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Autolesão e produção de identidade

Renata Lopes Arcoverde 23 April 2013 (has links)
Alguns saberes têm se destacado no estudo da autolesão, entre eles a medicina, (notadamente a psiquiatria), a psicologia e a psicanálise. Estes campos do conhecimento diferenciam os atos de ferir a si mesmo como parte de uma cultura específica ou ritual religioso das práticas autolesivas que são atribuídas a patologias ou disfunções. Estas últimas são consideradas como atos de autodestruição produzidos por pessoas que precisam de intervenções de especialistas para que deixem de ferir-se. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assim, a intenção deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva pós-estruturalista, mensagens de pessoas que se autolesionam e discutem a sua experiência em comunidades virtuais da rede social Orkut. Resultados indicam que além dos discursos em comum com os citados campos de saber e com a religião, há ainda quem defina a autolesão como arte, maneira privilegiada de expressão das emoções ou mesmo fonte de prazer. Alguns internautas reivindicam o corpo como território de intervenção pertencente unicamente a si próprios, reclamando o direito de utilizá-lo como bem entendem, no que se pode caracterizar como um movimento de resistência à norma de ter que apresentar um corpo dócil. Por fim, compreende-se que os sujeitos envolvidos nessa prática relacionam-se com seu corpo e com as comunidades de que participam enquanto locais de produção de identidades. / Some fields of knowledge have been highlighted in the study of self-harm, such as medicine (especially psychiatry), psychology and psychoanalysis. These areas differentiate the acts of harming oneself as part of a specific culture or religious ritual from those recognized as pathologies or dysfunctional behavior. The last ones are considered as acts of self-destruction produced by individuals who need assistance so that they can stop self-injuring. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assuming that self-harm is a form of subjectivity produced and transformed by different speeches, depending on the social context in which it takes place, this study intends to analyze, using the post-structuralism perspective, messages left on Orkut virtual communities by people who self-harm and discuss their experiences in that social network. Results indicate discourses in common with the aforementioned fields of knowledge and with religion, as well as definitions of self-harm as art, a privileged way of expressing emotions or even a source of pleasure. Some internet users claim for the right to use their bodies as they please since it is meant to be their territory of intervention and their only, what can be understood as a movement of resistance to the rule of having a docile body. In conclusion, it is understood that the subjects involved with self-harm relate to their bodies and with virtual communities as means of producing identities.
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Une autre journée : de la destruction dans le cinéma extrême

Bouthillier, Julien 08 1900 (has links)
Ce projet de recherche-création s’applique à analyser le motif de la destruction dans le cinéma extrême. M’intéressant plus particulièrement à une frange underground et «infréquentable» du genre et au lien souterrain unissant celle-ci et l’oeuvre du Marquis de Sade, j’étudierai la façon dont la destruction y est représentée (et épuisée) à travers un passage de la destruction de l’autre à la destruction de soi. La partie écrite de ce mémoire s’accompagne d’un moyen-métrage, Une autre journée (voir Annexe 2) ainsi que d’une installation vidéo préliminaire, Your heart out (voir Annexe 1). / This research-creation project aims to analyse the motif of destruction in extreme cinema. With a specific interest toward an underground and « unacceptable » part of the genre and its unspoken connection to the writings of the Marquis de Sade, I will attempt to show how destruction is represented (and exhausted) therein through a passage from the destruction of others to a destruction of one’s self. The written portion of this thesis is accompagnied by a medium-lenght film, Une autre journée [Another day] (see Annexe 2) as well as a preleminary video installation, Your heart out (see Annexe 1).
