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A transferência e seus efeitos de saber / Transference and its effects on knowledge

Pinto, Fernanda de Sousa e Castro Noya 13 October 2014 (has links)
Neste trabalho articulamos as noções psicanalíticas de transferência, transferência de trabalho, saber e conhecimento à nossa prática em um grupo terapêutico heterogêneo. O Grupo Mix é um campo de linguagem que permite e facilita a circulação de crianças em diversas posições subjetivas (psicóticas, autistas e neuróticas) e crianças em diversas posições discursivas (abrigadas, moradoras de comunidades de baixa renda etc.). Como um campo de linguagem, ele é um espaço fecundo para o estabelecimento de relações transferenciais. A transferência pode localizar-se nas relações analista-paciente, professor-aluno e terapeuta de grupo-criança. Estamos propondo, porém, que a transferência de trabalho no grupo terapêutico opere, sobre o adulto, como um modo de fazê-lo endereçar seu desejo para o Outro. Ao assistir a este endereçamento do olhar do adulto para o Outro, ainda que este movimento não seja explicitamente falado, a criança conhece certo tipo de relação com o saber que pode ser inspiradora para ela. Baseando-se na afirmação de Lacan (2003, p. 555) de que a transferência é amor que se dirige ao saber articulamos nossa prática com a teoria nos questionando se a transferência de trabalho, que é um desfecho possível do amor de transferência na análise e que resulta em uma maneira de o adulto se posicionar frente a seu fazer, pode produzir, em um contexto não analítico (um grupo terapêutico com crianças) a emergência da relação com o saber e com o conhecimento. A relação com o saber e com o conhecimento dizem respeito também ao campo educativo, com o qual dialogamos neste trabalho, inserindo-o na interface psicanálise-educação. A metodologia utilizada foi a do exercício de articulação teóricoprático, psicanaliticamente orientado, ou seja, é uma reflexão teórica da experiência clínica. Neste trabalho, buscamos demonstrar, por meio da leitura de fragmentos clínicos extraídos do trabalho do Grupo Mix, que a transferência de trabalho, que sustenta um fazer criativo, autoral e singular do adulto em sua prática, pode ser uma fonte inspiradora para a criança. Conclusão que não cessa de se reabrir, pois está viva e em constante processo de transformação / In this paper, we articulate psychoanalytic concepts of transference, transference of work, knowledge and expertise to our practice in a heterogeneous group therapy. The «Grupo Mix» is a language field that enables and facilitates the movement of children in various subject positions (psychotic, neurotic and autistic) and children in different discursive positions (sheltered, living in low-income communities, among others). As a field of language, it is a fruitful area for the establishment of transference relationships. The transference may be located in the relationships of analyst-patient, teacher-student and group therapist-child. We propose, however, that the transference of work in the therapeutic group operates on the adult, as a way to make him address his desire to the Other. By watching this addressing of the adult sight to the Other, even if that movement is not explicitly stated, the child knows a type of relationship with knowledge that can be inspiring for him/her. Based on the statement of Lacan (2003, p. 555) that the transference is the love that is directed to learn\", we articulate our practice with the theory and we question ourselves whether the transference of work, which is a possible outcome of love transference in the analysis and it results in a way that the adult positions himself facing his doing, it may produce, in a non-analytical context (a therapeutic group with children) the emergence of the relationship with the expertise and with the knowledge. The relationship between knowledge and expertise also concerns the educational field, with which we dialogue in this research, and in this sense, this paper fits in the psychoanalysis - education interface. The methodology used was the exercise of theoretical-practical articulation, psychoanalytically oriented, it means, it is a theoretical reflection on the clinical experience. In this research, we intended to demonstrate, through the reading of clinical fragments extracted from the work of «Grupo Mix», that the transference of work that sustains the creative process, authorial and unique of the adult in his practice, can be a source of inspiration for the child. Conclusion that never ceases to reopen once it is alive and in constant process of transformation
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A inclusão social de pacientes psicóticos: um enfoque educativo em psiquiatria por meio de um grupo terapêutico

Amaral, Antonio Carlos Gonçalves do 16 July 2014 (has links)
