia de Irecê possuía uma configuração condizente com uma bacia sag, intracratônica, possivelmente correspondendo a um golfo vinculado ao desenvolvimento da margem passiva que se implantou nas faixas Riacho do Pontal e Sergipana, a NNE. / The Salitre Formation records a Neoproterozoic carbonate sequence overlying the São Francisco into the central region of Bahia, northeastern Brazil. This study provides an unprecedented high-resolution stratigraphic framework from partly Unit B, south syncline Irecê, into homonymous basin. Ten facies and 8 subfacies were characterized. The vertical succession show different facies associations: middle ramp with microbial influence (FA1); shallow inner to the proximal middle ramp (FA2); inner ramp microbial-dominated(FA3); subaerial ramp/sabkha (FA4), that shows a typical framework of shallow marine carbonate developed in a homoclinal carbonate ramp. Sequential analysis at high resolution distinguished elementary and small-scale sequence within intervals with a predominance of the FA3 and FA4. Elementary sequences (A-type) show typical thicknesses of the few tens of centimeters. These sequences were delineated in the field mainly from the identification of orderly factors series, such a facies or subfacies that by vertical succession demonstrated a periodicity/variability of the microbial growth. Small-scale sequences (B-type) are constituted by elementary sequences. Their demarcation occurred from sedimentological criteria and aid of the gamma ray log. Medium-scale sequences were delineated from the paleoenvironments changes. One incomplete large-scale sequence was inferred and shown tens of meters thick. This sequence suggests a more significant cyclical change of environmental conditions. Isotopic analyses of C/O were performed on samples of lower Unit B. Slightly negative values δ13C, close to 0.0 ‰, suggest a typical isotopic signature ocean. U/Pb SHRIMP zircon analyses were carried out in tuffacceous siltstone (tuffite) and rock with significant epiclastic contribution. The age of maximum deposition of Salitre formation is restricted by age of the youngest zircon, close to 670 Ma, obtained from the tuffite. The possible source for zircons of that age, according to the geochronological ages, are (1) Riacho do Pontal Belt, related to the distal magmatism in tectonic environment of passive margin; (2) Araçuaí-West Congo Belt, related to extensional process of large-scale, well documented in African counterpart San Francisco-Congo paloeplate (volcanism La Loiula); and (3) Brasilia Belt, related to the orogenic events. Older zircon detrital ages are mainly from local sources such as granite-gneiss rocks and greenstone belts associated with the Gavião Block (> 2.0 Ga; CSF basement in the study area), and rocks associated with volcanic events preserved in the Rio Group of Remedios and Bomba and Tombador fromations (approx. 1.75 Ga, 1.5 and 1.38, respectively). The zircon age distribution of the Unit B and sedimentary record indicate that the Irecê Basin were a gulf-like basin formed in intracratonic conditions (sag basin) which it was connected with the passive margin of Riacho do Pontal and Sergipana Belts, situated to NNE.
