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[en] NARRATE THE OTHER: NOTES ON VIOLENCE AND ETHICS IN MICHEL FOUCAULT AND JUDITH BUTLER S THOUGHT / [pt] RELATAR O OUTRO: NOTAS SOBRE VIOLÊNCIA E ÉTICA NO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT E JUDITH BUTLERGABRIELA TEIXEIRA CUNHA 21 January 2020 (has links)
[pt] A pesquisa tem por objetivo refletir acerca da violência exercida em nome da ética a partir de uma perspectiva crítica baseada no pensamento de Michel Foucault e Judith Butler. De início, pontua-se os enquadramentos normativosociais que definem quais vidas importam e quais vidas sequer são passíveis de
luto. Em seguida, recuperando as problematizações éticas dos autores de referência, defende-se que os processos de subjetivação são um meio de abertura para a alteridade. O conceito grego de ascese –práticas de si – investigado por Foucault é o conceito chave através do qual se procura pensar formas de
resistência aos poderes subjetivantes e uma maneira de encontrar o outro no exercício de si mesmo, de reconhecê-lo na sua proximidade e na sua absoluta estranheza. A teoria de Butler é fundamental nesse ponto, uma vez que propõe explicitamente a pergunta pelo tu no diálogo com diversos pensadores, dentre
os quais, o trabalho põe em relevo as questões da filosofia de Emmanuel Lévinas. Por fim, a proposta de uma ética de não violência é sustentada na concepção foucaultiana de ética da amizade e no ponto de vista da responsabilidade em Butler. Ambos podem funcionar na rubrica de um programa vazio, no sentido de não prescreverem regras de conduta. Sem abrir mão completamente da normatividade, indicam possibilidades éticas que não se baseiam em juízos. / [en] This paper aims to conduct to reflect on the violence perpetrated in the name of ethics from a critical perspective based on the thinking of Michel Foucault and Judith Butler. At first, it is pointed out the normative-social frameworks that define which lives matter and which lives are not even mournable. Then,
recovering the ethical problematizations of the authors in reference, it is argued that the processes of subjectivation are a mean of opening to alterity. The Greek concept of ascesis - self-practices - investigated by Foucault is the key concept through which one tries to think of forms of resistance to subjectivating powers and a way of finding the other in the exercise of oneself, of recognizing it in its proximity and in their absolute strangeness. Butler s theory is fundamental at this point, since it explicitly proposes the question of you in the dialogue with several thinkers, among which, this paper highlights the issues of Emmanuel Lévinas philosophy. Finally, the proposal for an ethics of non-violence is based on Foucault s conception of the ethics of friendship and in Butler s point of view about responsibility. Both can work under the heading of an empty program, in the sense of not prescribing rules of conduct. Without giving up normativity completely, they indicate ethical possibilities that are not based on judgments.
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[en] THE CONSTITUENT EXPRESSION OF FEMINISM: FOR THE RETAKING OF THE WOMAN LIBERATION / [pt] A EXPRESSÃO CONSTITUINTE DO FEMINISMO: POR UMA RETOMADA DO PROCESSO LIBERATÓRIO DA MULHERADRIANA VIDAL DE OLIVEIRA 11 January 2008 (has links)
[pt] Existe uma grande variedade de teorias feministas. Cada
uma fundamenta
a conquista de direitos das mulheres de forma bem
distinta. O surgimento das
vertentes do feminismo ocorre segundo as necessidades e os
interesses em disputa
da época em que elas são cunhadas. Por esse motivo, muitas
podem, a princípio, ter
uma aparência inovadora, de ruptura com uma determinada
estrutura de poder
imposta sobre o corpo da mulher. Porém, quando analisadas
com o auxílio da
perspectiva de poder constituinte trabalhado pelo autor
Antonio Negri, a aparência
de liberação não se sustenta, demonstrando que, na
verdade, pode ser resultado de
um esforço em sentido contrário ao processo
revolucionário, um esforço próprio do
poder constituído para frear a liberação da mulher. Nesse
sentido, a autora Judith
Butler tece importantes críticas a categorias utilizadas
de forma bastante freqüente
não somente pelo feminismo, como também por outros
movimentos de minorias;
estratégias de luta que, em vez de auxiliar na expansão do
feminismo, acabam
fazendo com que o movimento feminista e suas teóricas ou
teóricos usem o mesmo
aparato do poder para criar condições desiguais para as
mulheres. Um desses
