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Entre Bergson e Espinosa: eternidade ou duração? / Between Bergson and Espinosa: eternity or duration?

Pereira, Marinê de Souza 10 June 2011 (has links)
Ao afirmar que a sua filosofia vê na duração o próprio tecido de que a realidade é feita, no último capítulo de A evolução criadora, Bergson explicita o seu projeto de construção de uma nova metafísica. Sabemos que a originalidade de sua empreitada está fundamentalmente nessa exigência da apreensão do tempo, sua transitoriedade e fluidez, como aquilo de que a realidade é feita. Trata-se de declarar a realidade temporal como definição da própria existência do mundo e da experiência humana sem a duração, não se pode falar em causalidade efetiva ou livre escolha. Sendo assim, a exigência de uma metafísica da duração se colocaria de imediato em contraposição não a uma filosofia somente, mas à história da filosófica como um todo, cuja crítica é essencial para a construção e consolidação do pensamento bergsoniano. Contudo, pensamos que, na tradição filosófica, destaca-se um autor com quem Bergson dialogou intensamente, declaradamente ou não, e que pouco esteve presente nos trabalhos dos estudiosos do seu pensamento: Espinosa. Pretendemos reconstituir esse diálogo a partir de um campo de comunicação que possibilite revelar seus pontos de entrecruzamento, confrontação e encontro. Talvez assim, o desencontro maior - entre uma filosofia da duração e, outra, da eternidade- mostre-se, ao fim e ao cabo, apenas aparente. / By stating that his philosophy \"sees in duration the own tissue that reality is made\" in the last chapter of Creative Evolution, Bergson explains his project to build a new metaphysics. We know that the originality of his work is based in this exigency of the sense time, its transience and fluidity, as that from which reality is made. It is time to declare the temporal reality as definition of the own existence of the world and human experience without the duration one can not speak in effective causality or free choice. Thus, the requirement of a metaphysics of duration is put immediately in opposition not only to one philosophy, but the history of philosophy as a whole, whose criticism is essential to building and consolidating of the Bergson\'s thought. However, we believe that, in the philosophical tradition, there is an author with whom Bergson spoke intensely, openly or not, and that little was present in the work of scholars of his thought: Espinosa. We intend to reconstruct this dialogue from a communication space that allows to reveal their points of intersection, confrontation and meeting. Perhaps then the biggest mismatch - between a philosophy of duration, and another, of eternity-shows, after all, only apparent.
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A ascensão do conhecimento humano no De libero arbitrio de Agostinho de Hipona / The ascension of human knowledge in the Augustin of Hippos De libero arbitrio

Pignatari, Roberto Carlos 18 September 2014 (has links)
A pesquisa intenta verificar como se dá o itinerário de ascensão do conhecimento da verdade e das ciências, conforme a descrição apresentada no De libero arbítrio, com apoio nos paralelos constantes dos diálogos De ordine e De quantitate animae, compostos por Agostinho no período Cassicíaco-Roma (386-396 d.C). Tomando como referência a ascensão intelectual apresentada no livro II do De libero arbitrio, e tendo por base as noções de condução/guia e julgamento/instituição aplicadas à razão, verificamos como o itinerário da alma no conhecimento probatório da realidade divina apresenta, para além da escalada em subida hierarquizante do sensível até Deus, o conhecimento como o movimento de perfazimento da realidade conhecida em eternidade, dado que a razão assenta e está fundamentada na verdade eterna e imutável, e todo ato cognitivo é por ela conduzido/orientado e adjudicado/instituído, o que, em última instância, equivale a afirmar que a eternidade se perfaz na realidade conhecida, precisamente no átimo temporal do instante em que se reconhece qualquer conhecimento como verdadeiro. Para tanto, trata-se de verificar como, em cada nível do conhecimento em ascensão, o passo seguinte está suposto - na verdade o contém e perfaz, fundamentando-o - no anterior, de maneira que a etapa posterior, necessária e permanentemente, ratifica e adjudica a etapa anterior. E, assim como o instante, ao instituir a totalidade temporal, é figuração da eternidade2, o conhecimento em ascensão perfaz e figura a absolutidade na veracidade, através da percepção imediata e perenemente simultânea ao seu perfazimento da totalidade da ordenação harmoniosa e universal dos seres (De ordine); da funcionalidade do ato imaginativo