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O Retorno das Ariranhas à Paisagem Baniwa / The Giant Otter’s Return to Baniwa’s LandscapePimenta, Natalia Camps 25 July 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-07-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The hunting of wild animals in the 20th century for the international skin trade was responsible for
the collapse of several populations of Amazon mammals and reptiles. However, the impacts of
this activity varied between the exploited species, locally and regionally, according to the
intensity of hunting and resilience of the species. Some twenty years after the ban of the fur
trade in Brazil, giant otters, the species most affected by this international trade, began to show
signs of population recovery. This phenomenon aroused the interest of the Baniwa Indians from
the middle Rio Içana, western Amazonian Brazil, with whom I carried out this research. This
study is divided into two chapters in which I investigated I) historical factors that was influenced
the spatial-temporal variation of the commercial exploitation in the Rio Negro region, as well as
the differing responses of neotropical and giant otter to commercial hunting in the area and II)
identified giant otter’s refuge areas during the period of local extinction on the middle Rio Içana,
and the landscape elements that are allowing the recolonization of the area by species. In
Chapter I, using semi-structured interviews, I reconstructed the Baniwa’s oral history concerning
the commercial hunting in their territory, identified the hunting techniques they used and the
political and economic factors that influenced the fluctuations on trade activity, and the collective
impact of these on the otter populations in the region, contrasting to their biological
characteristics. I also used systematized data from commercial shipping records from upper Rio
Negro to assess the resilience of both species by comparing the variation in the numbers of sold
skins. The different sources of information has shown that after nearly a century of intense fur
trade in the upper Rio Negro, intrinsic species characteristics, as well different hunt intensities
and techniques acted to facilitate the persistence of neotropical otters populations and for the
local and regional extinction of giant otters populations, starting in areas closest to Manaus until
reaching the middle Rio Içana. In Chapter II, I investigated Baniwa’s perceptions of giant otters
through semi-structured interviews with the aid of reference maps to analyse the species
population fluctuations in the lakes and streams of the middle Rio Içana from the beginning of
commercial hunting activity in the region up to the present day. I conducted sampling in lakes
and streams in search of direct and indirect signs of giant otter occurrence. I recorded five
microhabitat variables in situ and measured five landscape variables via satellite image. I
measured landscape scale -dependent variables with buffers of 250m, 500m and 1 000m to test
which scale is most suitable for the study of habitat use by giant otters. After calculating the
frequency of evidence in each sample unit, I created generalized linear models to test the
predictor variables. The scale-dependent variables model indicated that the 250m scale has the
greatest explanatory power on the occurrence of giant otters. Habitat availability, shape and
isolation of the water body explained 61.86% of otter frequency, while the only significant
microhabitat variable, water depth, correlated to hydrography, explained 38.12% of cases.
Based on environmental and historical data I identified the streams, well drained and connected
to adjacent water bodies as areas favorable landscape to giant otter’s occurrence in the middle
Rio Içana. This work highlights the valuable contribution of traditional ecological knowledge to fill
gaps in knowledge about endangered species that would be unobtainable using conventional
ecological research techniques, aiding the understanding of long-term ecological processes with
implications for the conservation of giant otter and the ecosystem they occupy / A caça de animais silvestres para abastecer o comércio internacional de peles foi
responsável pelo colapso de diversas populações de mamíferos e répteis da Amazônia.
Entretanto, os impactos desta atividade tiveram efeitos distintos em cada espécie explorada,
variando local e regionalmente de acordo com a intensidade de caça e a capacidade de
resiliência da espécie. Cerca de vinte anos após a proibição do comércio de peles no Brasil, a
ariranha, espécie mais impactada pelo comércio internacional, começou a mostrar sinais de
recuperação populacional. Este fenômeno despertou o interesse dos índios Baniwa do médio
rio Içana, com quem realizamos esta pesquisa. Este estudo está dividido em dois capítulos nos
quais investigamos: I) os fatores históricos que influenciaram a variação espaço-temporal da
exploração comercial no alto rio Negro, assim como a resposta de duas espécies aparentadas,
lontras neotropicais e ariranhas, frente a caça comercial na região e II) identificamos os locais
de refúgio das ariranhas durante o período de extinção local no médio rio Içana e os elementos
da paisagem que estão permitindo a recolonização da área pela espécie. No capítulo I
reconstruímos a história oral dos Baniwa através de entrevistas semiestruturadas acerca da
caça comercial realizada em seu território, identificando técnicas de caça, fatores políticos e
econômicos que influenciaram as flutuações na atividade comercial e nas populações de lontras
e ariranhas na região, em contraste com as características biológicas de ambas as espécies.
Também sistematizamos dados provenientes de documentos de comercialização de peles nos
portos da região para avaliar a capacidade de resiliência de ambas as espécies à caça
comercial comparando a variação do montante de peles comercializadas durante o século XX
no alto rio Negro. A união das diferentes fontes utilizadas nos mostrou que após quase um
século de intensa caça comercial no alto rio Negro características intrínsecas das espécies
assim como diferentes intensidades e técnicas de caça atuaram conjuntamente para a
persistência das populações de lontras e para a extinção local e regional das populações de
ariranhas, iniciando pelas áreas mais próximas à Manaus até atingir o médio rio Içana. No
capítulo II investigamos as percepções Baniwa acerca das ariranhas através de entrevistas
semiestruturadas com auxílio de mapas de referência para detectar as flutuações populacionais
da espécie nos lagos e igarapés do médio rio Içana desde o início da atividade de caça
comercial na região até os dias atuais. Realizamos amostragens nos lagos e igarapés em busca
de sinais diretos e indiretos da ocorrência da espécie, registramos cinco variáveis de microhabitat in situ e obtivemos cinco variáveis de paisagem através de imagem de satélite. Medimos
as variáveis de paisagem dependentes de escala em buffers de 250m, 500m e 1000m para testarmos qual escala é a mais adequada para o estudo do uso do habitat pelas ariranhas.
Após calcular a frequência de indícios em cada unidade amostral nós geramos modelos
lineares generalizados para testar as variáveis preditoras. O modelo com as variáveis
dependentes de escala indicou um padrão bimodal, mas a escala de 250m foi a que apresentou
maior efeito na ocorrência de ariranhas. As variáveis de paisagem disponibilidade de habitat,
forma e isolamento do corpo hídrico explicaram 61,86% da frequência de ariranhas no médio rio
Içana, enquanto a única variável de micro-habitat profundidade, correlacionada à hidrografia,
explicou 38,12% dos casos. Para os Baniwa as ariranhas são os pajés das águas, e se
distribuem pelo ambiente aquático juntamente com os peixes. Através dessa percepção
indígena sobre as ariranhas nós obtivemos a movimentação da espécie em diferentes escalas
temporais, e identificamos as cabeceiras dos longos igarapés como as áreas de refúgio da
espécie durante o período de extinção local no médio rio Içana. A partir das informações
ambientais e históricas nós identificamos os igarapés, bem drenados e conectados a corpos
hídricos adjacentes como áreas favoráveis para a ocorrência de ariranhas no médio rio Içana.
Nosso trabalho evidencia a valiosa contribuição do conhecimento ecológico tradicional em
preencher lacunas no conhecimento sobre espécies ameaçadas que não poderiam ser obtidas
somente através das pesquisas ecológicas convencionais, auxiliando a compreensão de
processos ecológicos de longa duração com implicações para a conservação dessas espécies
e do ecossistema que ela ocupa.
