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Eventos de vida em pacientes adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividadeGarcia, Christiane Ribas January 2007 (has links)
Os transtornos psiquiátricos estão associados a eventos de vida de várias maneiras, sendo que a ocorrência e gravidade destes transtornos e sua relação com os eventos de vida ainda não está completamente esclarecida. Muitos estudos associam os eventos de vida ao início ou desencadeamento de transtornos mentais, especialmente a depressão, enquanto outros colocam os eventos de vida como conseqüência dos transtornos mentais. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição que inicia na infância e persiste em aproximadamente 50 a 75% dos casos, com uma prevalência de aproximadamente 4,4% na população adulta. A maioria dos adultos com TDAH apresenta desfechos negativos em diversas áreas da vida, como desempenho acadêmico e profissional, posição sócio-econômica e marital. Apesar das evidências de associação entre desfechos negativos e TDAH, não há relatos publicados de associação específica entre este transtorno e eventos de vida negativos no adulto. O objetivo do presente estudo é testar a hipótese de que eventos de vida negativos, ocorrendo vários anos após o início da doença, estão associados com a gravidade dos sintomas em ambas as dimensões do TDAH (desatenção e hiperatividade), e que esse efeito não é mediado por transtornos psiquiátricos comórbidos. Na revisão da literatura referente aos desfechos do TDAH encontramos evidências significativas da associação entre o transtorno e prejuízos importantes na vida das crianças, adolescentes e adultos. Em nosso estudo, vimos que existe uma forte associação entre ambas as dimensões do TDAH e eventos de vida negativos, mesmo após controle para o efeito de transtornos comórbidos associados. Nossos resultados com pacientes adultos foram consistentes com evidências prévias de que o TDAH é uma grande sobrecarga para pacientes, famílias e sociedade e, em nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo a avaliar a associação da desatenção e da hiperatividade do TDAH e eventos de vida negativos em adultos. A evidência de que eventos de vida negativos estão 9 associados à gravidade do TDAH indica que a escala utilizada nesta pesquisa pode ser uma ferramenta adicional para avaliar desfechos e identificar pacientes com maior necessidade de atenção e tratamento psiquiátrico. O delineamento transversal não nos permite estabelecer relações de causa e efeito, mas o fato de estudarmos comorbidades ao longo da vida (além das atuais) e perguntarmos sobre eventos de vida recentes, ocorrendo muitos anos após o início do TDAH, nos dá alguma evidência de que os eventos de vida possam ter sido, neste caso, desfecho, ao invés de fator preditivo. Sabendo que a maioria dos adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não são reconhecidos e permanecem sem tratamento, nossos achados são de fundamental importância nas políticas de saúde, sendo os eventos de vida negativos mais uma evidência da morbidade deste transtorno na população de adultos. / Psychiatric disorders are associated with life events in several ways, but the occurrence and severity of psychiatric disorders and their association with life events is not completely understood. Several studies have shown that life events increase the risk of psychiatric disorders, especially depression, and others suggest that presence of mental disorders increase the chance for experiencing negative life events. Attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) is a lifelong condition that begins in childhood and persists in approximately 50% to 75% of affected children, with estimate prevalence around 4.4% in adult population. The majority of adults with ADHD continue to have problems resulting in negative outcomes in several areas of life, like academic and professional performance, socioeconomic and marital status. Despite of the evidences of association of several negative outcomes with ADHD, there is no published report of specific association between life events and ADHD in adults. The aim of the present study is to test the hypothesis that negative life events occurring several years after illness onset are associated with increased severity of symptoms in both ADHD dimensions (inattention and hyperactivity), and that this effect is not mediated by associated lifetime or current comorbid disorders. There are evidences of both association between negative outcomes and ADHD, and that ADHD has a large burden over patients, families and society. In our study we find a strong association between ADHD dimensions and negative life events even after controlling for the effect of associated comorbid disorders. Our findings with adult ADHD are also in line with the evidence that ADHD has a large burden over patients, families and society. To the best of our knowledge, the present study is the first to assess the association between ADHD inattention and hyperactivity and negative life events in adults. Our results suggest that the Life Experience Survey (LES) might be a useful tool to assess outcome and identify patients in greater need for psychiatric attention and treatment. The cross-sectional nature of our study raises the question whether negative life events are actually consequence or cause of higher SNAP-IV scores or comorbidities. However, the fact that we studied lifetime comorbidities (in addition to current) and the fact that we asked for recent life events occurring many years after ADHD onset provides preliminary evidence that life events may be an outcome instead of a predictive factor. Considering that most adults with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) are not recognized and remain untreated, our findings are potentially important for health policies since negative life events are one more evidence of ADHD morbidity in adults.
