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Idéias para uma pedagogia da desconstrução: desdobramentos da ontologia de Martin Heidegger / Ideas to a pedagogy of deconstruction: deployment of Martin Heidegger ontologyColpo, Marcos Oreste 19 June 2007 (has links)
A presente tese tem por finalidade propor algumas idéias que possam sustentar o que denominamos \"Pedagogia de Desconstrução\", idéias estas desdobradas com base na ontologia fundamental de Martin Heidegger, publicada em 1927 (Ser e tempo) e das publicações realizadas a partir de 1930, que marcaram a virada (die Kehre) do seu pensamento. O sentido da palavra desconstrução (Ab-Bau) ou destruição (Detruktion) em Heidegger está associado à identificação de um modo de pensar característico do ocidente, denominado pensamento metafísico, que se estabeleceu a partir de Platão. Tal modo de pensar consolida-se por meio de uma interpretação objetivada do ser dos entes (Vorhandenheit), cujos desdobramentos fizeram com que a metafísica esquecesse o fenômeno do mundo, permanecendo presa ao modelo do ver teorético. O sentido da desconstrução alinha-se com a tentativa de recuperar a diferença ontológica entre ser e ente, portanto, desconstruir o modo objetivado de alocar o ser dos entes, meditar sobre o sentido do ser e re-visitar (An-denken) o pensamento metafísico, desvelando aquilo que não foi pensado pela educação a partir destas determinações metafísicas. O modo de pensar metafísico chega à plenitude de suas possibilidades em nossa época atual, séculos 20 e 21, exercida por dois fenômenos que são: a ciência e a técnica moderna, que vem impor um modo de ser e pensar sobre cujas conseqüências Heidegger procurou nos alertar quanto às suas conseqüências nas significativas conferências realizadas após 1930. Tal modo de pensar, instrumentado pela eficiência da técnica e da logística dos mercados, nos enreda numa pseudoproximidade com as coisas e com os outros, entre outros sintomas que nos fazem adentrar numa noite escura e densa, obscurecendo-nos o mundo. Podemos testemunhar este mundo obscurecido por meio de alguns sintomas de nossa época atual, como a massificação dos homens, da fuga dos deuses, a devastação da terra, a aniquilação da coisa, bem como pela técnica moderna cuja essência consolida-se como uma contenda, uma provocação do homem em relação à natureza. É diante destes alertas demonstrados por Heidegger e testemunhados por nós que pensamos em propor algumas idéias que possam orientar uma pedagogia, preocupada em exercer alguns contrapontos aos imperativos de nossa época atual. Conscientes dos limites deste projeto em consonância com os entendimentos de Heidegger sobre os limites de nosso empenho em relação à metafísica, estamos propondo algumas pequenas saídas que se consolidam na tentativa de resgatar o vigor de um pensar que se realiza na unidade entre ser e pensar, de \"conduzir\" (ex-ducere) o ser-aí em direção ao conhecimento de si mesmo e de voltar-se para uma relação com o real pautada pela poiésis, ou seja, por uma linguagem e por um fazer que envolve levar à luz o que se apresenta realizado pela essência da verdade, compreendida como sendo a liberdade de deixar ser o ente. É neste âmbito da poiésis que o pensamento e os afazeres dos homens podem desconstruir o modo de desvelar o ser dos entes, dominado por um pensamento cuja armação (Gestell) submete as coisas à tríade: exploração, produção e consumo. O âmbito da poiésis em Heidegger inspira-se no poeta Hölderlin e com ele gesta-se a possibilidade de um outro modo de relação com o real, cujos modelos ônticos exercem um contraponto à armação, modelos estes inscritos no que Heidegger denomina por quadrindade, constituída pelo espelhamento entre os diferentes envios do ser: a terra; e o céu; os divinos e os mortais. / The aim of this thesis is to propose some ideas supporting what we refer to as \"Deconstruction Teaching\", arising from Martin Heidegger\'s 1927 work on basic ontology (Being and Time) and other publications as of 1930, marking the turning point (die Kehre) in his thinking. For Heidegger, the meaning of the term deconstruction (Ab-Bau) or destruction (Detruktion) is associated with a characteristic Western manner of thinking, known as metaphysical thinking, a concept originally identified by Plato. This manner of thinking is reinforced through the objective interpretation of the being of being (Vorhandenheit), an approach whereby metaphysics ignores the world phenomenon, and remaines mired in the theoretical view model. The meaning of deconstruction becomes aligned with the attempt to recover the ontological difference between being and the being and, thus, deconstructs the objective interpretation of allocating the being of the beings, to meditate on the meaning of the being and revisiting (An-denken) metaphysical thought, in order to reveal that which was not considered by education