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Violência institucional em maternidades públicas: hostilidade ao invés de acolhimento como uma questão de gênero / Institutional Violence in State-run Maternity Facilities: hostility instead of care as a gender questionAguiar, Janaina Marques de 14 May 2010 (has links)
A violência institucional em maternidades é tema de estudo em diversos países. Pesquisas demonstram que além das dificuldades econômicas e estruturais, freqüentes nos serviços públicos, encontram-se, subjacentes aos maus tratos vividos pelas pacientes, aspectos sócio-culturais relacionados a uma prática discriminatória quanto a gênero, classe social e etnia. A hipótese deste trabalho é a de que a violência institucional em maternidades é, fundamentalmente, uma violência de gênero que, pautada por significados culturais estereotipados de desvalorização e submissão da mulher, a discrimina por sua condição de gênero e a toma como objeto das ações de outrem. Essa violência se expressa, de forma particular, no contexto da crise de confiança que a medicina tecnológica contemporânea engendra, com a fragilização dos vínculos e interações entre profissionais e paciente. O objetivo do estudo foi investigar como e porque a violência institucional acontece nas maternidades públicas no contexto brasileiro. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de corte qualitativo com 21 entrevistas semi-estruturadas com puérperas atendidas em maternidades públicas do município de São Paulo e 18 entrevistas com profissionais de saúde que atuam em diferentes maternidades, do mesmo município e adjacentes. A análise do material buscou relatos de violência institucional nos depoimentos e os valores e opiniões associados. Os dados revelaram que tanto as puérperas quanto os profissionais entrevistados reconhecem práticas discriminatórias e tratamento grosseiro no âmbito da assistência em maternidades públicas com tal frequência que se torna muitas vezes esperado pelas pacientes que sofram algum tipo de maltrato. Dificuldades estruturais, a formação pessoal e profissional, e a própria impunidade desses atos foram apontados como causas para a violência institucional. Os relatos também demonstraram uma banalização da violência institucional através de jargões de cunho moralista e discriminatório, usados como brincadeiras pelos profissionais; no uso de ameaças como forma de persuadir a paciente e na naturalização da dor do parto como preço a ser pago para se tornar mãe. Consideramos que a banalização da violência aponta para a banalização da injustiça e do sofrimento alheio como um fenômeno social que atinge a toda sociedade; para a fragilização dos vínculos de interação pessoal entre profissionais e pacientes e para a cristalização de estereótipos de classe e gênero que se refletem na assistência a essas pacientes, além de contribuir para a invisibilidade da violência como tema de reflexão e controle institucional / Institutional violence in maternity facilities is the subject of study in several countries. Researches show that besides economic and structural difficulties, which are frequent in state-run facilities, there are, underlying the abuse experienced by patients, socio-cultural aspects related to a discriminatory practice towards gender, social class and ethnicity. The hypothesis of this work is that institutional violence in maternity facilities is essentially a gender-based violence which, guided by stereotypical cultural meanings of devaluation and subjugation of woman, discriminates her by her gender condition and takes her as object of others actions. This violence is expressed particularly in the context of the confidence crisis that contemporaneous medical technology engenders, with the weakening of bonds and interactions between professionals and patient. The objective of this study was to investigate how and why the institutional violence occurs in state-run maternity facilities in the Brazilian context. The work was carried out through qualitative research with 21 semi-structured interviews with birthing women treated at state-run maternity facilities in city of São Paulo and 18 interviews with health professionals working in different facilities in São Paulo and adjacent cities. The analysis of the material sought reports of institutional violence in the statements of the people interviewed and the values and opinions associated to them. The data showed that both birthing women and professionals interviewed acknowledge discriminatory practices and rude treatment in the state-run maternity facilities to such a degree that it is often expected by patients to suffer some kind of mistreatment. Structural difficulties, personal and professional education, and even the impunity of such acts were identified as causes of institutional violence. The reports also showed a trivialization of institutional violence through the use of moralistic and discriminatory jargon, used in jokes by professionals; through the use of threats as a way to persuade the patient and through the idea of naturalization of labor pain as the price to be paid to become a mother. We believe that the trivialization of violence points to the trivialization of injustice and suffering of others as a social phenomenon that affects the whole society, to the weakening of the ties of personal interaction between professionals and patients and for the crystallization of stereotypes of class and gender that reflect in the care for these patients, besides contributing to the invisibility of violence as a theme for reflection and institutional control
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O conhecimento dos profissionais médicos e enfermeiros das unidades básicas distritais de saúde de Ribeirão Preto - SP acerca da violência contra a mulher cometida por parceiro íntimo / The knowledge of nurses and physicians from primary health care of Ribeirão Preto- São Paulo, concerning violence against womenBaraldi, Ana Cyntia Paulin 02 October 2009 (has links)
