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Efeito de borda em pequenos mamíferos do sul do Brasil: variação entre áreas, relação com o uso do hábitat e estratificaçâo verticalSarti, Paulo Tomasi 27 March 2009 (has links)
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Previous issue date: 27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O aumento das bordas florestais é parte da influência da fragmentação nos remanescentes de mata e pode afetar as comunidades de pequenos mamíferos. Para avaliar tal efeito, amostrei cinco áreas representativas das florestas da região sul do Brasil. Em cada uma delas amostrei a abundância e riqueza e diversidade de pequenos mamíferos, na matriz (> 60 m da floresta), borda (até 15 m para o interior da floresta), zona intermediária (60 m para o interior) e interior florestal (150 m). Avaliei ainda a disponibilidade de recursos alimentares e características estruturais do hábitat em todos esses ambientes. Para um total de 446 indivíduos (20 espécies) capturados, os dados não indicaram efeitos de borda evidentes para nenhuma das métricas utilizadas. Talvez isso se explique pelas características estruturais da borda não serem claramente distintas dos outros habitats. Além disso, não detectei também diferenças na disponibilidade de recursos (frutos e invertebrados) entre os três habitats florestais amostrados. No e / The increase of forest edges is part of the influence of the fragmentation on forest remnants and may affect small-mammal communities. For evaluating such effect I sampled five areas representative of South-Brazilian forests. In each of them I sampled the abundance, richness, and diversity of small mammals, in the matrix (> 60 m of the forest), edge (up to 15 m to the forest interior), intermediate zone (60 m to the interior), and forest interior (150 m). I also evaluated the availability of food resources and structural characteristics of the vegetation at these habitats. For a total of 446 individuals (20 species) captured the results did not indicate evident edge effects for any of the community metrics. Such pattern may be explained by the lack of differences in structural characteristics between edges and the other forest habitats. Besides, I did not detect differences in resource availability (fruits and invertebrates) among the three forest habitats, either. However, rarefaction curves indicated s
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A influência de uma espécie exótica invasora, Artocarpus heterophyllus Lam. (jaqueira), sobre uma comunidade de pequenos mamíferos e sua interferência na dinâmica de dispersão de sementes nativas / The influence of an invasive alien species, Artocarpus heterophyllus Lamk. (jack fruit), about a community of small mammals and their influence on the dynamics of dispersal of native seedsDaniel Santana Lorenzo Raíces 21 July 2011 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Atualmente, sabe-se que danos causados por espécies exóticas invasoras são
umas das principais causas de extinção de espécies, afetando mais seriamente
espécies que evoluíram em ilhas. A jaqueira, Artocarpus heterophyllus Lamarck
(Moraceae) é originária das florestas tropicais da Índia. Foi introduzida no Brasil ainda
no período Colonial e atualmente é invasora em áreas de Mata Atlântica, incluindo a
Ilha Grande, RJ. Durante três anos foram amostrados bimestralmente 18 grades, 10
com diferentes densidades de jaqueiras e oito sem jaqueiras. Em cada grade foram
colocadas 11 armadilhas de captura de mamíferos, que ficavam abertas durante três
dias consecutivos por mês. No laboratório as fezes de todos os animais capturados
foram analisadas para verificar a dieta e a quantidade de sementes nativas defecadas.
Para verificar as espécies capazes de predar e dispersar sementes de jaca, fizemos
testes com sementes de jaca atados a carretéis e armadilhas fotográficas. Neste
contexto, o estudo teve como objetivo verificar a influência da jaqueira na comunidade
de pequenos mamíferos e na dispersão de sementes de espécies nativas. Os
resultados mostraram que em áreas com maior densidade de jaqueiras adultas, houve
uma maior abundância de espécies frugívoras e a diminuição da abundância de
espécies mais insetívoras. Embora a jaqueira não tenha influenciado no consumo de
itens de origem animal e vegetal entre áreas com e sem jaqueiras e durante os
períodos de maior e menor frutificação, essa espécie desfavoreceu a dispersão de
sementes nativas. Em áreas com maior densidade de jaqueiras verificamos uma
quantidade menor de sementes nativas sendo defecadas pelos pequenos mamíferos. O
número de sementes defecadas durante o período de menor frutificação das jaqueiras
não foi significativo em relação ao período de maior frutificação e em todos os períodos
somados. Já em relação à frequência de fezes contendo sementes nativas, os
resultados das regressões simples foram significativos para todos os períodos. O fruto
da jaqueira A. heterophyllus foi mais consumido por D. aurita, T. dimidiatus eCuniculus
paca, sendo que D. auritanão teve influência sobre a predação e a dispersão de
sementes de jaca. Os roedores T. dimidiatuse C. paca foram registrados pelas
armadilhas fotográficas predando 20% e 16% das sementes de jaca e carregaram 65%
e 44% das sementes, respectivamente. Os testes com carretel mostraram que 86% das
sementes foram predadas, 10% foram deixadas intactas no local e apenas 4% foram
dispersas a pequenas distâncias, entre 2 e 15 metros, sendo possível que esses
roedores propiciem a dispersão dessa espécie exótica e invasora para novas áreas / Nowadays, it is known that damages caused by invasive exotic species are one
of major causes of species extinction, most seriously affecting species that evolved on
islands. The jackfruit, Artocarpus heterophyllus Lamarck (Moraceae) is originated from
tropical forests of India, being the tree that produces the largest fruit. It was introduced in
Brazil in the colonial period and is now invasive in several localities of the Atlantic
Forest, including Ilha Grande, RJ. During three years, were sampled bimonthly in 18
grids, 10 with different densities of jackfruits trees and eight without jackfruit trees. In
each grid were placed 11 traps for capture of mammals. The traps remained open for
three consecutive days monthly. During this period was also checked a number of
jackfruit trees in the grids and counted mature fruits of each tree. At the laboratory, the
feces of all captured animals were analyzed to verify diet and amount of native seeds
defecated. To verify species capable of preying and disperse jackfruit seeds, we
conducted tests with jackfruit seeds tied to reels and camera traps. In this context, this
study aimed to determine an influence of jackfruit tree in a community of small mammals
and in seeds dispersal of native species. The results showed that A. heterophyllus
influenced in an abundance of species of small mammals in Ilha Grande. In areas with
high density of adult jackfruit trees, was a greater abundance of frugivorous species,
such as Trinomys dimidiatus and Guerlinguetus ingrami, and decreased abundance of
species as most insectivorous as Dasypus novemcintus, Oxymycterus dasytrichus and
Monodelphis americana. Although jackfruit tree has not influenced in consumption items
between animal and vegetable areas with and without jackfruit trees and during periods
of greater and lesser fruitification, this species discouraging dispersal of native seeds. In
areas with high density of jackfruit tree we found a smaller amount of native seeds being
defecated by small mammals. The number of seeds defecated during the minor fruiting
period of jackfruit trees was not significant, however, during the period of greater fruiting
and in all periods summed were significant. In relation to frequency of feces containing
native seeds, the results of simple regressions were significant for all periods and
Didelphis aurita was the species that most influenced these results. The fruit of the
jackfruit tree A. heterophyllus was more consumed by D. aurita, T. dimidiatus and
Cuniculus paca, and D. aurita had no influence on predation and seed dispersal of
jackfruit, having no record of possible predation or seed dispersal by camera traps.
