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Educação de surdos na fronteria de Santana do Livramento (BRASIL) e RIVERA (URUGUAI)

Vaz, Cristiano Pereira January 2017 (has links)
Nesta pesquisa, investigo a temática da educação de surdos na fronteira, especificamente entre Brasil e Uruguai, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera, onde estão localizadas duas escolas, o Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) e a Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones del Lenguaje (Escuela 105), que atendem alunos surdos. A educação nas regiões de fronteira tem normativas diferenciadas, sendo possível aos alunos surdos optarem pela escolarização no país vizinho. Sendo assim, muitas famílias de surdos brasileiros, durante alguns anos, matricularam seus filhos na escola uruguaia em razão da oferta do ensino na língua de sinais. O questionamento central da pesquisa é sobre quais representações sobre o processo de escolarização são trazidas pelos alunos surdos que vivem na fronteira, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera. A produção dos dados da pesquisa foi a partir de entrevistas com alunos e professores das escolas citadas, bem como a realização de observações nos contextos estudados. A partir de conceitos como identidades, diferenças e representações, com o aporte teórico dos campos dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos Surdos, orientei minhas análises sobre o material produzido por meio das entrevistas e observações. Os alunos entrevistados são alunos da fronteira, marcados pela fronteira nas diferentes formas de sinalizar e escrever. No desenvolvimento das análises, a centralidade da língua de sinais no processo educacional dos surdos que vivem nessa fronteira foi recorrente nas entrevistas. Com base nas entrevistas com alunos e professores, concluo que a busca pela língua de sinais na educação é o ponto central na movimentação desses alunos surdos. É a língua responsável pela constituição de identidades, a partir da visualidade e da experiência de ser surdo fronteiriço. Por fim, os alunos buscam uma escola em que a língua de sinais é utilizada não apenas como língua de instrução, mas também como língua de compartilhamento, de identificação, não importando a qual país a escola pertence. A fronteira marca o encontro surdo/surdo, as identidades e diferenças, proporcionando o compartilhamento de línguas, de informações e de experiências. É pela língua de sinais que os surdos têm acesso às palavras, aos significados compartilhados na língua, os quais passam a fazer sentido em suas vidas. / En este trabajo, investigo la temática de la educación de sordos en la frontera, específicamente entre Brasil y uruguay, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera, donde están localizadas dos escuelas, el Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) y la Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones de Lenguaje (Escuela 105), que atienden alumnos sordos. La educación en las regiones de frontera tiene normativas diferenciadas, siendo posible a los alumnos sordos optar por la escolarización en el país vecino. De esta manera muchas familias de sordos brasileños, durante años, matricularon a sus hijos en la escuela uruguaya en razón de la oferta de enseñanza en la lengua de señas. El cuestionamiento central de la investigación es sobre cuales representaciones sobre el proceso de escolarización son traídos por los alumnos sordos que viven en la frontera, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera. La producción de datos de investigación fue a partir de entrevistas con alumnos y profesores de las escuelas citadas, bien como la realización de observaciones en los contextos estudiados. A partir de conceptos como identidades, diferencias y representaciones, con el aporte teórico de los campos de los Estudios Culturales en Educación y de los Estudios Sordos, orienté mis análisis sobre el material producido por medio de las entrevistas y observaciones. Los alumnos entrevistados son alumnos de la fronteras, marcados por la frontera en las diferentes formas de señalar y escribir. En el desarrollo de los análisis, la centralidad de la lengua de señas en el proceso educacional de los sordos que viven en esa frontera fue recurrente en las entrevistas. Con base en las entrevistas con alumnos y profesores, concluyo que la búsqueda por la lengua de señas en la educación es el punto central en la movimentación de esos alumnos sordos. Es la lengua responsable por la constitución de identidades, a partir de la visualidad y de la experiencia de ser sordo fronterizo. Por fin, los alumnos buscan una escuela en que la lengua de señas no es utilizada apenas como lengua de instrucción, y si como lengua para compartir, de identificar, no importando a cual país la escuela pertenece. La frontera marca el encuentro sordo/sordo, las identidades y las diferencias, proporcionando el compartir lenguas, informaciones y experiencias. Es por la lengua de señas que los sordos tienen acceso a las palabras, a los significados compartidos en la lengua, los cuales pasan a tener sentido en sus vidas.
