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Dinâmica e sucessão de algas epifíticas em lagoa rasa subtropical (Lagoa Mangueira, Rio Grande do Sul,Brasil)Faria, Denise Matias de January 2015 (has links)
A Lagoa Mangueira é uma extensa lagoa rasa subtropical localizada no sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. É um ambiente que varia de oligo à mesotrófico, com extensa área litoral colonizada por macrófitas aquáticas, fornecendo grande área de substrato para o desenvolvimento da comunidade aderida. A parte sul da lagoa é caracterizada pela alta transparência e alto pH, e a parte norte é mais rasa com alta concentração de ácidos húmicos devido a interação com banhado. Devido sua forma e posição geográfica a lagoa sofre constante ação dos ventos de direção NE, com mudanças para o quadrante SE-SO durante as frentes frias. O vento neste ambiente é um fator regulador da hidrodinâmica, afetando espacial e temporalmente as comunidades aquáticas (fitoplâncton, zooplâncton, e peixes), podendo ser considerado um distúrbio constante no ambiente. Entretanto, ainda há uma lacuna quanto à contribuição das algas epifíticas para a teia trófica, bem como a resposta dessa comunidade à hidrodinâmica. O Capítulo 1 apresenta um estudo que testou se as diatomáceas epifíticas respondem a heterogeneidade espacial da lagoa durante dois verões em três pontos distantes (Norte, Centro e Sul). Verificou-se que as diatomáceas exibem um gradiente longitudinal NS e a área central assume características semelhantes aos pontos Norte e Sul dependendo da dinâmica do vento. No Capítulo 2, foi avaliada a sucessão das algas epifíticas no Sul da lagoa, durante 60 dias no verão de 2012, para investigar os fatores reguladores do desenvolvimento da comunidade in situ, considerando o zooplâncton como potencial predador. O estudo evidenciou que a fase avançada da sucessão foi dominada por diatomáceas fortemente aderidas e adaptadas às altas médias da velocidade do vento (±15 m s-1). O epifíton mostrou-se uma grande fonte de produtividade primária para a teia trófica e fortes correlações provaram que a comunidade sustentou o controle bottom-up da comunidade zooplanctônica. O Capítulo 3 descreve o estudo que testou a resposta do epifíton à dinâmica do vento (velocidade e direção) durante frentes frias (inverno de 2013) em três situações diferentes: comunidade natural, sucessão em um banco de macrófitas e um mesocosmo (protegido da ação do vento). O epifíton revelou-se resiliente, uma vez que o vento favoreceu a colonização e estabilização, recuperando-se rapidamente após o distúrbio. O mesocosmo diminuiu a ação do vento atrasando a deposição das células metafíticas para início da colonização e a sucessão só começou após um grande distúrbio (vento 10 m s-1) que nivelou a água do mesocosmo e a água circundante. Dominância de diatomáceas foi registrada em todos os experimentos. As diversidades das comunidades de todos os experimentos responderam à dinâmica do vento, sendo mais baixas quando a velocidade do vento excedeu a média encontrada para o período (5 m s -1). / Mangueira Lake is a large shallow subtropical lake located in the Southern Rio Grande do Sul State, Brazil. The lake ranges from oligo to -mesotrophic conditions and presents a large littoral zone covered by macrophytes, providing large area for attached community development. The southern area of the lake is characterized by high transparency and high pH and the northern area is shallower with high concentration of humic acids because of its interaction with the wetland. Due to its shape and geographic position, the lake undergoes constant wind action from NE direction and from SE‒SW during cold-fronts. The wind regulates the hydrodynamics in this environment affecting spatial and temporally the aquatic communities (phytoplankton, zooplankton and fishes), and can be considered a constant disturbance. However, epiphytic algae contribution for food-web, as well as their responses to hydrodynamics, are still a lack. Chapter 1 presents a study in which we tested if epiphytic diatoms respond to the lake spatial heterogeneity during two summers in three distant sites (North, Center and South). As a result we noted that diatoms exhibited a longitudinal gradient from NS whereas the center area assumes characteristics similar to both North and South areas depending on wind dynamics. In Chapter 2, we investigated epiphyton succession during 60 days in southern part of the lake in the summer of 2012, aiming to describe the driving factors of the community development in situ, considering zooplankton as a potential grazer. The study highlighted that the advanced phase of succession was dominated by tightly attached diatoms adapted to high wind mean velocity (±15 m s-1). We also showed that epiphyton was great source of primary production for the food-web and strong correlations proved that the community is handling zooplankton bottom-up control. Chapter 3 describes a study that tested the response of the epiphyton to the wind dynamics (velocity and direction) during cold-fronts (2013 Winter) in three different situations: natural community, succession in a macrophyte bank and in an enclosure (protected from the wind). As a result, epiphyton revealed to be resilient once wind favored colonization and stabilization, rapidly recovering after disturbance. The enclosure acted buffering wind forces delaying succession derived by settlement of metaphytic cells and the succession only started after a huge disturbance (wind 10 m s-1) which leveled the enclosure water and the lake water. Dominance of diatoms was registered in all experiments. The communities‟ diversities responded to wind dynamics, whereas all experiments showed lower diversities when wind velocity exceeded the system‟s means (5 m s-1).