Rodents T. and C. dimidiatus paca were recorded by camera traps preying 20% and
16% of seeds of jackfruit and carried 65% and 44% seeds, respectively. Tests with reel
showed that 86% of seeds were predated, 10% were left intact at site and only 4% were
dispersed at short distances between 2 and 15 meters, it is possible that these rodents
provide to spread of this exotic and invasive species into new areas.
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A influência de uma espécie exótica invasora, Artocarpus heterophyllus Lam. (jaqueira), sobre uma comunidade de pequenos mamíferos e sua interferência na dinâmica de dispersão de sementes nativas / The influence of an invasive alien species, Artocarpus heterophyllus Lamk. (jack fruit), about a community of small mammals and their influence on the dynamics of dispersal of native seedsDaniel Santana Lorenzo Raíces 21 July 2011 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Atualmente, sabe-se que danos causados por espécies exóticas invasoras são
umas das principais causas de extinção de espécies, afetando mais seriamente
espécies que evoluíram em ilhas. A jaqueira, Artocarpus heterophyllus Lamarck
(Moraceae) é originária das florestas tropicais da Índia. Foi introduzida no Brasil ainda
no período Colonial e atualmente é invasora em áreas de Mata Atlântica, incluindo a
Ilha Grande, RJ. Durante três anos foram amostrados bimestralmente 18 grades, 10
com diferentes densidades de jaqueiras e oito sem jaqueiras. Em cada grade foram
colocadas 11 armadilhas de captura de mamíferos, que ficavam abertas durante três
dias consecutivos por mês. No laboratório as fezes de todos os animais capturados
foram analisadas para verificar a dieta e a quantidade de sementes nativas defecadas.
Para verificar as espécies capazes de predar e dispersar sementes de jaca, fizemos
testes com sementes de jaca atados a carretéis e armadilhas fotográficas. Neste
contexto, o estudo teve como objetivo verificar a influência da jaqueira na comunidade
de pequenos mamíferos e na dispersão de sementes de espécies nativas. Os
resultados mostraram que em áreas com maior densidade de jaqueiras adultas, houve
uma maior abundância de espécies frugívoras e a diminuição da abundância de
espécies mais insetívoras. Embora a jaqueira não tenha influenciado no consumo de
itens de origem animal e vegetal entre áreas com e sem jaqueiras e durante os
períodos de maior e menor frutificação, essa espécie desfavoreceu a dispersão de
sementes nativas. Em áreas com maior densidade de jaqueiras verificamos uma
quantidade menor de sementes nativas sendo defecadas pelos pequenos mamíferos. O
número de sementes defecadas durante o período de menor frutificação das jaqueiras
não foi significativo em relação ao período de maior frutificação e em todos os períodos
somados. Já em relação à frequência de fezes contendo sementes nativas, os
resultados das regressões simples foram significativos para todos os períodos. O fruto
da jaqueira A. heterophyllus foi mais consumido por D. aurita, T. dimidiatus eCuniculus
paca, sendo que D. auritanão teve influência sobre a predação e a dispersão de
sementes de jaca. Os roedores T. dimidiatuse C. paca foram registrados pelas
armadilhas fotográficas predando 20% e 16% das sementes de jaca e carregaram 65%
e 44% das sementes, respectivamente. Os testes com carretel mostraram que 86% das
sementes foram predadas, 10% foram deixadas intactas no local e apenas 4% foram
dispersas a pequenas distâncias, entre 2 e 15 metros, sendo possível que esses
roedores propiciem a dispersão dessa espécie exótica e invasora para novas áreas / Nowadays, it is known that damages caused by invasive exotic species are one
of major causes of species extinction, most seriously affecting species that evolved on
islands. The jackfruit, Artocarpus heterophyllus Lamarck (Moraceae) is originated from
tropical forests of India, being the tree that produces the largest fruit. It was introduced in
Brazil in the colonial period and is now invasive in several localities of the Atlantic
Forest, including Ilha Grande, RJ. During three years, were sampled bimonthly in 18
grids, 10 with different densities of jackfruits trees and eight without jackfruit trees. In
each grid were placed 11 traps for capture of mammals. The traps remained open for
three consecutive days monthly. During this period was also checked a number of
jackfruit trees in the grids and counted mature fruits of each tree. At the laboratory, the
feces of all captured animals were analyzed to verify diet and amount of native seeds
defecated. To verify species capable of preying and disperse jackfruit seeds, we
conducted tests with jackfruit seeds tied to reels and camera traps. In this context, this
study aimed to determine an influence of jackfruit tree in a community of small mammals
and in seeds dispersal of native species. The results showed that A. heterophyllus
influenced in an abundance of species of small mammals in Ilha Grande. In areas with
high density of adult jackfruit trees, was a greater abundance of frugivorous species,
such as Trinomys dimidiatus and Guerlinguetus ingrami, and decreased abundance of
species as most insectivorous as Dasypus novemcintus, Oxymycterus dasytrichus and
Monodelphis americana. Although jackfruit tree has not influenced in consumption items
between animal and vegetable areas with and without jackfruit trees and during periods
of greater and lesser fruitification, this species discouraging dispersal of native seeds. In
areas with high density of jackfruit tree we found a smaller amount of native seeds being
defecated by small mammals. The number of seeds defecated during the minor fruiting
period of jackfruit trees was not significant, however, during the period of greater fruiting
and in all periods summed were significant. In relation to frequency of feces containing
native seeds, the results of simple regressions were significant for all periods and
Didelphis aurita was the species that most influenced these results. The fruit of the
jackfruit tree A. heterophyllus was more consumed by D. aurita, T. dimidiatus and
Cuniculus paca, and D. aurita had no influence on predation and seed dispersal of
jackfruit, having no record of possible predation or seed dispersal by camera traps.