based on these metaphysical conclusions. The manner of metaphysical thinking reached the peak of its capacity in our own times, the twentieth and twenty-first centuries. It was exercised by two phenomena, science and modern techniques, which themselves imposed a way of being and of thinking of whose consequences Heidegger strove to warn us in key talks given after 1930. This way of thinking, led by the efficient techniques and logistics of the markets, binds us into pseudo-proximity with things and with others, among other symptoms that thrust us into a dark and dense night, blinding us to the world. We can witness this obscured world through some of the symptoms of our time. Examples are the reduction of humans to their lowest common denominator, the exodus of the gods, the devastation of the earth, the annihilation of the thing, in addition to modern techniques, whose essence has hardened into dispute, man provoking nature. It is thanks to Heidegger\'s warnings which we ourselves have also witnessed, that we decided to present some ideas that could steer teaching, in its anxiety to place some counterpoints to today\'s imperatives. We are aware of the limits of this project in accordance with Heidegger\'s views on the limits of our performance in relation to metaphysics, and propose some minor solutions that arose in the attempt to redeem the vigor of a thinking process developed in the space between to be and to think, of \"leading forth\" (ex-ducere) being in the direction of self-knowledge and to return to a relationship with what is real, based on poiesis. In other words, through a language and through action involving bringing to light what is realized by the essence of truth, understood as being the freedom to cease being the being. It is in this very environment of poiesis that man\'s thoughts and actions can deconstruct the manner of revealing the being of the beings, dominated by a thought whose configuration (Gestell) submits such things to that trinity of exploration, production, and consumption. The environment of poesis in Heidegger was inspired by the poet Hölderlin and it is with him that the possibility of another relationship with reality is born, one whose ontological models exercise a counterpoint to this configuration. These models are part of what Heidegger defines as the \"quadrinity\", formed by the reflection of three different aspects of the being: earth, heaven, the gods, and mortals.
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Idéias para uma pedagogia da desconstrução: desdobramentos da ontologia de Martin Heidegger / Ideas to a pedagogy of deconstruction: deployment of Martin Heidegger ontologyMarcos Oreste Colpo 19 June 2007 (has links)
A presente tese tem por finalidade propor algumas idéias que possam sustentar o que denominamos \"Pedagogia de Desconstrução\", idéias estas desdobradas com base na ontologia fundamental de Martin Heidegger, publicada em 1927 (Ser e tempo) e das publicações realizadas a partir de 1930, que marcaram a virada (die Kehre) do seu pensamento. O sentido da palavra desconstrução (Ab-Bau) ou destruição (Detruktion) em Heidegger está associado à identificação de um modo de pensar característico do ocidente, denominado pensamento metafísico, que se estabeleceu a partir de Platão. Tal modo de pensar consolida-se por meio de uma interpretação objetivada do ser dos entes (Vorhandenheit), cujos desdobramentos fizeram com que a metafísica esquecesse o fenômeno do mundo, permanecendo presa ao modelo do ver teorético. O sentido da desconstrução alinha-se com a tentativa de recuperar a diferença ontológica entre ser e ente, portanto, desconstruir o modo objetivado de alocar o ser dos entes, meditar sobre o sentido do ser e re-visitar (An-denken) o pensamento metafísico, desvelando aquilo que não foi pensado pela educação a partir destas determinações metafísicas. O modo de pensar metafísico chega à plenitude de suas possibilidades em nossa época atual, séculos 20 e 21, exercida por dois fenômenos que são: a ciência e a técnica moderna, que vem impor um modo de ser e pensar sobre cujas conseqüências Heidegger procurou nos alertar quanto às suas conseqüências nas significativas conferências realizadas após 1930. Tal modo de pensar, instrumentado pela eficiência da técnica e da logística dos mercados, nos enreda numa pseudoproximidade com as coisas e com os outros, entre outros sintomas que nos fazem adentrar numa noite escura e densa, obscurecendo-nos o mundo. Podemos testemunhar este mundo obscurecido por meio de alguns sintomas de nossa época atual, como a massificação dos homens, da fuga dos deuses, a devastação da terra, a aniquilação da coisa, bem como pela técnica moderna cuja essência consolida-se como uma contenda, uma provocação do homem em relação à natureza. É diante destes alertas demonstrados por Heidegger e testemunhados por nós que pensamos em propor