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Estrutura e composição de assembleias de aranhas em manchas de vegetação na porção austral da Mata AtlânticaBaldissera, Ronei January 2012 (has links)
A fragmentação de hábitats é um dos fatores mais importantes que afetam a biodiversidade em nível mundial. Os estudos da fragmentação, nos seus inícios, baseavam-se nas premissas e predições da Teoria de Biogeografia de Ilhas, a qual procura explicar a diversidade em ilhas oceânicas pelo balanço de colonizações e extinções baseadas nos seus tamanhos e isolamentos. A partir do início do século, houve o desenvolvimento do conceito de metacomunidades, juntamente com um olhar sobre o mosaico de manchas na paisagem, como um conjunto de comunidades locais ligadas pela dispersão de espécies que tem o potencial de interagir. Esse conceito expande a visão da ecologia de comunidades do nível local para diferentes escalas e considera, simplificadamente, que existem quatro tipos de metacomunidades: dinâmica de manchas, seleção de espécies, efeito de massa e neutralidade. Esses quatro modelos assumem diferenças na resposta dos atributos funcionais das espécies, desde a equivalência ecológica até forte capacidade competitiva. Esta tese teve como objetivo geral “avaliar a resposta da diversidade de espécies, de características comportamentais de seleção de habitat e da composição de espécies de assembleias de aranhas em manchas de vegetações florestais e experimentais a fatores ambientais e espaciais”. Os objetivos específicos foram: 1) Analisar a influência relativa de variáveis ambientais e espaciais nos padrões de variação da composição de espécies de aranhas de teia entre remanescentes florestais da Mata Atlântica no sul do Brasil. 2) Avaliar o padrão de seleção de microhabitats de aranhas de teia em remanescentes de Mata Atlântica no sul do Brasil e sua relação com variáveis ambientais. 3) Acessar os padrões de variação nas taxas de colonização da comunidade de aranhas em relação à manipulação da área e da diversidade de habitats em manchas de vegetação em uma paisagem experimental. As coletas de dados em campo foram realizadas em remanescentes florestais de Mata Atlântica no município de Torres, RS e em uma paisagem experimental com manchas de vegetação inseridas em uma matriz campestre na mesma localidade. Em uma paisagem de aproximadamente 26 km2 foram selecionados 16 remanescentes florestais. Foram realizadas amostragens proporcionais aos tamanhos dos remanescentes. Coletas manuais de aranhas de teia foram feitas em parcelas de 12 × 2 × 2 m, e também foram realizadas medidas de utilização de habitat de cada indivíduo coletado entre março e agosto de 2009. Adicionalmente, foram realizadas medidas da estrutura da vegeatação de cada mancha. A área, isolamento e forma dos remanescentes foram calculados a partir de um arquivo shape em software ArcView 3.0. A paisagem experimental foi formada com cinco blocos contendo quatro manchas de vegetação. Para cada mancha, foram aleatorizados dois níveis de dois tratamentos: tamanho (grande e pequeno) e diversidade de habitats (mais e menos diverso). As manchas consistiram em grupos de mudas de três espécies lenhosas nativas e uma espécie artificial. Foram realizados censos, com frequência média de 28,2 dias, ao longo de oito intervalos de tempos de todas as aranhas encontradas nas manchas. A amostragem nos remanescentes coletou 3852 aranhas de teia, distribuídos nas famílias Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A abundância de adultos foi de 254 indivíduos, identificados em 55 espécies. A riqueza rarefeita e a abundância de aranhas de teia não responderam significativamente às variáveis ambientais (vegetação e paisagem). Nenhum modelo de relação espécies-área foi significativo para a metacomunidade. Três variáveis ambientais e duas variáveis espaciais influenciaram a diversidade beta de aranhas de teia nos remanescentes. Em torno de 15% da variação (valor de R ajustado) na diversidade beta foi explicada pela combinação de variáveis ambientais e espaciais. A maior parte dessa variação (12%) correspondeu à variação ambiental e a variação ambiental espacialmente estruturada. Duas variáveis de seleção de hábitat maximizaram a divergência e uma variável maximizou a convergência para o padrão de montagem da metacomunidade ao longo do gradiente ambiental. Os valores de entropia quadrática de Rao (divergência) aumentaram ao longo das comunidades locais associados com o aumento da diversidade de uso das manchas nos entornos dos fragmentos. A utilização de ramos de trepadeiras pelas aranhas de teia foi negativamente correlacionada com a quantidade de arbustos nos fragmentos. O tamanho e a diversidade de manchas de vegetação não influenciaram nas taxas de colonização. Apesar disso, houve diferenças significativas nas composições das comunidades ao longo do tempo. A riqueza e a abundância de adultos variaram temporalmente, mas não houve efeitos significativos dos tratamentos. A abundância total foi maior em manchas maiores e manchas menos diversas. Pode-se inferir que a metacomunidade em nível de paisagem não é limitada pela dispersão (isso foi corroborado no experimento manipulativo). Dessa forma, o que influencia a chegada em uma mancha, em nível regional, é a amostragem passiva, que determina um filtro para manchas irregulares (menos impactadas) com sub-bosque denso e o tamanho da mancha na menor escala (experimental). Uma vez em um remanescente florestal (comunidade local), a escolha que as espécies fazem das estruturas de habitat para fixação das teias determina se a convergência ou divergência de estruturas vegetais de fixação das teias. No primeiro caso, as espécies escolhem as mesmas estruturas vegetais: ramos de trepadeiras em remanescentes com poucos arbustos, ou seja, seus requerimentos ecológicos são semelhantes e não parece haver pressão de competição nesse caso. No segundo caso, as espécies que chegam no interior de manchas com entornos mais diversos apresentam maior divergência no uso das estruturas vegetais de folhas e ramos de arbustos. Quanto mais diverso o entorno das manchas, menor parece ser a pressão de competição pelas estruturas vegetais entre aranhas. / Habitat fragmentation is one of the major causes of biodiversity loss. Fragmentation studies, in the beginnings, based on assumptions and predictions of the Island Biogeography Theory, which explains the diversity in oceanic islands by the balance between colonizations and extinctions linked to size and distance from mainland. From the beginning of the century, the metacommunity concept was developed, allied with the landscape patch mosaic. The metacommunity is a set of local communities bounded by dispersion of potential competitor species. This concepto expands the vision of community ecology from local level to other scales and considers the existence of four types of metacommunities: patch dynamics, species sorting, mass effect and neutral. These models have different assumptions regarding the responses of functional traits of species, from ecological equivalence to strong competition. This thesis aimed to “evaluate the response of species diversity, habitat selection decisions and species composition of spider assemblages at patches of forest vegetation and experimental patches to environmental and spatial descriptors”. Specific objectives were: 1) Analyze the relative influence of environmental and spatial variables on the patterns of variation of web spider composition among remnants of Atlantic Forest in a fragmented landscape in southern Brazil. 2) Evaluate microhabitat selection convergence and divergence of web spiders in Atlantic forest patches in relation to two between-patch and one within-patch environmental gradients. 3) Examine the rates of colonization, immigration activity (abundance), richness, and composition of foliage dwelling spiders. Mensurative experiment was done at 16 remnants of Atlantic Forest in Torres, RS. Manual collections of web spiders were done in 12 × 2 × 2 m plots. Habitat selection variables were measured for each individual spider in the field. Additionally, measures of the vegetation structure of the understorys and patch vegetation were done. The patch areas, isolations and shapes were calculated from a shape file in ArcView 3.0. Manipulative experiment was performed at an experimental landscape made of vegetation patches inserted in a grassland matrix. The experimental landscape was composed of five blocks each one containing four patches of vegetation. Two treatment levels were randomly assigned to the patches: size (big and small) and diversity (more and less). The patches consisted of sets of seedlings of three native plants and one artificial seedling. All spiders colonizing the patches were collected along eight time periods (mean 28.2 days). It was collected 3852 spiders in the forest remnants, distributed in the families Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A total of 254 adult spiders were identified and sorted in 55 species. The rarefied richness and the abundance of web spiders did not respond to environmental variables (between-patch and within-patch). There was no species-area relationship. Three environmental variables and two spatial variables influenced the beta diversity of web spiders in the remnants. Roughly 15% of beta diversity variation was due to a combination of environmental and spatial variables. The greater part of this variation corresponded to the environment control. Two microhabitat selection structures maximized the assembly divergence, and one maximized the assembly convergence of the metacommunities associated to an environmental gradient. The Rao‟s quadratic entropy (divergence) based on bush/tree leaves and twigs microhabitat selection, increased from local communities in patches with pasture surroundings to local communities with more diverse surroundings. The selection of vine twigs by web spiders was associated to less dense understorys. The size and diversity of experimental vegetation patches did not influence the spider colonization rates. However, the composition of spider communities varied among the time periods of the experiment, but there was no influence of size and diversity. There was a temporal effect on the variation of richness and adult abundance of spiders. On the other hand, the total abundance was higher in bigger patches, and in less diverse patches. We may infer that the metacommunity at the regional level was not limited by dispersion (it was corroborated by the mesoscale manipulative experiment). In that sense, more irregular remnants with dense understorys passively sample the dispersers at regional level. Once a spider reach a remnant (local community), the choice it makes on to use the habitat structures determines whether it will result in convergence or divergence of microhabitat selection variables. In the first case, the species chose the same vegetal structures (similar ecological requirements): vine twigs. The competition does not seem to be important. In the second case, the species showing divergence on the use of bush/tree leaves and twigs arrive at remnant interiors of patches with more diverse surroundings. In this case, more competition for these vegetal structures seems to happen between web spiders.
