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Medidas de qualidade de vida e utilidade em uma amostra da população de Porto Alegre

Cruz, Luciane Nascimento January 2010 (has links)
Contexto: As medidas para avaliação de qualidade de vida (QV) vêm sendo cada vez mais utilizadas como um desfecho em ensaios clínicos e como medida de efetividade e de qualidade dos cuidados em saúde. Recentemente, são recomendadas por diretrizes internacionais e por órgãos internacionais de avaliação de tecnologias em saúde como um desfecho a ser utilizado em estudos de custoefetividade. No cenário brasileiro, instrumentos traduzidos e validados na população estão sendo aplicados em vários grupos de pacientes para avaliar o impacto de diversas doenças e intervenções na vida dos indivíduos afetados. Contudo, a falta de escores normativos de qualidade de vida, baseados na população geral brasileira, que representem um referencial contra o qual dados de outros subgrupos possam ser comparados, dificulta a interpretação dos resultados dos estudos. Além disso, há no Brasil uma carência de instrumentos de qualidade de vida adequados para utilização em análises econômicas. Portanto, a adaptação cultural destes instrumentos no contexto nacional torna-se tarefa imprescindível no desenvolvimento e implantação de metodologias de estudos em economia em saúde no Brasil. Objetivos: Disponibilizar instrumentos de qualidade de vida para uso como medida de desfecho em análises econômicas e estudos clínicos e epidemiológicos, através de duas estratégias principais: 1) Realizar a adaptação cultural do instrumento britânico SF-6D, adequado para uso em análises econômicas; 2) Descrever dados normativos populacionais para os escores dos instrumentos genéricos SF-36 e WHOQOL-breve que poderão ser utilizados como referência para comparações entre grupos. Métodos: Uma amostra da população geral adulta de Porto Alegre com idade entre 20 e 64 anos de idade foi randomicamente selecionada através dos setores censitários do município divididos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a coleta de dados, o seguinte protocolo foi aplicado aos indivíduos participantes: a) Preenchimento dos itens do SF-6D; b) ordenamento de 8 estados de saúde hipotéticos gerados pelo sistema descritivo do SF-6D; c) aplicação da técnica standard gamble para obtenção dos valores das preferências dos participantes pelos estados de saúde; d) preenchimento dos questionários SF-36 e WHOQOL-breve; e) questionário sociodemográfico. As entrevistas foram realizadas no domicílio dos participantes por uma equipe treinada de entrevistadores. Modelos de regressão foram estimados utilizando os dados obtidos através da aplicação do standard gamble. O modelo com melhor desempenho foi utilizado para construção do algoritmo SF-6D para o Brasil, possibilitando estimar índices de utilidade a partir do instrumento genérico SF-36. Estatística descritiva dos escores do SF-36 e WHOQOL-breve foi realizada de acordo com características socio-demográficas. Resultados: Um total de 528 indivíduos participou do protocolo de medida de preferências através da técnica standard gamble. Na avaliação das respostas obtidas, 28% dos valores foram considerados inconsistentes. A avaliação das características socio-demográficas demonstrou que o grupo com respostas inconsistentes era formado por sujeitos mais velhos (p = 0,018), de menor nível educacional ( ² = 19,90 p < 0,01) e de menor classe econômica ( ² = 16,09 p = 0,007). Dados dos 382 participantes com respostas consistentes ao standard gamble foram utilizados para estimar modelos preditores utilizados para construção de um algoritmo para cálculo dos escores do SF-6D. O modelo com melhor ajuste aos dados foi um modelo de efeitos randômicos contendo apenas as variáveis de efeitos principais, diferente do modelo preconizado para cálculo do SF-6D no Reino Unido, salientando a importância de utilizar um algoritmo específico para cada país. Em relação aos resultados obtidos pela aplicação dos instrumentos psicométricos a 755 indivíduos, tanto a qualidade de vida relacionada à saúde, medida pelo SF-36, como a qualidade de vida mais global, medida pelo WHOQOLbreve, apresentou-se reduzida nas mulheres, em sujeitos de classe econômica mais baixa, de menor nível educacional e com auto-relato de condição médica crônica. Escores normativos de acordo com sexo e faixa etária são apresentados para os quatro domínios do WHOQOL-breve e os oito domínios do SF-36. Conclusão: Os resultados da aplicação do standard gamble fornecem a primeira base de dados populacional para preferências por estados de saúde no Brasil, possibilitando o cálculo de QALYs para estudos de custo-utilidade utilizando dados regionais. Escores normativos para o SF-36 e o WHOQOL-breve podem ser utilizados para comparações de resultados obtidos em grupos de pacientes. A habilidade para discriminar diferentes subgrupos populacionais torna estas medidas ferramentas úteis na identificação de grupos vulneráveis em estudos epidemiológicos. / Background: Quality of Life (QOL) measures has been used as an outcome in clinical trials and as a measure of effectiveness and quality of health care. Recently, QOL has been recommended by international guidelines and international institutions of Health Technology Assessment such as the National Institute of Clinical Excellence (NICE), in the United Kingdom, as an outcome to be used in studies of cost-effectiveness. In the Brazilian scenario, instruments translated and validated for the Brazilian population are being used in different patient groups to assess the impact of different diseases and interventions on the lives of affected individuals. However, the lack of QOL normative scores based on the general Brazilian population, representing a reference against data from other subgroups can be compared, makes the interpretation of studies results more difficult. Moreover, in Brazil preference-based measures of quality of life are lacking, avoiding generating utility values for using in economic analysis. Therefore, the cultural adaptation of this kind of instruments in the national context becomes an essential task in the development and implementation of methodologies for health economics in Brazil. Objectives: To provide quality of life measures to use as an outcome in economic analysis, clinical and epidemiological studies through two main strategies: 1) To measure health state values based on the British preference-based instrument called SF-6D, using the values for the construction of an algorithm to estimate utility values for application in the national context; 2) To provide data for the normative population scores of generic instruments SF-36 and WHOQOL-brief, describing values that can be used as a reference for comparisons between groups. Methods: A sample of the adult general population of Porto Alegre aged from 20 to 64 was randomly selected through census sectors divided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). For the data collection, the following standard was applied: a) Completion of the items of the SF-6D; b) a ranking exercise using 8 hypothetical health states generated by the SF-6D descriptive system; c) application of the standard gamble technique to obtain the values of preferences for health states d) completion of the SF-36 and WHOQOL-brief e) socio-demographic questionnaire. Regression models were estimated using the data obtained through the preferences for health states using standard gamble. The best fit model was used for construction of the SF-6D algorithm for Brazil, making it possible to estimate utility values from the SF-36. Descriptive statistics of the scores of the SF-36 and WHOQOL-brief was carried out according to socio-demographic characteristics. Results: Data from 528 individuals were available to analyze preferences for health states using standard gamble technique. In evaluating the responses obtained, 28% of values were considered inconsistent. The evaluation of socio-demographic characteristics showed that the group with inconsistent responses were older (p = 0.018), less educated ( ² = 19.90 p < 0.01) and from a lower income group ( ² = 16.09 p = 0.007). Data from 382 participants with consistent responses were used to estimate predictive models used to construct an algorithm for calculating the scores of the SF-6D. The model with best fit to the data was a random effects model containing only variables of main effects, unlike the model recommended for calculating the SF-6D in the UK, highlighting the importance of using a specific algorithm for each country. Related to results obtained through application of SF-36 and WHOQOL-bref, both the health-related quality of life, as measured by SF-36, and the general quality of life, as measured by the WHOQOL-bref, presented reduced in women, in subjects from a lower economic class, less educated and self-reporting chronic medical conditions. Normative scores by gender and age are presented for the 4 domains of WHOQOLBREF and the 8 domains of the SF-36 in the form of tables and charts percentiles. Conclusion: The results of applying the standard gamble provide the first population-based data set for preferences for health states in Brazil, enabling the calculation of QALYs for cost-utility analysis using regional data. Normative scores described to both the SF-36 and for the WHOQOL-bref may be useful for comparisons of results obtained in groups of patients. The ability to discriminate between different population subgroups makes such measures useful tools in identifying vulnerable groups in epidemiological studies.
