Spelling suggestions: "subject:"clucose metabolism"" "subject:"blucose metabolism""
1 |
O teste oral de tolerância à glicose é frequentemente alterado em pacientes com epilepsia de difícil controle / The oral glucose tolerance test is frequently abnormal in patients with uncontrolled epilepsyVianna, Joao Batista Macedo [UNIFESP] January 2006 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-12-06T23:44:35Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2006 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Objetivo: A eficácia clínica da dieta cetogênica, como medida terapêutica para os pacientes com epilepsia de difícil tratamento, levou-nos a investigar o metabolismo da glicose de pacientes submetidos à sobrecarga oral de glicose, o teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Material e Método: Trinta pacientes (12 homens e 18 mulheres, com idade de 17 a 59 anos, média 35,1 anos), com epilepsia de difícil tratamento e 23 pacientes com epilepsia controlada (11 homens e 12 mulheres, com idade de 14 a 66 anos, media 36,9 anos) e trinta e nove pacientes (8 homens e 21 mulheres, com idade de 16 a 58 anos, média 33,3 anos) compreendendo o
grupo controle, foram avaliados com o TOTG. Para os pacientes com epilepsia nós também medimos o peptídeo - C e a hemoglobina glicosilada em estado de jejum. Os níveis de glicose abaixo de 70 mg/dl em qualquer ponto da curva foram considerados anormais. Resultados: Todos os pacientes do grupo controle e do grupo de pacientes com epilepsia controlada apresentaram um TOTG normal. Por outro lado, cada um dos trinta pacientes do grupo com epilepsia de difícil tratamento teve no mínimo 1 ponto da curva de TOTG abaixo da faixa normal (P<0.001), mais freqüentemente aos 180 e 240 minutos após a carga de glicose oral (P<0.001). Os níveis de peptídeo - C e insulina sérica em jejum foram significantemente mais baixas no grupo de pacientes com epilepsia de difícil tratamento, quando comparados ao grupo de pacientes com epilepsia controlada. Os níveis da hemoglobina glicosilada em jejum não diferiu entre ambos os grupos de pacientes com epilepsia.
Conclusões: Sugerimos que o distúrbio metabólico, não diagnosticado nos pacientes com epilepsia de difícil tratamento, poderia, de algum modo, contribuir para a refratariedade à terapia farmacológica convencional. / Purpose: The clinical efficacy of the ketogenic diet as a therapeutic means for patients with difficult-to-treat epilepsy prompted us to investigate the glucose metabolism of those patients under oral overload of glucose, the
Oral Glucose Tolerance Test (OGTT). Material and Method: Thirty patients (12 males and 18 females, ages
ranging from 17 to 59 years, mean 35.1 years), with difficult-to-treatepilepsy, and 23 patients with controlled epilepsy (11 males and 12 females, ages ranging from 14 to 66 years (mean 36.9 years) and 39 subjects (18 males and 21 females, ages ranging from 16 to 58 years, mean 33.3 years) comprising the control group, were evaluated with the OGTT. For patients with epilepsy we also measured C-peptide and glycosilated hemoglobin in the fasting state. Glucose levels lower than 70 mg/dL at any point of the curve were considered to be abnormal. Results: All of the subjects in the control group and in the group of patients with controlled epilepsy had a normal OGTT. In contrast, every one of the thirty patients of the group with difficult-to-treat-epilepsy had at least one point of the OGTT curve below the normal range (P<0.001), most often at 180 and 240 minutes after the oral glucose load (P<0.001). C-peptide levels were significantly lower in the group of patients with difficult-treat-epilepsy as compared to the group of patients with controlled epilepsy. Fasting glycohemoglobin and insulin levels did not differ between both groups of patients with epilepsy. Conclusions: We suggest that undiagnosed metabolic disturbances in patients with difficult-to-treat epilepsy might somehow contribute to their
refractoriness to conventional pharmacological therapy. / BV UNIFESP: Teses e dissertações
|
2 |
Avaliação do papel da imunidade adaptativa na obesidade: estudo experimental em animais / Evaluation of the role of adaptative immunity in obesity: study in animalsGiraldez, Viviane Zorzanelli Rocha 23 July 2014 (has links)