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Estrutura e composição de assembleias de aranhas em manchas de vegetação na porção austral da Mata AtlânticaBaldissera, Ronei January 2012 (has links)
A fragmentação de hábitats é um dos fatores mais importantes que afetam a biodiversidade em nível mundial. Os estudos da fragmentação, nos seus inícios, baseavam-se nas premissas e predições da Teoria de Biogeografia de Ilhas, a qual procura explicar a diversidade em ilhas oceânicas pelo balanço de colonizações e extinções baseadas nos seus tamanhos e isolamentos. A partir do início do século, houve o desenvolvimento do conceito de metacomunidades, juntamente com um olhar sobre o mosaico de manchas na paisagem, como um conjunto de comunidades locais ligadas pela dispersão de espécies que tem o potencial de interagir. Esse conceito expande a visão da ecologia de comunidades do nível local para diferentes escalas e considera, simplificadamente, que existem quatro tipos de metacomunidades: dinâmica de manchas, seleção de espécies, efeito de massa e neutralidade. Esses quatro modelos assumem diferenças na resposta dos atributos funcionais das espécies, desde a equivalência ecológica até forte capacidade competitiva. Esta tese teve como objetivo geral “avaliar a resposta da diversidade de espécies, de características comportamentais de seleção de habitat e da composição de espécies de assembleias de aranhas em manchas de vegetações florestais e experimentais a fatores ambientais e espaciais”. Os objetivos específicos foram: 1) Analisar a influência relativa de variáveis ambientais e espaciais nos padrões de variação da composição de espécies de aranhas de teia entre remanescentes florestais da Mata Atlântica no sul do Brasil. 2) Avaliar o padrão de seleção de microhabitats de aranhas de teia em remanescentes de Mata Atlântica no sul do Brasil e sua relação com variáveis ambientais. 3) Acessar os padrões de variação nas taxas de colonização da comunidade de aranhas em relação à manipulação da área e da diversidade de habitats em manchas de vegetação em uma paisagem experimental. As coletas de dados em campo foram realizadas em remanescentes florestais de Mata Atlântica no município de Torres, RS e em uma paisagem experimental com manchas de vegetação inseridas em uma matriz campestre na mesma localidade. Em uma paisagem de aproximadamente 26 km2 foram selecionados 16 remanescentes florestais. Foram realizadas amostragens proporcionais aos tamanhos dos remanescentes. Coletas manuais de aranhas de teia foram feitas em parcelas de 12 × 2 × 2 m, e também foram realizadas medidas de utilização de habitat de cada indivíduo coletado entre março e agosto de 2009. Adicionalmente, foram realizadas medidas da estrutura da vegeatação de cada mancha. A área, isolamento e forma dos remanescentes foram calculados a partir de um arquivo shape em software ArcView 3.0. A paisagem experimental foi formada com cinco blocos contendo quatro manchas de vegetação. Para cada mancha, foram aleatorizados dois níveis de dois tratamentos: tamanho (grande e pequeno) e diversidade de habitats (mais e menos diverso). As manchas consistiram em grupos de mudas de três espécies lenhosas nativas e uma espécie artificial. Foram realizados censos, com frequência média de 28,2 dias, ao longo de oito intervalos de tempos de todas as aranhas encontradas nas manchas. A amostragem nos remanescentes coletou 3852 aranhas de teia, distribuídos nas famílias Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A abundância de adultos foi de 254 indivíduos, identificados em 55 espécies. A riqueza rarefeita e a abundância de aranhas de teia não responderam significativamente às variáveis ambientais (vegetação e paisagem). Nenhum modelo de relação espécies-área foi significativo para a metacomunidade. Três variáveis ambientais e duas variáveis espaciais influenciaram a diversidade beta de aranhas de teia nos remanescentes. Em torno de 15% da variação (valor de R ajustado) na diversidade beta foi explicada pela combinação de variáveis ambientais e espaciais. A maior parte dessa variação (12%) correspondeu à variação ambiental e a variação ambiental espacialmente estruturada. Duas variáveis de seleção de hábitat maximizaram a divergência e uma variável maximizou a convergência para o padrão de montagem da metacomunidade ao longo do gradiente ambiental. Os valores de entropia quadrática de Rao (divergência) aumentaram ao longo das comunidades locais associados com o aumento da diversidade de uso das manchas nos entornos dos fragmentos. A utilização de ramos de trepadeiras pelas aranhas de teia foi negativamente correlacionada com a quantidade de arbustos nos fragmentos. O tamanho e a diversidade de manchas de vegetação não influenciaram nas taxas de colonização. Apesar disso, houve diferenças significativas nas composições das comunidades ao longo do tempo. A riqueza e a abundância de adultos variaram temporalmente, mas não houve efeitos significativos dos tratamentos. A abundância total foi maior em manchas maiores e manchas menos diversas. Pode-se inferir que a metacomunidade em nível de paisagem não é limitada pela dispersão (isso foi corroborado no experimento manipulativo). Dessa forma, o que influencia a chegada em uma mancha, em nível regional, é a amostragem passiva, que determina um filtro para manchas irregulares (menos impactadas) com sub-bosque denso e o tamanho da mancha na menor escala (experimental). Uma vez em um remanescente florestal (comunidade local), a escolha que as espécies fazem das estruturas de habitat para fixação das teias determina se a convergência ou divergência de estruturas vegetais de fixação das teias. No primeiro caso, as espécies escolhem as mesmas estruturas vegetais: ramos de trepadeiras em remanescentes com poucos arbustos, ou seja, seus requerimentos ecológicos são semelhantes e não parece haver pressão de competição nesse caso. No segundo caso, as espécies que chegam no interior de manchas com entornos mais diversos apresentam maior divergência no uso das estruturas vegetais de folhas e ramos de arbustos. Quanto mais diverso o entorno das manchas, menor parece ser a pressão de competição pelas estruturas vegetais entre aranhas. / Habitat fragmentation is one of the major causes of biodiversity loss. Fragmentation studies, in the beginnings, based on assumptions and predictions of the Island Biogeography Theory, which explains the diversity in oceanic islands by the balance between colonizations and extinctions linked to size and distance from mainland. From the beginning of the century, the metacommunity concept was developed, allied with the landscape patch mosaic. The metacommunity is a set of local communities bounded by dispersion of potential competitor species. This concepto expands the vision of community ecology from local level to other scales and considers the existence of four types of metacommunities: patch dynamics, species sorting, mass effect and neutral. These models have different assumptions regarding the responses of functional traits of species, from ecological equivalence to strong competition. This thesis aimed to “evaluate the response of species diversity, habitat selection decisions and species composition of spider assemblages at patches of forest vegetation and experimental patches to environmental and spatial descriptors”. Specific objectives were: 1) Analyze the relative influence of environmental and spatial variables on the patterns of variation of web spider composition among remnants of Atlantic Forest in a fragmented landscape in southern Brazil. 