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Interações interespecíficas de Baccharis dracunculifolia e espécies sob sua copa:uma abordagem ecofisiológica / Interspecific interactions between Baccharis dracunculifolia and subcanopy species : an ecophysiological approachBatista, Cássia Plá January 2014 (has links)
Em comunidades vegetais podem existir diversos tipos de interações entre os indivíduos presentes, independente destes serem da mesma espécie (intraespecíficas) ou de espécies diferentes (interespecíficas). Em campo nativo caracterizado por efeitos de abandono, fortes modificações da estrutura da vegetação e reduções na diversidade têm sido observadas, atribuídos, entre outros fatores, à entrada de espécies arbustivas. Através de dados ecofisiológicos dos indivíduos participantes no processo, como taxa fotossintética, condutância estomática e transpiração foliar, é possível determinar se existe alguma interação entre as espécies presentes, Baccharis dracunculifolia, Baccharis trimera e Andropogon lateralis, se esta é benéfica, o que poderia caracterizar um processo de facilitação, se estas espécies estão competindo por recursos, ou até mesmo a ocorrência de neutralismo entre elas. Além disso, a caracterização da vegetação campestre em situações com ou sem arbustos pode contribuir para a avaliação do efeito dos arbustos. Para a realização desse estudo foram alocadas 15 parcelas com a presença da espécie arbustiva B. dracunculifolia e 15 parcelas, pareadas às primeiras, onde tal espécie não se encontra, totalizando 30 parcelas. Verificaram-se parâmetros fisiológicos, como taxas de fotossíntese e transpiração, a condutância estomática e a eficiência do uso da água das espécies selecionadas baseado na sua representatividade no ambiente de estudo, B. trimera e A. lateralis, bem como a estrutura, composição e diversidade da vegetação. Também foi realizado um censo da própria população de B. dracunculifolia. A fim de caracterizar as interações entre a espécie arbustiva e as espécies em sua sub-copa foram comparadas as médias dos parâmetros fisiológicos bem como parâmetros (diversidade, composição, riqueza) da comunidade vegetal em parcelas com ou sem arbustos por meio de análise de variância. Os resultados mostraram que B. dracunculifolia exerce certa competição para as duas espécies-alvo, mas não causa mudanças muito fortes na estrutura da vegetação. Como também foi observado que a população de B. dracunculifolia não esta conseguindo se regenerar num campo abandonado, pode ser concluído que a espécie, apesar da modificação forte da fisionomia vegetal, tem pouco impacto na dinâmica sucessional de um campo abandonado. / In plant communities, several types of interactions between individuals can occur, regardless of these being of the same species (intraspecific) or of different species (interspecific). In a grassland areas characterized by natural effects of abandonment, strong changes in vegetation structure and reduction in diversity have been observed, attributed, among other factors, to encroachment by a shrub species. Through ecophysiological data of individuals participating in the process, such as photosynthetic rate, stomatal conductance and leaf transpiration, it is possible to determine whether there is any interaction between the shrub species, Baccharis dracunculifolia, and two species growing under its canopy, Baccharis trimera and Andropogon lateralis, and, if so, if this it is beneficial, which could characterize facilitation of a process, if these species are competing for resources, or even neutrality between them. Furthermore, the characterization of the grassland community in situations with or without shrub can contribute to evaluate the effect of the latter. To conduct this study, 15 plots with the presence of shrub species B. dracunculifolia and 15 plots, paired with the first, where that species is not found were allocated in an abandonend grassland, totaling 30 plots. Physiological parameters (rates of photosynthesis and transpiration and stomatal conductance) of the two species selected based on their high abundance in the environment were studied, as well as the structure, composition and diversity of vegetation. Also, a census of the population of B. dracunculifolia itself was conducted. In order to characterize the interactions between the shrub species and the species in growing in its subcanopy the mean physiological parameters as well as parameters (diversity, composition, richness) of the plant community in plots with or without shrubs were compared by analysis of variance (ANOVA). The results showed that B. dracunculifolia exerts some competition between species, but does not cause strong changes in vegetation structure. As also could be noted that B. dracunculifolia is not regenerating in the abandoned grassland, it can be concluded that the species, despite the strong modification of vegetation physionomy, has little impact on the successional dynamics of abandoned grassland.
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(Paleo)zoogeografia dos ostracodes holocênicos das regiões leste e nordeste da plataforma continental brasileiraMachado, Cláudia Pinto January 2008 (has links)
Os estudos com ostracodes recentes e sub-recentes da plataforma continental do Brasil têmse concentrado, até o momento, principalmente nas plataformas equatorial e sul/sudeste. A região leste/nordeste, localizada entre estas duas áreas, aqui considerada como a área entre o Cabo de São Roque (RN) e Cabo Frio (RJ), não foi devidamente estudada, apresentando diversas lacunas do ponto de vista taxonômico e zoogeográfico. Visando suprir esta carência, o presente trabalho tem por objetivo o estudo da taxonomia dos ostracodes das plataformas leste e nordeste do Brasil, buscando a integração destas informações à compreensão da sua origem e distribuição zoogeográfica. O material de estudo incluiu 102 amostras sedimentológicas, coletadas por amostradores tipo Phipps ou Van Veen, provenientes do projeto REMAC (Reconhecimento Global da Margem Continental), tratos 4 e 7, em profundidades que variaram de 12 a 110 m. Os ostracodes recuperados das amostras foram acondicionados em lâminas de células múltiplas através das técnicas usuais para a preparação e o estudo de carapaças e valvas de ostracodes. Foram reconhecidas 128 espécies não se descartando a possibilidade de espécies novas. A área de estudo é caracterizada por possuir 34% de espécies típicas de águas temperadas, 42% de águas quentes e 5% de espécies euritérmicas. As 19% restantes não puderam ser avaliadas por apresentarem baixa ocorrência. A comparação da distribuição da fauna de águas temperadas com a de águas quentes permitiu a identificação plena dos limites da zona de transição proposta por Coimbra & Ornellas (1989) e modificada por Coimbra et al. (1995). O levantamento total da fauna da porção setentrional da plataforma continental brasileira (entre o Cabo Orange e Cabo Frio) reconheceu 213 espécies, sendo 32% endêmicas. A análise da distribuição da ostracofauna permitiu o reconhecimento de cinco padrões de distribuição da fauna, todos aparentemente limitados por fatores ambientais. Baseado no grau de endemismo, na distribuição da fauna e nas características ambientais da área de estudo, foi proposta uma nova província zoogeográfica, a Província Brasileira, cujo limite sul está em torno das latitudes 15º/16ºS. O limite norte continua em aberto devido à inexistência de trabalhos para Ostracoda na região situada entre a Guiana Francesa e Guiana. Os representantes fósseis da Província Brasileira contam com espécies que ocorrem desde o Terciário. A ostracofauna não endêmica provavelmente teve seu sucesso de dispersão facilitado pelas variações eustáticas que ocorreram ao longo do Neógeno e Quaternário. A presença de massas d’água mais quentes é a característica que melhor explica a distribuição atual dos ostracodes marinhos rasos da porção setentrional da plataforma continental brasileira. / The studies concerning Recent and Sub-Recent ostracodes from the Brazilian continental shelf have been so far devoted mainly to the Equatorial and to the South/Southeast shelves. The region between these two shelves, consisting of the area between Cabo de São Roque (RN) and Cabo Frio (RJ), has not been appropriately studied and displays several gaps in Ostracoda taxonomy and zoogeography. In order to improve these deficiencies, the present study approaches the taxonomy of ostracodes form the East and the Northeast Brazilian shelves, aiming at the understanding of its origin and zoogeographical distribution. The 102 samples on which this study is based on were collected by Phillips and Van Veen grabs samplers from Remac Project (legs 4 and 7), at depths that vary from 12 m to 110 m. One hundred twenty-eigth species have been identified, some of which may be new. 34% of the species found in the study area are typical of temperate water, 42% of warm water and 5% are eurythermal. The remaining 13% of the species could not be evaluated due to insufficient occurrence. The comparison of the distribution of the temperate water fauna with the warm water fauna allowed the full identification of the limits of the transition area proposed by Coimbra & Ornellas (1989) and modified by Coimbra et al. (1995). The complete review of the fauna of the northern portion of the Brazilian Continental Shelf from Cabo Orange (AM) to Cabo Frio (RJ) recognized 213 species, 32% of which are endemic. The analysis of the distribution of the ostracode fauna allowed the identification of five distribution patterns, all of which are apparently limited by ambiental factors. A new zoogeographical province (the Brazilian Province) has been proposed. Its southern limit is located in the 15º/16º S latitude. The northern limit remains indeterminate, due to the inexistence of ostracode studies in the region from French Guyana to Guyana. Fossil representatives for the Brazilian Province display specimens that are as old as the Tertiary. The non-endemic ostracode fauna probably has its dispersion success rendered easier by the sea-level fluctuations that occurred in the Neogene and Quaternary. The presence of warmer water masses is the factor that more appropriately explains the present distribution of shallow marine ostracodes in the northern portion of the Brazilian continental shelf.