presente na simultaneidade verificada entre as percepções sensível/concreta e interior/espiritual (De quantitate animae); bem como nos sobreditos atos de condução e julgamento efetuados no perfazimento do conhecimento universal (De líbero arbitrio) / This dissertation intends see the occurrence of the itinerary of souls ascension in the knowledge of truth and science, according to the description given in De libero arbitrio, with suport in the parallels lectures presents in the dialogues De ordine and De quantitate animae, composed in the Augustines Cassissiacum - Rome period (386-396 AD). Referring to intelectual ascension exposted in Book II of De libero arbitrio, and based on the notions of driving/guide and judgment/institution, in the rational way, we verified like the itinerary of the soul in probatory knowledge of divine reality shows, in addition to climbing \"hierarchical elevation\" of a sensibility to God, the knowledge of how the movement of factoring of reality known in eternity, as the reason rests and is founded on the eternal and unchangeable truth, and every cognitive act is driven/oriented and award/established by reason, which, ultimately, is equivalent to saying that eternity is known totals in this reality, precisely in the temporal instant that one recognizes any knowledge as true. For this purpose, it is to see how, at each level of knowledge on the rise, the next step is supposed to - actually contains and makes up reasons it - the previous, so that the subsequent necessary step and permanently, ratifies and awards the previous step. And just like the instant, by introducing the temporal totality, is like a previous or figuration of eternity, also knowledge and totals rising figure the absoluteness truthfulness through the immediate perception - and its perennially simultaneous factoring - the totality of universal and harmonious ordering of beings (De ordine); the functionality of the imaginative act in this concomitance observed between sensitives perceptions and interiority (De quantitate animae); as well as the aforesaid acts of conduct and judgment made in making of universal knowledge (De libero abitrio)
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Desnaturalização da política n\'A cidade de Deus, de Agostinho / Denaturalization of politics in the City of God, by Augustine

Silva Filho, Luiz Marcos da 19 December 2012 (has links)
NA cidade de Deus, Agostinho apresenta ambivalente concepção de política, pois a política adquire ou positividade ou negatividade conforme a identidade ou a contradição de uma civitas ou res publica consigo mesma. Mais precisamente, a cidade celeste, que guarda dois modos de existência, um na história, outro na eternidade, conquista progressivamente identidade na medida em que na história há processo coerente dela em direção a seu modo de existência por excelência, na eternidade; já a cidade terrena existe na história em contradição e conflito, ao tornar-se escrava da própria libido de dominação, de maneira que sua história é de progressiva danação e perda de ser. Uma cidade guarda, pois, estatuto político a despeito de sua orientação ou de sua desorientação moral. Além do mais, o fundamento da política agostiniana não é nem a natureza, nem a razão. Assim, em declarada ruptura com a reflexão política ciceroniana, Agostinho empreende uma desnaturalização da política e fundamenta-a em certo conceito de vontade. Nosso propósito será investigar os traços do voluntarismo político agostiniano por meio da gênese, aqui denominada exórdio, do modo de existência histórico de ambas as cidades. / In the City of God, Augustine shows an ambivalent conception of politics, because the politics acquires positivity or negativity according to the identity or contradiction of a civitas or res publica with itself. More precisely, the celestial city, which has two modes of existence, one in the history, other in the eternity, progressively conquers identity as in history succeeds a coherent process towards its genuine mode of existence, in eternity. On the other hand, the earthly city exists in the history in contradiction and conflict in becoming slave of its own libidinousness of dominance so that its history is one of a progressive damnation and lost of being. Therefore a city holds political statute in despite of its moral orientation or disorientation. Moreover, the Augustinian foundation of politics is neither the nature nor the reason. Thus, notably against Cicero, Augustine enterprises a denaturalization of politics and founds it in a certain concept of will. Our purpose will be to inquire into the features of the Augustinian political voluntarism by means of the historical mode of existence genesis, or beginning, of both cities.