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Impacto do uso de benzodiazepínicos no nível de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporalDal Pizzol, Angélica January 2011 (has links)
Nesse trabalho estudamos o impacto do uso de benzodiazepínicos prescritos como co-adjuvantes para o controle de crise nos níveis de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporal. Estudo de corte transversal com 99 epilépticos. Avaliamos o nível de ansiedade desses pacientes por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e da Escala de Ansiedade de Hamilton. Dos 99 pacientes, 15 (15.15%) usavam benzodiazepínico (Clobazam/Clonazepam) e 84 (84.84%) não usavam benzodiazepínico para o controle das crises. Em nossa amostra os pacientes que usavam benzodiazepínico eram mais jovens e iniciaram com as crises mais cedo. Além disso, o uso de benzodiazepínico foi mais comum em pacientes com epilepsia refratária (OR=5.6; 95% CI; 1.97-11.06; p=0.047). Esses dados demonstram que o benzodiazepínico foi utilizado para controle de crise em pacientes com epilepsia refratária do lobo temporal. Nesse estudo observamos que ser mulher, ter transtorno de ansiedade ou de humor detectado pela entrevista clínica estruturada para desordens do eixo I do DSM-IVTR (SCID) está associado com altos níveis de ansiedade tanto na escala de BAI quanto na de Hamiltom. No BAI foi detectado altos níveis de ansiedade em pacientes com crises não controladas (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). Na escala de ansiedade de Hamiltom encontramos altos níveis de ansiedade em pacientes com história familiar psiquiátrica. Não houve diferença estatisticamente significante nos níveis de ansiedade de pacientes que usavam e que não usavam benzodiazepínico cronicamente para o controle da epilepsia, diferente do que esperávamos. É plausível que o uso crônico de benzodiazepínicos possa induzir tolerância ao efeito ansiolítico desses fármacos em epilepsia. Estudos adicionais são necessários para definir melhores estratégias para o tratamento de transtornos de ansiedade em epilepsia. / In this study we evaluate the anxiety levels in patients with temporal lobe epilepsy whether using or not a benzodiazepine for seizure control. We performed a cross-sectional study with 99 patients diagnosed with temporal lobe epilepsy that whether were using or not a benzodiazepine (clobazam or clonazepam) for seizure control. We evaluated the anxiety level of patients using as tools the Beck Anxiety Inventory (BAI) and the Hamilton Anxiety Scale (HAMA). Of the 99 patients, 15 (15.15%) used a benzodiazepine (Clobazam/Clonazepam) and 84 (84.84%) did not use a benzodiazepine for seizure control. In our sample, patients using a benzodiazepine were younger and had seizures early in life. Additionally, the use of a benzodiazepine was more frequent in patients with refractory epilepsy (OR =5.6, 95% CI 1.97-11.06; p=0.047). These data demonstrate the a benzodiazepine was utilized for seizure control in patients with temporal lobe refractory epilepsy. We identified that female sex patients with anxiety disorder or mood disorders detected by SCID demonstrate high anxiety levels measured both with BAI as well as with HAMA. High anxiety levels were detected with the use of BAI in patients with uncontrolled seizures (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). With the use of Hamiltom we identified high anxiety levels in patients with a positive psychiatric family history. There was no statically significant difference in anxiety levels among patients utilizing or not not a benzodiazepine for seizure control, differently from what we expected. It is plausible that chronic use of benzodiazepines can induce tolerance to the anxiolytic effect of these drugs in epilepsy. Additional studies are needed to define better strategies for treatment of anxiety disorders in epilepsy.
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Eventos de vida em pacientes adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividadeGarcia, Christiane Ribas January 2007 (has links)
Os transtornos psiquiátricos estão associados a eventos de vida de várias maneiras, sendo que a ocorrência e gravidade destes transtornos e sua relação com os eventos de vida ainda não está completamente esclarecida. Muitos estudos associam os eventos de vida ao início ou desencadeamento de transtornos mentais, especialmente a depressão, enquanto outros colocam os eventos de vida como conseqüência dos transtornos mentais. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição que inicia na infância e persiste em aproximadamente 50 a 75% dos casos, com uma prevalência de aproximadamente 4,4% na população adulta. A maioria dos adultos com TDAH apresenta desfechos negativos em diversas áreas da vida, como desempenho acadêmico e profissional, posição sócio-econômica e marital. Apesar das evidências de associação entre desfechos negativos e TDAH, não há relatos publicados de associação específica entre este transtorno e eventos de vida negativos no adulto. O objetivo do presente estudo é testar a hipótese de que eventos de vida negativos, ocorrendo vários anos após o início da doença, estão associados com a gravidade dos sintomas em ambas as dimensões do TDAH (desatenção e hiperatividade), e que esse efeito não é mediado por transtornos psiquiátricos comórbidos. Na revisão da literatura referente aos desfechos do TDAH encontramos evidências significativas da associação entre o transtorno e prejuízos importantes na vida das crianças, adolescentes e adultos. Em nosso estudo, vimos que existe uma forte associação entre ambas as dimensões do TDAH e eventos de vida negativos, mesmo após controle para o efeito de transtornos comórbidos associados. Nossos resultados com pacientes adultos foram consistentes com evidências prévias de que o TDAH é uma grande sobrecarga