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Caracterização da morte celular e efeitos sobre o desenvolvimento após o tratamento com ácido fólico em animais submetidos à hipóxia-isquemia neonatalDeniz, Bruna Ferrary January 2014 (has links)
A hipóxia-isquemia (HI) encefálica neonatal causa diversas seqüelas motoras e cognitivas permanentes devido à grande degeneração celular que ocorre no encéfalo dos neonatos. Esse dano é progressivo e gera atrofias visíveis em diversas estruturas encefálicas, principalmente hipocampo, estriado e córtex cerebral. Um estudo recente do nosso grupo de pesquisa mostrou que o tratamento com ácido fólico (AF) reverteu o déficit cognitivo e a diminuição da atividade da enzima Na+, K+-ATPase, em ratos submetidos à HI neonatal. Assim, buscando compreender melhor a possível eficácia do ácido fólico em tratar e/ou prevenir o dano causado pela HI neonatal, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos do tratamento com ácido fólico na degeneração celular na região CA1 do hipocampo dorsal 24 horas após o evento lesivo e em diferentes marcos do desenvolvimento de animais submetidos à hipóxia-isquemia neonatal. Foram utilizados ratos Wistar de ambos os sexos que foram submetidos ao modelo de Levine-Rice no 7º dia de vida pós-natal, sendo divididos em quatro grupos experimentais: 1) controle tratado com salina (CTS); 2) controle tratado com ácido fólico (CTAF); 3) HI tratado com salina (HIS); 4) HI tratado com ácido fólico (HIAF). Os animais receberam uma dose intraperitoneal de AF (0,011 μmol/g de peso corporal) 24 horas antes, imediatamente antes e 24 horas após a HI ou, diariamente, até o 14° DPN. Não foram encontradas diferenças na quantificação de células imunomarcadas para caspase-3 clivada pela técnica de imunoistoquímica, porém na avaliação da densidade celular observou-se uma diminuição de células no grupo HIS 13 quando comparado com os grupos CTAF e HIAF no hipocampo direito. Tanto na análise qualitativa quanto quantitativa da ultraestrutura dos neurônios piramidais da região CA1 hipocampal também foi possível encontrar uma importante degeneração celular nos grupos submetidos à HI neonatal, predominantemente caracterizada pelo padrão necrótico, porém no grupo tratado com AF essa degeneração foi menos expressiva. Quanto aos marcos do desenvolvimento, não verificou-se diferença nem pela lesão nem pelo tratamento. A partir desse estudo, portanto, podemos concluir que 24h após a HI ocorre diminuição da densidade celular e evidente processo lesivo ao tecido hipocampal, mais expressivamente por necrose. Ainda, a suplementação com ácido fólico foi capaz de reduzir e/ou prevenir o dano celular na região CA1 do hipocampo ipsilateral à oclusão arterial. / Neonatal hypoxia-ischemia (HI) causes diverse permanent motor and cognitive sequelae due to extensive cellular degeneration that occurs in the brain of neonates. This damage is progressive and generates visible atrophy in several brain structures, particularly the hippocampus, cerebral cortex and striatum. A recent study from our research group demonstrated that treatment with folic acid (FA) reversed cognitive deficits and decreased activity of the enzyme Na+, K+-ATPase in rats submitted to neonatal HI. Thus, in order to better understand the possible effectiveness of folic acid in recovering and / or preventing the damage caused by neonatal HI, the aim of this study was to evaluate the effects of treatment with folic acid on cell degeneration in the CA1 region of the dorsal hippocampus 24 hours after neonatal hypoxia-ischemia and at different developmental milestones of animals submitted to neonatal hypoxia-ischemia. Wistar rats of both sexes were submitted to the Levine - Rice model on the 7th postnatal day, being divided into four experimental groups: 1) control treated with saline (CTS); 2) control treated with folic acid (CTAF); 3) HI treated with saline (HIS) 4) HI treated with folic acid (HIAF). Animals received an intraperitoneal dose of FA (0.011μmol/g of body weight) 24 hours before, immediately before and 24 hours after the HI. No differences were found in the quantification of positive cells for cleaved caspase-3 by immunohistochemistry, but in the assessment of cell density was observed a decrease of cells in the HIS group when compared with the CTFA and HIFA groups in the right hippocampus. In the analysis of the ultrastructure of pyramidal neurons of the 15 hippocampal CA1 region was also possible to find an important cellular degeneration in the groups subjected to neonatal HI, predominantly characterized by necrotic pattern, but in the group treated with FA this degeneration was less expressive. As for developmental milestones, no significant difference was observed either by injury or by treatment. Concluding, 24 hours after HI occurs decreased cell density and evident degeneration process to hippocampal tissue, most significantly with death by necrosis. Yet, supplementation with folic acid was able to reduce and / or prevent cell damage in the CA1 region of the hippocampus ipsilateral to the arterial occlusion.