2) Evaluate microhabitat selection convergence and divergence of web spiders in Atlantic forest patches in relation to two between-patch and one within-patch environmental gradients. 3) Examine the rates of colonization, immigration activity (abundance), richness, and composition of foliage dwelling spiders. Mensurative experiment was done at 16 remnants of Atlantic Forest in Torres, RS. Manual collections of web spiders were done in 12 × 2 × 2 m plots. Habitat selection variables were measured for each individual spider in the field. Additionally, measures of the vegetation structure of the understorys and patch vegetation were done. The patch areas, isolations and shapes were calculated from a shape file in ArcView 3.0. Manipulative experiment was performed at an experimental landscape made of vegetation patches inserted in a grassland matrix. The experimental landscape was composed of five blocks each one containing four patches of vegetation. Two treatment levels were randomly assigned to the patches: size (big and small) and diversity (more and less). The patches consisted of sets of seedlings of three native plants and one artificial seedling. All spiders colonizing the patches were collected along eight time periods (mean 28.2 days). It was collected 3852 spiders in the forest remnants, distributed in the families Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A total of 254 adult spiders were identified and sorted in 55 species. The rarefied richness and the abundance of web spiders did not respond to environmental variables (between-patch and within-patch). There was no species-area relationship. Three environmental variables and two spatial variables influenced the beta diversity of web spiders in the remnants. Roughly 15% of beta diversity variation was due to a combination of environmental and spatial variables. The greater part of this variation corresponded to the environment control. Two microhabitat selection structures maximized the assembly divergence, and one maximized the assembly convergence of the metacommunities associated to an environmental gradient. The Rao‟s quadratic entropy (divergence) based on bush/tree leaves and twigs microhabitat selection, increased from local communities in patches with pasture surroundings to local communities with more diverse surroundings. The selection of vine twigs by web spiders was associated to less dense understorys. The size and diversity of experimental vegetation patches did not influence the spider colonization rates. However, the composition of spider communities varied among the time periods of the experiment, but there was no influence of size and diversity. There was a temporal effect on the variation of richness and adult abundance of spiders. On the other hand, the total abundance was higher in bigger patches, and in less diverse patches. We may infer that the metacommunity at the regional level was not limited by dispersion (it was corroborated by the mesoscale manipulative experiment). In that sense, more irregular remnants with dense understorys passively sample the dispersers at regional level. Once a spider reach a remnant (local community), the choice it makes on to use the habitat structures determines whether it will result in convergence or divergence of microhabitat selection variables. In the first case, the species chose the same vegetal structures (similar ecological requirements): vine twigs. The competition does not seem to be important. In the second case, the species showing divergence on the use of bush/tree leaves and twigs arrive at remnant interiors of patches with more diverse surroundings. In this case, more competition for these vegetal structures seems to happen between web spiders.
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Estrutura e composição de assembleias de aranhas em manchas de vegetação na porção austral da Mata AtlânticaBaldissera, Ronei January 2012 (has links)
A fragmentação de hábitats é um dos fatores mais importantes que afetam a biodiversidade em nível mundial. Os estudos da fragmentação, nos seus inícios, baseavam-se nas premissas e predições da Teoria de Biogeografia de Ilhas, a qual procura explicar a diversidade em ilhas oceânicas pelo balanço de colonizações e extinções baseadas nos seus tamanhos e isolamentos. A partir do início do século, houve o desenvolvimento do conceito de metacomunidades, juntamente com um olhar sobre o mosaico de manchas na paisagem, como um conjunto de comunidades locais ligadas pela dispersão de espécies que tem o potencial de interagir. Esse conceito expande a visão da ecologia de comunidades do nível local para diferentes escalas e considera, simplificadamente, que existem quatro tipos de metacomunidades: dinâmica de manchas, seleção de espécies, efeito de massa e neutralidade. Esses quatro modelos assumem diferenças na resposta dos atributos funcionais das espécies, desde a equivalência ecológica até forte capacidade competitiva. Esta tese teve como objetivo geral “avaliar a resposta da diversidade de espécies, de características comportamentais de seleção de habitat e da composição de espécies de assembleias de aranhas em manchas de vegetações florestais e experimentais a fatores ambientais e espaciais”. Os objetivos específicos foram: 1) Analisar a influência relativa de variáveis ambientais e espaciais nos padrões de variação da composição de espécies de aranhas de teia entre remanescentes florestais da Mata Atlântica no sul do Brasil. 2) Avaliar o padrão de seleção de microhabitats de aranhas de teia em remanescentes de Mata Atlântica no sul do Brasil e sua relação com variáveis ambientais. 3) Acessar os padrões de variação nas taxas de colonização da comunidade de aranhas em relação à manipulação da área e da diversidade de habitats em manchas de vegetação em uma paisagem experimental. As coletas de dados em campo foram realizadas em remanescentes florestais de Mata Atlântica no município de Torres, RS e em uma paisagem experimental com manchas de vegetação inseridas em uma matriz campestre na mesma localidade. Em uma paisagem de aproximadamente 26 km2 foram selecionados 16 remanescentes florestais. Foram realizadas amostragens proporcionais aos tamanhos dos remanescentes. Coletas manuais de aranhas de teia foram feitas em parcelas de 12 × 2 × 2 m, e também foram realizadas medidas de utilização de habitat de cada indivíduo coletado entre março e agosto de 2009. Adicionalmente, foram realizadas medidas da estrutura da vegeatação de cada mancha. A área, isolamento e forma dos remanescentes foram calculados a partir de um arquivo shape em software ArcView 3.0. A paisagem experimental foi formada com cinco blocos contendo quatro manchas de vegetação. Para cada mancha, foram aleatorizados dois níveis de dois tratamentos: tamanho (grande e pequeno) e diversidade de habitats (mais e menos diverso). As manchas consistiram em grupos de mudas de três espécies lenhosas nativas e uma espécie artificial. Foram realizados censos, com frequência média de 28,2 dias, ao longo de oito intervalos de tempos de todas as aranhas encontradas nas manchas. A amostragem nos remanescentes coletou 3852 aranhas de teia, distribuídos nas famílias Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A abundância de adultos foi de 254 indivíduos, identificados em 55 espécies. A riqueza rarefeita e a abundância de aranhas de teia não responderam significativamente às variáveis ambientais (vegetação e paisagem). Nenhum modelo de relação espécies-área foi significativo para a metacomunidade. Três variáveis ambientais e duas