Rodents T. and C. dimidiatus paca were recorded by camera traps preying 20% and
16% of seeds of jackfruit and carried 65% and 44% seeds, respectively. Tests with reel
showed that 86% of seeds were predated, 10% were left intact at site and only 4% were
dispersed at short distances between 2 and 15 meters, it is possible that these rodents
provide to spread of this exotic and invasive species into new areas.
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Recuperação da fauna durante a sucessão em florestas neotropicais / Fauna recovery during succession in neotropical forestsCamilla Presente Pagotto 24 August 2012 (has links)
Este trabalho teve como objetivo investigar a recuperação da fauna durante a sucessão florestal, através de duas abordagens distintas. No primeiro capítulo, visando a identificação das lacunas e oportunidades para o avanço do tema, realizamos uma revisão de artigos sobre sucessão em comunidades animais em florestas neotropicais analisados criticamente quanto: (1) às regiões e grupos estudados, (2) à qualidade dos trabalhos com relação a adequação do delineamento amostral, (3) aos padrões observados (diversidade, biomassa e estrutura), e (4) à base teórica utilizada. Foram encontrados e analisados 33 trabalhos, os quais focaram em poucos grupos da fauna, principalmente aves, mamíferos e formigas. No geral, a maioria dos trabalhos é descritiva, não explicitando expectativas sobre os padrões e mecanismos responsáveis pela recuperação da fauna, não apresenta delineamento amostral adequado, principalmente no que se refere à justificativa da alocação dos sítios de amostragem com relação a fatores de confusão, e quantifica de maneira categórica, e muitas vezes imprecisa e arbitrária, a sucessão. As lacunas identificadas nesta revisão apontam a limitação do conhecimento atual sobre os padrões e mecanismos associados à sucessão em comunidades animais em florestas neotropicais, o que conseqüentemente implica na falta de informações que embasem a elaboração de planos de manejo e restauração destas florestas. Já o segundo capítulo refere-se à investigação empírica da recuperação da comunidade de pequenos mamíferos entre estádios sucessionais em uma área contínua de Mata Atlântica. Verificamos a congruência das modificações observadas na riqueza, composição e estrutura da comunidade estudada com as expectativas geradas pelos dois principais mecanismos propostos na literatura: (1) substituição de espécies causada por demandas conflitantes (trade-offs), associada ao gradiente de produtividade primária líquida e disponibilidade de recursos durante a sucessão, ou (2) aumento de diversidade causado pela possibilidade de partição de nicho, associado ao aumento da biomassa e da complexidade da vegetação, e da diversidade de recursos durante este processo. Embora a riqueza, estrutura e composição da comunidade não tenham sido influenciadas pela sucessão, houve uma mudança na abundância de parte das espécies da comunidade, com algumas aumentando e outras diminuindo das matas mais jovens para as mais tardias. Nossos resultados indicam que a hipótese de demandas conflitantes é mais plausível para explicar a recuperação da fauna de pequenos mamíferos durante a sucessão florestal / This study aims at investigating fauna recovery during forest succession using two distinct approaches. In the first chapter, in order to identify the gaps and opportunities for advancing our understanding of this subject, we carried out a review of articles on succession in animal communities in neotropical forests, which were critically analyzed in relation to: (1) the study regions and study groups, (2) the quality with respect to the adequacy of the sampling design, (3) the observed patterns (diversity, biomass and structure), and (4) the theoretical basis. We found and analyzed 33 studies, which focused on a few wildlife groups, especially birds, mammals, and ants. In general, most studies are descriptive, with no explicit expectations about the patterns and mechanisms responsible for wildlife recovery, lack adequate sampling design, especially concerning the justification for the allocation of sampling sites with respect to confounding factors, and quantify succession into categories, which are often imprecise and arbitrary. The gaps identified in this review indicate the limitation of our current knowledge on the patterns and mechanisms associated with succession in animal communities in neotropical forests, which consequently implies in the lack of information for developing management and restoration plans for these forests. The second chapter refers to an empirical investigation on the recovery of small mammal communities across successional stages in a continuous area of Atlantic Forest. We verified the congruence of the observed changes in community richness, composition and structure with the expectations generated by the two main mechanisms proposed in the literature: (1) species replacement caused by trade-offs, associated with the gradient in net primary productivity and resource availability during succession, or (2) increase in diversity caused by the possibility of niche partitioning, associated with increased vegetation biomass and complexity, and increased resource diversity during this process. Although community richness, structure and composition were not influenced by succession, there was a change in the abundance of some species, with some increasing and others decreasing from younger to older forests. Our results indicate that the hypothesis on trade-offs is more plausible to explain the recovery of small mammal communities during forest succession
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Pequenos mamíferos terrestres e a regeneração da Mata Atlântica: influência da estrutura do habitat e da disponibilidade de alimento na recuperação da fauna / Terrestrial small mammals and Atlantic forest regeneration: effect of habitat structure and food availability in the wildlife recoveryPinotti, Bruno Trevizan 09 April 2010 (has links)
