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[en] BLACK WOMEN AT THE CROSSROADS OF CARE: A STUDY ON UNPAID CARE AND DOMESTIC WORK / [pt] MULHERES NEGRAS NA ENCRUZILHADA DO CUIDADO: ESTUDO SOBRE TRABALHO DE CUIDADO E DOMÉSTICO NÃO REMUNERADOTHAMIRES DA SILVA RIBEIRO 08 August 2023 (has links)
[pt] A tese busca compreender a estratificação da organização social e política dos cuidados no Brasil a partir da intersecção de raça, gênero e classe na sua provisão, distribuição e usufruto/acesso, com foco na centralidade de mulheres cis negras na provisão do trabalho de cuidado e doméstico não remunerado. E reflete sobre a racialização, familiarização, feminização e mercantilização do cuidado. Pensar o cuidado pelo viés interseccional e como um trabalho constitutivo da sustentabilidade humana possibilita enxergar disparidades complexas que dinamizam esta organização. Nesse percurso, parte-se do campo das ciências sociais, econômicas e do direito, a fim de analisar o cuidado no centro da agenda pública e acadêmica, o concebendo como uma encruzilhada. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória do tipo descritiva, com abordagem qualiquantitativa a partir da realização de testes de hipótese articulado à execução de entrevistas semiestruturadas com treze mulheres cis negras anônimas, na faixa etária de 30 a 65 anos, residentes no município do Rio de Janeiro e Região Metropolitana. A triangulação de métodos tem a finalidade de analisar como a provisão, distribuição, usufruto/acesso fortalece as assimetrias de raça, gênero e classe, em um sistema interligado de opressão que produz as desigualdades do cuidado. A pesquisa estrutura seu quadro teórico na epistemologia negra feminista em diálogo com autoras do campo de produção sobre cuidados, privilegiando a interlocução com autoras ladino-amefricanas e afirma a necessidade de enegrecer o cuidado. Os resultados atestam uma lacuna racial nas pesquisas de cuidado e que mulheres negras sustentam o funcionamento do sistema de cuidados no Brasil, sendo protagonistas em sua provisão ao mesmo tempo em que se encontram à margem do usufruto, incidindo em sua permanência na base da pirâmide social. Tais resultados fundamentam a conclusão de que a pauta do cuidado como direito na agenda pública deve considerar prioritariamente a experiência e a condição de mulheres negras, a fim de viabilizar uma reparação histórica, fortalecendo ciclos geracionais de libertação e colaborando para a superação de desigualdades sociais. / [en] The thesis seeks to understand the stratification of the social and political organization of care in Brazil from the intersection of race, gender and class in its provision, distribution and usufruct/access, focusing on the centrality of cis black women in the provision of care work and unpaid household work. It reflects on the racialization, familiarization, feminization and commodification of care. Pondering about care from an intersectional angle and as a constitutive work of human sustainability makes it possible to see the complex disparities that make this organization dynamic. Accordingly, we depart from the field of social, economic and legal sciences, in order to analyze care at the center of the public and academic agenda, conceiving it as a crossroads. This is an exploratory research of the descriptive type, with a quantitative and qualitative approach based on the performance of hypothesis tests articulated with the execution of semi-structured interviews with 13 anonymous black cis women, aged between 30 and 65 years, residing in the city of Rio de Janeiro and Metropolitan Region. The triangulation of methods aims to analyze how the provision, distribution, usufruct/access strengthen imbalances of race, gender and class, in an interconnected system of oppression that produces inequalities in care. The research structures its theoretical framework in black feminist epistemology in dialogue with authors from the field of production on care, privileging the interlocution with Ladino-Amefrican authors and affirms the need to blacken care. The results attest to a racial gap in care research and that black women support the functioning of the care system in Brazil, being protagonists in its provision while at the same time being on the margins of attainment, focusing on their permanence at the base of the social pyramid. Such results support the conclusion that the agenda of care as a right on the public agenda should consider the experience and condition of black women as a priority, in order to enable historical reparation, strengthening generational cycles of liberation and collaborating to overcome social inequalities.
