A pesquisa investiga os desenvolvimentos iniciais da filosofia de Husserl, tendo por foco a análise da evolução de sua teoria do simbolismo e a explicitação dos diversos sentidos que assume a problemática intuicionista que lhe é essencial. O período abordado compreende os anos 1890-1901, e os textos aos quais se dedica exposição e comentário são Filosofia da Aritmética (1891), Sobre a Lógica dos Signos - Semiótica (1890/91), Estudos Psicológicos para a Lógica Elementar (1894) e Investigações Lógicas (1900/91). Pretende-se apresentar o que conduz Husserl ao abandono de seu intento original - aquele de oferecer uma fundamentação filosófica do cálculo simbólico - em favor de uma filosofia que se centra na analítica da consciência intencional. / This research investigates the initial developments of Husserl's philosophy, focusing on the analysis of the evolution of his theory of symbolism and the explanation of the different senses that the intuitionist problem essential to it assumes. The period covered comprises the years 1890-1901, and the texts to which exposure and commentary have been devoted are Philosophy of Arithmetic (1891), On the Logic of Signs - Semiotics (1890/91), Psychological Studies for Elementary Logic (1894) and Logical Investigations (1900/91). It is intended to present what leads Husserl to the abandonment of his original program - that of offering a philosophical foundation for symbolic calculation - in favor of a philosophy that focuses on the analytic of intentional consciousness.

\"As Investigações lógicas\", de Edmund Husserl, têm sua origem na busca por uma nova fundamentação para a lógica. Tal objetivo resulta, em grande parte, de insatisfações em relação à compreensão da lógica como ramificação da psicologia, que, para Husserl, culminaria em contradição. Em oposição a essa teoria, o autor argumenta em prol de uma lógica verdadeira em si, possível apenas a partir de uma compreensão da verdade como ideia, independente de toda facticidade empírica. Husserl recusa-se, contudo, a subscrever à noção de uma idealidade hipostatizada, parte de uma realidade própria, separada do mundo sensível. Como é possível, então, sustentar simultaneamente essas duas posições? Para responder a essa questão e clarificar a relação entre as esferas do real e do ideal na obra, examinarei o texto das Investigações dando especial atenção ao lugar ocupado pela idealidade. Mostrarei, assim, que a compreensão husserliana de conceitos como expressão, ato mental e intencionalidade permite ao autor atribuir uma posição peculiar aos objetos ideais, que existem como objetos legítimos, sem situá-los num domínio totalmente separado daquele dos objetos da sensibilidade. / Edmund Husserl\'s \"Logical Investigations\" have their starting point in the search for a new foundation for Logic. This goal springs to a great extent from dissatisfactions regarding the prevailing theory of Logic as a branch of Psychology, which results, to the author, in blatant contradiction. Opposing this theory, Husserl argues for a logical science that is true in itself, possible only when truth is taken as an idea, free from all empirical facticity. At the same time, the author refuses to subscribe to the idea of a hypostatized ideality, pertaining to its own realm, separate from the world of sensibility. How is it possible, then, to concurrently support these two positions? To answer this question and clarify the relationship between the spheres of real and ideal, we will delve into the Logical Investigations with an eye to the role fulfilled by ideality in their pages. In doing this, I will show that Husserl\'s understanding of concepts such as expression, act and intentionality allow him to assign a special role to ideal objects, which exist as legitimate objects, without consigning them to a realm completely foreign to that of the objects of sensory perception.

