• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 18
  • Tagged with
  • 18
  • 13
  • 9
  • 6
  • 5
  • 5
  • 5
  • 4
  • 4
  • 4
  • 3
  • 3
  • 3
  • 3
  • 3
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
1

A escola como cenário de narrativas da adolescência : escuta analítica de adolescentes que praticam automutilação / The school as the scenario of narratives of adolescence: analytical listening of teenagers who practice self-mutilation (Inglês)

Lopes, Lorena da Silva 13 September 2017 (has links)
Made available in DSpace on 2019-03-30T00:21:21Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2017-09-13 / The present work consisted of a study about the narratives of adolescents who practiced selfmutilation and their subjective implications in the school context, we sought to understand what the analyst does in school and how it is possible to develop clinical listening in institutions through psychoanalysis applied. Self-mutilation is a phenomenon of manipulation of the body, which involves conducts such as cutting off one's own skin, biting, beating and burning. The behaviors of self-mutilation are usually linked to the subject's first relationships with the ¿Other¿ and the conflict between them; from the internalization of this type of relationship, the adolescent inflicts pain about itself. The interest in this theme was due to this researcher acting as a school psychologist in the work with adolescents who are going through processes of distress, family context troubled, sudden changes of routine, among others. Our objectives were to analyze the self-mutilation of adolescents and their narratives in the school context, to understand the place of the psychologist in the school institution, as well as its challenges and annoyances, and to end, to characterize and reflect on the possibilities and effects of analytical listening of adolescents in school. The concepts of adolescence, anguish, body and clinical listening in the institution through extension psychoanalysis guided the integrative research of literature, as well as the issues related to school psychology and school as a space for listening and addressing adolescents in distress. Through the non-directed interview, five female adolescents were heard in a private school in Fortaleza. For the data analysis, the multiple case studies were used, which allowed to discuss the responses obtained in a singular way in each case analyzed. Thus, we observe that the adolescents approach the body as the possible one of being the mouthpiece of their anguish. We find self-mutilation as an attempt to stabilize against malaise when, in the difficulty of using the word resource, we resort to the act of scarification, which results in exposed marks on the body. There was no explicit desire for death; however, adolescents sought ways to contain their suffering through self-harm. We conclude that the school psychologist offering clinical listening, as thought by psychoanalysis, allows that corporal experiences, especially those called by adolescents and that produce self-mutilation, are in some way articulated to the word as the source of production of knowledge about itself. Keywords: Self-mutilation; Adolescence; School; Psychoanalysis. / O presente trabalho consistiu em um estudo sobre as narrativas de adolescentes que praticaram automutilação e suas implicações subjetivas no contexto escolar. Buscou-se, com isso entender o que faz o analista na escola e como é possível desenvolver a escuta clínica nas instituições por meio da psicanálise aplicada. A automutilação é um fenômeno de manipulação do corpo, que envolve condutas como cortar a própria pele, morder-se, bater-se e queimar-se. Os comportamentos de automutilação, geralmente, estão atrelados às relações primeiras do sujeito com o Outro e o conflito que se dá entre eles; a partir da internalização desse tipo de relação, o adolescente inflige dor a si mesmo. O interesse por esse tema se deu em função da pesquisadora atuar como psicóloga escolar no trabalho com adolescentes que estão passando por processos de angústia, contexto familiar conturbado, mudanças repentinas de rotina, entre outros. Nossos objetivos foram analisar a automutilação de adolescentes e suas narrativas no contexto escolar, compreender o lugar do psicólogo na instituição escolar, assim como seus desafios e incômodos, e, por fim, caracterizar e refletir sobre as possibilidade e os efeitos da escuta analítica dos adolescentes na escola. Os conceitos de adolescência, angústia, corpo e escuta clínica na instituição através da psicanálise em extensão guiaram a pesquisa integrativa de literatura, bem como as questões ligadas a psicologia escolar e a escola como espaço de escuta e endereçamento dos adolescentes em sofrimento. Por meio da entrevista não-dirigida, escutou-se cinco adolescentes do sexo feminino em uma escola da rede privada de Fortaleza. Para a análise dos dados, utilizou-se os estudos de casos múltiplos, que permitiram discutir as respostas obtidas de forma singular em cada caso analisado. Desse modo, observamos que as adolescentes abordam o corpo como aquele possível de ser o porta-voz de sua angústia. Constatamos a automutilação como uma tentativa de estabilização frente ao mal-estar, quando, na dificuldade de utilizar o recurso da palavra, recorre-se ao ato da escarificação, o que resulta em marcas expostas no corpo. Não havia um desejo explícito de morte, no entanto, as adolescentes buscavam formas de conter seu sofrimento através da autolesão. Concluímos que o psicólogo escolar oferecendo escuta clínica em extensão, tal qual pensada pela psicanálise, possibilita que as experiências corporais, sobretudo as convocadas pelo adolescer e que produzem automutilação, sejam de algum modo articuladas à palavra como fonte de produção de um saber sobre si. Palavras-chave: Automutilação; Adolescência; Escola; Psicanálise.
2

A experiência e a prática da automutilação entre jovens mulheres: a travessia e os ruídos da dor, na contemporaneidade

