• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 80
  • 22
  • 4
  • 1
  • Tagged with
  • 107
  • 107
  • 64
  • 44
  • 23
  • 20
  • 17
  • 16
  • 15
  • 13
  • 12
  • 11
  • 11
  • 11
  • 10
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
61

A influÃncia do Projeto Jardim de Gente na reinvenÃÃo do cotidiano dos jovens do Bom Jardim: um estudo de caso no curso de PrÃtica de Conjunto. / The influence of the Project Garden of People on the reinvention of daily life in the neighborhood of Bom Jardim: A case study on practice course.

Gabriel Nunes Lopes Ferreira 30 January 2015 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O presente trabalho aborda a educaÃÃo musical em espaÃos nÃo formais de ensino e como esses espaÃos contribuem para a educaÃÃo musical na periferia de Fortaleza. A pesquisa tem como objetivo compreender, sob a perspectiva dos estudantes, a importÃncia dos cursos de MÃsica realizados pelo Projeto Jardim de Gente. O Projeto à desenvolvido no Bairro Bom Jardim, nas instalaÃÃes do Centro Cultural Bom Jardim. O referencial teÃrico principal da pesquisa està baseado em Bourdieu, com seus estudos sobre jogos de poder e classes sociais; Certeau, com sua pesquisa sobre cotidiano; e Koellreutter, com sua proposta de EducaÃÃo Musical. Como abordagem metodolÃgica, foi realizado um estudo de caso no curso de PrÃtica de Conjunto. Foram escolhidos e entrevistados dez estudantes que participaram do curso no perÃodo de 2010 a 2013. AlÃm dos relatos dos dez estudantes, foram utilizados como fontes de evidÃncias os planejamentos do curso e tambÃm o Projeto PolÃtico PedagÃgico do Jardim de Gente, este Ãltimo desenvolvido de maneira coletiva com participaÃÃo da comunidade, estudantes, professores e coordenaÃÃo do Projeto. Assim, o curso de PrÃtica de Conjunto assume o papel de um espaÃo de mudanÃas de percepÃÃes com relaÃÃo à prÃtica musical e tambÃm com relaÃÃo Ãs atividades cotidianas dos estudantes. De acordo com os resultados, o Projeto surge como um espaÃo de democratizaÃÃo do saber musical, reinventando o cotidiano de seus frequentadores. / This paper discusses music education in non-formal spaces of education and how these spaces contribute to the musical education on the outskirts of Fortaleza. The project aims the understanding of the importance of music courses held by the Project Jardim de Gente (Garden of People) through the studentsâ perspective. The project is developed in the neighborhood of Bom Jardim, the premises of the Bom Jardim Cultural Center. The main theoretical framework of the research is based on Bourdieu, with his studies on power games and social classes; Certeau, with his research on everyday life; and Koellreutter, with its proposal for Music Education. As a methodological approach, a case study in the course of Joint Practice was made. Ten students who participated in the course in the period 2010 to 2013 were chosen and interviewed. In addition to this, course planning and the Pedagogical Political Project of Garden of People (Projeto PolÃtico PedagÃgico do Jardim de Gente) were used as sources of evidence, the latter was developed collectively with the participation of the community, students, teachers and coordination of the Project. Thus, the Practice course comes as perceptions of space changes with respect to musical practice and also in relation to daily students activities. According to the results, the project appears as a democratization of musical knowledge, reinventing the daily lives of its attendees.
62

O planejado e o vivido: histórias de vida de moradores do Sertão Goiano / The planed and experiencied: life histories of residentes of Sertão Goiano

Kalliandra de Moraes Santos Araújo 16 December 2014 (has links)
Esta dissertação é resultado de uma pesquisa com atingidos pela Usina Hidrelétrica Serra do Facão no sudeste de Goiás. Foram coletadas histórias de vida de moradores da zona rural de Goiás em dois momentos distintos. O primeiro em 2009, antes da instalação da barragem do rio São Marcos. O segundo momento das entrevistas foi pós o deslocamento compulsório, em 2012 e 2013, com a usina em funcionamento. Este intervalo entre as entrevista nos permitiu analisar o que foi planejado e o que foi efetivamente vivido por estes moradores do sertão goiano. Este empreendimento desapropriou 420 famílias, moradoras da zona rural em seis municípios: Catalão, Ipameri, Cristalina, Davinópolis, Campo Alegre de Goiás, em Goiás e Paracatu, no triângulo mineiro, Minas Gerais. Tomamos como recorte analítico as famílias remanescentes ou as famílias retornadas a terra, sendo assim, selecionamos seis histórias de vida que nos evidenciaram o que foi este processo de expulsão de suas terras de origem e as formas de reconstruir suas vidas agora não mais margeadas pelo rio. Os colaboradores foram mulheres e homens de distintas idades, todos moradores das beiras do rio São Marcos, localizados na zona rural do município de Campo Alegre de Goiás, que teve a maior área atingida e a maior quantidade de famílias desapropriadas. Por meio da História Oral, registarmos histórias de vida nas quais foram expostos os mecanismos de sobrevivência destes afogados. Transcriadas, as histórias de vida revelaram a complexidade deste cenário e demonstram a face perversa de expulsão do camponês de suas terras. Estes sujeitos tem outros conhecimentos para além do português letrado, que os permitiram reconfigurar a vida já tão dura pela lida na terra e pelos desmandos do estado. Revelou também que é preciso superar práticas autoritárias e de subordinação política na relação entre mediadores da barragem e camponeses, como uma das condições para uma nova retomada em suas vidas. / This dissertation is the result of a research about people affected by Serra do Facão Hydroelectric Dam at south-east Goiás. The histories of people who lived in the rural area were collected at two distinct times. First before the dams construction at São Marcos River in 2009. The second moment of interviews was after the mandatory move, in 2012 and 2013, with the power plant already producing. This time offset allowed us to analyze what had been planned and what the former residents of this area actually experienced. This venture expropriated 420 families living in the rural areas of six cities: Catalão, Ipameri, Cristalina, Davinópolis and Campo Alegre de Goiás in Goiás and Paracatu in Triângulo Mineiro region of Minas Gerais. As analytical approach taken cover the reminiscent families or families which returned to their land, so we selected six life stories what was this process of expulsion from their own land and ways of rebuilding their lives, now, no longer at the border of the river. The interviewed people were women and men of different ages, all residents of São Marcos river borders, in rural areas of the city of Campo Alegre de Goiás, the one with the largest affected area and dispossessed families as well. Through Oral History, we recorded their life stories in which the mechanisms of survival of those drowned were exposed. Transcreated, These guys have other knowledge beyond the literate Portuguese, which allowed them to reconfigure life already so hard for the land labor and government excesses. Also revealed that it is necessary to overcome authoritarian and political subordination in the relationship between mediators of the dam and peasants practices as a condition for a new resume in their lives.
63