O desenvolvimento gradual e recente de uma epidemia mundial de obesidade alavancou sobremaneira o estudo dessa condição e de suas comorbidades metabólicas. No âmbito fisiopatológico, múltiplos estudos demonstraram a expressão aumentada de mediadores inflamatórios no tecido adiposo de animais e humanos obesos, o acúmulo local de macrófagos, e um papel central da inflamação no desequilíbrio da homeostase metabólica local e sistêmica na obesidade. A definição de um papel ativo dos macrófagos, e portanto da imunidade inata, na rede inflamatória do tecido adiposo, evocou a hipótese de que, similarmente a outras condições inflamatórias crônicas como a aterosclerose, a obesidade também contaria com a importante participação de elementos da imunidade adaptativa, como as células T e suas citocinas, em sua fisiopatologia. Com base nessas considerações, os objetivos principais desse estudo foram: 1) avaliar a presença das células T e o papel do interferon-gama (IFNy), clássica citocina T-helper 1 (ou Th1), na inflamação do tecido adiposo; e 2) estudar mecanismos de acúmulo das células T no tecido adiposo na obesidade, particularmente a participação do receptor CXCR3 nesse processo. Experimentos de citometria de fluxo mostraram que o tecido adiposo visceral de camundongos C57BL/6 obesos após consumo de dieta rica em gorduras apresentou maior número de macrófagos e também de células T, CD4+ e CD8+, em comparação a controles que receberam dieta pobre em gorduras. A expressão de I-Ab, marcador do complexo de histocompatibilidade principal classe II (MHC II) murino, também foi maior no tecido adiposo dos animais obesos, sugerindo a presença local da atividade de apresentação de antígeno com consequente ativação das células T. Quando estimuladas in vitro, células T derivadas do tecido adiposo de camundongos obesos produziram mais IFNy do que aquelas isoladas de controles, novamente sugerindo a ativação dessas células em um contexto de obesidade. Na análise das possíveis funções do IFNy no tecido adiposo, a estimulação da linhagem de células 3T3-L1 diferenciadas em adipócitos com IFNy recombinante resultou na produção aumentada de quimiocinas de macrófagos, como a proteína quimiotática de monócito (MCP-1), e de quimiocinas de células T, como a proteína 10 induzida por IFNy (IP-10) e monocina induzida por IFNy (MIG). A estimulação de adipócitos com o sobrenadante de células Th1 cultivadas in vitro, com abundante concentração de IFNy, também levou à produção aumentada de IP-10. Em análise mais ampla, através de microarray, dos possíveis efeitos do IFNy na expressão gênica de adipócitos, o tratamento dessas células com 100 U/ml de IFNy resultou na expressão aumentada de diversas quimiocinas e seus receptores em comparação ao grupo tratado com placebo. Similarmente à estimulação de células isoladas com IFNy, a incubação de tecido adiposo ex vivo de camundongos com essa citocina também resultou em secreção aumentada de IP-10, MIG e fator de necrose tumoral alfa (TNFy). A investigação do papel do IFNy na inflamação do tecido adiposo in vivo envolveu camundongos com deficiência de IFNy e controles, ambos os grupos submetidos a dieta rica em gorduras (obesos) ou pobre em gorduras (não obesos). Camundongos obesos deficientes em IFNy apresentaram expressão reduzida de mRNA de genes inflamatórios como TNFalfa e MCP-1 no tecido adiposo; acúmulo local reduzido de macrófagos; e melhor tolerância à glicose em comparação aos controles sob mesma dieta. Animais com deficiência de apolipoproteína E (ApoE) e também do receptor de IFNy também apresentaram em seu tecido adiposo a expressão reduzida de mRNA de genes inflamatórios, particularmente relacionados às células T, como IP-10, MIG, e o receptor CXCR3, em comparação aos controles com deficiência única de ApoE. Resultados in vitro e in vivo sugerem conjuntamente um importante papel do IFNy, e portanto, das células T e da imunidade adaptativa, na rede inflamatória do tecido adiposo na obesidade, com consequente impacto metabólico sistêmico. A presença de células T ativadas no tecido adiposo e seu acúmulo diferencial na obesidade motivaram também a pesquisa de potenciais mecanismos quimiotáticos reguladores desse processo. CXCR3, receptor das quimiocinas de células T, IP-10, MIG e quimiocina alfa de células T IFNy-induzida (I-TAC), é expresso preferencialmente em células T ativadas, e detém papel central na migração dessas células em outras condições inflamatórias crônicas, como a aterosclerose. Em camundongos com deficiência de CXCR3 e que receberam dieta rica em gorduras por 8 ou 16 semanas, o tecido adiposo apresentou significativamente menos células T, incluindo as células CD4+ e