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Medidas de qualidade de vida e utilidade em uma amostra da população de Porto Alegre

Cruz, Luciane Nascimento January 2010 (has links)
Contexto: As medidas para avaliação de qualidade de vida (QV) vêm sendo cada vez mais utilizadas como um desfecho em ensaios clínicos e como medida de efetividade e de qualidade dos cuidados em saúde. Recentemente, são recomendadas por diretrizes internacionais e por órgãos internacionais de avaliação de tecnologias em saúde como um desfecho a ser utilizado em estudos de custoefetividade. No cenário brasileiro, instrumentos traduzidos e validados na população estão sendo aplicados em vários grupos de pacientes para avaliar o impacto de diversas doenças e intervenções na vida dos indivíduos afetados. Contudo, a falta de escores normativos de qualidade de vida, baseados na população geral brasileira, que representem um referencial contra o qual dados de outros subgrupos possam ser comparados, dificulta a interpretação dos resultados dos estudos. Além disso, há no Brasil uma carência de instrumentos de qualidade de vida adequados para utilização em análises econômicas. Portanto, a adaptação cultural destes instrumentos no contexto nacional torna-se tarefa imprescindível no desenvolvimento e implantação de metodologias de estudos em economia em saúde no Brasil. Objetivos: Disponibilizar instrumentos de qualidade de vida para uso como medida de desfecho em análises econômicas e estudos clínicos e epidemiológicos, através de duas estratégias principais: 1) Realizar a adaptação cultural do instrumento britânico SF-6D, adequado para uso em análises econômicas; 2) Descrever dados normativos populacionais para os escores dos instrumentos genéricos SF-36 e WHOQOL-breve que poderão ser utilizados como referência para comparações entre grupos. Métodos: Uma amostra da população geral adulta de Porto Alegre com idade entre 20 e 64 anos de idade foi randomicamente selecionada através dos setores censitários do município divididos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a coleta de dados, o seguinte protocolo foi aplicado aos indivíduos participantes: a) Preenchimento dos itens do SF-6D; b) ordenamento de 8 estados de saúde hipotéticos gerados pelo sistema descritivo do SF-6D; c) aplicação da técnica standard gamble para obtenção dos valores das preferências dos participantes pelos estados de saúde; d) preenchimento dos questionários SF-36 e WHOQOL-breve; e) questionário sociodemográfico. As entrevistas foram realizadas no domicílio dos participantes por uma equipe treinada de entrevistadores. Modelos de regressão foram estimados utilizando os dados obtidos através da aplicação do standard gamble. O modelo com melhor desempenho foi utilizado para construção do algoritmo SF-6D para o Brasil, possibilitando estimar índices de utilidade a partir do instrumento genérico SF-36. Estatística descritiva dos escores do SF-36 e WHOQOL-breve foi realizada de acordo com características socio-demográficas. Resultados: Um total de 528 indivíduos participou do protocolo de medida de preferências através da técnica standard gamble. Na avaliação das respostas obtidas, 28% dos valores foram considerados inconsistentes. A avaliação das características socio-demográficas demonstrou que o grupo com respostas inconsistentes era formado por sujeitos mais velhos (p = 0,018), de menor nível educacional ( ² = 19,90 p < 0,01) e de menor classe econômica ( ² = 16,09 p = 0,007). Dados dos 382 participantes com respostas consistentes ao standard gamble foram utilizados para estimar modelos preditores utilizados para construção de um algoritmo para cálculo dos escores do SF-6D. O modelo com melhor ajuste aos dados foi um modelo de efeitos randômicos contendo apenas as variáveis de efeitos principais, diferente do modelo preconizado para cálculo do SF-6D no Reino Unido, salientando a importância de utilizar um algoritmo específico para cada país. Em relação aos resultados obtidos pela aplicação dos instrumentos psicométricos a 755 indivíduos, tanto a qualidade de vida relacionada à saúde, medida pelo SF-36, como a qualidade de vida mais global, medida pelo WHOQOLbreve, apresentou-se reduzida nas mulheres, em sujeitos de classe econômica mais baixa, de menor nível educacional e com auto-relato de condição médica crônica. Escores normativos de acordo com sexo e faixa etária são apresentados para os quatro domínios do WHOQOL-breve e os oito domínios do SF-36. Conclusão: Os resultados da aplicação do standard gamble fornecem a primeira base de dados populacional para preferências por estados de saúde no Brasil, possibilitando o cálculo de QALYs para estudos de custo-utilidade utilizando dados regionais. Escores normativos para o SF-36 e o WHOQOL-breve podem ser utilizados para comparações de resultados obtidos em grupos de pacientes. A habilidade para discriminar diferentes subgrupos populacionais torna estas medidas ferramentas úteis na identificação de grupos vulneráveis em estudos epidemiológicos. / Background: Quality of Life (QOL) measures has been used as an outcome in clinical trials and as a measure of effectiveness and quality of health care. Recently, QOL has been recommended by international guidelines and international institutions of Health Technology Assessment such as the National Institute of Clinical Excellence (NICE), in the United Kingdom, as an outcome to be used in studies of cost-effectiveness. In the Brazilian scenario, instruments translated and validated for the Brazilian population are being used in different patient groups to assess the impact of different diseases and interventions on the lives of affected individuals. However, the lack of QOL normative scores based on the general Brazilian population, representing a reference against data from other subgroups can be compared, makes the interpretation of studies results more difficult. Moreover, in Brazil preference-based measures of quality of life are lacking, avoiding generating utility values for using in economic analysis. Therefore, the cultural adaptation of this kind of instruments in the national context becomes an essential task in the development and implementation of methodologies for health economics in Brazil. Objectives: To provide quality of life measures to use as an outcome in economic analysis, clinical and epidemiological studies through two main strategies: 1) To measure