LUNA, Dayse Batista de 31 January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:06:54Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo711_1.pdf: 2355599 bytes, checksum: 7a16061502d07835a8b16f8d5414955a (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2010 / Universidade Federal de Pernambuco / Esta pesquisa busca compreender o fenômeno da automutilação, mediante os sentidos conferidos por um grupo de jovens mulheres que o praticam. Este fenômeno caracteriza-se por atos de violência infligidos por essas mulheres aos seus corpos. A escolha dos sujeitos da pesquisa relacionase ao fato de que a maioria dos praticantes ser composta por mulheres, entre 16 e 30 anos, oriundas das camadas médias da sociedade brasileira. A metodologia utilizada ancora-se nas técnicas e métodos da pesquisa qualitativa, tem o caráter de um estudo exploratório, devido a ser um campo pouco explorado pelas Ciências Sociais. Pretendi, nesta exploração, compreender o significado sociocultural desta experiência, um comportamento contemporâneo, analisando as narrativas dessas jovens. Foram utilizadas entrevistas não-estruturadas, depoimentos escritos nas comunidades do ORKUT e em blogs, com intenção de escutar as vozes dessas jovens que vêm utilizando as inscrições corporais como veículo de expressão dos seus sofrimentos. As primeiras incursões no campo apontaram que a prática da automutilação reveste-se de um movimento de velamento e de desvelamento, conforme a audiência selecionada entre os que poderiam saber da ocorrência do fenômeno e os que não poderiam ter acesso a esta informação. Na tentativa de desvendar os significados da automutilação para estas jovens, alguns elementos de suas narrativas tornaram-se recorrentes, o que direcionou a ênfase da interpretação em três eixos analíticos: os conflitos relacionados a grupos específicos (família, escola, pares); as instâncias de disciplinamento na socialização das jovens; e as estratégias e os usos do corpo como espaço de comunicação dos sofrimentos vivenciados pelas praticantes da automutilação. Procurei, através da articulação desses focos de interpretação, compreender os processos que dotavam esta experiência de inteligibilidade para as jovens que vivenciam o drama de se violentarem fisicamente
3

Tornar-se (in)visível

Bernardes, Suela Maiara January 2015 (has links)
Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2015-10-27T03:09:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 335621.pdf: 1135571 bytes, checksum: 8c9a0846c4f36c2ee2a7a2f46b6be015 (MD5) Previous issue date: 2015 / O objetivo deste estudo foi compreender os sentidos da automutilação para adolescentes que a praticam e são acompanhados no âmbito da rede de atenção psicossocial do município de Blumenau, Santa Catarina. Este trabalho utilizou a perspectiva da lógica histórica, desenvolvida na epistemologia de Edward Thompson, bem como os conceitos de vida cotidiana e dialética da ontologia do ser social presentes na obra de Agnes Heller. Compreendemos a constituição de sujeito junto a pensadores da abordagem gestáltica, aprofundando a compreensão sobre automutilação a partir dos conceitos de fronteira do  eu e retroflexão. Foram entrevistadas seis adolescentes que praticaram automutilação no último ano, atendidas na rede de atenção psicossocial. Como resultado, podemos entender a automutilação como um comportamento de perda de contato com o mundo, principalmente quando a adolescente se depara com um ambiente ameaçador, não acolhedor e agressivo. O comportamento de retroflexão surge, então, quando não se percebe novas formas de interação com o mundo. Existe uma busca das adolescentes por um lugar de visibilidade, um lugar de escuta e acolhimento. Os espaços e grupos que as adolescentes circulam, como família e escola, ou seja, onde ocorre a vida cotidiana, tem mostrado fragilidades na relação com as adolescentes. A (in)visibilidade, identificada a partir das entrevistas, acontece e é perpetuada por esses grupos e espaços. As políticas públicas, também contribuem para o lugar de (in)visibilidade quando ainda existem fragiligidades no acesso aos serviços de saúde na atenção básica, como preconiza a política da rede de atenção psicossocial. Por outro lado, percebemos que a atenção psicossocial estratégica - CAPSi, tem possibilitado cuidados aos adolescentes de forma contínua e costante. Contudo, torna-se relevante o aprimoramento da rede de atenção psicossocial e novos estudos sobre adolescência.<br> / Abstract : This paper has the goal of understanding the senses of self-mutilation of teenagers that practice it and are accompanied in the scope of psychosocial care system in the city of Blumenau, Santa Catarina. This study was based on the concept of historical logic, developed from Edward Thompson?s epistemology, as well the concepts of every day life and dialectical ontology of social being presents in the work of Agnes Heller and Georges Lukács. We comprehend the constitution of the subject through gestaltic approach thinkers, deepening the compreention about self-mutilation from the concepts of I-boundery and retroflection. Six teenagers that have had self-mutilation behavior last year and have been accompanied by the psychosocial care of the city were interviewed. As a result, we can understand self-mutilation behavior as a ?loss of contact with the world? conduct, mainly when a teenager faces with threatening, not welcoming and aggressive environment. In this way, retroflection behavior emerges when one is not able to realize other ways of interaction in the world. There?s a search of a visibility position, where they can be heard and be taken care of. Places and groups where these teenagers are - as family or school- where life is actually happening has shown fragilities in their relations. The (in) visibility, identified by the interviews, does happen and keep on going by these groups and places. Public policy also contribute to the (in) visibility when there are still fragilities in the access to the basic care health service, as its preconized by the psychosocial care policy. Never the less we have realized that the strategy of psychosocial attention ? CAPSi - has allowed constantly and continuously care of teenagers. Even though, it becomes relevant the improvement of the psychosocial care system as the new studies of youth.
4