A pesquisa pretende investigar o significado e a origem da influência de Carl Stumpf na terceira investigação lógica intitulada Sobre a teoria dos todos e das partes(Zur Lehre von den Ganzen und Teilen), publicada em 1901, buscando relacioná-la ao desenvolvimento anterior do pensamento de Husserl. Serão abordados o surgimento dos conceitos de auto-suficiência (Selbständigkeit) e não auto-suficiência (Unselbständigkeit) no contexto do problema da origem da representação de espaço e da obra de Stumpf referida ao tema; a interpretação de Husserl destes conceitos; e seu papel sistemático do ponto de vista da evolução da filosofia husserliana em seu período inicial / This research intends to investigate the meaning and origin of the influence of Carl Stumpf on the third logical investigation, entitled On the theory of Wholes and Parts(Zur Lehre von den Ganzen und Teilen), published in 1901, trying to relate it do the former development of Husserls thought. It will be taken into account the birth of the concepts of independence (Selbständigkeit) and dependence (Unselbständigkeit) in the context of the problem of the origin of the representation of space and Stumpfs work related to this theme; the interpretation Husserl gives to these concepts; and their systematic role from the point of view of the evolution of the husserlian philosophy on its initial period

Parmi les nombreuses questions que soulève la phénoménologie husserlienne une concerne en particulier la relation complexe avec la psychologie. À cet égard, la notion de réduction psychologique peut offrir une clé de lecture féconde pour rendre compte de cette complexité en clarifiant la connexion entre les différents niveaux dans lesquels se déroule l'analyse phénoménologique. Dans cette perspective, il faut retracer le parcours du projet philosophique husserlienne depuis le début jusqu'à la fin : le premier chapitre porte donc sur le rapport de Husserl à Brentano et Stumpf, ses maîtres, ainsi que sur sa confrontation avec Lipps, Dilthey et Natorp, ses interlocuteurs privilégiés dans le cadre de la psychologie au début du XXème siècle. Ensuite, il faut montrer que Husserl élabore sa propre phénoménologie comme réalisation véritable de la philosophie et, corrélativement, comme science du fondement de toutes les sciences, y compris de la psychologie : c'est dans cette optique que s'inscrit le projet husserlien d'une psychologie “phénoménologique”, auquel est consacré le deuxième chapitre. Cette psychologie pure intentionnelle a la double fonction de réformer la psychologie traditionnelle et de jouer le rôle d'intermédiaire et de facilitateur pour assurer le bon déroulement de la phénoménologie transcendantale. Il s'agit d'une question de méthode que le troisième chapitre vise à résoudre en prenant comme fil conducteur la réduction psychologique : revenir sur les étapes de l'élaboration de la réduction (phénoménologique-)psychologique permet d'interpréter correctement l'évolution du rapport entre phénoménologie et psychologie tout en préservant l'unité et la cohérence intime de la pensée de Husserl. Le quatrième chapitre procède enfin à enrayer les nombreux malentendus qui sont à l'origine des paradoxes relatifs aux opérations méthodiques d'épochè et de réduction qui caractérisent la phénoménologie husserlienne. Cette clarification ouvre des perspectives de recherche bien fondées au niveau philosophique comme au niveau psychologique. / Among the many questions raised by Husserl's phenomenology, one concerns in particular the complex relationship with psychology. In this regard, the concept of psychological reduction can offer a key to successful understanding of this complexity by clarifying the connection between the different levels phenomenological analysis consists of. It is in this perspective that we need to look at Husserl's philosophical project as a whole in order to retrace his steps from beginning to end : the first chapter is therefore focused on Husserl's connection with Brentano and Stumpf, his masters, as well as with his confrontation with Lipps, Dilthey and Natorp, his privileged dialogue partners in the framework of early twentieth-century psychology. Then, it must be shown that Husserl develops his own phenomenology as genuine fulfillment of the idea of philosophy and, correlatively, as truly foundational science compared to all the other sciences, including psychology. Husserl's project of a “phenomenological” psychology, to which the second chapter is devoted, arises exactly in this context. Phenomenological psychology as pure intentional psychology has the twofold task of reforming traditional psychology and playing the role both of mediator and facilitator for ensuring a phenomenological inquiry properly performed in transcendental terms. This is a matter of method that the third chapter intends to resolve by focusing on psychological reduction : presenting all the different making levels of (phenomenological)- psychological reduction to allow a proper interpretation of the development of the relation between phenomenology and psychology in Husserl, without affecting the coherence and unity of his philosophical purpose, this is the main aim of the current study. The fourth chapter deals, finally, with the eradication of the misunderstandings which cause paradoxes concerning Husserl's phenomenological method of epoché and reduction, even at the level of psychological phenomenology. This clarification opens up new research prospects both in philosophy and in psychology.