CD8+, em comparação a controles submetidos a mesma dieta. Os números similares de células T e outras populações de leucócitos no baço e sangue periférico dos animais deficientes em CXCR3 e controles fortalecem o conceito de um efeito do CXCR3 sobre o acúmulo de células T no tecido adiposo, independentemente do número de células circulantes e periféricas. Os camundongos deficientes em CXCR3 apresentaram também maior tolerância à glicose e expressão reduzida de mRNA de mediadores inflamatórios em seu tecido adiposo em comparação aos controles após 8 semanas de dieta rica em gorduras. No entanto, a diferença na tolerância à glicose entre os dois grupos tornou-se não significativa após 16 semanas de dieta gordurosa, coincidindo com redução substancial na expressão de mRNA de mediadores anti-inflamatórios (como interleucina-10 [IL-10] e Arginase 1), e número reduzido de células T regulatórias no tecido adiposo de camundongo s deficientes em CXCR3 em relação a controles. Esses resultados sugerem que o CXCR3 é capaz de regular o acúmulo de células T de diferentes subtipos, com perfil proinflamatório ou anti-inflamatório. Em conclusão, nossos resultados revelam um importante papel da citocina Th1 IFNy na rede inflamatória do tecido adiposo na obesidade em camundongos, sugerindo a participação fundamental das células T e portanto, da imunidade adaptativa nesse cenário. Além disso, o receptor CXCR3 contribui significativamente para o acúmulo das células T, incluindo as células T regulatórias, no tecido adiposo desses animais / The gradual and recent development of a worldwide epidemic of obesity greatly leveraged the study of this condition and its metabolic comorbidities. In the pathophysiologic context, multiple studies have demonstrated increased expression of inflammatory mediators in adipose tissue of obese animals and humans, the local macrophage accumulation, and a central role of inflammation in the imbalance of local or systemic metabolic homeostasis in obesity. The concept of an active role of macrophages and thus of innate immunity in the inflammatory network of adipose tissue, suggested the hypothesis that, similar to other chronic inflammatory conditions such as atherosclerosis, obesity also count on the participation of important elements of adaptive immunity such as T cells and their cytokines in its pathophysiology. Based on these considerations, the main objectives of this study were: 1) to evaluate the presence of T cells and the role of interferon-gamma (IFNy), classic T-helper 1 (Th1) cytokine, in adipose tissue inflammation, and 2) to study mechanisms of T cell accumulation in adipose tissue in the context of obesity, particularly the involvement of CXCR3 receptor in this process. Flow cytometry experiments showed that the visceral fat tissue of C57BL/6 obese mice fed a high fat diet showed a greater number of macrophages and also T cells, including CD4+ and CD8+ cells, compared to controls fed a low-fat diet. The expression of I-Ab, murine marker of class II major histocompatibility complex (MHC II), was also higher in adipose tissue of obese animals, suggesting the presence of local antigen presentation and consequent T cell activation. When stimulated in vitro, T cells derived from adipose tissue of obese mice produced more IFNy than those isolated from controls, again suggesting the activation of these cells in the context of obesity. In the analysis of possible functions of IFNy in adipose tissue, stimulation of 3T3 -L1 cells differentiated into adipocytes with recombinant IFNy resulted in enhanced production of macrophage chemokines, such as monocyte chemotactic protein-1 (MCP-1) and T-cell chemokines, such as interferon gamma-induced protein 10 (IP-10) and monokine induced by gamma interferon (MIG). The stimulation of adipocytes with the supernatant of in vitro cultured Th1 cells, with abundant levels of IFNy, has also led to increased IP-10 production. In a broader analysis, by microarray, of the possible effects of IFNy on adipocyte gene expression, treatment of these cells with 100 U/ml of IFNy resulted in increased expression of chemokines and their receptors in comparison to the placebo group. Similarly to the stimulation of isolated cells with IFNy, incubation of ex vivo adipose tissue with this cytokine also resulted in increased IP-10, MIG and tumor necrosis factor alpha (TNFalpha) secretion
|
3 |
