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Efeito do estresse psicossocial sobre o comportamento alimentar de primatas não-humanos (Callithrix penicillata)

Duarte, Renata Bezerra 25 February 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-04-12T16:18:49Z No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2016-04-27T21:05:48Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-04-27T21:05:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / O estresse é um fator que pode contribuir para o desenvolvimento de um comportamento alimentar do tipo compulsivo frente à disponibilidade de alimentos ricos em açúcar, gordura e com potencial hedônico elevado. No entanto, a presença de estímulos aversivos parece inibir o comportamento alimentar. Assim, uma situação de conflito envolvendo a apresentação concomitante a um estímulo apetitivo (alimento altamente palatável) e um estímulo aversivo (modelo de predador) pode ser uma ferramenta útil para estudos de compulsão alimentar em modelos animais. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o comportamento alimentar de um primata não-humano diante de um alimento altamente palatável, analisando o efeito de um estresse psicossocial e da presença de um estimulo etologicamente aversivo. Para tanto, micos machos e fêmeas adultos da espécie Callithrix penicillata foram submetidos a três estudos. No Estudo 1, buscou-se determinar se um isolamento social involuntário (ISI) de sete dias consecutivos é um fator de estresse nessa espécie. Essa condição induziu um aumento na locomoção e nos comportamentos afiliativos, mas os níveis de cortisol permaneceram constantes. O perfil comportamental, porém, pode ser um indicativo de uma resposta ao estresse. No Estudo 2, micos foram submetidos ao teste de preferência-por-lugar (CPP) condicionada à presença de chocolate. Após sucessivas sessões de condicionamento foram observados um aumento significativo no tempo de permanência e uma diminuição na latência de entrada no compartimento condicionado ao chocolate no dia do teste comparado à fase pré-CPP. Essa resposta de CPP manteve-se presente mesmo 15 dias após o último condicionamento (Estudo 2A). No Estudo 2B os micos consumiram significativamente mais chocolate que ração (alimento neutro com menor valor calórico) e após o condicionamento permaneceram mais tempo no compartimento pareado ao chocolate que antes, sendo que esse último parâmetro apresentou uma correlação positiva com o tempo de forrageio durante o condicionamento. Além disso, durante a sessão teste, a atividade exploratória aumentou e os animais que mais permaneceram no compartimento pareado ao chocolate também foram os mais vigilantes. Nenhuma alteração nos níveis de cortisol foi observada. O Estudo 2 possibilitou, portanto, determinar que o chocolate tem valor hedônico para os micos, podendo induzir comportamentos indicativos de um estado de dependência. Por fim, o Estudo 3 avaliou em um teste de conflito se a presença concomitante de um estímulo aversivo (gato-do-mato taxidermizado) alterava o comportamento alimentar dos micos para o chocolate, e se um estresse psicossocial (ISI) influenciava essa resposta. Na presença do gato e independentemente do ISI, os micos diminuíram o forrageio e consumo de chocolate, assim como o tempo de permanência no compartimento onde os estímulos foram apresentados. Contudo, os animais do ISI demonstraram mais medo frente ao estímulo aversivo do que o grupo controle, embora ambos tenham o mesmo perfil de observação do gato. Com base nos resultados, concluiu-se que: (1) apenas o consumo repetido de um alimento altamente palatável (chocolate) induziu uma resposta de CPP, a qual durou pelo menos 15 dias; (2) a presença de um estímulo naturalmente aversivo (gato taxidermizado) inibiu a busca e o consumo desse mesmo alimento em animais não privados de comida; e (3) um estresse psicossocial via isolamento social não alterou a inibição do comportamento alimentar dos micos que ocorreu durante o teste de conflito (chocolate vs. predador) e assim, nas condições experimentais do presente estudo, não induziu um perfil de consumo tipo compulsivo nessa espécie de primata não-humano. _______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Stress is a contributing factor to the development of compulsive-like eating behaviors towards foods with high fat and sugar content, as well as elevated hedonic value. However, aversive stimuli seem to inhibit feeding behavior. Therefore, a conflict situation involving the presence of an appetitive (highly-palatable food) and aversive stimulus (predator model) concomitantly may be a useful experimental tool to study compulsive-like eating patterns in animal models. As such, the present study evaluated the feeding behavior of a nonhuman primate towards a highly-palatable food, analyzing the effects of psychosocial stress and the presence of an ethologically aversive stimulus. Male and female adult marmosets (Callithrix penicillata) were submitted to three experimental procedures. In Study 1, it was determined whether a 7-day involuntary social isolation (ISI) constitutes a stress condition in this species. This procedure induced an increase in locomotion and affiliative behaviors, yet cortisol levels remained unaltered. The subjects’ behavioral response are thus possible indicators of a stress response. In Study 2, the marmosets were submitted to a chocolate conditioned-place-preference (CPP) test. After repeated conditioning sessions, a significant increase in the time spent in the chocolate-paired compartment was observed on the test day compared to the pre-CPP fase, as well as a decrease in the latency to first entry in the same locale. This CPP response was still present 15 days after the last conditioning trial (Study 2A). In Study 2B, the marmosets consumed a significantly higher amount of chocolate than chow (neutral and less caloric food) and after the conditioning they spent more time in the chocolate-paired compartment than prior to these trials. The latter parameter was also positively correlated with the time spent foraging during the conditioning fase. Furthermore, on the test trial, exploratory activity increased and the marmosets that had spent more time in the chocolate-paired compartment were also found to be the most vigilant subjects post-CPP. Cortisol levels remained constant throughout this procedure. Study 2 thus indicated that chocolate has a hedonic value for marmosets and may induce addiction-like behaviors. Lastly, Study 3 used a conflict test to determine whether the presence of an aversive stimulus (taxidermized oncilla cat) would alter the marmosets’ foraging for chocolate, and if a psychosocial stress (ISI) influences this response pattern. In the presence of the cat stimulus and regardless of having been submitted to an ISI stress, the marmosets decreased foraging and chocolate consumption, as well as the time spent in the compartment where both stimuli were located. However, the subjects that were submitted to the ISI condition demonstrated a higher fear response towards the aversive stimulus than the controls, although both groups observed the cat stimulus equivalently. Based on these results it was concluded that: (1) only the repeated consumption of a highly palatable food (chocolate) induced a CPP response, which in turn lasted for at least 15-days; (2) the presence of a naturally aversive stimulus (taxidermized cat) inhibited the search and consumption of this same food item by animals that had not been food deprived; (3) psychosocial stress, via social isolation, did not alter the inhibition of feeding behavior that occurred during the conflict test (chocolate vs. predator) and thus, in the experimental conditions presently used, failed to induce a compulsive-type eating behavior in this nonhuman primate species.