variáveis espaciais influenciaram a diversidade beta de aranhas de teia nos remanescentes. Em torno de 15% da variação (valor de R ajustado) na diversidade beta foi explicada pela combinação de variáveis ambientais e espaciais. A maior parte dessa variação (12%) correspondeu à variação ambiental e a variação ambiental espacialmente estruturada. Duas variáveis de seleção de hábitat maximizaram a divergência e uma variável maximizou a convergência para o padrão de montagem da metacomunidade ao longo do gradiente ambiental. Os valores de entropia quadrática de Rao (divergência) aumentaram ao longo das comunidades locais associados com o aumento da diversidade de uso das manchas nos entornos dos fragmentos. A utilização de ramos de trepadeiras pelas aranhas de teia foi negativamente correlacionada com a quantidade de arbustos nos fragmentos. O tamanho e a diversidade de manchas de vegetação não influenciaram nas taxas de colonização. Apesar disso, houve diferenças significativas nas composições das comunidades ao longo do tempo. A riqueza e a abundância de adultos variaram temporalmente, mas não houve efeitos significativos dos tratamentos. A abundância total foi maior em manchas maiores e manchas menos diversas. Pode-se inferir que a metacomunidade em nível de paisagem não é limitada pela dispersão (isso foi corroborado no experimento manipulativo). Dessa forma, o que influencia a chegada em uma mancha, em nível regional, é a amostragem passiva, que determina um filtro para manchas irregulares (menos impactadas) com sub-bosque denso e o tamanho da mancha na menor escala (experimental). Uma vez em um remanescente florestal (comunidade local), a escolha que as espécies fazem das estruturas de habitat para fixação das teias determina se a convergência ou divergência de estruturas vegetais de fixação das teias. No primeiro caso, as espécies escolhem as mesmas estruturas vegetais: ramos de trepadeiras em remanescentes com poucos arbustos, ou seja, seus requerimentos ecológicos são semelhantes e não parece haver pressão de competição nesse caso. No segundo caso, as espécies que chegam no interior de manchas com entornos mais diversos apresentam maior divergência no uso das estruturas vegetais de folhas e ramos de arbustos. Quanto mais diverso o entorno das manchas, menor parece ser a pressão de competição pelas estruturas vegetais entre aranhas. / Habitat fragmentation is one of the major causes of biodiversity loss. Fragmentation studies, in the beginnings, based on assumptions and predictions of the Island Biogeography Theory, which explains the diversity in oceanic islands by the balance between colonizations and extinctions linked to size and distance from mainland. From the beginning of the century, the metacommunity concept was developed, allied with the landscape patch mosaic. The metacommunity is a set of local communities bounded by dispersion of potential competitor species. This concepto expands the vision of community ecology from local level to other scales and considers the existence of four types of metacommunities: patch dynamics, species sorting, mass effect and neutral. These models have different assumptions regarding the responses of functional traits of species, from ecological equivalence to strong competition. This thesis aimed to “evaluate the response of species diversity, habitat selection decisions and species composition of spider assemblages at patches of forest vegetation and experimental patches to environmental and spatial descriptors”. Specific objectives were: 1) Analyze the relative influence of environmental and spatial variables on the patterns of variation of web spider composition among remnants of Atlantic Forest in a fragmented landscape in southern Brazil. 2) Evaluate microhabitat selection convergence and divergence of web spiders in Atlantic forest patches in relation to two between-patch and one within-patch environmental gradients. 3) Examine the rates of colonization, immigration activity (abundance), richness, and composition of foliage dwelling spiders. Mensurative experiment was done at 16 remnants of Atlantic Forest in Torres, RS. Manual collections of web spiders were done in 12 × 2 × 2 m plots. Habitat selection variables were measured for each individual spider in the field. Additionally, measures of the vegetation structure of the understorys and patch vegetation were done. The patch areas, isolations and shapes were calculated from a shape file in ArcView 3.0. Manipulative experiment was performed at an experimental landscape made of vegetation patches inserted in a grassland matrix. The experimental landscape was composed of five blocks each one containing four patches of vegetation. Two treatment levels were randomly assigned to the patches: size (big and small) and diversity (more and less). The patches consisted of sets of seedlings of three native plants and one artificial seedling. All spiders colonizing the patches were collected along eight time periods (mean 28.2 days). It was collected 3852 spiders in the forest remnants, distributed in the families Araneidae (N = 588), Hahniidae (9), Linyphiidae (39), Mysmenidae (4), Nephilidae (2), Tetragnathidae (1647), Theridiidae (1027) e Uloboridae (838). A total of 254 adult spiders were identified and sorted in 55 species. The rarefied richness and the abundance of web spiders did not respond to environmental variables (between-patch and within-patch). There was no species-area relationship. Three environmental variables and two spatial variables influenced the beta diversity of web spiders in the remnants. Roughly 15% of beta diversity variation was due to a combination of environmental and spatial variables. The greater part of this variation corresponded to the environment control. Two microhabitat selection structures maximized the assembly divergence, and one maximized the assembly convergence of the metacommunities associated to an environmental gradient. The Rao‟s quadratic entropy (divergence) based on bush/tree leaves and twigs microhabitat selection, increased from local communities in patches with pasture surroundings to local communities with more diverse surroundings. The selection of vine twigs by web spiders was associated to less dense understorys. The size and diversity of experimental vegetation patches did not influence the spider colonization rates. However, the composition of spider communities varied among the time periods of the experiment, but there was no influence of size and diversity. There was a temporal effect on the variation of richness and adult abundance of spiders. On the other hand, the total abundance was higher in bigger patches, and in less diverse patches. We may infer that the metacommunity at the regional level was not limited by dispersion (it was corroborated by the mesoscale manipulative experiment). In that sense, more irregular remnants with dense understorys passively sample the dispersers at regional level. Once a spider reach a remnant (local community), the choice it makes on to use the habitat structures determines whether it will result in convergence or divergence of microhabitat selection variables. In the first case, the species chose the same vegetal structures (similar ecological requirements): vine twigs. The competition does not seem to be important. In the second case, the species showing divergence on the use of bush/tree leaves and twigs arrive at remnant interiors of patches with more diverse surroundings. In this case, more competition for these vegetal structures seems to happen between web spiders.
