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Levantado do Chão, de José Saramago : une poétique de l’exclusion / Levantado do Chão of José Saramago, a poetics of exclusion

Diakhite, Mahamadou 07 December 2010 (has links)
Depuis l’aube des temps, l’humanité s’est toujours construite en fonction d’une binarité primaire faisant des uns les inclus d’une communauté axiologique et des autres ses exclus. Ce n’est toutefois qu’au lendemain des « trente glorieuses » que le vocable d’exclusion fit son apparition en France non pas que le phénomène n’eût jamais existé mais que les catégories de populations auxquelles il renvoyait désormais étaient bien visibles et jugées gênantes. Au Portugal des années 40 et 50 du siècle dernier, les néoréalistes, s’affirmant comme le noyau de résistance sociale à une dictature ploutocratique (le salazarisme), consciemment ou non, ont écrit l’exclusion mais, à notre avis, ils se sont limités à l’étude des types sociaux, des protagonistes collectifs. Par conséquent la complexité psychologique des personnages individués leur a échappé. José Saramago, à son tour, se penche dans Levantado do Chão sur la structure antagonique de la société latifundiaire mais, avec le décalage temporel rendu possible par la Révolution des Œillets, sans Censure ni textes muselés, il écrit de façon très originale l’exclusion des populations rurales de l’Alentejo sinon en intégrant dans son étude la dimension psychologique de personnages individués ou stéréotypés (pícaro, ivrogne) du moins en proposant des solutions technico-littéraires novatrices. Notre étude se fonde sur une approche littéraire, linguistique et sociologique de la problématique de l’exclusion dans ce roman publié en 1980. Dans la première partie, nous nous penchons sur l’exclusion socio-économique. Ensuite nous avons examiné la manière très sui generis dont l’auteur écrit l’exclusion, sur la base de textes d’individualités de la théorie littéraire. Et, enfin, dans notre troisième partie, nous étudions la voix et ses particularités dans le récit. / Since the dawn of time, mankind has always been built according to a primary binarity according to which one is being marginalized by an axiological community and the others being those who excluded. However, it is that after the "Glorious Thirty" that the term of exclusion appeared in France not because the phenomenon had never existed but the categories of people for whom he referred were now clearly visible and considered embarrassing. The 40s and 50s of the latter century in Portugal witness that the neorealists who considered themselves as the nucleus of a social resistance to a plutocratic dictatorship, have dealt with exclusion but, as far as we are concerned, they are only interested in studying social types called joint protagonists.Therefore they got away from the psychological complexity of individuated characters. Jose Saramago, in turn, leans, in Levantado Chão, on the antagonistic structure of the large farm society but with the time shift made possible by the "Revolution of Carnations", without censorship or muzzling texts, writes in a highly original exclusion of rural populations of Alentejo if not including in its study the psychological dimension characters individuated or stereotypes (picaro, drunkard) at least proposing innovating technical literary solutions. Our study is based on an approach to literary, linguistic and sociological problems of exclusion in this novel published in 1980. In the first part, we focus on the socio-economic exclusion. Afterwards we are very interested in the sui generis which the author deals with the exclusion of individuals on the basis of literary theory. And finally, in our third party, we are studying voice and its particularities in narrative. / Desde tempos longínquos, a humanidade sempre se construiu em função de umbinarismo primário que faz de uns os incluídos duma comunidade axiológica e dosoutros seus excluídos. Todavia, só à saída dos “trinta anos gloriosos” é que o vocábuloexclusão fez a sua aparição em França não que o fenómeno nunca tivesse existido masque as categorias de populações às quais se referia daí em diante eram bem visíveis econsideradas como incómodas. Em Portugal, nos anos 40 e 50 do último século, os neorealistas,afirmando-se como o núcleo de resistência social a uma ditadura plutocrática(o salazarismo), consciente ou inconscientemente, escreveram a exclusão, mas, ao nossover, limitaram-se ao estudo de protagonistas colectivos. Por conseguinte, acomplexidade psicológica de personagens individualizadas escapou-lhes. JoséSaramago, por seu turno, debruçou-se, em Levantado do Chão, sobre a estruturaantagónica da sociedade latifundiária mas, com a distância temporal tornada possívelpela Revolução dos Cravos, sem Censura nem textos amordaçados, escreveu de maneiramuito sui generis a exclusão das populações rurais do Alentejo, integrando no seuestudo a dimensão psicológica de personagens individualizadas ou estereotípicas(pícaro, bêbedo), propondo novas soluções técnico-literárias. O nosso estudo baseia-senuma abordagem literária, linguística e sociológica da problemática da exclusão nesteromance publicado em 1980. Na primeira parte, debruçamo-nos sobre a exclusão socioeconómica.Analisamos em seguida a maneira muito original como o autor escreve aexclusão na base de textos de individualidades da teoria literária. E, enfim, na terceiraparte, estudamos a voz e os seus particularismos no seio da narrativa.
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La brésilianité selon les manuels de Portugais Langue Étrangère (PLE) : les enjeux de l'époque de la monarchie catholique à l’ère de la mondialisation / Brazilianness according to Portuguese as Foreign Language textbooks : challenges from the period of the catholic monarchy to the era of globalization / A Brasillidade segundo os manuais de Português Língua Estrangeira (PLE) : desafios da época da monarquia católica à era da globalização