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Tempo, duração e eternidade na filosofia de Espinosa / Time, duration and eternity in Spinozas Philosophy

Itokazu, Ericka Marie 12 December 2008 (has links)
Numerosos são os estudos sobre a eternidade na filosofia de Espinosa, contudo, poucas são as pesquisas sobre o tempo e a duração, afinal, por que perguntar-se sobre o tempo numa filosofia da eternidade? Diferentemente dos seus primeiros escritos, na sua obra máxima, a Ética, a singularidade da definição espinosana da eternidade e da duração encontra-se justamente em se restringir à relação entre essência e existência, sem qualquer relação com o tempo. Contudo, acompanhando a gênese dos conceitos de tempo, duração e eternidade, desde os seus primeiros escritos até a Ética, veremos como este deslocamento conceitual revela um duplo movimento: é por desvincular o tempo da duração e da eternidade que a existência ganhará uma profundidade ontológica, ética e política; por outro lado, o tempo ganhará preponderante papel na constituição da imaginação. Nesse duplo movimento, compreenderemos como os conceitos de duração e eternidade, que têm sua terra natal em âmbito ontológico, permitem iluminar outras paisagens, estas sim diretamente vinculadas ao problema da temporalidade: a vida passional e a vida política. / There are numerous studies about the eternity in Spinozas philosophy, however, there are few researches about the time and duration, after all, why to ask on the times quote in a philosophy of the eternity? Differently of his first writings, in Ethics, the singularity of Spinozas definition of eternity and duration is exactly going to restrict essence and existence relation, without any relation with time. However, following the time, duration and eternity concepts genesis, since his first writings until the Ethics, we will see how this conceptual displacement opens to a double movement: for separating duration and eternity from time, the human existence will gain a ontological, ethical and politics depth; on the other hand, time will gain prominent role in the imaginations constitution. In this double movement, we will understand how these concepts, duration and eternity, that has its native land in ontological scope, allows us to illuminate other landscapes directly tied with the problem of the temporality: the passional life and the political life.
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Desnaturalização da política n\'A cidade de Deus, de Agostinho / Denaturalization of politics in the City of God, by Augustine

Luiz Marcos da Silva Filho 19 December 2012 (has links)
NA cidade de Deus, Agostinho apresenta ambivalente concepção de política, pois a política adquire ou positividade ou negatividade conforme a identidade ou a contradição de uma civitas ou res publica consigo mesma. Mais precisamente, a cidade celeste, que guarda dois modos de existência, um na história, outro na eternidade, conquista progressivamente identidade na medida em que na história há processo coerente dela em direção a seu modo de existência por excelência, na eternidade; já a cidade terrena existe na história em contradição e conflito, ao tornar-se escrava da própria libido de dominação, de maneira que sua história é de progressiva danação e perda de ser. Uma cidade guarda, pois, estatuto político a despeito de sua orientação ou de sua desorientação moral. Além do mais, o fundamento da política agostiniana não é nem a natureza, nem a razão. Assim, em declarada ruptura com a reflexão política ciceroniana, Agostinho empreende uma desnaturalização da política e fundamenta-a em certo conceito de vontade. Nosso propósito será investigar os traços do voluntarismo político agostiniano por meio da gênese, aqui denominada exórdio, do modo de existência histórico de ambas as cidades. / In the City of God, Augustine shows an ambivalent conception of politics, because the politics acquires positivity or negativity according to the identity or contradiction of a civitas or res publica with itself. More precisely, the celestial city, which has two modes of existence, one in the history, other in the eternity, progressively conquers identity as in history succeeds a coherent process towards its genuine mode of existence, in eternity. On the other hand, the earthly city exists in the history in contradiction and conflict in becoming slave of its own libidinousness of dominance so that its history is one of a progressive damnation and lost of being. Therefore a city holds political statute in despite of its moral orientation or disorientation. Moreover, the Augustinian foundation of politics is neither the nature nor the reason. Thus, notably against Cicero, Augustine enterprises a denaturalization of politics and founds it in a certain concept of will. Our purpose will be to inquire into the features of the Augustinian political voluntarism by means of the historical mode of existence genesis, or beginning, of both cities.