Através da amostragem de 28 sítios em diferentes estádios de regeneração em uma área de Mata Atlântica contínua, procuramos nesta dissertação contribuir para o entendimento dos mecanismos relacionados às mudanças faunísticas observadas durante o processo de regeneração em florestas tropicais, e, assim, melhor compreender o valor das florestas secundárias para a conservação da biodiversidade tropical. Para isso, na primeira parte da dissertação investigamos a influência da regeneração sobre características de estrutura da floresta e disponibilidade de alimento consideradas importantes para diversos grupos da fauna. Encontramos maior profundidade do folhiço, volume de galhadas e disponibilidade de frutos de uma abundante palmeira de sub-bosque nas florestas mais maduras, enquanto que nas áreas em estádio mais inicial de regeneração encontramos maior conexão da vegetação, biomassa de artrópodes no solo e disponibilidade de frutos no total e da espécie de planta mais abundante no sub-bosque. Essas modificações podem estar relacionadas às mudanças na fauna observadas durante a regeneração florestal. As espécies que dependem de características só encontradas nas matas mais maduras, como espaços abertos para movimentação, maior complexidade do chão da floresta, ou determinados recursos alimentares poderiam encontrar limitações em áreas em estádios mais iniciais de regeneração, ao passo que espécies que não dependem desses recursos poderiam se beneficiar da maior disponibilidade total de alimentos, ou da maior conexão da vegetação para movimentação, encontradas nessas áreas. Na segunda parte do trabalho, avaliamos a influência da regeneração e de características estruturais e de disponibilidade de alimento sobre espécies endêmicas (especialistas de floresta) e não-endêmicas (generalistas de habitat) de pequenos mamíferos terrestres. Como previsto, observamos que um grupo de espécies (generalistas de habitat) prolifera nas áreas mais jovens, enquanto que o outro grupo (especialistas de floresta) foi mais comum, embora de maneira mais sutil, nas áreas mais maduras. Esses padrões foram em parte explicados pelas variáveis mensuradas, principalmente a disponibilidade de recursos alimentares. Aparentemente, as espécies generalistas estão se beneficiando da maior disponibilidade de alimentos encontrada nas áreas em estádio mais inicial de regeneração, enquanto que as especialistas possuem maior capacidade de ocupação das áreas mais maduras, onde esses recursos são mais escassos. Portanto, esses resultados sugerem um compromisso (trade-off) entre capacidade competitiva e capacidade de utilização de recursos 101 abundantes, como prevê o mecanismo de nicho sucessional, proposto inicialmente para explicar a sucessão de espécies vegetais. As características encontradas nas florestas mais jovens favoreceram a proliferação de espécies de pequenos mamíferos terrestres generalistas de habitat. Entretanto, o efeito positivo da regeneração florestal sobre as espécies especialistas, de maior interesse para a conservação, foi menos acentuado, de forma que as florestas secundárias abrigaram uma assembléia de pequenos mamíferos terrestres rica, podendo, portanto, representar um importante instrumento de aumento de área e conectividade em paisagens altamente modificadas, como as encontradas na Mata Atlântica. Entretanto, esses resultados não reduzem o valor das florestas maduras, principalmente em paisagens fragmentadas e para grupos mais sensíveis da fauna. Essas florestas devem ser protegidas, assim como deve ser garantida (e se preciso auxiliada) a regeneração das florestas secundárias, para que possam adquirir em longo prazo as condições necessárias à manutenção das espécies e dos grupos de espécies da fauna mais severamente afetados pela secundarização das florestas tropicais. / By sampling 28 sites in different regeneration stages in a continuous Atlantic forest area, in this master thesis we aimed to contribute to the understanding of the mechanisms associated with the wildlife changes observed during tropical forest regeneration, and thereby better understand the value of secondary forests for the conservation of tropical biodiversity. In the first part of the thesis we investigated the influence of regeneration on aspects of forest structure and food availability considered to be important to several wildlife groups. We found deeper leaf litter, and higher woody debris volume and fruit availability of an abundant understorey palm in the older-growth areas, while in areas in earlier stages we found higher vegetation connection, higher ground-dwelling arthropod biomass, total fruit availability, and availability of fruits of the most abundant understorey plant species. These modifications may be related to the wildlife changes observed during forest regeneration. Species that rely on features only found in older-growth forests, such as open space for movement, higher complexity of the forest floor, or certain food resources, could find limitations in younger forests, whereas species which do not depend on these resources could benefit from the higher total food availability, or higher 102 vegetation connection for movements, found in these areas. In the second part of the study, we assessed the effect of regeneration and of structural attributes and food availability on endemic (forest specialist) and non-endemic (habitat generalist) terrestrial small mammal species. As expected, we found that a group of species (habitat generalists) proliferate in younger areas, while the other group (forest specialists) is more common, although more subtly, in older-growth areas. These patterns were partly explained by the measured variables, especially food availability. Apparently, the generalist species are benefiting from the increased food availability found in younger forests, while specialist species have greater ability to occupy older-growth areas, where these resources are scarcer. Therefore, our data suggest a trade-off between competitive ability and ability to use abundant resources, as predicted by the successional niche mechanism, initially proposed to explain the succession of plant species. The characteristics observed in younger forests favored the proliferation of habitat generalist terrestrial small mammals. However, the positive effect of forest regeneration on specialist species, of more conservation concern, was less pronounced, so that the secondary forests harbored a rich terrestrial small mammal assemblage, and may therefore be an important tool to increase the area and connectivity in highly modified landscapes, such as those found in the Atlantic forest. However, these results do not diminish the value of old-growth forests, especially in fragmented landscapes and for more sensitive wildlife groups. These forests should be protected, as well as the regeneration of the secondary forests should be guaranteed (and assisted, if necessary), so that these areas could acquire in the long term the necessary conditions to maintain the species and the groups of species most adversely affected by the secondarization of the tropical forests.