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Estudos sobre a morfologia de Parastacus brasiliensis (von Martens, 1869) (Crustacea, Decapoda, Parastacidae)Horn, Ana Cristina Moura January 2003 (has links)
A família Parastacidae inclui os crustáceos límnicos conhecidos como lagostins-de-água-doce. A espécie Parastacus brasiliensis (von Martens, 1869) é endêmica da região meridional brasileira, ocorrendo nas bacias que formam o estuário do Guaíba, na depressão central do Estado do Rio Grande do Sul. O presente trabalho reúne um estudo da organização morfológica do lagostim Parastacus brasiliensis. Os animais foram coletados, majoritariamente nas cabeceiras do Rio Gravataí e trazidos ao Laboratório de Carcinologia do Departamento de Zoologia da UFRGS, onde foram mantidos em aquários de cultivo. Os espécimes foram anestesiados e dissecados. Os detalhes da organização morfológica dos animais foram descritos com apoio em desenhos, documentação fotográfica e também estudos ultramicroscópicos, com apoio em microscopia eletrônica de varredura. Para o estudo do sistema circulatório do animal utilizou-se a técnica de perfusão com resinas coloridas. Na análise da morfologia externa foram encontrados treze tipos de setas, as quais foram comparadas e classificadas seguindo os trabalhos de THOMAS (1970, 1973). Os apêndices seguem o padrão usual para os demais crustáceos, conforme o descrito por WARNER (1977). O estudo da morfologia interna mostrou um sistema digestivo bem desenvolvido, estômago bastante amplo com ossículos e dentes bastante robustos. O sistema circulatório é aberto, com várias artérias partindo do coração e lançando ramificações para os demais órgãos, cavidades e sistemas do corpo. Pequenas arteríolas que abastecem os apêndices bucais foram identificadas. As brânquias são do tipo tricobrânquias e apresentam diferenças no número e no grau de desenvolvimento quando comparados com lagostins de outras famílias. Vasos de irrigação sangüínea das brânquias foram fotografados e descritos. O hermafroditismo de P. brasiliensis estudado por ALMEIDA & BUCKUP (2000) também foi confirmado através de observações da morfologia dos poros genitais dos animais.
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Análise taxonômica e bioestratigráfica das folhas de Glossopterídeas de depósitos eopermianos da Bacia do Paraná, BrasilTybusch, Graciela Pereira January 2013 (has links)
Esta tese teve como objetivo inicial estabelecer critérios mais precisos para classificação taxonômica das folhas de Glossopteridales, com especial ênfase à reavaliação daquelas do tipo “gangamopteróide”, a fim de determinar sua distribuição estratigráfica ao longo do intervalo Permiano Inferior da Bacia do Paraná. Para tanto, foram ponderados os critérios morfológicos que diagnosticavam os três morfogêneros de folhas de glossopterídeas presentes na Bacia do Paraná, i.é Rubidgea Tate, Gangamopteris McCoy e Glossopteris Brongniart. Consequentemente houve uma reavaliação taxonômica das formas previamente incluídas nos gêneros Rubidgea e Gangamopteris, visando estabelecer uma maior precisão e uniformidade na classificação dessas formas. Além disso, algumas formas de Glossopteris também foram analisadas. O estudo foi desenvolvido a partir do levantamento de mais de mil espécimes depositados no acervo paleobotânico de diferentes instituições (UFRGS, UNISINOS, UNIVATES, USP, UFRJ-MN, DNPMRJ), bem como, de amostras inéditas coletadas ao longo de atividades de campo, referentes a 11 localidades consideradas mais importantes do ponto de vista paleobotânico, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, a saber: Acampamento Velho, Faxinal, Cerro do Chapéu, Morro do Papaléo, Cambaí Grande e Quitéria, no Rio Grande do Sul; Bainha, Lauro Müller e Rio da Estiva, em Santa Catarina; São João do Triunfo, no Paraná; Sítio Itapema, em São Paulo. Como resultado da reavaliação taxonômica, os espécimes previamente descritos e incluídos no gênero Rubidgea, encontrados em depósitos do sul (i.é Rio Grande do Sul) e nas porções mais ao norte da Bacia Paraná (i.é São Paulo), foram realocados em Gangamopteris, pois se constatou que estes não correspondiam à diagnose original do gênero, uma vez que apresentavam anastomoses ao longo da lâmina foliar. Além da inclusão de todos os fósseis sul-rio-grandenses anteriormente classificados como Rubidgea em Gangamopteris, classificaram-se os espécimes deste último gênero em sete morfoespécies, e.g. Gangamopteris obovata, G. cyclopteroides var. nov. dolianitii (= G. obovata var. major), G. buriadica, G. revoluta, G. cyclopteroides, G. sulriograndensis, G. aff. G. mosesi, distribuídas em distintos níveis estratigráficos em localidades eopermianas do Rio Grande do Sul. Deste modo, duas novas espécies e uma nova variedade, atribuídas ao gênero Gangamopteris, foram descritas e propostas nesta tese, a saber: Gangamopteris revoluta Tybusch e Iannuzzi e G. sulriograndensis Tybusch, Iannuzzi, Frank, G. cyclopteroides var. nov. dolianitii Tybusch e Iannuzzi. Foi realizada uma emenda à diagnose original de Glossopteris occidentalis White emed. Tybusch e Iannuzzi, o que proporcionou a ampliação da distribuição geográfica e bioestratigráfica desta espécie para o eopermiano da bacia. O registro de folhas de glossopterídeas foi revisado e analisado para os afloramentos Cambaí Grande e Rio da Estiva. Assim sendo, foi confirmada, o primeiro registro de folhas do tipo Glossopteris (Glossopteris aff. G. zeilleri) e da espécie indiana Gangamopteris cyclopteroides Feistmantel na paleoflora de Cambaí Grande. Na paleoflora de Rio da Estiva, folhas do tipo Glossopteris foram classificadas em nível de espécie, e.g. Glossopteris communis Feistmantel, G. occidentalis White emend. Tybusch e Iannuzzi e Glossopteris cf. G. indica Schimper, e Gangamopteris obovata (Carr.) White foi assinalada pela primeira vez. A partir da extensa revisão das folhas de glossopterídeas dos afloramentos estudados foi possível realizar uma análise fitoestratigráfica dentro do intervalo Permiano Inferior da bacia (i.