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[pt] A DIMENSÃO ARCAICA DAS AUTOMUTILAÇÕES: DESCONTINUIDADES NOS PRIMÓRDIOS DA VIDA / [fr] LA DIMENSION ARCHAIQUE DES AUTOMUTILATIONS: DISCONTINUITÉS À L AUBE DE LA VIE

NATÁLIA DE OLIVEIRA DE PAULA CIDADE 22 May 2020 (has links)
[pt] A finalidade desta tese é a de refletir acerca da dimensão arcaica das automutilações e suas repercussões na clínica psicanalítica a partir do estudo da constituição psíquica e dos processos de diferenciação eu/não-eu, próprios ao início da vida. Trata-se de um fenômeno complexo composto por uma série de condutas diferenciadas que tem em comum infligir danos à própria pele, trazendo o corpo para a frente da cena. O ataque ao corpo realizado nos atos automutilatórios aponta para um sofrimento que não pode ser colocado em palavras e através do qual o sujeito encontra outras vias de expressão e de descarga daquilo que o faz sofrer, denunciando conteúdos e vivências que ultrapassam o universo das representações psíquicas e da linguagem verbal. Em nossa análise, priorizamos nos aprofundar nos processos de constituição subjetiva, chamando atenção para sua dimensão arcaica, que diz respeito a problemáticas narcísicas do início da vida, de construção do eu-corporal, dos primeiros encontros intersubjetivos e dos processos de diferenciação que marcam os limites entre sujeito e objeto. Nossa hipótese se constrói em torno do entendimento de que, quando os primórdios da vida são marcados majoritariamente por desencontros e desarmonias, haverá consequências severas nos processos de subjetivação do bebê, refletindo na problemática da automutilação. Sustentamos que o recurso ao corpo e ao sensorial na automutilação aponta para uma tentativa de contenção do eu em momentos nos quais o sujeito sente que pode haver o risco da perda da integridade narcísica. Nessa direção, as automutilações representam uma via atual através da qual experiências precoces, da ordem do arcaico, se apresentariam. A dimensão arcaica proposta na tese tem como referência elementos dos primórdios sensoriais que ultrapassam a memória dos acontecimentos cronológicos, permanecendo ativos no presente e no atual, nas formas de se relacionar com os outros sujeitos. / [fr] L objectif de cette thèse est de réfléchir à la dimension archaïque des automutilations et ses répercussions sur la clinique psychanalytique ayant comme point de départ la constitution psychique et les processus de différenciation moi/non moi, propres au début de la vie. Les automutilations constituent un phénomène complexe composé d une série de conduites différenciées, qui ont en commun le fait d infliger du mal à sa propre peau, soulignant l importance du corps. L attaque du corps effectuée dans les actes d automutilation pointe une souffrance qui ne peut pas être mise en mots et à travers laquelle le sujet trouve d autres voies d expression et de décharge de ce qui le fait souffrir. Ces actes dénoncent des contenus et des expériences qui dépassent les représentations psychiques et qui vont au-delà du langage verbal. Dans notre analyse, nous priorisons l approfondissement des processus de constitution subjectifs, attirant l attention sur sa dimension archaïque. Cette dimension concerne les problématiques narcissiques du début de la vie, la construction du moi-corps, les premières rencontres intersubjectives et les processus de différenciation qui marquent les limites entre sujet et objet. Notre hypothèse se construit autour de la compréhension selon laquelle, lorsque les débuts de la vie sont marqués principalement par des discontinuités et des désharmonies, il y aura de graves conséquences sur les processus de subjectivation du bébé, ce que reflète la problématique de l automutilation. Nous soutenons que le recours au corps et au sensoriel dans l automutilation indique une tentative de contenir le moi dans les moments où le sujet sent qu il peut y avoir un risque de perte d intégrité narcissique. En ce sens, l automutilation représente une voie actuelle à travers laquelle des expériences précoces, du champ de l archaïque, se présenteraient. La dimension archaïque proposée dans la thèse a comme référence des éléments des débuts sensoriels, qui dépassent la mémoire des événements chronologiques et qui restent bel et bien actifs dans le présent et dans l actuel, dans les relations avec d autres sujets.