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Avaliações radiográficas dos membros torácicos e pélvicos de saguis (Callithrix sp.).

Siragusi, Rafael Henrique de Souza January 2019 (has links)
Orientador: Sheila Canevese Rahal / Resumo: O objetivo do presente estudo foi avaliar radiograficamente os membros torácicos e pélvicos de um grupo de saguis mantidos em cativeiro, oriundos de apreensões realizadas para o combate do tráfico ilegal de animais. Foram utilizados 14 saguis, sendo 12 adultos e dois juvenis, oito machos e seis fêmeas, com massa corpórea entre 248 e 354 gramas, sendo um sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), oito saguis-de-tufo preto (Callithrix penicillata) e cinco saguis híbridos (Callithrix sp.). Com exceção de três saguis que estavam radiograficamente normais, todos os demais apresentaram alterações radiográficas dos membros, pélvicos e/ou torácicos. A despeito das alterações, a maioria dos animais conseguia se locomover sem grandes limitações no cativeiro. Dos 11 saguis com alterações no membro pélvico, cinco (45,45%) apresentavam estreitamento pélvico e desvio varo bilateral do fêmur, sendo um sugestivo de raquitismo e um de osteomalácia. Os demais apresentaram alterações, tais como má-consolidação de fratura acetabular com osteoartrite da cabeça femoral, amputação parcial de membro, antecurvato de ambas as tíbias, osteoartrite do joelho, entre outros. Seis saguis (54,54 %) mostraram alteração no membro torácico, tais como fratura do rádio, subluxação escápulo-umeral e incongruência da articulação úmero-radio-ulnar, entre outros. Foi possível concluir que 78,57% dos saguis avaliados tinham alterações ósseas e/ou articulares detectadas radiograficamente, que foram predominantes nos m... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: This study aimed to provide a radiographic evaluation of the fore- and hind limbs of marmosets in captivity, originated from capture carried out to combat illegal wildlife trade. A total of 14 marmosets, 12 adults and two juveniles, eight males and six females, weighing between 248 and 354 grams were used, including one common marmoset (Callithrix jacchus), eight black-pencilled marmoset (Callithrix penicillata) and five hybrid marmosets (Callithrix sp.). Except three marmosets radiographically normal, all the others showed radiographic changes of the forelimbs and/or hind limbs. Despite the changes, most primates were capable of moving without major limitations in captivity. Of the 11 marmosets with radiographic changes of the hind limbs, five (45.45%) had pelvic narrowing and bilateral varus deviation of the femur, which had one suggestive of rickets and one of osteomalacia. The other marmosets had changes such as malunion of acetabular fracture with hip osteoarthritis, transtíbial amputation, antecurvatum of both tibias, and knee osteoarthritis, among others. Six marmosets (54.54%) showed alterations in the forelimbs, such as radius fracture, scapulohumeral subluxation, and bilateral humeral-radio-ulnar joint incongruence, among others. In conclusion, 78.57% of the evaluated marmosets had bone and/or joint changes detected by plain radiograph, which were found predominantly in the hind limbs and without impediment to locomotion in captivity. / Mestre
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Memória relacional espacial e não-espacial associada ao forrageamento em macacos-prego (Ceubs spp.) mantidos em cativeiro

Waga, Isabel Cavalcante January 2008 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2008. / Submitted by wesley oliveira leite (leite.wesley@yahoo.com.br) on 2009-09-11T14:55:22Z No. of bitstreams: 1 2008_IsabelCavalcanteWaga.pdf: 634991 bytes, checksum: 87ca02ae0b747d5032aeb445fe1d3222 (MD5) / Approved for entry into archive by Luanna Maia(luanna@bce.unb.br) on 2009-12-12T12:09:00Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2008_IsabelCavalcanteWaga.pdf: 634991 bytes, checksum: 87ca02ae0b747d5032aeb445fe1d3222 (MD5) / Made available in DSpace on 2009-12-12T12:09:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2008_IsabelCavalcanteWaga.pdf: 634991 bytes, checksum: 87ca02ae0b747d5032aeb445fe1d3222 (MD5) Previous issue date: 2008 / Muitos estudos na natureza apontam que primatas utilizam a memória espacial para localizar suas fontes de recursos. Entretanto, poucos estudos abordam a memórias relacionais nãoespaciais. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo investigar aspectos da memória relacional espacial e não-espacial em macacos-prego (Cebus spp.). Macacos-prego apresentam notória capacidade cognitiva, sendo capazes de perceber relações abstratas entre objetos e combinar objetos fazendo relações de segunda ordem. Foram utilizados oito macacos-prego adultos, sendo quatro machos e quatro fêmeas. Os animais deveriam forragear em oito caixas de madeira distribuídas no chão do viveiro. As caixas estavam distribuídas em dois arranjos (quadrado interno e quadrado externo). Em cada sessão, apenas as caixas de um dos arranjos continham recompensa, sendo a mesma diferenciada para cada arranjo (amendoim no arranjo interno e uva-passa no arranjo externo). Antes do início da sessão, um amendoim ou uma uva passa era entregue ao animal, de modo que a recompensa oferecida era a mesma que o animal encontraria durante o teste. O experimento foi conduzido em duas fases experimentais sucessivas. Na primeira fase, cada animal foi treinado a associar uma recompensa com um arranjo até atingir o critério de aprendizagem. A seguir, o animal foi treinado com a outra recompensa no arranjo alternativo até atingir novamente o critério de acerto. Durante a fase dois, os animais foram treinados em uma condição em que o arranjo com reforço variou de maneira semi-aleatória entre as sessões. Nesta fase, a recompensa oferecida antes de cada sessão foi a única pista que o animal podia utilizar para prever o arranjo com recompensa. Resultados mostraram que todos os animais foram capazes de utilizar a memória espacial para forragear durante a primeira fase experimental em ambos os arranjos. Entretanto, o arranjo interno foi aprendido mais rapidamente, sugerindo que, quando os recursos estavam agrupados, os macacos organizaram a sua trajetória a fim de minimizar a demanda de memória. Na segunda fase, os animais, como um grupo, foram capazes de prever os locais com recompensa acima do esperado ao acaso. Um animal foi capaz de utilizar a informação da recompensa entregue antes do início da sessão para predizer qual dos arranjos continha recompensa. Os resultados indicam que macacos-prego são capazes de integrar informações sobre o tipo de alimento com a sua localização e utilizam a memória relacional além do domínio espacial. ________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Primates rely on spatial information to retrieve food resources. However, they might also rely on non-spatial representations of the environment to predict the location of resources and their seasonal availability. Therefore, the study was designed to assess spatial and non-spatial relational memory in capuchin monkeys (Cebus spp.). Compared with other New World primates, capuchins stand out as a genus with high cognitive abilities including tool use capability and cooperation to solve a task. Eight adult capuchin monkeys were used (four males e four females). We tested the use of