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Distribuição, ecofisiologia e capacidade adaptativa do gênero Montrichardia H. Crueg na Bacia AmazônicaLopes, Aline 03 September 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-09-03 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / In Amazonian floodplains, relatively integral system yet, the vegetation is adapted to regular flooding regime, which determines the distribution of plant species. Besides the effect of water levels, environmental changes, due to the increase in temperature and levels of CO2, may have marked effects on the flora and fauna in these areas. The oscillation of the water level makes these areas so fragile, and the environmental changes are worrying, being necessary to estimate the adaptive capacity and resilience of the system. For this it is essential to find suitable and sensitive biological markers in order to develop and propose conservation strategies. The aim of this study was to provide a set of information about the morphological and physiological adaptive traits of aquatic macrophytes with different amplitudes of distribution, in order to understand how environmental changes affect this group of plants, with fundamental importance to aquatic biota. Morphological, physiological and molecular data of 55 populations of Montrichardia spp. distributed in the Amazon Basin were collected. Data of distribution from herbaria was used to elucidate the ecology of the species at the regional scale (Amazonia) and macro-scale (Neotropical). To estimate the effect of climate change on Montrichardia arborescens an experiment was performed in microcosm with the elevation of temperature and CO2 for five months. The germination and growth of seedling were evaluated. Various environmental parameters and biological characteristics measured demonstrated the clear separation of species M. linifera and M. arborescens. However, genetic analysis did not allow to understand the exact relationship between M. arborescens var. aculeata and the other two other species. The degree of genetic differentiation (RST) between the species M. arborescens and M. linifera, together with the interpretation of the haplotype network, permitted to confirm the separation of these two species, which proved compatible with the morphological separation provided by the analysis of the number of secondary apical veins. The hydrochemical factors proved to influence the distribution of Montrichardia species on a regional scale (Amazonia). While M. linifera occurs mainly in white water rivers, M. arborescens occurs in black water rivers and upland streams. At a macro-scale (Neotropical), precipitation and temperature were the most important factors influencing the species distribution. The simulation of temperature rise and CO2 in microcosms allowed us to infer the effects of climate change on M. arborescens. This species showed a lower accumulation of biomass and lower rate of electron transport when exposed to extremes of temperature and CO2. We conclude that the genus Montrichardia exhibit morphological, physiological and genetic adaptive differences relating to environmental parameters in each of the local environment (várzea and igapó), and that the temperature rise and CO2 influence morphology and physiology of M. arborescens. / Nas áreas alagáveis amazônicas, ainda relativamente integras, a vegetação encontra-se adaptada ao regime regular de inundação, o qual determina a distribuição de espécies de plantas. Além do efeito dos níveis da água, as mudanças ambientais, em decorrência do aumento da temperatura e dos níveis de dióxido de carbono, podem ter efeitos marcantes sobre a flora e a fauna nestas áreas. A oscilação do nível das águas torna estas áreas frágeis, por isso, as mudanças ambientais são preocupantes, sendo necessário estimar a capacidade adaptativa e a resiliência do sistema. Para isso, é fundamental encontrar marcadores biológicos sensíveis e adequados que permitam desenvolver e propor estratégias de conservação. O objetivo deste estudo foi fornecer um conjunto de informações sobre as características adaptativas morfológicas e fisiológicas de macrófitas aquáticas com diferentes amplitudes de distribuição, visando entender como as modificações ambientais interferem sobre esse grupo de plantas de fundamental importância para a biota aquática. Foram coletados dados morfológicos, fisiológicos e moleculares de 55 populações de Montrichardia spp. distribuídas na Bacia Amazônica; e dados de distribuição provenientes de herbários, com o intuído de compreender a ecologia das espécies em escala regional (Amazônia) e macro-escala (Neotropical). Para simular o efeito das mudanças climáticas sobre Montrichardia arborescens foi realizado um experimento em microcosmo com duração de cinco meses. Neste experimento foi avaliando a germinação e crescimento inicial das plântulas com a elevação da temperatura (+1,5 a +4,5ºC que o controle) e CO2 (+200 a +800 ppm que o controle). Os diversos parâmetros ambientais e caracteres biológicos aferidos demostraram a clara separação das espécies M. linifera e M. arborescens. Entretanto, a análise genética feita para as espécies não permitiu determinar a exata relação entre a variedade M. arborescens var. aculeata e as outras duas espécies. O alto índice de diferenciação genética (RST) entre as espécies M. linifera e M. arborescens, aliado à interpretação da rede de haplótipos, permitiu confirmar a separação destas duas espécies, o que se mostrou compatível com a separação morfológica propiciada pela análise do número de nervuras apicais secundárias. Os fatores hidroquímicos influenciaram a distribuição das espécies de Montrichardia em escala regional (Amazônia). Enquanto M. linifera ocorre principalmente em rios de água branca (várzeas), M. arborescens ocorre em rios de água preta (igapós) e riachos de terra-firme. Em uma macro-escala (Neotropical), a precipitação e a temperatura foram os fatores que mais influenciaram a distribuição das espécies. A simulação da elevação de temperatura e CO2 nos microcosmos permitiu inferir os efeitos das mudanças climáticas sobre M. arborescens. Esta espécie apresentou uma menor acumulação de biomassa e menor taxa de transporte de elétrons quanto exposta a níveis extremos de temperatura e CO2. Concluímos que as espécies do gênero Montrichardia apresentam diferenças adaptativas morfológicas, fisiológicas e genéticas relacionadas aos parâmetros ambientais intervenientes em cada um dos locais amostrados (várzea e igapó), e que a elevação de temperatura e CO2 influenciam a morfologia e fisiologia de M. arborescens.
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Dinâmica populacional de Podocnemis erythrocephala, no rio Ayuanã, Amazonas, Brasil.Bernhard, Rafael 16 March 2010 (has links)
Submitted by Dominick Jesus (dominickdejesus@hotmail.com) on 2016-01-22T19:09:28Z
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Previous issue date: 2010-03-16 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM / Podocnemis erythrocephala is a species of turtle that inhabits black water rivers and
lakes in the Rio Negro Basin and ventures into clear water habitats as well in the
Tapajós and Trombetas rivers, in Brazil, as
well as the extreme eastern tip of
Colômbia and most of the states within the Venezuelan part of the Amazon Basin. As
with all species in the family Podocnemididae their populations have suffered from
the collection eggs and adults for human consumption. Even though this species is
an important item in the food of the local population of river people where ever P.
erythrocephala occurs, there are no studies documenting the natural size of these
turtle populations nor monitoring programs. The existing information concerning the
decline of natural populations of Podocnemididae are scarce, and not well studied,
therefore the monitoring studies are needed for all of the species in this family
utilizing methods that can measure the size of adult populations, size structure within
populations, and sex ratios.
The objective of this study was to characterize aspects of the population dynamics of
P. erythrocephala in the Ayuanã River, middle Rio Negro, Amazonas State. The size
at reproductive maturity in a population of turtles is important to determine such that
the adult sex ratio of the population can be calculated. For this reason it was
necessary to study growth and sexual maturity using the gonads, external dimorphic
features, gravid females, growth rates of individuals between captures, and the
model of von Bertalanffy with Fabens adjustment. The size at sexual maturity in
males and females was 161 and 218 mm in straight line maximum carapace length,
respectively. Juveniles growth faster than adults and have a negative linear
relationship between the growth rate and the carapace length in males and females.Sexual maturity in both males and females was estimated to be nine years, however
in the case of males this needs to be examined more extensively.
In order to characterize the population structure, sex ratio, and proportion of juveniles
in the population, as well as relative abundance of P. erythrocephala in the Ayuanã
River, I marked 4.111 individual turtles from 2003 to 2008 in a section of 148.5 km of
the Ayuanã River, a small lake in an island in the channel of Rio Negro and the
Jurubaxi River. These population parameters differ between the capture methods
used. Trammel nets proved to be more efficient than free diving for turtles. The
capture index between turtles caught in trammel nets with mesh size of 18 and 21
were greater than for trammel nets with the mesh size of 11 cm. The corrected sex
ratio for the population in the Ayuanã River was (0,41♂:1♀). The proportion of
juveniles was corrected to be 40% for the population studied. The frequency of
recaptures suggests that only a small part of this population was captured during this
study. The study concerning movement patterns (defined as the linear distance
between the points of capture) of P. erythrocephala indicates that this species
disperses along the entire Ayuanã River, without having a small fixed area of use.