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Exploration du rôle de l'autocritique et de la mentalisation dans l'automutilation

Allard-Chapais, Catherine 08 1900 (has links)
Thèse de doctorat présenté en vue de l'obtention du doctorat en psychologie - recherche intervention, option psychologie clinique (Ph.D). / L’automutilation est un problème de santé publique majeur, considéré comme l’un des plus pernicieux et inquiétants auxquels font face les cliniciens et intervenants. Ce type de conduites possède des taux de prévalence et de cooccurrence élevés et est susceptible d’engendrer des conséquences physiques et psychologiques délétères. Par conséquent, au cours de la dernière décennie, l’automutilation a suscité l’intérêt de nombreux chercheurs qui ont tenté de mieux comprendre les facteurs susceptibles de favoriser le recourt à ce type de conduite. À ce sujet, le trait autocritique de la personnalité, de même que les capacités de mentalisation sont des variables reconnues dans la compréhension de l’automutilation. Ces deux variables sont prometteuses parce qu’elles ont le potentiel de renseigner sur les mécanismes sous-tendant l’attaque au corps et d’offrir des leviers thérapeutiques. La présente thèse vise donc à approfondir l’exploration du rôle de l’autocritique et de la mentalisation dans l’automutilation en examinant des pistes de recherche qui n’ont pas encore été empruntées. L’échantillon à l’étude est composé d’étudiants universitaires, chez qui les taux de prévalence de l’automutilation sont particulièrement élevés. Afin de tenir compte de la complexité sous-jacente à l’automutilation, différents angles d’exploration sont abordés dans deux études. La première étude cible le caractère dichotomique de l’automutilation, c’est-à-dire la présence ou l’absence de comportements. L’objectif est d’examiner l’effet combiné de l’autocritique et de la mentalisation sur le risque de s’être automutilé par le passé. Bien que les deux variables aient été associées à l’automutilation, leur interaction n’a jamais encore été explorée. Pour cette étude, 420 étudiants inscrits dans un programme universitaire de premier cycle ont répondu à des questions sur la présence ou l’absence de comportements d’automutilation, ce dans la dernière année et au cours de leur vie. Ils ont aussi répondu au Depressive Experiences Questionnaire, qui évalue la continuité entre les formes normales et pathologiques des composantes autocritique et dépendante de la personnalité, au Reflective Functioning Questionnaire, qui évalue l’importance de deux lacunes de la mentalisation, soit l’hypomentalisation (c.-à-d. une pensée concrète qui se caractérise par la difficulté de former des modèles mentaux complexes relatifs au soi ou aux autres) et l’hypermentalisation (c.-à-d. la formation excessive de représentations mentales de ses actions ou de celles des autres fondées sur des preuves ou indices inexacts), et au Childhood Trauma Questionnaire, visant à évaluer la maltraitance à l’enfance. Les analyses de modération ont permis d’identifier des effets significatifs d’interaction entre l’autocritique et l’importance de deux lacunes de la mentalisation (c.-à-d. hypo- et hypermentalisation) dans le risque de s’être automutilé dans la dernière année. Aucun effet d’interaction n’a été identifié pour la période ciblant l’automutilation au cours de la vie. Les interactions sont demeurées statistiquement significatives en contrôlant pour les effets du sexe, du trait dépendant de la personnalité, et des expériences traumatiques vécues à l’enfance. En mettant en évidence un effet de modération par la mentalisation, ces résultats contribuent à clarifier les conditions dans lesquelles l’autocritique et l’automutilation sont associées. La deuxième étude cerne quant à elle le caractère multidimensionnel de l’automutilation en s’intéressant à ses différentes caractéristiques. Celles-ci sont de plus en plus étudiées en tant que corrélats de la sévérité de l’automutilation puisqu’elles refléteraient des variations dans la sévérité de la morbidité associée à ce type de conduite. La nature de cette étude étant exploratoire, l’objectif est de documenter un ensemble de corrélats potentiels de la sévérité de l’automutilation (fréquence, nombre de méthodes, récence, type de soins requis) en examinant leurs associations avec l’autocritique et la mentalisation, toutes deux identifiées comme des facteurs de vulnérabilité transdiagnostiques associés à la sévérité de la perturbation du fonctionnement et de la détresse psychologique. L’échantillon comprend deux cent quatre étudiants de premier cycle, soit les participants de la première étude ayant un historique d’automutilation. Ceux-ci ont répondu aux mêmes questionnaires pour l’automutilation, l’autocritique et les lacunes de la mentalisation, en plus du Brief Symptom Inventory (échelles de dépression et d’anxiété). Les données ont été soumises à des tests t et à des analyses de variance. Les résultats ont permis d’identifier des associations positives entre les caractéristiques de l’automutilation, d’une part, et les niveaux d’autocritique, l’importance des lacunes de la mentalisation et certains indices cliniques (anxiété, dépression, pensées suicidaires), d’autre part. Ceci renforce la proposition selon laquelle les caractéristiques de l’automutilation peuvent être utilisées comme des indicateurs de la sévérité de la perturbation du fonctionnement et de la détresse psychologiques chez les individus qui s’automutilent. Ces données préliminaires ouvrent aussi la voie à l’exploration de modèles plus complexes du rôle de l’autocritique et de la mentalisation dans les variations au