A violência contra a mulher é um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo, sendo responsável por alto índice de morbimortalidade feminina e gerando sérias conseqüências para a sociedade. Médicos e enfermeiros, por serem os primeiros contatos dessas mulheres nos serviços de saúde, ocupam um lugar privilegiado na detecção da violência de gênero e devem possuir conhecimentos suficientes para o atendimento adequado das vítimas. O objetivo deste trabalho foi identificar e comparar o conhecimento, a percepção e a atitude de médicos e enfermeiros que atuam na rede básica de saúde de Ribeirão Preto-SP, acerca da violência de gênero. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, comparativo, do tipo survey, realizado nas unidades distritais básicas de saúde (UBDS) do município. Foram incluídos todos os profissionais que atendem nas cinco UBDS de Ribeirão Preto, totalizando 170 médicos e 51 enfermeiros. O questionário utilizado abordava o conhecimento, o manejo dos casos e atitudes dos profissionais frente à violência de gênero, sendo aplicado por pesquisadoras treinadas. Os dados foram processados e analisados, utilizando o pacote estatístico STATA 9.0, sendo realizada distribuição simples de freqüência, Teste Qui Quadrado (X2) ou Teste exato de Fisher, para verificar associação entre as variáveis. Os resultados mostraram que um percentual significativamente maior de médicos foi capacitado para o atendimento da violência de gênero durante a graduação (p = 0,013), enquanto mais enfermeiros foram treinados nos serviços de saúde (p = 0,000). Os médicos mostraram-se mais à vontade do que os enfermeiros em discutir assuntos como a vida sexual da cliente (p = 0,048) e o uso de drogas ilícitas pela mesma (p = 0,01). Ambos tendem a infantilizar a vítima, referiram se sentir à vontade em inquirir a paciente sobre situações violentas, e concordaram que a violência pode ser causada por fatores externos, como abuso de álcool, drogas e desemprego, e por problemas psicológicos do agressor. Médicos (85,3%) e enfermeiros (78%) demonstraram alto conhecimento sobre a definição de violência, têm consciência de que investigá-la é seu papel profissional e sabem reconhecer seus sinais e sintomas. No entanto, demonstraram muito baixo conhecimento sobre sua epidemiologia, sendo o conhecimento dos enfermeiros nesse quesito menor do que o dos médicos (p = 0,035). Um percentual significativamente maior de enfermeiros obteve boa pontuação sobre as condutas que facilitam a revelação da violência (p = 0,041). Ambos demonstraram alto conhecimento do manejo dos casos confirmados de violência de gênero, e bom conhecimento dos casos em que há suspeita da mesma; um percentual significativamente maior de médicos apresentou baixo conhecimento nesses últimos (p = 0,038). Os enfermeiros acertaram mais questões relacionadas à tomada de condutas administrativas e de integração com outros serviços do que os médicos. Portanto, o estudo demonstrou que os profissionais possuem boa formação acadêmica, bom conhecimento sobre definição, diagnóstico e manejo da violência de gênero, desconhecendo sua epidemiologia. Foram encontradas diferenças significativas na formação, no conhecimento e percepção dos profissionais, em relação à violência de gênero, sendo recomendado individualizar as intervenções de acordo com as peculiaridades de cada categoria profissional. / Violence against women is a very prevalent problem in Brazil and in the whole world, and responds to an increase in morbidity and mortality of female population, carrying out serious problems for society. Physicians and nurses, who firstly make contact to the victim, are in a front position to detect the violence against women; therefore, they should have enough knowledge and skills to provide them an adequate assistance. This study aimed to assess and to compare knowledge, perception and attitude of physicians and nurses from primary health care of Ribeirão Preto, São Paulo, concerning with violence against women. A survey quantitative, cross-sectional, comparative study was carried out in five basic units of district health. The sample consisted of 170 physicians and 51 nurses. The instrument used for data collection was applied by previously trained interviewers. Data were processed and analysed in Statistical Package for the STATA 9.0. The analysis involved simple frequency distribution, the Chi-Square Test (X2) or Fisher´s Exact Test to check the association between variables. It was observed that the percentage of physicians who received orientation about the problem of domestic violence during graduation was significantly higher than the observed for nurses (p=0,013); however, training at workplace was markedly more frequent than the observed for physicians (p=0,000). Doctors presented less discomfort than nurses to inquire the patient about her sexual life (p=0,048), and the use of illicit drugs (p=0,01). Both tend to play the same role in spousal assault as in child abuse; they feel comfortable on asking the patient about violence situations and both believed that alcohol or drug abuse, unemployment and husband´s psychological problems are causes of wife battering., Physicians (85,3%) and nurses (78%) demonstrated high knowledge concerning the definition of violence; they perceived their role in its investigation and both know to recognize the signs and symptoms of the problem. However, they demonstrated very low knowledge about the epidemiology of violence, and nurses seemed to know less than physicians in this item (p=0,035). A significant higher percentage of nurses obtained good scores concerning the conduct that helps the disclosure of the violence (p=0,041). Both groups demonstrated high knowledge in the management of confirmed cases of violence, and demonstrated good knowledge in the cases that violence is not confirmed. A significant higher percentage of physicians demonstrated low knowledge for suspection of violence cases (p=0,038). Nurses obtained higher scores than physicians on questions about administrative conducts and those that depend on the integration with other services. Therefore, this study demonstrated that professionals have good knowledge about definition, diagnosis and management of gender violence, but they unknown its epidemiology. We found significant differences on training skills, on knowledge and perception of health professionals concerning gender violence and recommend individualized actions to improve assistance.
