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A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice LispectorMatos, Anderson Hakenhoar de January 2016 (has links)
Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem. / In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language.
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A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice LispectorMatos, Anderson Hakenhoar de January 2016 (has links)
Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem. / In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language.
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A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice LispectorMatos, Anderson Hakenhoar de January 2016 (has links)
Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem. / In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language.
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Deslocamentos das identidades e das memórias em Mia CoutoBratkowski, Bianca Rodrigues January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de três obras do escritor moçambicano Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra e A varanda do frangipani, com o intento de refletir sobre o modo como as identidades e memórias individuais e coletivas são representadas dentro das narrativas. Para a discussão acerca da identidade utilizou-se, entre outros, Stuart Hall, e, para refletir sobre a memória, foi adotado um estudo antropológico de Joël Candau entre outros teóricos. Faz parte, também, dessa dissertação, um estudo sobre a linguagem, o narrador, a personagem, enfim, alguns dos elementos que constituem a criação literária de Mia Couto. / The work proposes an analysis of three works of the Mozambican writer Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra and A varanda do frangipani , with the intent to reflect about how identities and memories, individual and collective, are represented in narratives. For a discussion of identity it was used, among others, Stuart Hall, and to reflect on memory, was used an anthropological study of Joël Candau among other theorists. This dissertation studies also the language, the narrator, the character, finally, some of the elements that are part of the literary creation of Mia Couto.
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Deslocamentos das identidades e das memórias em Mia CoutoBratkowski, Bianca Rodrigues January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de três obras do escritor moçambicano Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra e A varanda do frangipani, com o intento de refletir sobre o modo como as identidades e memórias individuais e coletivas são representadas dentro das narrativas. Para a discussão acerca da identidade utilizou-se, entre outros, Stuart Hall, e, para refletir sobre a memória, foi adotado um estudo antropológico de Joël Candau entre outros teóricos. Faz parte, também, dessa dissertação, um estudo sobre a linguagem, o narrador, a personagem, enfim, alguns dos elementos que constituem a criação literária de Mia Couto. / The work proposes an analysis of three works of the Mozambican writer Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra and A varanda do frangipani , with the intent to reflect about how identities and memories, individual and collective, are represented in narratives. For a discussion of identity it was used, among others, Stuart Hall, and to reflect on memory, was used an anthropological study of Joël Candau among other theorists. This dissertation studies also the language, the narrator, the character, finally, some of the elements that are part of the literary creation of Mia Couto.
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Deslocamentos das identidades e das memórias em Mia CoutoBratkowski, Bianca Rodrigues January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de três obras do escritor moçambicano Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra e A varanda do frangipani, com o intento de refletir sobre o modo como as identidades e memórias individuais e coletivas são representadas dentro das narrativas. Para a discussão acerca da identidade utilizou-se, entre outros, Stuart Hall, e, para refletir sobre a memória, foi adotado um estudo antropológico de Joël Candau entre outros teóricos. Faz parte, também, dessa dissertação, um estudo sobre a linguagem, o narrador, a personagem, enfim, alguns dos elementos que constituem a criação literária de Mia Couto. / The work proposes an analysis of three works of the Mozambican writer Mia Couto, Antes de nascer o mundo, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra and A varanda do frangipani , with the intent to reflect about how identities and memories, individual and collective, are represented in narratives. For a discussion of identity it was used, among others, Stuart Hall, and to reflect on memory, was used an anthropological study of Joël Candau among other theorists. This dissertation studies also the language, the narrator, the character, finally, some of the elements that are part of the literary creation of Mia Couto.
