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As lições de história universal da Biblioteca Histórica de Diodoro de Sicília como processo educativo da humanidade. / The history lessons from the library history of Diodorus of Sicily as educative process of humanity

Mota, Cynthia Cristina de Morais 18 December 2008 (has links)
Diodoro de Sicília historiador que viveu no século I antes da época comum escreveu uma obra intitulada Biblioteca Histórica constituída de quarenta volumes dos quais restaram integrais apenas dos livros I ao V (fragmentos dos livros VI ao X), e dos livros XI ao XX (fragmentos dos livros XXI ao XL). O autor escreveu em sua monumental obra a história universal desde os primórdios (incluindo história egípcia, história dos povos bárbaros, história grega e romana) até à sua própria época (última data citada por Diodoro diz respeito à colonização de Tauromênion, empreendida no reinado de Otávio [XVI, VII, 1]). Entretanto, Diodoro nunca foi considerado, nem em sua própria época, nem em épocas posteriores, um historiador original: sua obra foi considerada uma cópia incessante de outros autores. O centro da controvérsia nos tempos modernos (a partir do século XIX) foi a Quellerforschung (pesquisa das fontes) que intentou buscar no texto diodoriano autores perdidos (que ele cita explicitamente em sua Biblioteca) da época helenística como se o mesmo apenas os tivesse copiado. Essa pesquisa teve por objetivo resgatar a originalidade da Biblioteca Histórica buscando conferir a seu autor a autoria de seus escritos. Longe de ser um mero copista, Diodoro é um historiador-educador que busca instruir seus leitores dando um caráter de utilidade no aprendizado de uma vida correta e justa. Pode-se dividir a Biblioteca em duas partes: a primeira (livros I ao V), de cunho etnográfico-geográfico, narra como os homens foram capazes de caminhar rumo à vida civilizada (ou não, no caso dos bárbaros). A recorrência dos termos parádoxa e thaumázein significando espanto, admiração e maravilhamento mostram como a humanidade foi capaz de superar as dificuldades de uma existência difícil e hostil tornando-se capaz de viver em sociedade. A segunda parte (livros XI ao XX) da Biblioteca, Diodoro dedica-se a narrar a história do mundo (especialmente a da Grécia) mostrando o exemplo dos grandes homens, sobretudo nos campos de batalha. Parádoxa deixa de significar maravilha ou espanto e, aliada à Fortuna (tých), ganha o sentido de contrário a toda expectativa. Assim, Diodoro mostra que a Divina Providência (theia pronoía) interfere nos assuntos humanos e cabe ao historiador mostrar como os grandes homens se comportaram diante dos sucessos / Diodorus Siculus a historian that lived in the first century before the Common Era wrote a work entitled Library of History constituted of forty volumes from which remained intact only the books I through V (fragments of the books VI through X), and from the books XI through XX (fragments of the books XXI through XL). The author wrote in this monumental work of universal history since the primordial times (including egyptian history, barbaric peoples history, greek and roman history) through his own (last date mentioned by Diodorus concerns the Tauromenion colonization that took place during the reign of Octavian [XVI, VII, 1]). However, Diodorus has never been considered, not even on his own time, nor in the eras after that, an original historian: His writings were considered an inexorable copy of others authors. The focus of this controversy in modern times (starting in the XIX century) was the Quelleforschung (sources research) that intended to search on the diodorian texts for lost authors (that he explicitly quotes in his Library) from the Hellenistic era as if they were solely copied. This research had for objective to reclaim the originality of the Library of History seeking to confer to its author the authorship of his writings. Far from being a mere copyist, Diodorus is a historian-educator that seeks to instruct his readers giving a utility character in the learning of a correct and just life. The Library can be divided in two parts: the first one (books I to V), of ethnographicgeographical connotation, narrates how humankind was able to walk towards civilization (or not, in the case of the barbarians). The recurrent terms parádoxa and thaumázein meaning amazement, admiration and marvelous-ment, show how humanity was capable of overcoming the difficulties of a hostile existence and becoming apt to live in society. The second part (books XI to XX) of the Library, Diodorus dedicates into narrating the history of the world (specially Greece), by setting the example of great men, especially in the battle field. Parádoxa does not signify marvelous or amazed and, allied to Fortune (tých), it gains the meaning of contrary to all expectations. Hence, Diodorus shows that the Divine Providence (theia pronoía) interfere in human business and its up to the historian demonstrate how the great men behaved facing the success and failures of existence. The moralizing character from the Library attributes to history an extremely important role, for it is up to it demonstrate who deserves to figurate in glory or abasement through the perennially that only history can confer. Diodorus behaves as a judge that points out those who, in their acts, have succeeded and made mistakes, not only narrating the facts, but incentivizing his reader to a virtuous behavior and to a moral aret.
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As lições de história universal da Biblioteca Histórica de Diodoro de Sicília como processo educativo da humanidade. / The history lessons from the library history of Diodorus of Sicily as educative process of humanity

