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Evidência sorológica de infecção por riquétsias do grupo da febre maculosa e Rickettsia bellii em pequenos mamíferos na área periurbana de Uberlândia, Minas GeraisCoelho, Marcella Gonçalves 26 February 2013 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Rickettsiosis is a human disease caused by bacteria of the genus Rickettsia, and its main
vector ticks (Ixodidae), which are also considered reservoirs of the Spotted Fever Group
rickettsiae in Brazil. Small mammals are frequent hosts for immature stages of rickettsial
diseases vector ticks, and it is known that some species of small mammals are hosts amplifiers
for Rickettsia sp..The aim of this study was to determine seropositivity against five species of
Rickettsia and tick fauna of small mammals captured in periurban region of Uberlândia, MG,
Brazil. For this purpose, 416 small mammals representing 13 species of wild rodents and
marsupials were captured between the months of July 2011 to August 2012. Of these, 48 were
infested with ticks of the genus Amblyomma and Ixodes, and 70 (16.8%) of the animals were
seropositive for Rickettsia spp.. Our results indicate the circulation of four species of
Rickettsia, R. rickettsii, R. parkeri, R. rhipicephali and R. bellii, in the periurban area of
Uberlândia. The first two Rickettsia species are considered pathogenic to man and thus a more
thorough investigation to confirm the species of bacteria and epidemiological aspects related
to these Rickettsia spp. is the detection locations. / Riquetsiose é uma doença causada em humanos por bactérias do gênero Rickettsia, e tem
como principais vetores os carrapatos, que são considerados também reservatórios de
riquétsias do grupo da febre maculosa no Brasil. Frequentemente os estágios imaturos de
carrapatos vetores de riquetsioses têm pequenos mamíferos como hospedeiros, e sabe-se que
algumas espécies de pequenos mamíferos são hospedeiros amplificadores para Rickettsia sp..
O objetivo deste trabalho foi determinar a sororreatividade contra cinco espécies de riquétsias
e a fauna de carrapatos de pequenos mamíferos na região periurbana de Uberlândia, MG,
Brasil. Foram capturados, entre julho de 2011 a agosto de 2012, 416 animais representando
13 espécies de roedores silvestres e marsupiais. Destes, 48 estavam infestados com carrapatos
dos gêneros Amblyomma e Ixodes, e 70 (16,8%) dos animais foram soropositivos para
Rickettsia spp.. Nossos resultados indicam a circulação de quatro espécies de riquétsias, R.
rickettsii, R. parkeri, R. rhipicephali e R. bellii, próximo à área urbana do município de
Uberlândia. As duas primeiras espécies são consideradas patogênicas ao homem,
evidenciando a necessidade de se realizar uma investigação mais minuciosa tanto para a
confirmação das espécies de bactérias circulantes, quanto para a compreensão do ambiente
que mantém as riquétsias nos locais de detecção. / Mestre em Imunologia e Parasitologia Aplicadas
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Efeitos da defaunação na comunidades de pequenos mamíferos na Mata AtlânticaNeves, Carolina Lima [UNESP] 02 December 2010 (has links) (PDF)
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neves_cl_me_rcla.pdf: 579299 bytes, checksum: 4e0eb889aafa2deb8e85b3bfdbcfb15a (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / As armadilhas convencionais são amplamente utilizadas em estudos com pequenos mamíferos não-voadores, mas geralmente acarretam um viés de amostragem. Além disso, efeitos da qualidade do microhabitat e da sazonalidade podem influenciar a estimativa da diversidade. 2. Nós comparamos dois métodos de amostragem de pequenos mamíferos: armadilhas de captura viva e de queda, sendo a riqueza de espécies e número de indivíduos variáveis resposta. Os levantamentos de campo foram realizados em uma área contínua de Mata Atlântica. Os efeitos das variáveis de microhabitat e da sazonalidade sobre capturabilidade também foram investigados. 3. As armadilhas de queda capturaram maior número de espécies e indivíduos durante a estação chuvosa, quando comparadas com armadilhas de captura viva. Portanto, as armadilhas de queda foram o melhor método para estimar a riqueza e abundância de pequenos mamíferos, principalmente de espécies semi-fossoriais. 