Envolvimento dos PPARγ nas ações metabólicas dos ácidos graxos ômega-3. / PPARγ involvement in the metabolic actions of ômega-3 fatty acids.Oliveira, Thiago Belchior de 25 November 2015 (has links)
O consumo de ácidos graxos n-3 tem sido associado à proteção contra a obesidade, inflamação e resistência à insulina. Os n-3 são ligantes fracos dos receptores nucleares PPARγ, e pela ativação deste podem exercer suas ações metabólicas e anti-inflamatórias. No presente trabalho, foi investigado se o aumento da disponibilidade dos n-3 geneticamente ou por dieta, via ativação de PPARγ, protege camundongos do desenvolvimento da obesidade, intolerância a glicose e inflamação do tecido adiposo. Foi visto em um modelo com camundongos fat-1 (elevados níveis endógenos de n-3) que dentre as ações dos ácidos graxos n-3, a proteção contra o aumento de peso/adiposidade associada à obesidade, bem como a melhora da intolerância à glicose são dependentes de PPARγ. Além disso, por meio da utilização de camundongos com deleção de PPARγ em hepatócitos os dados desse trabalho mostram que os PPARγ são, ao menos em parte, essenciais ao aumento da oxidação de ácidos graxos induzida pelos n-3 devido à modulação da expressão gênica e protéica de enzimas mitocondriais e peroxissomais. / The intake of n-3 fatty acids have been associated to the protection against obesity, inflammation and insulin resistance. The n-3 fatty acids are ligands of the nuclear receptor PPARγ, and by the activation of this receptor can promote their metabolic and anti-inflammatory effects. Herein, we investigated whether increasing body n-3 fatty acids levels either genetically or by a n-3 enriched diet protects mice from diet-induced obesity, glucose intolerance and adipose tissue inflammation through PPARγ activation. Fat-1 mice were protected from diet-induced obesity, glucose intolerance and adipose tissue inflammation. To better investigate PPARγ involvement in n-3 beneficial actions, mice with genetic deletion of PPARγ specifically in hepatocytes. In spite of the absence of changes in body weight and glucose homeostasis PPARγ deletion in hepatocytes completely abolished the increase in liver fatty acid oxidation and hepatic gene expression of genes associated to mitochondrial and peroxisomal activity.
|
4 |
Envolvimento dos PPARγ nas ações metabólicas dos ácidos graxos ômega-3. / PPARγ involvement in the metabolic actions of ômega-3 fatty acids.Thiago Belchior de Oliveira 25 November 2015 (has links)
O consumo de ácidos graxos n-3 tem sido associado à proteção contra a obesidade, inflamação e resistência à insulina. Os n-3 são ligantes fracos dos receptores nucleares PPARγ, e pela ativação deste podem exercer suas ações metabólicas e anti-inflamatórias. No presente trabalho, foi investigado se o aumento da disponibilidade dos n-3 geneticamente ou por dieta, via ativação de PPARγ, protege camundongos do desenvolvimento da obesidade, intolerância a glicose e inflamação do tecido adiposo. Foi visto em um modelo com camundongos fat-1 (elevados níveis endógenos de n-3) que dentre as ações dos ácidos graxos n-3, a proteção contra o aumento de peso/adiposidade associada à obesidade, bem como a melhora da intolerância à glicose são dependentes de PPARγ. Além disso, por meio da utilização de camundongos com deleção de PPARγ em hepatócitos os dados desse trabalho mostram que os PPARγ são, ao menos em parte, essenciais ao aumento da oxidação de ácidos graxos induzida pelos n-3 devido à modulação da expressão gênica e protéica de enzimas mitocondriais e peroxissomais. / The intake of n-3 fatty acids have been associated to the protection against obesity, inflammation and insulin resistance. The n-3 fatty acids are ligands of the nuclear receptor PPARγ, and by the activation of this receptor can promote their metabolic and anti-inflammatory effects. Herein, we investigated whether increasing body n-3 fatty acids levels either genetically or by a n-3 enriched diet protects mice from diet-induced obesity, glucose intolerance and adipose tissue inflammation through PPARγ activation. Fat-1 mice were protected from diet-induced obesity, glucose intolerance and adipose tissue inflammation. To better investigate PPARγ involvement in n-3 beneficial actions, mice with genetic deletion of PPARγ specifically in hepatocytes. In spite of the absence of changes in body weight and glucose homeostasis PPARγ deletion in hepatocytes completely abolished the increase in liver fatty acid oxidation and hepatic gene expression of genes associated to mitochondrial and peroxisomal activity.