two different food rewards (raisin or peanut) given to the monkeys before each trial as conditional cues to signalize the location of food rewards hidden inside eight boxes. The boxes were distributed on the cage floor on two arrays: 4 boxes formed an inner square and 4 boxes formed an outer square. In each trial only the boxes of one set were baited and the boxes of the two arrays contained distinct rewards; the inner array contained peanuts while the outer one contained raisin. Monkeys were tested in two conditions: (1) when the baited array was constant along the trials and (2) when the baited array varied randomly between trials. Results have shown that all monkeys were able to use spatial memory to forage food during the first condition on both arrays. However, the inner array was learned faster than the outer one, suggesting that capuchins seem to organize their search trajectory and minimize the memory demand of the task when resources are clustered. In the second condition, capuchins were able to predict the location of the food above what was expected by chance. One subject was able to use the food rewards given before each trial as a conditional cue to predict the baited array. These findings indicate that capuchins can integrate where and what information and utilize relational information beyond the spatial domain.
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Viabilidade populacional do Muriqui-do-Norte, Brachyteles hypoxanthus (Kuhl, 1820) em área fragmentada

Lanna, Andre Monnerat 26 March 2015 (has links)
Submitted by Elizabete Silva (elizabete.silva@ufes.br) on 2015-08-20T19:21:08Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) Viabilidade populacional do Muriqui-do-Norte, Brachyteles.pdf: 722230 bytes, checksum: e25e93539c10af5d9223d8585104581a (MD5) / Approved for entry into archive by Morgana Andrade (morgana.andrade@ufes.br) on 2016-01-11T11:40:44Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) Viabilidade populacional do Muriqui-do-Norte, Brachyteles.pdf: 722230 bytes, checksum: e25e93539c10af5d9223d8585104581a (MD5) / Made available in DSpace on 2016-01-11T11:40:44Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) Viabilidade populacional do Muriqui-do-Norte, Brachyteles.pdf: 722230 bytes, checksum: e25e93539c10af5d9223d8585104581a (MD5) Previous issue date: 2015 / CNPq / O muriqui-do-norte, Brachyteles hypoxanthus, endêmico da Mata Atlântica, ocorria historicamente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. A destruição desta floresta resultou na drástica redução do hábitat natural da espécie que ocorre atualmente em apenas 14 localidades, com aproximadamente 1.000 indivíduos. Duas dessas áreas estão na região centro-serrana do Espírito Santo, onde os grupos vivem parcialmente isolados nos municípios de Santa Maria de Jetibá (SMJ) e Santa Teresa (ST). Pelo isolamento, algumas fêmeas jovens que emigram tornam-se solitárias por falta de conexão de habitat com uma segunda área com muriquis. Para investigar a viabilidade desses grupos sociais, realizamos Análises da Viabilidade Populacional (AVPs) no programa Vortex. Após estimativa da viabilidade populacional nas atuais condições, fizemos simulações de ações de manejo, como translocações de indivíduos e reflorestamento. As populações formadas pelos 88 muriquis monitorados em SMJ e os 25 em ST estão vulneráveis pela perda de conexão de habitat entre grupos, o que reduz o sucesso de migração de fêmeas jovens. Quando em fragmentos isolados, os grupos de muriquis tendem à extinção em apenas 30 anos nos casos com maior redução de fêmeas se reproduzindo. No isolamento, as populações apresentam taxa de crescimento negativa e elevada probabilidade de extinção nos 100 anos modelados. Pela proximidade entre os cinco grupos de muriquis em SMJ, o manejo de habitat, com reflorestamento entre os fragmentos, é uma estratégia promissora para o aumento da viabilidade populacional. Com a possibilidade das fêmeas jovens migrarem entre grupos, eles tenderão ao crescimento e a população de SMJ aumentará para até 350 muriquis em aproximadamente 50 anos. De forma distinta, em ST está a Reserva Biológica Augusto Ruschi, que possui 3.562 ha protegidos e apenas um grupo com 25 muriquis confirmados, dos quais 12 são machos adultos. Permanecendo o isolamento do grupo, essa população tenderá à extinção. Contudo, a introdução de fêmeas jovens poderá aumentar a viabilidade populacional, por exemplo, pela formação de um segundo grupo social. A modelagem sugere que, com a formação de um segundo grupo, a perda de fêmeas migrantes será reduzida e a população irá crescer durante os próximos 100 anos. Concluímos que a viabilidade das populações de muriquis depende do contato entre no mínimo dois grupos sociais, evitando assim a perda de fêmeas jovens migrantes. / The northern muriqui, Brachyteles hypoxanthus, is an endemic primate of the Atlantic Forest. Its historic distribution comprises Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo and Bahia. The forest destruction resulted in drastic reduction of muriqui’s natural habitat and currently, they are found in only 14 localities. All groups sum about 1,000 individuals. Two of these areas are the municipalities of Santa Maria de Jetibá (SMJ) and Santa Teresa (ST) in the central mountainous region of Espírito Santo, where the groups are isolated from each other or partially connected. Due to isolation, some young females who emigrate often become solitary probably because of the lack of habitat connection with other social groups. We conducted a Population Viability Analyzes (PVA) in the Vortex program to investigate the viability of these social groups. Besides estimating population viability in current conditions, we also did simulations predicting management actions, such as translocations of individuals and reforestation. We found that the muriqui populations (88 muriquis monitored in SMJ and 25 in ST) are vulnerable specially due to the loss of habitat connection between social groups, which reduces the success of migration of young females. When in isolated forest fragments and with greater reduction of reproductive females, the groups of muriquis tend to extinction in just 30 years. In completely isolation, the model predicts the negative growth rate of populations and high probability of extinction in the next 100 years. Due to the proximity of the five groups of muriquis in SMJ, the reforestation between fragments is a promising strategy for increasing population viability. Considering the possibility of young females migration between social groups, the model present a growth trend with the increasing of the SMJ population up to 350 muriquis in about 50 years. However, in ST, the 3,562 ha Biological Reserve Augusto Ruschi, comprises only one known group of muriquis with 25 individuals, 12 of them males. If this group remains in isolation, they will tend to extinction. However, the introduction of young females may increase population viability, for example, by the formation of a second social group. Modeling suggests that the formation of a second group decreases the loss of female migrants, ensuring the growth of the population over the next 100 years. We concluded that the viability of muriquis population depends mostly on the connection between at least two social groups, thus avoiding the loss of migrant young females.