O bairro da Mooca: traços culturais para projetos de requalificação urbana / The district of the Mooca: cultural aspects for projects of urbane requalification

Adriana Custódio Dias 28 April 2008 (has links)
O trabalho propõe uma leitura dos aspectos urbanos do bairro da Mooca, analisando a necessidade das intervenções que contribuem para o surgimento de novos contextos, através do resgate da memória coletiva e de sua representatividade na identidade paulistana. O reconhecimento do bairro e o suporte das atuações do Poder Público nos habilitam entender e discutir a viabilidade dos processos de intervenção urbana na região, processos esses aliados a um questionamento sobre formas já superadas de modelos sugeridos que não permitem (ou não se comprometem com) uma investigação mais singular da realidade de cada bairro, já que se qualificam como regras que podem ser aplicadas a qualquer cidade. Constatamos que a freqüente transformação urbana equivale a processos cíclicos de permanência e destruição, criando elementos significativos da vida cotidiana, apoios, portanto, dessas requalificações. Portanto, a implantação de projetos de reabilitação, revitalização e de recuperação urbana, enquanto processo requalificatórios, consiste em afastar as comunidades das segregações sócio-espaciais e das degradações urbanas, colaborando na criação de novos questionamentos e discussões no acompanhamento e na avaliação do processo evolutivo urbano. / This work purposes a reading over Moocas urban aspects, analyzing the needs for interventions that contribute for the appearing of new contexts, through bringing the collective memory back and its representation in São Paulos identity. The town recognition and the afford given by the actions from the government give us instruments to understand and discuss the viability of the urban intervention processes in the region. These processes are joined to question overcame models, which have been suggested, but do not permit or with no relation to a more singular investigation on each towns reality, because these past methods present themselves as rules able to be applied to any city. We notice that the continuous urban transformation is similar to cyclical processes of permanence and destruction, creating significant elements for the everyday life, which are basis for urban renovations. So, making urban rehabilitation, revitalization and recovering, as re-qualifying processes, consists in moving communities away from social-spatial segregation and urban degradation, collaborating for the creation of new questions and discussions in the retinue and evaluation of the evolutional urban process.
64

Produção e consumo do lugar: espaços de desindustrialização na reprodução da metrópole / production and consumption of area: spaces of deindustrialization in the reprodution of the metropolis