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Efeito do contexto da paisagem em diferentes escalas sobre a distribuição de pequenos mamíferos em cultivos agrícolas e em remanescentes florestais / Effect of landscape context at different scales on the distribution of small mammals in areas of agriculture and in forest remnantsUmetsu, Fabiana 27 October 2010 (has links)
Este estudo enfocou a importância do contexto de ambientes alterados do entorno para a distribuição de diferentes grupos de espécies de pequenos mamíferos não-voadores em paisagens fragmentadas de Mata Atlântica. Na primeira abordagem (capítulo 2), usando a distribuição de pequenos mamíferos em remanescentes florestais e nos quatro principais habitats alterados de uma paisagem de Mata Atlântica, investigamos (1) como o poder explanatório dos modelos que descrevem a distribuição das espécies em fragmentos florestais varia entre as variáveis da estrutura da paisagem que incorporam ou não a qualidade da matriz e (2) a importância da escala espacial para analisar a influência da estrutura da paisagem. Usamos amostragem padronizada nos remanescentes e habitats alterados para gerar dois índices de qualidade de habitat, correspondentes à abundância e à ocorrência de pequenos mamíferos. Para cada remanescente, calculamos a quantidade de habitat e a conectividade em diferentes escalas espaciais, considerando ou não a qualidade dos habitats ao redor. A incorporação da qualidade da matriz aumentou o poder explanatório dos modelos para todas as escalas espaciais para metade das espécies que ocorreram na matriz, mas apenas quando consideramos a distância entre as manchas de habitat (conectividade). Os resultados indicam a importância da matriz para a dinâmica de paisagens fragmentadas e sugere que índices relativamente simples podem melhorar nosso entendimento sobre a distribuição das espécies, e poderiam ser aplicados na modelagem, monitoramento e manejo de paisagens tropicais complexas. Na segunda abordagem (capítulo 3), testamos duas hipóteses relacionadas à importância do contexto da paisagem para a diversidade biológica encontrada em áreas agrícolas usando os pequenos mamíferos da Mata Atlântica como modelo: (1) que o contexto em que cultivos agrícolas estão inseridos, em particular a quantidade de florestas remanescentes, determina a assembléia de pequenos mamíferos encontrada nestas áreas produtivas; (2) que essas respostas ao contexto são escala-dependentes, sendo observadas em escalas espaciais mais amplas. Para tanto, amostramos 36 sítios em áreas agrícolas em duas paisagens fragmentadas de Mata Atlântica com diferentes proporções de florestas nativas remanescentes, os quais foram selecionados de forma a abranger ampla variação na quantidade e agregação de áreas abertas no entorno imediato. Construímos e comparamos 12 modelos candidatos que diferem quanto à contribuição dos efeitos do contexto em escala espacial ampla e em escala local, incluindo todas as combinações possíveis entre essas variáveis, a interação das variáveis medidas em diferentes escalas, e um modelo nulo. De acordo com as expectativas iniciais, as espécies restritas a biomas florestais foram mais comuns e bem distribuídas em áreas agrícolas circundadas por maiores quantidades de floresta em escala ampla. No entanto, as espécies invasoras e não-restritas a biomas florestais dominaram as áreas agrícolas das duas paisagens estudadas, independentemente da quantidade de floresta remanescente em escala ampla, tendo respondido principalmente, mas de maneira oposta, ao contexto em escalas menores. Os resultados indicam que: (1) a resposta diferencial entre os grupos de espécies é condicionada por diferenças nos requerimentos de habitat entre eles; (2) a manutenção de espécies mais exigentes em áreas agrícolas depende de estratégias de manejo que considerem a escala da paisagem; (3) mesmo áreas de agricultura convencional podem ser importantes para a conectividade da paisagem para espécies exigentes, desde que inseridas em contexto de maior quantidade de matas remanescentes; (4) o controle das populações de espécies invasoras que podem atuar como reservatórios de patógenos causadores de doenças no homem e pestes na agricultura depende de manejo em escala local, pelo menos em paisagens onde as áreas agrícolas são predominantes. / This study focused on the importance of the context of altered habitats in the neighborhoods to the distribution of different groups of species of non-flying small mammals in fragmented landscapes of the Atlantic forest. In the first approach (chapter 2), using the distribution of small mammals in forest remnants and in the four main altered habitats in an Atlantic forest landscape, we investigated 1) how explanatory power of models describing species distribution in forest remnants varies between landscape structure variables that do or do not incorporate matrix quality and 2) the importance of spatial scale for analyzing the influence of landscape structure. We used standardized sampling in remnants and altered habitats to generate two indices of habitat quality, corresponding to the abundance and to the occurrence of small mammals. For each remnant, we calculated habitat quantity and connectivity in different spatial scales, considering or not the quality of surrounding habitats. The incorporation of matrix quality increased model explanatory power across all spatial scales for half the species that occurred in the matrix, but only when taking into account the distance between habitat patches (connectivity). Results indicate the importance of the matrix for the dynamics of fragmented landscapes and suggest that relatively simple indices can improve our understanding of species distribution, and could be applied in modeling, monitoring and managing complex tropical landscapes. In the second approach, (chapter 3), we aimed at testing two hypotheses related to the importance of landscape context to the biological diversity found in areas of agriculture using Atlantic forest small mammals as a model: (1) that the context in which the areas of agriculture are inserted, in particular the quantity of remnant forests, determines the assemblage of small mammals found in those productive areas; (2) that those responses to the context are scale-dependent, being observed at larger spatial scales. To accomplish that, we sampled 36 sites in areas of agriculture in two fragmented Atlantic forest landscapes presenting different proportions of native forest remnants, which were selected aiming at including the widest variation in quantity and aggregation of open anthropogenic areas in the local neighborhood. We built and compared 12 candidate models which differed in relation to the contribution of the effects of context at large and local spatial scales, including all possible combinations between these variables, the interaction of the variables measured at different scales, and the null model. According to our initial expectations, the species that are restricted to forest biomes were the commonest and best-distributed ones, in areas of agriculture surrounded by higher quantities of forest at the large scale. However, the invasive species and the species that are not restricted to forest biomes dominated the areas of agriculture in the two studied landscapes, independently from the quantity of remnant forest at the large scale, and they responded mainly, but in the opposite way, to the context at smaller scales. The results indicate that: (1) the differential response between the groups of species is conditioned by differences in habitat requirements between them; (2) the maintenance of more demanding species in agricultural lands depends on management strategies which consider the landscape scale; (3) even areas of conventional agriculture can be important to the connectivity of the landscape for the most demanding species, as far as they are inserted in a context of higher quantities of remnant forest; (4) the control of the populations of invasive species that can act as reservoirs of pathogens that cause disease in men, and that can be pests in agriculture, depends on the management at local scale, at least in landscapes where the areas of agriculture predominate.