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O desenvolvimento em foco : enriquecimento ambiental como estratégia de reabilitação em roedores submetidos à hipóxia-isquemia neonatal e estimulação precoce em crianças em situação de vulnerabilidade socialSchuch, Clarissa Cristini Pedrini January 2016 (has links)
O objetivo desta tese foi verificar os efeitos terapêuticos do enriquecimento ambiental (EA) na recuperação motora, funcional e tecidual de roedores expostos à hipóxia-isquemia (HI) neonatal. Outro objetivo foi acompanhar e descrever o desenvolvimento motor de crianças de 0 a 2 anos de idade junto ao programa Primeira Infância Melhor (PIM) em Porto Alegre- RS. No Capítulo 1 encontra-se o estudo em que foi avaliado o efeito do EA precoce sobre o aparecimento de sinais e reflexos neurológicos em animais submetidos à HI neonatal. No 7º dia pós-natal, ratos Wistar machos e fêmeas foram submetidos ao modelo de Rice-Vannucci de HI neonatal, onde a artéria carótida comum esquerda foi permanentemente ocluída e na sequência os animais foram expostos a uma atmosfera hipóxica (8% de oxigênio) durante 90 minutos. Um dia pós o procedimento de HI, os roedores foram alojados em gaiolas enriquecidas ou em gaiolas convencionais (ambiente padrão). Os sinais e reflexos neurológicos foram avaliados 24 horas antes da indução da HI, 24 horas após a HI e a cada 3 dias (11º, 14º, 17º) até o 20º dia pós-natal, quando os animais foram eutanaziados para posterior avaliação da extensão da lesão encefálica no estriado, corpo caloso e neocórtex. Os resultados apresentados no Capítulo 1 mostraram que independente da lesão hipóxicoisquêmica, a exposição ao EA precoce (8º ao 20º dia pós-natal) antecipou o aparecimento dos reflexos neurológicos (abertura dos olhos, desdobramento das orelhas, erupção do incisivo, reflexos de contração das pálpebras e das orelhas). Ademais, o EA foi capaz de prevenir atrofia do corpo caloso ipsilateral à lesão e no neocortex contralateral à lesão. No estudo apresentado no Capítulo 2 avaliou-se o efeito, pré (17º dia pós-natal) e pós (49º dia pós-natal) tratamento combinado de ciclosporina A (CsA) e reabilitação (EA e tarefa de alcance), na recuperação funcional de roedores submetidos à HI neonatal nos testes do cilindro, escada horizontal, campo aberto, reconhecimento de objetos e staircase. Ratos Sprague Dawley machos e fêmeas foram submetidos à HI (conforme descrito acima) e dez dias pós a lesão foram avaliados nos testes do cilindro, escada horizontal, campo aberto e reconhecimento de objetos. Os roedores apresentaram prejuízo motor no campo aberto (menor número de cruzamentos no primeiro minuto) e na escada horizontal (maior número de erros), contudo não houve comprometimento da função cognitiva. No 21º dia pós-natal os animais receberam a implantação subcutânea de uma bomba osmótica para liberação da CsA (420 mg/mL) ou veículo. E então, foram separados por sexo e alojados em gaiolas enriquecidas ou em gaiolas convencionais. Os animais enriquecidos também foram expostos a um treino de habilidade de alcance tendo como alvo a pata anterior afetada durante 4h/dia, 6 dias/semana por 4 semanas (21º ao 49º dia pós-natal). Ao final das 4 semanas de terapia combinada os animais foram reavaliados nas funções motora e cognitiva. Os resultados mostraram apenas o efeito da reabilitação motora, que por sua vez levou ao aumento da atividade exploratória no campo aberto, diminuição do número de erros na escada horizontal e melhor desempenho no teste do staircase. O componente farmacológico, CsA, não causou nenhum efeito sobre a recuperação dos roedores. A terapia combinada não recuperou a atrofia do hipocampo, córtex e hemisfério cerebral ipisilateral à lesão. E no estudo do Capítulo 3 objetivamos descrever o desenvolvimento motor de crianças de 0 a 2 anos de idade junto ao programa PIM em Porto Alegre-RS. Tal programa tem como alvo o desenvolvimento pleno das capacidades físicas, intelectuais, sociais e emocionais da criança dentro do seu ambiente familiar. As crianças avaliadas apresentaram desenvolvimento motor normal (apenas risco de atraso). As famílias avaliadas apresentavam baixo nível socioeconômico e ofereciam poucas oportunidades de estimulação no ambiente domiciliar. Concluímos que a estimulação ambiental apresentou efeitos benéficos sobre os aspectos do desenvolvimento e recuperação funcional nos roedores submetidos à HI neonatal e o programa PIM tem um grande potencial de utilização para estimulação de crianças em situação de vulnerabilidade social. / The aim of this study was to verify therapeutic effects of environmental enrichment (EE) on motor, functional and tissue recovery of rodents exposed to neonatal hypoxia-ischemia (HI). Besides, describe the motor development in children aged 0 to 2 years old attended by Better Early Childhood Program in Porto Alegre-RS, Brazil. In Chapter 1, the study aimed to evaluate the early housing in EE on maturation of physical characteristics and neurological reflexes in rats submitted to neonatal HI. At postnatal day 7, male and female Wistar rats were used to produce Rice-Vannucci model of unilateral brain injury where the left common carotid artery was occluded then pups were placed in a hypoxic chamber (O2 level at 8%) for 90 minutes. Rodents were housed in EE cages or in standard cages. We evaluated the maturation of physical characteristics and neurological reflexes from the day preceding the HI induction postnatal day 6 until postnatal day 20. Morphological analysis included the evaluation of striatal, corpus callosum and neocortex volume. Our results demonstrated that HI had no effect on neurological parameters evaluated in neonate rats. But we demonstrated a clear effect of early EE on sensorimotor development through earlier appearance of opening, eye reflex and incisor eruption were identified in early stimulated rats. Also, brain tissue was preserved in ipsilateral corpus callosum and contralateral neocortex after early environmental stimulation. The experiment presented in Chapter 2 investigated pre- and post- combinational therapy of cyclosporine A (CsA) and motor rehabilitation effects on motor function and cognition tests in rats submitted to neonatal HI. Male and female Sprague Dawley rats were submitted to neonatal HI model (as described above) and, ten days after HI surgery, rat pups were evaluated in motor function and cognition through cylinder, ladderrung walking, open field and novel object recognition. Results showed no cognitive deficit but motor function impairment in open field and ladder rung walking test in rats submitted to HI. At postnatal day 21, all HI pups were implanted subcutaneously on flank with osmotic pumps delivering CsA (420 mg/mL) or vehicle. Then, animals were housed in either standard home cages or enriched environment cages. In addition to being housed in EE, enriched groups were exposed to rehabilitative reach training 4h/day, 6 days/week for 4 weeks (PND 21 until PND 49). At the end of 4 weeks of combined therapy (EE, reaching and CsA) rats were reevaluated in same motor and cognitive tasks (cylinder, ladder walking, open field, novel object recognition, and staircase task). Rehabilitation appeared to be the most significant component of the combined therapy and was responsible for recovery of motor function as demonstrated in ladder rung walking, open field and staircase performance. Drug component, CsA, had no effects on behavioral outcomes. The combined therapy had no effect on hippocampal, cortical and hemispheric tissue atrophy. And the study of Chapter 3 aimed describe motor development of children from 0 to 2 years old inserted into Better Early Childhood Program (BECP) in south of Brazil. This program has the main goal to develop activities that cover physical, psychological, intellectual and social abilities inside the familiar context. Our results demonstrated that infants had typical motor development (only risk of delay). Evaluated families were considered at social-environmental risk and home affordances were limited. These findings can indicate a risk condition on infant development. We may conclude that environmental enrichment improved neurobehavioral development and functional recovery in rats submitted to neonatal HI, and the BECP has a great potential to stimulate children at social-environmental risk.