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Violência doméstica e aspectos cognitivos do agressor: análise quantitativa / Intimate partner violence and cognitive aspects of the perpetrator: quantitative analysisReis, Leonardo Naves dos 21 October 2016 (has links)
A violência contra mulher, cometida por parceiro íntimo, constitui grave problema de saúde pública, entretanto, a maioria das produções acadêmicas contam somente com a participação de vítimas mulheres, ignorando importantes informações que deveriam ser obtidas a partir de agressores. Em âmbito internacional tem-se investigado a relação entre violência por parceiro íntimo e aspectos cognitivos de agressores. Nesse sentido, o presente estudo incluiu a participação dos dois parceiros com o objetivo de investigar quais seriam as táticas de resolução de conflitos empregadas por ambos; quais as diferenças entre as táticas utilizadas por homens e mulheres; e quais as diferenças entre as táticas utilizadas por casais em que se observa violência quando comparados a casais que possuem uma relação harmoniosa. Para tanto, utilizou-se do instrumento Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). Em relação aos aspectos cognitivos dos parceiros masculinos, investigou-se, por meio do instrumento Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS-III), determinados fatores como, por exemplo, as funções verbal e executiva. Foram comparados os resultados do teste cognitivo de homens que cometeram violência contra suas parceiras com os resultados daqueles que não cometeram. Foram obtidas também informações referentes às características sociodemográficas dos casais. A amostra foi composta por 31 casais cuja esposa constava em registro policial como vítima de violência cometida pelo parceiro (grupo 1); e 31 casais que, de acordo com suas próprias percepções, afirmavam manter relação conjugal harmoniosa (grupo 2). A análise dos dados se deu de duas formas: Na primeira efetuou-se comparações entre os grupos 1 e 2, referentes às variáveis coletadas. Esta análise se deu de forma meramente descritiva e permitiu observar que, mesmo entre casais que julgam viver uma relação pacífica, são detectados comportamentos violentos. Já a segunda forma de análise desconsiderou a divisão por grupos, e utilizou para efeitos de comparação, o fato de o indivíduo ter ou não adotado condutas violentas, apuradas pelo instrumento CTS2. Esta etapa da análise dos dados empregou métodos estatísticos com a finalidade de verificar associações e correlações entre violência e determinadas variáveis. Em relação às variáveis contínuas, como por exemplo os escores obtidos no teste cognitivo, buscou-se apurar diferenças entre médias daqueles que cometeram ou não atos agressivos contra suas parceiras. Além disso por meio da análise de regressão logística, objetivou-se explorar fatores de risco e proteção à violência contra mulher por parceiro íntimo. Entre os resultados, o principal achado sugere que aspectos cognitivos, especialmente aqueles ligados às habilidades verbais e de controle dos impulsos, possivelmente exerceriam alguma influência para um desfecho violento ou não entre parceiros íntimos. Por fim, ao considerar a possível influência de aspectos cognitivos do agressor para que ocorra ou não a violência contra a mulher, o estudo conclui principalmente, que a redução dos índices de agressões contra mulheres, cometidas por seus parceiros, só poderiam reduzir de forma consistente, por meio de ações de longo prazo, especialmente aquelas dirigidas à educação inicial, uma vez que, esta constitui o caminho adequado para mudanças culturais e também para o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas satisfatórias do sujeito / Violence against women, committed by an intimate partner, is a serious public health problem, however, most academic productions rely solely on the participation of women victims, ignoring important information that should be obtained from aggressors. On a international scope it has been researched the relation between intimate partner violence and cognitive aspects of aggressors. In that sense, this study included the participation of both partners in order to investigate what are the tactics of conflict resolution employed by both; what are the differences between the tactics used by couples where there is violence when compared to couples who have a harmonious relationship. Therefore, we used the Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). About the cognitive aspects of male partners, was investigated by Wechsler Adult Intelligence Scale, (WAIS-III), certain factors such as, verbal and executive functions. We compared the results of cognitive testing of men who have committed violence against their partners with the results of those who did not commit. It were also obtained information about the sociodemographic characteristics of couples. The sample consisted of 31 couples whose wife contained in police reports as a victim of violence committed by her partner (group 1); and 31 couples who, according to their own perceptions, said to maintain harmonious marital relationship (group 2). The analysis of data was done in two ways: At first it performed comparisons between groups 1 and 2, referring to the collected variables. This analysis was merely descriptive and it allowed us to observe that even among couples who judge to be in a peaceful relationship, violent behaviors are detected. The second form of analysis disregarded the division by groups, and used for comparison purposes, the fact that the individual has or has not adopted violent behaviors, determined by CTS2. This step of data analysis used statistical methods in order to verify associations and correlations between violence and certain variables. About the continuous variables, such as the scores on cognitive testing, we sought to determine differences between average scores of those who committed or not aggressive acts against their partners. Moreover by logistic regression analysis aimed to explore risk and protection factors against violence to women by intimate partner. Among the results, the main finding suggests that cognitive aspects, especially those related to verbal skills and impulse control, possibly exert some influence to violent or not outcome among intimate partner. Finally, when considering the possible influence of cognitive aspects of the perpetrator to occur or not violence against women, the study concludes primarily that reducing levels of aggression against women committed by their partners, could only reduce consistently through long-term actions, especially those aimed at early education, since this is the appropriate way to culturaly change and to develop satisfactory social and cognitive skills of the individual
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Violência doméstica psicológica sob a perspectiva da mulher idosa: um enfoque na fenomenologia social / Psychological domestic violence from the perspective of older adult women: a focus on social phenomenologySouto, Rafaella Queiroga 16 December 2014 (has links)