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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE IMPACTO AMBIENTAL SOBRE A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS E SUAS TAXAS DE INFECÇÃO POR Trypanosoma cruzi E HANTAVÍRUS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA ESPORA, APORÉ GOOliveira, Flávio César Gomes de 28 February 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-10T10:55:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1
FLAVIO CESAR GOMES DE OLIVEIRA.pdf: 312182 bytes, checksum: 15ed8223a704aec6c70a1c4e4e0602e3 (MD5)
Previous issue date: 2008-02-28 / The objective of this study was to evaluate possible environmental impacts caused by the
construction and filling of the Espora hydroelectric power plant s reservoir (localized in Aporé,
Serranópolis and Itarumã GO, Brasil) on small mammal fauna and their Hantavirus and
Trypanosoma cruzi infection rates. Small mammals were captured in periods pre- and postfilling
of the reservoir between 2003 and 2007. The taxonomic identification of rodents and
marsupials was performed through morphology and karyotyping. Serological diagnostic of
Hantavirus infection was performed through IgG (Andes antigen) Enzime Immunoassay
(ELISA), while indirect immunofluorescence (RIFI) and hemoculture were used to diagnose
T. cruzi infection. In total, among rodents and marsupials, 358 specimens were captured,
resulting in a total species richness of 17 species. Didelphis albiventris, Gracilinanus agilis
and Marmosa murina were the most abundant marsupial species, being responsible for
94.5% of the captures. Among rodents, Hylaeamys megacephalus, Calomys tener and
Necromys lasiurus were the most abundant, representing 44.04% of the captures. Of all
captured specimens, 145 were serologically tested for T. cruzi infection, being 33.8% found
positive. Out of 104 hemoculture testing performed for T. cruzi infection 10 were positive. Of
the 193 rodents captured, 26.4% were tested for Hantavirus serum prevalence, from which
only 2 specimens of Rattus rattus were found positive. In the post-filling period, there was a
reduction in the proportion of captured rodents in relation to captured marsupials, and also in
male to female ratio of G. agilis, M. murina and N. lasiurus. Species richness did not change
with reservoir filling. T. cruzi and Hantavirus infection rates in the post-filling period were not
statistically different than in the pre-filling period. The small mammals low infection rates, by
either etiological agent, after filling the reservoir indicate a low probability of Hantavirus and
Chagas Disease emergence after implementation of the Espora hydroelectric power plant in
the area. Also, our results indicate that this undertaking does not cause a great impact on
small mammal fauna, considering the relatively high species richness after filling the
reservoir. / O objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis impactos ambientais sobre a fauna de
pequenos mamíferos e suas taxas de infecção por Trypanosoma cruzi e hantavírus,
causados pela construção e enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica Espora,
localizada nos municípios de Aporé, Serranópolis e Itarumã GO, Brasil. Pequenos
mamíferos foram capturados nos períodos pré e pós-enchimento do reservatório entre 2003
e 2007. A identificação taxonômica foi realizada por morfologia e cariotipagem. O diagnóstico
sorológico da infecção por hantavírus foi realizado por Imunoensaio Enzimático (ELISA) IgG
(antígeno Andes), e para infecção por T. cruzi por Imunofluorescência Indireta (RIFI) e
hemocultivos. Um total de 358 espécimes foram capturados entre roedores e marsupiais,
resultando em uma riqueza total de 17 espécies. As espécies mais abundantes de
marsupiais foram Didelphis albiventris, Gracilinanus agilis e Marmosa murina, representando
94,5% dos espécimes capturados. Entre os roedores Hylaeamys megacephalus, Calomys
tener e Necromys lasiurus representaram 44,04% dos espécimes capturados. Do total de
espécimes capturados, 145 foram analisados quanto à soro-prevalência para infecção por T.
cruzi, sendo que 33,8% apresentaram-se positivos. Dos 104 hemocultivos realizados para
pesquisa de T. cruzi, 10 foram positivos. De um total de 193 roedores capturados em todo o
estudo, 26,4% foram testados quanto a soro-prevalência para hantavírus, sendo que apenas
dois espécimes de Rattus rattus estavam positivos. Considerando os períodos pré e pósenchimento,
foi observado uma diminuição na proporção de espécimes de roedores
capturados em relação a de marsupiais no período pós enchimento, bem como alterações
na proporção sexual de machos e fêmeas das espécies de G. agilis, M. murina e N. lasiurus.
A riqueza de espécies de pequenos mamíferos na área de estudo permaneceu a mesma
após o enchimento do reservatório. Em relação as taxas de infecção por T. cruzi
(soroprevalência e hemocultivos) e por hantavírus (soroprevalência) não foram observadas
alterações estatisticamente significativas entre os períodos pré e pós-enchimento. Os
resultados obtidos indicam uma baixa probabilidade de emergência de hantavirose e da
doença de chagas após a implantação do empreendimento, considerando a manutenção da
alta diversidade de pequenos mamíferos e das baixas taxas de infecção pelos agentes
etiológicos estudados, no período pós-enchimento do reservatório.
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Efeitos do controle da jaqueira, Artocarpus heterophyllus L., sobre a comunidade de pequenos mamíferos e a rede de dispersão de sementes na Ilha Grande, RJJosé Henrique Fortes Mello 10 February 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Atualmente observa-se uma expressiva perda de biodiversidade global resultante de atividades antrópicas, sendo a introdução de espécies exóticas uma das mais impactantes. A jaqueira Artocarpus heterophyllus é uma espécie exótica introduzida no Brasil durante o período colonial, sendo considerada invasora em diversas localidades. Na Mata Atlântica invade áreas de mata aberta e de borda, habitualmente associadas a ambientes antrópicos. Na Ilha Grande é encontrada em grande abundância em decorrência do histórico de ocupação humana. Para compreender como a mastofauna responde a presença da jaqueira, o Laboratório de Ecologia de Mamíferos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vem desenvolvendo um estudo ao longo de seis anos nos arredores da Vila Dois Rios, localizada na face oceânica da Ilha Grande. A partir dos resultados prévios iniciou-se uma segunda etapa do estudo no mesmo local que buscou avaliar diferentes métodos de controle das jaqueiras. O presente estudo é uma continuação direta desses dois trabalhos anteriores e teve como objetivo acompanhar as respostas da comunidade de pequenos mamíferos no período imediatamente posterior ao controle. Durante 18 meses foram amostradas bimestralmente 18 grades, 10 aonde foi efetuado o controle das jaqueiras e 8 aonde não foi constatada a presença desta árvore. Em cada grade foram colocadas 11 armadilhas de captura viva sendo banana a isca utilizada. Os mamíferos capturados foram medidos e suas fezes coletadas. A quantidade de jacas em cada área também foi anotada bimensalmente. As fezes foram analisadas em laboratório e as sementes encontradas identificadas. Os resultados obtidos indicam que a influência de A. heterophyllus sobre a estrutura da comunidade de pequenos mamíferos foi menor após o tratamento de controle. A única espécie que parece ainda responder a abundância de jaqueiras é o roedor Trinomys dimidiatus, que apresentou densidades mais elevadas nas áreas em tratamento, porém mais próximas a resultados obtidos para espécies congêneres em áreas pouco antropizadas. Utilizando uma abordagem de redes complexas observamos que, embora T. dimidiatus seja a espécie mais abundante em termos de número de indivíduos, o gambá Didelphis aurita parece ser a espécie de mamífero mais importante para dispersão de sementes nativas, aparecendo como espécie com maior número de conexões com espécies de sementes nas redes contruídas para as áreas sem jaqueiras e com jaqueiras antes e após o tratamento. Finalmente, a partir dos dados obtidos criamos um modelo matemático para a população de T. dimidiatus dos arredores da Vila Dois Rios, baseado em um crescimento logístico. Os resultados do modelo proposto se mostraram correlacionados com os dados de abundância reais, de modo que ele parece ser um simulador adequado da população local. / Currently, the world is experiencing a severe loss of biodiversity as consequence of human activities. Of these, the introduction of exotic species is one of the most harmful. The jackfruit tree, Artocarpus heterophyllus, is considered