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Evolução tectônica das bacias Araí, Traíras e Paranoá na Faixa Brasília NorteFerreira, Marco Antônio Caçador Martins 15 September 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-12-04T19:45:24Z
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Previous issue date: 2018-02-07 / A evolução tectônica de bacias proterozóicas desenvolvidas na margem oeste do Cráton São Francisco é investigada por meio de estudo multidisciplinar envolvendo mapeamento geológico e estrutural de detalhe, levantamentos gravimétricos e geocronologia pelos sistemas U-Pb e Lu-Hf em zircão detrítico. Estudos de reconhecimento preliminar da área foram realizados por meio da análise de mapas de relevo, drenagem, solos e geologia, resultando no desenvolvimento de método específico de análise de lineamentos e compartimentação geomorfológica como suporte para os estudos de evolução tectônica. Novos dados de idades U-Pb de 1.54 Ga. obtidas nos zircões mais jovens da Formação Traíras, aliados ao mapeamento de discordância erosiva estre esta e a Formação Arraias, permitiram estabelecer um lapso temporal entre essas formações de, no mínimo 228 Ma. Interpretada como uma nova sequência, propõe-se que a Formação Traíras seja elevada à categoria de grupo e seus membros à categoria de formações, ficando o Grupo Araí, restrito à bacia do tipo rifte Estateriana e o Grupo Traíras restrito à bacia do tipo sag Calimiana. A distinção dessas duas fases extensionais, somadas à fase Esteniana que gerou a sequência Paranoá, permitiu correlação mais precisa com as fases extensionais registradas na margem leste do Cráton, representadas pelo Supergrupo Espinhaço, o que levou à proposição do Supergrupo Veadeiros, que engloba os três pulsos extensionais registrados na margem oeste, representados pelas sequências de primeira ordem Araí (Veadeiros Inferior), Traíras (Veadeiros Médio) e Paranoá (Veadeiros Superior). Valores εHf(t) positivos obtidos em zircões Riacianos sugerem proveniência do Maciço de Goiás. Este indício, aliado ao fato da Suíte Serra da Mesa intrudir tanto o Maciço de Goiás quanto o embasamento da sequência Traíras, indica que o maciço já havia sido acrescionado ao Cráton São Francisco antes do período Calimiano. Um novo limite para o paleocontinente São Francisco a partir do período Estateriano é proposto. As principais feições como falhas, grabens, horsts e centro vulcânico do rifte intracontinental Araí, foram mapeadas com o auxílio de estudos gravimétricos. Também com o auxílio da gravimetria, foram analisadas as profundidades dos corpos plutônicos anorogênicos e das falhas geradas durante o rifteamento. Os resultados permitiram caracterizar o paleorifte Araí, na região estudada, como do tipo passivo, estreito a divergente, composto por três segmentos principais, que produziu magmas anorogênicos tipo rapakivi ainda hoje alojados na crosta desde a superfície até no mínimo 19 km de profundidade. O paleorifte Araí é parte de um sistema de riftes estaterianos que contornam o Cráton São Francisco. Variações abruptas na sequência estratigráfica do Grupo Paranoá foram investigados com o auxílio de perfis gravimétricos terrestres. Constatou-se que o rifte Araí tem continuidade sob a cobertura sedimentar do Grupo Paranoá e que a instalação da sequência Paranoá foi controlada por reativações das estruturas do rifte, gerando altos epirogênicos que atuaram como barreiras de isolamento de parte da bacia. A sequência Paranoá foi caracterizada como bacia do tipo Margem Cratônica interligada a bacias intracratônicas e possivelmente de margem passiva em fases de nível eustático elevado. A inversão das bacias estudadas se deu ao final do Neoproterozóico, durante o Ciclo Orogenético Brasiliano. Na área estudada um dos produtos dessa inversão é a Saliência do Moquém, feição regional localizada em zona de antepaís, formada por sistema de dobras e empurrões apresentando forma geral arqueada com concavidade voltada para o orógeno. A feição foi estudada por meio de mapeamento geológico-estrutural de detalhe nos seus diferentes domínios (norte, central e sul) e caracterizada como produto de descolamento horizontal raso tardio no Ciclo Brasiliano. Questões como a influência da arquitetura do embasamento na propagação do empurrão e no padrão deformacional gerado foram investigadas com o auxílio de dados gravimétricos residuais. De acordo com o estudo, os modelos de propagação de saliências que mais se adequam à Saliência do Moquém são o mecanismo de Transporte Divergente com controle de Barreiras formadas por rampas laterais ou oblíquas. Concluiu-se que, durante o desenvolvimento da Saliência do Moquém, o embasamento já se encontrava alto a norte e a Falha da Serra do Cristal já representava uma descontinuidade significativa. Essas duas feições exerceram importante controle na evolução da saliência como rampas laterais e o relevo do embasamento ocorre diretamente associado ao desenvolvimento de braqui-anticlinais e braqui-sinclinais. Propõem-se que a tensão diferencial pontual responsável pelo transporte divergente que gerou a saliência pode ter sido produzida pela exumação do corpo denso do complexo máfico-ultramáfico de Niquelândia. As conclusões do estudo indicam que a arquitetura do embasamento, marcada por falhas e blocos do paleorifte Araí e bacias