é Grupo Itararé - Formação Rio Bonito), a partir da qual foram estabelecidos quatro intervalos (I a IV) bem definidos por conjuntos de táxons e indicadas algumas morfoespécies que poderiam ser utilizadas como fósseis-índice em fitozoneamentos futuros. Por fim, Gangamopteris e Glossopteris foram considerados como dois gêneros distintos e válidos. Porém, sugeriu-se que as formas similares às folhas da espécie Gangamopteris obovata (Carr.) White, poderiam vir a ser reclassificadas em um novo gênero devido a ausência de uma venação mediana diferenciada. / This Ph.D. dissertation was the initial goal to establish clearer criteria for taxonomic classification of leaves from Glossopteridales, with special emphasis on revaluation of those type "gangamopteroid" in order to determine their stratigraphic distribution along the Lower Permian interval of the Paraná Basin. For both, the morphological criteria that characterized the three morphogenera of glossopterid leaves present in the Paraná Basin, i.e. Rubidgea Tate, Gangamopteris McCoy and Glossopteris Brongniart have been weighted. Consequently there was a taxonomic reevaluation of the forms previously included in the genera Rubidgea and Gangamopteris, to establish greater accuracy and uniformity in classification of these forms. In addition, some forms of Glossopteris were also analyzed. This study was developed through from the survey of over a thousand of specimens housed in the palaeobotanical collections of various institutions (UFRGS, UNISINOS UNIVATES, USP, MN-UFRJ, RJ-DNPM), as well as unpublished samples collected along the field trips, referring to 11 sites considered the most important from the point of view palaeobotanical, in the states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná and São Paulo, as follows: Acampamento Velho, Faxinal, Cerro do Chapéu, Morro do Papaléo, Cambaí Grande and Quitéria, in Rio Grande do Sul; Bainha, Lauro Müller and Rio da Estiva, in Santa Catarina; São João do Triunfo, in Paraná; Sítio Itapema, in São Paulo. As a result of taxonomic reevaluation, the specimens previously described and included in the genus Rubidgea, found in deposits from the south (i.e. Rio Grande do Sul) and in the further north portions of the Paraná Basin (i.e. São Paulo), were relocated in Gangamopteris, it was found that they did not correspond to the original diagnosis of the genus since it had anastomosis along the leaf lamina. In addition to including all fossils from Rio Grande do Sul previously classified as Rubidgea in Gangamopteris, were classified specimens of the latter genus in seven morphospecies, e.g. Gangamopteris obovata, G. cyclopteroides var. nov. dolianitii (= G. obovata var. major), G. buriadica, G. revoluta, G. cyclopteroides, G. sulriograndensis, G. aff. G. mosesi, distributed at different stratigraphic levels in Early Permian localities. Thus, two new species and one new variety, assigned to the genus Gangamopteris, were described and proposed in this thesis, namely: Gangamopteris revoluta Tybusch & Iannuzzi e G. sulriograndensis Tybusch, Iannuzzi, Frank, G. cyclopteroides var. nov. dolianitii Tybusch & Iannuzzi. The original diagnosis of Glossopteris occidentalis White was emended by Tybusch and Iannuzzi, which provided a biostratigraphic and geographic expansion of previous distribution of this species in the Early Permian strata from the basin. Also, the record of glossopterid leaves was reviewed and analyzed for Cambaí Grande and Rio da Estiva outcrops. Therefore, it was confirmed, the first record of the Glossopteris-type leaves (Glossopteris aff. G. zeilleri) and Indian species Gangamopteris cyclopteroides Feistmantel in paleoflora of Cambaí Grande outcrop. In paleoflora of Rio Estiva, the Glossopteris-type leaves were classified at the species level, e.g. Glossopteris communis Feistmantel, G. occidentalis White emend. Tybusch and Iannuzzi and Glossopteris cf. G. indica Schimper, and Gangamopteris obovata (Carr.) White was recorded for the first time. From the extensive review of the glossopterid leaves of the study outcrops, have been possible to carry out a fitostratigraphic analysis within the Lower Permian interval of the basin (i.e. Itararé Group - Rio Bonito Formation), from which the four intervals (I to IV) were established based on well-defined sets of taxa and some morphospecies that could be used as index fossils in future phytozonation were indicated. Finally, Gangamopteris and Glossopteris were considered as two distinct and valid genera. However, it was suggested that forms of leaves similar to the species Gangamopteris obovata (Carr.) White could turn out to be reclassified in a new genus due to absence of a differentiated midrib.