para pacientes, famílias e sociedade e, em nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo a avaliar a associação da desatenção e da hiperatividade do TDAH e eventos de vida negativos em adultos. A evidência de que eventos de vida negativos estão 9 associados à gravidade do TDAH indica que a escala utilizada nesta pesquisa pode ser uma ferramenta adicional para avaliar desfechos e identificar pacientes com maior necessidade de atenção e tratamento psiquiátrico. O delineamento transversal não nos permite estabelecer relações de causa e efeito, mas o fato de estudarmos comorbidades ao longo da vida (além das atuais) e perguntarmos sobre eventos de vida recentes, ocorrendo muitos anos após o início do TDAH, nos dá alguma evidência de que os eventos de vida possam ter sido, neste caso, desfecho, ao invés de fator preditivo. Sabendo que a maioria dos adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não são reconhecidos e permanecem sem tratamento, nossos achados são de fundamental importância nas políticas de saúde, sendo os eventos de vida negativos mais uma evidência da morbidade deste transtorno na população de adultos. / Psychiatric disorders are associated with life events in several ways, but the occurrence and severity of psychiatric disorders and their association with life events is not completely understood. Several studies have shown that life events increase the risk of psychiatric disorders, especially depression, and others suggest that presence of mental disorders increase the chance for experiencing negative life events. Attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) is a lifelong condition that begins in childhood and persists in approximately 50% to 75% of affected children, with estimate prevalence around 4.4% in adult population. The majority of adults with ADHD continue to have problems resulting in negative outcomes in several areas of life, like academic and professional performance, socioeconomic and marital status. Despite of the evidences of association of several negative outcomes with ADHD, there is no published report of specific association between life events and ADHD in adults. The aim of the present study is to test the hypothesis that negative life events occurring several years after illness onset are associated with increased severity of symptoms in both ADHD dimensions (inattention and hyperactivity), and that this effect is not mediated by associated lifetime or current comorbid disorders. There are evidences of both association between negative outcomes and ADHD, and that ADHD has a large burden over patients, families and society. In our study we find a strong association between ADHD dimensions and negative life events even after controlling for the effect of associated comorbid disorders. Our findings with adult ADHD are also in line with the evidence that ADHD has a large burden over patients, families and society. To the best of our knowledge, the present study is the first to assess the association between ADHD inattention and hyperactivity and negative life events in adults. Our results suggest that the Life Experience Survey (LES) might be a useful tool to assess outcome and identify patients in greater need for psychiatric attention and treatment. The cross-sectional nature of our study raises the question whether negative life events are actually consequence or cause of higher SNAP-IV scores or comorbidities. However, the fact that we studied lifetime comorbidities (in addition to current) and the fact that we asked for recent life events occurring many years after ADHD onset provides preliminary evidence that life events may be an outcome instead of a predictive factor. Considering that most adults with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) are not recognized and remain untreated, our findings are potentially important for health policies since negative life events are one more evidence of ADHD morbidity in adults.
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Impacto do uso de benzodiazepínicos no nível de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporalDal Pizzol, Angélica January 2011 (has links)
Nesse trabalho estudamos o impacto do uso de benzodiazepínicos prescritos como co-adjuvantes para o controle de crise nos níveis de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporal. Estudo de corte transversal com 99 epilépticos. Avaliamos o nível de ansiedade desses pacientes por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e da Escala de Ansiedade de Hamilton. Dos 99 pacientes, 15 (15.15%) usavam benzodiazepínico (Clobazam/Clonazepam) e 84 (84.84%) não usavam benzodiazepínico para o controle das crises. Em nossa amostra os pacientes que usavam benzodiazepínico eram mais jovens e iniciaram com as crises mais cedo. Além disso, o uso de benzodiazepínico foi mais comum em pacientes com epilepsia refratária (OR=5.6; 95% CI; 1.97-11.06; p=0.047). Esses dados demonstram que o benzodiazepínico foi utilizado para controle de crise em pacientes com epilepsia refratária do lobo temporal. Nesse estudo observamos que ser mulher, ter transtorno de ansiedade ou de humor detectado pela entrevista clínica estruturada para desordens do eixo I do DSM-IVTR (SCID) está associado com altos níveis de ansiedade tanto na escala de BAI quanto na de Hamiltom. No BAI foi detectado altos níveis de ansiedade em pacientes com crises não controladas (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). Na escala de ansiedade de Hamiltom encontramos altos níveis de ansiedade em pacientes com história familiar psiquiátrica. Não houve diferença estatisticamente significante nos níveis de ansiedade de pacientes que usavam e que não usavam benzodiazepínico cronicamente para o controle da epilepsia, diferente do que esperávamos. É plausível que o uso crônico de benzodiazepínicos possa induzir