an exotic species in Brazil, where it was introduced during colonial times. In the Brazilian Atlantic Rainforest, A. heterophyllus colonizes open canopy and edge areas, mostly associated with anthropic environments. In Ilha Grande it can be found in high densities as a result of the historical process of human occupation of the island. To better understand if and how the small mammalian fauna responded to the presence of A. heterophyllus, the Laboratory of Mammal Ecology of Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) has been developing a study in the course of the last six years in the surroundings of Vila Dois Rios, located in the oceanic front of Ilha Grande. Based on previous results, a second phase of the study was implemented in the same local. This second study aimed to evaluate the best control method for the jackfruit trees (Moura 2011). The present study is a direct continuation of both studies, its main objective being to accompany the responses of mammalian community in the period immediately after the treatment of the jackfruit trees. During the course of 18 months 18 grids were sampled in a bimonthly basis, 10 where the jackfruit trees were treated and 8 where jackfruit trees were absent. In each grid 11 live traps were opened, and the bait was banana. The captured mammals were ear-tagged and measured and their feces collected. The number of jackfruits was also counted in each area bimonthly. The feces were analyzed in laboratory and the found seeds identified. Our results indicate that the community structure is being less influenced by A. heterophyllus abundances after the control treatment. The only species that still presented a response to the presence of A. heterophyllus was the spiny rat Trinomys dimidiatus. Even so, although the density of T. dimidiatus was high, it was lower than the density found previously, being more similar to results obtained for congeneric species in less anthropized sites. By using complex network analysis we observed that, although T. dimidiatus is the most abundant species in the study area, the opossum Didelphis aurita seems to be the most important species in terms of seed dispersal. D. aurita was the species with most connections in all built networks for areas without jackfruit trees and with jackfruit trees before and after the treatment. Finally, based on the obtained results we created a mathematical model for T. dimidiatus population of the surroundings of Vila Dois Rios, based on the logistic growth equation. The results of the proposed model were statistically correlated with our actual data, and so may be considered an adequate simulator for this particular population.
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Efeitos do controle da jaqueira, Artocarpus heterophyllus L., sobre a comunidade de pequenos mamíferos e a rede de dispersão de sementes na Ilha Grande, RJJosé Henrique Fortes Mello 10 February 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Atualmente observa-se uma expressiva perda de biodiversidade global resultante de atividades antrópicas, sendo a introdução de espécies exóticas uma das mais impactantes. A jaqueira Artocarpus heterophyllus é uma espécie exótica introduzida no Brasil durante o período colonial, sendo considerada invasora em diversas localidades. Na Mata Atlântica invade áreas de mata aberta e de borda, habitualmente associadas a ambientes antrópicos. Na Ilha Grande é encontrada em grande abundância em decorrência do histórico de ocupação humana. Para compreender como a mastofauna responde a presença da jaqueira, o Laboratório de Ecologia de Mamíferos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vem desenvolvendo um estudo ao longo de seis anos nos arredores da Vila Dois Rios, localizada na face oceânica da Ilha Grande. A partir dos resultados prévios iniciou-se uma segunda etapa do estudo no mesmo local que buscou avaliar diferentes métodos de controle das jaqueiras. O presente estudo é uma continuação direta desses dois trabalhos anteriores e teve como objetivo acompanhar as respostas da comunidade de pequenos mamíferos no período imediatamente posterior ao controle. Durante 18 meses foram amostradas bimestralmente 18 grades, 10 aonde foi efetuado o controle das jaqueiras e 8 aonde não foi constatada a presença desta árvore. Em cada grade foram colocadas 11 armadilhas de captura viva sendo banana a isca utilizada. Os mamíferos capturados foram medidos e suas fezes coletadas. A quantidade de jacas em cada área também foi anotada bimensalmente. As fezes foram analisadas em laboratório e as sementes encontradas identificadas. Os resultados obtidos indicam que a influência de A. heterophyllus sobre a estrutura da comunidade de pequenos mamíferos foi menor após o tratamento de controle. A única espécie que parece ainda responder a abundância de jaqueiras é o roedor Trinomys dimidiatus, que apresentou densidades mais elevadas nas áreas em tratamento, porém mais próximas a resultados obtidos para espécies congêneres em áreas pouco antropizadas. Utilizando uma abordagem de redes complexas observamos que, embora T. dimidiatus seja a espécie mais abundante em termos de número de indivíduos, o gambá Didelphis aurita parece ser a espécie de mamífero mais importante para dispersão de sementes nativas, aparecendo como espécie com maior número de conexões com espécies de sementes nas redes contruídas para as áreas sem jaqueiras e com jaqueiras antes e após o tratamento. Finalmente, a partir dos dados obtidos criamos um modelo matemático para a população de T. dimidiatus dos arredores da Vila Dois Rios, baseado em um crescimento logístico. Os resultados do modelo proposto se mostraram correlacionados com os dados de abundância reais, de modo que ele parece ser um simulador adequado da população local. / Currently, the world is experiencing a severe loss of biodiversity as consequence of human activities. Of these, the introduction of exotic species is one of the most harmful. The jackfruit tree, Artocarpus heterophyllus, is considered an exotic species in Brazil, where it was introduced during colonial times. In the Brazilian Atlantic Rainforest, A. heterophyllus colonizes open canopy and edge areas, mostly associated with anthropic environments. In Ilha Grande it can be found in high densities as a result of the historical process of human occupation of the island. To better understand if and how the small mammalian fauna responded to the presence of A. heterophyllus, the Laboratory of Mammal Ecology of Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) has been developing a study in the course of the last six years in the surroundings of Vila Dois Rios, located in the oceanic front of Ilha Grande. Based on previous results, a second phase of the study was implemented in the same local. This second study aimed to evaluate the best control method for the jackfruit trees (Moura 2011). The present study is a direct continuation of both studies, its main objective being to accompany the responses of mammalian community in the period immediately after the treatment of the jackfruit trees. During the course of 18 months 18 grids were sampled in a bimonthly basis, 10 where the jackfruit trees were treated and 8 where jackfruit trees were absent. In each grid 11 live traps were opened, and the bait was banana. The captured mammals were ear-tagged and measured and their feces collected. The number of jackfruits was also counted in each area bimonthly. The feces were analyzed in laboratory and the found seeds identified. Our results indicate that the community structure is being less influenced by A. heterophyllus abundances after the control treatment. The only species that still presented a response to the presence of A. heterophyllus was the spiny rat Trinomys dimidiatus. Even so, although the density of T. dimidiatus was high, it was lower than the density found previously, being more similar to results obtained for congeneric species in less anthropized sites. By using complex network analysis we observed that, although T. dimidiatus is the most abundant species in the study area, the opossum Didelphis aurita seems to be the most important species in terms of seed dispersal. D. aurita was the species with most connections in all built networks for areas without jackfruit trees and with jackfruit trees before and after the treatment. Finally, based on the obtained results we created a mathematical model for T. dimidiatus population of the surroundings of Vila Dois Rios, based on the logistic growth equation. The results of the proposed model were statistically correlated with our actual data, and so may be considered an adequate simulator for this particular population.