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Caracterização da inibição por pré-pulso em primatas não-humanos (Sapajus spp.) e avaliação dos efeitos da dizocilpina e canabidiol na modulação do filtro sensório-motor

Saletti, Patrícia Grandizoli 10 August 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2015. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2015-10-29T18:00:03Z No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / Approved for entry into archive by Marília Freitas(marilia@bce.unb.br) on 2015-12-20T16:34:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-12-20T16:34:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / O reflexo de sobressalto acústico é uma resposta primitiva de defesa dos animais após um estímulo sonoro intenso e repentino. Essa resposta é inibida quando um estímulo de baixa intensidade é apresentado previamente. A inibição por pré-pulso (IPP) da reposta de sobressalto é uma maneira de mensurar o filtro sensório-motor, mecanismo utilizado para filtrar o excesso de informação do meio. O teste de IPP é muito utilizado de forma experimental para testar déficits no filtro sensório-motor em modelos animais. Alguns transtornos neurológicos humanos apresentam danos na resposta de IPP, como por exemplo a esquizofrenia, devido a déficits no funcionamento do filtro sensório-motor comuns em pacientes com esse transtorno. Algumas drogas podem ser utilizadas para gerar efeitos esquizotípicos, como antagonistas de receptores glutamatérgicos NMDA. Sabe-se que essas drogas causam déficits no teste de IPP em roedores. Com a validação de um protocolo experimental que envolve a resposta de IPP é possível realizar testes de substâncias que provocam efeitos esquizotípicos, bem como substâncias que apresentam características antipsicóticas. Geralmente os animais utilizados como modelos de esquizofrenia são roedores e poucos estudos tem sido realizados para avaliar o efeito de substâncias no teste de IPP em primatas nãohumanos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um teste de IPP para ser utilizado em macacos-pregos (Sapajus spp.). Além disso, objetivou-se avaliar o papel do colículo superior na resposta de IPP e testar os efeitos de dois fármacos, a dizocilpina (MK-801) e o canabidiol na medida de IPP desses primatas. Para isso, esse trabalho foi dividido em dois estudos. O estudo 1 avaliou a resposta de IPP em oito macacos-pregos utilizando um protocolo experimental que mensura o movimento do corpo do animal. Após essa primeira análise, dois animais com lesão no colículo superior, dois animais submetidos à lesão fictícia e os oito macacos acima citados foram testados nesse protocolo para que fosse identificada alguma alteração na resposta de IPP. Os resultados do primeiro estudo mostraram que o gênero Sapajus segue o mesmo padrão de resposta de IPP que outros primatas não-humanos. Observamos que as intensidades de 115 dB e 80 dB foram suficientes para gerar sobressalto e inibir essa resposta, respectivamente. Além disso, observamos que o intervalo entre os dois estímulos apresentados que melhor inibiu a resposta de sobressalto foi o de 120 ms. Os animais com lesão no colículo superior apresentaram uma tendência a diminuição da IPP corroborando estudos realizados em roedores, que indicam participação dessa estrutura cerebral na via neural da IPP. O estudo 2 foi realizado para determinar os efeitos do MK 801 e do canabidiol na resposta de IPP em primatas não-humanos. Novamente, oito macacos-pregos foram submetidos ao teste após administrações das drogas. O MK-801 foi administrado em três diferentes doses (0,01; 0,02; 0,03 mg/kg) antes do teste de IPP. Após algumas semanas os animais foram submetidos ao teste após o tratamento com canabidiol também em três doses (15, 30, 60 mg/kg). Posteriormente, os animais receberam MK-801 por quatro semanas consecutivas e foram expostos ao teste de IPP. Na quarta semana, além do MK-801, os animais foram pré-tratados com canabidiol e submetidos ao teste de IPP. Os resultados do estudo 2 mostraram que a MK-801, na maior dose testada diminuiu a resposta de IPP nos macacos de forma aguda. Entretanto, ao contrário do que é observado em roedores, a administração repetida do MK-801, concomitantemente ao teste de IPP, gerou uma interação droga-treino que reverteu o efeito inicial gerado pelo MK-801. Devido a isso, não foi possível detectar efeito antipsicótico do canabidiol. Porém, corroborando estudos prévios realizados em roedores, o canabidiol isoladamente não alterou a resposta de IPP dos macacos-pregos. Concluímos assim, que animais do gênero Sapajus são bons modelos experimentais para o teste de IPP e que o MK-801 pode ser utilizado para gerar déficits de IPP de forma aguda nesses animais para avaliação de antipsicóticos. O processo de habituação observado nos animais indica que efeitos adversos do MK-801, como prejuízo no filtro sensório-motor, podem ser reduzidos pela tolerância e pela familiarização ao teste de IPP. Ademais foi possível identificar diferenças neurofarmacológicas entre roedores e primatas e a importância desses animais para pesquisas básicas e testes pré-clinicos. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The acoustic startle reflex is a primitive defense response in animals that occurs after an intense and sudden acoustic stimulus. This response can be inhibited when a low stimulus is presented previously. The prepulse inhibition (PPI) of the startle response is a useful way to measure sensorimotor gating mechanisms. This mechanism protects against an excess of information. PPI test is widely used experimentally to test deficits in sensorimotor gating in animal models. PPI deficits are commonly observed in some human neurological disorders, such as schizophrenia, due to damage in sensorimotor gating caused by cognitive deficits. Some drugs can be used to induce schizophrenic-like effects, such as NMDA receptor antagonists. These drugs induce deficits in PPI response in rodents. Validation of an experimental protocol on PPI response makes it possible to perform tests on substances that cause schizophrenic-like effects, as well as compounds with antipsychotic properties. Studies usually employ rodents as experimental models of schizophrenia and only few studies have been performed with nonhuman primates to test pharmacological