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Entre Bergson e Espinosa: eternidade ou duração? / Between Bergson and Espinosa: eternity or duration?

Marinê de Souza Pereira 10 June 2011 (has links)
Ao afirmar que a sua filosofia vê na duração o próprio tecido de que a realidade é feita, no último capítulo de A evolução criadora, Bergson explicita o seu projeto de construção de uma nova metafísica. Sabemos que a originalidade de sua empreitada está fundamentalmente nessa exigência da apreensão do tempo, sua transitoriedade e fluidez, como aquilo de que a realidade é feita. Trata-se de declarar a realidade temporal como definição da própria existência do mundo e da experiência humana sem a duração, não se pode falar em causalidade efetiva ou livre escolha. Sendo assim, a exigência de uma metafísica da duração se colocaria de imediato em contraposição não a uma filosofia somente, mas à história da filosófica como um todo, cuja crítica é essencial para a construção e consolidação do pensamento bergsoniano. Contudo, pensamos que, na tradição filosófica, destaca-se um autor com quem Bergson dialogou intensamente, declaradamente ou não, e que pouco esteve presente nos trabalhos dos estudiosos do seu pensamento: Espinosa. Pretendemos reconstituir esse diálogo a partir de um campo de comunicação que possibilite revelar seus pontos de entrecruzamento, confrontação e encontro. Talvez assim, o desencontro maior - entre uma filosofia da duração e, outra, da eternidade- mostre-se, ao fim e ao cabo, apenas aparente. / By stating that his philosophy \"sees in duration the own tissue that reality is made\" in the last chapter of Creative Evolution, Bergson explains his project to build a new metaphysics. We know that the originality of his work is based in this exigency of the sense time, its transience and fluidity, as that from which reality is made. It is time to declare the temporal reality as definition of the own existence of the world and human experience without the duration one can not speak in effective causality or free choice. Thus, the requirement of a metaphysics of duration is put immediately in opposition not only to one philosophy, but the history of philosophy as a whole, whose criticism is essential to building and consolidating of the Bergson\'s thought. However, we believe that, in the philosophical tradition, there is an author with whom Bergson spoke intensely, openly or not, and that little was present in the work of scholars of his thought: Espinosa. We intend to reconstruct this dialogue from a communication space that allows to reveal their points of intersection, confrontation and meeting. Perhaps then the biggest mismatch - between a philosophy of duration, and another, of eternity-shows, after all, only apparent.
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A ascensão do conhecimento humano no De libero arbitrio de Agostinho de Hipona / The ascension of human knowledge in the Augustin of Hippos De libero arbitrio

Roberto Carlos Pignatari 18 September 2014 (has links)
A pesquisa intenta verificar como se dá o itinerário de ascensão do conhecimento da verdade e das ciências, conforme a descrição apresentada no De libero arbítrio, com apoio nos paralelos constantes dos diálogos De ordine e De quantitate animae, compostos por Agostinho no período Cassicíaco-Roma (386-396 d.C). Tomando como referência a ascensão intelectual apresentada no livro II do De libero arbitrio, e tendo por base as noções de condução/guia e julgamento/instituição aplicadas à razão, verificamos como o itinerário da alma no conhecimento probatório da realidade divina apresenta, para além da escalada em subida hierarquizante do sensível até Deus, o conhecimento como o movimento de perfazimento da realidade conhecida em eternidade, dado que a razão assenta e está fundamentada na verdade eterna e imutável, e todo ato cognitivo é por ela conduzido/orientado e adjudicado/instituído, o que, em última instância, equivale a afirmar que a eternidade se perfaz na realidade conhecida, precisamente no átimo temporal do instante em que se reconhece qualquer conhecimento como verdadeiro. Para tanto, trata-se de verificar como, em cada nível do conhecimento em ascensão, o passo seguinte está suposto - na verdade o contém e perfaz, fundamentando-o - no anterior, de maneira que a etapa posterior, necessária e permanentemente, ratifica e adjudica a etapa anterior. E, assim como o instante, ao instituir a totalidade temporal, é figuração da eternidade2, o conhecimento em ascensão perfaz e figura a absolutidade na veracidade, através da percepção imediata e perenemente simultânea ao seu perfazimento da