subsequentes, exerceu papel fundamental no controle da deformação da Faixa Brasília durante o Ciclo Orogenético Brasiliano, de modo que estudos de análise estrutural relativos a essa fase devem considerar as anisotropias herdadas como controles importantes da deformação. / The tectonic evolution of Proterozoic basins developed on the São Francisco Craton western margin is investigated by means of a multidisciplinary study involving geological and structural detailed mapping, gravimetric surveys, U-Pb and Lu-Hf geochronology in detrital zircon. Preliminary reconnaissance studies of the area were carried out through the analysis of relief, drainage, soil and geological maps, resulting in the development of a specific method of lineament analysis and geomorphological compartmentation as support for tectonic evolution studies and is presented in the first article of this thesis. U-Pb ages ca. 1.54 Ga., obtained in the younger zircons of the Traíras Formation, together with the mapping of an erosional unconformity between this and the Arraias Formation, allowed to establish a temporal gap between these formations of at least 228 Ma. According to the new data, it is proposed to raise the Traíras Formation to group status and its members to formation status, being the Araí Group restricted to the Sthaterian rift basin and the Traíras Group restricted to the Calymmian sag basin. The distinction of these two extensional pulses, together with the Stenian pulse that generated the Paranoá basin, allowed a more precise correlation with the extensional pulses recorded on the eastern margin of the Craton, represented by the Espinhaço Supergroup, which led to the proposition of the Veadeiros Supergroup, encompassing the three pulses and represented by the first-order sequences Araí (Lower Veadeiros), Traíras (Middle Veadeiros) and Paranoá (Upper Veadeiros). Positive εHf (t) values obtained in Rhyacian zircons suggest sediment provenance from the Goiás Massif. That new evidence, coupled with the fact that the Serra da Mesa Suite intrudes both the Goiás Massif and the basement of the Traíras sequence, indicates that the massif had already been accreted to the São Francisco Craton before the Calymmian period. A new limit for the São Francisco paleocontinent after the Statherian period is proposed. The main features such as faults, grabens, horsts and volcanic center of the Araí intracontinental rift were mapped with the aid of gravimetric studies. Also with the aid of gravimetry, the depths of anorogenic plutonic bodies and rift faults were analyzed. The results allowed to characterize the Araí paleorift, in the studied region, as a passive, narrow to divergent type, composed of three main segments, that produced anorogenic rapakivi-type magmas still hosted in the crust from the surface to at least 19 km deep. The Araí paleorift is part of a system of Statherian rifts that surround the São Francisco Craton. Abrupt stratigraphic variations in the Paranoá Group are investigated with the aid of terrestrial gravimetric profiles. It is verified that the Araí rift continues under the Paranoá Group sedimentary cover and that the installation of the Paranoá sequence was controlled by reactivation of the rift structures, generating epirogenic highs that acted as barriers, isolating parts of the basin. The Paranoá sequence is characterized as Cratonic Margin type connected to intracratonic basins and possibly connected to a passive margin basin in phases of high eustatic level. The inversion of the studied basins occurred at the end of the Neoproterozoic era, during the Brasiliano Orogeny. In the studied area one of the products of this inversion is Moquém Salient, a regional scale foreland feature, formed by a concave-to-the-orogen thrust and fold system. The feature was studied through detailed geological and structural mapping in its different domains (north, central and south) and was characterized as a late Brasiliano thrust. The influence of basement architecture over thrust propagation and deformational pattern was investigated with the aid of residual gravimetric data. According to the study, the thrust propagation models that best fit the Moquém Salient evolution are the Divergent Transport mechanism with controls by Lateral or Oblique Ramp Barriers. The analysis led to the conclusion that during the development of the Moquém Salient, the basement was already high to the north and the Serra do Cristal Fault already represented a significant discontinuity. These two features exerted important control in the Salient evolution as lateral ramps and the basement relief was shown to be directly associated to the development of brachi-anticlines and brachi-synclines. It was proposed that the localized differential stress, responsible for the divergent transport that generated the Moquém Salient may have been produced by the exhumation of the Niquelândia mafic-ultramafic complex dense body. The conclusions of this study indicate that basement architecture, marked by faults and blocks developed during the evolution of the Araí paleorift and subsequent basins, played a fundamental role in controlling the deformation during the Brasiliano Orogeny, so that structural analysis studies related to this phase, should consider these anisotropies as important controls for deformation.