O discurso da falta e do excesso : a automutilação

Assumpção, Ana Paula Vieira de Andrade 04 February 2016 (has links)
Submitted by Cristiane Chim (cristiane.chim@ucpel.edu.br) on 2016-07-29T16:59:09Z No. of bitstreams: 1 ANA PAULA VIEIRA DE ANDRADE ASSUMPÇÃO.pdf: 1369557 bytes, checksum: 2d23846de57f7a318e82773fc4a9265a (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-29T16:59:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ANA PAULA VIEIRA DE ANDRADE ASSUMPÇÃO.pdf: 1369557 bytes, checksum: 2d23846de57f7a318e82773fc4a9265a (MD5) Previous issue date: 2016-02-04 / We take the body as something affected by a synthon, which is gradually increasing between teens: self-mutilation. Concerning that, it is necessary to understand what practice is this, in which the subject invests against his/her body, we mobilize, in our empirical corpus, theoretical material that comes from Psychanalyses in its articulation with Pêcheux’s Discourse Analysis. The DA works with functioning-structures, ideology and unconscious, that are materially linked into the language’s significant order. It means say that, in the subject’s constitution process, language, unconscious and ideology are inseparable. This research has as its aim the comprehension of the discourse literally registered on the subject’s body. The body, according to the perspective adopted in this work, is not realized as empirical object, but as significant materiality, we mean, as discursive object. It is the body subdued by language, which does not escape from the ideological interpellation, desiring body and symbolically desired, which consumes and it is consumed, (trans) formed body, body submitted to a power, culturally built, docile and obedient body, however it is also symbolically resistant. A body, which says and hides itself, at the same time that shows us itself, in different discursive practices. Historically seem, the construction of the body through esthetics, religiosity, consumption and sexuality show us the subject fragmentation, they are empty subjects, empty teens, distressed, alone, rejected, unsatisfied with their own physical existence, who do not recognize their passage to adulthood. Hence the selfmutilation, a troubled ritual, a self-control and power distribution’s attempt, a kind of sacrifice to obtain salvation, a symbolic act of offence, one attempt to discourse the anxiety, which is felt by subject is the consequence of subjection to contemporary subject-form. Our proposal is to take the body as sense observation’s place, in the specific self-mutilation case, and identify in what way, linguistics and enunciatively elements are taken by Facebook’s sentences. We mean, how this synthon is told discursively. Then, it will be realized through the employment of operational strategies, which aimed the linguistic and enunciatively dessintagmatização, allowing the recognition of elements in the inter-discursive level in its articulation in the significant materiality. The sentences, referred to the ruthless registration and literally painful in the body, through self-mutilation, have indicative clues of the functioning sense. The senses swings in both language materiality and body, swinging discourse. The sentences also, presents us clues of the exacerbate movement of selfpunishment, that creates the “necessity” of one different body configuration, submitted to the sense of mastery and power, over his own body, of a subject who, for lack of a fault, looks for the excessive joy. / Tomamos o corpo afetado por um sintoma que vem aumentando gradativamente nos últimos anos entre os jovens: a automutilação. Entendendo que se faz necessário compreender que prática é essa que o sujeito investe em seu corpo, mobilizamos, em nosso corpus empírico, material teórico oriundo da Psicanálise em sua articulação com a Análise de Discurso pêcheuxtiana. A AD trabalha com as estruturas-funcionamento, ideologia e inconsciente, que se encontram materialmente ligadas na ordem do significante da língua. Isso significa dizer que, nos processos de constituição do sujeito pela linguagem, o inconsciente e a ideologia são inseparáveis. A presente pesquisa visa à compreensão do discurso inscrito literalmente no corpo do sujeito. O corpo, de acordo com a perspectiva adotada no presente trabalho, é percebido não como objeto empírico, mas como materialidade significante, como objeto discursivo. É o corpo dominado pela linguagem que não escapa da interpelação ideológica, corpo desejante e desejado simbolicamente, que consome e é consumido, corpo (trans)formado, corpo submetido ao poder, culturalmente construído, corpo dócil e submisso, mas que também resiste simbolicamente, corpo que fala e se esconde e que se manifesta em diferentes práticas discursivas. Vista historicamente a construção do corpo através da estética, da religiosidade, do consumo e da sexualidade demonstra a fragmentação dos sujeitos, sujeitos vazios, jovens vazios, angustiados, sozinhos, rejeitados, insatisfeitos com sua aparência física e existência, que não se reconhecem na passagem para a vida adulta. Daí a automutilação, um ritual perturbado, uma tentativa de autocontrole, de distribuição de poder, de sacrifício para obter salvação, um ato simbólico de transgressão, uma tentativa de discursivizar a angústia que o sujeito sente em decorrência do assujeitamento à forma-sujeito contemporânea. Nossa proposta é tomarmos o corpo como lugar de observação de sentidos, no caso específico da automutilação, e identificarmos de que forma, através de elementos linguísticos e enunciativos retirados de enunciados do Facebook, esse sintoma é discursivizado. Isso será realizado através do emprego de estratégias operacionais que visam à dessintagmatização linguística e enunciativa, permitindo a identificação de elementos do nível interdiscursivo e sua articulação na materialidade significante. Os enunciados, referentes à inscrição impiedosa e dolorosamente literal no corpo através da automutilação, possuem pistas indicativas do funcionamento de sentidos que oscilam, na materialidade linguística e no corpo, um discurso oscilante, e do movimento exacerbado de autopunição que cria a “necessidade” de uma configuração corpórea diferenciada, submetida à sensação de domínio e poder sobre o próprio corpo de um sujeito que, pela falta de uma falta, busca o gozo excessivo.
5

A escarificação na adolescência : a problemática do eu-pele a partir do Rorschach