totalidade da ordenação harmoniosa e universal dos seres (De ordine); da funcionalidade do ato imaginativo presente na simultaneidade verificada entre as percepções sensível/concreta e interior/espiritual (De quantitate animae); bem como nos sobreditos atos de condução e julgamento efetuados no perfazimento do conhecimento universal (De líbero arbitrio) / This dissertation intends see the occurrence of the itinerary of souls ascension in the knowledge of truth and science, according to the description given in De libero arbitrio, with suport in the parallels lectures presents in the dialogues De ordine and De quantitate animae, composed in the Augustines Cassissiacum - Rome period (386-396 AD). Referring to intelectual ascension exposted in Book II of De libero arbitrio, and based on the notions of driving/guide and judgment/institution, in the rational way, we verified like the itinerary of the soul in probatory knowledge of divine reality shows, in addition to climbing \"hierarchical elevation\" of a sensibility to God, the knowledge of how the movement of factoring of reality known in eternity, as the reason rests and is founded on the eternal and unchangeable truth, and every cognitive act is driven/oriented and award/established by reason, which, ultimately, is equivalent to saying that eternity is known totals in this reality, precisely in the temporal instant that one recognizes any knowledge as true. For this purpose, it is to see how, at each level of knowledge on the rise, the next step is supposed to - actually contains and makes up reasons it - the previous, so that the subsequent necessary step and permanently, ratifies and awards the previous step. And just like the instant, by introducing the temporal totality, is like a previous or figuration of eternity, also knowledge and totals rising figure the absoluteness truthfulness through the immediate perception - and its perennially simultaneous factoring - the totality of universal and harmonious ordering of beings (De ordine); the functionality of the imaginative act in this concomitance observed between sensitives perceptions and interiority (De quantitate animae); as well as the aforesaid acts of conduct and judgment made in making of universal knowledge (De libero abitrio)
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Tempo, duração e eternidade na filosofia de Espinosa / Time, duration and eternity in Spinozas Philosophy

Ericka Marie Itokazu 12 December 2008 (has links)
Numerosos são os estudos sobre a eternidade na filosofia de Espinosa, contudo, poucas são as pesquisas sobre o tempo e a duração, afinal, por que perguntar-se sobre o tempo numa filosofia da eternidade? Diferentemente dos seus primeiros escritos, na sua obra máxima, a Ética, a singularidade da definição espinosana da eternidade e da duração encontra-se justamente em se restringir à relação entre essência e existência, sem qualquer relação com o tempo. Contudo, acompanhando a gênese dos conceitos de tempo, duração e eternidade, desde os seus primeiros escritos até a Ética, veremos como este deslocamento conceitual revela um duplo movimento: é por desvincular o tempo da duração e da eternidade que a existência ganhará uma profundidade ontológica, ética e política; por outro lado, o tempo ganhará preponderante papel na constituição da imaginação. Nesse duplo movimento, compreenderemos como os conceitos de duração e eternidade, que têm sua terra natal em âmbito ontológico, permitem iluminar outras paisagens, estas sim diretamente vinculadas ao problema da temporalidade: a vida passional e a vida política. / There are numerous studies about the eternity in Spinozas philosophy, however, there are few researches about the time and duration, after all, why to ask on the times quote in a philosophy of the eternity? Differently of his first writings, in Ethics, the singularity of Spinozas definition of eternity and duration is exactly going to restrict essence and existence relation, without any relation with time. However, following the time, duration and eternity concepts genesis, since his first writings until the Ethics, we will see how this conceptual displacement opens to a double movement: for separating duration and eternity from time, the human existence will gain a ontological, ethical and politics depth; on the other hand, time will gain prominent role in the imaginations constitution. In this double movement, we will understand how these concepts, duration and eternity, that has its native land in ontological scope, allows us to illuminate other landscapes directly tied with the problem of the temporality: the passional life and the political life.