Rafael Faleiros de Padua 01 March 2012 (has links)
Presenciamos hoje em São Paulo uma expansão acelerada do setor imobiliário (incorporadoras, construtoras, imobiliárias) para regiões tradicionalmente industriais da metrópole que sofrem, a partir da década de 1990, profundas reestruturações em suas atividades, com o retraimento da atividade industrial. Esse movimento se deve à progressiva escassez de terrenos nas regiões mais valorizadas da cidade para a incorporação imobiliária, contexto no qual os espaços de desindustrialização aparecem como lugares propícios para este avanço, pois contam com grande disponibilidade de terrenos e localização relativamente privilegiada em relação a regiões mais valorizadas e eixos viários importantes. O nosso estudo busca apreender o movimento de transformação de lugares cuja urbanização foi profundamente marcada pela grande industrialização ocorrida a partir da década de 1950, em lugares que atualmente são forjados pelos agentes hegemônicos da produção do espaço (Estado e empreendedores imobiliários privados) como localizações privilegiadas na metrópole. Estudamos a expansão do setor imobiliário sobre a Vila Leopoldina e Santo Amaro, que se tornam no momento atual objeto das estratégias dos agentes hegemônicos da produção do espaço no sentido da formação de novas fronteiras econômicas na cidade de São Paulo. O discurso hegemônico busca sedimentar a idéia de que a construção de novos empreendimentos residenciais nesses lugares se trata de uma revitalização dos lugares, como se se tratasse de um espaço vazio, como se os lugares não contassem com moradores e uma vida social ligada ao cotidiano desses moradores. Desenvolvemos a hipótese de que nesse processo, há um aprofundamento da fragmentação e da segregação na vida urbana, já que se constituem nos lugares novas desigualdades e descompassos entre o novo e o que permanece. Nosso ponto de partida é a prática socioespacial, tentando visualizar como o processo de transformação se realiza na vida dos moradores, numa intrincada relação das mudanças na paisagem com as mudanças nas relações sociais no lugar. Nesse processo, verificamos que há a destituição dos espaços habituais de sociabilidade dos moradores, com a imposição de um novo ritmo aos lugares, com a chegada dos grandes condomínios-clube voltados para classes com maior poder de consumo. Trata-se da imposição de uma sociabilidade baseada no alto-consumo, a vida circunscrita a espaços fechados (casa, trabalho, shopping, clube, etc.) cujo acesso se faz com o deslocamento de carro pela cidade. Nesse movimento, a segregação se realiza não somente quando a população tradicional do lugar é expulsa do lugar (seja compulsória e arbitrariamente seja pela valorização do espaço), mas se realiza também quando os próprios moradores antigos dos lugares passam a viver os lugares como exterioridade, quando não podem mais usufruir dos seus espaços tradicionais do cotidiano. Grande parte da vizinhança não permanece no lugar, novos comércios voltados para outro padrão de consumo se instalam nas pequenas casas, há o aumento do fluxo de carros, a imposição de outro ritmo aos lugares. É a perda de laços e referências concretas dos moradores, numa transformação radical e rápida dos lugares, na sua paisagem e em seus conteúdos. Os lugares vão perdendo uma unidade residual que pudessem ainda conter, para serem integrados aos mecanismos mais gerais da reprodução da metrópole. Do ponto de vista da realização do setor imobiliário, é produzido um novo lugar, com discursos ideológicos potentes (sustentabilidade, qualidade de vida, segurança) que mascaram os conteúdos do processo social e naturalizam a segregação produzida. Esses aparatos ideológicos difundem e justificam uma determinada prática socioespacial que se impõe como norma, se realizando para uns como consumo do espaço e para outros como privação do espaço. Para os pobres e as comunidades carentes dos lugares, o processo é vivido como a mais radical segregação, numa ameaça contínua e violenta da expulsão do seu lugar. Essas populações são expulsas ou sofrem violentas pressões para a sua saída dos lugares, mas há resistências que trazem para a nossa análise elementos concretos da cidade como o lugar da reprodução da vida, mostrando que a luta pela permanência no lugar pode apontar para outras lutas que transcendem a luta pela moradia, apontam para a luta por uma outra cidade possível. / In todays São Paulo, we can observe a pronounced expansion of real estate activity (led by developers, builders, brokers) to previously industrial areas of the city that have experienced, since the 1990s, far-reaching restructurings in their economic conditions with the decline in industrial activities. This trend is triggered by the lack of developable land in the most valuable areas of the city, which makes areas of deindustrialization attractive due to the existence of developable land plots and their proximity to valuable sections of the city and key thoroughfares. This study aims to understand changes in areas where urbanization has been deeply marked by industrialization from the 1950s on and that now are being converted into privileged locations by hegemonic agents involved in the production of space (the state and private developers). We have studied the real estate sectors expansion to Vila Leopoldina and Santo Amaro, two districts that have become targets for hegemonic agents of the production of space interested in developing new economic frontiers in São Paulo. Their hegemonic discourse attempts to promote the idea that, by building new residential developments, they are revitalizing the neighborhood, as if this area was unoccupied, as if there were neither inhabitants nor a social life tied with the inhabitants life in the area. We have put forward the hypothesis that this process has intensified the fragmentation and segregation of urban life, since it has given rise to new inequalities and asymmetries between the new and what has remained from a previous time. Our starting point is the socio-spatial practice. We have tried to look at how this process of change has affected residents lives in a complex interaction between changes in the landscape and changes in social relations. We have verified the dissolution of the neighborhoods habitual places of sociability due to the imposition of new rhythms with the appearance of large condominiums for upper-income social strata. What has emerged is a sociability based on high-end consumption in which daily life becomes restricted to indoor spaces (home, work, shopping mall, club, etc) spatially connected with the use of cars. These circumstances produce segregation not only because the traditional residents are displaced (either compulsorily or by rising property prices), but also because the old residents experience their place as foreign, because they cannot enjoy their traditional spaces. Most neighbors leave, new high-end stores open in small houses, traffic increases and new rhythms are imposed. All this loosens the neighbors ties and suppresses their concrete references, bringing about a rapid and profound transformation of the place, of its landscape and its meanings. The place loses any remaining unity it might still have and becomes integrated into the more general mechanisms of the reproduction of the metropolis. From the standpoint of the real estate sector, a new place is produced, wrapped up in an efficient ideological rhetoric (sustainability, quality of life, security) that obscures the actual contents of the social process and naturalizes segregation. These ideological apparatuses promote and justify a certain socio-spatial practice that becomes the norm. For some, this norm materializes in spaces of consumption, whereas for others it amounts to a deprivation of space. For the poor households and communities that remain in such places, these changes are experienced as the most profound segregation, especially in the permanent and ruthless threat of displacement. These people are either evicted or put under pressure to leave the area. But resistance springs up, thus bringing to our analysis a concrete illustration of the city as the place of the reproduction of life and demonstrating that the struggle to stay put can point to other struggles that, by moving beyond the demand for housing, suggest another city is possible.
65