Cardoso, Bruno Cavaignac Campos 17 July 2015 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2016-02-19T11:44:57Z No. of bitstreams: 1 2015_BrunoCavaignacCamposCardoso.pdf: 2193231 bytes, checksum: e7ebbcf8296697526a0a46c962267096 (MD5) / Approved for entry into archive by Patrícia Nunes da Silva(patricia@bce.unb.br) on 2016-05-27T15:44:16Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_BrunoCavaignacCamposCardoso.pdf: 2193231 bytes, checksum: e7ebbcf8296697526a0a46c962267096 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-27T15:44:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_BrunoCavaignacCamposCardoso.pdf: 2193231 bytes, checksum: e7ebbcf8296697526a0a46c962267096 (MD5) / O objetivo do presente trabalho é investigar a qualidade do Eu-Pele e do investimento dos limites em adolescentes que se escarificam. A escarificação é mais frequente na adolescência em comparação com outros períodos da vida. No período adolescente, a emergência da puberdade desestabiliza as defesas, testando a qualidade do investimento dos limites e a eficácia desempenhada pelas funções do Eu-Pele. Portanto, partiu-se da hipótese de que as escarificações estariam ligadas a patologia do investimento dos limites e a falhas nas funções de manutenção, continência e para-excitação do Eu-Pele. A pesquisa foi realizada com adolescentes com histórico de escarificações, com idades entre 14 e 18 anos, sendo três sujeitos do sexo masculino e sete do sexo feminino. O método utilizado foi o clinico-qualitativo com estudos de caso, seguindo o modelo de grupo único. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, entrevistas clínicas e o método de Rorschach, segundo a perspectiva de interpretação da Escola de Paris. A análise dos protocolos enfatizou a apreciação da qualidade dos limites e das funções de manutenção, continência e para-excitação do Eu-Pele. Em um primeiro momento, todos os protocolos foram analisados de forma conjunta, em se privilegiando a análise quantitativa do Rorschach. Em um segundo momento, foram discutidos os estudos de caso. Portanto quatro protocolos foram analisados com ênfase na análise qualitativa dos resultados e com a integração das informações coletadas por meio das entrevistas semi-estruturadas e entrevistas clínicas. Segundo os resultados encontrados, seis participantes apresentaram fragilidade do investimento dos limites, enquanto quatro apresentaram sobreinvestimento dos limites. Todos os participantes apresentaram falhas nas funções do Eu-Pele investigadas. Conclui-se a existência de relação entre a patologia do investimento dos limites e falhas nas funções do Eu-Pele com as escarificações. Portanto, recomenda-se que o tratamento psicoterapêutico das escarificações na adolescência objetive por restituir as funções falhas do Eu-Pele e remanejar o modo patológico de investimento dos limites. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This study intends to investigate the quality of Ego-Skin and the level of the boundary investment in adolescents who scarify themselves. The scarification is most common in the adolescence time. The emergence of puberty destabilizes the teenagers’ defenses, testing their effectiveness of boundaries investment and the efficacy of the functions performed by the Ego-Skin. Therefore, we started assuming the boundary pathology and the failures in maintenance, continence and stop-excitement Skin-Ego´s functions are related to the scarification. The survey was conducted with adolescents who had scarification history record, three males and seven females, aged between 14 and 18 years. The clinical-qualitative method with case studies, following the single group methodological perspective was the chosen method. Semi-structured interviews and clinical interviews were applied, besides the Rorschach´s method, analyzed following school of Paris interpretation perspective. The protocols´ analysis emphasized the assessment of the quality of the boundaries and the maintenance, continence and stop-excitement Skin-Ego´s functions. At first, all protocols were analyzed on focusing on the quantitative analysis of the Rorschach. In a second phase, the case studies were discussed by means of the qualitative information gathered by way of the four Rorschach protocols results and the information collected through semi-structured interviews and clinical interviews. According to the results, six participants showed the fragility of the boundaries investment, while four of them showed boundaries limits overinvestment. All participants showed failures on the Skin-Ego functions, as the Rorschach results indicates. We conclude the existence of connection between boundaries investment pathology, defects on the Skin-Ego and scarification. Therefore, if the therapist is able to help the patient to restore his failures on the Skin-Ego functions and pathological boundaries investment mode, treatment would tend to bring successful results related to the scarifications overcoming.
6

Considerações psicanalíticas a respeito da automutilação / Psychoanalytic considerations about self-mutilation

Bernal, Elisa Penna 12 April 2019 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma leitura psicanalítica a respeito do fenômeno contemporâneo da automutilação. A questão que conduziu nossa pesquisa foi a busca pela compreensão acerca da função que os cortes e ferimentos autoinfligidos assumem no que diz respeito ao âmbito do funcionamento psíquico do sujeito. Nossa hipótese inicial era de que o recurso ao ato, na automutilação, consistiria em uma defesa contra a emergência do excesso pulsional traumático. As considerações teóricas de Freud a respeito das neuroses atuais indicaram a existência de um aspecto essencial relacionado ao excesso pulsional: a insuficiência da conexão psíquica, a qual estaria articulada, por sua vez, ao plano do narcisismo. Com isto, introduzimos a dimensão alteritária a fim de compreendermos o processo de constituição do Eu na obra freudiana e a importância da intersubjetividade na teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Além disso, o fato de que a automutilação tem como objeto o próprio corpo - e, na maior parte dos casos, a pele - indicou a necessidade de uma discussão a respeito destes elementos a partir do referencial teórico da psicanálise. De modo geral, foi possível observar que o fenômeno da automutilação se articula à clínica das configurações narcísicas, marcadas por uma fragilidade decorrente de determinadas especificidades da relação entre o bebê e o objeto primário. Sendo a obra de André Green essencial para esta teorização, utilizamos suas contribuições a respeito do complexo da mãe morta e do trabalho do negativo. Concluímos, a partir destas considerações, que a automutilação assume uma função defensiva contra o sofrimento psíquico do sujeito e, em um sentido mais radical, contra a própria morte psíquica. Além disso, acreditamos que o recurso ao ato também possui, nestes casos, uma dimensão comunicativa, sendo a forma encontrada pelo sujeito para pedir ajuda a partir da convocação ao olhar do outro. Por fim, buscamos compreender qual seria a potência da psicanálise diante deste fenômeno, tendo em vista a importância do reconhecimento do sofrimento destes sujeitos. A fim de ilustrar os recortes teóricos efetuados, também foi proposta uma articulação com materiais extraídos da rede social Tumblr / The present work aims to develop a psychoanalytic reading about the contemporary phenomenon of self - mutilation. The question that led to our research was the pursuit to understand the function that cuts and self-inflicted injuries assume in relation with the psychic functioning of the subject. Our initial hypothesis was that the act of self-mutilation as a resource would consist in a defense against the instinctual excess. Freud\'s theoretical considerations regarding the actual neuroses have indicated the existence of an essential aspect related to the instinctual excess: the insufficiency of the psychic connection, which would be articulated to the level of narcissism. In face of that, we introduce the dimension of alterity in order to understand the process of constitution of the Ego in Freudian theory and the importance of the intersubjectivity in D. Winnicott\'s theory of maturation. In addition, the fact that self-mutilation has the body itself as its object - and, in most cases, the skin - has indicated the need for a discussion about these elements from the theoretical frame of psychoanalysis. Overall, it was possible to observe that the phenomenon of self-mutilation is articulated to the narcissistic constitutions clinical, arranged by a fragility concerning certain specificities of the relationship between the baby and the primary object. Since André Green\'s work is essential for this theorization, we use his contributions about the complex of the dead mother and the work of the negative. We have reached the conclusion that self-mutilation assumes a defensive function against the psychic suffering of the subject and, in a radical sense, against psychic death. Furthermore, we believe that the act as a resource also has a communicative dimension, especially in these cases, when it might be a form that was found by the subject to ask for help from the desire of being really seen. Finally, we try to understand the potencial of psychoanalysis face of this phenomenon, given the importance of recognizing the suffering of these subjects. In order to illustrate the theoretical considerations, we also proposed a link with materials from the online social network Tumblr
7