Esta é uma pesquisa de avaliação, de natureza qualitativa do tipo descritivo exploratório, acrescida da análise de conteúdo nos resultados encontrados. Com esta pesquisa viso avaliar a experiência psiquiátrica em inclusão social dos pacientes psicóticos em tratamento no CAPS II de Ijuí/RS, operacionalizada por meio de uma prática de ensino e aprendizagem em grupo terapêutico de atividade multidisciplinar e sua real competência como alternativa terapêutica. Ressalto que o grupo não pode ser visto só como um instrumento de pesquisa, mas como o próprio meio de socialização. A população foi constituída de doentes mentais com esquizofrenia, que frequentam regularmente os grupos terapêuticos no CAPS II, de Ijuí/RS. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com perguntas fechadas (objetivas) e abertas (subjetivas) nos três segmentos pesquisados: pacientes, cuidadores/familiares e profissionais da saúde mental atuantes no grupo terapêutico. Essas entrevistas foram aplicadas por um entrevistador, que não participa do grupo, assegurando o tão importante caráter de neutralidade. Utilizei para análise qualitativa o método de Minayo (2001) e para a análise de conteúdo, o método de Bardin (2011). Constatei nas respostas quantitativas o atual estágio de evolução do paciente em seu tratamento; e nas respostas qualitativas, a competência ou não do grupo terapêutico nesse processo evolutivo, que busca a inclusão social desses pacientes. As respostas dos pacientes permitem perceber seu desempenho cognitivo revelando capacidade para uma discussão reflexiva sobre as temáticas escolhidas, o que lhes propicia a apropriação de suas emoções, do seu corpo, de sua história - elementos indispensáveis para a constituição do indivíduo no social. Aos cuidadores/familiares, uma vivência reflexiva sobre as referidas questões, o que podemos considerar uma experiência (aprendizagem) que permite aproximarem-se mais de seu paciente, criando um meio mais acolhedor e mais real para o mesmo. Aos profissionais da saúde mental, a percepção do quanto esses pacientes têm sua capacidade cognitiva presente, embora, inicialmente, mais limitada pela distorção da realidade. Esta capacidade permite aos pacientes fazerem o adequado aprendizado reflexivo sobre sua doença mental e compreender que esta não o impede de participar no social. Concluí que a terapia de grupo foi eficiente para encontrar alternativas junto à educação que permitam a inclusão social, oportunizando ao paciente, aos cuidadores/familiares e profissionais da saúde mental pudessem vivenciar suas práticas de forma reflexiva, transformando-as em experiências (aprendizagem). / 144 f.
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A transferência e seus efeitos de saber / Transference and its effects on knowledge

Fernanda de Sousa e Castro Noya Pinto 13 October 2014 (has links)
Neste trabalho articulamos as noções psicanalíticas de transferência, transferência de trabalho, saber e conhecimento à nossa prática em um grupo terapêutico heterogêneo. O Grupo Mix é um campo de linguagem que permite e facilita a circulação de crianças em diversas posições subjetivas (psicóticas, autistas e neuróticas) e crianças em diversas posições discursivas (abrigadas, moradoras de comunidades de baixa renda etc.). Como um campo de linguagem, ele é um espaço fecundo para o estabelecimento de relações transferenciais. A transferência pode localizar-se nas relações analista-paciente, professor-aluno e terapeuta de grupo-criança. Estamos propondo, porém, que a transferência de trabalho no grupo terapêutico opere, sobre o adulto, como um modo de fazê-lo endereçar seu desejo para o Outro. Ao assistir a este endereçamento do olhar do adulto para o Outro, ainda que este movimento não seja explicitamente falado, a criança conhece certo tipo de relação com o saber que pode ser inspiradora para ela. Baseando-se na afirmação de Lacan (2003, p. 555) de que a transferência é amor que se dirige ao saber articulamos nossa prática com a teoria nos questionando se a transferência de trabalho, que é um desfecho possível do amor de transferência na análise e que resulta em uma maneira de o adulto se posicionar frente a seu fazer, pode produzir, em um contexto não analítico (um grupo terapêutico com crianças) a emergência da relação com o saber e com o conhecimento. A relação com o saber e com o conhecimento dizem respeito também ao campo educativo, com o qual dialogamos neste trabalho, inserindo-o na interface psicanálise-educação. A metodologia utilizada foi a do exercício de articulação teóricoprático, psicanaliticamente orientado, ou seja, é uma reflexão teórica da experiência clínica. Neste trabalho, buscamos demonstrar, por meio da leitura de fragmentos clínicos extraídos do trabalho do Grupo Mix, que a transferência de trabalho, que sustenta um fazer criativo, autoral e singular do adulto em sua prática, pode