sein des caractéristiques de l’automutilation. De façon générale, les résultats de la présente thèse indiquent que l’automutilation présente des niveaux de sévérité, et que l’autocritique puis des déficits de la mentalisation sont associés à la présence et à la qualité (niveaux de sévérité) de l’automutilation. Ces résultats suggèrent que des interventions visant à améliorer le rapport que l’individu entretient avec lui-même, de même que sa capacité à attribuer une qualité mentale à ses expériences personnelles et interpersonnelles pourraient être pertinentes en contexte de prévention et d’intervention entourant les conduites d’automutilation. / Nonsuicidal self-injury (NSSI) is a significant public health issue. It is considered as one of the most concerning and pernicious behavior faced by health professionals. NSSI has high prevalence and cooccurrence rates and can lead to deleterious physical and psychological consequences. This phenomenon therefore has elicited a great deal of empirical and theoretical research in the last decade, as substantial efforts have been directed toward a better understanding of the factors underlying it. Among such factors are self-criticism and mentalizing abilities whose potential to clarify the mechanisms underlying NSSI and to provide therapeutic leverage make them promising variables. The goal of the present thesis is to investigate in more detail the role of self-criticism and mentalizing in NSSI by exploring new research avenues. The study sample consists of university students, a population in which NSSI is alarmingly common. In order to better apprehend the complexity of NSSI, different exploration angles are addressed in two studies. The first study targets the dichotomic nature of NSSI, that is, the presence or absence of the behavior. The objective is to examine the combined effect of self-criticism and mentalizing in the risk of having engaged in NSSI in the past. Although self-criticism and mentalizing have both been associated with NSSI, their interplay in predicting NSSI has never been explored. For this study, four hundred and twenty Canadians undergraduates answered online questions regarding the presence or absence of NSSI, over either the previous year or their lifetime. They also completed the Depressive Experiences Questionnaire, which assesses the continuity between normal and pathological forms of self-criticism and dependency, the Reflective Functioning Questionnaire, which evaluates the degree of two mentalizing deficits, namely hypomentalizing (i.e., concrete thinking characterized by the difficulty to form nuanced and complex models of the mind relating to the self and others) and hypermentalizing (i.e., excessive mentalizing characterized by the tendency to generate excessively detailed models of the mind of the self and others without accurate evidence to support these models), and the Childhood Trauma Questionnaire, which assesses experiences of childhood maltreatment. The moderation analyses showed significant interaction effects between self-criticism and the two mentalizing deficits (i.e. hypo- and hypermentalizing) in the risk of having engaged in NSSI in the previous year. No moderation effects were found for the lifetime period. The results remained statistically significant after adjusting for sex, dependency and childhood traumas. By identifying an interaction between self-criticism and impairments in mentalizing (i.e. hypo- and hypermentalizing) in the occurrence of NSSI, this study contributes to the clarification of the conditions in which self-criticism may be related to NSSI. The second study focuses on the different characteristics of NSSI and therefore targets the multidimensional nature of this behavior. NSSI features are increasingly studied as proxies for NSSI severity, as they relate to variations in the severity of the morbidity associated with this type of behavior. This study is exploratory. Its objective is to cluster and document a set of potential NSSI severity proxies (frequency, number of methods, recency, type of care needed) by examining their associations with self-criticism and mentalizing, which are both identified as transdiagnostic vulnerability factors associated with the severity of psychological distress and functional impairment. For this study, only the students who were recruited in the first study and who had a history of NSSI were selected (N = 204 participants). They completed the same online questionnaires for NSSI, self-criticism and mentalizing, in addition to the Brief Symptom Inventory (depression and anxiety scales). T tests and analyses of variance were conducted. The results show positive associations between NSSI features and self-criticism levels, degrees of mentalizing deficits and clinical indicators (anxiety, depression, suicidal thoughts). Those results support the proposition that NSSI characteristics could be used as psychological distress and functional impairment severity indicators in individuals engaging in self-injury. They also open the door to the exploration of more sophisticated models of the role of self-criticism and mentalizing in NSSI characteristics variations. Overall, the results of the present thesis indicate that NSSI presents various severity levels, and that self-criticism and mentalizing deficits are associated with the presence as well as the quality (i.e. severity levels) of NSSI. Those results suggest that interventions aiming at improving an individual’s relationship with himself, as well as his capacity to give a mental quality to his personal and interpersonal experiences could be relevant in NSSI prevention and intervention.