O desempenho executivo em pacientes que apresentam automutilação / The executive performance in patients who present self mutilation

Garreto, Anna Karla Rabelo 12 May 2015 (has links)
Introdução: A automutilação tem sido considerada uma maneira disfuncional de enfrentar situações-problema, geralmente com grande carga emocional, uma vez que pessoas que apresentam este diagnóstico parecem ter poucas estratégias de enfrentamento, dificuldade para regular o afeto e limitada habilidade de resolução de problemas. O início da automutilação geralmente ocorre na adolescência e, na maioria dos casos, ocorre remissão sem precisar de intervenção profissional. Essa remissão estaria associada com o desenvolvimento cognitivo, principalmente com o desenvolvimento de estratégias adequadas de enfrentamento. No entanto, 10% dos casos permanecem com esse comportamento na fase adulta e, muitas vezes, apresentam comorbidades psiquiátricas, caracterizando casos mais graves, com maiores dificuldades cognitivas e habilidades sociais deficitárias. São raros os estudos sobre automutilação em adultos. Assim, verifica-se a necessidade de estudos que avaliem o desempenho das funções executivas nessa população para melhor caracterização e compreensão desse comportamento. Dessa forma, intervenções mais adequadas e eficazes poderão ser desenvolvidas, assim como trabalhos de prevenção. Objetivos: Estudar o desempenho executivo de pacientes que apresentam automutilação, bem como comparar a capacidade de resolução de problemas em pacientes com automutilação a um grupo controle. Método: Estudo descritivo transversal, com amostra de 66 indivíduos, todos com idade superior a 18 anos com, no mínimo, quatro anos de escolaridade formal. Foram comparados dois grupos: o primeiro, com 33 pacientes que procuraram tratamento psiquiátrico devido à automutilação; e o grupo controle, com 33 participantes sem nenhum transtorno psiquiátrico no momento da avaliação. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação psiquiátrica (SCID I/P) para confirmação do diagnóstico e verificação dos critérios de inclusão/exclusão, investigação de sintomas de impulsividade (BIS-11), de comportamento de automutilação (FASM), assim como de depressão e ansiedade (Beck). Também passaram por uma bateria de avaliação neuropsicológica, que contemplou o mapeamento das funções executivas, tais como flexibilidade mental, controle inibitório, planejamento, capacidade de abstração/categorização, memória operacional e tomada de decisão; avaliação da capacidade de resolução de problemas por meio de teste comportamental. O desempenho das funções executivas e da capacidade de resolução de problemas dos participantes com automutilação foi comparado ao desempenho executivo do grupo controle, levando-se em consideração gênero, faixa etária, nível socioeconômico e QI, controlando para escolaridade. Por fim, foram feitas correlações entre gravidade de automutilação e desempenho executivo e desempenho executivo e capacidade de resolução de problemas. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo feminino (81,8%), assim como nos controles (72,7%). A média de idade no grupo de automutilação foi de 29 anos e no grupo controle, 31. No grupo com automutilação, a média de idade de início da automutilação foi de 16 anos. O comportamento mais comum encontrado foi o corte na pele, e a razão mais comum para se engajar no comportamento foi \"para parar os sentimentos negativos\". As comorbidades psiquiátricas mais comuns foram o transtorno depressivo maior (em 60,6%) e transtorno de ansiedade generalizada (em 48,5%). O grupo com automutilação teve pior desempenho nas seguintes funções executivas: flexibilidade mental, controle inibitório, planejamento, tomada de decisão. O grupo de automutilação também apresentou maior impulsividade que os controles e pior desempenho em relação à capacidade de resolução de problema. Observou-se ainda que funções executivas (controle inibitório, planejamento e tomada de decisão) influenciam no processo de tomada de decisão. Houve associação entre pior desempenho em testes que avaliam tomada de decisão (IGT e DDT) com maior gravidade da automutilação (IGT: p = 0,009 e DDT: p = 0,008). Conclusão: Foi possível evidenciar que adultos com automutilação apresentam resultados inferiores quando comparados a controles no que diz respeito a capacidade de resolução de problema, flexibilidade mental, controle inibitório, planejamento e tomada de decisão. Assim, os resultados indicam que as pessoas que iniciam com o comportamento de automutilação na adolescência e persistem até a fase adulta, como uma forma de enfrentamento de situações-problema, demonstram certa imaturidade cognitiva, possivelmente devido a alterações no córtex pré-frontal, impactando no comportamento, nas emoções e nos pensamentos. E, ainda, apresentam automutilação com maior gravidade associada a outros transtornos psiquiátricos. Esses resultados apontam para a necessidade do emprego de intervenções específicas de reabilitação cognitiva no tratamento desses pacientes / Introduction: Self mutilation has been considered a dysfunctional way of dealing with problematic situations, usually with great emotional charge, since people who have such diagnosis appear to have few coping strategies, difficulty to regulate affect and limited problem-solving skill. The beginning of self mutilation usually occurs during adolescence and in most cases there is remission without professional intervention. This remission is associated with the cognitive development, especially with the development of adequate coping strategies. However, 10% of cases remain with this behavior in adulthood and often exhibit psychiatric comorbidities characterizing more severe cases, with higher cognitive and social skills deficit. Studies on self mutilation in adults are rare. Thus, it is verified the need for studies that evaluate the executive functions performances among this population for a better characterization and understanding of this behavior. Therefore, more adequate and effective interventions can be developed, as well as prevention efforts. Objectives: To study the executive performance of patients presenting self mutilation, as well as compare the problem-solving capacity in patients with self mutilation to a control group. Method: Cross-sectional descriptive study with a sample of 66 individuals, all aged over 18 years, with at least four years of formal schooling. Two groups were compared: the first, with 33 patients who sought psychiatric treatment due to self mutilation; and the control group, with 33 participants without any psychiatric disorder at the time of evaluation. All participants underwent a psychiatric evaluation (SCID I / P) to confirm the diagnosis and verification of the inclusion/ exclusion criteria, symptom investigation of impulsivity (BIS-11), self mutilation behavior (FASM), as well as depression and anxiety (Beck). The participants have also undergone a pile of neuropsychological evaluation, which contemplated the mapping of the executive functions, such as mental flexibility, inhibitory control, planning, capacity for abstraction / categorization, working memory and decision making; assessment of problem-solving ability through behavioral test. The performance of the executive functions and problem-solving skills of the participants with self mutilation was compared to the control group executive performance, taking into account gender, age, socioeconomic status and IQ, controlling for educational level. Finally, correlations were made between self mutilation severity, executive performance and problem-solving capability. Results: Most patients were female (81.8%) as well as in controls (72.7%). The average age in the self mutilation group was 29 years and in the control group, 31. In the group presenting self mutilation, the average age of self-injury onset was 16 years. The most common behavior found was skin cutting, and the most common reason for engaging in thus behavior was \"to stop the negative feelings.\" The most common psychiatric comorbidities were the major depressive disorder (60.6%) and generalized anxiety disorder (48.5%). The group with self mutilation had worse performance in the following executive functions: mental flexibility, inhibitory control, planning, decision making. The self mutilation group also had higher impulsivity than the controls and worse performance on problem solving capability. It was also observed that executive functions (inhibitory control, planning and decision making) influence the decision making process. There was association between worse performance on tests that evaluate decision making (IGT and DDT) with higher severity of self mutilation (IGT: p = 0.009 and DDT: p = 0.008). Conclusion: It was possible to evince that adults with self mutilation score lower when compared to controls regarding problem-solving skills, mental flexibility, inhibitory control, planning and decision making. Thus, the results indicate that people who start self mutilation behavior during adolescence and persist into adulthood as a coping mechanism to problematic situations, demonstrate certain cognitive immaturity, possibly due to alterations in the prefrontal cortex, impacting behavior, emotions and thoughts. And further, they exhibit self mutilation with higher severity in association with other psychiatric disorders. These results point to the need for the use of specific cognitive rehabilitation interventions in these patients treatment
8