tolerância ao efeito ansiolítico desses fármacos em epilepsia. Estudos adicionais são necessários para definir melhores estratégias para o tratamento de transtornos de ansiedade em epilepsia. / In this study we evaluate the anxiety levels in patients with temporal lobe epilepsy whether using or not a benzodiazepine for seizure control. We performed a cross-sectional study with 99 patients diagnosed with temporal lobe epilepsy that whether were using or not a benzodiazepine (clobazam or clonazepam) for seizure control. We evaluated the anxiety level of patients using as tools the Beck Anxiety Inventory (BAI) and the Hamilton Anxiety Scale (HAMA). Of the 99 patients, 15 (15.15%) used a benzodiazepine (Clobazam/Clonazepam) and 84 (84.84%) did not use a benzodiazepine for seizure control. In our sample, patients using a benzodiazepine were younger and had seizures early in life. Additionally, the use of a benzodiazepine was more frequent in patients with refractory epilepsy (OR =5.6, 95% CI 1.97-11.06; p=0.047). These data demonstrate the a benzodiazepine was utilized for seizure control in patients with temporal lobe refractory epilepsy. We identified that female sex patients with anxiety disorder or mood disorders detected by SCID demonstrate high anxiety levels measured both with BAI as well as with HAMA. High anxiety levels were detected with the use of BAI in patients with uncontrolled seizures (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). With the use of Hamiltom we identified high anxiety levels in patients with a positive psychiatric family history. There was no statically significant difference in anxiety levels among patients utilizing or not not a benzodiazepine for seizure control, differently from what we expected. It is plausible that chronic use of benzodiazepines can induce tolerance to the anxiolytic effect of these drugs in epilepsy. Additional studies are needed to define better strategies for treatment of anxiety disorders in epilepsy.
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Impacto do uso de benzodiazepínicos no nível de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporalDal Pizzol, Angélica January 2011 (has links)
Nesse trabalho estudamos o impacto do uso de benzodiazepínicos prescritos como co-adjuvantes para o controle de crise nos níveis de ansiedade em pacientes com epilepsia do lobo temporal. Estudo de corte transversal com 99 epilépticos. Avaliamos o nível de ansiedade desses pacientes por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e da Escala de Ansiedade de Hamilton. Dos 99 pacientes, 15 (15.15%) usavam benzodiazepínico (Clobazam/Clonazepam) e 84 (84.84%) não usavam benzodiazepínico para o controle das crises. Em nossa amostra os pacientes que usavam benzodiazepínico eram mais jovens e iniciaram com as crises mais cedo. Além disso, o uso de benzodiazepínico foi mais comum em pacientes com epilepsia refratária (OR=5.6; 95% CI; 1.97-11.06; p=0.047). Esses dados demonstram que o benzodiazepínico foi utilizado para controle de crise em pacientes com epilepsia refratária do lobo temporal. Nesse estudo observamos que ser mulher, ter transtorno de ansiedade ou de humor detectado pela entrevista clínica estruturada para desordens do eixo I do DSM-IVTR (SCID) está associado com altos níveis de ansiedade tanto na escala de BAI quanto na de Hamiltom. No BAI foi detectado altos níveis de ansiedade em pacientes com crises não controladas (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). Na escala de ansiedade de Hamiltom encontramos altos níveis de ansiedade em pacientes com história familiar psiquiátrica. Não houve diferença estatisticamente significante nos níveis de ansiedade de pacientes que usavam e que não usavam benzodiazepínico cronicamente para o controle da epilepsia, diferente do que esperávamos. É plausível que o uso crônico de benzodiazepínicos possa induzir tolerância ao efeito ansiolítico desses fármacos em epilepsia. Estudos adicionais são necessários para definir melhores estratégias para o tratamento de transtornos de ansiedade em epilepsia. / In this study we evaluate the anxiety levels in patients with temporal lobe epilepsy whether using or not a benzodiazepine for seizure control. We performed a cross-sectional study with 99 patients diagnosed with temporal lobe epilepsy that whether were using or not a benzodiazepine (clobazam or clonazepam) for seizure control. We evaluated the anxiety level of patients using as tools the Beck Anxiety Inventory (BAI) and the Hamilton Anxiety Scale (HAMA). Of the 99 patients, 15 (15.15%) used a benzodiazepine (Clobazam/Clonazepam) and 84 (84.84%) did not use a benzodiazepine for seizure control. In our sample, patients using a benzodiazepine were younger and had seizures early in life. Additionally, the use of a benzodiazepine was more frequent in patients with refractory epilepsy (OR =5.6, 95% CI 1.97-11.06; p=0.047). These data demonstrate the a benzodiazepine was utilized for seizure control in patients with temporal lobe refractory epilepsy. We identified that female sex patients with anxiety disorder or mood disorders detected by SCID demonstrate high anxiety levels measured both with BAI as well as with HAMA. High anxiety levels were detected with the use of BAI in patients with uncontrolled seizures (OR=4.67; 95% CI 1.97-11.06; p<0.001). With the use of Hamiltom we identified high anxiety levels in patients with a positive psychiatric family history. There was no statically significant difference in anxiety levels among patients utilizing or not not a benzodiazepine for seizure control, differently from what we expected. It is plausible that chronic use of benzodiazepines can induce tolerance to the anxiolytic effect of these drugs in epilepsy. Additional studies are needed to define better strategies for treatment of anxiety disorders in epilepsy.