Introdução: A violência doméstica psicológica perpetrada pelo familiar contra a mulher idosa é uma importante e pouco pesquisada questão de saúde pública global. Objetivo: Compreender a experiência da mulher idosa que vivencia violência doméstica psicológica. Método: Pesquisa qualitativa ancorada pela fenomenologia social de Alfred Schütz, realizada com onze mulheres idosas identificadas nos registros de dois serviços localizados no município de Campina Grande, Paraíba e um serviço localizado no município de São Bernardo do Campo, São Paulo. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013 por meio de entrevista aberta, norteada pelas questões: conte-me o seu dia a dia em relação à situação de violência doméstica? O que a senhora faz em relação a isso? O que a senhora pretende com essa ação? A análise dos dados foi realizada seguindo os passos adotados por pesquisadores da fenomenologia social. Resultados: O contexto vivencial da mulher idosa é marcado pela ameaça, agressões verbais, situações humilhantes, desrespeito, descaso, exploração, sentimentos negativos que impactam a sua saúde, como tristeza, raiva, sofrimento e medo. Ela manifesta compaixão pelo agressor e necessita de apoio para conviver com a violência ou tentar enfrentá-la. Quando recebe o apoio solicitado, tenta enfrentar a situação de violência, no entanto, sente-se impotente e apega-se a Deus. Sua expectativa refere-se à mudança de atitude do agressor e à possibilidade de afastar-se da situação de violência. Considerações finais: A compreensão da experiência da mulher idosa que vivencia violência doméstica psicológica pode ser utilizada pelos profissionais de saúde durante o atendimento de rotina, favorecendo a identificação de novos casos e tratando do assunto de acordo com a expectativa do sujeito envolvido. Ações voltadas para o acolhimento das vítimas e tratamento dos agressores, envolvendo profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais), pesquisadores e poder público precisam ser consolidadas. / Introduction: Psychological domestic violence against older adult woman by a family member is an important and under-researched global public health issue. Aim: To understand the experience of older adult woman who live with psychological domestic violence. Method: This is a qualitative research supported by Alfred Schützs social phenomenology. It was conducted with eleven older adult women identified in the database of two services located at Campina Grande, Paraiba and one located at Sao Bernardo do Campo, Sao Paulo. Data collection was between November 2012 and February 2013 by open interview, using the following questions: tell me about your day-to-day related to your domestic violence situation experience? What do/did you do about that? What do you want/hope with this action? Data analysis was conducted following social phenomenological researchers` steps. Results: The older adult woman`s lived context is marked by threatening, verbal abuse, humiliating situations, disrespect, neglect, and financial abuse. Negative feelings such as sadness, anger, suffering, and fear impact her health. She manifests compassion for the aggressor, and needs help to live with the violent situation or try to face it. When she gets the needed help, she tries to face the situation but she feels powerless and ask God`s help. Her expectation is related to changing the aggressor`s behavior and the possibility of running away from the violent situation. Final considerations: Health professionals can use the understanding of the experience of the older adult woman who lives with psychological domestic violence during their regular appointments, helping with the screening and facing the subject, according to the involved subject`s expectation. Actions focused on the victims` welcome/refuge and on the aggressors` treatment, which involves professionals (physicians, nurses, psychologists and social workers), researchers and law enforcers need to be consolidated.
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Percepções de médicos e enfermeiros acerca da violência contra a mulher: uma análise comparativa / Doctors and nurses\' perceptions of violence against women: a comparative analysisMariana Hasse 30 August 2011 (has links)
Este trabalho foi desenvolvido como subprojeto integrante da pesquisa A Interface Entre a Ocorrência e o Atendimento de Violência de Gênero Entre Mulheres Usuárias dos Serviços de Saúde da Rede Pública de Ribeirão Preto. A violência contra a mulher é uma das expressões mais perversas da subordinação feminina e gera graves conseqüências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo. Mulheres nessa situação buscam frequentemente os serviços de saúde, que possuem um alto poder de detecção da violência. Porém, há uma série de dificuldades por parte dos profissionais, médicos e enfermeiros, em identificar e prestar assistência adequada a essas mulheres. O objetivo deste estudo foi analisar comparativamente as percepções de médicos e enfermeiros que atuam na rede de saúde de Ribeirão Preto acerca da violência contra a mulher buscando formas de aprimorar a assistência prestada. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa, utilizando um banco de dados de 14 entrevistas com médicos e 10 com enfermeiros, realizadas por meio de um roteiro semi-estruturado. Por meio de análise de conteúdo temático foram identificadas as seguintes categorias: 1) Percepções sobre gênero; 2) Percepções sobre a violência contra a mulher; 3) Sobre atuação profissional; e 4) Sobre a rede de proteção. Tais categorias foram divididas em diversas subcategorias que foram analisadas a partir do referencial de gênero. Os resultados mostraram que há muitas semelhanças nas percepções relativas às questões de gênero, que são ainda bastante tradicionais. Os profissionais entendem que a violência contra a mulher ocorre devido às desigualdades perpetuadas pelo sistema social e que acabam por justificar a violência. Eles reconhecem os tipos de violência existentes e estão aptos a identificar e acolher as mulheres nos serviços de saúde, reconhecendo tais ações como suas responsabilidades. Porém, muitas vezes não o fazem por barreiras como a própria estrutura dos serviços, a falta de capacitação e aspectos emocionais, que dificultam o acolhimento e a orientação adequados. Também identificamos que a rede de apoio existente ainda é desconhecida por muitos dos profissionais e, diversas vezes, está estruturada de forma inadequada para atender às demandas existentes. Assim, é fundamental o desenvolvimento de capacitações para os profissionais da área de saúde com o objetivo de prepara-los para uma melhor assistência às mulheres em situação de violência e para o conhecimento da rede de proteção existente. Além disso, é urgente que a estrutura dos serviços seja repensada em diversos aspectos para que os princípios do SUS e as ações de humanização possam, de fato, ser colocadas em prática. / This study was conducted as part of the larger research project \"The interface between the occurrence and treatment of gender violence among women who are users of public health care in Ribeirão Preto. Violence against women is one of the most perverse forms of female subordination and leads to serious consequences to those affected by it. Women in such conditions frequently seek health care services, which are highly capable of detecting violence. However, there are a number of obstacles faced by professionals, doctors and nurses, in order to identify and provide proper assistance to these women. The objective of this study was to comparatively analyze how doctors and nurses who work in the public health care system in Ribeirão Preto perceive violence against women with a view to improving the quality of services. To attain this goal, this qualitative study made use of a database of 14 interviews with doctors and 10 with nurses following a semistructured script. Following thematic content analysis, the following categories have been established: 1) Perceptions about gender; 2) Perceptions about violence against women; 3) About the jobs; and 4) About the protection network. These categories were further divided into subcategories that were analyzed by taking gender as a reference. The findings show that there are many similarities across perceptions concerning gender issues, which are still quite traditional. Professionals believe that violence against women occurs as a result of inequalities that have been perpetuated by the social system and that ultimately justify such violence. They recognize the existing types of violence and are ready and able to identify women and offer them assistance within the health care system, which they regard to be part of their responsibilities. However, they frequently cannot do that due to barriers such as how the services are structured, lack of training, and emotional aspects, which make both reception and counseling difficult. It has also been found that the existing support network is still unknown to many professionals and, very often, that it is inadequately organized to meet current demands. Thus, it is essential to develop the skills of health care professionals in order to prepare them both to provide better assistance to women who have been affected violence and to know about the existing protection network. In addition, there is the urgent need to rethink the organization of services at various levels so that the principles of SUS - the universal health care system - and humanization actions can actually be put into practice.