Análise exploratória sobre o sintoma de automutilação praticada com objetos cortantes e/ou perfurantes, através de relatos expostos na internet por um grupo brasileiro que se define como praticante de automutilação / Exploratory analysis on the symptom of self-mutilation practiced with sharp objects and/or perforating through reports exposed on the Internet by a Brazilian group that defines itself as a practitionerof self-mutilation

Dinamarco, Adriana Vilano 22 June 2011 (has links)
Este trabalho tem como objetivo a análise exploratória da automutilação, com o intuito de investigar as representações mentais e os significados presentes neste ato, sob os referenciais teóricos da Psicanálise segundo as perspectivas de Sigmund Freud e autores correlatos, que utilizam este referencial para argüir sobre os sintomas na contemporaneidade. O objeto de estudo são os relatos e informações expostas por um grupo brasileiro que se denomina praticante de automutilação com objetos cortantes e perfurantes, encontrado em uma rede de relacionamentos amplamente divulgada e de domínio público, o Orkut, sob o nome de Self-Mutilation Addicts. A coleta de dados foi dividida em: dados de variáveis descritivas (home dos integrantes desse grupo) que contam com requisitos básicos impostos pelo site para inclusão no Orkut; coleta dos relatos expostos na comunidade Self-Mutilation Addicts (algumas citações da home destes integrantes além da escolha de alguns livros e filmes, que posteriormente foram analisados segundo o referencial psicanalítico). Para os relatos analisados segundo a interpretação psicanalítica, usou-se como parâmetros os fundamentos teóricos sobre a formação do sintoma, da angústia, da ritualização e da compulsão à repetição, descritos por Freud e outros autores como Lacan e Laplanche, assim como a análise do período sócio-histórico e cultural exposta por autores como Slavoj Zizek, Joel Birman, Nelson da Silva Junior, Gilles Lipovetsky e outros. Esta pesquisa visa trazer maior compreensão do sintoma de automutilação e espera-se assegurar a continuidade dos estudos mesmo após sua conclusão / The goal of this work is the exploring analysis of the self-mutilation, in order to investigate the mental representation and the meanings within this act, over the referential theory of Psychoanalysis according to Sigmund Freuds perspectives and correlated authors that use this referential to question about the symptoms on modern society. The study subjects are stories and information from a Brazilian group that proclaim to practice self-mutilation with razor edge and piercing objects, found in a widely publicized and under public domain social network, known as Orkut, under the nickname Self-Mutilation Addicts. The gathering of data will be divided between Variable Descriptive Data (Group homepage), that illustrates the basic requirements held by the website for the inclusion on Orkut; collection of exposed data on the web community Self-Mutilation Addicts; some members quotations from the homepages and the choice of some books and movies that further more will be analyzed according to the psychoanalytic interpretation, using fundamental theory parameters over symptoms formation: the torment, the rite and the repetition urge described by Freud and other authorities such as Lacan and Laplanche, as well as historical, social and cultural time analysis described by authors such as Slavoj Zizek, Joel Birman, Nelson da Silva Junior, Gilles Lipovetsky and others. This research seeks to find greater understanding on the self-mutilation symptom and hopes to assure its ongoing studies even after its conclusions
9

Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo / Non-suicidal self-injury: clinical features and comparison patients with obsessive-compulsive disorder