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Eventos de vida em pacientes adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividadeGarcia, Christiane Ribas January 2007 (has links)
Os transtornos psiquiátricos estão associados a eventos de vida de várias maneiras, sendo que a ocorrência e gravidade destes transtornos e sua relação com os eventos de vida ainda não está completamente esclarecida. Muitos estudos associam os eventos de vida ao início ou desencadeamento de transtornos mentais, especialmente a depressão, enquanto outros colocam os eventos de vida como conseqüência dos transtornos mentais. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição que inicia na infância e persiste em aproximadamente 50 a 75% dos casos, com uma prevalência de aproximadamente 4,4% na população adulta. A maioria dos adultos com TDAH apresenta desfechos negativos em diversas áreas da vida, como desempenho acadêmico e profissional, posição sócio-econômica e marital. Apesar das evidências de associação entre desfechos negativos e TDAH, não há relatos publicados de associação específica entre este transtorno e eventos de vida negativos no adulto. O objetivo do presente estudo é testar a hipótese de que eventos de vida negativos, ocorrendo vários anos após o início da doença, estão associados com a gravidade dos sintomas em ambas as dimensões do TDAH (desatenção e hiperatividade), e que esse efeito não é mediado por transtornos psiquiátricos comórbidos. Na revisão da literatura referente aos desfechos do TDAH encontramos evidências significativas da associação entre o transtorno e prejuízos importantes na vida das crianças, adolescentes e adultos. Em nosso estudo, vimos que existe uma forte associação entre ambas as dimensões do TDAH e eventos de vida negativos, mesmo após controle para o efeito de transtornos comórbidos associados. Nossos resultados com pacientes adultos foram consistentes com evidências prévias de que o TDAH é uma grande sobrecarga para pacientes, famílias e sociedade e, em nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo a avaliar a associação da desatenção e da hiperatividade do TDAH e eventos de vida negativos em adultos. A evidência de que eventos de vida negativos estão 9 associados à gravidade do TDAH indica que a escala utilizada nesta pesquisa pode ser uma ferramenta adicional para avaliar desfechos e identificar pacientes com maior necessidade de atenção e tratamento psiquiátrico. O delineamento transversal não nos permite estabelecer relações de causa e efeito, mas o fato de estudarmos comorbidades ao longo da vida (além das atuais) e perguntarmos sobre eventos de vida recentes, ocorrendo muitos anos após o início do TDAH, nos dá alguma evidência de que os eventos de vida possam ter sido, neste caso, desfecho, ao invés de fator preditivo. Sabendo que a maioria dos adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não são reconhecidos e permanecem sem tratamento, nossos achados são de fundamental importância nas políticas de saúde, sendo os eventos de vida negativos mais uma evidência da morbidade deste transtorno na população de adultos. / Psychiatric disorders are associated with life events in several ways, but the occurrence and severity of psychiatric disorders and their association with life events is not completely understood. Several studies have shown that life events increase the risk of psychiatric disorders, especially depression, and others suggest that presence of mental disorders increase the chance for experiencing negative life events. Attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) is a lifelong condition that begins in childhood and persists in approximately 50% to 75% of affected children, with estimate prevalence around 4.4% in adult population. The majority of adults with ADHD continue to have problems resulting in negative outcomes in several areas of life, like academic and professional performance, socioeconomic and marital status. Despite of the evidences of association of several negative outcomes with ADHD, there is no published report of specific association between life events and ADHD in adults. The aim of the present study is to test the hypothesis that negative life events occurring several years after illness onset are associated with increased severity of symptoms in both ADHD dimensions (inattention and hyperactivity), and that this effect is not mediated by associated lifetime or current comorbid disorders. There are evidences of both association between negative outcomes and ADHD, and that ADHD has a large burden over patients, families and society. In our study we find a strong association between ADHD dimensions and negative life events even after controlling for the effect of associated comorbid disorders. Our findings with adult ADHD are also in line with the evidence that ADHD has a large burden over patients, families and society. To the best of our knowledge, the present study is the first to assess the association between ADHD inattention and hyperactivity and negative life events in adults. Our results suggest that the Life Experience Survey (LES) might be a useful tool to assess outcome and identify patients in greater need for psychiatric attention and treatment. The cross-sectional nature of our study raises the question whether negative life events are actually consequence or cause of higher SNAP-IV scores or comorbidities. However, the fact that we studied lifetime comorbidities (in addition to current) and the fact that we asked for recent life events occurring many years after ADHD onset provides preliminary evidence that life events may be an outcome instead of a predictive factor. Considering that most adults with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) are not recognized and remain untreated, our findings are potentially important for health policies since negative life events are one more evidence of ADHD morbidity in adults.