health state values based on the British preference-based instrument called SF-6D, using the values for the construction of an algorithm to estimate utility values for application in the national context; 2) To provide data for the normative population scores of generic instruments SF-36 and WHOQOL-brief, describing values that can be used as a reference for comparisons between groups. Methods: A sample of the adult general population of Porto Alegre aged from 20 to 64 was randomly selected through census sectors divided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). For the data collection, the following standard was applied: a) Completion of the items of the SF-6D; b) a ranking exercise using 8 hypothetical health states generated by the SF-6D descriptive system; c) application of the standard gamble technique to obtain the values of preferences for health states d) completion of the SF-36 and WHOQOL-brief e) socio-demographic questionnaire. Regression models were estimated using the data obtained through the preferences for health states using standard gamble. The best fit model was used for construction of the SF-6D algorithm for Brazil, making it possible to estimate utility values from the SF-36. Descriptive statistics of the scores of the SF-36 and WHOQOL-brief was carried out according to socio-demographic characteristics. Results: Data from 528 individuals were available to analyze preferences for health states using standard gamble technique. In evaluating the responses obtained, 28% of values were considered inconsistent. The evaluation of socio-demographic characteristics showed that the group with inconsistent responses were older (p = 0.018), less educated ( ² = 19.90 p < 0.01) and from a lower income group ( ² = 16.09 p = 0.007). Data from 382 participants with consistent responses were used to estimate predictive models used to construct an algorithm for calculating the scores of the SF-6D. The model with best fit to the data was a random effects model containing only variables of main effects, unlike the model recommended for calculating the SF-6D in the UK, highlighting the importance of using a specific algorithm for each country. Related to results obtained through application of SF-36 and WHOQOL-bref, both the health-related quality of life, as measured by SF-36, and the general quality of life, as measured by the WHOQOL-bref, presented reduced in women, in subjects from a lower economic class, less educated and self-reporting chronic medical conditions. Normative scores by gender and age are presented for the 4 domains of WHOQOLBREF and the 8 domains of the SF-36 in the form of tables and charts percentiles. Conclusion: The results of applying the standard gamble provide the first population-based data set for preferences for health states in Brazil, enabling the calculation of QALYs for cost-utility analysis using regional data. Normative scores described to both the SF-36 and for the WHOQOL-bref may be useful for comparisons of results obtained in groups of patients. The ability to discriminate between different population subgroups makes such measures useful tools in identifying vulnerable groups in epidemiological studies.
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Medidas de qualidade de vida e utilidade em uma amostra da população de Porto Alegre

Cruz, Luciane Nascimento January 2010 (has links)
Contexto: As medidas para avaliação de qualidade de vida (QV) vêm sendo cada vez mais utilizadas como um desfecho em ensaios clínicos e como medida de efetividade e de qualidade dos cuidados em saúde. Recentemente, são recomendadas por diretrizes internacionais e por órgãos internacionais de avaliação de tecnologias em saúde como um desfecho a ser utilizado em estudos de custoefetividade. No cenário brasileiro, instrumentos traduzidos e validados na população estão sendo aplicados em vários grupos de pacientes para avaliar o impacto de diversas doenças e intervenções na vida dos indivíduos afetados. Contudo, a falta de escores normativos de qualidade de vida, baseados na população geral brasileira, que representem um referencial contra o qual dados de outros subgrupos possam ser comparados, dificulta a interpretação dos resultados dos estudos. Além disso, há no Brasil uma carência de instrumentos de qualidade de vida adequados para utilização em análises econômicas. Portanto, a adaptação cultural destes instrumentos no contexto nacional torna-se tarefa imprescindível no desenvolvimento e implantação de metodologias de estudos em economia em saúde no Brasil. Objetivos: Disponibilizar instrumentos de qualidade de vida para uso como medida de desfecho em análises econômicas e estudos clínicos e epidemiológicos, através de duas estratégias principais: 1) Realizar a adaptação cultural do instrumento britânico SF-6D, adequado para uso em análises econômicas; 2) Descrever dados normativos populacionais para os escores dos instrumentos genéricos SF-36 e WHOQOL-breve que poderão ser utilizados como referência para comparações entre grupos. Métodos: Uma amostra da população geral adulta de Porto Alegre com idade entre 20 e 64 anos de idade foi randomicamente selecionada através dos setores censitários do município divididos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a coleta de dados, o seguinte protocolo foi aplicado aos indivíduos participantes: a) Preenchimento dos itens do SF-6D; b) ordenamento de 8 estados de saúde hipotéticos gerados pelo sistema descritivo do SF-6D; c) aplicação da técnica standard gamble para obtenção dos valores das preferências dos participantes pelos estados de saúde; d) preenchimento dos questionários SF-36 e WHOQOL-breve; e) questionário sociodemográfico. As entrevistas foram realizadas no domicílio dos participantes por uma equipe treinada de entrevistadores. Modelos de regressão foram estimados utilizando os dados obtidos através da aplicação do standard gamble. O modelo com melhor desempenho foi utilizado para construção do algoritmo SF-6D para o Brasil, possibilitando estimar índices de utilidade a partir do instrumento genérico SF-36. Estatística descritiva dos escores do SF-36 e WHOQOL-breve foi realizada de acordo com características socio-demográficas. Resultados: Um total de 528 indivíduos participou do protocolo de medida de preferências através da técnica standard gamble. Na avaliação das respostas obtidas, 28% dos valores foram