4. Nossos resultados mostraram a importância de considerar o esforço amostral despendido em armadilhas de captura vida e de queda ao se comparar a eficiência de captura entre elas. O uso da abundância relativa resolveu problemas de sub e de superestimativa da capturabilidade em cada tipo de armadilha. 5. Embora o microhabitat seja considerado um importante fator que pode influenciar o número de indivíduos em determinada área de estudo, não encontramos influência do mesmo na capturabilidade de armadilhas de captura viva e de queda na comunidade de pequenos mamíferos. No entanto, verificamos que as estações de captura que apresentaram maior área basal de samambaias e de árvores mortas capturaram mais indivíduos de Brucepattersonius soricinus, Oligoryzomys nigripes e Akodon montensis. 6. Concluímos, portanto que a maioria dos inventários de pequenos mamíferos em regiões tropicais não conseguiu captar a riqueza... / 1onventional traps are widely used in studies of non-volant small mammals, but usually lead to sampling bias. Also, microhabitat quality and seasonality effects may influence the estimate of diversity. 2. We compared two small mammal sampling methods: live and pitfall traps. Species richness and number of individuals were our response variables, and field surveys were carried out in a continuous area of the Brazilian Atlantic Forest. Effects of microhabitat variables and seasonality on trappability were also investigated. 3. Pitfall traps captured more number of species and more individuals during the wet season, when compared with live traps. Therefore, pitfall-traps were a better method for estimating the richness and abundance of small mammals, especially semi-fossorial species. 4. Our results showed the importance of considering the sampling effort dispended in live and pitfall traps when comparing the capture efficiency between them. The use of weighted abundance solved trappability problems of underestimation and overestimation in each trap type to capture small mammals. 5. Although the microhabitat is considered an important factor that can influence the number of individuals in the study area, we found no influence of microhabitat on trappability of live and pitfall traps on small mammal community. However, we found that the trap stations with higher basal area of dead trees and ferns captured more individuals of Brucepattersonius soricinus, Oligoryzomys nigripes, and Akodon montensis. 6. We conclude that most small mammal inventories in tropical regions failed to capture the true species richness. Several species considered “rare” and underlisted as data deficient in IUCN criterion could be in fact common
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Uso do espaço por Gracilinanus agilis (Didelphimorphia) e Wiedomys pyrrhorhinus (Rodentia) em área de caatinga no alto sertão sergipanoCruz, Arthur Oliveira da 24 February 2016 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Studies on communities of small mammals (rodents and marsupials) show different patterns
on both selection and use of space in relation to diet, age, and seasonality, among others. To
evaluate these standards, spool-and-line technique can provide information about the
movement, vertical stratification and the use of shelters and nests by animals. The aim of this
study was to evaluate the usage area and selection of microhabitat by Gracilinanus agilis
(Didelphimorphia) and Wiedomys pyrrhorhinus (Rodentia) in Monumento Natural Grota do
Angico (MNGA), between the cities of Canindé de São Francisco and Poço Redondo, both in
Sergipe state. The study was conducted by using Sherman traps to capture the animals, and
spool-and-line technique to characterize the movement of these animals in two areas of shrub
caatinga vegetation of MNGA, between December/2014 and September/2015. For each
individual, data were obtained on the daily home range (AUD), tortuosity of the movement
(TORT), index of vertical use (VU) and ground use (%SOLO). The sample for microhabitat
selection and availability was performed with ground and canopy cover data and vertical
foliar obstruction only to dry period. We evaluated 44 routes (27 G. agilis and 17 W.