|
5 |
Avaliação do papel da imunidade adaptativa na obesidade: estudo experimental em animais / Evaluation of the role of adaptative immunity in obesity: study in animalsViviane Zorzanelli Rocha Giraldez 23 July 2014 (has links)
O desenvolvimento gradual e recente de uma epidemia mundial de obesidade alavancou sobremaneira o estudo dessa condição e de suas comorbidades metabólicas. No âmbito fisiopatológico, múltiplos estudos demonstraram a expressão aumentada de mediadores inflamatórios no tecido adiposo de animais e humanos obesos, o acúmulo local de macrófagos, e um papel central da inflamação no desequilíbrio da homeostase metabólica local e sistêmica na obesidade. A definição de um papel ativo dos macrófagos, e portanto da imunidade inata, na rede inflamatória do tecido adiposo, evocou a hipótese de que, similarmente a outras condições inflamatórias crônicas como a aterosclerose, a obesidade também contaria com a importante participação de elementos da imunidade adaptativa, como as células T e suas citocinas, em sua fisiopatologia. Com base nessas considerações, os objetivos principais desse estudo foram: 1) avaliar a presença das células T e o papel do interferon-gama (IFNy), clássica citocina T-helper 1 (ou Th1), na inflamação do tecido adiposo; e 2) estudar mecanismos de acúmulo das células T no tecido adiposo na obesidade, particularmente a participação do receptor CXCR3 nesse processo. Experimentos de citometria de fluxo mostraram que o tecido adiposo visceral de camundongos C57BL/6 obesos após consumo de dieta rica em gorduras apresentou maior número de macrófagos e também de células T, CD4+ e CD8+, em comparação a controles que receberam dieta pobre em gorduras. A expressão de I-Ab, marcador do complexo de histocompatibilidade principal classe II (MHC II) murino, também foi maior no tecido adiposo dos animais obesos, sugerindo a presença local da atividade de apresentação de antígeno com consequente ativação das células T. Quando estimuladas in vitro, células T derivadas do tecido adiposo de camundongos obesos produziram mais IFNy do que aquelas isoladas de controles, novamente sugerindo a ativação dessas células em um contexto de obesidade. Na análise das possíveis funções do IFNy no tecido adiposo, a estimulação da linhagem de células 3T3-L1 diferenciadas em adipócitos com IFNy recombinante resultou na produção aumentada de quimiocinas de macrófagos, como a proteína quimiotática de monócito (MCP-1), e de quimiocinas de células T, como a proteína 10 induzida por IFNy (IP-10) e monocina induzida por IFNy (MIG). A estimulação de adipócitos com o sobrenadante de células Th1 cultivadas in vitro, com abundante concentração de IFNy, também levou à produção aumentada de IP-10. Em análise mais ampla, através de microarray, dos possíveis efeitos do IFNy na expressão gênica de adipócitos, o tratamento dessas células com 100 U/ml de IFNy resultou na expressão aumentada de diversas quimiocinas e seus receptores em comparação ao grupo tratado com placebo. Similarmente à estimulação de células isoladas com IFNy, a incubação de tecido adiposo ex vivo de camundongos com essa citocina também resultou em secreção aumentada de IP-10, MIG e fator de necrose tumoral alfa (TNFy). A investigação do papel do IFNy na inflamação do tecido adiposo in vivo envolveu camundongos com deficiência de IFNy e controles, ambos os grupos submetidos a dieta rica em gorduras (obesos) ou pobre em gorduras (não obesos). Camundongos obesos deficientes em IFNy apresentaram expressão reduzida de mRNA de genes inflamatórios como TNFalfa e MCP-1 no tecido adiposo; acúmulo local reduzido de macrófagos; e melhor tolerância à glicose em comparação aos controles sob mesma dieta. Animais com deficiência de apolipoproteína E (ApoE) e também do receptor de IFNy também apresentaram em seu tecido adiposo a expressão reduzida de mRNA de genes inflamatórios, particularmente relacionados às células T, como IP-10, MIG, e o receptor CXCR3, em comparação aos controles com deficiência única de ApoE. Resultados in vitro e in vivo sugerem conjuntamente um importante papel do IFNy, e portanto, das células T e da imunidade adaptativa, na rede inflamatória do tecido adiposo na obesidade, com consequente impacto metabólico sistêmico. A presença de células T ativadas no tecido adiposo e seu acúmulo diferencial na obesidade motivaram também a pesquisa de potenciais mecanismos quimiotáticos reguladores desse processo. CXCR3, receptor das quimiocinas de células T, IP-10, MIG e quimiocina alfa de células T IFNy-induzida (I-TAC), é expresso preferencialmente em células T ativadas, e detém papel central na migração dessas células em outras condições