considerados inconsistentes. A avaliação das características socio-demográficas demonstrou que o grupo com respostas inconsistentes era formado por sujeitos mais velhos (p = 0,018), de menor nível educacional ( ² = 19,90 p < 0,01) e de menor classe econômica ( ² = 16,09 p = 0,007). Dados dos 382 participantes com respostas consistentes ao standard gamble foram utilizados para estimar modelos preditores utilizados para construção de um algoritmo para cálculo dos escores do SF-6D. O modelo com melhor ajuste aos dados foi um modelo de efeitos randômicos contendo apenas as variáveis de efeitos principais, diferente do modelo preconizado para cálculo do SF-6D no Reino Unido, salientando a importância de utilizar um algoritmo específico para cada país. Em relação aos resultados obtidos pela aplicação dos instrumentos psicométricos a 755 indivíduos, tanto a qualidade de vida relacionada à saúde, medida pelo SF-36, como a qualidade de vida mais global, medida pelo WHOQOLbreve, apresentou-se reduzida nas mulheres, em sujeitos de classe econômica mais baixa, de menor nível educacional e com auto-relato de condição médica crônica. Escores normativos de acordo com sexo e faixa etária são apresentados para os quatro domínios do WHOQOL-breve e os oito domínios do SF-36. Conclusão: Os resultados da aplicação do standard gamble fornecem a primeira base de dados populacional para preferências por estados de saúde no Brasil, possibilitando o cálculo de QALYs para estudos de custo-utilidade utilizando dados regionais. Escores normativos para o SF-36 e o WHOQOL-breve podem ser utilizados para comparações de resultados obtidos em grupos de pacientes. A habilidade para discriminar diferentes subgrupos populacionais torna estas medidas ferramentas úteis na identificação de grupos vulneráveis em estudos epidemiológicos. / Background: Quality of Life (QOL) measures has been used as an outcome in clinical trials and as a measure of effectiveness and quality of health care. Recently, QOL has been recommended by international guidelines and international institutions of Health Technology Assessment such as the National Institute of Clinical Excellence (NICE), in the United Kingdom, as an outcome to be used in studies of cost-effectiveness. In the Brazilian scenario, instruments translated and validated for the Brazilian population are being used in different patient groups to assess the impact of different diseases and interventions on the lives of affected individuals. However, the lack of QOL normative scores based on the general Brazilian population, representing a reference against data from other subgroups can be compared, makes the interpretation of studies results more difficult. Moreover, in Brazil preference-based measures of quality of life are lacking, avoiding generating utility values for using in economic analysis. Therefore, the cultural adaptation of this kind of instruments in the national context becomes an essential task in the development and implementation of methodologies for health economics in Brazil. Objectives: To provide quality of life measures to use as an outcome in economic analysis, clinical and epidemiological studies through two main strategies: 1) To measure health state values based on the British preference-based instrument called SF-6D, using the values for the construction of an algorithm to estimate utility values for application in the national context; 2) To provide data for the normative population scores of generic instruments SF-36 and WHOQOL-brief, describing values that can be used as a reference for comparisons between groups. Methods: A sample of the adult general population of Porto Alegre aged from 20 to 64 was randomly selected through census sectors divided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). For the data collection, the following standard was applied: a) Completion of the items of the SF-6D; b) a ranking exercise using 8 hypothetical health states generated by the SF-6D descriptive system; c) application of the standard gamble technique to obtain the values of preferences for health states d) completion of the SF-36 and WHOQOL-brief e) socio-demographic questionnaire. Regression models were estimated using the data obtained through the preferences for health states using standard gamble. The best fit model was used for construction of the SF-6D algorithm for Brazil, making it possible to estimate utility values from the SF-36. Descriptive statistics of the scores of the SF-36 and WHOQOL-brief was carried out according to socio-demographic characteristics. Results: Data from 528 individuals were available to analyze preferences for health states using standard gamble technique. In evaluating the responses obtained, 28% of values were considered inconsistent. The evaluation of socio-demographic characteristics showed that the group with inconsistent responses were older (p = 0.018), less educated ( ² = 19.90 p < 0.01) and from a lower income group ( ² = 16.09 p = 0.007). Data from 382 participants with consistent responses were used to estimate predictive models used to construct an algorithm for calculating the scores of the SF-6D. The model with best fit to the data was a random effects model containing only variables of main effects, unlike the model recommended for calculating the SF-6D in the UK, highlighting the importance of using a specific algorithm for each country. Related to results obtained through application of SF-36 and WHOQOL-bref, both the health-related quality of life, as measured by SF-36, and the general quality of life, as measured by the WHOQOL-bref, presented reduced in women, in subjects from a lower economic class, less educated and self-reporting chronic medical conditions. Normative scores by gender and age are presented for the 4 domains of WHOQOLBREF and the 8 domains of the SF-36 in the form of tables and charts percentiles. Conclusion: The results of applying the standard gamble provide the first population-based data set for preferences for health states in Brazil, enabling the calculation of QALYs for cost-utility analysis using regional data. Normative scores described to both the SF-36 and for the WHOQOL-bref may be useful for comparisons of results obtained in groups of patients. The ability to discriminate between different population subgroups makes such measures useful tools in identifying vulnerable groups in epidemiological studies.