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Análise do desempenho sensório-motor e da reatividade astroglial em modelos experimentais de acidente vascular encefálico isquêmico e hemorrágicoMestriner, Régis Gemerasca January 2013 (has links)
O acidente vascular encefálico (AVE), classificado conforme a etiologia do dano em isquêmico ou hemorrágico, apresenta-se como uma importante causa de mortalidade e redução da capacidade funcional em adultos de todo o mundo. Apesar de alguns estudos em humanos sugerirem um perfil de recuperação sensório-motora diferenciado entre os subtipos isquêmico e hemorrágico, estes dados não são conclusivos dada a heterogeneidade desses insultos. Dessa forma, o objetivo da presente tese foi estabelecer um desenho experimental comparativo entre AVE isquêmico e hemorrágico, reduzindo a heterogeneidade das lesões, para que, então, pudéssemos avaliar de forma mais objetiva o perfil comportamental de recuperação sensório-motora e a reatividade astroglial positiva para a proteína glial fibrilar ácida (GFAP) entre os mencionados subtipos etiológicos de AVE. Para tanto, 36 ratos Wistar adultos foram utilizados, sendo os mesmos subdivididos nos grupos Sham, Isquemia e Hemorragia cerebral. Os modelos de AVE isquêmico e hemorrágico foram induzidos por microinjeções estereotáxicas de endotelina-1 (ET-1) e colagenase do tipo IV-S, respectivamente. Essas injeções foram realizadas no córtex sensoriomotor e no estriado dorsolateral dos animais, tendo em vista que as mencionadas estruturas são comumente acometidas pelo AVE. Todos os grupos foram avaliados quanto à recuperação espontânea nos testes do campo aberto, cilindro e teste da escada horizontal, em diferentes tempos pós-cirúrgicos, ao longo de 30 dias. Avaliações histológicas e estereológicas foram utilizadas para estimar o volume e a extensão das lesões produzidas. Além disso, a técnica imunoistoquímica para a GFAP foi empregada com o intuito de avaliar a densidade astrocitária, densidade óptica regional e celular no tecido perilesional. Nossos resultados demonstram que ambos os subtipos de AVE experimental exibiram um perfil comparável de recuperação sensório-motora, de dano morfológico (volume e extensão das lesões) e de imunorreatividade à GFAP no tecido adjacente à lesão. No entanto, quanto à habilidade na marcha em longo prazo, os animais hemorrágicos demonstram uma sutil, mas significativa, melhora na recuperação quando comparados aos seus pares isquêmicos. Dessa forma, sugerimos que o proposto desenho experimental pode ser útil para reduzir a heterogeneidade do AVE, de modo a permitir um adequado estudo comparativo da neurobiologia da recuperação funcional e do remodelamento plástico pós-lesão. Além disso, os nossos resultados evidenciam pontuais diferenças no processo de recuperação funcional entre os subtipos isquêmico e hemorrágico, as quais parecem não se relacionar com a imunorreatividade à GFAP. / Stroke causes disability and mortality worldwide and is divided into ischemic and hemorrhagic subtypes. Although clinical trials suggest distinct recovery profiles for ischemic and hemorrhagic events, this is not conclusive due to stroke heterogeneity. The aim of this study was to produce similar brain damage, using experimental models of ischemic (IS) and hemorrhagic (HS) stroke and evaluate the motor spontaneous recovery profile and glial fibrillary acidic protein (GFAP) immunoreactivity. We used 36 Wistar rats divided into the following groups: Sham, ischemic stroke or hemorrhagic stroke. Brain ischemia or hemorrhage was induced by endotelin-1 (ET-1) and collagenase type IV-S (collagenase) microinjections, respectively. For both stroke subtypes, sensorimotor cortex and dorsolateral striatum were damaged. All groups were evaluated in the open field, cylinder and ladder walk behavioral tests at distinct time points as from baseline to 30 days post-surgery (30 PS). Histological and morphometric analyses were used to assess the volume of lost tissue and lesion length. GFAP immunoreactivity was assessed by estimation of astrocytic density plus cellular and regional optical density measures. Present results reveal that both forms of experimental stroke had a comparable long-term pattern of damage, since no differences were found in volume of tissue lost or lesion size 30 days after surgery. However, behavioral data showed that hemorrhagic rats were less impaired at skilled walking than ischemic in a long-term analysis. In addition, both forms of experimental stroke had a comparable long-term pattern of glial fibrillary acidic protein immunoreactivity for analyzed structures, including astrocytic density, cellular and regional optical density. We suggest that experimentally comparable stroke design is useful because it reduces heterogeneity and facilitates the assessment of neurobiological differences related to stroke subtypes. Also, spontaneous skilled walking recovery differs between experimental ischemic and hemorrhagic insults; behavioral differences probably are not related to GFAP immunoreactivity. Thus, behavioral and neuroplastic recovery differences after stoke subtypes is a matter that may needs more attention in basic and translational stroke research.
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Associação entre efeito de contraste espontâneo na aorta torácica e eventos isquêmicos encefálicos recentes : um estudo através do ecocardiograma transesofágicoVelho, Flavio Jose Petersen January 1999 (has links)
O efeito de contraste espontâneo na aorta torácica foi recentemente associado à progressão da aterosclerose coronariana e aos eventos isquêmicos encefálicos. A casuística estudada foi uma população que fez um ecocardiograma transesofágico constituída de: um grupo caso, 224 pacientes com eventos isquêmicos recentes (<30 dias) e o grupo controle, 85 pacientes com diagnóstico/suspeita de cardiopatia ( 46 foram excluídos), onde avaliamos a possibilidade de uma associação independente entre efeito de contraste espontâneo na aorta e eventos isquêmicos encefálicos recentes, e a associação independente entre vários fatores de risco (id ade~60 anos, histórias de hipertensão arterial sistêmica, de diabete melito, de tabagismo e de disl ipidemia, e da fibrilação atrial) com eventos isquêmicos encefálicos recentes. Avaliamos ainda a associação independente entre diag nósticos ecocardiográficos (efeito de contraste espontâneo no átrio esquerdo, placas complexas aórticas e excrescências de Lambi) - potenciais fatores de risco - e eventos isquêmicos encefálicos recentes. Estudou-se, também, a associação entre efeito de contraste espontâneo na aorta e diagnósticos dos ecocardiogramas transesofágicos (efeito de contraste espontâneo no átrio esquerdo, placas complexas aórticas e excrescências de Lambi), que são potencia is fatores de risco para os eventos isquêmicos encetã licos. Foram excluídos os indivíduos com: diâmetro da aorta transversa e/ou descendente >/4 cm, dissecção da aórtica, fração de encurtamento < 25%, fração de ejeção (Simpson) <40%, aqueles nos quais não houve consenso entre a leitura dos observadores, e os do grupo controle com algum episódio isquêmico sistêmico e/ou encefálico. A metodologia estatística utilizada foi a elaboração de tabelas de contingências, obtendo-se estimativas de risco relativo através da razão de chance com seus respectivos intervalos de confiança de 95% para as análises bivariadas e 90% para as multivariadas. A significância estatística das associações foi determinada através dos testes de Qui-quadrado e