inflamatórias crônicas, como a aterosclerose. Em camundongos com deficiência de CXCR3 e que receberam dieta rica em gorduras por 8 ou 16 semanas, o tecido adiposo apresentou significativamente menos células T, incluindo as células CD4+ e CD8+, em comparação a controles submetidos a mesma dieta. Os números similares de células T e outras populações de leucócitos no baço e sangue periférico dos animais deficientes em CXCR3 e controles fortalecem o conceito de um efeito do CXCR3 sobre o acúmulo de células T no tecido adiposo, independentemente do número de células circulantes e periféricas. Os camundongos deficientes em CXCR3 apresentaram também maior tolerância à glicose e expressão reduzida de mRNA de mediadores inflamatórios em seu tecido adiposo em comparação aos controles após 8 semanas de dieta rica em gorduras. No entanto, a diferença na tolerância à glicose entre os dois grupos tornou-se não significativa após 16 semanas de dieta gordurosa, coincidindo com redução substancial na expressão de mRNA de mediadores anti-inflamatórios (como interleucina-10 [IL-10] e Arginase 1), e número reduzido de células T regulatórias no tecido adiposo de camundongo s deficientes em CXCR3 em relação a controles. Esses resultados sugerem que o CXCR3 é capaz de regular o acúmulo de células T de diferentes subtipos, com perfil proinflamatório ou anti-inflamatório. Em conclusão, nossos resultados revelam um importante papel da citocina Th1 IFNy na rede inflamatória do tecido adiposo na obesidade em camundongos, sugerindo a participação fundamental das células T e portanto, da imunidade adaptativa nesse cenário. Além disso, o receptor CXCR3 contribui significativamente para o acúmulo das células T, incluindo as células T regulatórias, no tecido adiposo desses animais / The gradual and recent development of a worldwide epidemic of obesity greatly leveraged the study of this condition and its metabolic comorbidities. In the pathophysiologic context, multiple studies have demonstrated increased expression of inflammatory mediators in adipose tissue of obese animals and humans, the local macrophage accumulation, and a central role of inflammation in the imbalance of local or systemic metabolic homeostasis in obesity. The concept of an active role of macrophages and thus of innate immunity in the inflammatory network of adipose tissue, suggested the hypothesis that, similar to other chronic inflammatory conditions such as atherosclerosis, obesity also count on the participation of important elements of adaptive immunity such as T cells and their cytokines in its pathophysiology. Based on these considerations, the main objectives of this study were: 1) to evaluate the presence of T cells and the role of interferon-gamma (IFNy), classic T-helper 1 (Th1) cytokine, in adipose tissue inflammation, and 2) to study mechanisms of T cell accumulation in adipose tissue in the context of obesity, particularly the involvement of CXCR3 receptor in this process. Flow cytometry experiments showed that the visceral fat tissue of C57BL/6 obese mice fed a high fat diet showed a greater number of macrophages and also T cells, including CD4+ and CD8+ cells, compared to controls fed a low-fat diet. The expression of I-Ab, murine marker of class II major histocompatibility complex (MHC II), was also higher in adipose tissue of obese animals, suggesting the presence of local antigen presentation and consequent T cell activation. When stimulated in vitro, T cells derived from adipose tissue of obese mice produced more IFNy than those isolated from controls, again suggesting the activation of these cells in the context of obesity. In the analysis of possible functions of IFNy in adipose tissue, stimulation of 3T3 -L1 cells differentiated into adipocytes with recombinant IFNy resulted in enhanced production of macrophage chemokines, such as monocyte chemotactic protein-1 (MCP-1) and T-cell chemokines, such as interferon gamma-induced protein 10 (IP-10) and monokine induced by gamma interferon (MIG). The stimulation of adipocytes with the supernatant of in vitro cultured Th1 cells, with abundant levels of IFNy, has also led to increased IP-10 production. In a broader analysis, by microarray, of the possible effects of IFNy on adipocyte gene expression, treatment of these cells with 100 U/ml of IFNy resulted in increased expression of chemokines and their receptors in comparison to the placebo group. Similarly to the stimulation of isolated cells with IFNy, incubation of ex vivo adipose tissue with this cytokine also resulted in increased IP-10, MIG and tumor necrosis factor alpha (TNFalpha) secretion
|
Page generated in 0.0524 seconds