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Avaliação de Custo-utilidade da Educação Continuada para o Manejo de Usuários com Diabetes Mellitus tipo 2, no Município de Itamaracá, Pernambuco – Brasil

AQUINO, Camilla Maria Ferreira de 28 April 2014 (has links)
Submitted by Etelvina Domingos (etelvina.domingos@ufpe.br) on 2015-04-10T17:26:00Z No. of bitstreams: 2 DISSERTAÇÃO Camilla Maria Ferreira de Aquino.pdf: 1347242 bytes, checksum: c5a60b99bd179d49a424f7512c6c428c (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-10T17:26:00Z (GMT). No. of bitstreams: 2 DISSERTAÇÃO Camilla Maria Ferreira de Aquino.pdf: 1347242 bytes, checksum: c5a60b99bd179d49a424f7512c6c428c (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Previous issue date: 2014-04-28 / CAPES PROPESQ / O Diabetes Mellitus é condição sensível à atenção primária de saúde (APS). E, em especial, os profissionais de saúde exercem papel central na sua prevenção e tratamento, o que pode ser aprimorado com ações de educação continuada. Todavia, dados sobre o custo-efetividade destas intervenções sobre a saúde dos usuários permanecem escassos. Determinar o custo-utilidade da educação continuada, para o manejo de usuários com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), no município de Itamaracá, Pernambuco – Brasil, no ano de 2011. Foi realizada uma avaliação custo-utilidade, utilizando o Modelo de Markov, para simular os resultados em cenários de saúde, a partir da perspectiva do sistema de saúde. Foi considerado horizonte analítico de 20 anos e selecionada a categoria dos custos médicos diretos. Os dados coletados foram obtidos de fonte primária, estudo SERVIDIAH, e secundárias, de sistemas de informação em saúde e dados presentes na literatura. O cenário de referência representa o manejo-padrão realizado nos serviços públicos de saúde. Os demais cenários simulados para os resultados pós-intervenção foram baseados na sugestão de especialistas consultados. O indivíduo médio, representante da população de Pernambuco, foi do sexo feminino, com 61 anos e diagnóstico de DM2 há 8,7 anos, e outras características clínicas que influenciaram no cálculo nas probabilidades de transição. Para o cenário de referência, o custo de um usuário foi calculado para 2011: sem complicações (R$920,75), com complicações microvasculares (R$1.451,76), macrovasculares (R$3.648,86) e ambas as complicações (R$4.179,87). O custo incremental para a implantação da intervenção foi de R$454,57 por indivíduo, posteriormente acrescidos ao custo para o manejo-padrão nos cenários de pós-intervenção. Na avaliação de custo-utilidade, apenas o primeiro cenário de simulação foi custo-efetivo, apresentando Razão de Custo-efetividade Incremental (RCEI) de R$ 13.805,80/AVAQ. CONCLUSÃO: As RCEI apresentadas sugerem que a intervenção não representa alternativa custo-efetiva. Diante das incertezas acerca da efetividade da educação continuada para profissionais da APS sobre a saúde dos usuários, faz-se necessário a realização de estudos aprofundados sobre a associação entre estas variáveis.
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Avaliação da efetividade e custo-efetividade da terapia de ressincronização cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca no Brasil : meta-análise e análise econômica

Bertoldi, Eduardo Gehling January 2010 (has links)
Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma das enfermidades de maior prevalência e com maior consumo de recursos de sistemas de saúde. Apesar de múltiplas opções de tratamento farmacológico com a capacidade de melhorar o prognóstico dos pacientes com IC, a doença ainda apresenta morbidade e letalidade elevadas. A terapia de ressincronização cardíaca pode oferecer melhora dos sintomas e aumentar a sobrevida de pacientes com insuficiência cardíaca. No entanto, esta é uma tecnologia de alto custo, que pode acarretar grande impacto no orçamento do sistema público de saúde brasileiro. Objetivos: Avaliar a efetividade e a custo‐efetividade da terapia de ressincronização cardíaca, isolada ou em combinação com cardiodesfibrilação, em pacientes com IC, na perspectiva do Sistema Único de Saúde brasileiro, em comparação com o tratamento clínico otimizado ou com cardiodesfibrilador implantável isolado. Métodos: Foi realizada revisão sistemática e meta‐análise dos ensaios clínicos envolvendo terapia de ressincronização cardíaca, obtendo‐se estimativa‐ponto combinada da redução de mortalidade, e da incidência de complicações relacionadas ao implante dos dispositivos. Posteriormente, foi construído modelo de Markov para a avaliação, em pacientes com IC classe funcional II a IV, do custo, efetividade e da relação de custo-efetividade-incremental de cada uma das terapias: tratamento clínico, cardiodesfibrilador implantável (CDI), terapia de ressincronização cardíaca (TRC) e terapia combinada (TRC‐D) (ressincronização e cardiodesfibrilação). O desfecho principal avaliado foram anos de vida ajustados para qualidade (AVAQ), e o horizonte temporal foi de 20 anos. Análises de sensibilidade estocástica e probabilística foram realizadas para as variáveis mais importantes do modelo. Resultados: A meta‐análise mostrou redução significativa de mortalidade tanto na comparação de TRC com placebo (risco relativo [RR] 0,76; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 0,64 – 0,9), quanto na comparação de TRC-D com CDI (RR 0,7; IC95% 0,72 – 0,96). A razão de custo-efetividade incremental (RCEI) da TRC em relação ao tratamento clínico foi de 24.528 R$/AVAQ. Já a TRC-D teve RCEI de 57.627 R$/AVAQ em relação ao CDI e de 131.578 R$/AVAQ em relação a TRC isolada. As análises de sensibilidade mostraram que o modelo é sensível ao custo dos dispositivos, à estimativa de impacto dos dispositivos na sobrevida, e à longevidade da bateria dos dispositivos. Conclusões: Em pacientes com IC, a TRC reduz a mortalidade em relação ao tratamento clínico, e a TRC-D reduz a mortalidade em relação ao CDI. Para o contexto brasileiro, a RCEI de dispositivos de TRC se mostra atraente em pacientes nos quais o implante de CDI não está indicado. Em pacientes com indicação de TRC, o acréscimo de TRC-D tem uma RCEI mais alta que o limiar de disposição a pagar de R$ 49.435, proposto pela Organização Mundial da Saúde, e naqueles com indicação de CDI a RCEI da TRC-D é limítrofe. Esta RCEI pode ser reduzida para valores aceitáveis através de redução de custos associados ao dispositivo ou de melhora na duração da bateria dos dispositivos.