Cynthia Cristina de Morais Mota 18 December 2008 (has links)
Diodoro de Sicília historiador que viveu no século I antes da época comum escreveu uma obra intitulada Biblioteca Histórica constituída de quarenta volumes dos quais restaram integrais apenas dos livros I ao V (fragmentos dos livros VI ao X), e dos livros XI ao XX (fragmentos dos livros XXI ao XL). O autor escreveu em sua monumental obra a história universal desde os primórdios (incluindo história egípcia, história dos povos bárbaros, história grega e romana) até à sua própria época (última data citada por Diodoro diz respeito à colonização de Tauromênion, empreendida no reinado de Otávio [XVI, VII, 1]). Entretanto, Diodoro nunca foi considerado, nem em sua própria época, nem em épocas posteriores, um historiador original: sua obra foi considerada uma cópia incessante de outros autores. O centro da controvérsia nos tempos modernos (a partir do século XIX) foi a Quellerforschung (pesquisa das fontes) que intentou buscar no texto diodoriano autores perdidos (que ele cita explicitamente em sua Biblioteca) da época helenística como se o mesmo apenas os tivesse copiado. Essa pesquisa teve por objetivo resgatar a originalidade da Biblioteca Histórica buscando conferir a seu autor a autoria de seus escritos. Longe de ser um mero copista, Diodoro é um historiador-educador que busca instruir seus leitores dando um caráter de utilidade no aprendizado de uma vida correta e justa. Pode-se dividir a Biblioteca em duas partes: a primeira (livros I ao V), de cunho etnográfico-geográfico, narra como os homens foram capazes de caminhar rumo à vida civilizada (ou não, no caso dos bárbaros). A recorrência dos termos parádoxa e thaumázein significando espanto, admiração e maravilhamento mostram como a humanidade foi capaz de superar as dificuldades de uma existência difícil e hostil tornando-se capaz de viver em sociedade. A segunda parte (livros XI ao XX) da Biblioteca, Diodoro dedica-se a narrar a história do mundo (especialmente a da Grécia) mostrando o exemplo dos grandes homens, sobretudo nos campos de batalha. Parádoxa deixa de significar maravilha ou espanto e, aliada à Fortuna (tých), ganha o sentido de contrário a toda expectativa. Assim, Diodoro mostra que a Divina Providência (theia pronoía) interfere nos assuntos humanos e cabe ao historiador mostrar como os grandes homens se comportaram diante dos sucessos / Diodorus Siculus a historian that lived in the first century before the Common Era wrote a work entitled Library of History constituted of forty volumes from which remained intact only the books I through V (fragments of the books VI through X), and from the books XI through XX (fragments of the books XXI through XL). The author wrote in this monumental work of universal history since the primordial times (including egyptian history, barbaric peoples history, greek and roman history) through his own (last date mentioned by Diodorus concerns the Tauromenion colonization that took place during the reign of Octavian [XVI, VII, 1]). However, Diodorus has never been considered, not even on his own time, nor in the eras after that, an original historian: His writings were considered an inexorable copy of others authors. The focus of this controversy in modern times (starting in the XIX century) was the Quelleforschung (sources research) that intended to search on the diodorian texts for lost authors (that he explicitly quotes in his Library) from the Hellenistic era as if they were solely copied. This research had for objective to reclaim the originality of the Library of History seeking to confer to its author the authorship of his writings. Far from being a mere copyist, Diodorus is a historian-educator that seeks to instruct his readers giving a utility character in the learning of a correct and just life. The Library can be divided in two parts: the first one (books I to V), of ethnographicgeographical connotation, narrates how humankind was able to walk towards civilization (or not, in the case of the barbarians). The recurrent terms parádoxa and thaumázein meaning amazement, admiration and marvelous-ment, show how humanity was capable of overcoming the difficulties of a hostile existence and becoming apt to live in society. The second part (books XI to XX) of the Library, Diodorus dedicates into narrating the history of the world (specially Greece), by setting the example of great men, especially in the battle field. Parádoxa does not signify marvelous or amazed and, allied to Fortune (tých), it gains the meaning of contrary to all expectations. Hence, Diodorus shows that the Divine Providence (theia pronoía) interfere in human business and its up to the historian demonstrate how the great men behaved facing the success and failures of existence. The moralizing character from the Library attributes to history an extremely important role, for it is up to it demonstrate who deserves to figurate in glory or abasement through the perennially that only history can confer. Diodorus behaves as a judge that points out those who, in their acts, have succeeded and made mistakes, not only narrating the facts, but incentivizing his reader to a virtuous behavior and to a moral aret.
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Plutarco e Roma: o mundo grego no Império / Plutarch and Rome: the Greek world in the empire