A fome e a miséria na alimentação: apontamentos para uma crítica da vida cotidiana a partir da Geografia Urbana / The hunger and the misery on food: notes for a critique of everyday life since the urban geography

José Raimundo Sousa Ribeiro Júnior 01 December 2008 (has links)
Essa pesquisa parte da consideração da importância da alimentação e da fome como objetos de estudos privilegiados para a realização de uma crítica da vida cotidiana. Em seguida, considera a contribuição de Josué de Castro (geógrafo reconhecido por seus estudos sobre a fome) para esse tema, em uma tentativa de apontar tanto para as conquistas, como para os limites de sua obra. Nesse caminho, coloca a importância de considerar o papel da alimentação na reprodução social capitalista a partir de uma interpretação que considere a crítica da economia política. Além disso, há uma tentativa de se avançar na compreensão do papel do espaço (e de sua produção) para o entendimento dos processos de deterioração da alimentação que levam à miséria na alimentação e à fome. De início, considera uma discussão baseada nas escalas geográficas, para em seguida se aprofundar em um estudo do urbano apoiado na obra de Henri Lefebvre. Destaca-se também o papel dos trabalhos de campo para o entendimento da fome a partir de recortes espaciais realizados na metrópole de São Paulo. / This research starts with the consideration of the importance of food and hunger to realize a critique of everyday life. Then it considers the contribution from Josué de Castro (a geographer known for his studies about the hunger) to this theme, in an attempt to point to the achievements as much as the limits of his work. In this way, it situates the importance to consider the paper of food on the social reproduction from capitalism through an explanation that considers the critique of political economy. More over, there is an attempt to put forward in a comprehension of the role from space (and from its production) to the understanding from the processes of deterioration of food which lead to the misery on food and to the hunger. First, it considers an argument based on the geographical scales, and then it realizes a study of the urban based on the work from Henri Lefebvre. The role from the field works is important too, in order to build a comprehension of hunger in the metropolis from São Paulo.
66

Da noção de violência urbana à compreensão da violência do processo de urbanização: apontamentos para uma inversão analítica a partir da Geografia Urbana / From the notion of urban violence to an understanding of the violence of the urbanization process: notes towards an analytic inversion in Urban Geography

Renata Alves Sampaio 08 March 2012 (has links)
Este trabalho procura revelar um movimento do pensamento teórico. Esse pensamento parte de uma consideração ou reconhecimento: o da pertinência da noção de violência urbana para o entendimento dos conteúdos da problemática urbana que se anuncia no mundo moderno. O processo investigativo, no entanto, revelou os limites explicativos do termo violência urbana, completamente definido e confundido no âmbito das Ciências Humanas, de um modo geral - com a noção de criminalidade. Essa identidade (violência-criminalidade) coloca problemas à análise crítica do urbano, e obscurece os caminhos para o desvendamento da essência dos conteúdos da prática social que pretendem ser expressos por meio do termo violência urbana. Do reconhecimento dos limites, o pensamento se movimenta para um segundo momento da pesquisa: o do reconhecimento da insuficiência da noção de violência urbana para o desvendamento da relação entre violência e problemática urbana. A partir desse movimento, o objeto da pesquisa se mobiliza. Posto que nossas perguntas essenciais não puderam ser suficientemente respondidas a partir da noção de violência urbana, uma inversão analítica se pôs como necessidade. Para além da noção de criminalidade, o objetivo da pesquisa passa a ser o desvendamento da constituição de uma violência que está necessariamente fundamentada e articulada com os processos de produção do espaço urbano e de reprodução das relações sociais. Procura-se, assim, refletir não mais sobre a violência urbana, mas o próprio processo de urbanização como um processo essencialmente violento. Para isso, definimos três vias de entrada para acessar os conteúdos propriamente violentos do processo de urbanização, a fim de revelar como forças intencionais e provocadoras de profundos danos sociais se realizariam no urbano. Em primeiro lugar, consideramos o papel da propriedade privada da terra, como um dos fundamentos que realiza a violência do processo de urbanização. Procuramos compreender em que medida a violência é representada pelos processos de expropriação e segregação, ligados estruturalmente à instituição da propriedade privada da terra como fundamento da urbanização. Em segundo lugar, destacamos o papel do Estado - representado pelo urbanismo/planejamento urbano na produção do espaço urbano e na reprodução das relações de troca, cujo conteúdo imanente é a violência. Por fim, procuramos desvendar como alguns dos constrangimentos postos no e pelo processo de urbanização capitalista constituem, ao nível da vida cotidiana, formas de manifestação da violência intimamente ligada a esse processo. Ainda que a pesquisa não tenha constituído propriamente um estudo de caso, partimos da investigação de um fragmento espacial da metrópole de São Paulo: o fragmento que compreende o bairro Real Parque, as favelas Real Parque e Jardim Panorama e o Empreendimento Parque Cidade Jardim, todos situados administrativamente no distrito do Morumbi, zona oeste da capital paulistana. Através da articulação entre totalidade e particularidade procuramos desvendar os conteúdos do processo de urbanização capitalista, centrando nossa análise em um desses conteúdos a violência -, que não se constitui como o único conteúdo, nem como o mais importante, mas certamente como fundamental ao desvendamento da produção do espaço urbano a partir de seus fundamentos críticos. / This thesis attempts to propose a movement of theoretical thinking. This movement begins with a proposition or acknowledgment: the relevance of the notion of urban violence for understanding the contents of the urban problematic that the modern world announces. The investigation, however, has revealed the limits of the phrase urban violence, defined by and confused with in the social sciences in general the idea of criminality. This identification (violence with criminality) poses obstacles to a critical analysis of the urban, obscuring the path towards an understanding of the essence of the social practice that is supposedly grasped by the notion of urban violence. Acknowledging these limitations, the reflection shifts to a second moment of the research: that of coming to terms with the inadequateness of the notion of urban violence for revealing the relations between violence and urban problematic. This brings us to the subject of this research. Considering that our key questions could not be answered with the notion of urban violence, an analytical inversion emerged as necessary. Moving beyond the notion of criminality, the aim of this research is to cast light on the emergence of a violence that is linked with and has roots in the processes of production of the urban space and reproduction of the relations of production. We intend, thus, to bring into focus not urban violence, but instead the very process of urbanization as a process that is essentially violent. In order to do so, we have identified three access points to the violent aspects of urbanization, with the aim of revealing intentional and socially damaging forces that are embodied in the urban. Firstly, we have considered the role of private property as one of the bases of urbanizations violence. We have attempted to understand the extent to which violence is materialized in the processes of expropriation and segregation structurally linked with private property as the basis of urbanization. Secondly, we have highlighted the states role represented here by urban planning in the production of urban space and in the reproduction of market exchange relations whose immanent content is violence. Finally, we have tried to demonstrate how a number of constraints posed by capitalist urbanization translate, at the level of everyday life, into manifestations of the violence closely linked with this process. While we have not defined a case study, we have set out with an investigation of a spatial fragment in Sao Paulo: Jardim Panorama and the neighboring development Parque Cidade Jardim, located in Morumbi district, in the western section of the city. By articulating totality and particularity, we have tried to bring to light the contents of capitalist urbanization, centering our analysis on one of such contents (violence). Violence is certainly neither the only nor the primary aspect of the urbanization process, but it is certainly relevant for grasping the production of urban space from the perspective of its critical foundations.
67