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Geologia, petrologia e geoquímica do Corpo Ultramáfico Caboclo dos Mangueiros, noroeste da Bahia, e seu depósito de sulfeto de Ni-CuMatos, Vitor Bandeira Martins 25 July 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-02-28T18:46:46Z
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Previous issue date: 2018-03-09 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). / O depósito magmático de sulfetos de Ni-Cu Caboclo dos Mangueiros representa recente descoberta feita pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) no ano de 2012, por meio de trabalhos exploratórios no extremo noroeste do estado da Bahia, próximo à divisa com o estado do Piauí. O depósito está situado na borda noroeste do Cráton do São Francisco, próximo à zona de contato com a faixa de dobramentos Neoproterozoica Rio Preto, região em que outros complexos máfico-ultramáficos (M-UM) mineralizados são encontrados, a exemplo do complexo M-UM Campo Alegre de Lourdes, mineralizado a Fe-Ti-V. Quinze furos de sondagem rotativa foram realizados, totalizando 2670 m, e indicaram recurso preliminar de aproximadamente 200Mt@0.20%Ni e 0.13%Cu. A sulfetação de Ni-Cu no depósito compreende um corpo de minério hospedado em intrusão de composição essencialmente ultramáfica com aproximadamente 2 km de comprimento na direção WNW-ESE, ~500 m de largura, chegando a 270 m de profundidade na porção central e ~100 m nas extremidades. A estrutura remete a um sill (soleira) alongado em forma de barco. Dados litogeoquímicos de rocha total indicam que a composição das rochas ultramáficas é controlada pelo tipo e proporção modal de minerais cúmulus. Gráficos dos óxidos selecionados de elementos maiores e menores versus MgO indicam predominância de olivina e clinopironênio cumulados. Estes por sua vez seguem a seguinte sequência de cristalização: Ol => Ol + Cpx => Cpx, indicando composição insaturada em sílica para o magma parental. A intrusão está fracionada da porção norte, onde dunito e wehrlito prevalecem, para a porção sul em que clinopiroxenito é abundante. O fracionamento é também observado no decréscimo progressivo dos valores de #Mg catiônico (i.e., Mg/[Mg+Fe2+]) de cristais cúmulus de clinopiroxênio em direção à porção sul da intrusão, como indicado pela variação de #Mg catiônico em clinopiroxênios de clinopiroxenito e wehrlito de furos de sondagem localizados na seção central perpendicular à intrusão (i.e., NE-SW). A variação composicional de #Mg catiônico nos clinopiroxênios é entre 0.78 e 0.94, sugerindo composição moderada a muito primitiva para o magma parental. Perfis de elementos terras raras e elementos traço resistentes à alteração, em gráficos normalizados ao manto primitivo, para as rochas cumuláticas ultramáficas mostram enriquecimento em elementos terras raras leves (ETRL) com significativas anomalias negativas de Nb e Ta. Este enriquecimento também é mostrado em perfis de elementos traço resistentes à alteração para o líquido parental estimado, embora anomalias negativas de Nb-Ta não são observadas. Os dados revelam que os padrões de ETRL são dependentes da proporção modal de clinopiroxênio nas rochas cumuláticas, como indicado pela diminuição progressiva nos valores da razão La/Sm (normalizados ao manto primitivo) de dunito, wehrlito, olivina-clinopiroxenito e clinopiroxenito. Significativa assimilação de rochas crustais não é suportada pela sequência de cristalização típica de magmas insaturados em sílica, bem como pela falta de anomalias negativas de Nb-Ta. A mineralização do depósito é dominantemente (i.e., ~99% em volume) de natureza primária e disseminada em forma de agregados (blebs) intersticiais, formando associações de pirrotita, pentlandita, calcopirita e pirita. A mineralização secundária consiste da remobilização e recristalização da mineralização primária e compreende em torno de 1% em volume do depósito. Ocorre em forma de brechas, vênulas ou ao longo do plano de foliação da rocha quando associadas a zonas de cisalhamento discretas. As texturas primárias e o conteúdo de sulfetos no depósito, acima da proporção considerada cotética numa intrusão mineralizada, sugerem entradas de magma carreando sulfetos em suspensão através de estrutura de conduto magmático que posteriormente