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Avaliação do perfil de comorbidades, gravidade da dependência e motivação para o tratamento em uma amostra de usuários de maconha que procuram tratamento / Assessment of concurrent psychiatric disorders, severity of dependence and stages of change in a sample of treatment-seeking cannabis usersHercilio Pereira de Oliveira Junior 03 March 2010 (has links)
Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre dependência de maconha, transtornos psiquiátricos comórbidos e estágios de mudança em uma amostra de usuários de maconha que procuraram por tratamento. Um total de oitenta pacientes que procuraram por tratamento para dependência de maconha em um ambulatório especializado foram avaliados. Os dados em relação a dependência de maconha e transtornos psiquiátricos comórbidos foram obtidos através de um questionário sociodemográfico e o SCAN (Schedules for Assessment in Neuropsychiatry). A motivação dos pacientes para o tratamento foi avaliada através da URICA (University of Rhode Island Change Assessment). A gravidade da dependência da maconha foi avaliada através da ASI (Addiction Severity Index). Houve alta proporção de comorbidades psiquiátricas na amostra de participantes. O diagnóstico de esquizofrenia foi associado à predominância do estágio de mudança de precontemplação e os diagnósticos de transtornos do humor e ansiedade foram associados aos estágios de contemplação e ação. Conclui-se que pacientes dependentes da maconha que procuram por tratamento têm alta prevalência de transtornos psiquiátricos associados e que este fator pode influenciar a motivação para o tratamento. / This study aimed to explore the association among cannabis dependence, concurrent psychiatric disorders, and stages of change in a sample of treatment-seeking patients. A total of eighty patients who sought treatment for cannabis dependence at a specialized outpatient clinic were assessed. Data on cannabis dependence and concurrent disorders were obtained by means of the Schedules for Assessment in Neuropsychiatry (SCAN). Motivation was assessed through the University of Rhode Island Change Assessment (URICA). Cannabis dependence severity was assessed through ASI (Addiction Severity Index). There was a high prevalence of concurrent psychiatric disorders in this sample. Diagnosis of schizophrenia was associated with lower motivation scores and the precontemplation stage of change. Diagnoses of mood and anxiety disorders were associated with higher motivation scores and contemplation and action stages of change. We concluded that cannabis dependent patients who seek treatment have a high prevalence of concurrent disorders and the diagnosis of a concurrent disorder may influence motivation for treatment.
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Comorbidade entre cefaléias primárias e transtorno de ansiedade generalizada / Primary headaches and generalized anxiety disorder comorbidityMercante, Juliane Prieto Peres 22 January 2008 (has links)
INTRODUÇÃO. A comorbidade entre cefaléias e transtornos psiquiátricos vem sendo enfatizada como um dos aspectos mais importantes no manejo dos pacientes com cefaléias primárias. Os transtornos de ansiedade, além dos de humor, são um dos diagnósticos de maior importância neste contexto. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é o transtorno de ansiedade mais associado à enxaqueca. Apesar da relevância do tema, é surpreendente a escassez de estudos sobre o impacto das cefaléias primárias em pacientes com TAG. OBJETIVO. O objetivo deste estudo foi de avaliar a prevalência ao longo da vida e o impacto das cefaléias primárias em pacientes com e sem TAG. MÉTODOS. Sessenta pacientes foram incluídos no estudo: 30 pacientes com diagnóstico de TAG, de acordo com a entrevista estruturada SCID-1/P, e 30 controles saudáveis. Todos os pacientes passaram por entrevista clínica enfocando variáveis demográficas (idade, sexo, escolaridade e estado civil), antropométricas (peso, altura e IMC), relativas às cefaléias (intensidade, duração, freqüência, aura, tempo de história e consumo de analgésicos), gravidade da sintomatologia (ansiosa, depressiva, de fadiga e de sonolência diurna) e conseqüências médico-sociais (incapacidade funcional, utilização de serviços de saúde e qualidade de vida). As cefaléias primárias foram avaliadas através de entrevista estruturada e foram empregados os critérios da Classificação Internacional das Cefaléias (2a edição) para realização de seu diagnóstico. RESULTADOS. 86,6% dos pacientes com TAG receberam algum diagnóstico de cefaléia, sendo a enxaqueca o diagnóstico mais comum. Comparados aos controles, os pacientes com TAG apresentaram odds ratio maior para cefaléias primárias (RC=7,43) e também para enxaqueca (RC=13,00), enxaqueca episódica (RC=6,88) e aura (RC=10,55). Já nos controles, apenas 47% receberam algum diagnóstico de cefaléia, sendo CTT episódica infreqüente o diagnóstico mais comum. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO. O diagnóstico de cefaléias primárias é mais comum em pacientes com TAG do que nos controles. A enxaqueca é o diagnóstico mais comum em pacientes com TAG e também mais freqüente em TAG que em controles. A cefaléia do tipo tensional (CTT) freqüente é igualmente comum em ambos os grupos. É importante realizar o diagnóstico de cefaléias primárias em pacientes com transtornos de ansiedade, em especial o TAG, pois a sua correta avaliação deve implicar em um manejo mais preciso dos pacientes com TAG e resultar em desfechos clínicos mais favoráveis. / OBJECTIVES. Anxiety disorders and headaches are comorbid conditions, but no research has been done on the prevalence and impact of primary headaches in generalized anxiety disorder (GAD) patients. The study\'s aim was to analyze lifetime prevalence and impact of primary headaches in patients with and without generalized anxiety disorder. METHODS. Sixty