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Interventions infirmières en regard du phénomène de l’automutilation en milieu pédopsychiatrique : étude qualitative exploratoire

Pham, Phi-Phuong 06 1900 (has links)
En milieu pédopsychiatrique, les infirmières connaissent bien le phénomène de l’automutilation des adolescentes parce qu’elles sont souvent appelées à intervenir lorsque ce type de situation survient. Cependant, puisqu’elles ont parfois une mauvaise compréhension du phénomène, des perceptions erronées et des attitudes négatives quant à celui-ci, les infirmières deviennent moins aptes à intervenir auprès de cette clientèle. Cette étude a pour objectifs d’explorer le phénomène de l’automutilation auprès des infirmières œuvrant en milieu pédopsychiatrique et de décrire les interventions infirmières privilégiées en cas d’automutilation ainsi que les facteurs du contexte organisationnel susceptible d’avoir une influence sur la façon dont ces interventions sont prodiguées. L’étude privilégie un devis qualitatif de type exploratoire. Plusieurs méthodes de collecte des données ont été sélectionnées pour mener à bien cette étude entre autres des entrevues auprès des participantes et une période d’observation au sein de l’unité où la recherche a eu lieu. L’analyse des verbatim selon les étapes élaborées par Tesch (1990) a permis d’identifier sept catégories d’interventions infirmières : les interventions de relation d’aide, d’accompagnement, d’évaluation, de sécurité, d’enseignement, les interventions en lien avec les émotions et les perceptions de l’automutilation ainsi que les interventions pour éviter la contamination sociale. En ce qui a trait aux facteurs ayant une influence sur ces interventions infirmières, trois catégories sont ressorties des données : la constitution de l’équipe interpersonnelle, la lourdeur des tâches de l’infirmière en pédopsychiatrie ainsi que la culture organisationnelle dans laquelle évoluent les membres de l’équipe soignante. Les résultats qui sont issus de cette étude permettront aux infirmières de mieux comprendre le phénomène de l’automutilation chez les adolescentes. Cette étude suggère également des pistes d’interventions qui pourraient aider les infirmières œuvrant en milieu pédopsychiatrique à mieux intervenir. De plus, cette étude serait susceptible de permettre aux gestionnaires des établissements d’apporter certains ajustements notamment en ce qui a trait à l’organisation du travail et à la formation des infirmières. / Nurses in the field of child psychiatry are familiar with the phenomenon of self-harm among adolescents because, when the situation arises, they are often called upon to intervene. However, sometimes misunderstandings, misperceptions and negatives attitudes in regard to self-harm may impair their ability to work with the patients involved. This study seeks to explore self-harm from the standpoint of nurses in child psychiatry, describe recommended nursing interventions and outline organizational-context factors that may affect the way these interventions are executed. An exploratory qualitative research approach was adopted, and several data-gathering methods were used, including interviews with participants and a period of observation in the unit in which the study was conducted. Analysis of the verbatim records in accordance with the procedure developed by Tesch (1990) elicited seven categories of nursing interventions: helping relationships, guidance, evaluation, safety, teaching, emotions and perceptions of self-harm, and prevention of social contamination. Three categories of factors that influence these interventions also emerged: interpersonal team work, nurses’ duties in child psychiatry, and the organizational culture in which members of the care team operate. The results of this study will help nurses better understand adolescent self-harm. The study further suggests possible approaches that might help nurses in child psychiatry improve their interventions. The findings may also make it possible for the management of institutions to bring about changes, particularly in terms of work organization and training for nurses in the field.