effects in the PPI paradigm. Thus, the present study aimed to develop a PPI test to be applied in capuchin monkeys (Sapajus spp.) to evaluate the role of the superior colliculus in PPI response and test the effects of two drugs in these animals: dizocilpine (MK-801) and cannabidiol. Therefore, two studies were conducted. The first study characterized the PPI response of eight capuchin monkeys using a whole-body prepulse inhibition protocol. After that, two animals with superior colliculus (SC) lesion, two SC sham lesion and the eight monkeys cited above were tested to evaluate the role of this brain structure in the PPI response. Results showed that Sapajus follows the same PPI pattern as other nonhuman primates. The intensities of 115 dB and 80 dB were sufficient to induce a startle response and to inhibit this response, respectively. We also observed that 120 ms was the best interstimuli interval for PPI. Animals with superior colliculus lesion showed a downward tendency of PPI response, corroborating studies in rodents that indicate a participation of this brain structure in the neural pathway of PPI. The second study was conducted to determine the effects of MK-801 and cannabidiol on nonhuman primates’ PPI response. MK-801 was administered in three different doses (0.01; 0.02; 0.03 mg/kg) before the PPI assay. After a few weeks, the animals were submitted to PPI test after receiving cannabidiol also in three doses (15, 30, 60 mg/kg). Subsequently, animals received MK-801 during four consecutive weeks and were then exposed to the PPI test. On the fourth week, subjects were pre-treated with cannabidiol before the MK-801 administration and then the PPI test was performed. Results from the second study demonstrated that MK-801, at the dose of 0.03 mg/kg, decreased the PPI response of an acute administration. However, repeated administration of MK-801 throughout the PPI test induced a drug-training interaction that reversed the effects of MK- 801 on PPI disruption, unlike reports in rodents. As such it was not possible to detect an antipsychotic effect for cannabidiol. However, cannabidiol alone did not change the PPI response in the capuchin monkeys, corroborating previous studies in rodents. Therefore, we conclude that capuchin monkeys are useful experimental models to test PPI response. Moreover, MK-801 can be used to induce PPI deficits in this species. The habituation process observed in our study indicates that the adverse effects of MK-801, as sensorimotor gating impairments, may be reduced by MK-801 tolerance effect such as after familiarization with the PPI test. Furthermore, our results underscore neuropharmacological differences between rodents and nonhuman primates and the importance of primates in basic research and preclinical assays.
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Anatomia comparativa de vasos do membro pélvico de Sapajus spp. com alguns comentários sobre bipedalismo

Aversi-Ferreira, Roqueline Ametila Glória Martins de Freitas 18 May 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2015. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2015-11-12T18:34:07Z No. of bitstreams: 1 2015_RoquelineAmetilaeGlóriaMartinsdeFreitasAversiFerreira.pdf: 32857028 bytes, checksum: fd28dfc8cb8006539ad7a74825170bcc (MD5) / Approved for entry into archive by Patrícia Nunes da Silva(patricia@bce.unb.br) on 2015-11-13T14:53:20Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_RoquelineAmetilaeGlóriaMartinsdeFreitasAversiFerreira.pdf: 32857028 bytes, checksum: fd28dfc8cb8006539ad7a74825170bcc (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-13T14:53:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_RoquelineAmetilaeGlóriaMartinsdeFreitasAversiFerreira.pdf: 32857028 bytes, checksum: fd28dfc8cb8006539ad7a74825170bcc (MD5) / Os macacos-pregos são conhecidos por exibir bipedalismo intermitente enquanto realizam tarefas específicas, como quebrar castanhas. A locomoção bipedal e manutenção da postura ocorre as expensas de um alto custo metabólico gerando a necessidade de um rico suprimento sanguíneo para os membros inferiores. Neste trabalho, foram feitas descrições anatômica das artérias e veias do membro pélvico de Sapajus libidinosus (macacos-prego) e comparadas com as de outros primatas. O padrão arterial do membro pélvico de macaco-prego é mais similar a outras espécies quadrúpedes de Cebus, principalmente. Semelhanças também foram encontradas em Papio, provavelmente porque compartilham uma estrutura pélvica semelhante e à presença de cauda. O padrão venoso observado em Sapajus é menos similar ao dos pongídeos e humanos modernos. Além disso, o macaco-prego apresenta um padrão único para as veias femoral e safena parva. Embora estas espécies alterem facilmente entre as posturas quadrúpede e bípede, os resultados indicam que o macaco-prego não possui características específicas ou diferenciais que suportam a postura ou locomoção bípede. Deste modo, a explicação para as diferenças de comportamento locomotor encontradas no gênero de pregos, provavelmente inclui outros aspectos de sua fisiologia. / Capuchin monkeys are known to exhibit sporadic bipedalism while performing specific tasks, such as cracking nuts. The bipedal posture and locomotion cause an increase in the metabolic cost and therefore increased blood supply to lower limbs is necessary. Here, we present a detailed anatomical description of the capuchin arteries and veins of the pelvic limb of Sapajus libidinosus in comparison with other primates. The arterial pattern of the bearded capuchin hind limb is more similar to other quadrupedal Cebus species. Similarities were also found to the pattern observed in the quadruped Papio, which is probably due to a comparable pelvis and the presence of the tail. Sapajus' traits show fewer similarities when compared to great apes and modern humans. Moreover, the bearded capuchin showed unique patterns for the femoral and the short saphenous veins. Although this species switches easily from quadrupedal to bipedal postures, our results indicate that the bearded capuchin has no specific or differential features that support extended bipedal posture and locomotion. Thus, the explanation for the behavioral differences found among capuchin genera probably includes other aspects of their physiology.