pyrrhorhinus) representing 2451.42 m of traced line. No differences were found in the
movement variables between the dry and rainy seasons for both species (p> 0.0919). Males
and females of G. agilis and W. pyrrhorhinus also did not show difference for these variables
(p> 0.0643). Comparing the two species, the only difference was on the vertical use (p =
0.0050). Only W. pyrrhorhinus females showed microhabitat selection during daily movement
(p <0.0001). Regarding the daily home range (AUD), G. agilis presented, in general, a larger
area than W. pyrrhorhinus. Low values of tortuosity (TORT) could be associated with the low
population density of these species in the area. The difference in the vertical use (VU) was
expected since G. agilis is reported as a scansorial species while W. pyrrhorhinus is
preferably arboreal. In general, the absence of habitat selection by sampled environmental
variables suggests that G. agilis and W. pyrrhorhinus may be performing this selection on the
mesohabitat scale. / Estudos sobre comunidades de pequenos mamíferos (roedores e marsupiais) demonstram
diferentes padrões na utilização e seleção do espaço em relação à dieta, idade e sazonalidade,
entre outros. Para avaliar estes padrões, a utilização de carretéis de rastreamento pode
fornecer informações sobre a movimentação, estratificação vertical e o uso de abrigos e
ninhos pelos animais. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a área de uso e seleção de
microhabitat por Gracilinanus agilis (Didelphimorphia) e Wiedomys pyrrhorhinus (Rodentia)
no Monumento Natural Grota do Angico (MNGA), entre os municípios de Canindé de São
Francisco e Poço Redondo em Sergipe. O estudo foi conduzido através da utilização de
armadilhas Sherman, para a captura dos indivíduos, e de carretéis de rastreamento para a
caracterização do movimento desses animais em duas áreas de caatinga arbustiva arbórea do
MNGA entre dezembro/2014 e setembro/2015. Foram obtidos dados sobre a área de uso
diário (AUD), tortuosidade do movimento (TORT), uso do estrato vertical (VU) e uso do solo
(%SOLO) para cada indivíduo. A amostragem da seleção e disponibilidade de microhabitat
foi realizada com dados de cobertura do solo e de copa e obstrução foliar vertical apenas para
a seca. Foram avaliados 44 trajetos (27 de G. agilis e 17 de W. pyrrhorhinus), totalizando
2.451,42 m de linha rastreada. Não foram encontradas diferenças nas variáveis de movimento
entre as estações seca e chuvosa para as duas espécies (p>0,0919). Machos e fêmeas de G.
agilis e de W. pyrrhorhinus também não apresentaram diferenciação nessas variáveis
(p>0,0643). Comparando-se as duas espécies, houve diferença apenas no uso do estrato
vertical (p=0,0050). Apenas as fêmeas de W. pyrrhorhinus evidenciaram selecionar o
microhabitat durante o movimento diário (p<0,0001). Em relação ao tamanho da área de uso
(AUD), G. agilis apresentou, no geral, uma área maior que W. pyrrhorhinus. Baixos valores
de tortuosidade (TORT) encontrados podem ser associados à baixa densidade populacional
dessas espécies na área. A diferença na utilização do estrato vertical (VU) era esperada, uma
vez que G. agilis é reportado como uma espécie escansorial enquanto W. pyrrhorhinus é
preferencialmente arborícola. A ausência, no geral, de seleção do habitat pelas variáveis
ambientais amostradas sugere que G. agilis e W. pyrrhorhinus podem estar realizando essa
seleção na escala de mesohabitat.