The linear distance moved by females was greater than that observed for males. The
longest linear distances moved were greater than 27.000 m, including the
movements between Ayuanã River and a lake in the middle of the Rio Negro or to
the next river entering the Rio Negro, Jurubaxi River. / A espécie Podocnemis erythrocephala habita rios e lagos de água preta e clara,
distribuindo-se pelas bacias do Rio Negro, Tapajós e Trombetas, no Brasil, e ainda
no extremo oriental da Colômbia e na maioria dos estados amazônicos da
Venezuela. Como acontece com todas as espécies da família Podocnemididae, em
maior ou menor intensidade, suas populações naturais têm sofrido com coleta de
ovos e de indivíduos adultos para o consumo humano. Apesar de sua importância
como fonte de alimento para as populações humanas onde quer que P.
erythrocephala ocorra, não existem estudos sobre o tamanho de suas populações
naturais nem programas de monitoramento. As informações existentes sobre o
declínio das populações naturais de Podocnemididae ainda são raras, mas as
espécies desta família precisam ser monitoradas utilizando-se métodos que
mensurem o tamanho de populações adultas, a estrutura populacional de tamanhos
e a razão sexual. O objetivo deste estudo foi caracterizar aspectos da dinâmica populacional de P.
erythrocephala no rio Ayuanã, médio Rio Negro, estado do Amazonas. O tamanho
de maturidade sexual é importante para a determinação correta da razão sexual de
uma população de quelônios. Foi realizado então um estudo de crescimento e
maturidade sexual utilizando análise de gônadas, dimorfismo sexual externo, fêmeas
grávidas, crescimento entre as recapturas e o modelo de von Bertalanffy ajustado
por Fabens. O tamanho de maturidade sexual para machos e fêmeas foi 161 e 218
mm de comprimento máximo retilíneo da carapaça, respectivamente. Juvenis
crescem mais rapidamente que indivíduos adultos e existe uma relação linear
negativa entre a taxa de crescimento e o tamanho da carapaça de machos e
fêmeas. A idade estimada para a maturidade sexual de machos e fêmeas foi de
nove anos, mas no caso dos machos este número deve ser visto com cautela.
Para caracterizar a estrutura populacional, razão sexual e proporção de juvenis, bem
com analisar a abundância relativa de P. erythrocephala no rio Ayuanã foram
marcados 4.111 indivíduos desde 2003 a 2008 em um trecho de 148,5 km do rio
Ayuanã, em uma ilha na calha do Rio Negro e no rio Jurubaxi. Estes parâmetros
populacionais diferiram entre os métodos de captura utilizados. As trammel nets
foram mais eficientes do que o mergulho. O índice de captura utilizando trammel
nets com malhas com distâncias entre nós de 18 e 21 cm foi maior do que com
trammel nets com malhas medindo 11 cm de distância entre nós. A razão sexual
corrigida para a população do rio Ayuanã foi de (0,41♂:1♀). A proporção de juvenis
corrigida foi de 40% na população estudada. A taxa de recaptura sugere que apenas
uma pequena parcela da população tenha sido capturada durante o estudo.
O estudo sobre o padrão de movimentação (aqui definido como a distância linear
entre os pontos de captura) de P. erythrocephala indica que esta espécie dispersa-
se ao longo de todo o rio Ayuanã sem possuir uma área fixa de vida. A distância
linear percorrida pelas fêmeas foi maior do que a percorrida pelos machos. Foram
observados movimentos com distâncias lineares maiores do que 27.000 m, inclusive
do rio Ayuanã até um lago em uma ilha no meio do Rio Negro ou até o rio Jurubaxi,
vizinho ao Ayuanã.
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Composição química de otólitos de tucunaré-açu (cichla temensis humbolt, 1821) e seu potencial como marcador ambiental em populações de lagos de várzea e igapó na Amazônia-brasileiraSousa, Raniere Garcez Costa 02 June 2014 (has links)
Submitted by Gizele Lima (gizele.lima@inpa.gov.br) on 2017-06-12T14:51:33Z
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Previous issue date: 2014-06-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / This study examined the application of otolith geochemistry as a natural marker of natal
origins in peacock bass Cichla temensis (Humboldt, 1833) young-of-the-year (YOY)
and adults in the Negro River basin. Initially were assessed variations in strontium
isotopes and trace elements in otoliths of young individuals from different sampling
locations comparing the results with local geology. The results suggests that patterns in
otolith microchemistry of YOY, particularly 87 Sr/ 86 Sr isotopes, correspond to patterns in
origin bedrock geology. This approach allowed us to correctly classify 99% of juvenile
fish to their natal streams using a cross-validation table from the linear discriminant
function analysis (LDFA). The results also indicates that is possible to use inferences
from geologic maps to track movements of adults fish between Negro River and its
tributaries. The LDFA analyses shows that the microchemistry from the central part of
the adults peacock bass otolith, classified correctly each individual for its birth location
with 41.9% of accuracy. Also, variation in 87 Sr/ 86 Sr isotopic rate from the transect line
(from the core to the border) on the otolith surface of adults peacock bass, indicated the
existence of isolated and mixed populations in the study area. The results also suggests
that adult peacock bass ensure dispersal movements between studied tributaries showing
a metapopulational and philopatric pattern, noticed through the individuals returned to
their birth locations, and by the permanence of some individuals in those locations,
showing loyalty to their origin place. Therefore, the present report offers new
information about spatial distribution of C. temensis in their natural environment, which
could support effective strategies of fishery management, and provides the basic
information for future work to investigate the early life history and spatial ecology of
fresh water fish in the Amazon basin. / Neste estudo foi avaliada a aplicação da geoquímica de otólitos como marcador
ambiental da origem de nascimento de tucunarés-açu Cichla temensis (Humboldt,
1833), jovens menores que um ano (YOY) e de indivíduos adultos, na bacia do Rio
Negro. Inicialmente, foram medidas as variações de isótopos de estrôncio e elementos
traços em otólitos de exemplares jovens em diferentes locais de coletas e comparados os
resultados coma geologia do local. Os resultados indicam que padrões na microquímica
dos otólitos dos peixes jovens, particularmente na razão isotópica
87
Sr/ 86 Sr,
correspondem aos padrões da base geológica do local de nascimento. Isto permitiu uma
classificação correta de 99% dos peixes juvenis com seus rios de origem, usando uma
tabela de correlação da análise de função discriminante linear (LDFA). Os resultados
mostram também que é possível usar inferências de mapas geológicos e assinatura
geoquímica dos otólitos para traçar movimentos de indivíduos adultos entre o Rio
Negro e seus tributários. A análise LDFA mostrou que a microquímica da parte central
dos otólitos dos tucunarés adultos classificou corretamente cada indivíduo com seu local
de nascimento, com 41,9% de acurácia. Ainda, a variação da razão isotópica 87 Sr/ 86 Sr da
linha transversal (do centro para a borda) da superfície dos otólitos dos tucunarés-açus
adultos, indicou a existência de populações isoladas e mistas de tucunarés-açu na área
do estudo. Os resultados também sugerem que os tucunarés adultos realizam
movimentos de dispersão entre os tributários estudados indicando um padrão
metapopulacional e filopátrico, percebidos com o retorno desses indivíduos aos seus
locais de nascimento, e pela permanência de outros nesses locais, mostrando fidelidade
ao sítio de origem. O presente estudo proporciona novas informações a respeito da
distribuição espacial do tucunaré-paca ou tucunaré-açu C. temensis em seu ambiente
natural, que poderiam ser usadas como apoio efetivo nas estratégias de gestão pesqueira
e fornecer informações básicas para trabalhos futuros em investigações sobre a história
inicial de vida e ecologia espacial de peixes na bacia Amazônica.