exato de Fisher sempre que necessário. As variáveis quantitativas foram comparadas pelo teste 1 de Student. Os efeitos de confusão foram controlados pela análise multivariada através da técnica de regressão logística. Os níveis de signifícância estatística aceitos foram para as análises bivariadas foram a =O,OS e, para as análises multi variadas, a=O, 1. O efeito de contraste espontâneo na aorta mostrou associação com os eventos isquêmicos encefálicos (RC=2,83) e a análise multivariada demonstrou ser esta associação independente (RC=2,03). Além disso, na análise bivariada, vários outros fatores também mostraram associação, sendo que os de maior destaque foram as excrescências de Lambi (RC=6.50), histórias de hipertensão arterial sistêmica (RC=3,79), de diabete melito (RC=2,96), de dislipidemia (RC=2,77), placas complexas aórticas (RC=3,27) e idade </60 anos (RC=2,54). Na análise multivariada, a história de hipertensão arterial sistêmica foi o único fator clínico de risco associado com eventos isquêmicos encefálicos (RC=2,68). Entre os diagnósticos obtidos pelo eco - e que são potenciais fatores de risco -, as placas complexas aórticas (RC=2,92) e as excrescências de Lambi (RC=6,93) foram associadas de maneira independente com os eventos isquêmicos encefálicos. Com relação à associação entre o efeito de contraste espontâneo na aorta e os tàtores de ri sco clínicos e com os diagnósticos ecocardiográficos, a análise bivariada demonstrou que de maior destaque foram o efeito de contraste espontâneo no átrio esquerdo (RC=6,02), a idade ;:::: 60 anos (RC=5,32), a fibrilação atrial (RC=4,8) e as histórias de diabete melito (RC=3,84), de hipertensão arterial sistêmica (RC=2,39), de dislipidemia (RC=2,00) e as placas complexas aórticas (RC=2,17). Na análise multivariada, os fatores mais intensamente associados foram a idade ;:::: 60 anos (RC=5,43), o efeito de contraste espontâneo no átrio esquerdo (RC=4,41 ), as histórias de tabagismo (RC=2,33), de dislipidemia (RC= l ,75), de hipertensão arterial sistêmica (RC=1,67), a fibrilação atrial (RC=3,51) e as excrescências de Lambi (RC=2,06). Em conclusão, a análise destes resultados permite-nos afirmar: 1) que o efeito de contraste espontâneo na a011a torácica está associado de forma independente com os eventos isquêmicos encefálicos recentes; 2) que a história de hipertensão arterial sistêmica foi o único fator de risco que mostrou associação independente com os eventos isquêmicos encefálicos recentes; 3) que as placas complexas aórticas e as excrescências de Lambi apresentaram associação independente com os eventos isquêmicos encefálicos recentes; 4) que a idade 2:: 60 anos, as histórias de hipertensão arterial sistêmica, de tabagismo, de dislipidemia e a fibrilação atrial, foram fatores de risco associados independentemente com o efeito de contraste espontâneo na aorta torácica; 5) a presença de efeito de contraste espontâneo no átrio esquerdo e as excrescências de Lambi foram associadas de maneira independente com o efeito de contraste espontâneo na aorta torácica. / The effect of spontaneous contrast in the thoracic aorta was recently associated to coronary atherosclerosis progression and to encephalic ischemic events. The studied population - consecutive series of patients submitted to a transesophageal echocardiogram - was compounded of two groups: the case group, 224 patients with recent ischemic events (<30 days) and the contr·ol group, 85 patients with diagnosis/suspicion of a heart disease ( 46 were excluded), and the possibility of an independent association between the effect of aortic spontaneous contrast and recent encephalic ischemic events, and the independent association of various risk factors (> 60 years old, anamnesis of systemic arterial hypertension, of diabetes mellitus, of smoking, of dislipidemia and atrial fibrillation) with recent encephalic ischernic events. The independent association between echocardiographic diagnosis ( effect of spontaneous contrast in the letl atrial cavity, cornplexes aortic plaques and strands) - potential risk factors - and recent encephalic ischemic events was also studied. The exclusion criteria was: aortic diameter >4 em, aortic dissection, shortening fraction <25%, ejection fraction <40%, lack of consensus between the readers, and subjects from the control group that suffered a previous systemic/encephalic embolic episode. Statistical methodology utilized was based on the elaboration of contingency tables with relative risk estimation with risk of chances with its respective intervals of95% for the bivariate analysis and 90% for the multivariate analysis. The signifícance of the associations was determincd with the Chi-squarc test and the Fi sher test. The quantitative variables were compared by the Student I test. Multivariate analysis and the logistic regression controlled thc effects of confusion. The levei of statistical significance for the bivariate analysis was a.=0,05 and a.=O.l for the multivariate analysis. The ao11ic efTect of spontaneous contrast exhibited an association with recent ischcmic cncephalic events (RC=2,83) and the multivariate analysis showed that this association is an independent one (RC=2,03). The bivariate analysis other risk factors also showed an association. The most ones being strands (RC=6.50), anamnesis of systemic arterial hypcncnsion (RC=3,79), of diabetes mellitus (RC=2,96), of dislipidemia (RC=2, 77), complexes aortic plaques (RC=3,27) and ~ 60 old (RC=2,54). With the multivariate analysis the anamnesis o f systemic arterial hypertension was the isolated c linicai ri sk làctor that was associated with recent encephal ic event episodes (RC=2,68). The echocardiographic diag nosis - that are potential risk factors - as complexes aortic plaques (RC=2,92) and the strands (RC=6,93) were associatcd m an independent manner with the recent encephalic ischemic events. Regarding the association between the effect of aortic spontaneous contrast and the clinicai risk factors with the echocardiographic results, the bivariate analysis demonstrated that the spontaneous contrast efTect in the le f1 atriurn (RC=6,02), ~ 60 years old (RC=5,32), atrial fibrillati on (RC=4,8) and the anamncsis of diabetes mell itus (RC=3,84), of systemic arterial hypertension (RC=2,39), of dislipidernia (RC=2,00) and the aortic complexes plaques (RC=2, 17) was found . With the multivariate analysis, the risk factors associated were ~ 60 yea rs old (RC=5,43), the efTect of spontaneous contrast in the le ft atrium (RC=4,41 ), the anamnesis o f smoking (RC=2,33), o f disli pidemia (RC= I. 75), o f systemic an crial hypcncnsion (RC= I ,67), atrial fi brillat ion (RC=3,5 I) and strands (RC=2,06). In conclusion, the analysis of our results confirmed that: 1) the spontaneous thoracic aortic effect is independently associated with the recent encephalic ischemic events; 2) the anamnesis of systemic arterial hypertension was the only risk factor that showed an independent association with the recent encephalic ischemic events; 3) the complexes aortic plaques and the strands showed an independent association with the recent encephalíc ischemic events; 4) the age ~ 60 years old, the anamnesís o f systemic arterial hypertension, smoking, dislipidemia and atrial fibrillation, were independently associated risk factors with the effect of spontaneous contrast in the thoracic aorta; 5) the presence of spontaneous contrast in the left atrial cavity and the strands were índependently associated with the effect of spontaneous contrast in the thoracic aorta.