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Custo efetividade do uso do Peguinterferon alfa 2a combinado com Ribavirina no tratamento de respondedores virológicos lentos coinfectados com VHC/HIV / Cost-efectiveness of treatment with Peginterferon alfa 2A plus Rigavirin for slow virolocal responders coinfected with VHC/HIV

Marcus Paulo da Silva Rodrigues 20 December 2012 (has links)
No mundo, as hepatites decorrentes de infecções virais têm sido uma das grandes preocupações em saúde pública devido a seu caráter crônico, curso assintomático e pela sua capacidade de determinar a perda da função hepática. Com o uso em larga escala de medicamentos antirretrovirais, a doença hepática relacionada à infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) contribuiu para uma mudança radical na história natural da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Não se sabe ao certo o peso da coinfecção VHC/HIV no Brasil, mas evidências apontam que independentemente da região geográfica, esses indivíduos apresentam maiores dificuldades em eliminar o VHC após o tratamento farmacológico, quando comparados a monoinfectados. No âmbito do SUS, o tratamento antiviral padrão para portadores do genótipo 1 do VHC e do HIV é a administração de peguinterferon associado à Ribavirina. Quanto ao período de tratamento e aos indivíduos que devem ser incluídos, os dois protocolos terapêuticos mais recentes possuem divergências. A diretriz mais atual preconiza o tratamento de indivíduos respondedores precoces somados a respondedores virológicos lentos, enquanto a diretriz imediatamente anterior exclui na 12 semana indivíduos que não respondem completamente. Com base nessa divergência, esse estudo objetivou avaliar o custo-efetividade do tratamento contra o VHC em indivíduos portadores do genótipo 1, coinfectados com o HIV, virgens de tratamento antiviral, não cirróticos e imunologicamente estabilizados, submetidos às regras de tratamento antiviral estabelecidos pelas duas mais recentes diretrizes terapêuticas direcionadas ao atendimento pelo SUS. Para tal, foi elaborado um modelo matemático de decisão, baseado em cadeias de Markov, que simulou a progressão da doença hepática mediante o tratamento e não tratamento. Foi acompanhada uma coorte hipotética de mil indivíduos homens, maiores de 40 anos. Adotou-se a perspectiva do Sistema Único de Saúde, horizonte temporal de 30 anos e taxa de desconto de 5% para os custos e consequências clínicas. A extensão do tratamento para respondedores lentos proporcionou incremento de 0,28 anos de vida ajustados por qualidade (QALY), de 7% de sobrevida e aumento de 60% no número de indivíduos que eliminaram o VHC. Além dos esperados benefícios em eficácia, a inclusão de respondedores virológicos lentos mostrou-se uma estratégia custo-efetiva ao alcançar um incremental de custo efetividade de R$ 44.171/QALY, valor abaixo do limiar de aceitabilidade proposto pela Organização Mundial da Saúde OMS - (R$ 63.756,00/QALY). A análise de sensibilidade demonstrou que as possíveis incertezas contidas no modelo são incapazes de alterar o resultado final, evidenciando, assim, a robustez da análise. A inclusão de indivíduos coinfectados VHC/HIV respondedores virológicos lentos no protocolo de tratamento apresenta-se, do ponto de vista fármaco-econômico, como uma estratégia com relação de custoefetividade favorável para o Sistema Único de Saúde. Sua adoção é perfeitamente compatível com a perspectiva do sistema, ao retornar melhores resultados em saúdeassociados a custos abaixo de um teto orçamentário aceitável, e com o da sociedade, ao evitar em maior grau, complicações e internações quando comparado à não inclusão. / Worldwide, hepatitis caused by viral infections has been a major concern for public health because of its chronicity, asymptomatic course and its ability to determine the loss of liver function. With the widespread use of antiretroviral drugs, liver disease related to infection with hepatitis C virus (HCV) contributed to a radical change in the natural history of infection with human immunodeficiency virus (HIV). No one knows for sure the weight of coinfection HCV/HIV in Brazil, but evidence suggests that, regardless of geographic region, these individuals have greater difficulty in eliminating HCV compared to monoinfected. In the Brazilian Unified Health System (SUS), the standard antiviral treatment for patients infected with genotype 1 HCV and HIV is the association of pegylated interferon with ribavirin. Regarding the treatment period and which individuals should treat the two most recent protocols have disagreements. The most current protocol calls for treatment of early responders individuals added to slow responders. Since the guideline immediately preceding the 12th week excludes individuals who do not respond completely. Based on this difference, this study aimed to evaluate the costeffectiveness of HCV treatment in individuals with the genotype 1 coinfected with HIV, antiviral-naïve, non-cirrhotic and immunologically stable, undergoing antiviral treatment rules established by two most recent therapeutic guidelines directed to attend by SUS. To this evaluation, was developed a mathematical model of decision, based on Markov chains, simulating the progression of liver disease under treatment and no treatment. It was accompanied by a hypothetical cohort of thousand men individuals, more than 40 years. Was adopted the perspective of the Brazilian Unified Health System, time horizon of 30 years and a discount rate of 5% for the costs and for clinical consequences. The extension of treatment to slow responders provided an increase of 0.28 years of quality-adjusted life (QALY), 7% survival rate and an increase of 60% in the number of individuals who eliminated HCV. Besides the expected benefits in efficacy, the slow viral responders inclusion proved to be a costeffective strategy to achieve an incremental cost-effectiveness of BRL 44,171.00/QALY, value below of acceptability threshold proposed by the World Health Organization (BRL 63,756.00/QALY). Sensitivity analysis demonstrated that the potentials uncertainties in the model are unable to alter the final result, thus demonstrating the robustness of the analysis. The Inclusion of HCV/HIV co-infected individuals slow virologic responders to treatment protocol, is presented from the point of pharmacoeconomic view, as a strategy to cost-effectiveness favorable for the Brazilian Health System. Its adoption is perfectly compatible with the system perspective, returning better health outcomes with costs below an acceptable budget cap, and the society, to avoid a greater extent, complications and hospitalizations when compared to non-inclusion.
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Avaliação da efetividade e custo-efetividade da terapia de ressincronização cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca no Brasil : meta-análise e análise econômica

Bertoldi, Eduardo Gehling January 2010 (has links)
Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma das enfermidades de maior prevalência e com maior consumo de recursos de sistemas de saúde. Apesar de múltiplas opções de tratamento farmacológico com a capacidade de melhorar o prognóstico dos pacientes com IC, a doença ainda apresenta morbidade e letalidade elevadas. A terapia de ressincronização cardíaca pode oferecer melhora dos sintomas e aumentar a sobrevida de pacientes com insuficiência cardíaca. No entanto, esta é uma tecnologia de alto custo, que pode acarretar grande impacto no orçamento do sistema público de saúde brasileiro. Objetivos: Avaliar a efetividade e a custo‐efetividade da terapia de ressincronização cardíaca, isolada ou em combinação com cardiodesfibrilação, em pacientes com IC, na perspectiva do Sistema Único de Saúde brasileiro, em comparação com o tratamento clínico otimizado ou com cardiodesfibrilador implantável isolado. Métodos: Foi realizada revisão sistemática e meta‐análise dos ensaios clínicos envolvendo terapia de ressincronização cardíaca, obtendo‐se estimativa‐ponto combinada da redução de mortalidade, e da incidência de complicações relacionadas ao implante dos dispositivos. Posteriormente, foi construído modelo de Markov para a avaliação, em pacientes com IC classe funcional II a IV, do custo, efetividade e da relação de custo-efetividade-incremental de cada uma das terapias: tratamento clínico, cardiodesfibrilador implantável (CDI), terapia de ressincronização cardíaca (TRC) e terapia combinada (TRC‐D) (ressincronização e cardiodesfibrilação). O desfecho principal avaliado foram anos de vida ajustados para qualidade (AVAQ), e o horizonte temporal foi de 20 anos. Análises de sensibilidade estocástica e probabilística foram realizadas para as variáveis mais importantes do modelo. Resultados: A meta‐análise mostrou redução significativa de mortalidade tanto na comparação de TRC com placebo (risco relativo [RR] 0,76; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 0,64 – 0,9), quanto na comparação de TRC-D com CDI (RR 0,7; IC95% 0,72 – 0,96). A razão de custo-efetividade incremental (RCEI) da TRC em relação ao tratamento clínico foi de 24.528 R$/AVAQ. Já a TRC-D teve RCEI de 57.627 R$/AVAQ em relação ao CDI e de 131.578 R$/AVAQ em relação a TRC isolada. As análises de sensibilidade mostraram que o modelo é sensível ao custo dos dispositivos, à estimativa de impacto dos dispositivos na sobrevida, e à longevidade da bateria dos dispositivos. Conclusões: Em pacientes com IC, a TRC reduz a mortalidade em relação ao tratamento clínico, e a TRC-D reduz a mortalidade em relação ao CDI. Para o contexto brasileiro, a RCEI de dispositivos de TRC se mostra atraente em pacientes nos quais o implante de CDI não está indicado. Em pacientes com indicação de TRC, o acréscimo de TRC-D tem uma RCEI mais alta que o limiar de disposição a pagar de R$ 49.435, proposto pela Organização Mundial da Saúde, e naqueles com indicação de CDI a RCEI da TRC-D é limítrofe. Esta RCEI pode ser reduzida para valores aceitáveis através de redução de custos associados ao dispositivo ou de melhora na duração da bateria dos dispositivos.