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Taxonomia e distribuiçao do gênero Aulacoseira Thwaites(Bacillariophyta ) no BrasilTremarin, Priscila Izabel January 2012 (has links)
O gênero Aulacoseira Thwaites é exclusivo de águas continentais e possui ampla distribuição mundial. As espécies do gênero vêm sendo estudadas, principalmente para regiões temperadas da América do Norte e Europa. Atualmente, Aulacoseira conta com aproximadamente 60 espécies, dentre fósseis e atuais. No Brasil, apenas 17 espécies foram registradas e poucos trabalhos apresentaram informações sobre a ultra-estrutura da frústula. Desta forma, o presente estudo teve por objetivos analisar as características morfológicas e estruturais das espécies de Aulacoseira do Brasil e a distribuição geográfica das espécies em ambientes aquáticos brasileiros. O estudo baseou-se em 286 amostras de plâncton e perifíton, procedentes de diversos tipos de ambientes, como rios, lagos, lagoas e reservatórios, abrangendo 24 estados brasileiros. Exemplares de Aulacoseira foram analisados sob microscopia óptica e eletrônica de varredura e transmissão. Os táxons encontrados foram descritos, mensurados, ilustrados e comentados. Uma chave dicotômica foi providenciada para auxiliar na determinação das espécies e glossário para compreensão das estruturas. A análise do material permitiu a identificação de 23 táxons infragenéricos de Aulacoseira, sendo 18 espécies, três variedades não típicas e duas formas taxonômicas. Dentre estas, seis constituíram novas espécies para ciência (A. brasiliensis, A. calypsi, A. minuscula, A. pantanalensis, A. samariana e A. simoniae) e duas não foram determinadas em nível específico. Aulacoseira pseudoamericana e A. herzogii var. minor constituíram citação pioneira para o Brasil e A. gessneri teve sua ultra-estrutura documentada pela primeira vez. Dos 29 táxons infragenéricos de Aulacoseira já registrados para o Brasil, apenas 13 foram encontrados durante o estudo, alguns táxons foram reidentificados e outros puderam ser revistos devido há ausência de informações complementares nas publicações. Aulacoseira calypsi, A. gessneri, A. pantanalensis, A. pseudoamericana, A. samariana e A. herzogii var. minor apresentaram distribuição restrita à áreas de clima tropical enquanto que Aulacoseira cf. alpigena, A. granulata var. angustissima f. spiralis e Aulacoseira sp.2 ocorreram exclusivamente em regiões subtropicais. O elevado número de novas espécies encontradas ressalta a importância de estudos taxonômicos mais aprofundados para melhor conhecimento das características diacríticas das espécies que ocorrem em ambientes continentais brasileiros. Palavras-chave: ambientes continentais, diatomáceas cêntricas, taxonomia, ultra-estrutura. / The genus Aulacoseira Thwaites is exclusive of continental waters and has worldwide distribution. The species of this genus have been widely studied, mainly to temperate regions of North America and Europe, and the taxa that occur in South America are poorly known. Currently, Aulacoseira has approximately 60 species, among fossil and recent. In Brazil, only 17 species were recorded and few studies presents data on the ultrastructure of the frustule. Thus, this study aimed to analyze the structural and morphological features of the Aulacoseira genus and geographical distribution of species in aquatic environments in Brazil. The study was based on 286 samples of plankton and periphyton, collected in different types of environments such as rivers, lakes, ponds and reservoirs distributed in 24 states. Specimens of Aulacoseira were examined under light and electron microscopy. The taxa were described, measured, illustrated and discussed. Dichotomous key was provided to assist in determining the species and glossary for understanding the structures described. The analysis allowed the identification of 23 infrageneric taxa of Aulacoseira, with 18 species, three varieties and two non typical taxonomic forms. Among these, six new species for science were found (A. brasiliensis, A. calypsi, A. minuscula, A. pantanalensis, A. samariana e A. simoniae) and two were not determined at specific level. Aulacoseira pseudoamericana and A. herzogii var. minor were first recorded in Brazil and A. gessneri its ultrastructure was first revealed. Of the 29 taxa of Aulacoseira already recorded in Brazil, only 13 were found during the study, some taxa were reidentified and others could not be revised because there is no additional information in publications. Aulacoseira calypsi, A. gessneri, A. pantanalensis, A. pseudoamericana, A. samariana and A. herzogii var. minor present distribution restricted to tropical areas while Aulacoseira cf. alpigena, A. granulata var. angustissima f. spiralis and Aulacoseira sp.2 occurred exclusively in the subtropics.The high number of new species found highlights the importance of more detailed taxonomic studies to improve knowledge of diacritical features of the species occurring in Brazilian environments.