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Efeito do contexto da paisagem em diferentes escalas sobre a distribuição de pequenos mamíferos em cultivos agrícolas e em remanescentes florestais / Effect of landscape context at different scales on the distribution of small mammals in areas of agriculture and in forest remnantsFabiana Umetsu 27 October 2010 (has links)
Este estudo enfocou a importância do contexto de ambientes alterados do entorno para a distribuição de diferentes grupos de espécies de pequenos mamíferos não-voadores em paisagens fragmentadas de Mata Atlântica. Na primeira abordagem (capítulo 2), usando a distribuição de pequenos mamíferos em remanescentes florestais e nos quatro principais habitats alterados de uma paisagem de Mata Atlântica, investigamos (1) como o poder explanatório dos modelos que descrevem a distribuição das espécies em fragmentos florestais varia entre as variáveis da estrutura da paisagem que incorporam ou não a qualidade da matriz e (2) a importância da escala espacial para analisar a influência da estrutura da paisagem. Usamos amostragem padronizada nos remanescentes e habitats alterados para gerar dois índices de qualidade de habitat, correspondentes à abundância e à ocorrência de pequenos mamíferos. Para cada remanescente, calculamos a quantidade de habitat e a conectividade em diferentes escalas espaciais, considerando ou não a qualidade dos habitats ao redor. A incorporação da qualidade da matriz aumentou o poder explanatório dos modelos para todas as escalas espaciais para metade das espécies que ocorreram na matriz, mas apenas quando consideramos a distância entre as manchas de habitat (conectividade). Os resultados indicam a importância da matriz para a dinâmica de paisagens fragmentadas e sugere que índices relativamente simples podem melhorar nosso entendimento sobre a distribuição das espécies, e poderiam ser aplicados na modelagem, monitoramento e manejo de paisagens tropicais complexas. Na segunda abordagem (capítulo 3), testamos duas hipóteses relacionadas à importância do contexto da paisagem para a diversidade biológica encontrada em áreas agrícolas usando os pequenos mamíferos da Mata Atlântica como modelo: (1) que o contexto em que cultivos agrícolas estão inseridos, em particular a quantidade de florestas remanescentes, determina a assembléia de pequenos mamíferos encontrada nestas áreas produtivas; (2) que essas respostas ao contexto são escala-dependentes, sendo observadas em escalas espaciais mais amplas. Para tanto, amostramos 36 sítios em áreas agrícolas em duas paisagens fragmentadas de Mata Atlântica com diferentes proporções de florestas nativas remanescentes, os quais foram selecionados de forma a abranger ampla variação na quantidade e agregação de áreas abertas no entorno imediato. Construímos e comparamos 12 modelos candidatos que diferem quanto à contribuição dos efeitos do contexto em escala espacial ampla e em escala local, incluindo todas as combinações possíveis entre essas variáveis, a interação das variáveis medidas em diferentes escalas, e um modelo nulo. De acordo com as expectativas iniciais, as espécies restritas a biomas florestais foram mais comuns e bem distribuídas em áreas agrícolas circundadas por maiores quantidades de floresta em escala ampla. No entanto, as espécies invasoras e não-restritas a biomas florestais dominaram as áreas agrícolas das duas paisagens estudadas, independentemente da quantidade de floresta remanescente em escala ampla, tendo respondido principalmente, mas de maneira oposta, ao contexto em escalas menores. Os resultados indicam que: (1) a resposta diferencial entre os grupos de espécies é condicionada por diferenças nos requerimentos de habitat entre eles; (2) a manutenção de espécies mais exigentes em áreas agrícolas depende de estratégias de manejo que considerem a escala da paisagem; (3) mesmo áreas de agricultura convencional podem ser importantes para a conectividade da paisagem para espécies exigentes, desde que inseridas em contexto de maior quantidade de matas remanescentes; (4) o controle das populações de espécies invasoras que podem atuar como reservatórios de patógenos causadores de doenças no homem e pestes na agricultura depende de manejo em escala local, pelo menos em paisagens onde as áreas agrícolas são predominantes. / This study focused on the importance of the context of altered habitats in the neighborhoods to the distribution of different groups of species of non-flying small mammals in fragmented landscapes of the Atlantic forest. In the first approach (chapter 2), using the distribution of small mammals in forest remnants and in the four main altered habitats in an Atlantic forest landscape, we investigated 1) how explanatory power of models describing species distribution in forest remnants varies between landscape structure variables that do or do not incorporate matrix quality and 2) the importance of spatial scale for analyzing the influence of landscape structure. We used standardized sampling in remnants and altered habitats to generate two indices of habitat quality, corresponding to the abundance and to the occurrence of small mammals. For each remnant, we calculated habitat quantity and connectivity in different spatial