se solidificou como um sill alongado em forma de barco. A saturação de sulfetos no magma é entendida como sendo decorrente da diminuição da temperatura, sem assimilação de rocha ou enxofre de origem crustal. Resultados das análises de isótopos de enxofre indicam composição isotópica para os sulfetos disseminados compatível com a composição isotópica do manto. Adicionalmente, o intervalo restrito dos valores da composição isotópica das amostras não sugere diferenças na composição isotópica relacionada a diferentes rochas (i.e., wehrlito ou clinopiroxenito) de diferentes locais da intrusão ultramáfica. O conteúdo depletado de elementos do grupo da platina na composição dos sulfetos, provenientes de magma parental primitivo, é sugestivo que tenha ocorrido segregação prévia de sulfetos em profundidade. Eventos tectônicos e metamorfismo em fácies xisto verde afetaram o sill fracionado e suas rochas crustais encaixantes. Apesar da tectônica, a estrutura magmática primária se manteve preservada. Devido à falta de idades absolutas para as rochas ultramáficas, o posicionamento do depósito Caboclo dos Mangueiros na evolução tectônica do cráton do São Francisco permanece incerto. / The Caboclo dos Mangueiros magmatic Ni-Cu sulfide deposit represents a recent discovery in the northern Brazil made by Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) in 2012 by means of greenfield exploration works at the northwestern portion of the Bahia state, close to the limit with the Piauí state. The deposit is situated in the northwestern edge of the São Francisco craton, close to the contact with the Rio Preto Neoproterozoic fold belt, where a cluster of mineralized mafic-ultramafic complexes are found, as exemplified by the Fe-Ti-V Campo Alegre de Lourdes mafic-ultramafic complex. Fifteen drill holes were performed, totalizing 2,670 meters, and indicate preliminary resource of ~ 200Mt@0.20%Ni and 0.13%Cu. The Ni-Cu sulfides comprise an orebody hosted in an ultramafic intrusion with ~2 km long WNW-ESE trending, ~500 m wide, reaching ~270 m depth in central portions and ~100 m in the extremities, resembling an elongated boat-shaped sill. The composition of the ultramafic rocks is controlled by the type and modal proportion of cumulus minerals. The plots of selected major and minor element oxides versus MgO indicate the predominance of olivine and clinopyroxene cumulates. It follows a crystallization sequence consisting of Ol => Ol + Cpx => Cpx, which indicate a silica undersaturated composition for the parental magma. The intrusion is fractionated from the northern portion, where dunite and wehrlite prevail, to the southern where clinopyroxenite is abundant. The fractionating also is observed in the progressively decrease of cationic Mg# values (i.e., Mg/[Mg+Fe2+]) in cumulus clinopyroxene crystals toward the southern portion of the intrusion, as indicated by the variation in cationic Mg# in clinopyroxene from clinopyroxenites and wehrlite from bore holes located across a NE-SW section of the intrusion. The compositional range of cationic Mg# of cumulus clinopyroxene from 0.78 to 0.94 supports a moderate to primitive composition for the parental magma. Primitive mantle-normalized REE and primitive mantle-normalized alteration-resistant trace element profiles for the cumulate ultramafic rocks show enrichment in LREE with significant negative Nb and Ta anomalies. This enrichment is also showed in mantle-normalized alteration-resistant trace element profiles estimated to the parental melt, although negative Nb-Ta anomalies are not observed. The data reveal that LREE patterns are dependent of the modal proportion of clinopyroxene in the cumulate rocks, as indicated by progressively lower La/SmPM from dunite, werhlite, olivine-clinopyroxenite and clinopyroxenite. Significant assimilation of crustal rocks during ascent and emplacement of the magma is not supported by the crystallization sequence typical of silica undersaturated magmas, as well as by the absence of Nb-Ta anomalies. The mineralization of the deposit is mainly (i.e., ~99 vol.%) primary nature and disseminated as interstitial blebs, comprising pyrrhotite, pentlandite, chalcopyrite and minor pyrite. The secondary mineralization consists of remobilization and recrystallization of the primary one and represent about 1 vol.