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O gênero Pavonia Cav.(Malvaceae) no Rio Grande do Sul, BrasilGrings, Martin January 2011 (has links)
O gênero Pavonia, provavelmente o maior da família Malvaceae, é representado por 250 espécies, 224 nas Américas (ausente apenas no Chile) e 134 no Brasil. Situa-se na tribo Malvavisceae, por possuir o dobro de estiletes e estigmas na flor em relação ao número de carpelos. Trata-se de um gênero que é representado por ervas prostradas, subarbustos, arbustos e raramente por pequenas árvores. Os objetivos do presente trabalho são: 1) levantamento florístico e produção de uma chave dicotômica para os gêneros nativos da subfamília Malvoideae no Rio Grande do Sul; 2) estudo taxonômico das espécies nativas do gênero Pavonia no Rio Grande do Sul com a) caracterização do gênero Pavonia, b) levantamento das espécies de Pavonia presentes no Rio Grande do Sul, através de revisão de espécimes depositados nos herbários e coletas realizadas em diversas regiões do Estado e c) fornecimento de meios para a identificação das espécies: chave analítica, descrições e ilustrações. Foram percorridas todas as regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul (20 expedições, 50 dias em campo) e foi revisado o material de 20 herbários do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina, totalizando 1450 exsicatas observadas. Foram catalogadas 34 espécies, 31 delas coletadas e três apenas observadas em exsicatas, totalizando 221 espécimes incluídos no herbário ICN. Estas espécies estão distribuídas em três subgêneros, quatro seções e três subseções. Destaca-se a descrição de três novas espécies, uma nova ocorrência para o Brasil, quatro novas ocorrências para o Rio Grande do Sul e duas sinonimizações. Muitas espécies de Pavonia são raras e apresentam pequena área de ocorrência, fato que, aliado à perda de seu hábitat pela expansão de monoculturas e hidrelétricas, faz necessária a sua inclusão na Lista Oficial da Flora Ameaçada do Rio Grande do Sul. / The genus Pavonia, probably the largest within Malvaceae family, is represented by 250 species, out of which 224 are from America (absent only in Chile) and 134 from Brazil. It is placed in tribe Malvavisceae, because it has twice as many styles and stigmas as it has carpels. Pavonia is a genus represented by prostate herbs, subshrubs, shrubs and rarely small trees. The objectives of the present study were: 1) a floristic survey and the elaboration of a key for the native genera of subfamilyMalvoideae in Rio Grande do Sul and 2) a taxonomic study of the native species of Pavonia in Rio Grande do Sul, encompassing: a) characterization of the genus Pavonia, b) survey of the Pavonia species present in Rio Grande do Sul, through herbaria revision and fresh collected specimens throughout the State and c) provide means for identification of the species: key, descriptions and illustrations. All the physiographical regions of Rio Grande do Sul were surveyed (20 expeditions and 50 days on the field) and material from 20 herbaria of Southern Brazil, Uruguay and Argentina were revised, comprising 1.450 observed specimens. We catalogued 34 species, out of which 31 were collected and three were only observed in herbaria. A total of 221 specimens were included in ICN herbarium. The species are distributed in three subgenera, four sections and three subsections. Emphasis was given for the description of three new species, one new occurrence for Brazil, four new occurrences for Rio Grande do Sul and one synonymizing. Many Pavonia species are rare, and occurred in small geographical areas. In addition, the loss of their habitat, coupled with the expansion of monocultures and construction of dams, emphasizes the necessity of their inclusion in the Oficial List of Threatned Flora of Rio Grande do Sul.
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Políporos (Basidiomycota) da floresta ombrófila mista de São Francisco de Paula, Rio Grande do SulWestphalen, Mauro Carpes January 2011 (has links)
A fim de ampliar o conhecimento dos políporos no Rio Grande do Sul e no Brasil, foi realizado o levantamento destes fungos em áreas de Floresta Ombrófila Mista no município de São Francisco de Paula. O município, localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, se caracteriza pela elevada taxa pluviométrica durante todos os meses do ano. Cerca de 200 espécimes foram coletados entre abril de 2009 e junho de 2010, resultando em 84 táxons identificados. Onze espécies são descritas e ilustradas: Antrodia variiformis (Peck) Donk, Flaviporus subundatus (Murrill) Ginns, Junghuhnia carneola (Bres.) Rajchenb., J. meridionalis (Rajchenb.) Rajchenb., J. minuta I. Lindblad & Ryvarden, J. nitida (Pers.) Ryvarden, J. polycystidifera (Rick) Rajchenb., J. undigera (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden, Rigidoporus crocatus (Pat.) Ryvarden, R. undatus (Pers.) Donk e Trechispora mollusca (Pres.) Liberta. Antrodia variiformis, Flaviporus subundatus, Rigidoporus crocatus e Trechispora mollusca são registradas pela primeira vez para o Brazil. Fomitiporia maxonii Murril é citada pela primeira vez para o Rio Grande do Sul enquanto Rigidoporus undatus é um novo registro pra o sul do Brasil. Uma chave de identificação para as espécies de Junghuhnia encontradas no Brasil, assim como uma chave para as espécies ressupinadas encontradas na área de estudo são apresentadas. / In order to increase the knowledge of polypores from Rio Grande do Sul State and Brazil, a survey was carried out in areas of Araucaria Forest in the municipality of São Francisco de Paula. The municipality, located in northeastern Rio Grande do Sul, is characterized by high rainfall rates during all months of the year. About 200 specimens were collected between April 2009 and June 2010, resulting in 84 taxons identified. Eleven species are described and illustrated: Antrodia variiformis (Peck) Donk, Flaviporus subundatus (Murrill) Ginns, Junghuhnia carneola (Bres.) Rajchenb., J. meridionalis (Rajchenb.) Rajchenb., J. minuta I. Lindblad & Ryvarden, J. nitida (Pers.) Ryvarden, J. polycystidifera (Rick) Rajchenb., J. undigera (Berk. & Curtis) Ryvarden, Rigidoporus crocatus (Pat.) Ryvarden, Rigidoporus undatus (Pers.) Donk and Trechispora mollusca (Pres.) Liberta. Antrodia variiformis, Flaviporus subundatus, Rigidoporus crocatus and Trechispora mollusca are registered for the first time from Brazil. Fomitiporia maxonii Murrill is first mentioned from Rio Grande do Sul while Rigidoporus undatus is a new record from southern Brazil. A key to the species of Junghuhnia Corda found in Brazil as well as a key to the resupinate species found in the study area are presented.