algumas idéias que possam orientar uma pedagogia, preocupada em exercer alguns contrapontos aos imperativos de nossa época atual. Conscientes dos limites deste projeto em consonância com os entendimentos de Heidegger sobre os limites de nosso empenho em relação à metafísica, estamos propondo algumas pequenas saídas que se consolidam na tentativa de resgatar o vigor de um pensar que se realiza na unidade entre ser e pensar, de \"conduzir\" (ex-ducere) o ser-aí em direção ao conhecimento de si mesmo e de voltar-se para uma relação com o real pautada pela poiésis, ou seja, por uma linguagem e por um fazer que envolve levar à luz o que se apresenta realizado pela essência da verdade, compreendida como sendo a liberdade de deixar ser o ente. É neste âmbito da poiésis que o pensamento e os afazeres dos homens podem desconstruir o modo de desvelar o ser dos entes, dominado por um pensamento cuja armação (Gestell) submete as coisas à tríade: exploração, produção e consumo. O âmbito da poiésis em Heidegger inspira-se no poeta Hölderlin e com ele gesta-se a possibilidade de um outro modo de relação com o real, cujos modelos ônticos exercem um contraponto à armação, modelos estes inscritos no que Heidegger denomina por quadrindade, constituída pelo espelhamento entre os diferentes envios do ser: a terra; e o céu; os divinos e os mortais. / The aim of this thesis is to propose some ideas supporting what we refer to as \"Deconstruction Teaching\", arising from Martin Heidegger\'s 1927 work on basic ontology (Being and Time) and other publications as of 1930, marking the turning point (die Kehre) in his thinking. For Heidegger, the meaning of the term deconstruction (Ab-Bau) or destruction (Detruktion) is associated with a characteristic Western manner of thinking, known as metaphysical thinking, a concept originally identified by Plato. This manner of thinking is reinforced through the objective interpretation of the being of being (Vorhandenheit), an approach whereby metaphysics ignores the world phenomenon, and remaines mired in the theoretical view model. The meaning of deconstruction becomes aligned with the attempt to recover the ontological difference between being and the being and, thus, deconstructs the objective interpretation of allocating the being of the beings, to meditate on the meaning of the being and revisiting (An-denken) metaphysical thought, in order to reveal that which was not considered by education based on these metaphysical conclusions. The manner of metaphysical thinking reached the peak of its capacity in our own times, the twentieth and twenty-first centuries. It was exercised by two phenomena, science and modern techniques, which themselves imposed a way of being and of thinking of whose consequences Heidegger strove to warn us in key talks given after 1930. This way of thinking, led by the efficient techniques and logistics of the markets, binds us into pseudo-proximity with things and with others, among other symptoms that thrust us into a dark and dense night, blinding us to the world. We can witness this obscured world through some of the symptoms of our time. Examples are the reduction of humans to their lowest common denominator, the exodus of the gods, the devastation of the earth, the annihilation of the thing, in addition to modern techniques, whose essence has hardened into dispute, man provoking nature. It is thanks to Heidegger\'s warnings which we ourselves have also witnessed, that we decided to present some ideas that could steer teaching, in its anxiety to place some counterpoints to today\'s imperatives. We are aware of the limits of this project in accordance with Heidegger\'s views on the limits of our performance in relation to metaphysics, and propose some minor solutions that arose in the attempt to redeem the vigor of a thinking process developed in the space between to be and to think, of \"leading forth\" (ex-ducere) being in the direction of self-knowledge and to return to a relationship with what is real, based on poiesis. In other words, through a language and through action involving bringing to light what is realized by the essence of truth, understood as being the freedom to cease being the being. It is in this very environment of poiesis that man\'s thoughts and actions can deconstruct the manner of revealing the being of the beings, dominated by a thought whose configuration (Gestell) submits such things to that trinity of exploration, production, and consumption. The environment of poesis in Heidegger was inspired by the poet Hölderlin and it is with him that the possibility of another relationship with reality is born, one whose ontological models exercise a counterpoint to this configuration. These models are part of what Heidegger defines as the \"quadrinity\", formed by the reflection of three different aspects of the being: earth, heaven, the gods, and mortals.