ser uma fonte inspiradora para a criança. Conclusão que não cessa de se reabrir, pois está viva e em constante processo de transformação / In this paper, we articulate psychoanalytic concepts of transference, transference of work, knowledge and expertise to our practice in a heterogeneous group therapy. The «Grupo Mix» is a language field that enables and facilitates the movement of children in various subject positions (psychotic, neurotic and autistic) and children in different discursive positions (sheltered, living in low-income communities, among others). As a field of language, it is a fruitful area for the establishment of transference relationships. The transference may be located in the relationships of analyst-patient, teacher-student and group therapist-child. We propose, however, that the transference of work in the therapeutic group operates on the adult, as a way to make him address his desire to the Other. By watching this addressing of the adult sight to the Other, even if that movement is not explicitly stated, the child knows a type of relationship with knowledge that can be inspiring for him/her. Based on the statement of Lacan (2003, p. 555) that the transference is the love that is directed to learn\", we articulate our practice with the theory and we question ourselves whether the transference of work, which is a possible outcome of love transference in the analysis and it results in a way that the adult positions himself facing his doing, it may produce, in a non-analytical context (a therapeutic group with children) the emergence of the relationship with the expertise and with the knowledge. The relationship between knowledge and expertise also concerns the educational field, with which we dialogue in this research, and in this sense, this paper fits in the psychoanalysis - education interface. The methodology used was the exercise of theoretical-practical articulation, psychoanalytically oriented, it means, it is a theoretical reflection on the clinical experience. In this research, we intended to demonstrate, through the reading of clinical fragments extracted from the work of «Grupo Mix», that the transference of work that sustains the creative process, authorial and unique of the adult in his practice, can be a source of inspiration for the child. Conclusion that never ceases to reopen once it is alive and in constant process of transformation
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Estudo sobre um instrumento de escrita designado auto-retrato para a expressão do indivíduo

Passalacqua, Claudia Loewenberg 04 May 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T18:23:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Claudia L Passalacqua.pdf: 542023 bytes, checksum: d12f5515154be2bd94e524c3bbaa52b3 (MD5) Previous issue date: 2007-05-04 / This paper investigates a writing tool, namely Self-Portrait, whose aim is to collect data on an individual´s psychic expression. It comprises a 35 question questionnaire, made up of open-ended directed and self directed questions. The order of the answers is random, and some questions may be answered many times while others may never be answered. This writing tool was used in a group of psychologically disturbed women, who had been referred to a state health center in the outskirts of São Paulo city. Most women belong to the low and low-middle classes, with very few years of schooling, but, in general, with working experience, in the 30-60 age bracket. They were referred to the state health center by psychiatrists and psychologists, due to chief complaints such as depression, stress, etc. The group was coordinated by the research-psychologist and by an occupational therapist. Initially, the treatment aimed to engage the group in manual tasks and provide them with some space in which they could air their problems. On presenting the questionnaire to the women, the research-psychologist read them the iinstructions, their questions, and explained the procedures as well the terms of agreement. The questionnaire was kept in the health center and apart from the subjects and the therapist, nobody else had access to them. Due to all the conditions of public service assiduity, punctuality, follow-up sessions, among others the use of the self-portrait was not constant in all the sessions and wasn´t equally used by all the women. Since the activities were decided on by the group and took place in the inicial phases of the group´s functioning, it was hard to maintain group cohesion, as some women answered the questionnaires in each session while others took longer to write. These differences were inevitable once all the women shared a common physical space. The self-potrait questions aimed at categorizing those women´s realities: routine, family and professional life, emotional, psychological and existencial aspects and world