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Papel da progesterona como possível neuroprotetor em modelo de hipóxia-isquemia encefálica neonatalFabres, Rafael Bandeira January 2016 (has links)
A encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal, ou simplesmente hipóxia-isquemia (HI) neonatal, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em neonatos humanos. De 20% a 50% dos recém-nascidos com HI severa morrem no período perinatal. Quando sobrevivem, 25% apresentam deficiências neuropsicológicas, como dificuldade de aprendizado, epilepsia e paralisia cerebral. Devido a isso, a eficácia de possíveis agentes neuroprotetores tem sido testada em modelos animais. Há razão para se pensar que a progesterona tem um forte potencial para o tratamento da HI neonatal, já que a sua utilização tem se mostrado benéfica em pesquisas relacionadas com lesão cerebral traumática, lesão cerebral isquêmica e outros modelos de lesão do sistema nervoso central (SNC) em adultos. Inúmeros estudos têm mostrado que o modelo animal de HI de Rice e Vannucci (1981) em animais neonatos, utilizado no presente trabalho, pode produzir lesões no sistema nervoso central relativamente previsíveis, e que estas lesões encefálicas parecem semelhantes às observadas clinicamente em humanos (SALMASO et al., 2014). Para a realização do modelo de HI foram utilizados ratos Wistar com idade de 7 dias (P7). Após a oclusão da carótida esquerda, os animais foram colocados em câmaras para exposição à atmosfera hipóxica com 8% O2/92% N2 por 90 minutos. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP). Os termos PRÉ e PÓS referem-se à administração de progesterona (na dose de 5 mg/kg) antes ou após o procedimento de HI neonatal . Dependendo do grupo experimental, os animais foram tratados com progesterona imediatamente antes da isquemia e/ou 6 e 24 horas após o início da hipóxia. Foram analisados o peso corporal dos animais (imediatamente antes da isquemia e 6, 24 e 48 horas após o início da hipóxia), o volume de lesão cerebral, além da expressão das proteínas p-Akt e caspase-3 pela técnica de Western blotting. / Neonatal hypoxic-ischemic encephalopathy or simply neonatal hypoxia-ischemia (HI) is a main cause of morbidity and mortality in human neonates. Moreover, 25% of survivors show neuropsychological dysfunctions such as learning difficulties, epilepsy and cerebral palsy. Because of this, the effectiveness of potential neuroprotective agents has been tested in animal models. There is a reason to suppose that progesterone has a strong potential for the treatment of neonatal HI since its use has been shown to be beneficial in researches related to traumatic brain injury, ischemic brain injury and other central nervous system injury models (CNS) in adults. Several studies have shown that the newborn animal model of HI developed by Rice and Vannucci (1981), and used in the present study, can produce lesions in the central nervous system which are predictable and similar to those observed clinically in humans. In order to perform the HI model we used 7 days old (P7) Wistar rats. After occlusion of the left carotid, the animals were placed in hypoxic chambers and exposed to the hypoxic atmosphere (8% O2/92% N2 for 90 minutes). The animals were divided into five groups: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP).The PRÉ and PÓS terms refer to the administration of progesterone (5 mg/kg) before and/or after the HI procedure. Progesterone was administered immediately before ischemia, 6 and 24 hours after the beginning of hypoxia, depending on the experimental group. Body weight was evaluated immediately before ischemia and/or 6 and 24 hours after the start of hypoxia. The volume of brain damage, in addition to the expression of p-Akt and caspase-3 were also evaluated.
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Efeitos da administração de galantamina no modelo de hipóxia-isquemia neonatal em ratosOdorcyk, Felipe Kawa January 2015 (has links)
A hipóxia-isquemia neonatal (HI) faz parte da etiologia de diversas patologias neurológicas e é causa de graves sequelas. Os mecanismos patofisiológicos dessa lesão começam com o insulto imediato após a HI e se estendem por dias ou semanas, pelo aumento da liberação de espécies reativas de oxigênio associada a redução da defesas anti-oxidantes e reação glial, sendo a lesão secundária parte crucial no processo que culmina no dano final. A acetilcolina (ACh) é um neurotransmissor do sistema nervoso central (SNC) que parece ter uma importante ação neuroprotetora após a HI. A acetilcolinaesterase (AChE) é responsável pela degradação da ACh, inibidores dessa enzima vêm sendo utilizados para o tratamento de danos neurológicos. Sua ação positiva sobre a HI foi demonstrada em estudos realizados em nosso laboratório, onde a administração do extrato de Huperzia quadrifariata (inibidor de AChE) reduziu os déficits cognitivos e histológicos causados por essa lesão Para avaliar os efeitos das administrações pré e pós-hipóxia de galantamina, inibidor da AChE, no modelo de HI perinatal, ratos Wistar no 7º dia de vida pós-natal (DPN7) foram submetidos à combinação da oclusão unilateral da artéria carótida direita e exposição a uma atmosfera hipóxica (8% de O2) durante 60 minutos. Foram aplicadas injeções intraperitoniais de salina para os grupos Sham e HI+Salina (HIS) e de galantamina nos grupos HI+Galantamina 5 mg/kg pré-hipóxia (HIG5-Pré), HI+Galantamina 10 mg/kg pré-hipóxia (HIG10-Pré), HI+Galantamina 5 mg/kg pós-hipóxia (HIG5-Pós) e HI+Galantamina 10 mg/kg pós-hipóxia (HIG10-Pós). Os grupos Pré receberam galantamina imediatamente antes da hipóxia e os grupos Pós nos intervalos de 1, 24, 48 e 72 horas após a cirurgia. No DPN45 foi feita a análise do volume das estruturas encefálicas que demonstrou a redução do volume do hipocampo do grupo HIS em relação ao Sham e uma prevenção desse efeito no grupo HIG10-Pré, mas não nos demais grupos. Análises bioquímicas foram feitas no hipocampo ipsilesional 24 horas após a lesão e revelaram: através da citometria de fluxo uma redução na sobrevivência de neurônios no grupo HIS em relação ao Sham que foi prevenida no grupo HIG10-Pré; através de ELISA uma hipertrofia dos astrócitos no grupo HIS que foi revertida no grupo HIG10-Pré e um aumento na atividade da enzima anti-oxidante catalase. O tratamento pré-hipóxia com galantamina foi capaz de prevenir os déficits histológicos, aumentar a sobrevivência celular, reduzir a reação astrocitária e aumentar a atividade anti-oxidante em ratos submetidos à HI. / Neonatal hypoxia ischemia (HI) has a role in etiology of several neurological pathologies and causes severe sequelae. The pathophysiological mechanisms of this lesion start immediately after HI and last for days or weeks, with the secondary injury being a crucial part the process that culminates in the final damage. Acetylcholine (ACh) is a neurotransmitter of the central nervous system that seems to have an important neuroprotective action after HI. Acetylcholinesterase (AChE) degradates ACh and inhibitors of this enzyme have been used to treat neurological damage. Its positive action on HI has been demonstrated in studies performed in our laboratory, where the administration of the alkaloid extract of Huperzia quadrifariata (An inhibitor of AChE) reduced the cognitive and histological deficits caused by this lesion. To evaluate the effects of the pre and post-hypoxia administrations of galantamine, a cholinesterase inhibitor, in the model oh perinatal HI, Wistar rats in the post-natal day 7 (PND7) were subjected to a combination of unilateral occlusion of the right charotid artery and of exposure to a hypoxic exposure (8% O2) for 60 minutes. Intraperitoneal injections of saline in the groups Sham anf HI+Saline (HIS) and of galantamine in the groups HI+Galantamine 5 mg/kg pre-hypoxia (HIG5-Pre), HI+Galantamine 10 mg/kg pre-hypoxia (HIG10-Pre), HI+Galantamine 5 mg/kg post-hypoxia (HIG5-Post) and HI+Galantamine 10 mg/kg post-hypoxia (HIG5-Post). The Pre groups received galantamine immediately before hypoxia and the Post groups in the intervals of 1, 24, 48 and 72 hours after HI. On PND45 the analysis of the volume of brain structures showed a reduction of the volume of the ipsilesional hippocampus in the HIS group when compared to the sham and a prevention of this effect in the HIG10-Pre, but not in any other group. Biochemical analysis was performed in the ipsilesional hippocampus 24 hours after the lesion and revealed: a reduction of the number of surviving neurons in the HIS group when compared to the Sham that was prevented in the HIG10-Pre; a hypertrophy of the astrocytes in the HIS group that was prevented in the HIG10-Pre group and an increase in the activity of the anti-oxidant enzyme catalase in the HIG10-Pre group. The treatment with galantamine was able to prevent the histological deficits, increase the survival of neurons, reduce astrocytic reaction and increase the anti-oxidant activity in rats submitted to HI.