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[en] IT S NOT LOVE, BUT UNPAID WORK: AN ANALYSIS OF WOMEN IN CARE WORK / [pt] NÃO É AMOR, É TRABALHO NÃO PAGO: UMA ANÁLISE SOBRE MULHERES NO TRABALHO DO CUIDADOCLAUDIA DE OLIVEIRA VICENTE 22 January 2024 (has links)
[pt] Esta dissertação tem como objetivo analisar a centralidade do trabalho nas
demandas de cuidado e reprodução social nos marcos da sociedade capitalista,
considerando as dimensões de gênero-raça-classe no trabalho do cuidado. Busca
aprofundar os dilemas do trabalho reprodutivo no contexto da sociedade
capitalista sob as novas morfologias do trabalho; compreender as abordagens
sobre trabalho reprodutivo nas teorias feministas marxistas; e analisar os impactos
das diferentes formas de explorações-opressões das mulheres no campo do
trabalho do cuidado. A questão norteadora desta pesquisa é que o trabalho do
cuidado, por ser exercido majoritariamente por mulheres, não é tratado em grande
parte da literatura clássica como trabalho. Tendo em vista os determinantes
históricos da exploração-opressão de gênero-raça-classe as mulheres são levadas a
experimentarem mais profundamente as condições de subalternização e
feminização da pobreza, o que se intensifica com a maior presença delas no
trabalho do cuidado. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica sobre
trabalho do cuidado de forma remunerada/não remunerada nos espaços
domésticos, junto aos dados produzidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) no período compreendido entre 2017 e 2022, período em que
foram disponibilizados os relatórios anuais. Os dados levantados mostram a
inserção das mulheres no trabalho do cuidado com recortes de raça, idade,
escolaridade, localidade, condição no domicílio, atividades desenvolvidas,
remuneração e condições do trabalho (se possuem ou não carteira assinada).
Explicitam a dinâmica do trabalho do cuidado no período estudado, permitindo
observar aspectos da divisão sociossexual e racial do trabalho. / [en] This dissertation aims to analyze the centrality of work in the demands of
care and social reproduction within the framework of capitalist society,
considering the dimensions of gender-race-class in care work. It seeks to delve
deeper into the dilemmas of reproductive work in the context of capitalist society
under the new morphologies of work, understand the approaches to reproductive
work in Marxist feminist theories, and analyze the impacts of different forms of
exploitation-oppression of women in the field of care work. The guiding question
of this research is that care work, as it is mostly carried out by women, is not
treated in much of the classical literature as work. Considering the historical
determinants of gender-race-class exploitation-oppression, women are led to
experience more deeply the conditions of subalternization and feminization of
poverty, which is intensified with their greater presence in care work. The
methodology used was bibliographical research on paid/unpaid care work in
domestic spaces and data produced by the Continuous National Household
Sample Survey (Continuous PNAD) of the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE) between 2017 and 2022, period in which the annual reports were
made available. The data collected shows the insertion of women in care work
with details of race, age, education, location, status at home, activities carried out,
remuneration and working conditions (whether or not they have a formal
contract). They explain the dynamics of care work in the period studied, allowing
us to observe aspects of the sociosexual and racial division of work.
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[pt] CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA E INTERSECCIONALIDADE: EXPERIÊNCIAS ARTICULADAS DE MULHERES EM CIRCUITOS DE CUIDADO INFANTIL / [en] WORK-FAMILY CONFLICT AND INTERSECTIONALITY: ARTICULATED EXPERIENCES OF WOMEN IN CHILD CARE CIRCUITSPAULA FURTADO H DE Q MONTEIRO 03 October 2024 (has links)
[pt] Esta tese teve como objetivo compreender, por meio de uma análise de
narrativa temática interseccional, as experiências de conciliação trabalho-família
das diferentes mulheres que compõem circuitos de cuidado infantil. Para atingir
esse objetivo, foram realizadas entrevistas com quatro mulheres que realizam a
atividade de cuidado em domicílio, de forma remunerada ou não, a crianças de 0 a
6 anos de idade e que fazem parte dos diferentes elos de um circuito de cuidado.