% of the deposit. It occurs in irregular veinlets and breccia, as well as sulfide aggregates or stringers concordant with the foliation in discrete shear zones. The primary textures and the amount of sulfides, well above the cotectic proportion for a mineralized intrusion, suggest emplacement of sulfide droplets-charged magma through a conduit structure that later solidified as an elongated boat-shaped sill. The sulfide saturation of the magma is understood due to the decrease of temperature, with no significant assimilation of crustal-derived rock or sulfur. Results for sulfur isotope indicate isotopic compositions for disseminated sulfides that mainly fit into the mantle range. Additionally, the narrow compositional range of isotopic compositions in our samples does not suggest differences in isotopic compositions related to different host rocks (i.e., wehrlite or clinopyroxenite) of different location in the ultramafic intrusion. The depletion of PGE in the sulfide composition from a moderate to primitive magma is suggestive that has been occurred previous sulfide segregation at depth. Tectonic events and greenschist facies metamorphism may have affected the fractionated ultramafic sill and its sedimentary country rocks. Despite the tectonics the primary magmatic structure remains well preserved. Due to the lack of an absolute age for the ultramafic rocks the positioning of the Caboclo dos Mangueiros deposit in the tectonic evolution of the São Francisco craton remains uncertain.
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A evolução geotectonica da porção meridional do Cráton do São Francisco, com base em interpretações geocronologicas.Wilson Teixeira 01 July 1985 (has links)
O presente trabalho objetivou demonstrar a potencialidade das interpretações geocronológicas voltadas ao tema da evolução antiga de terrenos metamórficos policíclicos. Os estudos empreendidos concentraram-se no embasamento polimetamórfico exposto a oeste do Quadrilátero Ferrífero sendo enfatizado, adicionalmente, o magmatismo básico de natureza anorogênica, cujas rochas possuem significativa distribuição neste domínio da porção meridional do Cráton do São Francisco. Com base no estabelecimento de critérios interpretativos para os diferentes padrões de idade obtidos são também efetuadas considerações acerca da delimitação da margem cratônica, relativamente às faixas móveis marginais. Finalmente, é apresentada uma evolução geocronológica da cobertura sedimentar Bambuí, fundamentada em completa reavaliação do conjunto de idades disponível. O acervo radiométrico processado para a síntese, proveniente de uma ampla amostragem representando os vários domínios litológicos caracterizados, possui cerca de 250 determinações pelos métodos Rb-Sr, K-Ar e Pb-Pb. As interpretações decorrentes têm por base um tratamento através de diagramas isocrônicos (a nível de afloramento ou de referência), em combinação com um quadro esquemático de resfriamento regional vinculado às idades aparentes. Em conseqüência , foram estabelecidas as épocas principais de eventos tectonomagmáticos desenvolvidos na porção meridional do Cráton do São Francisco viabilizando, assim, comparações evolutivas com outros setores crustais da unidade geotectônica. O padrão de distribuição das idades radiométricas e evidências isotópicas de Sr e Pb permitiram esboçar um quadro paleotectônico para o Arqueano tardio (3,0 - 2,6 b.a.) e Proterozóico Inferior (2,4 - 2,1 b.a.), condizente com dois períodos maiores de crescimento continental: aquele mais antigo sugestivo da etapa principal de espessamento crustal (formação e aglutinação da massa continental), e o mais jovem sendo tipificado pelo desenvolvimento do Cinturão Mineiro, de natureza parcialmente ensiálica, cuja atividade causou o rejuvenescimento da maioria dos valores aparentes K-Ar do domínio arqueano. Por outro lado, as idades radiométricas K-Ar e Rb-Sr temporalmente associadass ao Proterozóico Médio e Superior, reveladas por setores específicos do embasamento cratônico, são interpretadas, respectivamente como um reflexo da evolução, do sistema intracratônico Espinhaço e das faixas móveis marginais brasilianas. Com referência às datações do magmatismo básico anorogênico, a interpretação dos