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'Our (in)ability to speak' : interpretations and representations of prostitution in an English policy contextHewer, Rebecca Mary Frances January 2017 (has links)
Over the last ten to fifteen years, prostitution policies in England have grown increasingly welfarist in tone, stressing the relative victimhood and vulnerability of women who sell sex. This thesis explores important facets of these emergent narratives. Using a qualitative multi-method approach, it investigates the manner in which 21 policy-actors and seven policy documents - principally originating from the English prostitution ‘policy subsystem’ - interpret and represent prostitution. From a methodological perspective, generated findings are explored through the dual interpretative frameworks of critical discourse analysis and sociological frame theory. These frameworks require that localised narratives be contextualised within, and explained by reference to, broader discursive and cultural conditions. In deference to this, findings are situated within rich bodies of academic literature which commentate on, promote and critique various political philosophies, ideological discourses, and critical social theories, such as (neo)-liberalism, a number of feminisms, and Bourdieusian sociology. More specifically, this thesis explores the way 21 policy actors, and four of the selected policy documents, represent the subjecthood of women who sell sex. It approaches this endeavour via discussions of vulnerability, subjectivity/choice, and gender. Here, it concludes that actors and documents draw on, and contribute to, a plurality of complimentary and contradictory ideological discourses, to interpret and represent certain facets of a woman in prostitution’s ‘self’. Substantively, it suggests that - whilst there is a broad consensus regarding the importance of the internal individualism of women who sell sex, and the instrumentality of externalities with regard to shaping her social spaces and ability to choose - questions of gender remain highly contested. Thereafter, this thesis explores the way the same policy-actors, and three distinct policy documents, discursively include/exclude prostitution from violence against women and girls (VAWG) narratives. It begins by exploring how documents and actors define violence in generic terms, and to what degree they adhere to a feminist sociological model when explaining the aetiology and causality of VAWG. It then discusses how prostitution’s relationship to VAWG is framed, and inclusion/exclusion is justified. Here, it concludes that whilst there is a general commitment to the feminist sociological model of VAWG, the question of whether or not prostitution should be included beneath its auspices is highly contentious – pitting classically oppositional coalitions of actors against one another and creating intramural disputes within coalitions themselves. Drawing these strands together, concluding chapters explore framing dynamics. In total, this thesis offers a number of contributions to the fields of prostitution and VAWG policy studies. It demonstrates that while debates in the English prostitution policy subsystem frequently appear to be comprised of two bitterly oppositional ‘advocacy coalitions’, the two groups share multiple areas of ideological consensus, at least with regard to how they understand prostitution. Indeed, more often than not, coalitions differ principally with regard to their prognostic frames and their judgments of material prevalence. In turn, this disrupts extant literature on advocacy coalitions, which suggests that policy-actors organise themselves into groups by reference to their core belief systems, whilst showing a willingness to compromise on secondary considerations. These areas of consensus by no means suggests that matters are straightforward, however. Indeed, this thesis provides evidence that many facets of the prostitution debate are nuanced, complex and ambivalent – that actors entertain and promote contradictory narratives, that coalitions suffer intra-mural fractures over discursive fault-lines, and that framing preferences are strategically engaged. With regard to the last point, this thesis makes a significant methodological contribution to the field of discourse analysis, insofar as it explores the manner in which respondents can be represented as both formed through, and active users of, discourse. It does so by bringing two distinct discourse theories/methods into dialogue with one another. Over and above this, this thesis seizes upon the theoretical opportunities presented when original findings and extant academic scholarship are used to elucidate and develop one another. Most notably it deploys the work of critical social theorists, Martha Fineman and Pierre Bourdieu, to explore new ways in which the harms of prostitution can be conceived.
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A magnitude da violência de gênero entre mulheres trabalhadoras de restaurantes universitários / The extension of gender violence endured by women who work in university restaurantsVenâncio, Kelly Cristina Maxima Pereira 02 April 2012 (has links)
Estudo exploratório e descritivo de abordagem quantitativa sobre a magnitude da violência de gênero contra as mulheres. Ancorado na Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em Saúde Coletiva, usou como categorias de análise gênero e violência de gênero. Objetivou conhecer a magnitude do fenômeno da violência de gênero cometida por parceiros íntimos entre mulheres trabalhadoras de restaurantes universitários, conhecer o perfil de produção e reprodução social dessas mulheres e os potenciais de desgaste e fortalecimento intrínsecos a essas formas de viver e trabalhar, identificar os tipos de violência que essas mulheres vivenciam e seus agressores, bem como as formas de enfrentamento utilizadas por elas frente à violência sofrida e verificar a possível relação entre os problemas de saúde apresentados pelas mulheres e a violência que vivenciam. O cenário foi a Superintendência da Coordenadoria de Assistência Social da Universidade de São Paulo (Coseas), é vinculada à Reitoria da Universidade de São Paulo. Foram entrevistadas, com instrumento semiestruturado, 91 mulheres trabalhadoras dos restaurantes vinculados à Coseas. Os resultados mostraram que os lugares onde vivem apresentam altas taxas de violência em geral e são vulneráveis socialmente. No momento produtivo, verifica-se que o trabalho formal e estável representa um forte potencial de fortalecimento. No entanto, revela-se também como potencial de desgaste, devido ao processo de trabalho espoliador que exige intenso esforço físico, o que resulta em doenças ocupacionais. A maior parte (70%) exerce função de auxiliar de cozinha e cozinheira, e 82,4% disseram ser subalternas. Cerca de 70% relataram ter sofrido violência gênero perpetrada por parceiro