Imaginários da insegurança: segurança privada e vida cotidiana nas cidades de Pelotas e Rio Grande – RS

Maldonado Fermín, Alejandro R. 21 February 2018 (has links)
Submitted by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2018-05-02T22:30:15Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Dissertacao_Alejandro_Maldonado.pdf: 2674076 bytes, checksum: aa8ae4e062430ea3031aba31fe90e3f9 (MD5) / Approved for entry into archive by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2018-05-03T20:48:21Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertacao_Alejandro_Maldonado.pdf: 2674076 bytes, checksum: aa8ae4e062430ea3031aba31fe90e3f9 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-03T20:48:21Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Dissertacao_Alejandro_Maldonado.pdf: 2674076 bytes, checksum: aa8ae4e062430ea3031aba31fe90e3f9 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2018-02-21 / Sem bolsa / Esta dissertação aborda a relação entre os imaginários da insegurança e as transformações da vida cotidiana e na paisagem urbana nas cidades de Pelotas e Rio Grande – RS. Valendo-se de uma abordagem qualitativa que se enquadra no denominado desenho de estudo de caso e combinando diversas estratégias e técnicas de coleta de dados desde uma perspectiva etnográfica – observação sistemática, questionário e entrevistas não estruturadas –, esta pesquisa analisa as ressignificações dos imaginários sociais que advêm da cultura do medo e da vigilância para dar conta, por um lado, das mudanças na cotidianidade e, consequentemente, na sociabilidade naquelas cidades; e, por outro, da incorporação de dispositivos de securitização na paisagem urbana. Essas transformações acontecem no âmbito da segurança privada, que reflete e estrutura as significações que compõem os imaginários, a partir das valorações e as moralidades que acompanham a dinâmica de consumo desses dispositivos, como estratégia da qual se valem os indivíduos para se proteger e cuidar. Por fim, oferece considerações que, partindo de um enfoque centrado nas expressões simbólicas e materiais observadas nas cidades de Pelotas e Rio Grande, servem para teorizar e deixar abertas perguntas sobre a questão da insegurança e da sociedade contemporânea. / This dissertation approaches the relationship between insecurity imaginaries and transformations of everyday life and the urban landscape in the cities of Pelotas and Rio Grande - RS. Using a qualitative approach that fits the so-called case study design and combines several strategies and techniques of data collection from an ethnographic perspective, e.g. systematic observation, questionnaire and unstructured interviews, this research analyzes the re-significances of social imaginaries that come from the culture of fear and surveillance to account, on the one hand, of the changes in daily life and, consequently, in the sociability in those cities; and, on the other hand, the incorporation of securitization dispositives into the urban landscape. These transformations take place within the scope of private security that reflects, at the same time as it structures the meanings that make up the imaginaries, based on the valuations and moralities that accompany the consumption dynamics of these dispositives, as a strategy that individuals use to protect themselves and take care. Finally, it offers considerations that based on a focus centered on the symbolic and material expressions observed in the cities of Pelotas and Rio Grande, serve to theorize and leave open questions about the issue of insecurity and contemporary society.
68