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Educação de surdos na fronteria de Santana do Livramento (BRASIL) e RIVERA (URUGUAI)

Vaz, Cristiano Pereira January 2017 (has links)
Nesta pesquisa, investigo a temática da educação de surdos na fronteira, especificamente entre Brasil e Uruguai, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera, onde estão localizadas duas escolas, o Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) e a Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones del Lenguaje (Escuela 105), que atendem alunos surdos. A educação nas regiões de fronteira tem normativas diferenciadas, sendo possível aos alunos surdos optarem pela escolarização no país vizinho. Sendo assim, muitas famílias de surdos brasileiros, durante alguns anos, matricularam seus filhos na escola uruguaia em razão da oferta do ensino na língua de sinais. O questionamento central da pesquisa é sobre quais representações sobre o processo de escolarização são trazidas pelos alunos surdos que vivem na fronteira, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera. A produção dos dados da pesquisa foi a partir de entrevistas com alunos e professores das escolas citadas, bem como a realização de observações nos contextos estudados. A partir de conceitos como identidades, diferenças e representações, com o aporte teórico dos campos dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos Surdos, orientei minhas análises sobre o material produzido por meio das entrevistas e observações. Os alunos entrevistados são alunos da fronteira, marcados pela fronteira nas diferentes formas de sinalizar e escrever. No desenvolvimento das análises, a centralidade da língua de sinais no processo educacional dos surdos que vivem nessa fronteira foi recorrente nas entrevistas. Com base nas entrevistas com alunos e professores, concluo que a busca pela língua de sinais na educação é o ponto central na movimentação desses alunos surdos. É a língua responsável pela constituição de identidades, a partir da visualidade e da experiência de ser surdo fronteiriço. Por fim, os alunos buscam uma escola em que a língua de sinais é utilizada não apenas como língua de instrução, mas também como língua de compartilhamento, de identificação, não importando a qual país a escola pertence. A fronteira marca o encontro surdo/surdo, as identidades e diferenças, proporcionando o compartilhamento de línguas, de informações e de experiências. É pela língua de sinais que os surdos têm acesso às palavras, aos significados compartilhados na língua, os quais passam a fazer sentido em suas vidas. / En este trabajo, investigo la temática de la educación de sordos en la frontera, específicamente entre Brasil y uruguay, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera, donde están localizadas dos escuelas, el Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) y la Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones de Lenguaje (Escuela 105), que atienden alumnos sordos. La educación en las regiones de frontera tiene normativas diferenciadas, siendo posible a los alumnos sordos optar por la escolarización en el país vecino. De esta manera muchas familias de sordos brasileños, durante años, matricularon a sus hijos en la escuela uruguaya en razón de la oferta de enseñanza en la lengua de señas. El cuestionamiento central de la investigación es sobre cuales representaciones sobre el proceso de escolarización son traídos por los alumnos sordos que viven en la frontera, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera. La producción de datos de investigación fue a partir de entrevistas con alumnos y profesores de las escuelas citadas, bien como la realización de observaciones en los contextos estudiados. A partir de conceptos como identidades, diferencias y representaciones, con el aporte teórico de los campos de los Estudios Culturales en Educación y de los Estudios Sordos, orienté mis análisis sobre el material producido por medio de las entrevistas y observaciones. Los alumnos entrevistados son alumnos de la fronteras, marcados por la frontera en las diferentes formas de señalar y escribir. En el desarrollo de los análisis, la centralidad de la lengua de señas en el proceso educacional de los sordos que viven en esa frontera fue recurrente en las entrevistas. Con base en las entrevistas con alumnos y profesores, concluyo que la búsqueda por la lengua de señas en la educación es el punto central en la movimentación de esos alumnos sordos. Es la lengua responsable por la constitución de identidades, a partir de la visualidad y de la experiencia de ser sordo fronterizo. Por fin, los alumnos buscan una escuela en que la lengua de señas no es utilizada apenas como lengua de instrucción, y si como lengua para compartir, de identificar, no importando a cual país la escuela pertenece. La frontera marca el encuentro sordo/sordo, las identidades y las diferencias, proporcionando el compartir lenguas, informaciones y experiencias. Es por la lengua de señas que los sordos tienen acceso a las palabras, a los significados compartidos en la lengua, los cuales pasan a tener sentido en sus vidas.