íntimo, destas, 66% sofreram violência psicológica, 36,3% violência física e 28,6% sexual. No enfrentamento dessa situação, 65,2% procuraram ajuda. As mais frequentes foram a ajuda familiar (46,5%) e da enfermeira de saúde mental da Coseas (23,3%). Os problemas de saúde decorrentes da violência foram referidos por 59,1%, a maior parte tendo alguma relação com a saúde mental. Os resultados indicam que a situação exige uma intervenção imediata pautada principalmente na instrumentalização dessas mulheres e no apoio do Estado e da Universidade para que se realize o enfrentamento que a realidade exige. / This is an exploratory and descriptive study that does a quantitative approach on the extension of gender violence against women. Having its basis on the Praxical Intervention Theory in Nursing of Colective Health, it has taken a few analysis categories related to gender and gender violence. This works aim was knowing the magnitude of the gender violence phenomenon as it is committed by intimate partners of women who work in college restaurants; knowing the production and reproduction social profile of these women, as well as the potential weakening and strengthening processes that are intrinsic to that way of living and working; indentifying the types of violence that these women have to cope with, as well as their aggressors (besides the ways of facing the violence they are exposed to); and, finally, verifying a possible relation between the health problems theses women develop and the violence they suffer. The place was the Social Work Bureau of the University of São Paulo (Coseas), which is part of this institution rectory. The 91 women who work at the university restaurants of the Coseas system, they were interviewed as a semi-structured instrument subjects of this study. The results have shown that the places where they live have high rate of general violence and they are socially vulnerable. In their productive moment, it is known that the formal and stable work represents a strong strengthening potential. Nevertheless, it has, at the same time, a weakening potential due to the despoiling work process that demands intense physical effort, which results in occupational diseases. Most of these women (70%) is cook or auxiliary cook. 82,4% of them consider themselves as subordinate workers. Around 70% of them have reported to be victims of gender violence committed by an intimate partner, 66% psychological violence, 36,3% physical violence and 28,6%, sexual violence. In facing this issue, 65,2% has searched help. The most frequent one was the help from someone inside the family (46,5%), and from the mental health nurse of Coseas (23,3%). The health problems that were consequences of the violence suffered were mentioned by 59,1%, and the major part had a relation with mental health. The results indicate that this situation demands an immediate intervention based especially on the providing that women with means of coping with their problems, as well as the support of the State and the University of São Paulo, so that all together can struggle to win this battle for a more respectful and honorable reality.
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A permanente vitimização de mulheres: compreensão psicodinâmica a partir de um estudo de caso / The permanent victimization of women: psychodynamic understanding based on a case studyYounes, Raquel Brandão Martins de Araujo 07 August 2014 (has links)
A violência contra as mulheres constitui um fenômeno social com dimensões múltiplas, que, apesar de ter ganhado visibilidade social há pouco, ocorre há muito tempo em todas as culturas, afetando a todas as idades e classes sociais, tendo tornado-se um problema também de saúde pública. A dominação de gênero impede que homens e mulheres pensem fora do esquema de dominação masculina, interpretando essa relação como natural. Existe um despreparo do profissional da saúde em lidar com as vítimas que recorrem ao seu serviço, que se deve possivelmente ao desconhecimento acerca de como proceder frente a esses casos e também se sabe que muitas vezes as intervenções são fracassadas por resistência das próprias mulheres. Neste trabalho, objetivou-se compreender a dificuldade das mulheres em situação de violência abandonarem as relações violentas em que se encontram por meio de um estudo de caso atendido com base no método psicanalítico. Como recurso teórico, lançamos mão da teoria da agressividade de Winnicott, que defende que os problemas de violência enfrentados pela sociedade devem-se à não integração da agressividade inata dos indivíduos. A partir da discussão clínico-teórica, objetivamos ainda, pensar nos impasses e dificuldades na atuação com mulheres que sofrem violência, como forma de contribuir com o preparo de profissionais da saúde que lidam com essas mulheres. Concluímos que a teoria de Winnicott sobre a agressividade contribui de forma substancial para a compreensão da permanente vitimização de mulheres ao revelar o lugar central que a agressividade ocupa na constituição dos seres humanos. Se esse elemento central não puder ser integrado como parte do indivíduo, ele trará graves problemas, sendo um deles, o assujeitamento constante à violência. Concluímos, ainda, que o profissional da saúde deve compreender essas mulheres como seres humanos com necessidades subjetivas e aguardar a oportunidade de elas alcançarem uma atitude construtiva para lhes mostrar a destrutividade e a agressividade humanas presentes nelas, oferencendolhes um novo modelo de vínculo. Essa é a única possibilidade que o ser humano tem de tolerar seus próprios aspectos destrutivos para Winnicott / Violence against women is a social phenomenon with multiple dimensions. Although it has gained social visibility in a short time, it has happened for a long time in all cultures, affecting all ages and social classes and it has become a public health issue. Gender domination doesn\'t allow men and women to think out of the male domination scheme, interpreting this relationship as natural. Besides, health professionals lack the skill of dealing with the victims that search for this service, which is possibly related to the ignorance of how to go along with these cases. It is also known that in many cases interventions fail in due to the women`s own resistance. The objective of this piece of work was, through a case study based on psychoanalytic method, to understand the difficulty of women living in violent situations so as to abandon the violent relationships, in which they are found. As theoretical resource, we used Winnicott\'s theory about aggressiveness, which defends that the problems concerning violence faced by society are the consequence of the non-integration of the individuals innate aggressiveness. Based on the clinical and theoretical discussion, we still aim to think of the difficulties of the work with women who suffer violence, as a form of contribution to the preparation of health professionals who deal with these women. We concluded that Winnicott\'s theory about aggressiveness helps to understand the permanent victimization of these women as it reveals central spot that aggressiveness occupies on human being constitution. If this central element cannot be integrated as part of the individual, it will bring serious problems, as the frequent subjection to violence. We still concluded that the health professional should comprehend these women as human beings with subjective needs and should wait for the opportunity for them to achieve a constructive attitude to show them the human destructiveness and aggressiveness present in themselves, offering them a new model of relationship. This is only possibility for the human being to tolerate its own destructive aspects, according to Winnicott