scales, considering or not the quality of surrounding habitats. The incorporation of matrix quality increased model explanatory power across all spatial scales for half the species that occurred in the matrix, but only when taking into account the distance between habitat patches (connectivity). Results indicate the importance of the matrix for the dynamics of fragmented landscapes and suggest that relatively simple indices can improve our understanding of species distribution, and could be applied in modeling, monitoring and managing complex tropical landscapes. In the second approach, (chapter 3), we aimed at testing two hypotheses related to the importance of landscape context to the biological diversity found in areas of agriculture using Atlantic forest small mammals as a model: (1) that the context in which the areas of agriculture are inserted, in particular the quantity of remnant forests, determines the assemblage of small mammals found in those productive areas; (2) that those responses to the context are scale-dependent, being observed at larger spatial scales. To accomplish that, we sampled 36 sites in areas of agriculture in two fragmented Atlantic forest landscapes presenting different proportions of native forest remnants, which were selected aiming at including the widest variation in quantity and aggregation of open anthropogenic areas in the local neighborhood. We built and compared 12 candidate models which differed in relation to the contribution of the effects of context at large and local spatial scales, including all possible combinations between these variables, the interaction of the variables measured at different scales, and the null model. According to our initial expectations, the species that are restricted to forest biomes were the commonest and best-distributed ones, in areas of agriculture surrounded by higher quantities of forest at the large scale. However, the invasive species and the species that are not restricted to forest biomes dominated the areas of agriculture in the two studied landscapes, independently from the quantity of remnant forest at the large scale, and they responded mainly, but in the opposite way, to the context at smaller scales. The results indicate that: (1) the differential response between the groups of species is conditioned by differences in habitat requirements between them; (2) the maintenance of more demanding species in agricultural lands depends on management strategies which consider the landscape scale; (3) even areas of conventional agriculture can be important to the connectivity of the landscape for the most demanding species, as far as they are inserted in a context of higher quantities of remnant forest; (4) the control of the populations of invasive species that can act as reservoirs of pathogens that cause disease in men, and that can be pests in agriculture, depends on the management at local scale, at least in landscapes where the areas of agriculture predominate.
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Pequenos mamíferos terrestres e a regeneração da Mata Atlântica: influência da estrutura do habitat e da disponibilidade de alimento na recuperação da fauna / Terrestrial small mammals and Atlantic forest regeneration: effect of habitat structure and food availability in the wildlife recoveryBruno Trevizan Pinotti 09 April 2010 (has links)
Através da amostragem de 28 sítios em diferentes estádios de regeneração em uma área de Mata Atlântica contínua, procuramos nesta dissertação contribuir para o entendimento dos mecanismos relacionados às mudanças faunísticas observadas durante o processo de regeneração em florestas tropicais, e, assim, melhor compreender o valor das florestas secundárias para a conservação da biodiversidade tropical. Para isso, na primeira parte da dissertação investigamos a influência da regeneração sobre características de estrutura da floresta e disponibilidade de alimento consideradas importantes para diversos grupos da fauna. Encontramos maior profundidade do folhiço, volume de galhadas e disponibilidade de frutos de uma abundante palmeira de sub-bosque nas florestas mais maduras, enquanto que nas áreas em estádio mais inicial de regeneração encontramos maior conexão da vegetação, biomassa de artrópodes no solo e disponibilidade de frutos no total e da espécie de planta mais abundante no sub-bosque. Essas modificações podem estar relacionadas às mudanças na fauna observadas durante a regeneração florestal. As espécies que dependem de características só encontradas nas matas mais maduras, como espaços abertos para movimentação, maior complexidade do chão da floresta, ou determinados recursos alimentares poderiam encontrar limitações em áreas em estádios mais iniciais de regeneração, ao passo que espécies que não dependem desses recursos poderiam se beneficiar da maior disponibilidade total de alimentos, ou da maior conexão da vegetação para movimentação, encontradas nessas áreas. Na segunda parte do trabalho, avaliamos a influência da regeneração e de características estruturais e de disponibilidade de alimento sobre espécies endêmicas (especialistas de floresta) e não-endêmicas (generalistas de habitat) de pequenos mamíferos terrestres. Como previsto, observamos