knowledge. Moreover, the written account of their life experiences served as an oulet for the free expresson of their reality The therapeutical aim of the self-portrait was to investigate the efficiency of writing as a mechanism to surface the underlying phychic information, despite the fact that this written account was produced by women of varying literacy levels. Writing differs from speech in that writing can be crystalized in time, once it can be registered permanently. Besides, writing entails a distinctive connection between conscious and uncounscious contents. It leads the individual into an introspective journey, allowing for the re-enactment of past experiences. By means of this exercise, processes and memories are brought to the consciosness mind and may be modified when experienced again. This study falls into the category of case study, once it focus on aspect´s of a specific woman´s life: someone who, upon joining the group, felt incredbly miserable and was, from the very begining, given special treatment by the research-psychologist. The same rules which applied for the self-portrait within the group were used in private consultations. Semantic networks, formed by words that were repeated along the text, were used for the analysis of the written accounts, following Jung's Model of Typology / Este trabalho investiga um instrumento de escrita, intitulado Auto-Retrato, destinado a coletar dados sobre a expressão psíquica do indivíduo. Trata-se de um questionário de trinta e cinco questões, abertas, dirigidas ou semi-dirigidas, no qual a ordem das respostas é livre, assim como o fato de que algumas questões podem vir a ser respondidas inúmeras vezes e outras, nunca serem respondidas. O instrumento foi utilizado num grupo de mulheres, encaminhadas, pela saúde mental, a um posto de saúde da periferia de São Paulo. As mulheres pertenciam a classes sócio-econômico-culturais baixa e média baixa, em sua maior parte, com poucos anos de escolaridade, mas, no, geral, com experiência de trabalho, na faixa etária de 30 a 60 anos. Chegaram ao posto de saúde via encaminhamentos de psiquiatras e psicólogos, com queixas de depressão, estresse, entre outras. O grupo era coordenado pela psicóloga-pesquisadora e por uma terapeuta ocupacional. Inicialmente, seu objetivo era realizar atividades manuais e paralelamente a elas criar um espaço para a fala e escuta das mulheres entre si e pelas terapeutas. Ao apresentar o questionário às mulheres, a psicóloga-pesquisadora leu a elas suas instruções, suas questões, explicou-lhes as formas de utilização, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.O questionário era mantido no posto de saúde e apenas cada mulher e as terapeutas tinham acesso a ele. Devido a todas as condições que envolvem um atendimento público - assiduidade, pontualidade, continuidade do atendimento, entre outras - o emprego do Auto-Retrato não ocorreu de modo constante em todas as sessões e nem foi igualmente usado por todas as mulheres. Como as atividades eram decididas pelo grupo e no início de seu funcionamento, foi difícil manter a unidade do grupo, com algumas mulheres respondendo-o em todas as sessões, até por se tratar de um espaço físico comum. As questões do Auto-Retrato tinham como objetivo caracterizar a realidade dessas mulheres: vivências cotidianas, vida familiar e profissional, aspectos emocionais, psicológicos e existenciais, conhecimento de mundo e visava ser um continente para a expressão dessa realidade por meio da escrita. .. O emprego do Auto-Retrato teve como objetivo psicoterapêutico investigar a eficácia da escrita para a manifestação de conteúdos psíquicos subjacentes, não importando a variável de a escrita ser realizada por mulheres com diferentes graus de letramento. A escrita tem natureza diferente da fala, fixando-se no tempo, sendo registrada de uma forma permanente, e evocando um compromisso diferente com conteúdos conscientes e inconscientes. Inicia um processo de interiorização no indivíduo, possibilitando uma volta aos conteúdos veiculados. Por meio de seu exercício, processos e memórias são trazidos à consciência e modificados quando revividos. Este trabalho se constituirá em um estudo de caso, na medida em que focará o Auto-Retrato de uma mulher em específico, quem, por ter chegado ao grupo sentindo-se especialmente mal, foi, desde o início, atendida paralelamente de modo individual pela psicóloga-pesquisadora. As mesmas regras estabelecidas para o uso do Auto-Retrato no grupo, foram usadas para sua aplicação na terapia individual. Para a análise do texto escrito do Auto-Retrato os modelos teóricos empregados foram as redes semânticas, formadas pelas palavras que se repetiam no texto escrito, e o referencial teórico de Jung, principalmente, no que se refere aos tipos psicológicos por ele propostos

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