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Autolesão e produção de identidade

Arcoverde, Renata Lopes 23 April 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:29:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 renata_lopes_arcoverde.pdf: 584232 bytes, checksum: 4e24390bbce6fd6d08e5d19a7779dfa1 (MD5) Previous issue date: 2013-04-23 / Some fields of knowledge have been highlighted in the study of self-harm, such as medicine (especially psychiatry), psychology and psychoanalysis. These areas differentiate the acts of harming oneself as part of a specific culture or religious ritual from those recognized as pathologies or dysfunctional behavior. The last ones are considered as acts of self-destruction produced by individuals who need assistance so that they can stop self-injuring. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assuming that self-harm is a form of subjectivity produced and transformed by different speeches, depending on the social context in which it takes place, this study intends to analyze, using the post-structuralism perspective, messages left on Orkut virtual communities by people who self-harm and discuss their experiences in that social network. Results indicate discourses in common with the aforementioned fields of knowledge and with religion, as well as definitions of self-harm as art, a privileged way of expressing emotions or even a source of pleasure. Some internet users claim for the right to use their bodies as they please since it is meant to be their territory of intervention and their only, what can be understood as a movement of resistance to the rule of having a docile body. In conclusion, it is understood that the subjects involved with self-harm relate to their bodies and with virtual communities as means of producing identities. / Alguns saberes têm se destacado no estudo da autolesão, entre eles a medicina, (notadamente a psiquiatria), a psicologia e a psicanálise. Estes campos do conhecimento diferenciam os atos de ferir a si mesmo como parte de uma cultura específica ou ritual religioso das práticas autolesivas que são atribuídas a patologias ou disfunções. Estas últimas são consideradas como atos de autodestruição produzidos por pessoas que precisam de intervenções de especialistas para que deixem de ferir-se. Partimos do pressuposto de que a autolesão é um modo de subjetivação construído e transformado por diferentes discursos dependendo do contexto sociocultural em que acontece. Assim, a intenção deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva pós-estruturalista, mensagens de pessoas que se autolesionam e discutem a sua experiência em comunidades virtuais da rede social Orkut. Resultados indicam que além dos discursos em comum com os citados campos de saber e com a religião, há ainda quem defina a autolesão como arte, maneira privilegiada de expressão das emoções ou mesmo fonte de prazer. Alguns internautas reivindicam o corpo como território de intervenção pertencente unicamente a si próprios, reclamando o direito de utilizá-lo como bem entendem, no que se pode caracterizar como um movimento de resistência à norma de ter que apresentar um corpo dócil. Por fim, compreende-se que os sujeitos envolvidos nessa prática relacionam-se com seu corpo e com as comunidades de que participam enquanto locais de produção de identidades.