Childrearing and education as social, political and everyday matters: an ethnography of poor neighbourhoods in the suburbs of Buenos Aires / La crianza y educación infantil como cuestión social, política y cotidiana: una etnografía en barrios populares del gran Buenos Aires

Santillán, Laura 25 September 2017 (has links)
Dentro de las ciencias sociales se produjeron importantes avances respecto al conocimiento de las formas culturales de la crianza y la educación infantil. Sin embargo, en el sentido común y también en parte del discurso académico, persisten importantes reduccionismos que no hacen más que retomar solo algunos aspectos del cuidado infantil. En el siguiente artículo nos proponemos analizar los procesos y las relaciones que atraviesan las iniciativas ligadas con el cuidado y la educación infantil en contextos marcados por la desigualdad. Para ello nos basamos en los registros de tipo etnográfico que realizamos en barrios populares del Gran Buenos Aires, Argentina. Como daremos cuenta con el análisis, las iniciativas ligadas con la socialización y educación de los chicos que viven en las barriadas populares se definen en tramas de intervención a cargo de actores sociales que incluyen y rebasan a las instituciones esperables para ello. nos referimos a actores que definimos como «sociales» y «políticos» en tanto producen significados sobre la educación en vinculación con distintas dimensiones de la vida social y en el marco de relaciones sociales atravesadas por el poder. / Important advances have been made in the social sciences with respect to our understanding of cultural variation in forms of childrearing and education.  However, common sense and certain academic discourses are persistently reductionist in taking only some aspects of childhood into consideration. In this article I analyze the processes and relations that surround activities related to childcare and education in contexts of marked social inequality.  The analysis is based on ethnographic fieldwork in popular neighbourhoods of Greater Buenos Aires, Argentina. I demonstrate how the socialization and education of children living in poor neighbourhoods are embedded in networks of intervention that depend on diverse social actors that include but also exceed the bounds of the institutions that might be expected to relate to this sector.  These actors, discussed as «social» and «political,» produce meanings that refer to education in its connections to different dimensions of social life, in a framework of social relations that are shot through with power.
69

Quando o trabalho invade a vida: um estudo sobre a relação trabalho, vida pessoal cotidiana e saúde de professores do ensino regular e integral de São Paulo / When work invades life: a study of the relationship between work, everyday life and health of teachers of the regular and integral education in São Paulo