Giusti, Jackeline Suzie 10 September 2013 (has links)
Introdução: A automutilação é definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. As formas mais frequentes de automutilação são cortar a própria pele, queimar-se, bater em si mesmo, morder-se e arranharse. Alguns pacientes apresentam rituais de automutilação e passam muito tempo pensando em como executá-la, lembrando sintomas compulsivos, porém com intenso componente de impulsividade. O DSM-IV classifica a automutilação como um dos critérios de diagnósticos para transtornos do controle dos impulsos não classificados em outro local ou Transtorno de Personalidade Borderline. O DSM-V propõe que a automutilação seja uma entidade diagnóstica à parte. A falta de homogeneidade na descrição da automutilação dificulta as pesquisas, tanto epidemiológicas como clínicas. A melhor caracterização clínica e psicopatológica da automutilação é fundamental para que intervenções terapêuticas mais efetivas possam ser desenvolvidas, incluindo novas abordagens psicofarmacológicas. Os objetivos deste estudo foram: fazer uma descrição clínica dos pacientes que procuram tratamento, tendo como principal queixa a automutilação e comparar estes com pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) quanto a características compulsivas e impulsivas. Métodos: 70 pacientes foram avaliados, sendo 40 pacientes com automutilação e 30 pacientes com TOC. Todos estes pacientes foram avaliados de forma direta com os instrumentos: Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, versão clínica (SCID-I); Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, versão clínica, adaptada para Transtornos de Controle de Impulsos; Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo II, versão clínica (SCID-II); Escala de Sintomas Obsessivo-Compulsivos de Yale-Brown (Y-BOCS); Escala Dimensional para Avaliação de Presença e Gravidade de Sintomas Obsessivo-Compulsivos (DY-BOCS); Escala para Avaliação da Presença e Gravidade de Fenômenos Sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS); Questionários de História de Traumas; Escala de Comportamento de Automutilação (FASM); e Barrat Impulsivity Scale (BIS-11). Para comparação das variáveis categóricas, foi utilizado o teste qui-quadrado e para variáveis contínuas, o test-t. Para análise multivariada, foram utilizados os testes ANCOVA ou Regressão Logística Linear. Foi considerado, para todos os testes, o nível de significância 5%. Resultados: A média de idade dos pacientes avaliados foi de 29 anos. Quanto às características clínicas dos pacientes com automutilação, estes iniciaram o comportamento em média aos 17 anos de idade, e apresentavam cinco tipos diferentes de automutilação em média. Os comportamentos mais frequentes foram: cortar a pele (90%), cutucar ferimentos (75%), bater em si mesmo (67,5%). Os motivos mais frequentemente relacionados à automutilação foram para: parar sentimentos ruins (75%), aliviar sensação de vazio (70%), se castigar (70%), sentir algo, mesmo que fosse dor (47,5%) e sentir-se relaxado (40%). Na comparação entre os grupos com automutilação e TOC, quanto às comorbidades do Eixo I, o grupo com automutilação apresentou mais comorbidades com depressão (92,5%, p=0,03) e bulimia (25%, p<0,001). O grupo com TOC apresentou mais fobia social (40%, p<0,001). Os pacientes do grupo com TOC tiveram maior gravidade em todas as medidas do Y-BOCS (média: 26, p<0,001) e DY-BOCS (média 23,1, p=0,01). No grupo com automutilação, 60% dos pacientes referiram a automutilação associada a fenômenos sensoriais. Este grupo teve mais relato de fenômenos sensoriais referente à \"sensação de incompletude\" (45%, p=0,007) e \"sensação de energia interna\" (57,5%, p=0,001). O transtorno de personalidade mais prevalente em ambos os grupos foi Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva. O grupo com automutilação apresentou maior prevalência de Transtorno de Personalidade Histriônica (22,5 %, p=0,02) e Transtorno de Personalidade Borderline (15%, p=0,04). A gravidade da impulsividade foi maior no grupo com automutilação segundo as medidas da BIS-11 para características motoras (média 26,6, p=0,002) e dificuldade para planejamento (média 31, p=0,014). Conclusão: A automutilação e o TOC são transtornos heterogêneos que compartilham características compulsivas e impulsivas. Na automutilação, o componente impulsivo é maior e no TOC, a compulsividade é maior quando comparamos estes dois grupos. Entretanto, a automutilação esteve associada à ocorrência de fenômenos sensoriais, apontando também para a presença de aspectos compulsivos nestes quadros. O Transtorno de Personalidade Borderline não é regra entre os pacientes com automutilação. Outros transtornos de personalidade, inclusive cluster C como o Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva, também podem estar presentes entre pacientes com automutilação, assim como com TOC. Os pacientes adultos com automutilação apresentam este comportamento desde a adolescência e os tipos de automutilação apresentados por estes são de moderada a grave intensidade, além de associarem diferentes tipos de automutilação. Isto evidencia a necessidade de desenvolvimento de instrumentos diagnósticos mais precisos para identificação e tratamento precoce específico para estes quadros, evitando a cronicidade dos mesmos / Introduction: Non-suicidal self-injury (NSSI) is defined as a deliberate and voluntary physical self-injury without any conscious suicidal intent. Common forms of NSSI include cutting, burning, scratching, hitting, biting and interfering with wound healing. Some patients spend a lot of time thinking about how to perform their act doing it always the same way. They remember compulsive symptoms with intense component of impulsivity. The DSM-IV classifies NSSI as one diagnostic criteria for impulsive control disorders not elsewhere classified or as borderline personality disorder. The DSM-V proposes that the NSSI should be classified as a different disorder. The lack of a singular meaning for NSSI makes difficult the clinical and epidemiological researches about the subject. A better clinical and psychopathological definition for NSSI is crucial for the development of more effective therapeutic interventions, including new psychopharmacological treatment. The objective of this study is to describe the clinical features of patients seeking treatment for NSSI and compare their compulsive and impulsive features with patients with Obsessive Compulsive Disorder (OCD). Methods: 70 patients were interviewed, 40 patients who specifically sought treatment for NSSI and 30 patients who sought treatment for OCD. Standardized instruments were used: Structured Clinical Interview for Diagnosis of Axis I, according to DSM-IV and for impulse-control disorders, Structured Clinical Interview for Axis II Disorders (Clinical Version (SCID-II)), Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS); Dimensional Yale- Brown Obsessive-Compulsive Scale (DY-BOCS), University of São Paulo Sensory Phenomena Scale (USP-SPS); Trauma History Questionnaire; Functional Assessment of Self-Mutilation (FASM) and Barratt Impulsivity Scale, version-11 (BIS -11). To compare categorical variables the chi-square test was applied. For continuous variables, t-test was applied. For multivariate analysis, the ANCOVA test or Logistic Regression were applied when required. A significance level of 5% was applied for all statistical tests. Results: The mean age of patients was 29 years. The NSSI began at 17 years old, and had 5 different types of NSSI on average. The more common behaviors were: cutting the skin (90%), pick at a wound (75%), beat himself (67.5%). The most often reasons for NSSI were to: stop bad feelings (75%), relieve feeling numb or empty (70%), punish himself (70%), feel something, even if it was pain (47.5%) and feel relaxed (40%). In the comparison between NSSI and OCD groups, the NSSI group presented more axis I comorbidities with depression (92.5%, p = 0.03) and bulimia (25%, p <0.001). The OCD group showed more social phobia (40%, p <0.001). The OCD group had higher severity in all measures of the Y-BOCS (mean: 26, p <0.001) and DY-BOCS (mean 23.1, p = 0.01). In the NSSI group, 60% of the patients reported NSSI associated with sensory phenomena. This group had more reports of sensory phenomena related to the \"incompleteness\" (45%, p = 0.007) and \"internal energy\" (57.5%, p = 0.001). The most prevalent personality disorder in both groups was Obsessive-Compulsive Personality Disorder. The NSSI group had higher prevalence of Histrionic Personality Disorder (22.5%, p = 0.02) and Borderline Personality Disorder (15%, p = 0.04). The severity of impulsivity was higher in the NSSI group according to the measures of the BIS-11 for motor impulsivity (mean 26.6, p = 0.002) and non-planning impulsivity (mean 31, p= 0.014). Conclusion: NSSI and OCD are heterogeneous disorders that share compulsive and impulsive features. In NSSI, the impulsive component is stronger and in OCD the compulsive is stronger when comparing both groups. However, NSSI was associated with the occurrence of sensory phenomena which evidence the presence of compulsive aspects. The borderline personality disorder is not a rule among patients with NSSI. Other personality disorders, including cluster C personality disorders, may also be present among patients with NSSI and OCD, as well. Adult patients with NSSI started this behavior during adolescence. The NSSI symptoms presented were moderate to severe, different types of NSSI were also involved. These results highlights the needs for development of more accurate diagnostic tools for early identification and specific treatment of the NSSI, avoiding chronicity
10