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Influence du monde affectif et interpersonnel de l’individu dans la relation entre la dépendance, l’automutilation et ses fonctions

Daelman, Sacha 04 1900 (has links)
L’objectif de cette thèse est de jeter un éclairage sur ce qui influence une personne, ayant peur d’être abandonnée, à s’automutiler. Les modèles psychologiques des relations d’objet et de l’attachement ont montré empiriquement que la peur de l’abandon, via les concepts de l’anxiété d’attachement et de la dépendance, est associée à l’automutilation. Cependant, la nature de cette relation n’a jamais été approfondie. Après avoir défini et mis en contexte la notion d’automutilation, une explication théorique est proposée à l’aide des approches des relations d’objet, de l’attachement et de l’évitement expérientiel des fonctions de l’automutilation, afin de mieux comprendre ce qui influencerait une personne dépendante à s’automutiler. La présente thèse suggère que les individus dépendants et ayant peur d’être abandonnés s’automutileraient afin de gérer leurs émotions négatives liées à la perception d’un abandon, d’une séparation ou d’un rejet. Cette influence de l’automutilation se ferait, théoriquement, à travers des fonctions de régulation intrapersonnelle et interpersonnelle, telles que la régulation affective, l’autopunition et l’influence interpersonnelle, mais également par une fonction d’évitement de l’autonomie. Ces fonctions permettraient de préserver les représentations internes d’une relation de dépendance et ainsi réduire les sentiments subjectifs de l’abandon. Pour appuyer empiriquement ces propositions, 58 participants consultant en clinique externe de psychologie ont, entre autres, complété le Questionnaire des expériences dépressives (DEQ), l’Inventaire d’énoncés sur l’automutilation (ISAS) et l’Entrevue diagnostique révisée pour les troubles limites de la personnalité (DIB-R). Les résultats montrent qu’une dépendance, de type anaclitique, et la fréquence de l’automutilation sont associées et que leur relation peut s’expliquer par les effets médiateurs des difficultés sur les plans affectifs et interpersonnels. En outre, la dépendance anaclitique apparaît être liée spécifiquement à différentes fonctions de l’automutilation, soit symboliser la détresse interne, l’antidissociation, l’influence interpersonnelle ainsi que l’évitement de l’autonomie. Ces résultats suggèrent que la dépendance anaclitique favorise l’expérience de difficultés affectives et interpersonnelles qui augmentent la fréquence de l’automutilation. En outre, ils suggèrent que l’automutilation, associée à ce type de dépendance, servirait à réguler des états affectifs internes, influencer l’environnement interpersonnel et éviter l’autonomie. Quant à elles, la régulation affective et l’autopunition sont présentes chez une majorité des personnes qui s’automutilent, sans égard à leur niveau de dépendance. Ainsi, si ces fonctions sont bien liées théoriquement à la dépendance derrière l’automutilation de certains individus, les analyses rappellent qu’elles contribuent également à l’automutilation chez des personnes n’ayant pas de crainte particulière de l’abandon. / The objective of this thesis is to shed light on what may lead a dependent person who fears abandonment to engage in self-injury. Psychological models of object relations and attachment have shown that self-injury is empirically associated with fear of abandonment via dependency and attachment anxiety. However, the nature of this relationship has yet to be thoroughly explained. Having defined and contextualised self-injury, a theoretical explanation is proposed through object relations, attachment and experiential avoidance functions of self-injury, all with the goal of better understanding what can influence a dependent individual to self-injure. This thesis suggests that individuals who are dependent and afraid of being abandoned might use self-injury to regulate negative emotions associated with their perception of abandonment, separation or rejection. Theoretically, this influence of self-injury could occur through intrapersonal and interpersonal functions, such as affect regulation, self-punishment and interpersonal influence, as well as autonomy avoidance. These functions might serve to protect internal representations of dependence and thus, reduce subjective feelings of abandonment. To test these theoretical proposals, 58 outpatient participants completed, among other measures, the Depressive Experiences Questionnaire (DEQ), the Inventory of Statements About Self-Injury (ISAS) and the Revised Diagnostic Interview for Borderlines (DIB-R). Results showed a relationship between anaclitic neediness and self-injury frequency, which was explained by mediator effects of both affective and interpersonal problems. Furthermore, this type of dependency was found to be specifically associated with marking distress, anti-dissociation, interpersonal influence and autonomy avoidance functions of self-injury. These findings suggest that anaclitic neediness favours the experience of affective and interpersonal difficulties, which in turn increase the frequency of self-injury. Results also suggested that self-injury associated with this type of dependency might serve to regulate internal affective states, to influence the interpersonal environment and to avoid autonomy. Affect regulation and self-punishment functions were endorsed by the majority of individuals who self-injured, regardless of their level of dependence. While these two functions are associated in theory to dependency issues that underpin self-injury for some individuals, analyses indicated that these functions also contribute to self-injury behaviour in people who do not fear abandonment specifically.

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