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Análise taxonômica, estratigráfica e ecológica de sementes e estruturas reprodutivas do permiano inferior da Bacia do ParanáSouza, Juliane Marques de January 2013 (has links)
É consenso entre pesquisadores a necessidade de estudos que busquem a determinação e a compreensão das estruturas reprodutivas e dos diásporos das plantas fósseis, uma vez que, assim como na taxonomia de plantas atuais, estas estruturas podem conduzir à determinação de grupos naturais de classificação por meio da vinculação filogenética dos grupos de plantas. Para isso, é necessário entender a real diversidade morfológica das sementes, bem como das estruturas reprodutivas às quais estão, ou poderiam estar, associadas. Assim, o presente estudo objetivou analisar taxonomicamente, estratigraficamente e ecologicamente sementes e estruturas reprodutivas encontradas no Permiano Inferior da Bacia do Paraná. De maneira específica, este estudo teve como objetivos: (i) descrever novas ocorrências de sementes e de estruturas reprodutivas, comparando-as com espécies já descritas na literatura; (ii) identificar as estratégias de dispersão dos grupos funcionais das sementes analisadas; (iii) sistematizar o conhecimento disponível referente às sementes e às estruturas reprodutivas gondvânicas, com ênfase nos morfogêneros que ocorrem na Bacia do Paraná; (iv) posicionar estratigraficamente as morfoespécies de sementes e das estruturas reprodutivas pertencentes aos morfogêneros que ocorrem em depósitos da bacia supracitada. Com vistas a atender aos objetivos propostos, realizou-se a análise de novos espécimes de sementes e de estruturas reprodutivas recuperados dos afloramentos Morro do Papaléo, Morro do Papaléo-Seção Faxinal, Morro do Paraléo-Cocuruto, localizados no estado do Rio Grande do Sul, e Rio da Estiva e Itanema II, situados no estado de Santa Catarina. Ainda, foram revisadas as coleções paleobotânicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ) que contêm estruturas reprodutivas e sementes provenientes de diferentes afloramentos paleozoicos brasileiros. Todo o material estudado está posicionado no intervalo estratigráfico que se estende da porção superior do Grupo Itararé ao topo da Formação Rio Bonito. Dentre os resultados obtidos, o presente estudo apresenta uma revisão geral das sementes descritas para o Gondwana, tendo como foco o refinamento terminológico e descritivo dessas estruturas, bem como a distribuição estratigráfica e geográfica das morfoespécies conhecidas. Em decorrência desta análise, apresentam-se novas ocorrências de algumas sementes em depósitos brasileiros (i.é, Samaropsis seixasii, S. tasacunensis, S. moreirana e Samaropsis sp. 1), bem como propõe-se a sinonímia entre Samaropsis gigas e Samaropsis mendesii, a partir de uma emenda à diagnose desta última morfoespécie. Em seguida, organizam-se as morfoespécies conhecidas de sementes em uma chave dicotômica, buscando-se assim facilitar os estudos comparativos necessários às determinações dos novos espécimes. Em termos bioestratigráficos, a sistematização das informações sobre as sementes fósseis do Gondwana possibilitou a identificação de morfoespécies brasileiras correlatas com formas encontradas em países como Índia, Argentina, África do Sul e Austrália. Em relação às estruturas reprodutivas, foram revisadas as formas das famílias Dictyopteridiaceae e Arberiaceae. Verificou-se que a Família Dictyopteridiaceae está representada na Bacia do Paraná por apenas dois gêneros, i.é, Plumsteadia e Ottokaria, sendo que este último, embora mais frequente é composto por apenas duas morfoespécies, O. ovalis e O. sancta-catharinae. Ainda, para esta última morfoespécie, foram registradas novas ocorrências e a presença de uma nova variedade de tamanho diminuto. Com isso, uma chave dicotômica para as espécies gondvânicas do gênero Ottokaria foi proposta. Bioestratigraficamente, constatou-se a ocorrência de 11 morfoespécies de Ottokaria no Permiano Inferior e apenas duas morfoespécies restritas ao Permiano Superior para o Gondwana. No que se refere à Família Arberiaceae, foram constatadas a presença de dois gêneros em depósitos brasileiros, são eles: Arberia e Arberiopsis. O primeiro está amplamente representado por Arberia minasica, cujos espécimes foram revisados e reavaliados. A partir desta reanálise, alguns espécimes descritos para A. minasica foram retirados e inseridos em Arberia opposita nov. comb. Além disso, foi determinada, pela primeira vez, a presença de Arberia cf. A. hlobanensis em depósitos brasileiros, bem como a proposição de uma nova espécie Arberia, recuperada do afloramento Itanema II, em Santa Catarina. Estratigraficamente, constatou-se que a Família Arberiaceae, no Brasil, encontra-se restrita à Formação Rio Bonito. Finalmente, uma análise das possíveis estratégias de dispersão utilizadas pelas sementes estudadas aqui evidenciou a predominância da anemocoria e, em alguns casos, da hidrocoria. Ainda, em relação ao tamanho predominante destas sementes, as análises mostraram um aumento de tamanho nas sementes do Grupo Itararé para a Formação Rio Bonito, o que parece ser justificado pela amenização climática que se estabeleceu ao final do intervalo de deposição do Grupo Itararé. Essa amenização teria conduzido ao relativo adensamento da vegetação, favorecendo assim sementes com maior reserva nutritiva. / It is consensus among researchers the need for studies which aim for determination and understanding of the fructifications and the diasporas of fossil plants, once in the taxonomy of modern plants, these structures can lead to the determination of natural groups by the phylogenetical linking of the groups of plants. For this it is necessary to understand the real morphological diversity of seeds and fructifications to which they are or could be associated. Thus, the present study aimed to analyze taxonomically, stratigraphically and ecologically seeds and fructifications found in the Lower Permian of the Paraná Basin. Specifically, this study aimed to: (i) describe new occurrences of seeds and fructification, comparing them with species already described in the literature, (ii) identify strategies of seeds dispersal, (iii ) systematize the knowledge available regarding the fructifications and seeds from Gondwana emphasizing the genera of Paraná Basin, (iv) position, stratigraphically, morphospecies of seeds and fructifications belonging to morphogenera recovered from deposits of Paraná Basin. In order to meet the proposed objectives, we performed the analysis of new specimens of seeds and fructifications recovered from outcrops Morro do Papaléo, Morro do Papaléo- Faxinal Section, Morro do Papaléo- Cocuruto located in the state of Rio Grande do Sul, and Rio da Estiva and Itanema II, located in the state of Santa Catarina. Still, were reviewed palaeobotanical collections of the University of São Paulo (USP) and the National Museum of Rio de Janeiro (UFRJ) which contain reproductive structures and seeds from different Brazilian Paleozoic outcrops. All the studied material is positioned in the stratigraphic interval that extends from the uppermost Itararé Group until uppermost Rio Bonito Formation. Among the results, this study gives an overview of the seeds described for Gondwana, focusing on the refinement and descriptive terminology of these structures, as well as the geographic and stratigraphic distribution of morphospecies known. As a result of this analysis, we present some new occurrences of seeds in Brazilian deposits (i.e, Samaropsis seixasii, S. tasacunensis S. moreirana and Samaropsis sp. 1), as well as propose the synonymy between Samaropsis gigas and Samaropsis mendesii from an emendation to the diagnosis of the latter. After, the morphospecies were organized in a dichotomous key to facilitate comparative studies necessary for determination of new specimens. In biostratigraphic terms, the systematization of information about fossil seeds of Gondwana led to the identification of Brasilian morphospecies related to forms found in countries like India, Argentina, South Africa and Australia. Regarding fructifications, forms of Dictyopteridiaceae and Arberiaceae were revised. It was found that the Dictyopteridiaceae is represented in the Paraná Basin by only two genera, Plumsteadia and Ottokaria, which latter, even more often, consists of only two morphospecies, O. ovalis and O. sancta-catharinae. Still, for the latter morphospecies were recorded new ocurrence and the presence of a new variety of miniature size. Then, a dichotomous key to the species of the Ottokaria was proposed. In stratigraphic terms, it was noticed 11 morphospecies of Ottokaria from Lower Permian and only two morphospecies are restricted to the Upper Permian of Gondwana. As regards the Arberiaceae, the presence of two genera in brazilian deposits were verified, they are: Arberia and Arberiopsis. The first is widely represented by Arberia minasica, whose specimens were reviewed and reassessed. From this review, some specimens described for A. minasica were removed and placed in Arberia opposita nov comb. Furthermore, it was determined, for the first time, the presence of Arberia cf. A. hlobanensis in Brazilian deposits, as well as the proposal of a new species Arberia, recovered from Itanema II outcrop, in Santa Catarina. Stratigraphically, it was found that Arberiaceae, in Brazil, is restricted to the Rio Bonito Formation. Finally, an analysis of the possible seed dispersal strategies of the studied seeds showed the predominance of anemochory and, in some cases, the hydrochory. Furthermore, about the patter of seed size, the analysis reveal an increase in seed size from Itararé Group to the Rio Bonito Formation, which seems to be explained by climatic amelioration that was established at the end of the interval deposition of Itararé Group. This mitigation would have led to the relative densification of the vegetation, thereby seeds with higher nutrient reserves were favored.