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Quaestiones Eckhartianae : o uno e o ser, a alma, o agora eterno, o nascimento do logos

Raschietti, Matteo 12 July 2004 (has links)
Orientador: Francisco Benjamin Souza Netto / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-04T00:50:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Raschietti_Matteo_M.pdf: 710891 bytes, checksum: fca9a5e7fd2be876b23c19938740d7a9 (MD5) Previous issue date: 2004 / Resumo: ¿Fundo da alma¿ (Grund der Seele) é uma das muitas expressões que em Eckhart indicam, antes de tudo, a realidade mais verdadeira e profunda do ser humano. É o ser do homem enquanto homem, o homem universal, a natureza humana. Mas, enquanto ser, e pelo fato de que ¿esse est deus¿, é também o ser de Deus no homem, do homem em Deus ¿ portanto o fim da alteridade do ser. No fundo da alma não há nem representações nem modos, mas apenas Deus: e não o Deus determinado, mas o ¿Deus sine modis¿, a Divinitas (Gottheit) que é o Deus verdadeiro, o uno que está acima de todas as contradições. Essa presença de Deus é a geração no homem, pelo homem e por Deus, do logos, do Filho (Gottesgeburt). O tema da geração é desenvolvido a partir da reflexão trinitária, mas estende-se além do dogma. Para ilustrar as etapas do percurso racional de Meister Eckhart e compreender o significado da geração eterna do logos, esta dissertação analisa quatro questões fundamentais do pensamento de Eckhart a partir do poema Granum sinapsis, que condensa os aspectos principais da sua especulação filosófico-teológica: o conceito de uno e de ser, o conceito de alma, a questão do tempo, o nascimento do logos no fundo da alma. A mensagem de Eckhart revela a urgência de restabelecer o equilíbrio e o ritmo vital de exterioridade e interioridade, de unidade e multiplicidade, junto com a necessidade de redescobrir as riquezas escondidas no fundo da alma, para transformar as relações humanas que, somente por uma renovação interior dos indivíduos, podem ser salvas / Abstract: The ground of soul (Grund der Seele, in german) is one of the several expressions that, in Eckhart¿s thought, points to, first of all, the deepest and truthfull reality of the human being. He¿s the man being as man, the universal man, the human nature. But, as he is a being, and for the reason that ¿esse est deus¿ (the being is God), is also the being of God into the man, and of the man in God ¿ therefore, the end of being alterity. In the ground of soul there are neither representations, nor ways, but only God: He¿s not the God determined, however, but the ¿Deus sine modis¿ (God without ways), the Divinitas (Gottheit, Divinity) that is the true God, the One that¿s above all contradictions. This presence of God is the generation into the man, by the man and by God, of logos, the Son (Gottesgeburt, God¿s borning). The theme of generation is developed from the trinity reflexion, but extend itself over the dogma. In order to show the stages of Master Eckhart¿s rational journey and understand the meaning of the logos¿ eternal generation, this dissertation analyses four fundamental questions of Eckhart¿s thought, starting from the poem Granum sinapsis, which condenses the main issues of his philosophical and theological speculation: the concept of one and being, the concept of soul, the issue of time, the birth of logos in the ground of soul. Eckhart¿s message reveals the urgency to restore the balance and the rhythm of life between exteriority and interiority, unity and multiplicity, with the need to rediscover the richness hidden in the ground of soul, to transform human relationships that can only be saved through the inner renovation of the individual / Mestrado / Mestre em Filosofia
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Nietzsche: do eterno retorno do mesmo à transvaloração de todos os valores / Nietzsche: of the eternal return of same to revaluation of all values

Rubira, Luís Eduardo Xavier 23 March 2009 (has links)