participants were enrolled in the study; 30 GAD patients diagnosed according to the DSM-IV were compared to 30 healthy control subjects. All patients were interviewed for psychiatric assessment using the SCID-I/P. Primary headaches were diagnosed using ICHD-II criteria for structured interview. RESULTS. Migraine was the most common diagnosis in generalized anxiety disorder patients. The prevalence of migraine was highest among GAD patients as opposed to controls (66.7% vs 13.3%; p<0.001; OR=13.00; 95% CI=3.55-47.6), episodic migraine (43.3% vs 10%; p=0.004; OR=6.88; 95% CI=1.71-27.75), chronic daily headache (20% vs 0; p=0.024) and aura (26.6% vs 3.3%; p=0.026; OR=10.55; 95% CI=1.23-90.67). Tension Type Headache (TTH) was equal for controls and the GAD group (20% vs 33.3%; p=0.243).The characteristics of migraines (frequency, intensity, duration, and consumption of analgesics), symptoms such as anxiety, depression, fatigue, and daytime sleepiness, as well as the medical-social consequences (functional incapacity, use of health services and quality of life) were worse in GAD patients than in controls. CONCLUSION. Primary headaches in general, and migraine in particular, are significantly more common in GAD patients than controls. GAD aggravates headaches. Primary headache diagnosis is important for anxiety disorder patients, particularly those with GAD, since correct assessment may lead to better patient management and clinical outcomes.
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Múltiplas comorbidades psiquiátricas de eixo I ao longo da vida em pacientes com transtorno de humor bipolarVieira, Daniel Chaves January 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: Os termos múltiplas comorbidades e multimorbidade são crescentes na literatura médica, trazendo e traduzindo uma nova forma de avaliar e cuidar de pacientes graves que acumulam doenças crônicas. Estudos apontam piores prognósticos para o transtorno bipolar (TB) quando associado à comorbidades específicas. Entretanto, fatores correlacionados ao número total de transtornos associados, e não a cada transtorno de forma específica, ainda não foram investigados no TB. OBJETIVOS: A finalidade deste estudo é avaliar diferentes aspectos relacionados à presença de múltiplas comorbidades psiquiátricas de Eixo I ao longo da vida em amostra de pacientes com TB. MÉTODO: Uma amostra de 294 pacientes bipolares foi investigada. Os diagnósticos de TB e das comorbidades psiquiátricas foram confirmados através entrevista clínica estruturada para transtornos de Eixo I (SCID-I) do DSM-IV. Um protocolo padrão do PROTAHBI foi aplicado para a obtenção de dados sócio-demográficos e variáveis clínicas. Os níveis de funcionamento, a qualidade de vida (QV), assim como, a presença de sintomas depressivos, ansiosos e maníacos foram avaliados através de instrumentos específicos validados na literatura. Múltiplas comorbidades foram consideradas presentes quando três ou mais diagnósticos psiquiátricos, adicionais ao TB, eram constatados. LIMITAÇÕES: Comorbidades com transtornos de Eixo II e III não foram investigadas neste estudo. RESULTADOS: A prevalência ao longo da vida para pelo menos uma comorbidade foi de 68.8% (n = 203), para duas ou três foi de 34.2% (n = 101) e para múltiplas comorbidades foi de 34.6% (n = 102). Na análise comparativa para as variáveis clínicas, diferenças correlacionadas ao número total de comorbidades foram detectadas. Um significativo impacto negativo foi verificado na avaliação do funcionamento e na QV dos pacientes com múltiplas comorbidades. CONCLUSÕES: A presença de múltiplas comorbidades psiquiátricas de Eixo I ocorre em cerca de um terço dos pacientes bipolares e revela uma maior gravidade e complexidade ao transtorno, independentemente de quais transtornos específicos co-ocorram. Questões acerca de sua adequada contemplação nos critérios de classificação diagnóstica e guidelines de tratamento também foram suscitadas. / BACKGROUND: The concepts multiple comorbidities and multimorbidity are growing in relevance in medical literature, enabling a new perspective to understand and treat patients with severe and cumulative chronic diseases. Studies report worse prognoses of bipolar disorder (BD) when associated with specific comorbidities. However, factors underlying co-occurring rather than single disorders have not been analyzed yet. OBJECTIVES: The present study aims at assessing the impact of psychiatric multiple comorbidities with Axis I disorder on bipolar patients. METHODS: A sample of 294 bipolar patients was examined. BD and comorbidities diagnoses were confirmed by means of Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I disorders. A PROTAHBI standard protocol provided the access for the social-demographic data and clinical variables. Levels of functioning and quality of live as well as the presence of depressive, anxiety and manic symptoms were evaluated by means of proper instruments validated in medical literature. Multiple comorbidities were considered when three or more comorbid psychiatric diagnoses were verified. LIMITATIONS: Axis II and III comorbidities were not considered in this investigation. RESULTS: Lifetime prevalence of any comorbidity was 68.8% (n = 203), of one or two comorbidities was 34.2% (n = 101), and of multiples comorbidities was 34.6% (n = 102). ). In the comparative analysis of clinical variables, some differences between the groups were detected. A significant negative impact was verified when assessing functioning and quality of life of patients with multiple comorbidities. CONCLUSIONS: The presence of Axis I psychiatric comorbidities was found in one third of the bipolar patients and revealed a more severe and complex disorder, regardless of which particular disorders may co-occur. Concerns were raised about whether current medical classification systems and practice guidelines are properly addressing this issue.