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A prática da amamentação entre mulheres em situação de violência por parceiro íntimo, durante a gestação atual: análise da duração do aleitamento materno exclusivo e autoeficácia materna na amamentação / .The practice of breastfeeding among women in situations of intimate partner violence, during a current gestational period: analysis of the duration of exclusive breastfeeding and maternal self-efficacy in breastfeedingMariano, Laura Marina Bandim 12 September 2014 (has links)
A violência por parceiro íntimo (VPI), durante a fase gravídico-puerperal da mulher, pode ter consequências sérias e desastrosas tanto para a saúde das mulheres como para seus conceptos/neonatos. Algumas dificuldades das mães, durante o aleitamento materno, podem estar relacionadas, direta ou indiretamente, à atitude de agressão por parte do parceiro, independente de ocorrer antes, durante e/ou depois da gestação. Este estudo teve como objetivo analisar a prática da amamentação entre mulheres em situação de VPI, durante a gestação atual, usuárias de um serviço de pré-natal da rede pública quanto à duração do aleitamento materno exclusivo (AME), ao nível de autoeficácia materna para amamentar e aos fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo-exploratório, desenvolvido no CRSM-MATER, situado em Ribeirão Preto - SP, com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, nº 1421/2011. Os dados foram coletados no período de maio de 2012 a maio de 2013. As mulheres participantes do estudo foram recrutadas a partir de um inquérito sobre prevalência de VPI na gestação, aplicado no pré-natal para 358 gestantes, além de dados sociodemográficos e ginecológicos. Na internação, as informações sobre variáveis obstétricas, neonatais e de amamentação foram coletadas no prontuário. Com 30 dias de pós-parto, as mulheres foram acompanhadas no domicílio, quando foi aplicado o Instrumento Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES), e com 70 dias após o parto, por contato telefônico, para obter informações sobre a amamentação. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SAS ® 9.0, com análise fundamentada na estatística descritiva, utilizando-se o Teste Exato de Fisher, t-Student e Análise de Variância. Verificamos que 17,59% das participantes relataram algum tipo de VPI, durante a gestação atual, sendo 94% por violência psicológica, 42%, física e 2%, sexual. A média de idade foi de 24,5 anos e de estudo, 8,94 anos, renda familiar média de 2,61 salários-mínimos. Na alta hospitalar, 88% dos bebês estavam em AME, reduzindo para 55,32% e 40% com 30 e 70 dias após o parto, respectivamente. A média de duração do AME foi de 19,08 dias. E 54% das mulheres apresentaram alta autoeficácia na amamentação. Não houve associação do nível de autoeficácia na amamentação e da duração do AME com o tipo de VPI, na gestação atual. Verificamos associação da duração do AME com o nível de autoeficácia na amamentação com 30 e 70 dias, após o parto. Dentre os fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce, observamos associação estatisticamente significativa do nível de autoeficácia na amamentação com o Apgar de 1º minuto, a presença de intercorrências com o recém-nascido (RN) e a separação da mãe durante a internação. Concluímos que a análise da autoeficácia na amamentação entre mulheres em situação de VPI, na gestação atual, possibilitou identificar fatores relacionados à amamentação que podem ter influências negativas e positivas sobre o início e estabelecimento da amamentação, bem como para o desmame precoce. A BSES é um instrumento que pode ser usado tanto em pesquisas como no planejamento de uma assistência mais efetiva / Intimate Partner Violence (IPV) during the pregnancy-puerperal phase can have serious and disastrous consequences for women and their neonates. Some difficulties for mothers during breastfeeding, may be related directly or indirectly to the act of aggression by the partner before, during or after gestation. This study\'s objective is to analyze breastfeeding in the IPV situation during current gestation among users of a prenatal service from the public health care in relation to the duration of the exclusive breastfeeding (EBF), the level of maternal self-efficacy to breastfeed, and breastfeeding factors related to its initiation, establishment, and early weaning. The present study is quantitative and descriptive-exploratory, developed at CRSM-MATER, situated in Ribeirão Preto, Sao Paulo, with the approval of the Ethics Committee on Human Research, no. 1421/2011. The data were collected from May 2012 to May 2013. The participating women (n=358) were recruited from an inquiry about the prevalence of IPV during their gestation, applied in pre-natal. Socio-demographic and gynecological data were also considered. At admission, information about obstetric variations, neonatal and breast-feeding were collected. In the 30th day from postpartum, the Breastfeeding Self- Efficacy Scale (BSES) instrument was applied in person in the home. Within 70 days postpartum, information about breast-feeding was obtained via telephone. The data were analyzed in using SAS® version 9.0 statistical software, with an analysis grounded in descriptive statisticz, utilizing the Fisher\'s exact test, Student\'s t-test and Variance Analysis. The average age was 24.5 years and 8.94 studying years, average family income was 2.61 minimum wage. It was verified that 17.59% of the participants reported some kind of IPV during gestation, with 94% of these cases reporting psychological, 42% physical and 2% sexual violence. At hospital discharge, 88% of neonates were in EBF, reduced to 55.32% and 40% at 30 and 70 days postpartum, respectively. The average duration of EBF was 19.08 days. 54% of the women presented high self-efficacy in breast-feeding. There was no association between the kind of IPV in the current gestation with the level of self-efficacy in breast-feeding or with the duration of EBF. There was however, an association between the duration of the EBF and the level of self-efficacy in breast-feeding at 30 and 70 days postpartum. Among breast-feeding characteristics, there were significant associations between the level of self-efficacy in breast-feeding with the Apgar of 1st minute, neonatal complications and maternal separation during hospitalization. We conclude that self-efficacy in breastfeeding among women in situations of IPV during gestation can influence breastfeeding beginning, breastfeeding establishment and early weaning. The present study establishes the utility of the BSES as a research instrument in this context, which may help guide the development of strategies for more effective assistance