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O enriquecimento ambiental como estratégia neuroprotetora na hipóxia-isquemia encefálica neonatal : a função da barreira hematoencefálica e o perfil neuroinflamatório no hipocampo de ratosDiaz, Ramiro January 2017 (has links)
Inúmeras estratégias neuroprotetoras vêm sendo desenvolvidas para o tratamento da encefalopatia neonatal causada pela hipóxia-isquemia (HI). O enriquecimento ambiental (EA) é uma ferramenta que propicia interação social, estimulação visual, sensorial e atividade física de forma espontânea e assim induz mudanças comportamentais e neurofisiológicas. O objetivo desta tese foi investigar os efeitos do EA em relação à estrutura e expressão de proteínas constituintes da barreira hematoencefálica (BHE) e parâmetros bioquímicos de citocinas neuroinflamatórias no hipocampo em fases subsequentes do desenvolvimento. Ainda, o escopo comportamental desta tese foi analisar o efeito do EA precoce sobre a ansiedade demonstrada por ratos adultos submetidos à HI. Para tanto, ratos Wistar machos e fêmeas, no 7º dia pós-natal (DPN), foram submetidos ao modelo de Levine-Rice de HI neonatal. Os animais foram divididos em quatro grupos: CTAP (controle ambiente padrão), CTAE (controle ambiente enriquecido), HIAP (hipóxia-isquemia ambiente padrão) e HIAE (hipóxia-isquemia ambiente enriquecido). Os animais dos grupos EA permaneceram no enriquecimento ambiental mantido desde o 8º DPN. Após o desmame os animais foram divididos em grupos e estimulados no EA (1 h/dia por 5 semanas). Análises da expressão de proteínas estruturantes da BHE no hipocampo (β-catenina, ocludina, conexina-43, aquaporina-4, transportador de glicose 1 - Glut-1 e proteína fibrilar glial ácida - GFAP) foram quantificadas através de Western Blotting (WB) Observamos a permeabilidade e integridade da BHE através da coloração com azul de Evans e também foi realizada imuno-histoquímica para GFAP na região 1 do corno de Ammon - CA1 do hipocampo no 22º e 60º DPN. Realizamos análises da expressão das citocinas inflamatórias fator de necrose tumoral alfa - TNF-α e interleucina 1 beta - IL-1β, juntamente com análise imuno-histoquímica para marcação de microglia ativada na fase adulta de animais HI submetidos ao EA. Ademais, foram avaliados os efeitos da HI e do EA sobre a ansiedade no primeiro dia de exposição dos animais ao labirinto em cruz elevado (LCE) e no teste claro/escuro (TCE). Os nossos dados mostraram que o EA foi efetivo para reverter as alterações causadas pela HI aumentando a expressão de ocludina no 22º DPN e de β- catenina e GFAP no 60º DPN e diminuindo o extravasamento de azul de Evans. No 8º DPN não há alteração na BHE, sendo sugestivo de imaturidade da BHE. A avaliação imuno-histoquímica de IbA-1 demonstra ativação microglial após HI e o perfil bioquímico apresenta grande expressão das citocinas IL-1β e TNF-α em animais hipóxico-isquêmicos estimulados em EA. Através dos níveis de ansiedade encontrados, podemos estabelecer que o EA favorece uma ação menos impulsiva reduzindo o comportamento de risco dos animais após a HI. Assim, nossos resultados contribuíram para a compreensão do mecanismo da HI, visto que apresentamos de forma singular que o EA é eficaz na recuperação da disfunção da BHE maximizando os efeitos neuroprotetores de IL-1β e TNF-α sobre aspectos comportamentais relacionados à ansiedade. / Several neuroprotective strategies have been developed for the treatment of the neonatal encephalopathy caused by hypoxic ischemia (HI).The environmental enrichment (EE) is a strategy that propitiates social interaction, visual and sensorial stimulation, and physical activity spontaneously and, thus, it causes behavioral and neurophysiological changes. The aim of this thesis was to investigate the effects of EE on the structure and expression of proteins in the blood-brain barrier (BBB) and biochemical parameters of neuroinflammatory cytokines in the hippocampus in subsequent developmental stages. Moreover, the behavioral scope of this thesis was to analyze the effect of early EE on anxiety expressed by adult rats. Male and female Wistar rats, PND 7, were submitted to the Levine-Rice model of neonatal HI. The animals were divided into four groups: CSE (control - standard environment), CEE (control - enriched environment), HISE (hypoxic ischemia - standard environment) and HIEE (hypoxic ischemia - enriched environment). The animals of the EE groups were kept in the environmental enrichment since PND 8. After weaning, the animals were divided into groups and exposed to the EE (1h a day for 5 weeks). Expression analyses of the BBB structural proteins in the hippocampus (β-catenin, occludin, connexin-43, aquaporin-4, Glut-1, and GFAP) were quantified by Western Blotting (WB) We observed the BBB permeability and integrity through Evans blue staining as well as immunohistochemistry for GFAP in the CA1 hippocampus region on PND 22, and 60. We performed analyzes of the expression of the inflammatory cytokines TNF-α and IL-1β, together with immunohistochemical analysis for quantification of IbA-1 in the adult phase of HI animals submitted to EE.Furthermore, the effects of the HI and the EE on anxiety on the first day of exposition to the elevated plus maze test (EPM) and the light-dark box test (LDB) were assessed. Our data have shown that the HI reduces occludin expression on PND 22 and β-catenin and GFAP on PND 60along with the extravasation of Evans blue, indicating BBB dysfunction in these periods and reversion of the alterations by the EE. On PND 8, there is no BBB change, which is suggestive of BBB immaturity. The immunohistochemicalassessment of IbA-1 demonstrates microglial activation after HI and the biochemical profile shows great expression of IL-1β and TNF-α cytokines in hypoxic-ischemic animals stimulated in EE. Through the levels of anxiety found, we can establish that the EE favors a less impulsive behavior and reduces the anxiogenic factor of animals after HI. Thus, our results have contributed to the understanding of the HI mechanism; we presented in a unique way the recovery of the BBB dysfunction and the maximization of the neuroprotective effects of IL-1β and TNF-α on behavioral aspects related to anxiety of animals exposed to the EE after HI.