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Educação de surdos na fronteria de Santana do Livramento (BRASIL) e RIVERA (URUGUAI)

Vaz, Cristiano Pereira January 2017 (has links)
Nesta pesquisa, investigo a temática da educação de surdos na fronteira, especificamente entre Brasil e Uruguai, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera, onde estão localizadas duas escolas, o Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) e a Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones del Lenguaje (Escuela 105), que atendem alunos surdos. A educação nas regiões de fronteira tem normativas diferenciadas, sendo possível aos alunos surdos optarem pela escolarização no país vizinho. Sendo assim, muitas famílias de surdos brasileiros, durante alguns anos, matricularam seus filhos na escola uruguaia em razão da oferta do ensino na língua de sinais. O questionamento central da pesquisa é sobre quais representações sobre o processo de escolarização são trazidas pelos alunos surdos que vivem na fronteira, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera. A produção dos dados da pesquisa foi a partir de entrevistas com alunos e professores das escolas citadas, bem como a realização de observações nos contextos estudados. A partir de conceitos como identidades, diferenças e representações, com o aporte teórico dos campos dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos Surdos, orientei minhas análises sobre o material produzido por meio das entrevistas e observações. Os alunos entrevistados são alunos da fronteira, marcados pela fronteira nas diferentes formas de sinalizar e escrever. No desenvolvimento das análises, a centralidade da língua de sinais no processo educacional dos surdos que vivem nessa fronteira foi recorrente nas entrevistas. Com base nas entrevistas com alunos e professores, concluo que a busca pela língua de sinais na educação é o ponto central na movimentação desses alunos surdos. É a língua responsável pela constituição de identidades, a partir da visualidade e da experiência de ser surdo fronteiriço. Por fim, os alunos buscam uma escola em que a língua de sinais é utilizada não apenas como língua de instrução, mas também como língua de compartilhamento, de identificação, não importando a qual país a escola pertence. A fronteira marca o encontro surdo/surdo, as identidades e diferenças, proporcionando o compartilhamento de línguas, de informações e de experiências. É pela língua de sinais que os surdos têm acesso às palavras, aos significados compartilhados na língua, os quais passam a fazer sentido em suas vidas. / En este trabajo, investigo la temática de la educación de sordos en la frontera, específicamente entre Brasil y uruguay, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera, donde están localizadas dos escuelas, el Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha (Escola Liberato) y la Escuela 105 Maestro Vicente Fach Puntigliano para Personas Sordas con Alteraciones de Lenguaje (Escuela 105), que atienden alumnos sordos. La educación en las regiones de frontera tiene normativas diferenciadas, siendo posible a los alumnos sordos optar por la escolarización en el país vecino. De esta manera muchas familias de sordos brasileños, durante años, matricularon a sus hijos en la escuela uruguaya en razón de la oferta de enseñanza en la lengua de señas. El cuestionamiento central de la investigación es sobre cuales representaciones sobre el proceso de escolarización son traídos por los alumnos sordos que viven en la frontera, en las ciudades de Santana do Livramento y Rivera. La producción de datos de investigación fue a partir de entrevistas con alumnos y profesores de las escuelas citadas, bien como la realización de observaciones en los contextos estudiados. A partir de conceptos como identidades, diferencias y representaciones, con el aporte teórico de los campos de los Estudios Culturales en Educación y de los Estudios Sordos, orienté mis análisis sobre el material producido por medio de las entrevistas y observaciones. Los alumnos entrevistados son alumnos de la fronteras, marcados por la frontera en las diferentes formas de señalar y escribir. En el desarrollo de los análisis, la centralidad de la lengua de señas en el proceso educacional de los sordos que viven en esa frontera fue recurrente en las entrevistas. Con base en las entrevistas con alumnos y profesores, concluyo que la búsqueda por la lengua de señas en la educación es el punto central en la movimentación de esos alumnos sordos. Es la lengua responsable por la constitución de identidades, a partir de la visualidad y de la experiencia de ser sordo fronterizo. Por fin, los alumnos buscan una escuela en que la lengua de señas no es utilizada apenas como lengua de instrucción, y si como lengua para compartir, de identificar, no importando a cual país la escuela pertenece. La frontera marca el encuentro sordo/sordo, las identidades y las diferencias, proporcionando el compartir lenguas, informaciones y experiencias. Es por la lengua de señas que los sordos tienen acceso a las palabras, a los significados compartidos en la lengua, los cuales pasan a tener sentido en sus vidas.