Thedim-Goirand, Maria 11 December 2018 (has links)
À partir de quarante-huit extraits empruntés à dix-huit manuels de Portugais Langue Étrangère (PLE) publiés au Brésil et aux États-Unis entre 1954 et 2008, s’effectuera une analyse de la représentation de la brésilianité – traduction du mot « brasilidade » en portugais, un concept qui condense les principales caractéristiques de la culture et de l’histoire brésiliennes – depuis sa construction à l’époque du Brésil colonial (1500-1815), jusqu’à son utilisation à l’ère de la mondialisation (période considérée à partir des années 1950). En me basant sur le système de conception des auteurs, j’observe que la manuélisation ne se limite pas à rendre compte des ruptures et des continuités qui s’établissent entre le savoir savant et le savoir réellement enseigné, ce qui équivaudrait à un cas spécifique de transposition didactique (Verret 1975). Bien davantage, ces extraits corroborent l’idée selon laquelle les manuels dont ils sont issus expriment un ensemble d’idéologies, en particulier l’idéologie du bonheur (Ellul, 1998), caractéristique fréquemment attribuée aux images d’un certain Brésil ainsi réduit à n’être perçu que comme un lieu de joie, dansant et chantant (Almeida Filho, 2005). / This analysis of the representations of Brazilianness (translation of the word « brasilidade » in Portuguese, a concept that embodies the main features of Brazilian culture and history) – from its construction in colonial Brazil (1500-1815) through to its use in the era of globalization (starting in the 1950s) – is based on forty-eight excerpts taken from eighteen Portuguese as a Foreign Language textbooks published in Brazil and the United States from 1954 to 2008: considering the authors’ process of conception, it can be noted that manualization is not only satisfied by the interruptions and continuities established between scholarly knowledge and knowledge to be taught, which would be classed as a specific case of didactic transposition (Verret 1975). These excerpts confirm the idea that their respective textbooks express certain ideologies, which include the ideology of happiness (Ellul, 1998), a characteristic frequently attributed to images of Brazil as a joyful place where singing and dancing abound (Almeida Filho, 2005). / Por intermédio de quarenta e oito excertos provenientes de dezoito manuais de Português Língua Estrangeira (PLE) publicados no Brasil e nos Estados Unidos entre 1954 e 2008, são analisadas as representações da brasilidade (conceito que concentra as principais características da cultura e da história nacionais) – desde sua construção no período do Brasil colonial (1500-1815) até seu uso na era da globalização (a partir da década de 1950): partindo do sistema de concepções dos autores percebe-se que a manualização não se satisfaz apenas com as rupturas e continuidades estabelecidas entre o saber sábio e o saber a ser ensinado; o que seria um caso específico de transposição didática (Verret 1975). Tais extratos validam a idea de que seus respectivos manuais expressam certas ideologias; dentre elas, a ideologia da felicidade (Ellul, 1998), característica frequentemente atribuída às imagens do Brasil enquanto lugar de alegria cantante e dançante (Ameida Filho, 2005).

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