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Custo efetividade do uso do Peguinterferon alfa 2a combinado com Ribavirina no tratamento de respondedores virológicos lentos coinfectados com VHC/HIV / Cost-efectiveness of treatment with Peginterferon alfa 2A plus Rigavirin for slow virolocal responders coinfected with VHC/HIV

Marcus Paulo da Silva Rodrigues 20 December 2012 (has links)
No mundo, as hepatites decorrentes de infecções virais têm sido uma das grandes preocupações em saúde pública devido a seu caráter crônico, curso assintomático e pela sua capacidade de determinar a perda da função hepática. Com o uso em larga escala de medicamentos antirretrovirais, a doença hepática relacionada à infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) contribuiu para uma mudança radical na história natural da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Não se sabe ao certo o peso da coinfecção VHC/HIV no Brasil, mas evidências apontam que independentemente da região geográfica, esses indivíduos apresentam maiores dificuldades em eliminar o VHC após o tratamento farmacológico, quando comparados a monoinfectados. No âmbito do SUS, o tratamento antiviral padrão para portadores do genótipo 1 do VHC e do HIV é a administração de peguinterferon associado à Ribavirina. Quanto ao período de tratamento e aos indivíduos que devem ser incluídos, os dois protocolos terapêuticos mais recentes possuem divergências. A diretriz mais atual preconiza o tratamento de indivíduos respondedores precoces somados a respondedores virológicos lentos, enquanto a diretriz imediatamente anterior exclui na 12 semana indivíduos que não respondem completamente. Com base nessa divergência, esse estudo objetivou avaliar o custo-efetividade do tratamento contra o VHC em indivíduos portadores do genótipo 1, coinfectados com o HIV, virgens de tratamento antiviral, não cirróticos e imunologicamente estabilizados, submetidos às regras de tratamento antiviral estabelecidos pelas duas mais recentes diretrizes terapêuticas direcionadas ao atendimento pelo SUS. Para tal, foi elaborado um modelo matemático de decisão, baseado em cadeias de Markov, que simulou a progressão da doença hepática mediante o tratamento e não tratamento. Foi acompanhada uma coorte hipotética de mil indivíduos homens, maiores de 40 anos. Adotou-se a perspectiva do Sistema Único de Saúde, horizonte temporal de 30 anos e taxa de desconto de 5% para os custos e consequências clínicas. A extensão do tratamento para respondedores lentos proporcionou incremento de 0,28 anos de vida ajustados por qualidade (QALY), de 7% de sobrevida e aumento de 60% no número de indivíduos que eliminaram o VHC. Além dos esperados benefícios em eficácia, a inclusão de respondedores virológicos lentos mostrou-se uma estratégia custo-efetiva ao alcançar um incremental de custo efetividade de R$ 44.171/QALY, valor abaixo do limiar de aceitabilidade proposto pela Organização Mundial da Saúde OMS - (R$ 63.756,00/QALY). A análise de sensibilidade demonstrou que as possíveis incertezas contidas no modelo são incapazes de alterar o resultado final, evidenciando, assim, a robustez da análise. A inclusão de indivíduos coinfectados VHC/HIV respondedores virológicos lentos no protocolo de tratamento apresenta-se, do ponto de vista fármaco-econômico, como uma estratégia com relação de custoefetividade favorável para o Sistema Único de Saúde. Sua adoção é perfeitamente compatível com a perspectiva do sistema, ao retornar melhores resultados em saúdeassociados a custos abaixo de um teto orçamentário aceitável, e com o da sociedade, ao evitar em maior grau, complicações e internações quando comparado à não inclusão. / Worldwide, hepatitis caused by viral infections has been a major concern for public health because of its chronicity, asymptomatic course and its ability to determine the loss of liver function. With the widespread use of antiretroviral drugs, liver disease related to infection with hepatitis C virus (HCV) contributed to a radical change in the natural history of infection with human immunodeficiency virus (HIV). No one knows for sure the weight of coinfection HCV/HIV in Brazil, but evidence suggests that, regardless of geographic region, these individuals have greater difficulty in eliminating HCV compared to monoinfected. In the Brazilian Unified Health System (SUS), the standard antiviral treatment for patients infected with genotype 1 HCV and HIV is the association of pegylated interferon with ribavirin. Regarding the treatment period and which individuals should treat the two most recent protocols have disagreements. The most current protocol calls for treatment of early responders individuals added to slow responders. Since the guideline immediately preceding the 12th week excludes individuals who do not respond completely. Based on this difference, this study aimed to evaluate the costeffectiveness of HCV treatment in individuals with the genotype 1 coinfected with HIV, antiviral-naïve, non-cirrhotic and immunologically stable, undergoing antiviral treatment rules established by two most recent therapeutic guidelines directed to attend by SUS. To this evaluation, was developed a mathematical model of decision, based on Markov chains, simulating the progression of liver disease under treatment and no treatment. It was accompanied by a hypothetical cohort of thousand men individuals, more than 40 years. Was adopted the perspective of the Brazilian Unified Health System, time horizon of 30 years and a discount rate of 5% for the costs and for clinical consequences. The extension of treatment to slow responders provided an increase of 0.28 years of quality-adjusted life (QALY), 7% survival rate and an increase of 60% in the number of individuals who eliminated HCV. Besides the expected benefits in efficacy, the slow viral responders inclusion proved to be a costeffective strategy to achieve an incremental cost-effectiveness of BRL 44,171.00/QALY, value below of acceptability threshold proposed by the World Health Organization (BRL 63,756.00/QALY). Sensitivity analysis demonstrated that the potentials uncertainties in the model are unable to alter the final result, thus demonstrating the robustness of the analysis. The Inclusion of HCV/HIV co-infected individuals slow virologic responders to treatment protocol, is presented from the point of pharmacoeconomic view, as a strategy to cost-effectiveness favorable for the Brazilian Health System. Its adoption is perfectly compatible with the system perspective, returning better health outcomes with costs below an acceptable budget cap, and the society, to avoid a greater extent, complications and hospitalizations when compared to non-inclusion.