que um grupo de espécies (generalistas de habitat) prolifera nas áreas mais jovens, enquanto que o outro grupo (especialistas de floresta) foi mais comum, embora de maneira mais sutil, nas áreas mais maduras. Esses padrões foram em parte explicados pelas variáveis mensuradas, principalmente a disponibilidade de recursos alimentares. Aparentemente, as espécies generalistas estão se beneficiando da maior disponibilidade de alimentos encontrada nas áreas em estádio mais inicial de regeneração, enquanto que as especialistas possuem maior capacidade de ocupação das áreas mais maduras, onde esses recursos são mais escassos. Portanto, esses resultados sugerem um compromisso (trade-off) entre capacidade competitiva e capacidade de utilização de recursos 101 abundantes, como prevê o mecanismo de nicho sucessional, proposto inicialmente para explicar a sucessão de espécies vegetais. As características encontradas nas florestas mais jovens favoreceram a proliferação de espécies de pequenos mamíferos terrestres generalistas de habitat. Entretanto, o efeito positivo da regeneração florestal sobre as espécies especialistas, de maior interesse para a conservação, foi menos acentuado, de forma que as florestas secundárias abrigaram uma assembléia de pequenos mamíferos terrestres rica, podendo, portanto, representar um importante instrumento de aumento de área e conectividade em paisagens altamente modificadas, como as encontradas na Mata Atlântica. Entretanto, esses resultados não reduzem o valor das florestas maduras, principalmente em paisagens fragmentadas e para grupos mais sensíveis da fauna. Essas florestas devem ser protegidas, assim como deve ser garantida (e se preciso auxiliada) a regeneração das florestas secundárias, para que possam adquirir em longo prazo as condições necessárias à manutenção das espécies e dos grupos de espécies da fauna mais severamente afetados pela secundarização das florestas tropicais. / By sampling 28 sites in different regeneration stages in a continuous Atlantic forest area, in this master thesis we aimed to contribute to the understanding of the mechanisms associated with the wildlife changes observed during tropical forest regeneration, and thereby better understand the value of secondary forests for the conservation of tropical biodiversity. In the first part of the thesis we investigated the influence of regeneration on aspects of forest structure and food availability considered to be important to several wildlife groups. We found deeper leaf litter, and higher woody debris volume and fruit availability of an abundant understorey palm in the older-growth areas, while in areas in earlier stages we found higher vegetation connection, higher ground-dwelling arthropod biomass, total fruit availability, and availability of fruits of the most abundant understorey plant species. These modifications may be related to the wildlife changes observed during forest regeneration. Species that rely on features only found in older-growth forests, such as open space for movement, higher complexity of the forest floor, or certain food resources, could find limitations in younger forests, whereas species which do not depend on these resources could benefit from the higher total food availability, or higher 102 vegetation connection for movements, found in these areas. In the second part of the study, we assessed the effect of regeneration and of structural attributes and food availability on endemic (forest specialist) and non-endemic (habitat generalist) terrestrial small mammal species. As expected, we found that a group of species (habitat generalists) proliferate in younger areas, while the other group (forest specialists) is more common, although more subtly, in older-growth areas. These patterns were partly explained by the measured variables, especially food availability. Apparently, the generalist species are benefiting from the increased food availability found in younger forests, while specialist species have greater ability to occupy older-growth areas, where these resources are scarcer. Therefore, our data suggest a trade-off between competitive ability and ability to use abundant resources, as predicted by the successional niche mechanism, initially proposed to explain the succession of plant species. The characteristics observed in younger forests favored the proliferation of habitat generalist terrestrial small mammals. However, the positive effect of forest regeneration on specialist species, of more conservation concern, was less pronounced, so that the secondary forests harbored a rich terrestrial small mammal assemblage, and may therefore be an important tool to increase the area and connectivity in highly modified landscapes, such as those found in the Atlantic forest. However, these results do not diminish the value of old-growth forests, especially in fragmented landscapes and for more sensitive wildlife groups. These forests should be protected, as well as the regeneration of the secondary forests should be guaranteed (and assisted, if necessary), so that these areas could acquire in the long term the necessary conditions to maintain the species and the groups of species most adversely affected by the secondarization of the tropical forests.