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Comunidade surda da fronteira, experiência compartida / Comunidad sorda de la frontera, experiencia compartida

Figueira, Mariana Pereira Castro 15 July 2016 (has links)
Desde el Campo de los Estudios Culturales, Estudios Sordos, esta tesis considera la persona sorda en la condición de diferencia lingüística, teniendo como referencia de sus relaciones con el mundo, con los demás y consigo mismo, la experiencia de ser hablante de una lengua de señas posible a través de la experiencia visual. Busca producir un alejamiento de la tradición de Educación Especial y pone en condiciones, por las prácticas discursivas, piensar la sordera como "invención". Intenta, por el análisis de los materiales producidos por los sordos en el Proyecto de Extensión "Producción de Artefactos de la Cultura Sorda en la Frontera" 2015, configurar la constitución de una Comunidad Sorda de la Frontera que no está representada como una unidad, pero en su movimiento singular, al hacerlo "compartida". Se puede pensar, en esta comunidad "compartida" en vista de un encuentro de sordos fronterizos; territorialmente ubicados en la frontera entre Brasil y Uruguay, en Santana do Livramento y Rivera ciudades gemelas. Esta investigación sistematiza una materialidad: - conjunto de narrativas sordas entre otras, materiales realizados para este trabajo - para analizar las formas como los sordos enuncian sus identidades culturales para que se constituyan como Comunidad Sorda de la Frontera. Tomo estas narrativas de la noción de una experiencia visual compartilhada / compartida que ha producido modos de vida y voluntad de ser sordo" en la frontera y ser sordo en una comunidad de sordos. Esta materialidad analizada produce una red discursiva de una comunidad sorda que no consigue decirse de Brasil o de Uruguay. Una comunidad de sordos compuesta por personas con identidades producidas en un contexto de negociación de y en la frontera entre lo que es ser sordo en su país de nacimiento y la necesidad de reconocimiento cultural de pertenencia a algo que es del orden vivido en las reuniones en esta "zona de contacto". En este análisis fue posible identificar cinco aspectos que están elaborando esta comunidad sorda: un movimiento diaspórico movido por la búsqueda de los sordos por la escolarización, considerando la especialidad de la experiencia visual como constitutiva del sordo. Los espacios y lugares de encuentro de la comunidad, entre ellos las instituciones de enseñanza en la frontera, como espacios que proporcionan el encuentro y la articulación de esta comunidad; una agenda de luchas, siendo las manifestaciones políticas movilizadas en conjunto en defensa de la lengua de señas e de las identidades sordas; un sentimiento de pertenencia a la comunidad como un discurso de resistencia e extrañeza en que los sordos se narran fuera de un "padrón sordo de ser" y una última categoría, una nueva constitución que es propia de esta Comunidad Sorda de la Frontera, siendo esta del orden del acontecimiento, producida en el compartir y lejos del entendimiento de consenso, un "artefacto cultural lingüístico" una lengua de señas compartida en la frontera, produciendo en este intersticio la diferencia. / No Campo dos Estudos Culturais em Educação, Estudos Surdos, este trabalho de dissertação toma o sujeito surdo na condição da diferença linguística, tendo como referência de relação com o mundo, com os outros e consigo mesmo, a experiência de ser falante de uma língua de sinais possível através da experiência visual. Busca produzir um afastamento da tradição da Educação Especial e colocar-se na condição de, pelas práticas discursivas pensar a surdez como invenção . Intenta, pela análise de materiais produzidos pelos surdos no Projeto de Extensão Produção de Artefatos da Cultura Surda na Fronteira 2015, dar configuração a constituição de uma Comunidade Surda da Fronteira não representada como unidade, mas em seu movimento singular, num fazer-se compartilhado. É possível pensar nessa comunidade compartida tendo em vista o encontro de surdos fronteiriços, localizados territorialmente na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, nas cidades-gêmeas de Santana do Livramento e Rivera. Para tal empreendimento sistematiza-se uma materialidade conjunto de narrativas surdas, dos materiais formados para este trabalho para analisar a partir delas os modos como os surdos enunciam suas identidades culturais para que se constituam nessa Comunidade Surda da Fronteira. Tomo essas narrativas a partir da noção de uma experiência de ser falante de uma língua de sinais possível através da experiência visual compartilhada/compartida que tem produzido modos de vida e vontades de ser surdo na fronteira e de ser surdo em uma comunidade surda. Essa materialidade analisada produz uma rede discursiva de uma comunidade surda que não consegue se dizer brasileira ou uruguaia, uma comunidade surda composta por pessoas com identidades produzidas num contexto de negociação da/na fronteira entre o que é ser surdo em seu país de nascimento e a necessidade de reconhecimento cultural, de pertencimento a algo que é da ordem vivida nos encontros nesta zona de contato . Na análise foi possível identificar cinco aspectos que estão inventando esta comunidade surda: um movimento diaspórico movimentado por uma busca dos surdos pela escolarização, considerando a especificidade da experiência visual como constitutiva do surdo; os espaços e lugares de encontro da comunidade, entre eles as instituições de ensino na fronteira como espaços que proporcionam o encontro e articulação desta comunidade; uma agenda de lutas, sendo as manifestações políticas mobilizadas em conjunto em defesa da língua de sinais e das identidades surdas; um sentimento de pertencimento a comunidade como um discurso de resistência e estranheza em que os surdos se narram fora de um padrão surdo de ser , e, uma última categoria, uma nova constituição que é própria dessa Comunidade Surda da Fronteira, sendo essa, da ordem do acontecimento, produzida no compartilhar e longe do entendimento de consenso, um artefato cultural linguístico , uma língua de sinal compartilhada na fronteira, produzindo neste interstício a diferença.

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