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Janet Frame : uma escritora de ficção e a ficção de uma escritora : os múltiplos processos da autobiografia estéticaOlmi, Alba January 2001 (has links)
A escritora objeto desta tese, figura proeminente da literatura neozelandesa, voltou-se ao gênero autobiográfico após um longo percurso na área da ficção, para definir-se como uma primeira pessoa, depois de sua vida particular ter sido insistentemente confundida com sua obra por parte da crítica. Uma questão que logo vem à tona é que praticamente toda ficção resulta ser, até um certo grau, fundamentalmente autobiográfica e que a análise crítica da obra de um escritor possibilita o conhecimento de sua vida. Nosso argumento, opondo-se a esse pressuposto, parte da vida para melhor compreender a obra, evidenciando que Janet Frame manteve um grande distanciamento entre os eventos reais e sua ficcionalização, realizando uma tarefa que a coloca lado a lado dos nomes mais ilustres da literatura ocidental do século XX. Numa atitude comparatista, procuramos extrair os diversos processos de transmutação estética realizados pela escritora, buscando sanar algumas distorções que impediram uma análise mais confiável de sua obra, problematizando, entre outros aspectos, a questão do gênero autobiográfico, da mímese e do realismo ficcional. A manipulação artística da vida particular de Janet Frame foi resgatada por um conjunto de processos, entre os quais a antimímese, a poetização do quotidiano, a intertextualidade e a interdiscursividade, que revelam um alcance estético e uma auto-referencialidade deslocada muito além do mero biografismo. Outros aspectos analisados na obra como um todo indicam que novas abordagens da ficção de Janet Frame, a partir de enfoques pós-modernos, pós-coloniais, pós-estruturalistas e feministas podem superar as posturas reducionistas das quais ela foi alvo.
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Janet Frame : uma escritora de ficção e a ficção de uma escritora : os múltiplos processos da autobiografia estéticaOlmi, Alba January 2001 (has links)
A escritora objeto desta tese, figura proeminente da literatura neozelandesa, voltou-se ao gênero autobiográfico após um longo percurso na área da ficção, para definir-se como uma primeira pessoa, depois de sua vida particular ter sido insistentemente confundida com sua obra por parte da crítica. Uma questão que logo vem à tona é que praticamente toda ficção resulta ser, até um certo grau, fundamentalmente autobiográfica e que a análise crítica da obra de um escritor possibilita o conhecimento de sua vida. Nosso argumento, opondo-se a esse pressuposto, parte da vida para melhor compreender a obra, evidenciando que Janet Frame manteve um grande distanciamento entre os eventos reais e sua ficcionalização, realizando uma tarefa que a coloca lado a lado dos nomes mais ilustres da literatura ocidental do século XX. Numa atitude comparatista, procuramos extrair os diversos processos de transmutação estética realizados pela escritora, buscando sanar algumas distorções que impediram uma análise mais confiável de sua obra, problematizando, entre outros aspectos, a questão do gênero autobiográfico, da mímese e do realismo ficcional. A manipulação artística da vida particular de Janet Frame foi resgatada por um conjunto de processos, entre os quais a antimímese, a poetização do quotidiano, a intertextualidade e a interdiscursividade, que revelam um alcance estético e uma auto-referencialidade deslocada muito além do mero biografismo. Outros aspectos analisados na obra como um todo indicam que novas abordagens da ficção de Janet Frame, a partir de enfoques pós-modernos, pós-coloniais, pós-estruturalistas e feministas podem superar as posturas reducionistas das quais ela foi alvo.
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Janet Frame : uma escritora de ficção e a ficção de uma escritora : os múltiplos processos da autobiografia estéticaOlmi, Alba January 2001 (has links)
A escritora objeto desta tese, figura proeminente da literatura neozelandesa, voltou-se ao gênero autobiográfico após um longo percurso na área da ficção, para definir-se como uma primeira pessoa, depois de sua vida particular ter sido insistentemente confundida com sua obra por parte da crítica. Uma questão que logo vem à tona é que praticamente toda ficção resulta ser, até um certo grau, fundamentalmente autobiográfica e que a análise crítica da obra de um escritor possibilita o conhecimento de sua vida. Nosso argumento, opondo-se a esse pressuposto, parte da vida para melhor compreender a obra, evidenciando que Janet Frame manteve um grande distanciamento entre os eventos reais e sua ficcionalização, realizando uma tarefa que a coloca lado a lado dos nomes mais ilustres da literatura ocidental do século XX. Numa atitude comparatista, procuramos extrair os diversos processos de transmutação estética realizados pela escritora, buscando sanar algumas distorções que impediram uma análise mais confiável de sua obra, problematizando, entre outros aspectos, a questão do gênero autobiográfico, da mímese e do realismo ficcional. A manipulação artística da vida particular de Janet Frame foi resgatada por um conjunto de processos, entre os quais a antimímese, a poetização do quotidiano, a intertextualidade e a interdiscursividade, que revelam um alcance estético e uma auto-referencialidade deslocada muito além do mero biografismo. Outros aspectos analisados na obra como um todo indicam que novas abordagens da ficção de Janet Frame, a partir de enfoques pós-modernos, pós-coloniais, pós-estruturalistas e feministas podem superar as posturas reducionistas das quais ela foi alvo.
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