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Impacto do tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo nas comorbidades psiquiátricas no curto e médio prazos / Impact of obsessive compulsive disorder treatment on psychiatric comorbidities in the short and in the mean follow-upCarolina Valerio 14 December 2011 (has links)
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões, que interferem no funcionamento cotidiano do indivíduo. Obsessões são pensamentos, imagens, idéias ou impulsos intrusivos, repetitivos, que costumam gerar desconforto. Compulsões são comportamentos repetitivos, realizados em geral em resposta às obsessões, com a função de aliviar o sofrimento causado pelas mesmas. O TOC apresenta alta taxa de comorbidades psiquiátricas, como depressão, transtornos de tiques, e outros transtornos de ansiedade, e existem evidências de que quanto maior o número de comorbidades psiquiátricas, pior é a resposta ao tratamento do TOC. Entretanto, pouco se sabe sobre a repercussão do tratamento do TOC nos demais transtornos psiquiátricos que, com certa freqüência, o acompanham. O objetivo deste estudo foi investigar o impacto dos tratamentos convencionais do TOC sobre as comorbidades psiquiátricas detectadas na entrevista diagnóstica realizada no pré-tratamento. Foram avaliados os pacientes com diagnóstico principal de TOC, admitidos nos projetos de tratamento do Programa Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (PROTOC) do IPq-HC-FMUSP, entre Julho de 2007 e Dezembro de 2009. Os participantes foram avaliados após 3 e 12 meses de tratamento, quanto à resposta ao tratamento do TOC e quanto à melhora dos demais transtornos psiquiátricos comórbidos. Os dados obtidos foram analisados de forma a se verificar possíveis relações entre a resposta ao tratamento do TOC e a evolução das comorbidades no curto e médio prazos. Os resultados mais robustos mostraram associação entre a resposta ao tratamento do TOC e a resposta positiva dos transtornos depressivos e ansiosos, e também dos transtornos de tiques. Interessante notar que para esta amostra, ter comorbidades psiquiátricas não se associou, estatisticamente, a uma pior resposta ao tratamento. Estudos futuros poderiam se prolongar neste tema, e estudar amostras com de maior número e distribuições mais igualitárias entre os tipos de tratamento do TOC (medicação e terapia) e entre os grupos de transtornos psiquiátricos adicionais. / Obsessive-compulsive disorder (OCD) is an anxiety disorder characterized by the presence of obsessions and/or compulsions that cause great impairment in the daily life of patients. Obsessions are thoughts, images, ideas or impulses that are persistent and experienced as intrusive, repetitive and cause anxiety or distress. Compulsions are repetitive behaviors or mental acts executed, in general, in response to obsessions and are intended to prevent or reduce the distress caused by them. OCD is also a chronic disorder that present high rates of psychiatric comorbidities such as depression, tic disorders and other anxiety disorders, and there is some evidence that the higher the number of psychiatric comorbidities, the worse the OCD treatment response. However, little is known about the impact of OCD treatment on the outcome of the psychiatric comorbidities usually present in OCD patients. The aim of this study was to investigate the impact of exclusive, conventional treatments for OCD on the outcome of additional psychiatric disorders of OCD patients detected at baseline. Patients with primary OCD admitted to the treatment protocols of the Obsessive-Compulsive Spectrum Disorders Program (PROTOC - IPq-HC-FMUSP), between July 2007 and December 2009, were evaluated at pre-treatment and after 3 and 12 months, with regard to OCD treatment response and psychiatric comorbidities status. The data were analyzed to verify possible associations between OCD treatment response and the outcome of psychiatric comorbidities. Results showed a significant association between OCD treatment response and improvement of major depression, dysthimia, other anxiety and tic disorders. Further research focusing on the possible mechanisms by which OCD treatment could lead to improvement of these specific disorders is warranted.
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