Silva, Jefferson Peixoto da 22 June 2018 (has links)
Introdução: A revolução tecnológica e as mudanças no mundo do trabalho têm levado cada vez mais trabalhadores a realizarem parte das suas atividades em contextos que vão além dos seus domínios laborais tradicionais, chamando a atenção para os possíveis efeitos desta dinâmica sobre a saúde. Diversos estudos apontam para um cenário de precarização e recorrentes casos de adoecimento entre os professores, mas o modo como o trabalho repercute sobre sua vida pessoal cotidiana não tem recebido significativa atenção enquanto fator potencialmente patogênico, mesmo considerando que levar trabalho para casa seja algo comum entre eles e que isso se reflita de alguma forma na complexa relação entre trabalho e vida pessoal cotidiana. Objetivo: Investigar a repercussão do trabalho dos professores sobre sua vida pessoal cotidiana e a implicação dessa dinâmica sobre seu processo saúde-doença. Métodos: Pesquisa qualitativa de caráter exploratório que partiu de revisão sistemática de literatura e se realizou predominantemente por meio de entrevistas individuais semiestruturadas. De modo complementar, aplicou-se formulário para caracterização sociodemográfica dos participantes, além do protocolo de atividades diárias e escalas analógicas. O público entrevistado consistiu em 29 professores de educação básica atuantes em quatro escolas públicas, além dos quatro diretores dessas referidas escolas. Duas delas se dedicavam ao ensino regular (uma municipal e outra estadual), enquanto as outras duas, ao ensino integral (ambas estaduais). Os dados foram analisados por meio de codificação temática com auxílio do software MAXQDA, versão 12. Referencial teórico: Na perspectiva da Saúde do Trabalhador, a pesquisa ancorou-se principalmente na psicodinâmica do trabalho, recorrendo também a pressupostos da clínica da atividade, da ergonomia da atividade e da antropologia da saúde. Resultados: A idade dos participantes variou entre 29 e 61 anos e o tempo de experiência na docência entre 1 a 37 anos, sendo o público predominantemente do sexo feminino. A revisão de literatura revelou um conjunto de 155 estudos sobre trabalho e saúde dos professores publicados nos últimos 20 anos, com aumento dessas obras nos últimos 10 anos, e configuração do seguinte perfil: 1) Transtornos e problemas de saúde típicos; 2) Condições de trabalho e saúde; 3) Qualidade de vida; 4) Trabalho, carreira e fundamentos da ação docente. A codificação das entrevistas, por sua vez, conduziu-nos a cinco categorias temáticas: 1) Tipologias da vida cotidiana; 2) Prazer e sofrimento no trabalho; 3) Estratégias de conciliação entre vida, trabalho e saúde; 4) Percepção, concepção e experiências de saúde e doença relatadas; 5) Invasão multiforme da vida pelo trabalho. Naquilo que lhes coube, os protocolos de atividades diárias e escalas analógicas refletiram o conteúdo que emergiu das entrevistas. Os depoimentos revelaram diversas fontes de sofrimento na vida e no trabalho dos professores, além de numerosos casos/experiências de presenteísmo, bem como o emprego de estratégias visando a conciliar tais dimensões com a manutenção da saúde. Como resultado principal, a maioria dos entrevistados demonstrou que sente sua vida ser invadida pelo trabalho de modo nocivo e que essa invasão não acontece de forma única e linear. Basicamente, ela se manifesta por meio de um estado de vinculação contínua com o trabalho (ou com algum abalo sofrido durante sua realização) - do qual o indivíduo não consegue se desligar, por mais que ele tente. Isso gera um estado de sofrimento e indisponibilidade prolongada para si e para o outro que prejudica a convivência familiar e social, além da própria recuperação para o trabalho. Conclusão: As agressões à saúde vivenciadas pelos professores no trabalho têm se projetado sobre a sua própria vida pessoal e se combinado a fatores de agressão advindos do contexto social. Neste, o desprestígio dos professores é crescente e retorna à escola na forma de perda de autoridade e até rejeição, produzindo frustrações repetitivas que contribuem para instituir um cenário de sofrimento social que se associa à invasão da vida pelo trabalho. Dado o sofrimento de amplitude social e de tipo patogênico que essa invasão multiforme produz, tal fenômeno pode ser considerado como mais um dos elementos que podem ajudar a explicar os recorrentes quadros de adoecimento desses profissionais. / Introduction: The technological revolution and changes in the world of work have led an ever increasing number of workers to carry out part of their activities in contexts that go beyond their traditional work domains, thus drawing attention to the possible effects of this dynamic on health. Several studies have indicated a context of precariousness and recurrent illness among teachers, but the way in which work affects their everyday lives has not received significant attention as a potentially pathogenic factor, even though taking work home is something common among them and it is known that this reflects in some way on the complex relationship between their work and everyday life. Objectives: To investigate the repercussion of teachers\' work on their everyday lives and the implication of this dynamic on their health-disease process. Methods: Qualitative research of an exploratory nature based initially on a systematic literature review and undertaken principally by means of individual semi-structured interviews. Complementarily, a formula was applied for the socio-demographic characterization of the participants, as well as a protocol of their daily activities and analogical scales. The public interviewed consisted of 29 basic education teachers, active in four separate public schools, as well as the four principals of those same schools. Two of these schools (one municipal and one state) followed the regular course and the other two (both state schools) adopted the integral system. The data were analyzed by means of thematic codification with the support of MAXQDA software, version 12. Theoretical framework: In terms of the Worker\'s Health perspective, this study was mainly based on the psychodynamics of work, but also used the assumptions of the activity clinic, ergonomics of activity and health anthropology. Results: The participants\' ages ranged from 29 to 61 years and their experience in teaching from 1 to 37 years, the public being predominantly female. The literature review revealed a set of 155 studies on the work and health of teachers published over the last 20 years, an increase in these studies having occurred over the last 10 years and configuration of the following profile: 1) Typical disorders and health problems; 2) Working conditions and health; 3) Quality of Life; 4) Work, career and fundamentals of teaching activity. The codification of the interviews, in turn, led us to five thematic categories: 1) Typologies of everyday life; 2) Pleasure and suffering at work; 3) Strategies for the reconciliation of life, work and health; 4) Perception, conception and experiences of health and illness reported; 5) Multiform invasion of life by work. As far as they were concerned, the daily activity protocols and analogue scales reflected the same content as emerged from the interviews. The narratives revealed several sources of suffering in the life and work of teachers, as well as numerous cases/experiences of presenteeism, as well as the use of strategies to reconcile such dimensions with the maintenance of health. As a main result, the vast majority of respondents demonstrated that they felt that their lives were being harmfully invaded by their work and that this invasion did not occur in a single, linear way. Basically, it manifested itself through a state of continuous attachment to the work (or with some suffering felt during its realization), from which the individuals could not detach themselves, no matter how much they tried. This generated a state of suffering and prolonged lack of availability for oneself and for the other, that damaged one\'s family and social coexistence, as well as one\'s own recovery for the work. Conclusion: The attacks on their health experienced by teachers at work are reflected in their personal lives and combine with aggressive factors arising within the social context. Within this latter context, the teacher\'s discredit grows and this reflects in school life as a loss of authority and even rejection, producing repeated frustrations that contribute to the installation of a scenario of social suffering associated with the invasion of daily life by work. Given the suffering of such social amplitude and pathogenic type that this multiform invasion produces, this phenomenon may be considered one of the elements that helps to explain the picture of recurrent illness which these professionals present.
70

"Entre a exclusão e a utopia. Um estudo sobre os processos de organização da vida cotidiana nos assentamento rurais (Região Sudoeste/Oeste do Paraná)" / “Between the exclusion and the utopia. A study on the processes of organization of the daily life in the nesting agricultural (Southwestern Region/West of the Paraná)”