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Avaliação da efetividade e custo-efetividade da terapia de ressincronização cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca no Brasil : meta-análise e análise econômica

Bertoldi, Eduardo Gehling January 2010 (has links)
Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma das enfermidades de maior prevalência e com maior consumo de recursos de sistemas de saúde. Apesar de múltiplas opções de tratamento farmacológico com a capacidade de melhorar o prognóstico dos pacientes com IC, a doença ainda apresenta morbidade e letalidade elevadas. A terapia de ressincronização cardíaca pode oferecer melhora dos sintomas e aumentar a sobrevida de pacientes com insuficiência cardíaca. No entanto, esta é uma tecnologia de alto custo, que pode acarretar grande impacto no orçamento do sistema público de saúde brasileiro. Objetivos: Avaliar a efetividade e a custo‐efetividade da terapia de ressincronização cardíaca, isolada ou em combinação com cardiodesfibrilação, em pacientes com IC, na perspectiva do Sistema Único de Saúde brasileiro, em comparação com o tratamento clínico otimizado ou com cardiodesfibrilador implantável isolado. Métodos: Foi realizada revisão sistemática e meta‐análise dos ensaios clínicos envolvendo terapia de ressincronização cardíaca, obtendo‐se estimativa‐ponto combinada da redução de mortalidade, e da incidência de complicações relacionadas ao implante dos dispositivos. Posteriormente, foi construído modelo de Markov para a avaliação, em pacientes com IC classe funcional II a IV, do custo, efetividade e da relação de custo-efetividade-incremental de cada uma das terapias: tratamento clínico, cardiodesfibrilador implantável (CDI), terapia de ressincronização cardíaca (TRC) e terapia combinada (TRC‐D) (ressincronização e cardiodesfibrilação). O desfecho principal avaliado foram anos de vida ajustados para qualidade (AVAQ), e o horizonte temporal foi de 20 anos. Análises de sensibilidade estocástica e probabilística foram realizadas para as variáveis mais importantes do modelo. Resultados: A meta‐análise mostrou redução significativa de mortalidade tanto na comparação de TRC com placebo (risco relativo [RR] 0,76; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 0,64 – 0,9), quanto na comparação de TRC-D com CDI (RR 0,7; IC95% 0,72 – 0,96). A razão de custo-efetividade incremental (RCEI) da TRC em relação ao tratamento clínico foi de 24.528 R$/AVAQ. Já a TRC-D teve RCEI de 57.627 R$/AVAQ em relação ao CDI e de 131.578 R$/AVAQ em relação a TRC isolada. As análises de sensibilidade mostraram que o modelo é sensível ao custo dos dispositivos, à estimativa de impacto dos dispositivos na sobrevida, e à longevidade da bateria dos dispositivos. Conclusões: Em pacientes com IC, a TRC reduz a mortalidade em relação ao tratamento clínico, e a TRC-D reduz a mortalidade em relação ao CDI. Para o contexto brasileiro, a RCEI de dispositivos de TRC se mostra atraente em pacientes nos quais o implante de CDI não está indicado. Em pacientes com indicação de TRC, o acréscimo de TRC-D tem uma RCEI mais alta que o limiar de disposição a pagar de R$ 49.435, proposto pela Organização Mundial da Saúde, e naqueles com indicação de CDI a RCEI da TRC-D é limítrofe. Esta RCEI pode ser reduzida para valores aceitáveis através de redução de custos associados ao dispositivo ou de melhora na duração da bateria dos dispositivos.
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Incorporação de tecnologias nos diferentes níveis de atenção do Sistema Único de Saúde com base em estimativas microeconômicas: um estudo exploratório / Incorporation of technologies at different levels of attention of the National Health System based on microeconomic estimates: an exploratory study

Prado, Clementina Corah Lucas January 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2011-05-04T12:36:24Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2009 / O estudo revisa as iniciativas de racionalização do cuidado em saúde, como a elaboração de recomendações e guias clínicos; o estabelecimento de limites custo-efetividade e a elaboração de league tables, suas aplicações e principais experiências anteriores, a fim de demonstrar que tipo de procedimentos seria ofertado, caso se estabeleça um limite custo-efetividade para o SUS. Pelo uso de metodologias que padronizaram os estudos de custo-efetividade, existentes em banco de dados, de procedimentos preventivos e outros, foram elaboradas três listas de procedimentos, categorizados por faixas de valores de custo/QALY, a fim de usar a evidência científica atual e as ferramentas da avaliação econômica na melhora da equidade, efetividadee eficiência do SUS. Ao adotar como modelo para o SUS a atenção primária e comunitária, descreve como estes níveis de atenção estão estruturados no sistema de saúde britânico, que jáos tem implantado e simula os valores de orçamento do SUS necessários para que o modelo se estabeleça. Por fim, são realizadas as seguintes recomendações a curto prazo, entre outras: i. Divulgar as recomendações e guias clínicos para os tomadores de decisão, em todas as esferas do SUS, com vistas a incentivar a realização de procedimentos efetivos no SUS; ii. Priorizar, num primeiro momento, os procedimentos cuja efetividade e razão custo efetividade demonstram-se favoráveis, para a população alvo e periodicidades recomendadas. Utilizar-se dos resultados das listas para estabelecer ressarcimento aos procedimentos custo-efetivos, inclusive incentivos de aumento da cobertura, acesso e efetividade local.

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