\"As Investigações lógicas\", de Edmund Husserl, têm sua origem na busca por uma nova fundamentação para a lógica. Tal objetivo resulta, em grande parte, de insatisfações em relação à compreensão da lógica como ramificação da psicologia, que, para Husserl, culminaria em contradição. Em oposição a essa teoria, o autor argumenta em prol de uma lógica verdadeira em si, possível apenas a partir de uma compreensão da verdade como ideia, independente de toda facticidade empírica. Husserl recusa-se, contudo, a subscrever à noção de uma idealidade hipostatizada, parte de uma realidade própria, separada do mundo sensível. Como é possível, então, sustentar simultaneamente essas duas posições? Para responder a essa questão e clarificar a relação entre as esferas do real e do ideal na obra, examinarei o texto das Investigações dando especial atenção ao lugar ocupado pela idealidade. Mostrarei, assim, que a compreensão husserliana de conceitos como expressão, ato mental e intencionalidade permite ao autor atribuir uma posição peculiar aos objetos ideais, que existem como objetos legítimos, sem situá-los num domínio totalmente separado daquele dos objetos da sensibilidade. / Edmund Husserl\'s \"Logical Investigations\" have their starting point in the search for a new foundation for Logic. This goal springs to a great extent from dissatisfactions regarding the prevailing theory of Logic as a branch of Psychology, which results, to the author, in blatant contradiction. Opposing this theory, Husserl argues for a logical science that is true in itself, possible only when truth is taken as an idea, free from all empirical facticity. At the same time, the author refuses to subscribe to the idea of a hypostatized ideality, pertaining to its own realm, separate from the world of sensibility. How is it possible, then, to concurrently support these two positions? To answer this question and clarify the relationship between the spheres of real and ideal, we will delve into the Logical Investigations with an eye to the role fulfilled by ideality in their pages. In doing this, I will show that Husserl\'s understanding of concepts such as expression, act and intentionality allow him to assign a special role to ideal objects, which exist as legitimate objects, without consigning them to a realm completely foreign to that of the objects of sensory perception.

Diss.--Philosophische Fakultät--Universität Köln, 2004. / Bibliogr. p. 200-207.

Zugl.: Wien, Universiẗat, Diss., 2006.

Diss.--Theologische Fakultät--Johannes Gutenberg-Universität Mainz, 1991.

Thesis (doctoral)--Universität Basel, 1938. / Vita. Bibliography: p. 125.

A pesquisa pretende investigar o significado e a origem da influência de Carl Stumpf na terceira investigação lógica intitulada Sobre a teoria dos todos e das partes(Zur Lehre von den Ganzen und Teilen), publicada em 1901, buscando relacioná-la ao desenvolvimento anterior do pensamento de Husserl. Serão abordados o surgimento dos conceitos de auto-suficiência (Selbständigkeit) e não auto-suficiência (Unselbständigkeit) no contexto do problema da origem da representação de espaço e da obra de Stumpf referida ao tema; a interpretação de Husserl destes conceitos; e seu papel sistemático do ponto de vista da evolução da filosofia husserliana em seu período inicial / This research intends to investigate the meaning and origin of the influence of Carl Stumpf on the third logical investigation, entitled On the theory of Wholes and Parts(Zur Lehre von den Ganzen und Teilen), published in 1901, trying to relate it do the former development of Husserls thought. It will be taken into account the birth of the concepts of independence (Selbständigkeit) and dependence (Unselbständigkeit) in the context of the problem of the origin of the representation of space and Stumpfs work related to this theme; the interpretation Husserl gives to these concepts; and their systematic role from the point of view of the evolution of the husserlian philosophy on its initial period