recursos é o apelo à identidade, que exclui diversas
categorias do movimento e é
fundamental para a elaboração do conceito de Outro. As
críticas a essa estratégia
tradicional, bem como a teoria fundada pela autora ajudam
a pensar em uma nova
forma de se retomar o processo liberatório das mulheres. / [en] There is a great variety of feminist theories. Each one of
them explains the
achievement of women rights in a different way. Feminism
theories emerged
according to the necessities and conflict of interests of
the period in which they
were created. For this reason, much of them may appear in
the first moment to be
innovative, to be going against certain power structure
imposed upon woman`s
body. Nevertheless, when those theories are analyzed
through the lens of the
constituent power perspective used by Antonio Negri, the
liberation perspective
does not hold itself. In fact, they seem to be the result
of an opposite effort
towards the revolutionary process, an effort of the
constituted power to break the
liberation of women. In this sense, Judith Butler makes
important criticisms to the
frequently-used categories by the feminism movement and
other minority
movements. According to her, the struggle strategies used
by minority
movements lead the feminist movement to utilize the same
apparatus of power that
create unequal conditions for women, instead of supporting
feminism expansion.
One of the resources used is the appeal to identity, which
excludes several
categories of the movement and is essential to the
elaboration of the Other
concept. The criticisms to this traditional strategy as
well as the theory founded
by Butler help to enlighten a new way to retake the
liberation process of women.
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[en] CRISIS OF SOLIDARITY: A NORMATIVE RECONSTRUCTION IN THE LIGHT OF OTHERNESS AND THE PARADIGM OF THE REFUGEE / [pt] SOLIDARIEDADE EM CRISE: UMA RECONSTRUÇÃO NORMATIVA À LUZ DA ALTERIDADE E DO PARADIGMA DO REFUGIADODANIELLA FERNANDES FERRARI 18 October 2019 (has links)
[pt] A solidariedade enquanto um sentimento de união que se traduz em ações de cooperação social surge como um dos imperativos do século XXI, especialmente enquanto uma demanda atrelada ao caso dos refugiados. Na crise humanitária de migração em curso, apreendida no contexto global mais abrangente de ascensão da intolerância e do discurso anti-imigratório, aludiu-se a uma crise de solidariedade. Entendendo que a própria solidariedade está em crise, a presente pesquisa pretende explorar os contornos da solidariedade humana utilizando o arquétipo do refugiado como paradigmático, sobretudo em virtude do privilégio epistêmico que este representa enquanto contato necessário com a alteridade que se apresenta de maneira inadiável. Argumenta-se pelo resgate normativo da solidariedade através da alteridade, em lugar da semelhança, sendo tal consideração imprescindível para o revigoramento do conceito em questão. Para tal, será apresentado um panorama geral sobre a solidariedade, em conexão com a figura do refugiado e a crise atual. Em seguida, se fará a exposição de algumas teses contemporâneas de solidariedade humana com base nas formulações de Judith Butler, explorando conceitos chaves como precariedade, luto e coabitação. / [en] Solidarity, understood as a sense of unity that translates into actions of social cooperation, emerges as one of the imperatives of the twenty-first century, especially as a demand tied to the case of the refugees. The ongoing humanitarian migration crisis, seized in the broader global context of the rise of intolerance and anti-immigration discourse, alluded to a crisis of solidarity. Understanding that the concept of solidarity itself is in crisis, this research intends to explore the contours of human solidarity by using the archetype of the refugee as paradigmatic, justified by the epistemic privilege regarding the necessary contact with otherness that unavoidably presents itself. Solidarity must be reconstructed in normative terms through the concept of otherness rather than sameness; this consideration is essential for the reinvigoration of the concept. To do so, I will present a general overview of solidarity, in connection with the figure of the refugee and the current crisis. Subsequently, I will introduce a few contemporary theses of human solidarity based on Judith Butler s formulations, exploring key concepts such as precariousness, grievability and cohabitation.
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