Schreiner, Davi Félix 18 April 2002 (has links)
Este estudo trata das experiências contemporâneas de trabalhadores rurais em movimentos de resistência organizada, no Sudoeste e Oeste do Paraná, na faixa de fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina, entre 1985 e 2001. Analisar as experiências de organização da vida cotidiana nos assentamentos rurais constitui o objetivo central. A investigação centrou-se nas contradições evidenciadas nos processos de organização das diferentes formas cooperativas e ou associativas e de como foram vividas pelos assentados, no fazer-se das experiências da vida cotidiana. Para a pesquisa optou-se pela escolha do Assentamento Vitória, localizado no município de Lindoeste, com 152 famílias assentadas, pelo Assentamento Terra Livre, localizado no município de Nova Laranjeiras, com 30 famílias assentadas, ambos vinculados ao MST, e pelo reassentamentos rurais dos expropriados da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, em vários municípios da região Oeste, com 612 famílias, vinculadas à Crabi/MAB. Na medida em que os assentamentos não constituem espaços sociais isolados, sua organização interna e formas de solidariedade e cooperação foram analisadas, de um lado, a partir do exame dos nexos entre as transformações da estrutura agrária no espaço regional, a articulação da resistência dos sem-terra e o surgimento dos assentamentos rurais, suas formas de organização da terra e do trabalho, no espaço regional em foco. E, de outro lado, como mediações produzidas nas relações sociais e como processos que integram a dinâmica de movimentos sociais, foram investigadas na relação com o fazer-se da luta pela terra a partir das múltiplas representações que os próprios assentados elaboram como memória de suas trajetórias de vida. Neste contexto, os assentamentos configuram ambiências: espaços sociais e de produção material da vida onde afloram pluralidade e heterogeneidade permeadas pelas relações de poder, por teias de contradições e de conflitos em torno de hábitos, valores e tradições. Neles evidenciam-se tanto as contradições de classe como as inerentes à formação da categoria social de assentados. Uma das principais materializa-se na possibilidade de os assentados retecerem o modo de vida de colono e a práxis em torno de um novo projeto de organização social da produção e de vida comunitária dos seus mediadores. As propostas de cooperação, sobretudo as formas coletivas da terra e do trabalho, são vistas pela maioria dos assentados como um limite à realização da liberdade e autonomia. O estudo mostra que, no esforço de implantar a cooperação nos assentamentos, a concepção dualista do MST, do coletivismo versus individualismo, levou à discriminação dos assentados “individuais" e revelou-se redutora da pluralidade de experiências de cooperação vivenciadas. A coletivização é estranha à sua cultura e constitui-se numa forma redutora do seu modo de vida e utopias. Tal desencontro evidencia a necessidade de valorizar a cultura dos assentados e de considerar suas tradições e valores na formulação de uma política de cooperação na luta. Revela também que é preciso superar práticas autoritárias e de subordinação política na relação entre mediadores e assentados, como uma das condições para uma nova qualidade de vida individual e coletiva, alicerçada nas diferentes formas de reciprocidade horizontal, na democracia e na cooperação. / This study concerns contemporary experiences lived by rural workers in organized resistance movements in southwestern and western Paraná State, along the Brazilian border with Paraguay and Argentina, between 1985 and 2001. Its main objective is to analyze the organization of settlers’ day-to-day living in rural settlements. The investigation focused the evidenced contradictions in the processes of organizing different cooperative and/or associative efforts, and how these efforts influenced day-to-day living among the settlers. The sites picked for survey were Vitória Settlement, in the town of Lindoeste, and Terra Livre Settlement, in the town of Nova Laranjeiras, both linked to the MST and with 30 families settled in all; and the new settlements formed by settlers that were moved from Salto Caxias Waterpower Station to various towns in the west region, comprising 612 families linked to the Crabi/MAB. Considering that settlements are not socially isolated areas, their internal organization and forms of solidarity and cooperation were analyzed in two ways: on the one hand, from the review of links between changes in the agrarian structure in the region, the organization of the resistance carried out by the landless, and the formation of rural settlements and their ways of organizing land and work in the region; on the other hand, the investigation of the mediation in the social relations and of the dynamics of social movements, and the multiple ways the settlers elaborate to represent the memory of their fights for land and their path through life. In these contexts, the settlements are seen as social and production environments where diversity and difference generate relationships guided by power, intertwined with contradictions and conflicts of habits, values and tradition. Visible in the settlements are the class contradictions, like the one pertaining to the very formation of the social rank of settler. One of the main contradictions materialize in the settlers’ possibility of returning to the colony way of life and the praxis around a new project of social, productive and communitarian organization by their mediators. The proposals of cooperation, especially the collective ways of using the land and dividing the work, are seen by most of the settlers as restraining their freedom and autonomy. The study shows that the dualistic conception of MST (collectivism against individualism) in the effort to implement cooperation in the settlements led to the discrimination of individual settlers and proved to cause reduction of cooperation experiences among them. Collectiveness is something strange to their culture and constitutes a restraint to their lifestyle and utopias. Such incompatibilities evidence the need to value the settlers’ cultures and to consider their traditions and values when formulating a cooperation policy in the fight. It also reveals the need to forget old authoritative and subordinative practices in the political relationship between mediators and settlers, as one prerequisite to a new individual and coletive life qualitx, based in the different kinos of horizontal reciprolity, in the democracy and in co-operation.

Page generated in 0.4392 seconds