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Análise da percepção de cores em macaco da noite (Aotus spp) e humanos: uma abordagem comportamental sob diferentes condições luminosas

Migliolo, Renata Bezerra Duarte 09 March 2012 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, 2012. / Submitted by Gabriela Botelho (gabrielabotelho@bce.unb.br) on 2012-07-11T14:57:09Z No. of bitstreams: 1 2012_RenataBezerraDuarteMigliolo.pdf: 2737607 bytes, checksum: a11846a5a979859ab591ede07cbe2d11 (MD5) / Approved for entry into archive by Jaqueline Ferreira de Souza(jaquefs.braz@gmail.com) on 2012-07-13T10:33:33Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2012_RenataBezerraDuarteMigliolo.pdf: 2737607 bytes, checksum: a11846a5a979859ab591ede07cbe2d11 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-13T10:33:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2012_RenataBezerraDuarteMigliolo.pdf: 2737607 bytes, checksum: a11846a5a979859ab591ede07cbe2d11 (MD5) / Na retina de mamíferos há duas classes de fotorreceptores com diferentes sensibilidades espectrais que possibilitam a visão de cores. Os cones são ativos em condições fotópicas (i.e. em altas intensidades luminosas) e os bastonetes são especializados na visão escotópica (i.e. em baixa intensidade luminosa). Estudos psicofísicos demonstram que sob condições de luz intermediária (mesópica) existe a possibilidade de comparação entre sinais de cones e bastonetes influenciando a percepção de cores. Assim, um estudo comportamental, realizado em animais com diferentes tipos de percepção de cores (acromatas, dicromatas e tricromatas) e sob diferentes faixas de luminosidade, permitiria o entendimento das possíveis estratégias perceptuais empregadas na discriminação de cores e na utilização da luz ambiente. Primatas do Velho Mundo, incluindo humanos, apresentam visão tricromática, enquanto a maioria dos primatas do Novo Mundo apresenta um polimorfismo visual. Uma das exceções é o macaco da noite (Aotus spp) que possui apenas um tipo de cone funcional, sendo, portanto, acromata. Embora a grande maioria dos humanos seja tricromata, há ocorrência de dicromatismo (daltonismo) e, em uma freqüência muito baixa, casos de acromatismo. Com isso, o objetivo deste trabalho foi Investigar a percepção de cores, sob diferentes condições luminosas, em duas espécies de primatas: macaco da noite (Aotus spp) e humanos (Homo sapiens sapiens). Para a realização do experimento foram utilizados 2 animais do gênero Aotus e 68 indivíduos humanos. Os humanos foram divididos em três categorias visuais: acromatas (5), dicromatas (23) e tricromatas (40). O estudo utilizou um protocolo experimental envolvendo a discriminação de alvos coloridos sob um fundo emborrachado verde, sob três faixas de intensidade luminosa (118,2; 25,8 e 3,5 lux). Com base nos parâmetros analisados, macacos da noite não priorizaram pistas de cor para captura dos itens alimentares, se comportando como acromatas na discriminação dos alvos coloridos. Humanos acromatas apresentaram um baixo desempenho na discriminação dos alvos, dicromatas exibiram maior dificuldade para identificar itens na faixa vermelho-verde e tricromatas foram menos eficientes na detecção de alvos verdes. Sob condições mesópicas, não foi constatado melhoria perceptual decorrente da participação dos bastonetes em ambos os grupos. Em conclusão, a aplicação do presente protocolo permitiu demonstrar as diferentes estratégias empregadas por primatas na segregação de estímulos coloridos e na utilização de luz do ambiente. _________________________________________________________________________ ABSTRACT / In the mammalian retina there are two types of photoreceptors with different spectral sensitivities that allow color vision. The cones are active in photopic conditions (i.e. high light intensities) and the rods are specialized in scotopic vision (i.e. low light intensity). Psychophysical studies have shown that under conditions of intermediate light intensity (mesopic conditions) color perception may change due to a comparison of signals from rods and cones. . Therefore, a behavioral study conducted in animals with different color perception types (acromats, dichromats and trichromats) and under diverse lighting conditions would allow the understanding of possible perceptual strategies for color discrimination and employment for ambient light. Old World primates, including humans, exhibit trichromatic vision whereas most New World primates show a visual polymorphism. One exception is the owl monkey (Aotus spp) which has only a single type of functional cone and thus lacks the capacity for colour vision. Although the majority of humans are trichromat, some individuals exhibit dichromatism (daltonism) and, in a far lesser extent, achromatism. Thus, this study aimed to investigate the color vision perception under different lighting conditions in two primate species: the owl monkey (Aotus spp) and human (Homo sapiens sapiens). For this purpose were used two animals of the genus Aotus and 68 human subjects. Humans were divided into three visual categories: monochromats (5), dichromats (23) and trichromats (40). This study used an experimental paradigm involving the discrimination of colored targets on a green background under three levels of light intensity (118.2, 25.8 and 3.5 lux). The results showed that the owl monkey did not use color cues to capture food items, behaving as monochromat in the discrimination of colored targets. Humans monochromats performed poorly in the identification of targets, dichromats achievement reduced when stimuli were red-green and trichromatic were less efficient in detecting green targets. Under mesopic conditions, monkeys and humans didn't show enhancement of color perception as a behavioral evidence of rod intrusion. In conclusion, this protocol allowed to demonstrate the different strategies employed by primates in the segregation of colored stimuli and in the use of ambient light.