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A percepção de enfermeiras da rede básica de saúde acerca da violência contra a mulher / Violence against women in the perspective of nurses from the basic health service network.Daltoso, Daniela 08 February 2010 (has links)
A violência doméstica contra a mulher é um evento complexo e muito prevalente no Brasil, sendo os serviços de saúde frequentemente procurados por essas mulheres, o que coloca serviços e profissionais de saúde em lugar de destaque no manejo desses casos. Considerando o papel do enfermeiro dentro do sistema de saúde, o objetivo do estudo foi compreender a percepção destes profissionais sobre a problemática. Para tal utilizou-se uma abordagem qualitativa, em que foram entrevistados 11 enfermeiras que trabalham nas Unidades Distritais de Saúde do município de Ribeirão Preto, utilizando um roteiro semi estruturado. Os dados foram processados, lidos atentamente e organizados nas seguintes unidades temáticas: 1-A visão das enfermeiras sobre a questão de gênero; 2-A visão das enfermeiras sobre a violência contra a mulher; 3-Atendimento: Rezo para não chegar nada no meu plantão[...] Quando chega é um problema!; 4-Aspectos Jurídicos: Está tudo no caderninho! e 5-Formação: Olha se foi, foi uma aula bem superficial. As enfermeiras entrevistadas percebem que houve uma mudança no papel da mulher na sociedade moderna, porém, mantêm uma visão tradicionalista de gênero; assim, identificam um momento de transição em que a \"mulher moderna\" vive entre o paradoxo de ser um sujeito social ativo e ser a \"rainha do lar\". Neste sentido, as enfermeiras entrevistadas percebem que a mulher de hoje apenas multiplicou funções, mas ainda não dividiu responsabilidades. Elas percebem ainda a liberdade sexual feminina como libertinagem; neste sentido prevalece discursos em que às mulheres é vedado o direito de exercerem sua sexualidade de forma livre, sendo este assunto tratado com denotações negativas. Associam a violência contra a mulher a aspectos relacionados à individualidade dos casais; aspectos externos relacionados ao estilo de vida imposto pela sociedade moderna e ao uso de álcool e drogas; atribuem a continuidade das relações violentas pelo medo, pela vergonha e por dependência financeira e moral de seus companheiros e pela falta de apoio social; assim, essas mulheres permanecem nas relações por não verem outra possibilidade de vida. Implícita na temática da violência contra as mulheres, está sempre presente nos discursos o fato das mulheres se manterem em relações assimétricas com seus parceiros, o que as tornam submissas e contribui para a manutenção do ciclo da violência. Quanto ao atendimento, sentemse os profissionais de saúde despreparados para lidar com a situação; reconhecem eles principalmente a violência física e focam sua assistência ao atendimento das lesões, e percebemos então a invisibilidade da violência contra a mulher pelos profissionais de saúde, que possivelmente se distanciam para evitar frustrações frente ao problema com o qual não se sentem preparados para lidar. Não possuem conhecimentos adequados quanto às questões jurídicas; e, assim, ao atender casos de violência, não se prendem aos fatores legais, mas sim a fatores de ordem pessoal, às especificidades do caso atendido e à própria estrutura dos serviços. Por fim, são unânimes em reconhecer a necessidade de treinamento para que possam melhor abordar o tema. / Domestic violence against women is a complex event and very prevalent in Brazil. These women frequently seek for health services, which require them and their health professionals to manage these cases. Considering the role of nurses in the health system, this study aimed to understand the perception of these professionals about the problem. A qualitative method was used and 11 nurses working in the District Health Units in the city of Ribeirão Preto, SP, Brazil were interviewed through a semi-structured questionnaire. Data were processed, carefully read and organized into the following thematic units: 1- gender\'s conception; 2- understanding of nurses about violence; 3- care delivery: I pray for nobody to arrive during my shift [...] It\'s a problem when someone arrives!; 4- Law aspects; 5- Education- Well, If I had it, it was a very superficial class. Interviewed nurses perceive that women\'s role has changed in modern society; however, there is a traditional view of genders. Therefore, they identify a moment of transition in which the \"modern woman\" lives the paradox of being an active social subject and \"the lady of the house\". In this perspective, the nurses perceive that today\'s women have multiplied their functions but have not shared their responsibilities. They also perceive that women\'s sexual freedom is seen as debauchery in which discourses about women being forbidden to freely exercise their sexuality prevail and is an issue addressed with negative connotation. They associate violence against women with aspects related to the individuality of couples, external aspects related to the life style that is imposed by modern society and the use of alcohol and drugs, attribute the persistence of violent relationships to fear, shame, financial and moral dependency on partners, and lack of social support. Thus, these women remain in these relationships because they do not see other options for their lives. The fact that women keep asymmetric relationships with their partners is implicit in the violence subject. This asymmetry makes them submissive and favors the maintenance of the violence cycle. Professionals feel unprepared to deal with the situation, especially acknowledge physical violence and focus care delivery on lesions. We perceive that violence against women is invisible to the eyes of health professionals, who possibly distance themselves so to avoid frustration in relation to a problem they do not feel prepared to deal with. They do not have appropriate knowledge related to law and therefore, when they attend cases of violence, do not pay attention to legal issues but on factors related to the individual, to the specificities of each case and structure of the services themselves. Finally, they all agree on the need of education so as to better address the subject.
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