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INDUÇÃO DE HIPOTERMIA TERAPÊUTICA EM RECÉM-NASCIDOS COM DIAGNÓSTICO DE ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA / HYPOTHERMIA FOR NEONATAL HYPOXIC ISCHEMIC ENCEPHALOPATHYBinkowski, Raquel Trautenmüller Kerber 05 August 2013 (has links)
This study aimed to develop and implement a therapeutic hypothermia protocol in newborns with Hipoxic Ischemic Encephalopathy and compare the short term outcomes with a historical control group. Therefore, this study was divided in two parts: the first one consisted in a literature review in order to develop an hypothermia protocol. In the second part this protocol was applied in all neonates with moderate or severe Hypoxic Ischemic Encephalopathy admitted to the Neonatal Intensive Care Unit of Santa Maria University Hospital. The hypothermia protocol, which consisted in reducing axillary temperature of the newborn to 33.2ºC for a period of 72 hours, was applied in 6 neonates with Hypoxic Ischemic Encephalopathy admitted to the Neonatal Intensive Care Unit between September 2012 to March 2013. Outcomes during the hospital course and status at discharge (mortality, length of stay and disabilities) were compared with a historical control group. For this, data from 18 newborns with Hipoxic Ischemic Encephalopathy admitted at the same unit from 2003 to 2011 were collected from medical records. Disabilities were defined as any of the following: use of antiepileptic drugs, use of feeding tube, abnormalities in the neurological examination. Hypothermia group had a higher incidence of hypotension (p = 0.001), coagulopathy (p = 0.000) and bleeding (p = 0.001) during the procedure but they did not result in major adverse events. The mortality rate was significantly lower in hypothermia group (p = 0.02) as well as the presence of disabilities at hospital discharge (p = 0.04). We concluded that therapeutic hypothermia for treatment of Hypoxic Ischemic Encephalopathy in newborn infants seems to be a safe and effective procedure having a significant impact on the mortality rate and improving the neurodevelopmental in short term. / Este trabalho teve como objetivo desenvolver e aplicar um protocolo de hipotermia terapêutica em recém-nascidos com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica, comparando os desfechos a curto prazo com um grupo controle histórico. Para tanto, o estudo foi dividido em duas etapas: na primeira, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto, de modo a desenvolver um protocolo para a aplicação de hipotermia. A segunda etapa correspondeu à aplicação do referido protocolo nos recém-nascidos com diagnóstico de Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica moderada ou grave internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Universitário de Santa Maria. O protocolo de hipotermia, que consistia em reduzir a temperatura axilar do recém-nascido a 33,2ºC por um período de 72 horas, foi aplicado em seis recém-nascidos com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica que foram admitidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, no período entre setembro de 2012 e março de 2013. As variáveis clínicas durante a internação e os desfechos na alta (mortalidade, tempo de internação e presença de desabilidades) foram comparados a um grupo controle histórico constituído por 18 recém-nascidos com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica, cujos dados foram coletados de prontuários referentes ao período de 2003 a 2011. A presença de desabilidades foi definida pelo uso de fármacos antiepilépticos, uso de sonda para alimentação e/ou alterações ao exame neurológico no momento da alta hospitalar. Os recém-nascidos submetidos à hipotermia apresentaram maior incidência de hipotensão (p = 0,001), alterações da coagulação (p = 0,000) e sangramento (p = 0,001) durante o procedimento, mas que não resultaram em eventos adversos maiores. A mortalidade foi no grupo de crianças submetidas à hipotermia (p = 0,002), bem como a presença de desabilidades (p = 0,04). Este estudo permitiu concluir que a hipotermia terapêutica para tratamento da Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica, nesse pequeno grupo estudado, mostrou ser um procedimento seguro e eficaz, tendo reduzido significativamente a taxa de mortalidade e melhorado o neurodesenvolvimento a curto prazo.
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Níveis plasmáticos de liqüoricos de interleucina-6 e fator de necrose tumora-alfa em recém nascidos a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmicaSilveira, Rita de Cássia dos Santos January 2003 (has links)
Objetivo: Avaliar os níveis plasmáticos e liqüóricos de IL-6 e TNF-α em recém- -nascidos a termo com Encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI), comparando-os com recém- -nascidos a termo sépticos sem meningite e sem EHI e com recém-nascidos controles. Método: Foi realizado um estudo de caso-controle com três grupos de recém-nas-cidos a termo: grupo I, 20 recém-nascidos controles com escore de Apgar ≥ 9 no primeiro e quinto minutos de vida; grupo II, 19 recém-nascidos sépticos, sem meningite, com escore de Apgar ≥ 9 no primeiro e quinto minutos de vida; grupo III, 19 recém-nascidos asfixiados ca-racterizados pelo escore de Apgar ≤ 4 e ≤ 6 no primeiro e quinto minutos de vida, respecti-vamente, pH umbilical < 7,20 e/ou lactato arterial umbilical > 3,0 mmol/L, e necessidade de ventilação com pressão positiva pelo menos durante 2 minutos após o nascimento. Foram coletadas amostras de sangue e de líqüor nas primeiras 48 horas de vida para determinação dos níveis de IL-6 e TNF-α pela técnica de enzimoimunoensaio, utilizando-se kits R & D Systems. Resultados: Os três grupos foram semelhantes quanto ao peso de nascimento, ida-de gestacional, classificação peso/ idade gestacional, tipo de parto e tempo médio da coleta de sangue e líqüor. As medianas dos níveis plasmáticos de IL-6 foram semelhantes entre sépticos e asfixiados e significativamente superiores aos controles (p < 0,0001). A mediana do TNF-α plasmático foi semelhante nos recém-nascidos asfixiados e controles, significativamente in-ferior a dos sépticos (p < 0,00001). Nos recém-nascidos asfixiados, as medianas dos níveis liqüóricos da IL-6 e do TNF-α foram significativamente mais elevadas do que nos sépticos e nos controles. A mediana da IL-6 liqüórica foi significativamente mais elevada nos sépticos que nos controles e a mediana do TNF-α liqüórico foi semelhante nos sépticos e controles. As relações líqüor/plasma para IL-6 e TNF-α foram semelhantes nos sépticos e controles, e menores que nos asfixiados (p < 0,0002 para IL-6, p < 0,00001 para TNF-α). Conclusões: 1) Recém-nascidos a termo com EHI apresentam níveis elevados de IL-6 e TNF-α no líqüor. 2) IL-6 plasmática encontra-se elevada nos recém-nascidos asfixia-dos e nos sépticos. 3) TNF-α plasmático é elevado somente nos recém-nascidos com sepse. 4) A maior relação líqüor/plasma para IL-6 e TNF-α nos recém-nascidos asfixiados sugere uma produção local intra-cerebral dessas citocinas nos recém-nascidos a termo com EHI.