Para análise dos depoimentos recolhidos, foi utilizado o método análise de narrativa
temática reflexiva, proposto por Braun e Clarke (2022), junto a um modelo analítico
de narrativa interseccional, sugerido pela autora deste estudo. Os resultados
encontrados foram apresentados em três grandes temas: 1) Peculiaridades
Individuais Inseridas em Conjunturas Sociais de Opressão; 2) Configurações e
Estratégias em um Circuito de Cuidado; e 3) Conflito Trabalho-Família e
Interseccionalidade no Trabalho de Cuidado. Diante da análise de um perfil de
entrevistadas heterogêneo, inicialmente, as peculiaridades individuais de cada uma
foram apresentadas, e colaboraram para dar visibilidade ao contexto social, que foi
pano de fundo para a análise dos outros grandes temas. Em seguida, a análise das
configurações do circuito de cuidado (Guimarães, 2020) pesquisado demonstrou o
entrelaçamento das diferentes interações que constituem a estrutura de cuidado
infantil - destacando quem realiza a atividade de cuidado, qual significado atribui
ao trabalho, qual o tipo de relação social é estipulado para realização do trabalho
(mercantil ou não mercantil) e qual o modo de retribuição (monetária ou não) está
envolvida nessa relação. Foi identificado que as diferentes relações sociais que são
tecidas na organização do cuidado infantil garantem que mulheres que são mães e
que trabalham fora conciliem as suas demandas de cuidado e profissionais. Nesse
sentido, constatou-se que dependente do trabalho de cuidado não é só a criança que
é cuidada, mas também quem depende do trabalho de cuidado executado por outras
pessoas para trabalhar. Além disso, este estudo ratifica que são as mulheres negras
e pobres que realizam a maior parte do trabalho de cuidado no Brasil. Em relação
aos resultados do terceiro grande tema, Conflito Trabalho-Família e
Interseccionalidade no Trabalho de Cuidado, foram demonstrados os motivos
individuais que levam as entrevistadas a vivenciar o conflito trabalho-família, que
foram agrupados em três temas: 1) O Acúmulo de Atividades e o Sentimento de
Culpa; 2) Barreiras da Vida Familiar; e 3) Obstáculos Ligados ao Trabalho
Remunerado. Esses temas surgiram com base na leitura prévia sobre o assunto, mas
dois subtemas foram desvelados à posteriori. São eles: 1) Afetos e Desafetos com
a Trabalhadora de Cuidado Remunerado, que destacou os conflitos vivenciados
pela patroa em relação a trabalhadora de cuidado profissional, que impactam a sua
vida profissional; e 2) Os des(Acordos) e os Efeitos do Trabalho Informal,
referindo-se aos conflitos experimentados pela trabalhadora doméstica que afetam
a sua vida familiar e demonstram a falta de valorização e reconhecimento desse
ofício. A análise de narrativas temática interseccional permitiu identificar, de forma
relacional, as diferentes relações de poder que estão presentes em um circuito de
cuidado, que moldam a forma como as mulheres diversas que o compõem
equilibram as demandas do trabalho e da família. Desta maneira, constatou-se que
o patriarcado, o racismo e a desigualdade econômica são fatores interligados que
privilegiam determinados grupos em detrimento de outros e mantém viva a
exploração das trabalhadoras de cuidado (remuneradas ou não). Desvelar esta
complexa relação que se estabelece de forma invisível aos que olham, mas é
presente aos que a experimentam, as possíveis causas da criação e manutenção das
desigualdades sociais são destacadas e se torna possível iniciar um processo de
justiça social. Nesse sentido, o presente estudo buscou contribuir : 1) para as
organizações, relações de trabalho e estudos de gênero, ao analisar as experiências
das diferentes mulheres que realizam atividades de cuidado no seu cotidiano, as
relações sociais as quais se envolvem e que as permitem se engajar no mercado de
trabalho, os fatores geradores do conflito trabalho-família vivenciado por elas e que
impactam o bom desempenho organizacional e, diante disso, criticar a lógica
patriarcal dominante responsável pela manutenção da divisão sexual do trabalho; e
2) para a sociedade, com um maior entendimento acerca das experiências desiguais
vivenciadas por essas mulheres, provocando uma conscientização acerca do papel
das relações individuais, organizacionais e do Estado na organização do cuidado e
sua incidência na apropriação do tempo de trabalho e energia das mulheres. Por
fim, o estudo buscou explicitar a necessária disponibilização de serviços públicos,
tais como: creches públicas, proteção social e acesso à previdência às donas de casa,
e garantia de direitos que impeçam a exploração do trabalho doméstico e de