Silva, Maria Aparecida de Oliveira 27 September 2007 (has links)
Diferentemente das recorrentes assertivas sobre o comprometimento político dos intelectuais gregos no Império, a nosso ver, a partir do século II d.C., a chamada Segunda Sofística é um indicativo do movimento cultural grego iniciado no século I d.C. Embora seus integrantes apresentem intenções distintas em seus escritos, os intelectuais gregos do Império participam de estilos e temáticas narrativas semelhantes. No caso de Plutarco, e essa é a nossa tese central, demonstramos que nosso autor não compôs sua obra para exaltar ou glorificar o Império romano ou ainda a cultura grega. Sendo assim, seus escritos representam a expressão da singularidade e da utilidade da tradição cultural grega para o fortalecimento político do Império. O objetivo principal de Plutarco está, pois, em construir uma identidade grega no Império, pautada na história de seu povo e em sua tradição cultural, para exibir ao mundo romano a contribuição dos gregos para a formação do Império. / Differently from the usual assertions about the Greek intellectuals\' political compromise with the Empire, in our perspective, as from the second century A.D., the so called Second Sophistic is an indicative of the Greek cultural movement started in the first century A.D. Although its members present distinct intentions of their writings, the Greek intellectuals of the Empire develop similar styles and themes through their narratives. Considering Plutarch\'s case, and this is the core of our thesis, we demonstrate that our author did not write his work to exalt nor to glorify the Roman Empire nor the Greek culture. His writings represent the expression of the singularity and the usefulness of the Greek cultural tradition for the political strength of the Empire. Plutarch\'s main objective is to build a Greek identity in the Empire, based on the history of the people and their cultural tradition to exhibit the Greeks\' contribution to the formation of the Roman Empire.
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Plutarco e Roma: o mundo grego no Império / Plutarch and Rome: the Greek world in the empire

Maria Aparecida de Oliveira Silva 27 September 2007 (has links)
Diferentemente das recorrentes assertivas sobre o comprometimento político dos intelectuais gregos no Império, a nosso ver, a partir do século II d.C., a chamada Segunda Sofística é um indicativo do movimento cultural grego iniciado no século I d.C. Embora seus integrantes apresentem intenções distintas em seus escritos, os intelectuais gregos do Império participam de estilos e temáticas narrativas semelhantes. No caso de Plutarco, e essa é a nossa tese central, demonstramos que nosso autor não compôs sua obra para exaltar ou glorificar o Império romano ou ainda a cultura grega. Sendo assim, seus escritos representam a expressão da singularidade e da utilidade da tradição cultural grega para o fortalecimento político do Império. O objetivo principal de Plutarco está, pois, em construir uma identidade grega no Império, pautada na história de seu povo e em sua tradição cultural, para exibir ao mundo romano a contribuição dos gregos para a formação do Império. / Differently from the usual assertions about the Greek intellectuals\' political compromise with the Empire, in our perspective, as from the second century A.D., the so called Second Sophistic is an indicative of the Greek cultural movement started in the first century A.D. Although its members present distinct intentions of their writings, the Greek intellectuals of the Empire develop similar styles and themes through their narratives. Considering Plutarch\'s case, and this is the core of our thesis, we demonstrate that our author did not write his work to exalt nor to glorify the Roman Empire nor the Greek culture. His writings represent the expression of the singularity and the usefulness of the Greek cultural tradition for the political strength of the Empire. Plutarch\'s main objective is to build a Greek identity in the Empire, based on the history of the people and their cultural tradition to exhibit the Greeks\' contribution to the formation of the Roman Empire.
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Tradição e renovações da identidade romana em Tito Lívio e Tácito / Tradition and renovations of the Roman identity in Livy and Tacitus