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Infestação diferencial de Eimeria spp. (Apicomplexa: Eimeriidae) em indivíduos de Gracilinanus agilis (Didelphimorphia: Didelphidae) na Estação Ecológica do Panga, Uberlândia-MG: padrões e processos. / Differential infestation of Eimeria spp. (Apicomplexa: Eimeriidae) in Gracilinanus agilis individuals (Didelphimorphia: Didelphidae) at Estação Ecológica do Panga, Uberlândia-MG: patterns and processes.Strona, Ana Letícia Sousa 26 February 2016 (has links)
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais / A agregação de parasitas em determinados indivíduos da população de hospedeiros está
associada à exposição e à suscetibilidade diferenciais, que variam de acordo com o sexo, o
tamanho corporal, a condição reprodutiva, o comportamento de uso do espaço (que influencia
a probabilidade de capturas e recapturas em diferentes locais) e os fatores ambientais. Desse
modo, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência de tais fatores sobre a infecção de
Eimeria spp. (endoparasita intestinal) em Gracilinanus agilis, um marsupial didelfídeo
semélparo neotropical. O local de coletas foi um fragmento de cerrado sentido restrito na
Estação Ecológica do Panga, MG, entre 2011 a 2015. Foi utilizado um método de capturamarcação-
recaptura para os hospedeiros e avaliada a prevalência e a abundância do parasita,
por meio de análises fecais laboratoriais. A abundância e a prevalência de Eimeria spp. foram
associadas, principalmente, à condição reprodutiva dos indivíduos, com ambos os sexos
apresentando maior prevalência e alta abundância parasitária durante o final do período
reprodutivo, que coincide com a época chuvosa. Machos apresentaram mais parasitas do que
as fêmeas durante a estação seca, época de início do período reprodutivo, no qual o
acasalamento ocorre. Não foi comprovada a hipótese de que a maior abundância de parasitas
nos machos seria decorrente de seu maior deslocamento espacial. No entanto, o número de
recapturas de G. agilis correlacionou-se significativamente com a abundância de Eimeria spp.
Esse padrão pode ser explicado pelo maior contato do marsupial com suas próprias fezes, as
quais transmitem os parasitas, como também pelo aumento do estresse ocasionado pelo
aprisionamento na armadilha, que afeta negativamente a eficiência do sistema imunológico.
Assim, a presença e a abundância de Eimeria spp. ao longo do período reprodutivo em ambos
os sexos, parece estar mais associada com a susceptibilidade do hospedeiro do que com sua
exposição, visto que não houve relação entre mobilidade e infecção. Porém, as medidas de
deslocamento nesse estudo devem ser avaliadas com cautela, dado o baixo número de
recapturas utilizado para estimativa do uso do espaço em G. agilis. / The aggregation of parasites in certain individuals of the host population is associated with
differential exposure and susceptibility, which vary according to sex, body size, reproductive
condition, space use behavior (which influences the probability of catches and recaptures in
different locations) and environmental factors. Thus, the objective of this study was to
evaluate the influence of such factors on the infection of Eimeria spp. (intestinal endoparasite)
in Gracilinanus agilis, a semelparous didelphid neotropical marsupial. The collection site was
a restricted-sense cerrado fragment at the Panga Ecological Station, MG, between 2011 to
2015. A capture-mark-recapture method was used for the hosts identification and the
prevalence and abundance of the parasite were evaluated by means of laboratory fecal
analyzes. The abundance and prevalence of Eimeria spp. were associated mainly with the
reproductive status of the individuals, with both sexes presenting higher prevalence and high
parasitic abundance during the end of the reproductive period, which coincides with the rainy
season. Males had more parasites than females during the dry season, when the breeding
season begins, in which mating occurs. The hypotheses wasn’t confirmed that the highest
abundance on males would be due to their greater spatial displacement. However, the number
of recaptures of G. agilis was significantly correlated with the abundance of Eimeria spp. This
pattern can be explained by the greater contact of the marsupial with its own feces, which
transmit the parasites, as well as by the increased stress caused by the entrapment, that
negatively influences the immunological system efficiency. Thus, the presence and abundance
of Eimeria spp. during the reproductive period in both sexes seems to be due to behavioral
differences that define distinctions in susceptibility to infection rather than host exposure,
once we failed to find any correlation between host mobility and Eimeria infection. However,
our estimates of G. agilis use of space shoud be viewed with caution, due to the low number
of recaptures which could lead to underestimates, and consequently disrupts any existing
relationship between these variables. / Dissertação (Mestrado)
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