A presente tese de doutorado investiga como, na hipótese cosmológica do eterno retorno do mesmo, ou seja, na possilidade de uma eternidade temporal, Nietzsche julgou encontrar uma nova medida de valor para realizar a transvaloração de todos os valores. Para isso, foi necessário estudarmos a formação da noção de valor em seu pensamento. Por meio dela buscamos compreender que, ao diagnosticar a morte de Deus, sua atenção estava concentrada, fundamentalmente, na perda da medida de valor que determinava todos os valores até então existentes. E se, por um lado, a desvalorização dos valores, e o consequente avanço do niilismo, serão seus alvos de preocupação e crítica, por outro, é o anelo incondicional ao pensamento do eterno retorno, dependente de uma adesão ao amor fati, que forma sua filosofia da afirmação. Considerando que a hipótese cosmológica do eterno retorno trata de uma eternidade no tempo, analisamos inicialmente a relação entre tempo e eternidade no contexto da história da filosofia. O percurso dos gregos antigos até Kant torna possível compreender como a reflexão ocidental passa a orbitar em torno da eternidade atemporal. De outra parte, é somente a fundação e o desenvolvimento da termodinâmica que reacende a discussão, presente já no pensamento grego antigo, sobre se o curso do mundo é ou não cíclico. Uma vez que Nietzsche toma partido neste debate para pensar uma nova medida para os valores, procuramos estudar a gênese da noção de valor nas obras que precedem a anotação realizada sobre o eterno retorno em agosto de 1881. Desenvolvida a partir de uma reflexão que pensa a constituição da moral, a noção de valor atinge uma radicalidade maior do que em Adam Smith no âmbito da economia política. Buscando sustentar que o pensamento do eterno retorno é a condição de possibilidade da transvaloração, investigamos o conjunto dos escritos de Nietzsche compreendidos entre 1881 e 1888. Analisando o modo como o tema se manifesta na obra publicada e nos fragmentos póstumos, procuramos mostrar que a hipótese cosmológica do retorno tanto possibilita a criação de novos valores quanto coloca o problema do eterno retorno do niilismo. Por fim, preocupamo-nos em reconstituir o itinerário da reflexão de Nietzsche para pensar por que, somente no derradeiro ano de sua filosofia, ele leva a termo a tarefa da transvaloração de todos os valores. / This thesis investigates how was it possible for Nietzsche to see in the cosmological hypothesis of eternal return of the same (that is, in the possibility of a temporal eternity) a new value measure by which transvaluation of all values could be achieved. We have investigated how Nietzsche shaped his notion of value and how his diagnosis of Gods death evidenced his concern with the lost of those value-measures which were determinant for all values until his time. Therefore, his affirmative philosophy is constituted by an apparently contradictory pair of concerns. While, on one hand, his critic and philosophical concerns concentrate on the devaluation of values and the spread of Nihilism, on the other hand, his affirmative philosophy springs from his unconditional attachment to the idea of eternal return, an idea that depends on mens adhesion to amor fati. Esteeming that the cosmological hypothesis of the eternal return is concerned with eternity in time, we first analyzed the relation between time and eternity in the context of History of Philosophy. The reassessment of some ideas on this subject from Greek to Kantian philosophy allowed us to understand how a-temporal eternity becomes a pivotal locus in western philosophy. However, the discussion about the cosmic course and on the plausibility of its cyclic nature will have to wait for the emergence and development of thermodynamics in order to reemerge in the western philosophical scenario. Since Nietzsche himself was engaged in this debate and tried to reflect on a new scale for all values, we investigated the genesis of the concept of value in those of his works written before august 1881, when his famous note on eternal return was recorded. Since this notion originates from a reflexion on the genesis of morality, it proves to be even more deep-rooted than the concept by Adam Smith in the scope of political economics. In our attempt to support the idea that the eternal return is the condition of possibility for transvaluation, we investigated Nietzsches works written between 1881 and 1888. After an analysis of how this theme occurred in his works and posthumous papers, we tried to prove that the cosmological hypothesis of the eternal return both enables foundation of new values, and introduces the problem of the eternal return of Nihilism. Finally, we were interested in rebuilding Nietzsches reflexive trajectory in order to understand why only in his last active year as a philosopher his task of transvaluation all values was brought to an end.

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