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Avaliação da capacidade de discriminação do sinal cromático da “pele sexual” de Cebus libidinosus

Saletti, Patrícia Grandizoli 27 September 2010 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, 2010. / Submitted by Luiza Moreira Camargo (luizaamc@gmail.com) on 2011-06-13T18:33:52Z No. of bitstreams: 1 2010_PatriciaGrandizoliSaleti.pdf: 1794790 bytes, checksum: 3f68db4338249e02a47cec79f39f5ad7 (MD5) / Approved for entry into archive by Elna Araújo(elna@bce.unb.br) on 2011-06-20T20:07:53Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2010_PatriciaGrandizoliSaleti.pdf: 1794790 bytes, checksum: 3f68db4338249e02a47cec79f39f5ad7 (MD5) / Made available in DSpace on 2011-06-20T20:07:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2010_PatriciaGrandizoliSaleti.pdf: 1794790 bytes, checksum: 3f68db4338249e02a47cec79f39f5ad7 (MD5) / Diferentemente dos primatas do Velho Mundo que possuem tricromacia uniforme, os primatas do Novo Mundo apresentam um polimorfismo da visão de cores relacionado ao sexo, no qual todos os machos são dicromatas e as fêmeas podem ser dicromatas ou tricromatas. Estudos sugerem algumas implicações ecológicas da visão de cores na identificação de alimentos, potenciais predadores e coespecíficos. Com relação a este último item, embora haja relatos tanto de sinais cromáticos que podem ser utilizados na identificação do estado sexual de coespecíficos, bem como alterações na “pele sexual” de fêmeas de primatas do Velho Mundo, não há ainda muitos estudos que enfoquem as vantagens fenotípicas da visão dos primatas do Novo Mundo. O presente estudo teve por objetivo investigar se existe alguma vantagem entre os fenótipos visuais de Cebus libidinosus na detecção da alteração de coloração da “pele sexual” de fêmeas. Durante dois meses foi acompanhado o contraste de cor da região genital de seis fêmeas cativas de Cebus libidinosus por meio de mensurações com um espectrofotômetro. O contraste de cor, em unidades de JND (uma medida perceptual), foi estabelecido baseado na comparação de mensurações da genitália e áreas adjacentes. Os fenótipos tricromatas apresentaram maiores valores de JND (just noticeable difference) que os dicromatas. Entretanto, não houve diferença entre os fenótipos na capacidade de discriminação das áreas mensuradas. Para todas as condições, dicromatas e tricromatas apresentaram valores semelhantes na detecção do contraste de cor, o que permite concluir que o sinal cromático que é apresentado pela fêmea de macaco-prego pode ser identificado tanto por outras fêmeas quanto por machos coespecíficos. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT / In contrast to Old World primates, that have uniform trichromacy, New World primates present a sex related colour vision polymorphism, where all males are dichromats and females are dichromats or trichromats. Studies suggest ecological implications for color vision which are based on identification of food, potential predators and/or cospecifics. Regarding this last item, although several studies have described colour changes in female "sexual skin" of Old World monkeys, there are few studies that have focused on the phenotypic advantages of New World monkeys’ vision. The present study aims to investigate if there is any advantage among Cebus libidinosus visual phenotypes in detecting color modifications of the sexual skin. During two months we measured the genitalia’s colour contrast from six captive females of Cebus libidinosus with a spectrophotometer. Colour contrast, in JND units, was established on the comparison of measurements from genital and perigenital areas. The trichromats’ phenotypes showed higher values of JND than dichromats. Nevertheless there was no difference between phenotypes in discriminative hability. For all modelled conditions, trichromats and dichromats presented similar values of colour contrast, suggesting that colour information that is displayed by female Cebus monkeys may be directed towards male and female cospecifics.
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Sistema serotonérgico - relações com o sistema de temporização circadiano. / Serotonergic system - Interactions with the circadian timing system.

Pinato, Luciana 17 December 2007 (has links)
Componente essencial do sistema de temporização circadiano, o núcleo supraquiasmático (NSQ) possui três aferências principais: o trato retinohipotalâmico (TRH), o trato geniculohipotalâmico (TGH) e as terminações serotonérgicas da rafe. Suas células possuem oscilação circadiana autônoma que resultam na expressão rítmica dos chamados genes do relógio. O presente estudo analisa as concentrações de 5-HT nos núcleos da rafe e NSQ de ratos em livre-curso e mostra que somente os núcleos obscuro e linear apresentam ritmos endógenos com ação determinante do ciclo claro-escuro na no ritmo diário; compara a organização intrínseca do NSQ de primatas e roedores, mostrando organização diferenciada dos terminais serotonérgicos e do TGH em relação aos do TRH sugerindo funções diferentes dessas aferências no NSQ de primatas. Além disso, o padrão de expressão dos genes do relógio no NSQ do primata ao longo do período de atividade mostrou que os genes BMAL1 e Per1 apresentam pico de expressão ao redor do ZT2 e o gene Per2 no ZT7. Os dados demonstram diferenças interespecíficas importantes nas características neuroquímicas e moleculares do NSQ. / Essential component of the circadian timing system, the suprachiasmatic nucleus (SCN) receives dense retinohypothalamic RHT, geniculohypothalamic tract GHT and serotonergic innervation arriving from the raphe nuclei. SCN has pacemaker cells that produce rhythmic expression of clock genes. This study investigates the levels of 5-HT in the raphe nuclei and SCN in free running rats and shows endogenous rhythms in the obscurus and linear raphe nuclei, which is regulated by the daily light: dark cycle rhythms. The comparative analysis of the intrinsic structure of the SCN of primates and rodents shows a different organizational pattern of serotonergic and GHT terminals and the RHT terminals, suggesting different actions of serotonin and neuropeptide Y in the control of circadian rhythmicity in primates. Moreover, the pattern of the clock genes SCN expression along the awaken period in the primates show that BMAL1 and Per1 RNAm peaks of expression occur around ZT2 and Per2 around ZT7. These data suggest that the neural organization of the circadian timing system in the studied primate differ from those of the most commonly studied rodents.