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EFEITO DE BORDA SOBRE UMA ASSEMBLÉIA DE PEQUENOS MAMÍFEROS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL DE SANTA MARIA, RS, SUL DO BRASIL / EDGE EFFECT ON A SMALL MAMMAL ASSEMBLEGE FROM AN SEASONAL DECIDUAL FOREST FRAGMENT IN SANTA MARIA, RS, SOUTH OF BRAZILFinokiet, Manuela 12 April 2007 (has links)
Alterations caused by the edge effects in a fragment have direct influence over the fauna and can determine the composition and distribution of the small non-flying
mammals assemblage in a landscape. This study had as aim of analyzing the edge effect over the structure of a small mammal assemblege and the circumjacent environment in a decidual forest fragment located in the southern limit of the Atlantic Forest, in the center state of Rio Grande do Sul. Five field phases were carried out, with an effort of 6360 trap-night, and 1060 pitfall-night, totalizing 78 captured individuals (99 captures), belonging to four species of rodents and two species of marsupials. The
success of capture of live traps was 1.2% and of pitfall traps was of 2.3%. Rodents were responsible for 97.4% of all captures and marsupials, 2.6%. In pitfall traps, it was
observed high abundance of rodents in the interior in relation to the edge. The Analysis of Multivariada Variance by Randomization showed that there is no significant difference in the composition of species in relation to distances of the edge, despite the Analysis of
Principal Components has evidenced some trends, grouping the species in accordance to the distances where they had occurred more frequently. Thus, the assemblege of
small mammals was dominated by a species of rodent, Oligoryzomys nigripes, which represented 73% of all captures, appearing in all distances of the edge, but mostly in the forest interior. On the other hand, marsupials appeared only in the interior of the
fragment, being A. montensis registered from 130 m from the edge, seeming to prefer habitats with denser forest cover. By using MANOVA, and on the basis of the biotic and
abiotic factors analyzed along the edge gradient, it was possible to establish different distances of penetration of the edge that had varied from 10 to 160 meters. The
Congruence Analysis showed that environmental variables which best explained the distribution of small mammas in the gradient was the feeding resources, lianas, trees
and canopy cover. Thus, species of small mammals seem to use the modified environment in accordance to their adaptations to the available micro-habitats in the
gradient edge-interior, having a noticeable edge effect in the study area. / Alterações causadas pelos efeitos de borda em um fragmento têm influência direta sobre a fauna e podem determinar a composição e distribuição da assembléia de pequenos mamíferos em uma paisagem. Este estudo teve como objetivo analisar o efeito de borda sobre a riqueza e abundância de pequenos mamíferos e o ambiente circunjacente em um fragmento de Floresta Estacional Decidual localizado no limite sul da Floresta Atlântica, no centro do Rio Grande do Sul. Foram realizadas cinco fases de campo, com esforço amostral de 6360 armadilhas-noite, e 1060 armadilhas de quedanoite,
totalizando 78 indivíduos capturados (99 capturas), pertencentes a quatro espécies de roedores e duas de marsupiais. O sucesso de captura para as armadilhas
de metal foi de 1,2% e para as armadilhas de queda foi de 2,3%. Os roedores representaram 97,4% das capturas e os marsupiais 2,6%. Nas armadilhas de queda, observou-se maior riqueza e abundância de roedores no interior em relação à borda. A Análise de Variância Multivariada via Aleatorização mostrou que não houve diferença significativa na composição de espécies em relação às distancias da borda ainda que a
Análise de Componentes Principais tenha evidenciado algumas tendências agrupando as espécies de acordo com as distâncias onde elas ocorreram com maior freqüência.
Assim, a assembléia de pequenos mamíferos esteve dominada por uma espécie de roedor, Oligoryzomys nigripes, que representou 73% do total de capturas, aparecendo
em todas distâncias da borda, embora com uma tendência a ser mais florestal. Por outro lado, os marsupiais apareceram apenas no interior do fragmento, ao passo que A. montensis foi registrado a partir de 130 m do início da borda parecendo preferir ambientes com cobertura florestal mais densa. Com base nos fatores bióticos e abióticos que foram usados para estimar o término da borda e início do interior do fragmento foi possível estabelecer, através da MANOVA, diferentes distâncias de penetração da borda que variaram de 10 a 160 metros. A análise de congruência mostrou que as variáveis ambientais que melhor explicaram a distribuição dos animais
no gradiente foram os recursos alimentares, lianas, árvores e cobertura do dossel. Assim, as espécies de pequenos mamíferos parecem utilizar o ambiente alterado de acordo com suas adaptações aos micro-hábitats disponíveis no gradiente bordainterior.
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