resultados possibilitou a definição temporal das etapas distensivas principais da evolução geológica regional, como decorrência da mobilidade de faixas móveis adjacentes a segmentos já estabilizados. No âmbito do cráton do São Francisco, as extrapolações efetuadas, com base no conjunto de idades existentes em rochas intrusivas básicas e afins, contribuiram para um melhor entendimento do comportamento geodinâmico da entidade frente aos esforços ocorridos em seu interior durante o Proterozóico. Finalmente, a análise crítica do acervo de dados radiométricos disponível em rochas do Grupo Bambuí indicou uma evolução do Proterozóico Superior. As datações provenientes dos Grupos Bambuí e Una revelaram um quadro de idades heterogêneo em ambas as unidades, destacando-se como um todo a forte influência termal brasiliana rejuvenescendo a maioria das idades K-Ar e Rb-Sr e dificultando, assim, a obtenção de idades representativas em termos de deposição sedimentar. Entretanto, inferências geocronológicas a partir de rochas básicas intrusivas em unidades litoestratigráficas sotopostas ao Grupo Bambuí são sugestivas de que, em determinados setores, o início de seu desenvolvimento teria ocorrido por volta de 1000 m.a. atrás, ao passo que em outras áreas (em especial no estado de Minas Gerais) a sedimentação seria necessariamente de idade mais jovem (cerca de 640 m.a. ou menor). De outra parte, análises de composição isotópica de Pb disponíveis para o Grupo Bambuí são indicativas de que a evolução das razões isotópicas desse elemento ocorreu em dois estágios principais: sua separação do manto e introdução na crosta há 2,0 b.a. (época do \"diastrofismo Minas\") e sua incorporação às galenas há cerca de 600 m.a. atrás, por remobilização a partir do embasamento. / Interpretation of available radiometric data from polymetamorphic Terranes of southern part of the São Francisco Craton demonstrates the importance of geochronology as a tool in the study of ancient crustal evolution. In addition, radiometric study of basic intrusive magmatism helps define the most important epochs of crustal rifting during the Proterozoic. The definition of The southern border of the cratonic area based on distinctive age patterns of the geochronological provinces is also discussed. Finally, the geochronologic evolution of the Bambuí platform cover is presented. ApproximatIy 250 radiometric age determinations (Rb-Sr, K-Ar and Pb-Pb methods) were interpreted principalIy through the use of isochronic diagrams, as well as from differences in the patterns of apparent age in characteristic lithologic domains. The geologic history tectonomagmatic events iden tified in this study is compared to the crustal evolution of simiIar segments of the São Francisco Craton and elsewhere.Two main geochronological provinces are here defined: one, of Archean age (3.0 - 2.6 Ga), is related to the most important period of differentiation/accretion from the mantle and the younger one, of Proterozoic age (2.4 - 2.1 Ga), represents the infrastructure of the Minas belt, in part, of ensialic origin. On the other hand, a few Middle and Late Proterozoic K-Ar and Rb-Ar age determinations are interpreted, respectively, as influences of the Espinhaço system and the Brasiliano marginal folded belts. The K-Ar radiometric data of the Precambrian intrusive magmatism define several important epochs of crustal rifting of the cratonic basement rocks in the studied domain. These results correspond to geodynamic adjustment of the stable continental mass during the evolution of the adjacent Proterozoic mobile belts. Pb isotopic data from the Bambuí Group suggest a two-stage evolution: separation of the element from the mantle at about 2.0 Ga and formation of Galena at about 0.6 Ga. The K-Ar and Rb-Sr radiometric patterns for the BambuÍ and Una Groups show a range of values between 1.0 e 0.45 Ga, the younger results probaby corresponding to the effects of the Brasilano overprinting. Nevertheless, geochronological inferences and the geological situation of basic intrusions cutting older units suggest the beginning of sedimentary processes at about 1.0 Ga in some areas. In other areas, however, sedimentation must have begun much later, at about 640 Ma.
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