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Desenvolvimento do dimorfismo sexual nos macacos-de-cheiro (Saimiri VOIGT, 1831)

MUNIZ, Izaura da Conceição Magalhães January 2005 (has links)
Submitted by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2013-09-05T15:01:44Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_DesenvolvimentoDimorfismoSexual.pdf: 2234983 bytes, checksum: e17588744913b7f12ea3043854e5e596 (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva(arosa@ufpa.br) on 2013-09-09T12:37:45Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_DesenvolvimentoDimorfismoSexual.pdf: 2234983 bytes, checksum: e17588744913b7f12ea3043854e5e596 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-09-09T12:37:45Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_DesenvolvimentoDimorfismoSexual.pdf: 2234983 bytes, checksum: e17588744913b7f12ea3043854e5e596 (MD5) Previous issue date: 2005 / Os macacos-de-cheiro, Saimiri Voigt, 1831 são primatas arbóreos e ágeis, com um corpo relativamente pequeno, se comparado a outros primatas do Novo Mundo. Distribuem-se por toda a Amazônia e parte da América Central. Vários estudos foram realizados com a finalidade de estabelecer grupos taxonômicos em Saimiri. No entanto, os resultados desses estudos mostraram uma série de divergências quanto à classificação, tanto em relação à validade dos táxons, como ao status taxonômico dos mesmos. Neste gênero, observa-se a existência de diferenças sexuais no padrão de coloração da pelagem, no tamanho e forma dos dentes caninos e, ainda, um ciclo espermatogênico anual nos machos, caracterizado pela aquisição de gordura subcutânea, denominada de "condição de engorda". Durante este período, os machos apresentam um aumento de peso variando de 15 a 20%. O presente estudo teve como objetivo investigar o dimorfismo sexual em Saimiri sciureus, comparando os resultados com os de cinco outras espécies de Saimiri (S. cassiquiarensis, S. juruanus, S. ustus, S. boliviensis e S. vanzolinii). Para tanto, foram analisados 610 espécimes pertencentes às coleções do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ) e Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP). As classes etárias foram determinadas de acordo com a morfologia da arcada, descrita com base na seqüência eruptiva dos dentes de leite e permanentes. Foram coletados dados sobre caracteres cromáticos, onde se analisou a coloração da mancha pré-auricular de fêmeas em relação ao processo de erupção dentária, morfologia craniana para verificação de diferenciação etária e sexual, além de vinte e uma medidas cranianas, analisadas através do Teste "t" de Student. A partir dos resultados obtidos, constatou-se que não existem diferenças na coloração da pelagem entre classes sexuais anteriores à idade adulta em nenhum dos sexos. Não foram observadas diferenças na coloração da pelagem entre classes de idade em machos. A mancha pré-auricular enegrecida é um caráter exclusivo de fêmeas adultas, mas não está estritamente relacionada à ontogenia. O aparecimento do dicromatismo sexual na pelagem não é sincronizado com o aparecimento do dimorfismo na morfologia do crânio, especialmente dos dentes. Diferenças sexuais visíveis macroscopicamente, como tamanho e forma da caixa craniana, forma da face, distância bi-zigomática e forma da mandíbula podem ser evidenciadas a partir da idade subadulta. Observou-se também que o dimorfismo sexual, para todas as espécies, é melhor evidenciado em variáveis relacionadas ao aparato mastigatório. Além disso, diferenças sexuais na morfologia dos ossos do crânio podem ser claramente observadas entre os indivíduos subadultos de qualquer táxon. Os machos se tornam maiores do que as fêmeas a partir da idade subadulta, e o caráter mais conspícuo do dimorfismo sexual é o comprimento do canino. Cada espécie difere das demais por apresentar exclusividade em alguma variável (ou conjunto de variáveis) morfométricas, evidenciando dimorfismo sexual. / The squirrel monkeys Saimiri Voigt, 1831 are arboreal and agile primates with a relatively small body as compared to other New World primates. The species are distributed in the Amazon and part of Central America. Several investigations were contucted in order to stablish the taxonomic groups in Saimiri. However, the results of these investigations showed an amount of divergences as to the classification, taxon validity as well as the taxonomic status. In this genus, there are sexual differences with regard to the pattern of coloration of skin, size and form of canine teeth and in the annual spermatogenic cycle in males that characterises the fatted condition due to the deposition of subcutaneuos fat. During this period, the males present an increase in weight ranging from 15 to 20%. The present study aimed to analyse the sexual dimorfism in Saimiri sciureus, comparing the results with other five species of the genus Saimiri (S. cassiquiarensis, S. juruanus, S. ustus, S. boliviensis e S. vanzolinii). A total of 610 specimens were analysed from the collections of the Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ) and Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP). The age classes were determined according to the morphology of the dental arch described on the basis of the eruptive sequence of deciduous and permanent teeth. Data on chromatic characteristics were collected to analyse the preauricular patch of females in relation to the process of dental eruption, cranial morphology to verify the sexual and age differentiation. In addition, twenty one cranial measurements were perfomed using the Student t-test. There were no differences in the coloration of the skin among the sexual classes up to the adult age in any sexes. There were no differences in the coloration of the skin among the age classes in males. The blackish preauricular patch is an exclusive trait of adult females, however it is not related to ontogeny. The beginning of the sexual dichromatism of the skin is not associated with the rising of dimorfism in cranial morphology, specially of teeth. Macroscopic sexual differences such as size and morphology of cranium, morphology of face, bizygomatic distance and morphology of jaw could be observed from the subadult age. The findings indicated that the sexual dimorfism for the species analysed is better observed in the variables related to the mastigatory apparatus. Moreover, sexual differences in the mophology of cranial bones could be clearly identified among subadult individuals of any taxon. The males were bigger than females from the subadult age onwards and the most conspicuous characteristic of the sexual dimorfism is the cranium length. The species differ from each other because they presented an exclusive or a group of morphometric variables demonstrating the sexual dimorfism.

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