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Modelo experimental de isquemia cerebral em ratos por obliteração temporária da artéria cerebral médiaCalloni, Renato Luis January 2006 (has links)
Introdução: Os eventos isquêmicos cerebrais representam um fenômeno grave e de difícil solução, ocasionam perturbações importantes na vida dos acometidos e elevam os custos sociais da assistência à saúde. Para o estudo do fenômeno cérebro-vascular, a utilização de modelos animais é importante, pois permite melhor entendimento do fenômeno e possibilita o desenvolvimento de drogas neuroprotetoras e outras terapias para o infarto cerebral. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o modelo de isquemia cerebral, por oclusão da artéria cerebral média, mediante introdução de fio intraluminal por 90 minutos e 120 minutos, e seu efeito sobre a área de infarto cerebral em ratos. Materiais e métodos: Foram utilizados 52 ratos machos Wistar, com peso médio de 426±43 g. Os animais foram submetidos à isquemia cerebral por introdução de fio de nylon 3-0 na artéria cerebral média por 90 minutos ou 120 minutos, variável que diferenciou os grupos em estudo. Todos os animais que sobreviveram 24 horas ou mais foram avaliados quanto ao comprimento do fio introduzido, à presença de lesão isquêmica, ao déficit neurológico e ao volume da área de infarto. O fio utilizado para o procedimento foi Mononylon® 3-0® (Ethico) e foi acrescentada cola Enthelan®. Foram considerados com lesão isquêmica os animais que apresentassem achados histopatológicos compatíveis. A avaliação do déficit neurológico foi realizada após recuperação anestésica, mediante aplicação de escore padronizado. O volume da lesão isquêmica foi determinado mediante utilização do corante TTC, fotografia digital e utilização do programa ImageJ (NIH for Windows). Na análise estatística, foram utilizados o test t- student e, para variáveis com grande assimetria, foi aplicado o teste U de Mann- Whitney. Resultados: Não houve diferença estatística na comparação entre os pesos dos animais nos dois grupos de estudo (p=0,59). O comprimento do fio introduzido foi de 14,7 mm no grupo 90 minutos e 20,2 mm no grupo 120 minutos (p=0,37). Lesão isquêmica foi detectada em 11 animais (39%) no grupo que sofreu isquemia por 90 minutos e 11 (45%) do grupo de 120 minutos (p=0,77). Nos animais que apresentaram lesão, o comprimento do fio foi de 16,1±11 mm (90 minutos) e 21,9±7,4 mm (120 minutos) (p=0.15). O volume médio da área de infarto foi maior no grupo 120 minutos (259,2 mm³) do que no grupo 90 minutos (162,9 mm³) (p=0,04). O escore de déficit neurológico foi de 2,0 no grupo 90 minutos e de 2,4 no grupo 120 minutos (p=0,84). Conclusão: O modelo experimental estudado não induz lesão isquêmica cerebral importante em ambos os grupos. O grupo 120 minutos apresentou maior volume de infarto do que o grupo 90 minutos. O modelo experimental estudado demandou treinamento extenso e gerou resultados potencialmente reprodutíveis, o que sugere sua viabilidade para aplicação em futuros estudos, mais treinamento é necessário para se obter melhores resultados com menos animais. / Introduction: Ischemic events are a serious and hard to solve phenomenon. They cause significant disturbances in people's lives, while contributing to increase social costs. For the study of the brain vascular phenomenon it is important to use animal models because it they allows the understanding and offer possibilities to develop and evaluate the efficiency of neuroprotective drugs and brain infarct therapy. An experiment has been carried out aiming to assess a brain ischemia model by occlusion of the middle brain artery via an endovascular thread, by submitting to ischemia for 90 min and 120 min. Materials and methods: Focal infarct was obtained by occlusion of the middle brain artery, following the technique of introducing endovascularly a 3-0 Mononylon®, thread. For the experiment fifty-two (52) samples of wistar male rats, with an average weight of 426±43.26 g. were used. The animals were submitted to ischemia for 90 min and 120 min., and later, were reperfused. All animals that survived over 24 hours were analyzed as to the presence of ischemic lesion, neurological deficit and volume of infarct area. The thread used was Ethicon (J&J) Mononylon® 3-0, and ENTHELAN®, in order to increase adhesiveness and promote better occlusion. Results: The lesion was detected in 39.3%, and 45.8% of the groups which suffered ischemia for 90 min and 120 min. Weight comparison did not show any statistical difference between the groups (p=0.59). The thread introduced measured 14.68 mm in the 90-min. group, and 20.17 mm in the 120-min. group (p=0.37). In the animals with lesion, the thread distance was 16.09±10.7 mm and 21.9±7.4 mm p=0.15. The volume was 162.9 mm3 (90 min.), and 259.2 mm3 (120 min.), p=0.04. Neurological score was 2.04 (90 min.) and 2.38 (120 min.), with p=0.84. Statistical analyses were performed with student's ttest, and for variables with large asymmetry Mann-Whitney Test was applied. The analyses of ischemic areas were performed with a 2,3,5-triphenyltetrazolium chloride (TTC) dye, and later photographed and measured by using ImageJ 1.35 (NIH for Windows). Conclusion: This model presents flaws in producing infarcts in both groups. Nevertheless the results show that the group exposed to the longest ischemia has a tendency to develop a more consistent infarct zone suggesting that this is the appropriate period for the experiment. The applied model remains gold standard in the study of focal ischemia. However, to master the technique more training is necessary to obtain better results with fewer animals.
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