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A tese de Heidegger para a origem de metafísica / Hedegger's thesis of the origin of metaphysicsRoberto Saraiva Kahlmeyer-Mertens 25 February 2011 (has links)
O tema da pesquisa é a tese de Heidegger para a origem do pensamento metafísico. O presente tema parte do pressuposto de que o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) entende que a metafísica esteja ligada a um modo de comportamento criador de hipostasias. O conceito de hipostasia denota o comportamento de tomar a consciência e os objetos como entes simplesmente dados, comportamento observado no cotidiano mais imediato e no pensamento filosófico tradicional (metafísico). Assumimos como problema a seguinte questão: como, segundo Heidegger, se origina o modelo teórico da metafísica?; como subproblema: como a metafísica se vê comprometida com o comportamento hipostasiante? A pesquisa possui os seguintes objetivos: a) determinar como o modelo teórico da metafísica se originaria desse comportamento hipostasiante; b) avaliar em que grau o modelo teórico da metafísica está comprometido por tal comportamento. Nosso trabalho atuará em caráter expositivo, com o método descritivo próprio à fenomenologia. Tem, primeiramente, a tarefa de apresentar os pressupostos que permitem a caracterização da referida tese enquanto tema; depois, define seus termos para, partindo desses, reconstituir seus argumentos. Essa reconstituição, por sua vez, só se realiza unindo os indícios deixados em documentos que testemunham o interesse do filósofo pelo tema e antecipam a formulação mais elaborada da tese em Ser e tempo (1927). (Isso delimita o campo da presente pesquisa entre alguns dos principais textos da produção do filósofo na década de 1920). Deste modo, reconstruir a tese heideggeriana sobre a origem da metafísica implica reconstituir o modo com o qual o comportamento hipostasiante atua na filosofia tradicional criando crises. Essa metodologia (exposição reconstrutiva) busca, portanto, explicitar o esforço de Heidegger por mostrar que a metafísica é resultado de uma série de descuidos (Versäumnis) que podem ser identificados no interior da história da filosofia. O tema e problema de nossa pesquisa se justificam por trabalharmos com a questão que desde cedo motivou as investigações heideggerianas acerca do sentido do ser, o que não só inaugurou o diálogo do filósofo com a tradição metafísica, quanto provocou desdobramentos e modulações integrantes da obra de Heidegger. E ainda, por, ao nos ocuparmos do tema da origem da metafísica, buscamos esclarecer como é possível que algo assim com a filosofia seja possível. / The research theme is Heidegger thesis of the origin of metaphysics. This theme assumes that the German philosopher Martin Heidegger (1889-1976) understands that metaphysics is connected to a mode of behavior creator of "hypostasis." The concept of hypostasis denotes a behavior that takes conscientiousness and objects as simply given, behavior observed in everydayness and thought in philosophical tradition (metaphysical). We assume the problem: how, according to Heidegger, does the theoretical model of metaphysics arise?, and the subproblem: how metaphysics is compromised by the hypostatic behavior? The research has the following objectives: a) determine how the theoretical model of metaphysics would be originated from this hypostatic behavior; b) assess to what extent the theoretical model of metaphysics is compromised by such behavior. Our work will make an exhibition of this theme with the descriptive method of phenomenology. The work has primarily the task of presenting the assumptions that allow the characterization of that argument as an issue; then to define its terms, leaving them to reconstruct its arguments. This reconstruction, in turn, can only be achieved by uniting clues, left in documents that testify to the philosopher's interest in the subject and anticipates the more elaborate formulation of the theory in Being and Time (1927). (This limits the field of this research of some of the key texts of the production of the philosopher in the 1920s). Thus, the reconstruction of the Heidegger's thesis about the origin of metaphysics involves reconstitution of the way in which the hypostatic behavior operates on the traditional philosophy creating crises. This methodology (reconstructive exposition) seeks to clarify Heidegger's effort to show that metaphysics is the result of a series of oversights (Versäumnis) identified in the history of philosophy. The theme and problem of our study is justified by the work with the issue that motivated the early research on the Heideggerian sense of being, which not only opened the dialogue of the philosopher with the metaphysical tradition, but also led to developments and modulations of members of Heidegger's work. And yet, for we turn to the issue of the origin of metaphysics we seek to clarify how it is possible that such a thing is possible with the philosophy.