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Impacto automotivo em populações de Ctenomys minutus na planície costeira do RS : avaliação do teor de metais tóxicos e medição de lipoperoxidaçãoFerreira, Carlos Jose Sarmento January 2003 (has links)
Os metais presentes no material particulado lançado pelas emissões veiculares, quando em grandes concentrações podem apresentar toxicidade aos organismos vegetais e animais. Metais de transição, são na maioria das vezes indutores da formação de radicais livres nos sistemas biológicos, causando uma consequente peroxidação de moléculas orgânicas. A peroxidação de lipídios é uma evidência da injúria causada por radicais livres. Os objetivos deste trabalho são verificar o impacto ambiental causado por tráfego automotivo com caracterização da concentração de metais tóxicos em diferentes compartimentos ambientais em áreas próximas a estradas e a sua correlação com a formação de lipoperóxidos na citada espécie. Foram capturados indivíduos de Ctenomys minutus (em três locais e nas quatro estações do ano) com auxílio de armadilha do tipo Oneida-Victor n° zero e anestesiados com Zoletil. De cada animal foi retirado 1 a 2 ml de sangue de cada animal para quantificação de subprodutos da lipoperoxidação Em cada ponto de amostragem foram retiradas alíquotas de pêlos e pelotas fecais do animal, de vegetação da qual o animal se alimenta e de solo para formação de amostras compostas representativas do ponto de coleta. Foi dosada a concentração de Cd, Ni, Pb e Zn via atomização eletrotérmica em Forno de Grafite ou via atomização em Espectrofotômetro de Chama. Em relação aos aspectos ambientais, o estudo possibilitou a avaliação do grau de contaminação de metais tóxicos em compartimentos do ambiente em estudo, assim como a avaliação de alguns efeitos biológicos causados pelas emissões veiculares em Ctenomys minutus.
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Estrutura espacial e sazonal da avifauna e considerações sobre a conservação de aves aquáticas em uma área úmida no Rio Grande do Sul, BrasilAccordi, Iury de Almeida January 2003 (has links)
Mosaicos de áreas úmidas fornecem hábitats para uma ampla gama de espécies de aves, que raramente se distribuem uniformemente dentro das mesmas. O cenário mundial atual do estudo de aves em áreas úmidas deixa bem claro que as metodologias para estudos quantitativos de aves em áreas úmidas ainda estão sendo criadas ou aperfeiçoadas. O mosaico formado pelas áreas úmidas do Banhado dos Pachecos é de reconhecida importância para a conservação de aves aquáticas, constituindo-se numa área ideal para estudos da avifauna. A presente dissertação tem como objetivo avaliar a estrutura espacial e sazonal da avifauna do Banhado dos Pachecos, tecer considerações sobre a conservação das aves aquáticas sob uma perspectiva de paisagem e testar a viabilidade de se utilizar amostragens matinais e vespertinas para análises de distribuição e abundância da avifauna. O Banhado dos Pachecos, juntamente com o Banhado Grande, formam o Sistema Banhado Grande. A amostragem da avifauna foi conduzida através de levantamentos qualitativos e quantitativos de modo a cobrir quatro estações climáticas: verão, outono, inverno e primavera. As amostragens qualitativas foram realizadas através de deslocamentos ad libitum entre e durante as amostragens quantitativas em todas as fisionomias. As amostragens quantitativas foram realizadas através de pontos de contagem, transecções e contagens totais. Riqueza, grupos funcionais de forrageio, grupos funcionais de nidificação, aves aquáticas, situação de ocorrência no Rio Grande do Sul, espécies ameaçadas de extinção e abundância foram os descritores utilizados para a caracterização da avifauna. A estatística empregada na análise dos dados multivariados baseou-se em métodos não-paramétricos de reamostragem através de aleatorização e “bootstrap”. Análises de agrupamentos foram realizadas para determinar a formação de grupos de fisionomias e análises de coordenadas principais foram realizadas para determinar se existia algum padrão de associação entre as diferentes fisionomias. Registraram-se 209 espécies de aves, vinte e e três grupos funcionais de forrageio, sete grupos funcionais de nidificação e 60 espécies de aves aquáticas e 11 espécies ameaçadas de extinção. Trinta e duas espécies apresentaram evidências discordantes da situação de ocorrência conhecida para o estado. Alguns fatores que poderiam ser fontes de viés para a interpretação das análises na presente dissertação foram abordados. A constância encontrada no conjunto de espécies da área de estudo pode refletir uma maior estabilidade ambiental. O alto número de grupos funcionais de forrageio e de nidificação registrados para a área de estudo sugere uma grande diversidade de recursos, reflexo da heterogeneidade entre as diferentes fisionomias. A origem de algumas espécies que se mostraram efetivamente migratórias, pois usaram a área de estudo em um período estacional bem definido, se mostra uma incógnita. Somente estudos extensivos e abrangentes poderão responder essas perguntas e propor medidas eficientes para a conservação tanto das áreas úmidas como das espécies que delas dependem. A restauração de um corredor de áreas úmidas entre o banhado dos Pachecos e o banhado Grande, juntamente com um manejo rotativo de cultivos de arroz parece ser a alternativa mais viável e conciliatória entre pontos de vista econômico e conservacionista para possibilitar o aumento da conectividade no Sistema Banhado Grande.
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Aspectos da biologia e ecologia da Tartaruga Tigre D'Agua, Trachemys dorbigni, (Testudines - Emydidae) no extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul - BrasilBager, Alex January 2003 (has links)
Populações de Trachemys dorbigni foram estudadas em duas áreas geográficas distintas. Estas áreas localizam-se na Estação Ecológica do Taim (Base Santa Marta) (UTM x=346185 y=6365666 22H) e na Lagoa Verde, no município de Rio Grande (UTM x=385820 y=644500 22H), ambas no sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A população da Lagoa Verde serviu de subsídio para a caracterização da estrutura populacional da espécie, enquanto que a da Estação Ecológica do Taim foi analisada quanto aos aspectos da biologia e ecologia reprodutiva. A caracterização da estrutura foi analisada utilizando-se 210 exemplares adultos (104 fêmeas e 106 machos). As fêmeas atingem comprimentos da carapaça maiores que os machos ( x CMC= 212,1mm ± 14,823; x CMC= 181,6mm ± 17,076), sendo significativamente diferente (F1,207=191,140; P<0,001). O surgimento dos dimorfismos sexuais secundários dos machos ocorre a partir de 130mm de comprimento da carapaça, e se caracterizam pelo maior tamanho da cauda e pela melanização. Os machos de T. dorbigni não apresentam dimorfismo quanto à concavidade do plastrão. A maturidade das fêmeas foi estimada entre 150 e 160mm. A espécie desova entre os meses de outubro e janeiro, depositando, em média, 12,1 ovos. Os ovos de T. dorbigni são brancos, pergaminosos e elípticos O comprimento médio dos ovos é 39,3mm ± 2,06, a largura é 25,8mm ± 1,07 e o peso é 14,9g ± 1,47. As fêmeas podem realizar até três posturas por temporada reprodutiva, havendo um intervalo de 15 a 20 dias entre cada evento. Apenas 31% da população de fêmeas desova anualmente. As fêmeas depositam seus ninhos a distâncias que podem variar de 0 a 560,3m ( x =69,2m; N=101) da água. As estimativas do deslocamento de fêmeas em terra foi de 132m/dia (Mín.=15m; Máx.=285m; N=8). Já o maior deslocamento na água foi 950m em um dia. A média geral da distância entre duas capturas consecutivas para fêmeas não transferidas foi de 545,0m, enquanto que para as transferidas foi 520,5m. Constatou-se uma acentuada capacidade de orientação nas fêmeas transferidas ( =59,089; P<0,01), sendo que 86% destas foram capazes de retornarem na direção do seu ponto de captura após sua transferência.
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