Marques, Juliana Bastos 18 February 2008 (has links)
Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. / There is one particular reading of identity in the Roman world, among many possible others, that derives from the tradition of Latin historiography. Roman historians have created a specific discourse on the past, aiming at uniformity but also showing their distinctive peculiarities due to the circumstances of their own times. We aim here to discuss the case of two of them, Livy and Tacitus, with a goal to understand their views on what \"being Roman\" meant, based on the premises of the interplay between the historiographical genre and the authors\' contemporary contexts. The difficulties when trying to reconstruct this second topic are a standard issue in the studies about Livy and Tacitus, focusing primarily on their relationship with the emperors, but here we intend to make a connection of this issue with the singularities of their reconstructions of the past, which were based on a fairly regular set of writing rules. The new trends on the question of identities in the Ancient world add to this inquiry, helping to refresh the analysis of, as we chose, four concepts that help to define the Roman identity in Livy and Tacitus: concordia, pietas, fides and mos maiorum. In the end, both the process of reconstruction of the past through a shared and regulated memory and the constant call for a fixed set of moral standards ultimately reveal the changes that the city of Rome goes through under the development of the Principate, so that this Roman identity end up making a symbol out of the city itself.
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Tradição e renovações da identidade romana em Tito Lívio e Tácito / Tradition and renovations of the Roman identity in Livy and Tacitus

Juliana Bastos Marques 18 February 2008 (has links)
Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. Há uma leitura particular da identidade no mundo romano, entre tantas possíveis, que deriva da tradição historiográfica latina. Os historiadores romanos criaram um discurso específico do passado, que buscava uma uniformidade, mas também demonstrava suas peculiaridades distintas de acordo com as circunstâncias de suas próprias realidades. Pretendemos aqui discutir o caso de dois deles, Tito Lívio e Tácito, para compreendermos o que eles entendiam por \"ser romano\", baseado nas premissas da interação entre o gênero historiográfico e os contextos contemporâneos dos autores. As dificuldades ao reconstruir este segundo tópico são um tema comum nos estudos sobre Tito Lívio e Tácito, concentrando-se principalmente na relação deles com os imperadores, mas aqui tencionamos fazer uma relação desse ponto com as singularidades das suas reconstruções do passado, que eram baseadas num conjunto relativamente regular de regras da narrativa. Os novos caminhos nos estudos sobre identidades no mundo antigo trazem interessantes leituras para esse problema, pois ajudam a renovar a análise de, no recorte que escolhemos, quatro dos principais conceitos que definem a identidade romana em Tito Lívio e Tácito: concordia, pietas, fides e mos maiorum. Finalmente, tanto o processo de reconstrução do passado através de uma memória compartilhada e regulada quanto a busca constante de padrões morais fixos revelam, em última instância, as mudanças pelas quais passa a cidade de Roma no desenvolvimento do principado, de forma que essa identidade romana acaba por fazer da própria cidade um símbolo. / There is one particular reading of identity in the Roman world, among many possible others, that derives from the tradition of Latin historiography. Roman historians have created a specific discourse on the past, aiming at uniformity but also showing their distinctive peculiarities due to the circumstances of their own times. We aim here to discuss the case of two of them, Livy and Tacitus, with a goal to understand their views on what \"being Roman\" meant, based on the premises of the interplay between the historiographical genre and the authors\' contemporary contexts. The difficulties when trying to reconstruct this second topic are a standard issue in the studies about Livy and Tacitus, focusing primarily on their relationship with the emperors, but here we intend to make a connection of this issue with the singularities of their reconstructions of the past, which were based on a fairly regular set of writing rules. The new trends on the question of identities in the Ancient world add to this inquiry, helping to refresh the analysis of, as we chose, four concepts that help to define the Roman identity in Livy and Tacitus: concordia, pietas, fides and mos maiorum. In the end, both the process of reconstruction of the past through a shared and regulated memory and the constant call for a fixed set of moral standards ultimately reveal the changes that the city of Rome goes through under the development of the Principate, so that this Roman identity end up making a symbol out of the city itself.

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