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Flora pleistocênica do Paleolago Cemitério, Catalão, GO: taxonomia e fitofisionomiaSilva, Simone Carolina Sousa e January 2013 (has links)
O Afloramento Paleolago Cemitério, localizado na mina de fosfato a céu aberto da “Ultrafértil”, município de Catalão, Goiás, possui depósito lacustre de idade quaternária (Pleistoceno tardio), originado pelo preenchimento de uma depressão na parte central do Complexo Carbonatítico de Catalão I, onde sedimentos, ricos em espículas de esponjas, diatomáceas e macrorrestos vegetais, assentam discordantemente sobre um domo de rochas magmáticas carbonatíticas do Cretáceo Superior. Foram analisadas as tafofloras do paleolago Cemitério a partir de folhas fósseis de angiospermas presentes em duas Seções (1 e 2). É abordada aqui a taxonomia das folhas fósseis de angiospermas, incluindo descrições morfológicas diagnósticas, e o enquadramento fitofisionômico da paleoflora. Para esse fim, foram coletadas centenas de espécimes de folhas fossilizadas das quais foram selecionados de acordo com o grau de preservação. Os espécimes selecionados foram inicialmente agrupados de acordo com aspectos morfológicos gerais. Os critérios diagnósticos mais importantes utilizados estiveram relacionados aos padrões de nervação. Em seguida, as folhas foram descritas minuciosamente e identificadas com auxílio de especialistas. O estudo taxonômico dos macrorrestos vegetais nessas rochas confirmou a existência de 62 morfótipos identificados (46 em nível específico, 11 em nível genérico e 5 permaneceram apenas como Família) distribuídos em 23 Famílias. Em todos os níveis fossilíferos, os espécimes apresentaram correspondentes modernos. Devido ao excelente grau de preservação dos fósseis, foi possível realizar uma boa identificação taxonômica sugerindo que as folhas presentes no afloramento Paleolago Cemitério sofreram pequenos transportes e desidratação, bem como ataques por agentes biológicos, antes da deposição, tendo assim ficado pouco tempo expostas à degradação subaérea. A composição florística não acusou a presença de elementos de caatinga e sim de uma vegetação tipo formação florestal do Bioma Cerrado. O estudo permitiu também associar as tafofloras com as diferentes fitofisionomias do Cerrado, em especial às formações florestais, indicando a preservação de um mosaico vegetacional e não exclusivamente elementos que representavam apenas as Matas de Galerias. A paleoflora encontrada em Catalão apresentou alta riqueza de espécies identificadas, representando um excelente registro da flora pretérita que ocupou essa região no Pleistoceno. / The Paleolake Cemitério Outcrop, situated in the open cast mine of Ultrafertil enterprise, in municipality of Catalão, Goiás state, correspond to a lacustrine deposit of Quaternary age (late Pleistocene) originated by filling out a depression in the central part of the Carbonatitic Complex from Catalão I, where the sediments rich in sponge spicules, diatom frustules and plant macroremains, lie unconformably on the dome of carbonatitic magmatic rocks from the Upper Cretaceous. We analyzed the plant assemblages of Paleolake Cemitério from fossil angiosperm leaves present in two Sections (1 and 2). It is addressed here the taxonomy of fossil angiosperm leaves, including the diagnostic morphological descriptions and the fitophysiognomic analysis. For this purpose, we collected a hundreds of specimens of fossil leaves which have been selected to this study according to the degree of preservation. The selected specimens were initially clustered according general morphology. The most important diagnostic criteria used were related to the venation pattern. Then the leaves were described in detail and identified with the aid of experts. The taxonomic analysis of plant remains in these deposit confirmed the occurrence of 62 morphotypes identified (46 in specific level, 11 in generic level and 5 remained only as family) distributed in 23 families. At all fossiliferous levels, the specimens demonstrated modern correspondent taxa. Due to the excellent degree of preservation of plant fossils, it was possible carry out a precise taxonomic identification, suggesting that the leaves present in this outcrop suffered minor transport and low dehydration, as well as attacks by biological agents, before the deposition, what means that they did not be exposed to the subaerial degradation for a long period. The floral composition did not accuse the presence of elements of Caatinga, but of one’s typical of forest formation of the Cerrado Biome. This study allowed also the association of the plant assemblages analyzed with different fitophysiognomies of the Cerrado, especially with forest formations, indicating the preservation of a vegetation mosaic and not only elements that represented exclusively Mata de Galeria. The paleoflora of Catalão showed high species richness indentified, representing a reliable register of the ancient flora that occupied this region during the Late Pleistocene.
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