“Vocês acham que me corto por diversão?” Adolescentes e a prática da automutilação / "Do you think I cut myself for fun?" Teenagers and self-mutilation practice

Gonçalves, Jacqueline Nascimento 12 July 2016 (has links)
O presente trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia-UFU, na Linha de pesquisa Educação em Ciências e Matemática. As questões orientadoras da pesquisa foram: O que adolescentes de duas escolas públicas da cidade de Uberlândia dizem sobre as práticas da automutilação? Quais as possíveis estratégias sugeridas por adolescentes de duas escolas públicas da cidade de Uberlândia para um trabalho com o tema corpo que favoreça a discussão da automutilação no espaço escolar? Para isso objetivou-se analisar o que dizem adolescentes, de duas escolas (municipal e estadual) da rede pública de ensino da cidade de Uberlândia, sobre as práticas de automutilação. E, como objetivos específicos: identificar os posicionamentos de adolescentes frente ao que denominam automutilação e o porquê dessa prática; levantar possíveis estratégias sugeridas por adolescentes para um trabalho com o tema corpo que favoreça a discussão da automutilação no espaço escolar. A fundamentação teórica pautou-se, centralmente, nos estudos de corpo, automutilação, gênero e educação. Do ponto de vista metodológico, o estudo insere-se no quadro das pesquisas qualitativas, com cunho etnográfico em educação, e o levantamento de informações foi realizado por meio de observações, aplicação de questionário, grupos de discussão direcionados aos (as) adolescentes do ensino fundamental. A partir das informações e análises concluímos que os dizeres dos (as) alunos (as) permitiram que tomássemos a automutilação como uma prática cujo sentido aciona noções como doenças, depressão, dor, sofrimento, prática de grupo, constituição da identidade e dos sujeitos adolescentes. A prática da automutilação é justificada de formas diversas – depressão, problemas afetivo-amorosos, familiares entre outros. A maior incidência da prática é entre meninas e é marcada pelos padrões hegemônicos de gênero e construída socioculturalmente. As estratégias sugeridas para um trabalho com o tema corpo que favoreça a discussão da automutilação no espaço escolar, envolve a realização de conversas, projetos e palestras dentro e fora da escola. / This work was developed in the Graduate Education in the Federal University of Uberlândia-UFU program, research line Education in Science and Mathematics. The guiding research questions were: What teenagers from two public schools in Uberlândia says about the practices of self-mutilation? What are some strategies suggested by teenagers from two public schools in Uberlândia to work with the body theme that encourages the discussion of self-harm at school? For this study aimed to analyze what they say teenagers, two schools (state and municipal) public schools in the city of Uberlândia, on self-mutilation practices. And as specific objectives: to identify the positions of teenagers across the styling self-mutilation and why this practice; up possible strategies suggested by teens to work with the body theme that encourages the discussion of self-harm at school. The theoretical guided up centrally in the body of studies, self-mutilation, gender and education. From a methodological point of view, the study falls within the framework of qualitative research with ethnographic education, and the collection of information was done through observations, questionnaires, discussion groups targeted to (the) adolescent education key. From the information and analysis we concluded that the words of (the) students (as) allowed us to take the self-mutilation as a practice whose meaning trigger notions such as illness, depression, pain, suffering, group practice, identity formation and adolescent subjects . The practice of self-harm is justified in various forms - depression, affective-love problems, family and others. The highest incidence of the practice is among girls and this is marked by hegemonic standards of gender and socio-culturally constructed. The suggested strategies to work with the body theme that encourages the discussion of self-injury at school, involves conducting conversations, projects and lectures in and outside of school. / Dissertação (Mestrado)

Page generated in 0.05 seconds