cuidado. / [en] This thesis aimed to understand, through an intersectional thematic narrative analysis, the experiences of work-family reconciliation of the different women who make up child care circuits. To achieve this objective, interviews were carried out with four women who provide home care, paid or unpaid, to children aged 0 to 6 years old and who are part of the different links of a care circuit. To analyze the statements collected, the reflective thematic narrative analysis method, proposed by Braun and Clarke (2022), was used, along with an analytical model of intersectional narrative, suggested by the author of this study. The results found were presented in three major themes: 1) Individual Peculiarities Inserted in Social Conjunctures of Oppression; 2) Configurations and Strategies in a Care Circuit; and 3) Work-Family Conflict and Intersectionality in Care Work. Faced with the analysis of a heterogeneous profile of interviewees, initially, the individual peculiarities of each one were presented, and they collaborated to give visibility to the social context, which was the backdrop for the analysis of the other major themes. Next, the analysis of the configurations of the care circuit (Guimarães, 2020) researched demonstrated the intertwining of the different interactions that constitute the child care structure - highlighting who carries out the care activity, what meaning they attribute to work, what type of relationship social is stipulated for carrying out the work (commercial or non-commercial) and what form of retribution (monetary or not) is involved in this relationship. It was identified that the different social relationships that are woven into the organization of child care ensure that women who are mothers and who work outside the home can reconcile their care and professional demands. In this sense, it was found that dependent on care work is not only the child who is cared for, but also those who depend on care work carried out by other people to work. Furthermore, this study confirms that it is poor black women who carry out the majority of care work in Brazil. In relation to the results of the third major theme, Work-Family Conflict and Intersectionality in Care Work, the individual reasons that lead interviewees to experience work-family conflict were demonstrated, which were grouped into three themes: 1) The Accumulation of Activities and the Feeling of Guilt; 2) Barriers to Family Life; and 3) Obstacles Linked to Paid Work. These themes emerged based on previous reading on the subject, but two subthemes were revealed afterwards. They are: 1) Affections and Disaffections with the Paid Care Worker, which highlighted the conflicts experienced by the employer in relation to the professional care worker, which impact her professional life; and 2) Disagreements and the Effects of Informal Work, referring to the conflicts experienced by domestic workers that affect their family life and demonstrate the lack of appreciation and recognition of this job. The analysis of intersectional thematic narratives allowed us to identify, in a relational way, the different power relations that are present in a care circuit, which shape the way in which the diverse women who make up it balance the demands of work and family. In this way, it was found that patriarchy, racism and economic inequality are interconnected factors that privilege certain groups to the detriment of others and keep the exploitation of care workers (paid or unpaid) alive. By unveiling this complex relationship that is established invisibly to those who look, but is present to those who experience it, the possible causes of the creation and maintenance of social inequalities are highlighted and it becomes possible to initiate a process of social justice. In this sense, the present study sought to contribute: 1) to organizations, work relations and gender studies, by analyzing the experiences of different women who carry out care activities in their daily lives, the social relationships in which they engage and that allow them to engage in the labor market, the factors that generate the work-family conflict experienced by them and that impact good organizational performance and, in light of this, criticize the dominant patriarchal logic responsible for maintaining the sexual division of labor; and 2) for society, with a greater understanding of the unequal experiences lived by these women, raising awareness about the role of individual, organizational and State relationships in the organization of care and their impact on the appropriation of work time and energy of women. women. Finally, the study sought to clarify the necessary provision of public services, such as: public daycare centers, social protection and access to social security for housewives, and guaranteeing rights that prevent the exploitation of domestic and care work.
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