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A tese de Heidegger para a origem de metafísica / Hedegger's thesis of the origin of metaphysicsRoberto Saraiva Kahlmeyer-Mertens 25 February 2011 (has links)
O tema da pesquisa é a tese de Heidegger para a origem do pensamento metafísico. O presente tema parte do pressuposto de que o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) entende que a metafísica esteja ligada a um modo de comportamento criador de hipostasias. O conceito de hipostasia denota o comportamento de tomar a consciência e os objetos como entes simplesmente dados, comportamento observado no cotidiano mais imediato e no pensamento filosófico tradicional (metafísico). Assumimos como problema a seguinte questão: como, segundo Heidegger, se origina o modelo teórico da metafísica?; como subproblema: como a metafísica se vê comprometida com o comportamento hipostasiante? A pesquisa possui os seguintes objetivos: a) determinar como o modelo teórico da metafísica se originaria desse comportamento hipostasiante; b) avaliar em que grau o modelo teórico da metafísica está comprometido por tal comportamento. Nosso trabalho atuará em caráter expositivo, com o método descritivo próprio à fenomenologia. Tem, primeiramente, a tarefa de apresentar os pressupostos que permitem a caracterização da referida tese enquanto tema; depois, define seus termos para, partindo desses, reconstituir seus argumentos. Essa reconstituição, por sua vez, só se realiza unindo os indícios deixados em documentos que testemunham o interesse do filósofo pelo tema e antecipam a formulação mais elaborada da tese em Ser e tempo (1927). (Isso delimita o campo da presente pesquisa entre alguns dos principais textos da produção do filósofo na década de 1920). Deste modo, reconstruir a tese heideggeriana sobre a origem da metafísica implica reconstituir o modo com o qual o comportamento hipostasiante atua na filosofia tradicional criando crises. Essa metodologia (exposição reconstrutiva) busca, portanto, explicitar o esforço de Heidegger por mostrar que a metafísica é resultado de uma série de descuidos (Versäumnis) que podem ser identificados no interior da história da filosofia. O tema e problema de nossa pesquisa se justificam por trabalharmos com a questão que desde cedo motivou as investigações heideggerianas acerca do sentido do ser, o que não só inaugurou o diálogo do filósofo com a tradição metafísica, quanto provocou desdobramentos e modulações integrantes da obra de Heidegger. E ainda, por, ao nos ocuparmos do tema da origem da metafísica, buscamos esclarecer como é possível que algo assim com a filosofia seja possível. / The research theme is Heidegger thesis of the origin of metaphysics. This theme assumes that the German philosopher Martin Heidegger (1889-1976) understands that metaphysics is connected to a mode of behavior creator of "hypostasis." The concept of hypostasis denotes a behavior that takes conscientiousness and objects as simply given, behavior observed in everydayness and thought in philosophical tradition (metaphysical). We assume the problem: how, according to Heidegger, does the theoretical model of metaphysics arise?, and the subproblem: how metaphysics is compromised by the hypostatic behavior? The research has the following objectives: a) determine how the theoretical model of metaphysics would be originated from this hypostatic behavior; b) assess to what extent the theoretical model of metaphysics is compromised by such behavior. Our work will make an exhibition of this theme with the descriptive method of phenomenology. The work has primarily the task of presenting the assumptions that allow the characterization of that argument as an issue; then to define its terms, leaving them to reconstruct its arguments. This reconstruction, in turn, can only be achieved by uniting clues, left in documents that testify to the philosopher's interest in the subject and anticipates the more elaborate formulation of the theory in Being and Time (1927). (This limits the field of this research of some of the key texts of the production of the philosopher in the 1920s). Thus, the reconstruction of the Heidegger's thesis about the origin of metaphysics involves reconstitution of the way in which the hypostatic behavior operates on the traditional philosophy creating crises. This methodology (reconstructive exposition) seeks to clarify Heidegger's effort to show that metaphysics is the result of a series of oversights (Versäumnis) identified in the history of philosophy. The theme and problem of our study is justified by the work with the issue that motivated the early research on the Heideggerian sense of being, which not only opened the dialogue of the philosopher with the metaphysical tradition, but also led to developments and modulations of members of Heidegger's work. And yet, for we turn to the issue of the origin of metaphysics we seek to clarify how it is possible that such a thing is possible with the philosophy.
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